EBOOKFisioterapia Hospitalarcompleto
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EBOOKFisioterapia Hospitalarcompleto
HOSPITALAR
COMPLETO
Sou Fisioterapeuta, formada em 2002 pela Gama Filho e trabalhei durante 8 anos com
Fisioterapia Hospitalar. Hoje, trabalho com pacientes domiciliares principalmente a
Fisioterapia PósOperatória a Domicilio. Tenho uma ampla experiência na área e fazer esse
guia foi um prazer.
A divisão desse guia obedeceu a uma regra básica: primeiro conhecemos os sistemas que
atuamos para depois falar dos casos mais específicos e comuns dentro da Fisioterapia
Hospitalar.
Na próxima página, colocarei em itens que serão discutidos neste guia. Cada assunto terá
sua própria página, o que facilitará a busca pelos itens marcados no PDF.
Se você tiver dúvida sobre bibliografia utilizada, é só entrar em contato. Há uma série de
artigos que podem ser indicados para aprofundar os estudos em temas determinados.
Espero que você faça bom proveito deste guia. Qualquer dúvida, meu email é
queroconteudo@gmail.com
Entretanto, com a evolução dos tempos a Fisioterapia cresceu como área de conhecimento,
ampliando sua área de atuação profissional e consequentemente o mercado de trabalho.
Nas indústrias, clubes esportivos e recreativos a Fisioterapia tornase parte efetiva, atuando
na análise da função e prevenção de acidentes e doenças originárias do trabalho como
também da prática esportiva e lazer. Além de todas estas atividades, o Fisioterapeuta pode
atuar também, na elaboração de programas de saúde oficiais, em instituições de ensino, no
desenvolvimento de pesquisas e na área da estética.
Os pulmões têm como função principal a respiração, que se trata da troca gasosa entre o
organismo e o meio ambiente. Em uma pessoa viva e saudável, os pulmões apresentamse
leves, macios e esponjosos. Já em um fumante são bem escuros, com extensas áreas
escurecidas e apresentamse rígidos. O pulmão direito é dividido em três lobos, enquanto
que o pulmão esquerdo apresenta dois lobos. Cada pulmão possui um ápice (é a
extremidade superior arredondada que fica acima do nível da primeira costela) e uma base,
cada pulmão possui três faces – costal, mediastinal e diafragmática – e cada um possui três
margens – anterior, posterior e inferior. Os pulmões ficam localizados nas cavidades
pulmonares no tórax.
Estas cavidades são revestidas por membranas pleurais que sofrem reflexão e recobrem a
face externa dos pulmões. As membranas pleurais são serosas e o saco pleural é
constituído pelas membranas visceral, a qual recobre o pulmão e a parietal que recobre a
cavidade pleural. Entre as membranas da pleura existe um espaço virtual o qual contém um
líquido pleural com função de lubrificar as superfícies pleurais e permitir que estas deslizem
suavemente uma sobre a outra durante os movimentos da respiração.
O tecido pulmonar é constituído pelos ductos alveolares, pelos sacos alveolares e alvéolos.
Os ductos alveolares iniciam a porção respiratória e são formados pelas ramificações dos
bronquíolos respiratórios, e terminam em um alvéolo simples ou em sacos alveolares
Sobre a membrana basal do epitélio pulmonar encontramse os pneumócitos tipo II. Estas
células secretam uma substância de natureza lipoprotéica denominada, líquido surfactante.
A camada lipoprotéica permite que os alvéolos sejam inflados com maior facilidade na
inspiração, o que diminui o esforço muscular nos movimentos respiratórios.
● QUEIXA PRINCIPAL
● HISTÓRIA
● EXAME FÍSICO
● EXAMES COMPLEMENTARES
Queixa Principal
● Qual o motivo ?
● Quanto tempo?
● Qual a sensação?
História
Exame Físico
● Região axiliar Os limites laterais são as linhas axilares anterior e posterior; o limite
superior é o côncavo axiliar, e o inferior, a linha corresponde à 6ª articulação
condroesternal.
● Região infraescapular: O limite superior é a linha que passa pela borda inferior da
escápula, e o inferior é a borda costal. O limite interno é a linha vertebral, e o
externo, a linha axilar posterior.
● Aproximadamente com 90º, formado pelas costelas (7ª até 10ª) bilateralmente e o
processo xifóide.
INSPEÇÃO ESTÁTICA
● Nível de consciência
● Expressão facial ( narinas dilatadas, boca aberta, ansiedade, angústia…)
● Postura adotada pelo paciente
● Pele/mucosas e suas alterações: presença de cicatrizes, incisões, manchas,
coloração, escoriações; hidratação
● presença e localização de fístulas;
● sistema venoso visível normalmente e circulação venosa colateral; presença de
edema;
● Tônus, trofismo
● Partes ósseas (deformidades, fraturas)
● Articulações (deformidades, edema, …)
● Baqueteamento digital
● Presença de sondas, drenos, acesso venoso (periférico, central)
● Presença de monitores (cardíaco, pressão arterial, oximetria, capnometria, pressão
intracraniana,…
● Em uso de oxigenoterapia, ventilação mecânica invasiva ou não invasiva
(baqueteamento digital)
(hipertrofia muscular – uso musculatura acessória)
● NORMOLÍNEO
● ângulo de Charpy é de 90°, ou seja, os diâmetros transverso, longitudinal e
Anteroposterior são simétricos.
● BREVILÍNEO
● brevilíneo – ângulo de Charpy é > 90°, ou seja, os diâmetros transverso e
Anteroposterior são maiores que o longitudinal.
● LONGILÍNEO
● ângulo de Charpy é < 90°, ou seja, o diâmetros longitudinal é > os demais
PECTUS CARINATUM:
PECTUS ESCAVATUM:
TÓRAX EM TONEL:
a) Freqüência:
idoso : 60 – 70 bpm
Adulto: 70 – 80/100 bpm
b) Regularidade:
Rítmico – normal.
Arrítmico – patológico.
c) Tensão:
Macio – normal.
Duro – patológico.
d) Volume:
Cheio – normal.
Filiforme – patológico.
e) Tipos de pulso:
Bradicardia
Taquicardia.
Inspeção Dinâmica
● No ritmo respiratório normal, os movimentos são regulares, e não existe pausa entre
eles e a relação inspiração/expiração é de 1:2.Entre as anormalidades do ritmo
respiratório, incluemse:
● Ritmo de Cheynes Stockes: consiste na alternância de períodos em que ocorrem
movimentos respiratórios e período de apnéia, com periodicidade de 15 a 30
segundos. A amplitude dos movimentos respiratórios aumenta e diminui
gradualmente ( modelo em crescendo e decrescendo). O ritmo de Cheyne–Stockes
é observado na presença de insuficiência circulatória e em doenças vasculares
cerebrais .
Inspeção Dinâmica –
Inspeção Dinâmica
Presença de tosse
Devemos definir o tipo da tosse:
● Tosse seca: sem presença de secreção.
● Tosse produtiva: com presença de secreção.
● Tosse irritativa: geralmente seca, paciente apresenta vários episódios
seqüencialmente.
● Tosse eficaz: promove mobilização da secreção. (o paciente pode expectorar
(escarrar) ou deglutir)
● Tosse ineficaz: não promove ou promove inadequadamente a mobilização da
secreção.
● Em caso de tosse produtiva com expectoração, ou então no caso do paciente se
aspirado, definir:
● Aspecto da secreção: fluida, espessa ou viscosa.
● Coloração da secreção: esverdeada, amarelada, purulenta, sanguinolenta (observar
presença de hemoptise), acastanhada, mucoide ou espumosa.
● Quantidade: grande, médio ou pequeno volume.
● Odor: se fétida ou não.
Inspeção Dinâmica
Palpação
Palpação
● Dor
● Sensibilidade
● Avaliação da força muscular
● Expansibilidade (lobos: superior, médio, inferior; e língua)
● Frêmito tóracovocal: sensação táctil da transmissão pela coluna aérea traqueal e
brônquica até o parênquima pulmonar das vibrações originadas nas cordas vocais
durante a fonação
Diminuição do FTV:
Aumento do FTV:
PERCURSSÃO
Sons encontrados:
– som normal: Som claro pulmonar: produzido pela vibração do ar contido nos alvéolos
pulmonares que é ampliado por ressonância pela caixa torácica.
– som patológico: Som submaciço e maciço: aparece quando ocorre enchimento alveolar:
exsudatos, transudatos, fibrose pulmonar, …. ou quando há entre o pulmão e a parede
torácica interposição de um meio líquido ou sólido, ex: derrame pleural, ….
Som timpânico: produzido pela percussão por cavidades contendo ar: pneumotórax,
cavidades > 4 cm (vazias e superficiais), …
Ela deve ser realizada em ambiente silencioso com o tórax nu ou recoberto por tecido fino
(que não permite interferência); o paciente deverá estar, preferencialmente, em pé ou
sentado e com musculatura relaxada.
Respirar pela boca, com a boca semiaberta, sem produzir ruídos audíveis à distância, com
certa profundidade e ritmo adequado.
Iniciar a pela face posterior, depois a anterior e finalmente as laterais, comparando sempre
regiões simétricas de cima para baixo; prestar atenção nos ruídos respiratórios normais e
anormais, inspiração e expiração, ausculta da voz e, ausculta da tosse.
Dicas:
O paciente deve respirar pela boca mais profundamente que o normal;
O terapeuta deve percorrer o estetoscópio de lugar,percorrendo o tórax de cima para baixo
nas faces anteriores,posteriores e laterais;
Deve ser realizada de forma simétrica e acompanhando o ciclo respiratório em cada
porção do tórax.
– Respiração broncovesicular
Audível nas fossas supraclaviculares, infraclaviculares, imediatamente abaixo das
clavículas, supraescapular e interescapulovertebrais. Pouco mais suave que a respiração
brônquica e mais rude que o murmúrio vesicular.
– Murmúrio vesicular
Percebido em todo o tórax, menos nos pontos que se ausculta o ruído bronco vesicular.
