Direito Constitucional Tributário Ane Caroline

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

ANE CAROLINE SOUZA CARDOSO

DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

XINGUARA-PA

2024

1
ANE CAROLINE SOUZA CARDOSO
Turma: 2 º período

DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

Resumo apresentado ao
curso de Direito da disciplina
direito constitucional
tributário professor Sebastião
Donizete

XINGUARA-PA
2024

2
Sumário

Introdução ----------------------------------------------------------------------------------- 4

Direito e Legislação tributária ---------------------------------------------------------- 5

Espécies tributárias ----------------------------------------------------------------------- 6

Tributação: origem e conceito --------------------------------------------------------- 7

Fiscalidade --------------------------------------------------------------------------------- 8

Extrafiscalidade --------------------------------------------------------------------------- 9

Parafiscalidade ---------------------------------------------------------------------------- 9

Diferença entre fiscalidade, extrafiscalidade e parafiscalidade --------------- 10

Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------- 11

3
Introdução

A tributação desempenha um papel essencial na organização e funcionamento


dos Estados modernos, sendo um dos principais mecanismos para arrecadação
de recursos financeiros que garantem a prestação de serviços públicos e a
manutenção da máquina estatal. O Direito Tributário surge como o ramo do
direito responsável por regular essa relação entre o poder público e os cidadãos,
estabelecendo as regras para a criação, cobrança e fiscalização dos tributos.
Dentro desse contexto, a legislação tributária no Brasil é fundamentada pela
Constituição Federal e complementada pelo Código Tributário Nacional (CTN),
que define as bases para o sistema tributário.

Além de garantir a arrecadação, os tributos possuem diferentes classificações,


conhecidas como espécies tributárias, cada uma com características próprias
e objetivos específicos, que vão desde a simples geração de receita (impostos)
até a prestação de serviços públicos específicos ou a promoção de obras
públicas (taxas e contribuições de melhoria). O estudo das espécies tributárias
nos permite compreender como o Estado arrecada e destina esses recursos em
prol da sociedade.

Neste trabalho, serão abordados os principais conceitos do Direito Tributário, as


espécies de tributos reconhecidas pelo sistema brasileiro, bem como a evolução
e a função da tributação na construção de uma sociedade equilibrada e justa.

4
Direito e Legislação Tributária

O Direito Tributário é a área jurídica que regula a interação entre o Estado e os


contribuintes, estabelecendo normas para a criação, cobrança e fiscalização de
tributos. A legislação tributária no Brasil tem como base a Constituição Federal,
que é complementada pelo Código Tributário Nacional (CTN), o qual define as
diretrizes gerais sobre tributação.

De acordo com o artigo 3º do CTN, tributo é uma prestação compulsória em


dinheiro, que não se configura como penalidade por ato ilícito, e deve ser
instituído por lei. A arrecadação desses tributos tem como objetivo sustentar os
serviços essenciais que o Estado oferece à população, como saúde, segurança
e educação.

Princípios Tributários: O CTN e a Constituição estabelecem uma série de


princípios que regem a tributação no Brasil:

1. Legalidade: Tributos só podem ser criados ou alterados por meio de lei.


2. Anterioridade: Nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo ano em que
foi instituído.
3. Capacidade Contributiva: O tributo deve ser proporcional à condição
econômica de cada contribuinte.
4. Igualdade: Todos os contribuintes devem ser tratados de maneira igual
perante a lei, respeitando a isonomia.
5. Vedação ao Confisco: Não é permitido que os tributos sejam
excessivamente elevados a ponto de confiscar os bens do contribuinte.

Tipos de Tributos:

 Impostos: Arrecadados sem a necessidade de uma prestação de


serviços específica pelo Estado, como o Imposto de Renda (IR) e o
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
 Taxas: Cobradas em função de um serviço público direto, como taxas de
lixo ou licenciamento de veículos.
 Contribuições: Direcionadas para atividades específicas, como as
contribuições para a seguridade social (INSS).
5
Se o contribuinte não cumpre suas obrigações, pode enfrentar sanções
administrativas, como multas, ou judiciais, como a execução fiscal. Neste caso,
os bens do devedor podem ser bloqueados para garantir o pagamento.

O Direito Tributário busca, assim, garantir uma arrecadação justa e eficiente,


equilibrando a necessidade de recursos para manter os serviços públicos com o
respeito aos direitos dos contribuintes.

