Ficha Exame Filosofia 2024
Ficha Exame Filosofia 2024
Ficha Exame Filosofia 2024
1. Juízo e a Proposição
1.1. Classificação dos juízos:
b) Qualidade (forma):
- Singulares: Aqueles em que o conceito sujeito se reduz a um indivíduo (com nome próprio ou...)
Ex: Dário é excelente atleta.
- Afirmativos: Aqueles em que se estabelecem uma relação afirmativa entre o sujeito e o predicado.
Ex: Os moçambicanos são hospitaleiros.
- Negativos: Aqueles que estabelecem uma relação negativa entre o sujeito e o predicado.
Ex1: Os americanos não são europeus. Ex2: Nenhum homem é imortal.
a) Proposições Contrárias (A/E) – são as duas universais que diferem pela qualidade.
Ex: (A/E) – Todos os homens são fortes / Nenhum homem é forte.
b) Proposições subalternas (A/I) e (E/O) – são aquelas que diferem pela quantidade.
Ex1: (A/I) – Todos os homens são fortes. / Alguns homens são fortes.
Ex2: (E/O) – Nenhum homem é forte. / Alguns homens não são fortes.
a) Conversão Simples: aplica-se a proposições do tipo E e I consiste apenas em permutar a ordem dos termos
(sujeito e predicado) de modo que conservem a mesma extensão.
Ex1: Nenhum homem é forte, converte-se em Nenhum forte é homem. (E);
Ex: Alguns homens são fortes, converte-se em Alguns fortes são homens. (I).
b) Conversão por negação: aplica-se a proposições do tipo O consiste em transferir a negação da cópula para o
predicado e de seguida faz-se a conversão.
Ex: Alguns jovens não são desportistas
Alguns jovens são não desportistas
Alguns não desportistas são jovens.
3. Silogismo.
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Professor: Benjamim Nhumaio
FICHA DE INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 2024
Conteúdos do Exame Final – Condensados da Matriz 12a Classe
(Para o uso exclusivo dos alunos da Escola Secundária Francisco Manyanga)
Observação: O Modo do Silogismo é determinado pelo tipo de proposição em cada uma das proposições que compõe o
silogismo (AEIO), sendo que o silogismo é composto por 3 proposições, o modo também terá 3 proposições. Ex: AEE.
b) Epiquerema – é um silogismo em que as premissas exibem uma justificação (porque, por causa de…)
Ex: A ciência é útil porque ensina o homem a verdade
Ora, A lógica é uma ciência porque é um conjunto de verdades.
Logo: a lógica é útil.
4. Falácias ou Sofismas
4.1. Classificação das falácias ou sofismas
a) Sofismas de equivocação ou de ambiguidade – é o uso indevido do mesmo termo com diferente significado.
Ex: Só o homem é que pensa
Ora, nenhuma mulher é homem
Logo, nenhuma mulher pensa
Nota: Este argumento é falacioso dado que na 1ª premissa a palavra “homem” significa “espécie humana” e na 2ª ser
humano do sexo masculino.
b) Anfibologia ou expressão de duplo sentido – deriva da ambiguidade sintáctica de uma parte do argumento, quando
se procura sustentar uma conclusão recorrendo uma interpretação errada de uma proposição ambígua.
Ex: Todos os homens amam uma mulher
Patrício ama a Yolanda
Logo, todos os homens amam a Yolanda.
c) Sofismas de falsa analogia – resultam do facto de atendermos apenas às semelhanças aparentes entre dois objectos
chegando a conclusões precipitadas e realmente falsas.
Ex¹. A terra é um planeta Ex². As aves voam
A terra é habitada O avião voa
Logo, os planetas são habitados. Logo, o avião é aves
d) Argumentum ad baculum – apelo à força ( pressão psicológica)
A falácia do apelo à força verifica-se quando quem argumenta a favor de uma conclusão sugere ou afirma que algum mal
ou problema acontencerá a quem não aceitar. Portanto, este tipo de argumento baseia-se em ameaças explícitas ao bem-
estar físico e inclusive psicológico do ouvinte ou do leitor, seja ele um indivíduo ou um grupo de indivíduos.