– Ruído mais suave
– A inspiração é mais duradoura que a expiração.
Aqui verificar:
– aumento ou diminuição da intensidade; aumento ou diminuição da duração; alteração da
continuidade; alterações do timbre:
SOPROS PULMONARES
.ATRITO PLEURAL
Ruído desenvolvido pelo roçar das folhas pleurais alteradas, geralmente é localizado, às
vezes palpável, som musical, não se altera com a tosse ou com a respiração, aumenta com
a pressão do estetoscópio, aparece no fim da inspiração e começo da expiração, pode ser
acompanhado de dor
AUSCULTA DA VOZ
Observamos que ainda não existe uma unidade de conceitos e classificação desses sons.
Pontos de Ausculta
No circulo amarelo,é possível ouvir o som traqueal. Os sons, são intensos, agudos e a fase
expiratória é mais longa que a inspiratória.
No circulo lilas podemos ouvir o som brônquico nas áreas de projeção dos brônquios de
maior calibre, O som é caracterizado por um timbre agudo, intenso e oco. Na fase
expiratória é mais forte e prolongado. Quando auscultado na periferia do pulmão, significa
transmissão anormal do som devido a condensação pulmonar, por exemplo em caso de
pneumonia.
No circulo vermelho podese ouvir o som vesicular ou murmurio vesicular que é formado
pela passagem de ar pela parênquima pulmonar. É auscultado em toda a extensão do
tórax, sendo mais intenso nas bases pulmonares. O timbre é grave e suave, mais
prolongado na fase inspiratória e mais audível na região Anteroposterior, nas axilas e nas
regiões infraescapulares.
No circulo verde irase ouvir o som broncovesicular a qual somamse duas características
sonoras, o brônquica e o murmurio vesicular. Auscultado normalmente entre o primeiro e o
Controle da respiração
O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a direita, enquanto sua redução
desloca para a esquerda.
eprimido,
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é d
diminuindo a freqüência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na
ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de íons H+, o que determina
queda no pH plasmático até seus valores normais.
Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai a valores
muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a lugares muito altos, onde a
pressão de oxigênio é muito baixa ou quando uma pessoa contrai pneumonia ou alguma
outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos. Sob tais condições, quimiorreceptores
localizados nas artérias carótida (do pescoço) e aorta são estimulados e enviam sinais
pelos nervos vago e glossofaríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de
aumentar a ventilação pulmonar.
– Coração;
– Vasos sanguíneos próximos ao coração;
– Pulmões;
– Costelas e outros ossos.
O raio X do tórax é feito para verificar doenças ou anormalidades do coração, dos pulmões,
dos ossos ou vasos sanguíneos no tórax. O médico pode solicitar um raio X do tórax em
resposta a determinados sintomas ou para ajudar a diagnosticar um problema médico.
Posteroanterior (PA):
Anteroposterior (AP):
Perfil:
Essa incidência é usualmente solicitada com a incidência PA, e é bastante útil para
avaliação. Normalmente é feito o perfil esquerdo pela mesma razão do PA, para que o
coração não tenha seu tamanho aumentado na imagem.
Dose de radiação:
Inspiração Ideal:
O exame ideal deve ser realizado em máxima inspiração, e tem que ser possível visualizar
de 9 a 11 costelas posteriores sobrepostas ao parênquima pulmonar.
Alinhamento:
As bordas mediais das clavículas devem estar à mesma distância da coluna vertebral.
Biomecânica da Respiração
Aspiração.
Higiene Brônquica
Essas técnicas não são utilizadas de maneira isolada, mas sim associadas não só entre si,
como também a outras modalidades dentro da fisioterapia respiratória.
Indicações:
Quando utilizar:
Tosse ineficaz;
Produção excessiva de muco;
Diminuição do murmúrio vesicular ou o surgimento de roncos ou creptações;
Taquipnéia, padrão respiratório exaustivo;
PERCUSSÃO TORÁCICA:
( CUBITAL OU DIGITO PERCUSSÃO)
Contra indicações:
● Aplicação direto a pele;
● Paciente apresentando ruídos sibilares exacerbados;
● Dispnéia, crise asmática;
● Edema agudo do pulmão;
● Pós cirúrgicos em menos de uma hora de refeição fraturas de costelas,
● Cardiopatas graves.
TAPOTAGEM
Técnica:
Contra indicações:
● Pósoperatório e em pacientes com lesão pulmonar;
● Osteoporose;
● edema agudo de pulmão;
● Fraturas de costelas;
● Cardiopatias;
● Hemoptise;
● Metástase pulmonar;
Cuidados:
Não deve ser aplicada diretamente sobre a pele usase de uma camada de tecido para
evitar a estimulação sensorial da pele;
Indicações:
● Pacientes com dreno de tórax;
● Pacientes com atelectasia;
● TEMP
Manobra de higiene brônquica que consiste em “agarrar” o pulmão com a mão e fazer um
movimento de “puxaempurra”
Esta manobra pode ser brusca ou lenta, de acordo com a necessidade do paciente;
Contra indicações:
● Fraturas de costelas;
● Edema agudo de pulmão;
● Pneumotórax espontâneo não controlado;
● Derrame pleural;
● Cardiopatias valvulares;
TOSSE
Ato de expulsão de ar dos pulmões com alto fluxo aéreo, pode ser voluntário, reflexo por
TOSSE DIRIGIDA
Manobra ensinada ao paciente e supervisionada pelo terapeuta;
TOSSE ASSISTIDA
Aplicação de pressão externa sobre a caixa torácica ou sobre a região epigástrica,
fornecendo assim um auxilio ao ato de tossir;
Contra indicações
FLUTTER VRPI
A válvula de flutter foi desenvolvida na Suíça e combina as técnicas de PEP com oscilações
de alta frequência transmitidas às vias aéreas. É composta por um dispositivo em forma de
cachimbo contendo uma abertura única na peça bucal e uma estrutura arredondada e
angulada coberta por uma tampa com uma série de pequenos furos e armazenando em seu
interior uma esfera de aço inoxidável inclusa em um pequeno cone.
Quando o paciente expira, o movimento da esfera cria uma pressão expiratória positiva de 5
a 35 cmH20 e uma oscilação vibratória do ar dentro das vias aéreas com frequência
aproximada de 8 a 26 Hz. O paciente pode controlar a pressão alterando seus fluxos
expiratórios, enquanto que as oscilações podem ser modificadas pela mudança da
inclinação do aparelho.
Indicações:
● Seqüelas pulmonares póscirúrgica
● Problemas respiratórios de origem neurológica ou traumática
● Sempre que a secreção for um fator agravante
● Higiene brônquica de crianças sob ventilação mecânica.
É uma técnica de variação de fluxo aéreo lenta;Auto remoção de secreções brônquicas por
meios de respirações com diferentes volumes pulmonares (expirações lentas e ativas);
Objetivo:
Maior fluxo aéreo dentro da V.A para deslocar e mobilizar secreções ( V.Aperiféricas==
centrais);
3 fases
BAGSQUEEZING
Utilizado para pacientes que cursam com quadro de hipersecreção pulmonar e tampões
mucosos, e que estejam necessitando da utilização de ventilação artificial, por meio de um
aparelho de ventilação mecânica invasiva.Consiste na utilização de uma bolsa de
hiperinsulflação pulmonar (ambu) e técnicas de vibração e compressão torácica.
Contra Indicações:
● Casos de instabilidade hemodinâmica
● Hipertensão intra craniana
● Hemorragia periintraventricular grave
● Osteopenia da prematuridade
● Distúrbios hemorrágicos
● Graus acentuados de refluxo gastroesofágico
● Hiperinsuflação manual= superdistender áreas já infladas= mas deixam outras áreas
colapsadas=risco de pneumotórax;
Pacientes que estejam necessitando de ventilação artificial por meio de ventilação mecânica
invasiva;
Em situações como osteoporose ou osteopenia importante, plaquetopenia;
Elevar a pressão positiva expiratória final até um mínimo de 10cmH2O;
Levar esta pressão até zero (Zeep) juntamente com a vibrocompressão realizada sobre a
parede torácica
Retornar a pressão expiratória final aos níveis anteriores aos dos antes da realização da
manobra.
Contra indicações
DRENAGEM POSTURAL
A drenagem postural pode ser considerada uma técnica respiratória, que tem como objetivo
drenar secreção pulmonar da árvore brônquica, por esse motivo, às vezes recebe a
denominação de drenagem brônquica ou drenagem postural broncoseletiva. Sua principal
fundamentação é o uso da ação da gravidade. Neste sentido, ao reportamonos a anatomia
da árvore brônquica, notamos que esta tema configuração de uma arvore em posição
invertida. Isto é, com os troncos para cima e os galhos de folhas para baixo.
● Pósoperatórios imediatos
● Edema pulmonar
● Insuficiência cardíaca congestiva
● Embolia pulmonar
● Hemoptise ativa
● Pressão intracraniana maior que 20mmHg
● Hemorragia ativa com instabilidade hemodinâmica
● Cirurgia medula recente ou lesão medular aguda
● Derrames pleurais volumosos
● Infarto do miocárdio
● Sempre que o paciente referir intolerância à posição.
Observações:
Expiração Abreviada
São inspirações nasais profundas seguidas por expirações orais abreviadas. Assim há
melhora da CRF, CPT e do VRE7.
Espirometria
Este exame é realizado nos pacientes encaminhados pela equipe médica, com a finalidade
de complementar o diagnóstico.
Técnica FluxoPressão
Espirometria Nasal
Um espiromêtro é adaptado para medir o fluxo nasal, via uma peça nasal, e pode ser
programado a reproduzir o volume de ar expirado de cada passagem nasal, durante a
manobra de capacidade vital lenta, seguida de uma máxima inspiração (FYRMPAS et al.,
2011).
Essas medidas expressam o volume de ar expirado de cada cavidade nasal. Essa razão do
volume de ar expirado indica o fluxo nasal de uma narina em relação à outra, avaliando
dessa forma, assimetrias de fluxo. Tal indicador é representado pela razão do fluxo entre
cada narina. Os valores variam de 1 a 1. O valor de 1 indica ausência de fluxo da narina
esquerda e valor 1 indica ausência de fluxo nasal na narina direita. (CUDDIHYe ECCLES et
al., 2003). A variável analisada é o fluxo nasal.