Espécies Tributárias

O sistema tributário brasileiro é composto por cinco espécies de tributos:


impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais. Cada um desses tributos possui características
próprias, como o fato gerador e a base de cálculo, que determinam sua aplicação
e destinação.

1. Impostos: Esses tributos são exigidos sem a necessidade de um serviço


público específico. Eles são não vinculados, ou seja, não há uma
contrapartida direta ao contribuinte. Exemplos incluem o Imposto de
Renda (IR), o ICMS e o IPTU.
2. Taxas: Tributos vinculados, cobrados quando há uma prestação de
serviço público ou exercício do poder de polícia. A taxa é devida quando
o contribuinte se beneficia diretamente de um serviço estatal, como a taxa
de coleta de lixo ou a de licenciamento de veículos.
3. Contribuições de Melhoria: Esse tipo de tributo é cobrado quando o
contribuinte se beneficia com a valorização de seu imóvel em decorrência
de obras públicas, como a pavimentação de uma rua. O valor arrecadado
não pode exceder o custo total da obra ou o valor da valorização do
imóvel.
4. Empréstimos Compulsórios: São instituídos em situações
extraordinárias, como guerra ou calamidade pública, e a União é a única
entidade competente para criá-los. Uma característica importante é que

6
esses tributos devem ser devolvidos ao contribuinte, em dinheiro ou
equivalentes.
5. Contribuições Especiais: São tributos direcionados a finalidades
específicas, como o financiamento da seguridade social, através da
Contribuição para o INSS, ou para categorias profissionais, como as
contribuições sindicais.

A vinculação dos tributos é um ponto importante na diferenciação entre eles.


Enquanto os impostos não estão vinculados a uma prestação específica, taxas,
contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios têm uma relação
direta com o serviço ou benefício recebido.

O estudo dessas espécies ajuda a compreender como o Estado arrecada


recursos e os aplica para o benefício da sociedade, sempre respeitando os
limites constitucionais.

Tributação: Origem e Conceito

A tributação é um dos instrumentos mais antigos utilizados pelos Estados para


garantir a arrecadação de recursos. Inicialmente, os tributos tinham um caráter
coercitivo, sendo muitas vezes exigidos de forma forçada para financiar
conquistas ou pagar tributos aos governantes. Com o tempo, e especialmente
após o surgimento do Estado-Nação, a tributação passou a ser entendida como
um dever necessário para o bem comum.

Histórico da Tributação: Na antiguidade, tributos eram entregues como forma


de pagamento por proteção ou uso de terras. Durante a Idade Média, os
senhores feudais também cobravam tributos de seus vassalos para garantir o
acesso à terra. Com a chegada do Estado moderno, a tributação tornou-se uma
prática regular e institucionalizada, sendo vinculada diretamente à manutenção
das atividades estatais.

Tributos no Estado Moderno: Atualmente, os tributos são indispensáveis para


o funcionamento do Estado, uma vez que financiam serviços públicos

7
essenciais, como educação, saúde e segurança. A Constituição de 1988
estabelece as regras para o sistema tributário brasileiro, distribuindo as
competências entre os níveis federal, estadual e municipal. Além disso, define
os princípios que devem nortear a tributação, como a legalidade e a
proporcionalidade.

Função Fiscal e Extrafiscal: Os tributos cumprem dois papéis fundamentais:

1. Função Fiscal: Arrecadar recursos para financiar o Estado.


2. Função Extrafiscal: Utilizar a tributação como um instrumento de
regulação social e econômica. Exemplo disso é a taxação mais elevada
sobre produtos prejudiciais à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas,
ou os incentivos fiscais para o desenvolvimento de tecnologias
sustentáveis.

Tributação e Justiça Social: O sistema tributário é também um mecanismo de


redistribuição de renda, sendo crucial para garantir equilíbrio social. A
arrecadação de tributos permite que o Estado ofereça serviços que promovem
igualdade de oportunidades, como educação pública e acesso à saúde,
contribuindo para uma sociedade mais justa.

Assim, a tributação moderna não só financia as atividades estatais, como


também tem um papel importante na promoção do desenvolvimento
econômico e social.