Ex1: Ou te calas ou ficas sem recreio
Ex2: As minhas opiniões estão correctas, pelo que, mandarei prender quem discordar de mim”.
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Professor: Benjamim Nhumaio
FICHA DE INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 2024
Conteúdos do Exame Final – Condensados da Matriz 12a Classe
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6. Lógica Proposicional
6.1. Disjunção
A divide-se em dois grupos: Inclusiva e Exclusiva.
– Disjunção Inclusiva (V): é verdadeira se pelo menos é verdadeiro um dos juízos simples de que se compõe. E é falsa
quando as duas proposições que a compõem são falasa.
p q pvq
v v v
v f v
f v V
f f F
– Disjunção Exclusiva (VV) - é verdadeira se e só se é verdadeiro somente um dos juízos simples de que se compõe. E
é falsa se os juízos simples de se compõe sejam ambos verdadeiros ou falsos.
p q pvq
V v F
V f V
F v V
F f F
- John Locke
Locke distingue dois estados em que o homem terá estado: o estado de natureza e o estado contratual.
▪ No estado de natureza os homens são bons, livres, iguais, independentes, pacíficos e seguros; Estado de paz e
harmonia; reina a lei da razão que ensina que sendo todos iguais ninguém deve causar danos ao outro; direitos
limitados à vida, à propriedade privada e à família.
▪ O tipo de contrato Social
A renúncia à liberdade natural da pessoa acontece quando as pessoas concordam em juntar-se e unir-se em
comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras.
os membros da sociedade preservam seus direitos inalienáveis, a saber: direito à vida, à liberdade e
aos bens, protegendo-os sob no quadro da lei.
▪ Estado de sociedade
O legislativo é o poder supremo; o governo é controlado pela sociedade para evitar actuação arbitrária do
governante.
- Jean-Jacques Rousseau
Rousseau começa com a sua reflexão política a partir da hipótese de o homem ter estado num estado de natureza e num
outro estado contratual.
▪ Estado de natureza
o Homens viveu num Estado natural, em que os Homens eram bons, livres, espontâneos, moralizados
e felizes (O homem é um bom selvagem;) no início tudo era de todos, a propriedade privada é o início
dos males da sociedade; o desentendimento e as misérias humanas começaram quando se implantou a
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FICHA DE INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 2024
Conteúdos do Exame Final – Condensados da Matriz 12a Classe
(Para o uso exclusivo dos alunos da Escola Secundária Francisco Manyanga)
primeira cerca; todos eram iguais e que esta igualdade desapareceu do momento em que uns começaram
a ser necessários aos outros.
▪ O tipo de contrato Social
O contrato social deve ser fruto do consentimento de todos os membros da comunidade ou sociedade.
Cada associado se aliena totalmente, isto é, renuncia todos os seus direitos em favor da comunidade. Isto é, pacto de
sociedade (alienação): tendo perdido a liberdade natural, os homens passam a ganhar a liberdade civil, estabelecendo
leis para si mesmo.
O acto de associação produz, em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e colectivo composto
por tantos membros quantos são os votos da assembleia e que, por ser mesmo acto, ganha sua unidade, seu eu comum,
sua vida e sua vontade (Democracia directa)
Portanto, a propriedade introduz a desigualdade entre os homens, a diferenciação entre o rico e o pobre, o poderoso e
o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância da lei do mais forte.
- Karl Popper
Na obra Sociedade Aberta e Seus Inimigos ele critica o método dialéctico e ataca a ideologia historicista que defendia o
totalitarismo. A sociedade aberta opõe-se à sociedade fechada, que é uma sociedade totalitária concebida
organicamente e organizada tribalmente segundo normas não modificáveis.