A pressão inspiratória máxima (PImáx) é o método mais usado para medir a força
inspiratória em pacientes com suspeita de fraqueza ventilatória.(3) Baseiase na medida da
pressão nas vias aéreas superiores (boca para pacientes ambulatoriais e traqueia para
pacientes intubados ou traqueostomizados) durante uma inspiração máxima voluntária. A
pressão medida é uma composição da pressão gerada pelos músculos inspiratórios com a
pressão de recolhimento elástico do pulmão e caixa torácica.
A medida pode ser feita com manovacuômetro analógico ou digital. A preferência é por
aparelhos digitais, porque o maior valor de PImáx acontece brevemente e pode ser perdido
num mostrador analógico . Habitualmente, a medida é feita com o paciente sentado, com ou
sem clipe nasal e pedindose que o paciente expire até o VR e depois faça uma inspiração
máxima e mantenha o esforço máximo por 1 a 2 segundos. Para evitar que o fechamento
da glote e a pressão gerada pelos músculos da boca superestimem a medida, deve haver
uma abertura de 2 mm de diâmetro no bocal, que pode ser rígido tubular ou de borracha.
Este último traz valores ligeiramente maiores.
A busca por um método para medir a força inspiratória contornando as limitações da PImáx
e ao mesmo tempo não sendo invasivo (sem a necessidade de balão esofágico) gerou a
proposta de medida de pressão via nasal..O termo SNIP é uma abreviatura do inglês sniff
nasal inspiratory pressure, que se traduz por pressão inspiratória medida na narina durante
uma manobra inspiratória rápida e profunda similar a fungar ("sniff" no inglês). A SNIP mede
a ação conjunta do diafragma e dos outros músculos inspiratórios e reflete acuradamente a
pressão esofágica (Pes), com a vantagem de ser não invasiva. No entanto, a correlação
entre a Pes e a SNIP diminui quando há grande obstrução das vias aéreas, o que ocorre na
asma e na DPOC. Estudos eletromiográficos demonstram que durante a manobra de SNIP
observase uma contração seletiva dos músculos envolvidos na respiração, principalmente
os músculos acessórios inspiratórios, demonstrando a especificidade do teste.
Na medida da Pbo, a área transversal do bocal deve ser larga o suficiente para evitar erros
decorrentes do efeito Bernoulli (a redução da área transversal de uma tubulação aumenta a
velocidade do gás e reduz a pressão). Adicionalmente, a complacência das bochechas
Pressão transdiafragmática
A pressão transdiafragmática (Pdi) é a diferença entre a pressão gástrica (Pga) e a Pes (Pdi
= Pga − Pes; Figura 4) e traduz a força gerada especificamente pelo diafragma e não pelos
outros músculos da ventilação.
A medida da Pdi pode ser feita com cateteres com balão de látex cheio de ar, cateteres
preenchidos com líquido ou cateteres com microtransdutores. Os cateteres de balão
Usando os cateteres com balão de látex, que são os mais comuns, um cateter é locado no
esôfago distal e outro no estômago. Para garantir a posição correta, devese observar as
curvas da Pga e Pge. Este reconhecimento é facilitado porque durante a inspiração, a Pes
negativase e a Pga positivase, numa imagem em espelho. A manobra final para assegurar
que a Pes do balão está correta é comparála com a Pbo do bocal ocluído. Se a posição
esofágica estiver correta, ou seja, refletindo bem a pressão pleural, a variação da Pes será
pelo menos 80% da variação da Pbo. Este teste confirmatório é conhecido como teste de
Baydur e é validado para diferentes volumes pulmonares e posições posturais.
Ultrassonografia diafragmática
Testes funcionais não invasivos têm sido desenvolvidos e utilizados para avaliação de
função pulmonar, contribuindo para um melhor entendimento da fisiologia respiratória em
indivíduos normais e auxiliando no diagnóstico funcional da função pulmonar precocemente,
bem como na tomada de decisões terapêuticas.
Posicionamento do paciente:
Destravar o aparelho e solicitar expiração lenta máxima até nível de capacidade residual.
Realizar a leitura;
Importante: se o último dos três valores mensurados for o maior, deverá ser realizada nova
repetição, até que a última medida não seja a maior obtida.
Valores de normalidade
65 – 75 ml/Kg
Ex: indivíduo de 70 Kg e 1,80 metros de altura:
CVL normal = 75 x 70
CVL = 5250 ml
Em caso de pacientes com IMC acima de 30, utilizar o peso ideal e não o peso real.
Cálculo do IMC (Kg/m2)
IMC = peso/altura2
Cálculo do peso ideal: peso ideal = 25 x altura2
Homens de 20 a 80 anos:
PImáx(cmH2O) = 0,80 × idade + 155,3
NOVA EQUAÇÃO (2010) = 1,24 × idade + 232,37
Mulheres de 20 a 80 anos:
PImáx(cmH2O) = 0,49 × idade + 110,4
NOVA EQUAÇÃO (2010) = 0,46 × idade + 74,25
Homens de 20 a 80 anos:
Pemáx(cmH2O) = 165,4 – 0,81 x idade
NOVA EQUAÇÃO (2010) = 1,26 × idade + 183,31
Mulheres de 20 a 80anos:
Pemáx(cmH2O) = 115,6 – 0,61 x idade
NOVA EQUAÇÃO (2010)= 0,68 × idade + 119,35
Peak Flow
OBJETIVOS:
Definir a presença ou ausência de obstrução das VA, através da leitura do PFE (pico de
fluxo expiratório)
Avaliar a capacidade de resposta ao broncodilatador;
Avaliar se a tosse do paciente é eficaz, através da leitura do PFT (pico de fluxo da tosse)
muito utilizado para pacientes com asma para acompanhamento; neste caso o paciente faz
diariamente as anotações, objetivando:
● Confirmar se está bem, fora da crise.
● Reconhecer o início de uma crise.
● Reconhecer a piora da asma:
● Saber se há necessidade de mudar a medicação
● Ajudar a cumprir o plano de tratamento
●
Sopros: Entre os exercícios úteis para fortalecer a expiração, o mais simples consiste na
realização de inspirações profundas seguidas de expirações pela boca efetuadas com os
lábios entreabertos, de modo a obstruir a saída do ar. Este exercício não deve ser efetuado
muitas vezes, pois o excesso de oxigenação pode provocar enjoos e sensação de
formigueiro.
Percussão: Este procedimento consiste na aplicação de uma série de ligeiros golpes sobre
o peito e costas do paciente com o objetivo de favorecer a libertação das secreções
brônquicas e a sua posterior expulsão para os brônquios principais. Esta prática ainda mais
benéfica quando também é realizada uma drenagem postural assim, as secreções libertas
das distintas aéreas pulmonares circulam até aos brônquios principais, onde depois são
expulsas até à cavidade bucal. Os golpes devem ser realizados com as mãos dobradas em
forma de concha, da periferia para o centro, durante três ou quatro minutos em cada aérea
Dessa forma, quando houver algum acometimento da dinâmica diafragmática, ele pode
manifestarse por:
Portanto a ação não coordenada dos músculos respiratórios, gerada por algum distúrbio (e
não somente uma patologia pulmonar de base) pode ocasionar alteração no processo
fisiológico da respiração.
Por outro lado, após a inserção dos exames laboratoriais, de imagenologia e constituintes
biológicos, a interação do profissional médico com o paciente têm se desgastado, havendo
menor interesse do profissional em relação às reclamações durante as consultas,
ocasionado em maior número de exames realizados, onde o Sistema Único de Saúde –
SUS mostra que as consultas médicas resultam em 52% a 76% em solicitação de exames
complementares
Os exames laboratoriais que homens e mulheres devem fazer ao realizar um checkup são:
• Glicemia: dosagem dos níveis de açúcar no sangue, para diagnóstico da diabetes ou das
hipoglicemias.
.A fisioterapia aplicada na UTI tem uma visão geral do paciente, pois atua de maneira
complexa no amplo gerenciamento do funcionamento do sistema respiratório e de todas as
atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória. É fundamental que as
vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcionem adequadamente.
A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois
atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e
musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Ela também
atua na otimização (melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização contínua dos
gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para que os
pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a força
dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem
provocar contraturas e úlceras de pressão.
Vários são os fatores que podem contribuir para a ocorrência de neuropatias no paciente
crítico, sendo os principais: idade avançada gênero feminino, diabetes mellitus,
anormalidades metabólicas, hiponatremia, hiperuremia, hiperglicemia, uso prolongado de
medicações (como corticoides, sedativos e bloqueadores neuromusculares), disfunção em
dois ou mais órgãos, VM, elevado tempo de permanência na UTI e imobilismo.O
diagnóstico das disfunções neuropáticas é complexo e dificultado pelo nível de consciência
dos pacientes, que, em muitos casos, encontrase diminuído, por eles estarem sedados e
Ainda não se dispõe de nenhuma terapia efetiva para tratamento da neuropatia no paciente
crítico. Contudo, sob o enfoque multidisciplinar, já há indícios de efetividade no que se
refere à abordagem fisioterapêutica, auxiliando na recuperação dos pacientes. Nessa
realidade, além de "apenas tratar", os profissionais de saúde devem utilizar medidas
profiláticas para prevenir complicações osteomioarticulares no paciente, sendo que a
aplicação de uma abordagem terapêutica múltipla, incluindo controle glicêmico rígido,
nutrição adequada, mobilização precoce, sedação superficial, uso cauteloso de esteroides e
bloqueadores neuromusculares, pode ajudar a garantir um melhor estado funcional dos
sujeitos acometidos pela neuropatia do paciente crítico.
Estudos atuais demonstram que mais atenção tem sido dada à mobilização precoce do
paciente crítico, sendo considerada uma intervenção segura e viável após a estabilização
cardiorrespiratória e neurológica do paciente, e que raramente provoca reações adversas.
