Caso Euclides Da Cunha

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Discente: João Pedro Conti Ribeiro- Turma 5.000- Noturno.

Caso Euclides da Cunha

1. O caso de Euclides da Cunha:


Euclides da Cunha, famoso jornalista e escritor, no dia 15 de
agosto de 1909, estranha o sumiço de dois dias de sua esposa Anna
Emília e seu filho. Euclides pensava que Anna estava em sua mãe,
mas ao averiguar viu que suas suspeitas eram infundadas. Portanto foi
enfurecido a casa do suposto amante de sua esposa. Invade a
residência, e em uma troca de tiros é alvejado por um projetil vindo da
arma de Dilermando Assis e desfalece nas escadas do jardim da casa
dos Assis.

2. Procedimento do julgamento:
2.1 Instalação:
Juiz togado abre o tribunal (só tem competência em crime
dolosos: (aborto, homicídio, infanticídio, auxílio a suicídio) e por
conseguinte ocorre a chamada dos jurados sorteados.

2.2 Escolha do corpo de jurados:


O julgamento inicia-se com a escolha dos integrantes do corpo de
jurados, tendo que ser escolhidos no mínimo 07, dos 25 pares a
disposição, sendo que para que haja seção um quórum mínimo de 15
jurados deve ocorrer.

2.3 Pregão:
Ato que denota o início da instrução do processo, citando as
partes e demais informações necessárias.

2.4 Convocação das testemunhas:


As testemunhas tanto de acusação, quanto as de defesa se fazem
presentes com seus pares e aguardam convocação do juiz.

2.5 Entrada do réu no tribunal:


Réu é movido para o julgamento por meio de escolta.

2.6 Sorteio do corpo de jurados:


Juiz de direito realiza o sorteio dos jurados, vide impugnação de
03 destes por cada parte do processo de forma imotivada, ademais,
cabe impugnação de forma motivada nos casos que o corpo de jurados
for constituído por: cônjuges, ascendentes e/ ou descendentes, tão
como qualquer tipo de consanguinidade e/ ou laço familiar para com
as partes do processo.
Discente: João Pedro Conti Ribeiro- Turma 5.000- Noturno.

2.7 Oitiva das testemunhas:


As testemunhas são ouvidas. No caso exposto as testemunhas
chamadas foram:
• Dinorah Candido de Assis (irmão do acusado): o qual relatou
para a acusação que estava em sua casa em 15 de agosto de 1909, com
seu irmão, esposa e seu filho. Que quando Euclides bateu em sua
porta este avisou seu irmão (o réu) e mentiu para Euclides, mas este
entrou a força, dando 3 tiros em direção ao Dilermando, o qual a
testemunha tentou reagir, antes de Euclides tentar dar-lhe 2 tiros, o
qual um lhe atinge as costas. Impossibilitando a testemunha de ver os
fatos conseguintes a estes, inclusive a morte de Euclides.
Já para a acusação este relatou que o disparo efetuado por
Dilermando ocorreu na intenção de proteger a testemunha, que não
tem certeza quanto a premeditação do crime.

• Anna Emília Solun da Cunha (viúva de Euclides): a qual relatou


para a acusação que estava na casa do acusado desde dia 13
permanecendo até o dia 15 (dia do crime), a testemunha alega estar na
casa de Dilermando pois tomou a decisão de largar Euclides, e foi
informar o acusado, de grande estima para Anna, já que era seu
amante e sabia dos problemas em seu casamento. No entanto a
testemunha alega que não viu o ocorrido, apenas ouviu, pois estava
escondida com seu filho, não sabendo quantificar o número de tiros
por consequência. Alegando que quando os tiros cessaram esta viu o
corpo de seu marido exposto no jardim e pediu para colocá-lo para
dentro, no quarto.
Já para a acusação este relatou que não viu a reação do Euclides
a chegar, mas ele estava muito agitado. Disse que temia a cólera de
Euclides e por isso se escondeu, pois seu marido sempre foi muito
violento com ela, desde o início do seu casamento. Por fim dizendo
que não sabia se Dilermando queria atacar seu marido.

• Anna de Almeida (empregada dos Assis): a qual relatou para a


acusação que trabalhava de cozinheira na casa de Euclides, e que
depois fui trabalhar na casa de Dinorah por indicação de dona Anna
Emília. Dizendo que não sabia de nenhuma relação íntima de Anna
Emília para com os Assis, expondo que Anna se referia a eles como
sobrinhos. Ademais relata que durante o acontecimento estava no
quintal e não sabia o que estava havendo, não tinha visão do que
ocorrerá, portanto não sabe onde o crime ocorreu, apenas ouviu
disparos e gritos lamentosos de Anna Emília, dizendo que estava
desgraçada e que deveria ter ido embora. Depois dos fatos a
testemunha viu o falecido na cama, após ser movido.
Discente: João Pedro Conti Ribeiro- Turma 5.000- Noturno.

Já para a acusação este relatou que pelo fato de não ter visto o
ocorrido não pode assegurar com certeza a intenção ou não de matar
de Dilermando, ainda mais por isto, nem ela nem Anna Emília
poderiam prever a catástrofe que ocorreria na casa.

