Pesquisa de Arte

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Anna-Lou (Annie) Leibovitz (Westport, Connecticut, 2 de outubro de 1949) é uma

fotógrafa estadunidense que se notabilizou por realizar retratos, e cuja marca é a


colaboração íntima entre a retratista e seu retratado.

Leibovitz começou a interessar-se por fotografia após uma viagem de visita a sua família,
que estava a viver nas Filipinas. Durante alguns anos ela continuou a desenvolver as suas
aptidões ao mesmo tempo em que teve diversas ocupações, inclusive na época em que
viveu num kibbutz, em Israel, em 1969.

De volta aos Estados Unidos, em 1970, começou a trabalhar na revista Rolling Stone. Em
1971, ela foi nomeada chefe de fotografia da revista, tendo permanecido até 1983. O seu
estilo de fotografar as celebridades ajudou a definir o visual da revista.

Publicou seis livros de fotografias: Photographs, Photographs 1970-1990, American


Olympians, Women, American Music e A Photographer’s Life 1999-2007.

Leibovitz assumiu uma relação com a escritora Susan Sontag, de quem esteve sempre
próxima nos últimos anos de vida.[1] Atualmente Leibovitz tem trabalhado com artistas
como por exemplo Vanessa Hudgens e Zac Efron, para o projeto "Disney Dream Portrait"
um projeto da Disney World

Alguns dos seus projetos mais conhecidos são:

 1975 - foi a fotógrafa da revista Rolling Stone escolhida para acompanhar a turnê dos
Rolling Stones nas Américas.
 anos 1980 - fotografou inúmeras celebridades para a campanha publicitária mundial do
cartão American Express.
 Desde 1983 - trabalhando como fotógrafa-retratista para a revista Vanity Fair.
 1991 - exposição na National Portrait Gallery.
 Julho de 2006 - fotografou Suri Cruise, a filha de Tom Cruise e Katie Holmes, numa
reportagem sobre o casal na revista Vanity Fair.
Fotografias famosas[editar | editar código-fonte]
 John Lennon (com Yoko Ono) em foto realizada na manhã do dia de seu assassinato.
 Demi Moore nua com um fato pintado em seu corpo.
 Whoopi Goldberg numa banheira cheia de leite.
 Dan Aykroyd e John Belushi, em The Blues Brothers, com as faces pintadas de azul.
 Dolly Parton posando frente a Arnold Schwarzenegger exibindo seus músculos.
 Jennifer Hudson, a primeira cantora negra a aparecer na capa da Vogue.
Sebastião Ribeiro Salgado Júnior (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944) é um
fotógrafo brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]


Nasceu na vila de Conceição do Capim, viveu sua infância em Expedicionário Alício,
graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1964-1967) e
realizou pós-graduação na Universidade de São Paulo. No mesmo ano, casou-se com a
pianista Lélia Deluiz Wanick. Eles se engajaram no movimento de esquerda contra a
ditadura militar e eram amigos de amigos do líder estudantil e revolucionário Carlos
Marighella. Depois de emigrar em 1969 para Paris, ele escreveu uma tese em ciências
econômicas, enquanto a sua esposa ingressou na École Nationale Supérieure des Beaux-
Arts de Paris para estudar arquitetura. Salgado inicialmente trabalhou como secretário
para a Organização Internacional do Café (OIC). Em suas viagens de trabalho para a
África, muitas vezes encomendado conjuntamente pelo Banco Mundial, ele fez sua
primeira sessão de fotos com a Leica da sua esposa. Fotografar o inspirou tanto que logo
depois ele tornou-se independente em 1973, como fotojornalista e, em seguida, voltou
para Paris.

Em 1979, depois de passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou


para a Magnum. Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de
governo de Ronald Reagan, Salgado documentou o atentado a tiros cometido por John
Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan no dia 30 de
março de 1981, em Washington.[1] A venda das fotos para jornais de todo o mundo
permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África [2].

Seu primeiro livro, Outras Américas,[3] sobre os pobres na América Latina, foi
publicado em 1986. Na sequencia, publicou Sahel: O "Homem em Pânico" (também
publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de doze meses com a ONG
Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele
concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e
exibida sob o nome "Trabalhadores rurais", um feito monumental que confirmou sua
reputação como foto documentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua
atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou
em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados
internacionalmente.

Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é
somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os
sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para
escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras
estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…". Trabalhando inteiramente com fotos
em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua
determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas
pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de
toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade
por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.

Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com


organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia
Internacional. Com sua mulher, Lélia Wanick Salgado, apoia atualmente um projeto de
reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais.

Em setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião


Salgado montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com
90 retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do Êxodo.
Essas impressionantes fotografias prestam solene testemunho a 30 milhões de pessoas
em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência fixa. Em outras
colaborações com o UNICEF, Sebastião Salgado doou os direitos de reprodução de
várias fotografias suas para o Movimento Global pela Criança e para ilustrar um livro da
moçambicana Graça Machel, atualizando um relatório dela de 1996, como
Representante Especial das Nações Unidas sobre o Impacto dos Conflitos Armados
sobre as Crianças. Atualmente, em um projeto conjunto do UNICEF e da OMS, ele está
documentando uma campanha mundial para a erradicação da poliomielite.

Fotógrafo Sebastião Salgado com um de seus assistentes no município mineiro de Aimorés

Sebastião Salgado foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os


principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho.
Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, As Imagens da Amazônia, que
representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado e sua esposa Lélia Wanick Salgado,
autora do projeto gráfico da maioria de seus livros, fixaram residência em Paris. O casal
tem dois filhos, Juliano Salgado, nascido em 1974, e Rodrigo, nascido em 1979,
portador de síndrome de Down.[4] Juliano é cineasta e dirigiu, juntamente com o também
fotógrafo Wim Wenders, o documentário O Sal da Terra, sobre o trabalho de seu pai.[5]
que foi indicado ao Oscar 2015 de melhor documentário.[6]

Em 6 de dezembro de 2017, tomou posse da cadeira n.º 1, das quatro cadeiras de


fotógrafos da Academia de Belas Artes da França, substituindo Lucien Clergue, que
morreu em 2014. Na cerimônia oficial de posse como imortal da Academia, recebeu o
fardão e a espada, sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol de imortais da instituição.
[4]
A França é muito importante para mim. Passei mais tempo aqui do que no
“ Brasil, que é minha origem, minha raiz. A composição dessas duas nações fez o
que sou hoje.

— Sebastião Salgado, em entrevista à RFI Brasil, na cerimônia de posse..

Prêmios[editar | editar código-fonte]


 Prêmio Príncipe de Asturias das Artes, 1998.
 Prêmio Eugene Smith de Fotografia Humanitária.
 Prêmio World Press Photo
 The Maine Photographic Workshop ao melhor livro foto-documental.
 Eleito membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciência nos Estados
Unidos.
 Prêmio pela publicação do livro Trabalhadores.
 Medalha da Inconfidência.
 Medalha de prata Art Directors Oub nos Estados Unidos.
 Prêmio Overseas Press Oub oí America.
 Alfred Eisenstaedt Award pela Magazine Photography.
 Prêmio Unesco categoria cultural no Brasil.
 40º Prêmio Jabuti de Literatura: categoria reportagem[7][8]
 Prêmio Muriqui
 Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Federal do Espírito Santo (2016)
 Doutoramento Honoris Causa pela Universidade Federal do Acre (2016)

Obras[editar | editar código-fonte]


 Trabalhadores (1996) ISBN 8571645884
 Terra (1997) ISBN 8420428744
 Serra Pelada (1999) ISBN 2097542700
 Outras Américas (1999) ISBN 8571649030
 Retratos de Crianças do Êxodo (2000) ISBN 8571649359
 Êxodos (2000) ISBN 8571649340
 O Fim do Pólio (2003) ISBN 8535903690
 Um Incerto Estado de Graça (2004) ISBN 9722109839
 O Berço da Desigualdade (2005) ISBN 8576520389
 África (2007) ISBN 3822856223
 Gênesis (2013) ISBN 3836538725
 Perfume de Sonho (2015) ISBN 9788869656255
Geraldo de Barros (Chavantes, 27 de fevereiro de 1923 — São Paulo, 17 de
abril de 1998) foi um pintor e fotógrafo brasileiro. Além da fotografia e da pintura, sua obra
se estende também à gravura, às artes gráficas e ao desenho industrial.

Histórico[editar | editar código-fonte]


Geraldo de Barros iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens, mas
tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos
pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil, além de ser considerado um
dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. As imagens de Geraldo
de Barros se formam a partir da desconstrução, onde o efêmero, o fragmento, o tempo, o
descontínuo, e a ação estão presentes. A partir da reordenação de elementos, o artista
cria uma nova composição. Em seus trabalhos, estão sempre presentes as questões
sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.

Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas


como o Grupo 15, a Galeria Rex, o Grupo Ruptura, o grupo FormInform, a cooperativa de
produção de móveis Unilabor, e a indústria de móveis Hobjeto.

Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político
e artístico do período em que foram desenvolvidos

os. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho
industrial e a fotografia. Ao entrar em contato com a fotografia se apaixona, seu olhar se
aguça, passa a criar interferências, recriar a imagem. Sofrendo influências do movimento
construtivista e da arte concreta, muda sua visão de representação da realidade e lhe
aplica novas regras. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia
no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação
e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as
possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do
erro, e para Geraldo era importante errar.

Geraldo abandonou a fotografia por alguns anos e dedicou-se a outras artes e ao design.
Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras
totalmente debilitadas, retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a
fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Trabalhos e influências[editar | editar código-fonte]
Em um catálogo da exposição de seus quadros da Arte Pop, Radha Abramo faz um
panorama sobre a vida profissional de Geraldo de Barros, cuja capacidade de organizar
trabalhos em equipe expressava “o sentimento do homem em relação ao mundo”. Para ele
o trabalho em grupo e o relacionamento entre as pessoas eram fundamentais e os seus
trabalhos sempre buscavam atingir a massa. “Seus instrumentos de trabalho são os da
comunicação de massa, pois trabalha o cartaz, a foto, o design, a pintura e o outdoor”.
Geraldo de Barros inicia sua vida artística nos anos de 1945, onde neste período estuda
desenho e pintura com Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka. Como a
maioria dos artistas da época, suas pinturas eram figurativas e de paisagens. Mesmo
antes de seu trabalho como fotógrafo e do surgimento da arte concreta foi reconhecido
como um dos artistas a trazer em seus trabalhos a questão da abstração. Nesse período
ele toma contato com os ideais do construtivismo e da arte abstrata europeia das décadas
de 1920 e 1930.

Em sentido amplo, a arte abstrata ou abstracionismo tinha a intenção de expressar uma


arte sem qualquer intenção figurativa. Deu-se a partir das atividades de vanguardas
europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusavam a representação da natureza. As
características desse movimento eram principalmente a decomposição da figura, a
simplificação da forma, a não utilização da perspectiva e da luz e sombra da maneira
convencional.

A partir da década de 1930, inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, como,


Kandinsky nas vanguardas russas, Paul Klee na Alemanha, no suprematismo, que
defendia uma metódica pesquisa na estrutura da imagem, seguido por Rodchenko no
construtivismo onde as obras eram pensadas como construções e não como
representações, assemelhando-se a arquitetura em termos de materiais, trabalhando a
geometria e herdando características do abstracionismo. Outros artistas que o
influenciados foram Piet Mondrian e Theo Van Desburg no movimento De Stijl.

Durante os anos de 1946 e 1947, Geraldo de Barros inicia suas pesquisas no campo da
fotografia. Nesta mesma época, após ajudar a fundar o Grupo 15, começa a experimentar
a fotografia. Improvisa um laboratório junto com seu amigo Athaíde de Barros e, com o
intuito de aprofundamento em seus conhecimentos, ingressa no Foto Cine Clube
Bandeirante. Ainda neste período Geraldo também toma contato com experimentações
fotográficas praticadas na Europa e Estados Unidos, representadas por nomes como Man
Ray e Moholy Nagy. Man Ray começa suas experiências com a fotografia em 1915, mas
somente a partir de 1921, quando se integra ao Dadaísmo em Paris junto a Marcel
Duchamp, é que se dedica seriamente à experimentação fotográfica, que para ele era uma
forma mais rápida para atingir a revitalização da arte.

Man Ray apropriava-se de objetos reais e recontextualizava-os em uma nova realidade.


Foi certamente, um dos fotógrafos que mais produziu fotogramas, que eram em sua
grande maioria, feitos a partir de objetos translúcidos, usados para obter efeitos visuais
diversos. Ele manipulava a luz em sua intensidade, direção e duração, produzindo formas
inesperadas, com efeitos de volume e densidade. Com a utilização de sombras, conseguiu
criar uma ideia de tridimensionalidade num processo em que, quase sempre, obtinha
planos como resultados. Criou assim uma das obras mais originais de sua época, que
influenciaria toda a arte contemporânea.