A sociedade aberta é baseada no exercício crítico da razão humana, como sociedade que não apenas tolera como
também estimula em seu interior e por meio de instituições democráticas, a liberdade dos indivíduos e dos grupos tendo
em vista a solução dos problemas sociais, ou seja, as reformas contínuas.
Na sociedade aberta, os governados têm a possibilidade de criticar os seus governantes e de os substituir sem
derramamento de sangue. Também admite a possibilidade da revolução violenta, a qual só é justicada se for para
derrubar um tirano.
8. A Filosofia Africana
As Principais correntes da Filosofia africana (Etnofilosofia, Filosofia profissional, Pan-africanismo e Negritude)
- Etnofilosofia
A etnofilosofia ou a corrente tradicionalista considera todos os elementos do africano presente nos contos, lendas,
fábulas, mitos, nos provérbios nas tradições africanas como sinais de existência da filosofia africana.
Portanto, a Etnofilosofia é uma corrente de pensamento que defende que as tradições africanas espelham a racionalidade
do africano, podendo estas serem consideradas Filosofia africana (mitos, provérbios, etc.) Para os etnofilósofos, toda a
filosofia é uma filosofia cultural, ou seja, ninguém faz a filosofia sem se basear em alguma cultura.
Tempels dizia que existe uma filosofia do negro, sempre existiu filosofia africana, só que ela é diferente na
forma e no conteúdo da filosofia europeia
Representantes: Placide Tempels, Anyaw, Alex Kagame, John Mbiti.
- Filosofia profissional
Esta corrente entende que a filosofia existe quando haja filósofos singulares, conscientes da pesquisa filosófica, pois ser
filósofo comporta em lançar-se na pesquisa livre e permanente da verdade que se expressa e não contemplada, como
acontece na religião.
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Professor: Benjamim Nhumaio
FICHA DE INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 2024
Conteúdos do Exame Final – Condensados da Matriz 12a Classe
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Para Paulin Hountondji, a filosofia é uma disciplina científia, teorética e individual; todo o projecto de edificar uma
filosofia africana é um projecto europeu de demarcar a todo o custo a civilização africana da do ocidente e, o papel criador
da Filosofia africana não pode nascer do nada, mas que necessariamente parte da herança cultural.
Representantes: Paulin Hountondji, Marcien Towa, Oruka, Weredu, Severino Ngoenha.
- Pan-africanismo
O Pan-aricanismo visava lutar pela causa dos negros de todo o mundo. O Pan-africanismo teve seu início em Londres
em 1900. Du Bois presidiu o movimento at passa a liderança do pan-africanismo a Kwame Nkrumah. O primeiro líder
pan-africanista africano foi Kwame Nkrumah.
O Pan-africanismo desenvolveu uma ideia de personalidade Africana (African personality), por Edward Blyden com
o propósito de encontrar um passado sobre o qual devia fundar a dignidade humana dos africanos ao querer mostrar
ao Ocidente que o africano era uma raça e tinha uma história e cultura das quais devia–se orgulhar. – Ser de todos os
africanos.
- Negritude
A negritude insere-se no espírito pan-africanista da união e solidariedade entre os africanos, com a simples diferença de
se revestir de um carácter cultural e literário
O termo “Negritude” aparece pela primeira vez escrito no livro de poemas de Aimé Césaire, - Cahier d´un Retour au
Pays Natal”. Coube a Aimé Césaire o mérito de ser considerado o grande impulsionador deste termo. A ele cabe a
paternidade do termo negritude. E o marco inicial do Movimento da Negritude foi a publicação da revista Légitime
Défense, em 1932, por um grupo de estudantes africanos, em Paris.
Azikiwé escreve em Renascent Africa: “Ensinai o africano que renasce a ser homem.”
9. Metafísica e Estética
- Metafísica
▪ As categorias do ser: Substância e acidentes
- Substância é tudo que é em si e por si e não em outra coisa, aquilo que permanece como algo subsistente, ou seja,
tudo aquilo que tem uma existência concreta e individualizada (homem, caderno, lápis, etc.).