Utilizada por muitos fisioterapeutas, a mobilização precoce deve ser aplicada diariamente
nos pacientes críticos internados em UTI, tanto naqueles estáveis, que se encontram
acamados e inconscientes (sob VM), quanto naqueles conscientes e que realizam a marcha
independente.Contudo, apesar de evidências mostrarem que a mobilização precoce do
paciente promova uma diminuição dos efeitos deletérios do imobilismo, proporcionando
uma melhor evolução clínica dos indivíduos, alguns profissionais da saúde ainda se
mostram receosos em mobilizar pacientes sob VM e acabam por restringir esses sujeitos à
inatividade.
Alguns centros de saúde optam por iniciar tal terapia apenas após a alta do paciente da
UTI, devido a desconhecimento de muitos profissionais que generalizam os pacientes
críticos como sendo "muito doentes" para tolerar exercício físico na fase inicial do
tratamento.
Para trabalhar numa unidade de terapia intensiva é necessário entender qual tipo de
paciente poderemos encontrar nela. O paciente para ser admitido nessa área de internação
precisa ser grave ou de risco, mas com possibilidade de recuperação. Podemos descrever
resumidamente estas duas situações:
Nas duas situações visualizamos clientes em situações críticas de saúde. Quais são as
patologias que mais levam os pacientes a este estado? O que é, de fato, essa situação
crítica?
A terapia de expansão pulmonar tem por objetivo principal incrementar o volume pulmonar
através do aumento do gradiente de pressão transpulmonar, seja por redução da pressão
pleural ou por aumento na pressão intraalveolar. Desta forma, pacientes em ventilação
espontânea (VE) ou sob VM, por ação dos músculos respiratórios ou utilização de
dispositivos ou equipamentos que gerem pressões positivas intraalveolares, podem se
beneficiar dos efeitos positivos da
expansão pulmonar.
O uso de dispositivos e equipamentos que gerem pressão positiva nas vias aéreas tem
indicação para aumento do volume inspiratório (hiperinsuflção manual, respiração por
pressão positiva intermitente (RPPI) e hiperinsuflção com o ventilador) e aumento da
capacidade residual funcional (pressão de via aérea positiva contínua, continuous positive
airway pressure (CPAP), pressão de via área expiratória positiva expiratory positive airway
pressure (EPAP) e pressão expiratória positiva (positive expiratory pressure (PEP)), em
pacientes não cooperativos e cooperativos com CVF inferior a 20 ml/kg.
O uso de dispositivos ou equipamentos que gerem pressão positiva nas vias aéreas pode
ser aplicado somente na fase inspiratória, somente na fase expiratória ou em ambas as
fases da respiração. Neste grupo estão os dispositivos que oferecem RPPI, EPAP, CPAP e
ventilação com dois níveis de pressão nas vias aéreas.
EPAP é uma técnica que consiste na aplicação de pressão positiva somente durante a fase
expiratória do ciclo respiratório. Esta pressão positiva é produzida por dispositivos que
geram resistência ao flxo expiratório, como válvulas springloaded, que podem estar
conectados a máscaras, bocais ou diretamente à via aérea artifiial (VAA) dos pacientes. A
pressão positiva expiratória fial (positive expiratory end pressure PEEP) produzida
promove aumento dos volumes
pulmonares e recrutamento alveolar.
A CPAP é obtida com gerador de flxo podendo ser utilizada em pacientes em VE com e
sem VAA e consiste na aplicação de um nível de PEEP associada a um fluxo inspiratório
nas vias aéreas. Os benefícios do uso da CPAP estão largamente descritos na literatura e
estão diretamente relacionados ao aumento da pressão alveolar e da CRF. Estes
benefícios, consequentemente, determinam recrutamento de alvéolos previamente
colapsados.
Nos pacientes com uma VAA a hiper insuflação manual ou com o ventilador promovem a
expansão das unidades pulmonares colapsadas por meio do aumento do fluxo aéreo para
as regiões atelectasiadas através dos canais colaterais, do mecanismo de interdependência
alveolar e da renovação do surfactante alveolar. Além disso, a ventilação colateral às
nidades alveolares obstruídas favorece o deslocamento das secreções pulmonares das vias
aéreas periféricas para regiões mais centrais, promovendo a expansão das atelectasias.
A seleção da intervenção para terapia de higiene brônquica obedecerá a seu principio ativo
e indicação: aumento do volume inspiratório (posicionamento,
hiperinsuflção manual, mobilização e exercícios respiratórios), aumento do flxo expiratório
(posicionamento, hiperinsuflção manual, mobilização, tosse, huffi e exercícios respiratórios),
oscilação (percussão, vibração, oscilação oral de alta frequência) e aumento da CRF
(posicionamento, CPAP, EPAP e PEP)
As oscilações devem ser utilizadas objetivando aumentar a interação flxo aéreo e muco,
modificando propriedades viscoelásticas das secreções através de variações nas pressões
intratorácicas.(1)
Outro parâmetro importante a ser avaliado nos doentes críticos é a independência funcional
prévia ao internamento na UTI através das escalas de Barthel e da Medida de
Independência Funcional (MIF), para quantifiação da perda funcional durante internamento
e para melhor direcionamento do tratamento fisioterapêutico.(1)
A disfunção muscular respiratória deve ser identificada pela avaliação sistemática e seriada
das pressões geradas pelos músculos inspiratórios (PImáx) e expiratórios (PEmáx), em
pacientes cooperativos e não cooperativos, além da mensuração do máximo volume de ar
mobilizado pelo sistema respiratório de forma voluntária através da manobra de capacidade
vital (CV) em pacientes
cooperativos.
Além do imobilismo, que causa atrofia muscular por desuso, a fraqueza muscular adquirida
na UTI, pode ser causada pela miopatia ou polineuropatia do doente crítico. Como
alternativa de prevenção e tratamento dessas doenças neuromusculares a fisioterapia tem
sido defendida através de programas de mobilização precoce no paciente crítico.
Entretanto, ainda são escassas as publicações envolvendo a aplicação uniforme de
protocolos de mobilização pela fisioterapia em pacientes críticos, assim como, são
necessários mais estudos
dos seus efeitos sobre a função pulmonar, desmame da ventilação mecânica, qualidade de
vida, tempo de estadia na UTI e internamento hospitalar.
Este recurso também é bastante utilizado na prática clínica como técnica para acelerar o
desmame da VM pelo aumento de força e resistência dos músculos respiratórios em
pacientes dependentes da VM. Entretanto, existem apenas
quatro estudos de relatos de séries de caso que demonstram os benefícios destes
dispositivos no ganho da força dos músculos inspiratórios, aumento do tempo de respiração
espontânea e promoção do desmame da VM.(1)
Posicionamento funcional
A EENM deve ser utilizada em pacientes portadores de DPOC ou doentes crônicos, para
estimular a contração muscular voluntária e potencializar o desempenho funcional.
O status fisiológico do paciente crítico pode flutuar consideravelmente ao longo do dia. Além
disso, administração de sedação, sessões intermitentes de hemodiálise e avaliações e
preparações para desmame da VM podem dificultar a realização dos exercícios físicos, o
que exige a elaboração de um planejamento individualizado e com maior flexibilidade
possível, baseandose no status fisiológico que o paciente apresenta na hora da atividade.
Apesar de existirem relatos que a mobilização passiva isolada pode aumentar o consumo
de oxigênio em até 15% em pacientes críticos, com significante aumento de variáveis
metabólicas e hemodinâmicas,(108) e a mesma deve ser instituída precocemente no
Estes protocolos de mobilização vão desde exercícios com menor taxa metabólica como a
mobilização passiva, a realização de transferências até exercícios com carga para membros
superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII) e a utiliza ação de ergômetros.(1)
A fisioterapia no paciente criticamente enfermo tem exigido cada vez mais com que o
fisioterapeuta forneça provas do seu papel no manejo do paciente crítico. Ela é vista como
uma parte integrante da equipe multidisciplinar na maioria das UTIs, porém necessita
demonstrar boa relação custo benefício, sendo necessário para isto um maior número de
ensaios clínicos aleatórios.
Percebese então que a intervenção precoce é fundamental para melhora do estado geral
do paciente, melhorando do nível de consciência, aumento da independência funcional,
ganho de força e resistência muscular, melhora da flexibilidade articular, melhora da aptidão
cardiovascular e aumento do bemestar psicológico. Podendo ainda acelerar a recuperação
do paciente. Logo, é considerada uma terapia de ampla atuação e que aperfeiçoa a
recuperação funcional, principalmente nos primeiros dias de internação hospitalar.
Há pouco tempo a fisioterapia só poderia iniciar sua abordagem terapêutica após a alta
hospitalar. Hoje apresenta grande alteração, iniciando já na fase aguda da injúria térmica e
permanecendo até aproximadamente dois anos após a alta hospitalar, ambulatorialmente,
nas queimaduras de espessura total. Será dada ênfase neste capítulo apenas à fase aguda
hospitalar.
GRAU DE QUEIMADURA
A dor tem dois processos básicos de origem, a lesão tecidual ou alteração do SN, quer
central ou periférico. Há situações em que os dois processos estão envolvidos. Quando a
dor tem sua origem nos tecidos que não o SNC, denominamola de dor periférica e quando
sua origem é no próprio SNC, de dor central.
O uso de drogas, que hoje sabemos ter ação central (talamoespinhal) e periférica (lesão),
do tipo antiinflamatórios não esteroidais (bloqueadores de enzimas de conversão tipo
COX2 [ciclooxigenase]), analgésicos não opióides e opióides, antidepressivos tricíclicos,
anestésicos locais, têm contribuído para amenizar o sofrimento destes pacientes. Os
antidepressivos e hipnóticos têm valioso papel na terapêutica da dor.
Pneumonia
A forma mais comum desta complicação é a broncopneumonia ou pneumonia de
contaminação por via aérea. São precoces e relacionadas a diversos fatores, como a
extensão da queimadura, a broncoaspiração, a lesão por inalação e presença de um tubo
orotraqueal ou de uma cânula de traqueostomia.