Fiscalidade

A fiscalidade é a principal função dos tributos e está diretamente ligada ao


processo de recolhimento de recursos financeiros necessários para o
funcionamento do Estado. Os tributos, nesse caso, são criados com o propósito
de gerar receita para manter as atividades públicas essenciais, como serviços
de saúde, educação, transporte, entre outros. A arrecadação é vital para garantir
que o Estado tenha os meios necessários para executar suas funções.

Os tributos fiscais, como os impostos, são usados para financiar essas


atividades sem oferecer uma contrapartida direta ao contribuinte. Exemplos

8
incluem o IR (Imposto de Renda), que incide sobre a renda das pessoas físicas
e jurídicas, e o IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial
Urbana), que é cobrado sobre a posse de bens imóveis.

Portanto, a fiscalidade visa principalmente custear os gastos públicos,


garantindo que o Estado funcione corretamente e cumpra suas obrigações
sociais e administrativas.

Extrafiscalidade

A extrafiscalidade tem uma função diferente e estratégica dentro do sistema


tributário. Ela não busca apenas gerar recursos financeiros, mas sim orientar o
comportamento econômico e social através dos tributos. Esse tipo de
tributação é utilizado pelo Estado como uma ferramenta de controle e
intervenção, visando estimular ou desestimular certas práticas.

O governo pode, por exemplo, aumentar a carga tributária sobre determinados


produtos, como os cigarros e as bebidas alcoólicas, para desincentivar o
consumo. Da mesma forma, ele pode oferecer benefícios fiscais para
empresas que investem em inovação tecnológica ou em energias renováveis,
promovendo o crescimento desses setores. A extrafiscalidade, portanto, está
focada em influenciar a sociedade e a economia, regulando comportamentos por
meio da tributação.

Neste caso, os tributos têm uma função reguladora, ajudando a direcionar as


escolhas dos cidadãos e das empresas de acordo com os interesses de políticas
públicas.

Parafiscalidade

A parafiscalidade é uma função tributária em que a arrecadação de tributos


não é feita diretamente pelo Estado, mas sim por entidades paraestatais ou

9
organismos que possuem uma função pública. Essas instituições recolhem
tributos e utilizam os recursos para cumprir finalidades específicas, sem que
esses valores passem pelo orçamento geral do governo.

Um exemplo típico são as contribuições previdenciárias arrecadadas pelo


INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), cujo objetivo é financiar a
seguridade social, incluindo aposentadorias e benefícios como pensões por
morte. Outro exemplo são as contribuições sindicais e as taxas cobradas por
conselhos de classe, como o Crea e a OAB, para a regulação e fiscalização das
atividades profissionais.

Portanto, a parafiscalidade permite que entidades responsáveis por


determinadas áreas de interesse público arrecadem e administrem recursos de
forma autônoma, cumprindo suas funções específicas dentro da sociedade.

Diferenças entre Fiscalidade, Extrafiscalidade e Parafiscalidade:

1. Fiscalidade: Foco na arrecadação de fundos necessários para o


financiamento das atividades estatais.
2. Extrafiscalidade: Uso dos tributos como um meio de regulamentação
econômica e social, influenciando comportamentos e incentivando ou
desincentivando determinadas atividades.
3. Parafiscalidade: Delegação da cobrança e gestão de tributos para
entidades específicas, que utilizam os recursos para finalidades
específicas, como a previdência social ou a regulação de categorias
profissionais.

10
Conclusão

Em conclusão, a tributação é essencial para o funcionamento do Estado


moderno, garantindo a manutenção dos serviços públicos e a implementação de
políticas que promovam o bem-estar da sociedade. O Direito Tributário, com
base na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, organiza essa
arrecadação de maneira justa e eficiente, seguindo princípios fundamentais
como legalidade e capacidade contributiva.

As espécies tributárias – impostos, taxas, contribuições de melhoria, entre


outras – servem tanto para gerar receita quanto para atender a necessidades
específicas do Estado. Além disso, a história da tributação demonstra sua
importância não só como fonte de recursos, mas também como instrumento
regulador, promovendo a justiça social e corrigindo desigualdades.

Assim, o sistema tributário é crucial para entender como o Estado opera e como
os tributos contribuem para o desenvolvimento econômico e a construção de
uma sociedade mais justa e equilibrada.

11

Você também pode gostar