Aristóteles distinguiu a substância primeira da segunda. A primeira se refere a indivíduos singulares e concretos,
como por exemplo: este caderno, o Tito, esta Angelina, etc. e, a segunda diz respeito às espécies e géneros singulares e
abstractos (tudo que se existe como pensamento).
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O acidente é tudo aquilo que ocorre ou acontece na substância; aquilo que para ser necessita de se apoiar numa
substância, ou seja, aquilo cuja existência depende da existência de uma substância; aquilo que não tem existência
própria (altura, cor, sofrimento, bondade, pobreza, etc.).
▪ Acto e potência
- Potência é a possibilidade que uma coisa tem de ser aquilo que ainda não é, mas que pode vir a ser (por exemplo: a
semente é, em potência, a árvore); é a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser algo em acto.
E a passagem da potência para o acto chama-se Devir.
- O acto é o que faz ser aquilo que é, é o ser real, é o que o determina. Dizer que uma coisa está em acto é o mesmo que
dizer que a mesma coisa tem actualidade, ou seja, passou da potência de ser algo ao acto de ser.
▪ Essência e Existência
- A essência é o quê de uma coisa, isto é, não o que seja, mas aquilo que uma coisa é; É a qualidade sem a qual uma coisa
não seria o que factualmente é.
- A existência é a actualização da essência; é a realidade, ou seja, a substância em acto; é a substância primeira.
A essência e a existência são princípios necessários da afirmação e constituição do ser; pois é inconcebível um ser sem
essência ou um ser sem existência. Por isso, a essência nada é sem a existência e a existência não é sem a essência.
Essas causas são: causa eficiente; causa material, causa formal e causa final:
• Causa formal – é a ideia, a forma, o modelo da estátua que você quer fazer. Isto é, a forma ou o aspecto que um
determinado ser toma ou que é plasmado pelo seu criador. Neste caso você quer fazer estátua de Samora Machel.
Portanto tem que procurar o molde, a forma de modo que a imagem seja mesmo de Samora Machel.
• Causa material – Não basta ter a ideia sobre o que quer fazer, mas é preciso ter o material, a matéria-prima para
realizar o seu trabalho. Isto é, condição ou aquilo de que uma coisa é feita. Neste caso vai usar o barro. Portanto
o barro é a causa material.
• Causa eficiente – Não basta a ideia, não basta ter a matéria que é o barro neste caso, mas tem que haver alguém
que prepare o barro para colocar na forma ou seja no molde. Isto é, aquilo que produz uma coisa. É o artífice que
confere o ser que antes uma coisa não possuía. Esse alguém, que prepara o barro chama-se causa eficiente.
• Causa final – É o produto final. Objectivo com que uma coisa é feita. Isto é, o propósito ou o objectivo com que
uma coisa é feita
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- Para Brazão Mazula, pensador moçambicano, o Homem tem de agir de acordo com a ética da felicidade que se baseia
num trabalho duro, na criatividade e na honestidade e não na acumulação ilícita de bens.
▪ Estética
A palavra «estética» vem do grego aisthetiké, que etimologicamente significa tudo o que pode ser percebido pelos
sentidos. A estética é a ciência do belo.
Para Kant, a estética é a ciência que trata das condições de percepção pelos sentidos.
• Essência do belo
- Para Platão, a arte é uma imitação da natureza que é cópia das ideias do mundo das ideias; o alvo da imitação é o
belo.
- Para Aristóteles, a arte não é apenas a imitação da natureza, trata -se de uma reprodução da natureza com a intenção
de a superar.
- Para Vico, a arte é um modo fundamental e original de homem se expressar numa determinada fase do seu
desenvolvimento: a dos sentidos, a da fantasia e a da razão. Para ele, o desenvolvimento segue três etapas: a dos sentidos,
a da fantasia e da razão.
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