A pneumonia também pode ocorrer por via hematogênica. Esta era a forma mais freqüente
de infecção antes do advento da terapêutica antimicrobiana tópica. Fontes de pneumonia
hematogênica incluem a área queimada, tromboflebite supurativa, perfuração de uma
víscera oca, infecções ocultas de tecidos moles e endocardite bacteriana.
Embolia Pulmonar
Tratase de uma complicação freqüente e potencialmente séria; a queimadura está
relacionada, na sua fase inicial, a um estado de hipercoagulabilidade e é necessária
Em pacientes com alto risco de embolia pulmonar ou com complicações hemorrágicas que
contraindiquem o uso de heparina, devese usar o filtro de veia cava inferior
profilaticamente.
Insuficiência Renal
Com os conhecimentos atuais a respeito da fisiopatologia das queimaduras, a mortalidade
referente ao choque hipovolêmico tem decrescido acentuadamente, mesmo em grandes
queimados. Atualmente observamos quadros hipovolêmico naqueles pacientes que têm
retardado o início do tratamento, quer por demora ao chegar ao hospital ou por atraso na
transferência para um centro especializado sem que a hidratação seja iniciada.
Tratamento especial tem de ser dado aos pacientes vítimas de queimaduras elétricas,
carbonizações ou queimaduras associadas a esmagamentos. Estes indivíduos podem
desenvolver necrose tubular aguda pela ação renal direta dos produtos de degradação da
mioglobina, liberados pelo músculo lesado. Estes pacientes requerem uma reposição
hídrica maior e muitas vezes associada aos diuréticos osmóticos no intuito de promover um
grande débito urinário.
Infecção Urinária
É uma complicação freqüente por causa do uso da sonda vesical de demora, para controle
do débito urinário nos grandes queimados. Outros fatores podem contribuir para a infecção,
como a queimadura de períneo, o uso de antibióticos de largo espectro, doenças obstrutivas
do trato genitourinário etc. Além destas causas de infecção ascendente, os rins também
podem ser sede de infecção via hematogênica de focos localizados a distância.
O quadro clínico é caracterizado por febre alta, calafrio, disúria e dor em loja renal. O exame
de urina evidenciará piócitos, hemácias e cilindros granulosos. A cultura de urina confirmará
a infecção e isolará o germe fornecendo o antibiograma. Os germes mais freqüentemente
ANEMIA
O uso de eritropoietina humana recombinante foi feito em trabalho duplo cego que concluiu
que ela não previne a ocorrência de anemia e não diminui a necessidade de
hemotransfusão em pacientes com queimaduras acima de 35% de superfície corporal.
A anemia agrava muito o quadro clínico do paciente, não devendo ser preterida a reposição
de concentrado de hemácias, devendose manter sempre o hematócrito superior a 30%.
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Íleo
O íleo adinâmico é descrito como um complicador da queimadura nas primeiras 2448 h
póstrauma. Raramente se observa o quadro clássico de íleo, com distensão abdominal,
vômitos, náuseas e ausência de ruídos hidroaéreos à ausculta.
Diarréia
Pacientes grandes queimados desenvolvem freqüentemente diarréia no curso do
tratamento, sendo a causa certamente multifatorial. É comum a presença de verminose
associada, principalmente nos pacientes pediátricos, devendo ser feita a pesquisa de
helmintos e protozoários nas fezes para administração de antiparasitários específicos.
Maior preocupação é com a infestação por Strongiloides stercoralis que pode causar grave
infecção nos pacientes imunocomprometidos. O uso de dieta via enteral hipercalórica e
hiperosmolar, de antibióticos de largo espectro, a baixa albumina sérica, entre outros,
contribuem para a presença da diarréia.
Esofagite
Não tem uma freqüência superior àquela encontrada em necropsias de uma população
hospitalizada em geral. E causada principalmente pelo uso de sonda nasogástrica que
facilita o refluxo gastroesofágico de material ácido.
O paciente queixase de pirose e de dor retroesternal, agravada pela alimentação por via
oral.
O tratamento é feito com a alcalinização do meio gástrico, com drogas que facilitem o
esvaziamento gástrico como metoclopramida ou bromoprida, permanência do paciente em
Pancreatite Aguda
Pacientes com queimaduras extensas também são freqüentemente acometidos de
pancreatite aguda. O quadro clínico de dor abdominal não é observado e a doença não é
diagnosticada habitualmente. Deve o clínico sempre suspeitar quando o paciente evolui mal
e fazer análises seriadas das enzimas pancreáticas e realizar exames de imagem para
confirmar o diagnóstico.
Lesões Hepáticas
Nas primeiras 24 h pósqueimadura, observase em grandes queimados elevação nos
níveis séricos das enzimas hepáticas, sem que apresentem quaisquer manifestações
O quadro deve ser suspeitado naqueles pacientes com distensão abdominal pósprandial,
vômitos em grande quantidade ou grandes volumes de aspirado gástrico. O diagnóstico é
suspeitado pela seriografia esôfagoestômago duodeno que evidenciará dilatação do
duodeno proximal e obstrução duodenal ao nível dos vasos mesentéricos. Este exame
servirá para determinar a posição que o paciente deverá adotar para facilitar o
esvaziamento gástrico.
Lesões Intestinais
São pouco freqüentes as lesões intestinais. Elas podem ser observadas ocasionalmente em
doentes graves, em razão de isquemia da mucosa, que pode causar úlceras de íleo e de
cólon que, por sua vez, podem perfurar e causar peritonite fecal. São complicações que
ocorrem em indivíduos já com grave quadro infeccioso, o que torna o diagnóstico muito
difícil.
O espectro clínico é muito variável; a maioria dos pacientes tem eólicas e dor abdominal,
febre e leucocitose associados a diarréia, que regridem rapidamente com a suspensão do
antibiótico. Foram descritos casos graves com megacólon tóxico e perfuração do cólon. O
diagnóstico é feito pela pesquisa da citotoxina do C. difficile nas fezes.12 A
retossigmodoscopia pode auxiliar no diagnóstico, não pode porém estabelecer a etiologia. O
tratamento é feito com uso da vancomicina, antibiótico eficaz contra o C. difficile.
COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
Pode ser uma patologia não reconhecida, como causa de choque e edema pulmonar em
pacientes queimados. Andes diagnosticou IAM em 11 pacientes que faleceram entre os 450
pacientes queimados internados num período de 21 meses; a idade dos pacientes variou de
19 a 75 anos e a extensão da queimadura de 13 a 81% da superfície corporal total. Goff14
fez uma revisão de 2.477 admissões de pacientes queimados, observando 8% de casos de
infartos agudos do miocárdio entre aqueles pacientes, com uma mortalidade 3,5 a 4 vezes
superior à de infartados sem queimaduras internados em unidades coronarianas.
Queimadura elétrica por alta voltagem está associada à alta incidência de anormalidades
cardíacas, como alterações eletrocardiográficas, ecocardiográficas e na cintigrafia
miocárdica, e elevação de CPKMB.
Arritmia Cardíaca
Pode ser uma complicação do infarto agudo do miocárdio ou ocorrer de forma isolada,
sendo a mais freqüente alteração cardiovascular observada nos queimados.
Tromboflebite Supurativa
Ocorre por contaminação das veias previamente canuladas no paciente queimado. Está
diretamente relacionada com a duração de canulação. Ocorre com mais freqüência em
veias dos membros inferiores.
Todos os pacientes com quadro de infecção devem ter suas veias atual e previamente
canuladas exploradas, as incisões devem ser abertas, as ligaduras vasculares removidas e
o conteúdo das veias examinados. O diagnóstico é confirmado quando o conteúdo luminal é
purulento. O tratamento consiste na excisão da área comprometida da veia envolvida.
Endocardite Bacteriana
A infecção das valvas e cordoalhas tendíneas ocorre muito mais freqüentemente no grande
queimado do que na população hospitalar em geral. Os focos primários de infecção, que
servem como fonte para o comprometimento cardíaco, se localizam na própria queimadura
e na tromboflebite supurativa. O Staphylococcus aureus foi o microorganismo mais
freqüentemente isolado nas hemoculturas realizadas.
A terapia antibiótica endovenosa deverá ser logo instituída. Pela grande prevalência da
infecção pelo estafilococo, um antibiótico resistente à penicilinase deverá ser instituído.
Neste caso utilizamos a oxacilina, associada à gentamicina, pela evidência de sinergismo
entre estes antibióticos contra o S. aureus.
Atualmente tem sido observada freqüência cada vez maior de estafilococos resistentes à
meticilina (MARSA) no ambiente hospitalar. Quando eles causam endocardite bacteriana, é
indicado o uso de vancomicina. Todo o esforço deve ser feito na erradicação deste
COMPLICAÇÕES TRANSFUSIONAIS
A hemólise por aloanticorpos pode ser intravascular e está comumente relacionada com a
incompatibilidade no sistema ABO. Os sintomas incluem ansiedade, taquicardia, taquipnéia,
rubor, dor torácica ou lombar, náuseas seguidas de choque e sinais de insuficiência renal.
Exames laboratoriais evidenciam níveis elevados de hemoglobina, tanto no plasma quanto
A hemólise extravascular em geral é causada por anticorpos do sistema Rh, mas outros
anticorpos dos sistemas Kell, Duffy e Kidd também se enquadram neste padrão. As
manifestações clínicas são brandas, em geral malestar e febre, e as reações são
retardadas. O melhor indicador laboratorial é o aumento da bilirrubina indireta aliado ao fato
do hematócrito não atingir os níveis esperados.
O tratamento consiste em evitar novas transfusões, a menos que haja risco de vida; usar
diuréticos osmóticos na prevenção da necrose tubular aguda e iniciar o tratamento geral do
choque com reposição volêmica e uso de aminas vasopressoras.
Diversas são as doenças infecciosas transmitidas pelo sangue; em sua maioria, por terem
um período de incubação longo, irão se manifestar após a alta hospitalar. Podemos citar:
AIDS, malária, toxoplasmose, brucelose, sífilis, hepatite, doença de Chagas,
citomegalovirose etc. A profilaxia será feita pela seleção rigorosa dos doadores.