Lazlo Moholy-Nagy teve contato com movimentos artísticos como dadaísmo, futurismo e
construtivismo e na década de 20, iniciou suas experiências fotográficas. Graças a sua
base teórica e visão eclética, na qual deixava claro que não existiam limites entre
fotografia, arquitetura e pintura, inovou a trabalhar com a fotografia sem a utilização da
máquina, somente através do fotograma. Atuou na Bauhaus, na Alemanha, e na School of
Design nos Estados Unidos, ambas escolas de design, onde continuou atuando e
contribuindo teoricamente com a fotografia e outras áreas da arte.

Influenciado por esses artistas, Geraldo passa a frequentar assiduamente a Biblioteca


Municipal de São Paulo, lugar onde se podia entrar em contato com a arte moderna. Ao
conhecer Mário Pedrosa², em 1948, conhece a teoria da Gestalt, teoria geral da forma, o
que influenciaria e mudaria definitivamente as características de sua produção. Na Gestalt
o desenho não representa uma ideia visível e objetiva, as imagens se formam através de
fatores como o equilíbrio, clareza, harmonia visual, entre outros. A partir daí, a forma, para
Geraldo passa a ser o mais importante.

Em 1949, fica responsável pela organização do laboratório de fotografia do Museu de Arte


de São Paulo (MASP), e assim neste ambiente, em 1950 sob o raciocínio estético do
concretismo já em voga no Brasil, realiza sua exposição Fotoformas que representou uma
nova era no processo de fotografia no Brasil, dando a ela novas possibilidades, deixando o
mero campo da representação e passando a ser considerada uma nova linguagem
artística.

Geraldo representa um corte no processo da fotografia no Brasil, no entanto constrói uma


outra possibilidade para a fotografia, e ao mesmo tempo fazendo uma correlação com as
demais artes visuais, pondo, digamos, uma complexidade conceitual que a fotografia até
então não tinha.

Seus trabalhos não eram criados ao acaso, havia um processo, um estudo, uma ideia
trabalhada, iam além da simples escolha do fragmento ou da sua composição, possuíam
uma atitude em relação ao mundo, um espírito comunitário. Tinha a consciência de que
seu trabalho era inovador e graças a esta exposição recebe uma bolsa de estudos do
governo francês. Ele pede uma licença de um ano do Banco do Brasil, onde até então
trabalhava. Vai a Paris estudar litografia na Escola Nacional Superior de Belas Artes e
gravura no ateliê de Stanley William Hayter, frequenta a Escola Superior da Forma, em
Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher e conhece Max Bill, um dos
principais teóricos da arte concreta.

Em 1952 volta a São Paulo e ajuda a fundar o Grupo Ruptura, grupo que tinha o intuito de
renovar as artes plásticas e também integra a exposição no Museu de Arte Moderna de
São Paulo (MAM-SP). A mostra Do figurativismo ao abstracionismo, do Grupo Ruptura,
tinha por objetivo introduzir e receber o reconhecimento do movimento da arte abstrata e
concreta como arte, o que até então não acontecia, pois a maior parte dos artistas era
contra a geometrização da arte, sendo a favor da arte de cunho figurativo. Durante a
exposição distribuíram um texto impresso assinado pelos artistas participantes, onde
divulgavam uma nova arte que privilegiasse a renovação dos valores essenciais da arte
visual.
O manifesto causou bastante polêmica e causou manifestações contrárias de outros
grupos, pois apoiava a arte geométrica e as ligações entre a arte e a comunicação visual e
da representação da biodimensionalidade. A partir daí e graças ao grupo a arte abstrata e
arte concreta passaram a ser discutidas e a serem reconhecidas e distintas, o
abstracionismo definido como um tipo de arte em formas naturais são geometrizadas às
vezes de modo intuitivo, e o concretismo como a arte que não quer representar nenhum
elemento fora de si, ou seja, apenas aqueles intrínsecos à própria obra. O grupo Ruptura
foi um dos grandes, se não o maior articulador do Concretismo no Brasil.

Ainda neste mesmo ano a cidade se preparava para o 4º centenário, Geraldo tinha
consigo um desenho que havia produzido em Paris, cujo título era: “uma cidade a
conquistar”. Com a colaboração de Alexandre Wollner, realiza os cartazes do festival, e
consegue o primeiro lugar ou o primeiro prêmio nos concursos realizados durante o
festival.