• Mário Brujo Móra, (vizinho): a qual relatou para a acusação que


estava em sua casa quando ouviu disparos como bombas, quando saiu
para averiguar viu seu vizinho Dilermando ao lado de um corpo
estirado nas escadas do jardim da casa dos Assis.
Já para a acusação este relatou que não viu a cena só assassinato,
e entrou em controvérsia quanto a disposição do corpo em relação a
cena do crime. Dado isto foi questionado seu depoimento como um
todo não seria especulativo dado a inexatidão de relatos, ele disse que
não sabia.

2.8 Facultativa leitura de peças:


Juiz pergunta as partes e ao júri se há necessidade leitura de
alguma peça presente nos autos do processo. (Juiz leu dada ao
simulacro situacional).

2.9 Interrogatório do réu:


1.Fase das Garantias do réu:
Juiz togado profere ao réu seus direitos e garantias constitucionais
(silêncio (art. 186 do CPP), direito de ser assistido por seu advogado
ou defensor público, livre manifestação etc.)

2. Fase de identificação pessoal:


O juiz togado pergunta sobre os dados pessoais do réu, como:
nome, idade, profissão, residência e antecedentes. O qual o Réu
respondeu: Dilermando Assis, 43 anos, Militar/ autônomo, Estrada
Real de Santa Cruz, 214, sem antecedentes criminais.

3. Fase de identificação dos fatos:


O Juiz togado pergunta ao réu sobre as circunstâncias que
envolvem o crime. O juiz perguntou a réu sobre sua participação, o
qual alega estar se defendendo de previa agressão por parte de
Euclides, que invadiu sua casa armado.

4. Fase de Participação das partes:


Ministério Público e Defesa e o júri tem possibilidade de elaborar
perguntas ao réu. Réu alegou não querer responder as perguntas da
acusação, e do júri, respondendo, portanto, somente as indagações
elaboradas por sua defesa. A qual só reiterou o já exposto nos
questionamentos elaborados pelo magistrado.
Discente: João Pedro Conti Ribeiro- Turma 5.000- Noturno.

4. Explanação de debate das partes:


Cada parte tem uma hora e meia para elaboração de suas teses,
tendo total plenitude de defesa (todos tipos de defesa, ex: religiosa,
político etc. Exceto legitima defesa da honra (vista como tese
inconstitucional pelo STF). Em caso de réplica e/ ou de tréplica, mais
uma hora é acrescida a cada parte. (cada parte teve meia hora (30
minutos) dado o simulacro situacional). A acusação alegou que o réu
reagiu de maneira desproporcional e razoável quanto ao cometido por
Euclides, inferiu malicia na execução de Cunha, vide que este tinha
descarregado sua arma, pelo fato de Dilermando ser Militar, este já
sabia disso, e mesmo assim o perseguiu o atingindo pelas costas em
sua fuga.
Ademais, expõe-se a desvantagem física e de preparo para
tiroteios entre um jornalista de 1,65 contra um militar condecorado de
1,80+-. Por fim. a defesa utilizou uma planta baixa da residência para
inferir a Dilermando a perseguição a Cunha.
Já a defesa expos as inconsistências da teoria da defesa, como o
fato de o réu só ter reagido ao exposto dada invasão de Euclides, e
mais que isso, dada a sua cólera desproporcional descomedida, que
adentrou a propriedade dos Assis armado e atirando. Ademais
questionou a veracidade da planta baixa trazida pela acusação que
tinha graves erros de elaboração, portando sendo invalida para
qualquer comparação. Por fim a defesa jogou a mesa seu maior trunfo,
o CPM (código penal militar) onde no Artigo 302, que trata de forma
mais ampla sobre conivência criminosa, ou seja, quando alguém deixa
de agir diante de um crime, Art. 302: (Deixar o militar de tomar as
precauções ordinárias pela disciplina ou pela posição militar, para
evitar ou fazer cessar a prática de crime militar, quando pudesse agir
sem risco pessoal: Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato
não constituir crime mais grave). Inferindo impossibilidade de
Dilermando senão reagir pois seria punido caso o fizesse. Nota-se,
portanto, o modo que o réu estava rendido, ou matava ou morria, ou
reagia ou era preso.

2.10 Leitura dos quesitos:


Juiz togado lê os quesitos que posteriormente serão votados e
indaga alguma observação. Passado isso os jurados se dirigem a “sala
secreta” para o início da votação. No caso exposto 04 quesitos foram
estipulados: 1) Ocorreu um homicídio? 2) O réu Dilermando Assis
cometeu o assassinato de Euclides da Cunha? O réu será absolvido?
Há qualificadoras?
Discente: João Pedro Conti Ribeiro- Turma 5.000- Noturno.

2.11 Votação:
O sufrágio ocorre em segredo as partes, visando o máximo sigilo
das votações (todo processo é público, entretanto a votação é privada
para proteger os jurados e estimular sua autonomia e imparcialidade
de escolha. Onde dos 07 presentes para decidir a indagação usa-se o
critério de maioria absoluta (50%+1), (quem alcançar 4 votos
favoráveis leva o critério). No caso exposto o resultado foi: 1) Ocorreu
um homicídio? SIM; 2) O réu Dilermando Assis cometeu o assassinato
de Euclides da Cunha? SIM; O réu será absolvido? NÃO; 4) Há
qualificadoras? SIM.

2.12 Sentença:
Juiz redige a sentença, a lê e por fim encerra a seção. (Apesar da
autonomia de sentenciar do júri a pena só pode ser estipulada pelo
juiz). No caso exposto o juiz togado estabeleceu execução de prisão de
Dilermando Assis de forma imediata, em uma unidade penitenciária
por 12 anos.

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