Além destas doenças, o sangue pode ser contaminado por bactérias durante sua
manipulação ou armazenamento, levando a alterações clínicas que variam de febre e
calafrios até o choque bacteriêmico propriamente dito. O tratamento consiste na suspensão
do sangue, uso de antitérmicos e prometazina e, em caso de choque, reposição volêmica e
aminas simpaticomiméticas; altas doses de corticóides podem ser usadas neste caso. O
sangue utilizado deverá ser cultivado no intuito de ser identificado o patógeno contaminante.
O osso pode também ser sede de infecção causada por focos distantes. O diagnóstico é
feito por cintigrafia óssea; a radiologia não costuma ser elucidativa nos casos agudos. A
ressonância magnética nuclear tornase valiosa na definição de abscessos e compressão
da medula espinhal na osteomielite de coluna vertebral. O diagnóstico etiológico é feito pela
identificação do germe em cultura de sangue e do osso. O tratamento é feito com
antibioticoterapia sistêmica; ocasionalmente é necessário debridamento cirúrgico.
Atenção também deve ser dada às alergias, uma vez que o paciente habitualmente fará uso
de diversas substâncias por via oral, endovenosa ou tópica que podem levar a
manifestações clínicas de alergia, como asma ou urticária.
OUTRAS COMPLICAÇÕES
Úlcera de Marjolin
Tratase de carcinoma de células escamosas que se origina em queratinócitos epidérmicos.
Surge em cicatriz de queimaduras. 0 diagnóstico é feito por biopsia e exame histopatológico
da lesão.
Tétano
Por ser a escara da queimadura um meio anaeróbico potencialmente capaz de servir de
meio de cultura para o Clostridium tetani, a profilaxia do tétano tornase essencial mesmo
em queimaduras superficiais. Devemos administrar gamaglobulina hiperimune para
fazermos a imunização passiva e iniciamos a imunização ativa com o toxóide tetânico.
Esta fase do tratamento pode ser definida como “as primeiras 6 a 12 horas
pósqueimadura”. As metas desta fase dirigemse aos principais problemas com risco de
vida, e à estabilização do paciente por meio de procedimentos projetados para conseguir os
seguintes objetivos:
Inicialmente, o paciente precisa ser transportado, desde o local da ocorrência da lesão até
um hospital de tratamento. Se possível, o transporte se fará diretamente para o centro de
queimados. A meta do tratamento em trânsito consiste na estabilização do paciente e na
manutenção de uma via respiratória.
GRAU DE HIDRATAÇÃO
A queimadura constitui uma das maiores agressões que o organismo pode suportar. O
desequilíbrio hidroeletrolítico decorrente do trauma térmico é tão intenso que culmina no
estabelecimento de um quadro agudo de choque hipovolêmico. O choque é agravado, nos
dias subseqüentes, pela perda contínua de água através da superfície queimada. Esta
perda pode atingir um volume de até 120 ml/m^ e permanecer enquanto não se completar a
cicatrização.
Com o decorrer dos dias, há uma redução da perda hídrica e vários fatores contribuem para
essa redução. Como exemplo, citamos a aplicação tópica do creme antimicrobiano que
reduz em até 30% a perda hídrica.
GRAU DE ANEMIA
E muito comum encontrarmos pacientes queimados extremamente hipocorados,
apresentando hematócritos muito baixos. Na dependência do grau de queimadura e da
extensão da área lesada, ocorre uma discreta hemólise no ato do trauma térmico. Em
decorrência da intensa fuga de líquidos para o interstício tanto do tecido queimado quanto
do não queimado e da hemoconcentração resultante, a hemólise passa despercebida e
dificilmente ultrapassa 10% do hematócrito original.
Um desses fatores é a redução da vida média normal das hemácias de 120 dias para
aproximadamente 40 dias. Esta redução é decorrente da destruição periférica das hemácias
pois, se transfundirmos o sangue de um queimado para um paciente normal, a expectativa
de vida das mesmas é normal; observamos também que a meiavida das hemácias
transfundidas para o queimado é reduzida da mesma forma.
ICTERÍCIA
Não é raro que pacientes queimados desenvolvam um quadro de icterícia colestática.
Alguns trabalhos mostram que a queimadura provoca um desarranjo estrutural dos
sinusóides hepáticos e a vacuolização dos hepatócitos (esteatose). Laboratorialmente
evidenciase um aumento discreto das transaminases (TGO e TGP), da fosfatase alcalina e
das bilirrubinas, predominando a bilirrubina direta.
A icterícia geralmente é transitória e não deve ser considerada como sinal de gravidade e
mau prognóstico. Observamos uma maior incidência de icterícia em pacientes com história
prévia de alcoolismo. A icterícia decorrente da sepse no queimado possui uma diferente
patogenia e constitui fator de mau prognóstico.
AUSCULTA CARDÍACA
A ausculta cardíaca diária deve ser realizada atentamente, pois uma alteração da mesma
pode ser sinal de endocardite. A intensa colonização cutânea aliada a inúmeras invasões
por cateter torna o paciente queimado um alvo em potencial desta grave e não rara
patologia num Centro para Tratamento de Queimados.
A ausculta cardíaca pode ser normal ou revelar a presença de um sopro pancardíaco, mais
audível em ponta, típico de paciente hipercinético. Na maioria das vezes este sopro coincide
com uma queda significante do hematócrito, bastando sua correção para o
desaparecimento do sopro.
AUSCULTA PULMONAR
Na avaliação pulmonar diária, devemos estar atentos ao aparecimento de estertores em
bases; caso seja confirmada sua presença, devemos imediatamente realizar uma
radiografia e pensar na possibilidade de pneumonia bacteriana. Como já citamos, 75% dos
AVALIAÇÃO ABDOMINAL
Em muitos casos, não é possível a realização da palpação abdominal profunda em
decorrência das lesões extensas, porém dois pontos são de extrema importância no exame
abdominal diário, principalmente nos pacientes queimados que estão utilizando suporte
nutricional enteral. Um ponto a ser observado é a presença ou não de distensão abdominal
e o outro é a presença ou não de ruídos hidroaéreos abdominais, indicativos de peristalse.
Para que o suporte nutricional flua sem maiores problemas, devemos estar atentos a esses
dois pontos. A qualquer sinal de mau funcionamento do trânsito intestinal, devemos
suspender ou mesmo alterar o tipo de suporte nutricional empregado.
Segundo O’SULLIVAN & SCHMITZ (1999), o tratamento fisioterapêutico terá início no dia
da admissão. No tratamento fisioterapêutico vamos utilizar os seguintes recursos, que serão
detalhados posteriormente:
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
É importante destacar que se o paciente realizar uma aplicação de enxerto, este não poderá
realizar o tratamento fisioterapêutico no primeiro momento e ele precisará aguardar a total
cicatrização e recuperação cirúrgica a fim de iniciar a fisioterapia. Há duas preocupações
principais na determinação da seriedade e quantidade de área queimada. A primeira é o
percentual da área da superfície corporal total que foi queimada. Outra é a profundidade da
área queimada.
O paciente queimado precisa concentrar toda a sua energia para que se tente ressuscitálo.
Há uma exigência nutricional muito grande apresentada pelo organismo por conta do seu
hipermetabolismo, e, dependendo do caso, o fisioterapeuta não pode manipular esse
paciente, caso contrário, ele irá hiperventilálo e complicar sua parte respiratória. Porém,
este pode atuar no posicionamento, elevando o braço, por exemplo, em abdução de 90º
para evitar a contratura na região axilar ou o mantendo em extensão cervical para evitar a
contratura nessa área.
Vale ressaltar que as regiões cervicais e axilares são as duas áreas de maior risco e que
mais deixam o paciente deformado. Com a queimadura o paciente perde a pele, que é a
proteção do seu corpo, então o primeiro passo a ser dado é a reposição hidroeletrolítica, ou
seja, a hidratação do paciente. Além disso, o fisioterapeuta precisa dar uma atenção
especial à hidratação da pele do paciente, utilizando vários recursos, como por exemplo,
óleos que tem por finalidade mantêla constantemente hidratada. Uma forma de reduzir o
risco da infecção é o trabalho da fisioterapia na redução do edema, que é fator favorável à
colonização bacteriana.
Para Que e Por Que Fazer Fisioterapia com Pessoas que Sofreram Queimadura?
A fisioterapia sempre foi vista como uma terapia empregada em pessoas que apresentavam
sequelas. Na queimadura ela exerce um papel primordialmente preventivo, caso seja
iniciada precocemente, como preestabelecem os grandes centros especializados do mundo.
Caso não seja iniciada precocemente o paciente poderá desenvolver sequelas,
principalmente pela imobilidade ou pela posição antálgica que exerce.
Temos de ter em mente que todo período será cercado de muita insegurança, incerteza e
que um dos maiores obstáculos enfrentados pelo paciente é o medo da dor ou qualquer
situação que possa precipitála. A dor contribui significativamente para uma resposta
emocional que envolve ansiedade, depressão, agressão e regressão, complicando, e
muitas vezes impedindo, a recuperação física e conseqüentemente acarretando seqüelas.
A grande preocupação na qual o fisioterapeuta deve se deter é no que diz respeito ao gasto
metabólico que este paciente possa vir a ter com o excesso de exercício ou intensidade do
mesmo. É de primordial importância o cumprimento de um programa fisioterapêutico bem
distribuído, onde não sejam sobrecarregados nenhum membro, região ou órgão, pois
• As órteses devem distribuir a pressão sobre uma grande superfície para evitar áreas
isoladas de isquemia e de rompimento da pele.
• As órteses devem ser removidas duas vezes ao dia, para realização dos exercícios, e a
terceira para a balneoterapia. Caso seja utilizada apenas no período noturno, deverá ser
retirada logo ao amanhecer para que o membro fique livre para os exercícios.
• Outra importância da órtese é a estabilização no período de enxertia, que deverá ser de
aproximadamente 7 dias ou conforme orientação da equipe cirúrgica.