A partir de 1954 ajuda a fundar a cooperativa de trabalho Unilabor, desempenhando papel


de grande importância no desenho industrial. Apresentado por Maria Clara Machado ao
padre João Batista, visita oficina do mesmo e sugere a ele que monte ali uma marcenaria,
que se desenvolvesse ali uma oficina de móveis. Assim surge a Unilabor, que visava
produzir móveis com uma nova proposta de design.

Geraldo desenvolveu o nome, o logotipo e fez projetos dos móveis. Na Unilabor os


empregados tinham participação na direção e nos lucros da empresa, e lhes era oferecido
aulas de arte e desenho industrial, e tudo era discutido em torna da forma, da função e do
modo de produção, segundo os conceitos de beleza e utilidade.

Geraldo tinha como intuito socializar arte, e a maneira que encontrou de atingir este
objetivo foi através da criação de móveis. Desenhava o objeto, o desenvolvia e o vendia,
qualquer pessoa podia comprá-lo e levá-lo para casa e usá-lo da maneira que melhor lhe
conviesse. Seu objeto de criação girava em torno do homem, sua criação tinha um
comprometimento social. Suas obras tinham o objetivo da seriação e do consumo em larga
escala, a arte para todos. A arte concreta era uma proposta de socialização da arte e
através dela deveria chegar-se ao espectador sem exclusões ou elitismos, através de uma
linguagem única e universal. Ao notar que talvez, através da arte seu objetivo de levá-la à
massa seria muito difícil ou até impossível, devido ao alto preço pelos quais os móveis
eram comercializados Geraldo de Barros passa a se dedicar ao desenho industrial em
companhia de Rubem Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, funda o escritório
Forminform para a prática do desenho industrial e comunicação visual em 1957, voltada
para a criação de marcas e logotipos. Alguns anos mais tarde em associação com Aloísio
Bione fundam a Hobjeto Indústria de Móveis (1964).

Em um período de crises econômicas e elevada inflação a Hobjeto teve bastante


dificuldades para se manter no mercado, pois seus poucos clientes ansiavam por peças
exclusivas, em consequência disto, para ocupar sua mão de obra, Geraldo desenhou
pequenas mesas encaixáveis e carrinhos de chá, que não dependiam tanto das exigências
de seus clientes habituais, peças que poderiam ser produzidas em larga escala e de
menor custo. A situação só melhorou após a abertura da primeira loja da Hobjeto, em
1966, na cidade de São Paulo. Ainda na Década de 60, volta a explorar a figuração em
suas obras. Com o país passando por grandes crises econômicas e meio à falência da
Unillabor e a crise financeira da Hobjeto Geraldo retorna a praticar a pintura.

Seu trabalho agora é influenciado pela arte pop. Assim, ela produz uma série de outdoors,
numa proposta de interlocução direta com a população. Passa a se apropriar de outdoors,
os levava ao seu ateliê e os alterava, os recortes escolhidos dos outdoors eram colados
em um suporte depois pintados em novas cores e após terminado os devolvia às ruas,
para o público. Trazia da rua para dentro e de dentro para a rua, criava ai certo tipo de
relação. Usa uma técnica mista: sobre o suporte de madeira mistura a pintura e a colagem
de anúncios e cartazes. Vê se em seu processo o princípio da Gestalt, na medida em que
retira parte de um todo tornando esta parte agora um novo todo.

No verão de 1966, surge a Galeria Rex. Com Nelson Leiner, Wesley Duke Lee, Carlos
Fajardo, Frederico Nasser e José Resende ajuda a fundar uma galeria organizada que era
sinônimo de comportamento e estilo de vida. A produção artística deste grupo teve a
importância de levantar questões a respeito do mercado de arte e da própria arte. Um ano
após sua fundação a Rex acaba e o grupo se separa.

Durante o ano de 1977, retorna à geometria e aos conceitos da arte concreta relacionando
formas no espaço em busca de ritmo, contraponto e harmonia. Volta ao conceito da
seriação, passa a usar a fórmica como suporte, o que lhe permitia produzir a obra em
grandes quantidades. Aqui Geraldo explora o traço correndo sobre o papel, compõe
figuras e cenas que exploram o uso da luz e sombra, ritmo, criação e movimento.

Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu
trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras”
surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar
algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai. Em
maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e
paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas,
porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e
colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo
as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e
de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.

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