SEQUELAS
QUADRO RESPIRATÓRIO
Dentre os recursos mais utilizados para atingirmos nossos objetivos, estão as manobras de
desobstruções brônquicas, cinesioterapia respiratória, técnicas de reexpansão pulmonar e a
recuperação da biomecânica ventilatóriarespiratória. Devemos salientar que cicatrizações
torácicas poderão futuramente provocar patologias pulmonares restritivas.
Cerca de 80% dos óbitos ocorridos no local do incêndio são por envenenamento por
monóxido de carbono (CO). O CO tem afinidade para a hemoglobina 200 a 240 vezes maior
que o oxigênio, gerando a hipóxia tissular, acidose e redução na oferta de oxigênio (O2) ao
cérebro.
FASES CLÍNICAS
O curso clínico dos pacientes com inalação de material de combustão é dividido em 3
estágios:
DIAGNÓSTICO
ACHADOS FÍSICOS
Hipersecreção brônquica, tosse, ausculta pulmonar com roncos e sibilos difusos, dispnéia,
desorientação e coma. Esses sintomas têm início, na maioria das vezes, 24 a 48 horas
após a queimadura. O início mais precoce desses sintomas pode representar um sinal de
gravidade.
ACHADOS LABORATORIAIS
∙ Hipoxemia e/ou elevação dos níveis de monóxido de carbono.
MÉTODO DIAGNÓSTICO
Radiografia de tórax — não é um exame específico, pois na maioria das vezes é normal,
mas deve ser solicitado em todos os casos, independente da suspeita de inalação de
material de combustão.
Gasometria arterial — deve ser sempre realizado quando há suspeita de lesão por inalação.
É um exame importante para avaliar e quantificar alterações na hematose, assim como para
o diagnóstico precoce da hipoxemia grave (síndrome de angústia respiratória) e para
acompanhamento evolutivo.
Cintilografia pulmonar com xenônio radioativo — é o método mais específico para definir as
lesões do parênquima pulmonar. Este exame identifica áreas de obstrução total ou parcial
de vias aéreas.
Oxigenoterapia
Em pacientes com suspeita ou com diagnóstico clínico de inalação de material de
combustão, a administração de oxigênio a 100% através de máscara facial deve ser a mais
precoce possível, especialmente nos pacientes passíveis de inalação concomitante de CO.
A administração de oxigênio em altas concentrações irá competir com o CO em relação à
saturação da hemoglobina.
Em pacientes com suspeita de inalação de CO, que apresentem sinais neurológicos que
não sejam revertidos com a administração de altas concentrações de oxigênio sob máscara,
a utilização de oxigenoterapia hiperbárica está indicada.
VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
Pacientes que necessitam de via aérea artificial e ventilação mecânica são aqueles cujas
lesões do parênquima pulmonar, pela inalação, impedem que as trocas gasosas sejam
efetivas.
Caso o quadro clínico piore e haja redução progressiva da complacência pulmonar, com ou
sem elevação da resistência das vias aéreas, a ventilação com limitação de pressão e
pressão positiva expiratória final (PCV+PEEP), utilizando a técnica de volume corrente
reduzido (5 a 7 ml/kg), estará indicada. Esta forma de ventilação é denominada de
hipercapnia permissiva, pois durante seu emprego os níveis de CO2 arterial podem chegar
a 80/90 mmHg.
Também nas formas graves de falência respiratória, associadas ou não à inalação de CO, a
oxigenação extracorpórea (ECMO) pode ser associada a qualquer método ventilatório,
permitindo a redução nos parâmetros de ventilação, redução na fração inspirada de
oxigênio (FÍO2) até a recuperação pulmonar.
Um fator importante nestes pacientes é a questão da morte. Saber lidar com esta situação é
um dos fatores mais angustiantes para os profissionais e exige extrema delicadeza, pois
muitos encaram esta dificuldade experimentando um desconforto com a situação, seguido
de inevitáveis frustrações profissionais. Além disso, a relação da morte e do morrer e seus
A compressão de estruturas no sistema nervoso central pode levar a hipertonia, sendo que
lesões do sistema piramidal refletem hipertonia elástica e pode esta ser proporcionada ou
desproporcionada podendo ser acompanhada do reflexo de Babinsk, ou extrapiramidal
com hipertonia plástica, que levam a alterações em padrões posturais. Hipotonia e
alterações como decorticação e descerebração indicam desconecção das estruturas
diencefálicas e de tronco cerebral, indicando péssimo prognóstico
Alterações do decúbito devem ser realizadas se indicada a cada 23 horas, evitando o
aparecimento de úlceras de pressão, desenvolvimento de contraturas musculares e
deformidades articulares.
A avaliação do sistema ventilatório do paciente tem como objetivo identificar fatores para
insuficiência respiratória, sejam estas por disfunções da oxigenação e/ou da ventilação
Nos pacientes sob assistência ventilatória invasiva, deve ser administrado corretamente o
ajuste dos parâmetros ventilatórios, segundo a necessidade do paciente. Na presença de
sinais e sintomas de desconforto ventilatório, seja por fadiga, fraqueza muscular ou
hipersecreção, devese adotar as manobras de higiene brônquica (MHB) e manobras de
reexpansão pulmonar (MRP) para proporcionar melhora da dinâmica torácica e trocas
gasosa.
O principal mecanismo do TCE pode ser classificado como lesão cerebral focal, resultando
em contusão, laceração e hemorragia intracraniana por trauma local direto; lesão cerebral
difusa, causando lesão axonal difusa e aumento do tamanho do cérebro (edema) pelo
mecanismo de aceleração/desaceleração.
O resultado da lesão cerebral é definido por dois mecanismos ou estágios diferentes. (a)
lesão primária (ocorrida no momento do trauma); (b) lesão secundária (sendo o processo
patológico iniciado no momento do trauma com manifestações clinicas tardias.
Estágios de lesão
O TCE pode ser dividido em dois estágios quanto a sua fisiopatologia segundo Werner e
Engelhard (9). O primeiro estágio da lesão cerebral após o trauma craniano é caracterizado
por lesão tecidual e desregulação do fluxo sanguíneo encefálico e do seu metabolismo.
Nesse quadro que se parece com isquemia tecidual, ocorre o acúmulo de ácido lático
proveniente da glicólise anaeróbia, aumento da permeabilidade da membrana celular e
consequentemente edema tecidual. Desde o momento que o metabolismo anaeróbico não é
mais adequado para a manutenção do gasto energético celular encefálico, o estoque de
adenosina trifosfato (ATP) é esgotado e começa a ocorrer falha das bombas iônicas.
Como consequência da abertura dos canais iônicos, ocorre um influxo de íons sódio e
cálcio que desencadeia uma autodigestão (catabolismo) dos processos intracelulares. O
influxo de íons cálcio ativa as peroxidases lipídicas, proteases e fosfolipases os quais por
sua vez aumentam a concentração intracelular de ácidos graxos livres e radicais livres.
Traumatismos penetrantes têm pior prognóstico do que aqueles sem lesão penetrante.
Pacientes com lesão penetrante são mais propensos a apresentar nível na escala de coma
de Glasgow (ECG) mais baixo, indicando pior prognóstico e morte precoce.
Pedestres e ciclistas sofrem piores lesões do que em acidentes por veículos a motor, e a
ejeção do veículo causa maior risco de lesão intracraniana.
Outros dados são levados em conta quando há trauma craniano, como a idade do paciente,
influenciando no tipo de seu mecanismo e no prognóstico da lesão sofrida, tanto primária
quando secundária ao trauma.
Com relação aos mecanismos de trauma craniano eles podem ser classificados em
fechados, geralmente associados à colisão de veículos, quedas e agressões e em abertos
quando causadas por armas de fogo e lesões penetrantes.
Quanto à sua morfologia são divididas quanto ao local acometido, podendo ser lesões por
fratura de crânio e lesões intracranianas como lesão cerebral difusa, hematomas peridurais.
Fraturas de crânio
A fratura óssea do crânio implica em grande força exercida pelo mecanismo de trauma
diretamente na cabeça. Elas podem ser observadas em torno da calota óssea, base do
crânio ou nos ossos da face. Podem ser classificadas como lineares ou não lineares, bem
como deprimidas ou não deprimidas.
Hematoma peridural
São localizados fora da duramáter, mas dentro do crânio, são tipicamente em forma
biconvexos ou lenticulares. São mais frequentemente localizados na região temporal ou
temporoparietal, onde frequentemente as fraturas cranianas causam laceração da artéria
meníngea média.
Em aproximadamente 80% dos casos de hematoma subdural, pode ser considerada a base
da lesão neurológica. Ocorre com frequência adjacente a contusões do parênquima
cerebral. Caso o hematoma seja grande, pode causar compressão das estruturas com
desvio da linha média.
Hematoma intracerebral
A maioria das lesões ocorre no lobo frontal e temporal. Muitos hematomas intracranianos
demoram a apresentar alterações nos exames de imagem como à tomografi
computadorizada (TC) sendo necessárias 24 horas ou mais para que se estabeleça uma
lesão completa, que possa ser diagnosticada como hematomas intracerebrais pela TC.
Aproximadamente 80% dos pacientes com TCE são classificados como trauma leve, e
geralmente evoluem com recuperação sem intercorrências. Cerca de 3% desses pacientes
apresentam piora do quadro com disfunção neurológica grave
Esses pacientes com ECG de 15 e assintomáticos não têm indicação de realizar TC,
podendo ser indicado apenas à realização de radiografia simples
de crânio para avaliação de fraturas de face ou lesões sem comprometimento de estruturas
neurológicas, que ao apresentar alterações, é indicativo de realizar TC.
Os critérios para indicação de TC no traumatismo de crânio leve de baixo risco são: ECG
menor de 15, vômitos, amnésia, uso de álcool ou drogas ilícitas, idosos com mais de 60
anos, crianças pequenas e pacientes com coagulopatias, ou em uso sabido de
anticoagulantes.
São pacientes que se envolvem em acidentes graves ou com vítimas fatais e/ou
apresentam história desconexa. Pacientes que apresentam, equimoses órbito palpebral,
lesão de couro cabeludo, intoxicação por álcool ou drogas de abuso, cefaleia progressiva,
Todos os pacientes com risco médio de desenvolver lesão neurológica devem ser
internados e mantidos em observação constante pela equipe multiprofissional e devem ser
submetidos à TC de crânio.
São considerados pacientes com TCE leve, com alto risco de desenvolver lesão, crianças
espancadas, gestantes e pacientes com distúrbios da coagulação. Pacientes que
apresentem fístula liquórica com ou sem débito de líquor, lesões petequiais sugestivas de
embolia gordurosa, piora do nível de consciência, síndrome de irritação meníngea,
distúrbios de funções motoras superiores, ferimento por arma branca, déficit de acuidade
visual e lesão vascular traumática cérvicocraniana são lesões que indicam alto risco de
lesão neurológica grave.
Pacientes com alto risco de desenvolver lesão devem sempre ser submetidos à TC de
crânio, e mesmo com resultado normal, devem ser internados e mantidos em observação
para estabilização do quadro neurológico.
Aproximadamente 10% dos traumas cranianos atendidos nos serviços de emergência são
TCE moderados. TCE moderado é definido como um nível de consciência entre 9 e 13. Ao
exame esses pacientes frequentemente apresentamse confusos ou sonolentos, com nível
de consciência rebaixado, podendo apresentar déficits neurológicos focais.
Todos os pacientes precisam ser internados em unidade de terapia intensiva (UTI) sob
constante avaliação médica, necessitando de reavaliação dentro das primeiras 12h e nas
24h após o trauma.
Dentro desse grupo de lesões se enquadram aquelas que apresentam maior risco de
mortalidade e de morbidade após o trauma. O TCE grave é aquele em que os pacientes
apresentam nível de consciência entre 3 e 8. Nesses pacientes a abordagem terapêutica
deve ser imediata, dando ênfase aos cuidados hemodinâmicos e suporte ventilatório
adequados.
Todos os pacientes com nível de consciência na EGC menor que 8 pontos devem ser
submetidos a uma via aérea definitiva e mantidos em ventilação mecânica até que seja
viável a ventilação sem aparelhos, subsequente à melhora do quadro neurológico.
Entretanto, não se devem adiar os procedimentos e condutas iniciais para realizar exames
de imagem, devendo inicialmente ser feito o suporte avançado à vida e as terapêuticas
adequadas já descritas, e após a estabilização do quadro clínico geral e neurológico realizar
exames de imagem subsidiários como método de diagnóstico.
Avaliação inicial
História clínica, exame físico geral e avaliação neurológica fornecem informações básicas
para estratificação de risco de um paciente ter ou desenvolver lesão neurológica.
Inicialmente devem ser tomadas condutas básicas no atendimento ao paciente com
traumatismo multissistêmico, de acordo com as diretrizes do Advanced Trauma Life Support
(ATLS®) do Colégio Americano de Cirurgiões adotado na maior parte dos serviços de
emergência em todo o mundo.
O primeiro passo é a obtenção e manutenção das vias aéreas pérvias, por meio das
manobras de desobstrução das vias aéreas:
• Tração do mento;
• Elevação da mandíbula;
• Cânula orofaríngea (Guedel);
• Aspiração;
A avaliação neurológica no paciente com trauma craniano deve receber uma atenção
especial, principalmente na avaliação secundária, após se realizar o ABCDE, preconizado
pelo ATLS®. Durante a realização da avaliação primária, devese avaliar a ECG, já na
admissão, avaliação dos padrões pupilares, avaliação de déficit motor e dos reflexos.
Pacientes com TCC grave (ECG < 8) exigem intubação e ventilação mecânica para manter
a PO2 arterial acima de 80 mmHg e a PCO2 arterial em torno de 34 a 38 mmHg. A
hipercapnia deve ser evitada nesses pacientes, pois sua ação vasodilatadora pode
aumentar a PIC.
Os barbitúricos são menos usados como sedativos por causa do risco de depressão
cardiovascular e aumentar o risco de infecção.
Suporte hemodinâmico
Pacientes com TCE tendem à instabilidade hemodinâmica por inúmeras razões. Lesões
associadas podem conduzir a depleção do volume intravascular e o trauma do miocárdio
pode resultar em falência cardíaca. Além disso, as lesões cerebrais podem afetar
diretamente a estabilidade cardiovascular.
Estudos demonstrando a relação da pressão arterial com a sobrevida dos pacientes com
TCE, observouse que a pressão sanguínea sistólica > 90 mmHg no tratamento inicial e na
reanimação do paciente, está associada com melhor prognóstico.
A hipotensão deve ser evitada a todo custo, pois pode ocorrer redução do fluxo sanguíneo
cerebral (FSC), que abaixo do valor aceitável pode causar isquemia cerebral. A hipertensão
também apresenta efeitos lesivos no paciente traumatizado, podendo aumentar o edema
vasogênico.
O TCE é uma situação comum no cotidiano médico, responsável por altas taxas de
mortalidade e morbidade em todo o mundo. Apresentase de formas variadas, que devem
O primeiro passo é remover as lesões que estão crescendo dentro do crânio (tumores e
coágulos), ou drenar os ventrículos se estiver ocorrendo a hidrocefalia (acúmulo de líquido
dentro dos ventrículos). Essas medidas resolvem boa parte dos casos. Lembramos,
entretanto, que o cérebro reage de uma maneira extremamente monótona a todos os tipos
de agressão: ele incha. Assim, mesmo depois de removermos os processos expansivos ou
tratarmos os fatores desencadeantes é comum o inchaço cerebral secundário elevar
novamente a pressão intracraniana e causar as mesmas consequências.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi definido pela World Health Organization (WHO)
como sendo uma disfunção neurológica aguda, de origem vascular, seguida da ocorrência
súbita ou rápida de sinais e sintomas relacionados ao comprometimento de áreas focais no
cérebro.
1. Estágio flácido
Persistência da hipotonia, havendo perda motora geral e perda sensorial severa. O braço
fica mole e caído e o paciente não consegue firmarse no espaço devido à fraqueza
muscular e ao baixo tónus muscular, sendo o mais incapacitante dos 3 estágios.
2. Estágio de recuperação
3. Estágio espástico
Evolução para a hipertonia, a recuperação da função motora com uma evolução para a
espasticidade é bastante frequente. Há uma recuperação inicial dos movimentos proximais
dos membros. O tónus muscular aumentado conduz à espasticidade que se apresenta nos
músculos antigravíticos. Este tónus muscular é diferente em cada indivíduo, influenciando a
qualidade do movimento:
4. Ataxia
A causa mais comum de AVC é a obstrução de uma das artérias cerebrais importantes
(média, posterior e anterior, em ordem descendentes de frequências) ou de seus ramos
perfurantes menores que vão para as partes mais profundas do cérebro. Os acidentes
vasculares cerebrais do tronco encefálico, ocasionados por patologia nas artérias vertebrais
e basilar, são menos comuns.
Os AVCs também podem ser hemorrágicos, causado por aneurisma ou trauma dentro das
áreas extravasculares do cérebro. Os fatores que mais contribuem para a formação de um
aneurisma são os defeitos de desenvolvimento que causam fraqueza na parede do vaso
sanguíneo.
Após acidente cérebrovascular, quanto mais cedo começar a recuperação, melhor será o
prognóstico. De modo típico, a melhora funcional é mais rápida, durante os primeiros meses
após o AVC. A velocidade da recuperação inicial está relacionada à redução do edema
Apesar das evidências que indicam ser o AVC um dos maiores problemas de saúde pública
mundial, ainda são escassos os fundos de pesquisa direcionados para esta área, quando
comparados com as doenças cardíacas ou
neoplásicas.
• Este programa deve conter objetivos gerais (a serem alcançados a longo prazos) e
específicos (a curto e médio prazos), estes devem ser bem defiidos e devem ser traçados
juntamente com o paciente e seus familiares;
• O período do programa, que inclui o número de sessões fisioterápicas, bem como o tempo
de cada sessão, devem ser previamente estipulados;
Objetivos
• Prevenir a retenção e acúmulo de secreções, atelectasia e broncopneumonia.
Condutas
• Mudança de decúbito, regulares e frequentes;
• Técnicas de percussão e vibração do tórax e de reexpansão pulmonar;
• Drenagem postural, se indicado, ou se o paciente está inconsciente por um período
prolongado, e se necessário algumas formas de entubação e sucção mecânica. Integridade
musculoesquelética
Objetivos
• Manter ou ganhar amplitude de movimento;
• Tratar subluxação de ombro;
• Prevenir contraturas e deformidades.
Condutas
• Massagem no ventre muscular, alongamentos passivos, mobilizações passivas;
• Tipóia e órteses externas;
• Mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores.
Objetivos
• Prevenir TVP, após liberação médica.
Condutas
• Mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores.
Úlceras de decúbito
Objetivos
• Prevenir úlceras de decúbito.
Condutas
• Mudança de decúbito a cada 2 horas.
Objetivos
• Prevenir TVP, após liberação médica.
Condutas
• Exercícios passivos de membros superiores e membros inferiores.
Função respiratória
Objetivos
• Prevenir pneumonia;
• Manobras de higiene brônquica;
• Manobras de reexpansão pulmonar.
Condutas
• Exercícios ativos fora do leito, em pé ou sentado;
• Vibração, vibrocompressão, tapotagem, aceleração do flxo expiratório, percussão cubital;
• Direcionamento de flxo, estimulação costal.
Integridade musculoesquelética
Objetivos
• Manter ou ganhar amplitude de movimento;
• Tratar subluxação de ombro;
• Prevenir contraturas, deformidades e dor articular;
• Ganhar força muscular;
• Propriocepção e melhora do equilíbrio estático e dinâmico;
• Normalizar tônus em hemicorpo;
• Analgesia.
Condutas
• Alongamentos passivos ou ativosassistidos, de acordo com o quadro do paciente,
mobilizações passivas, massagem no ventre muscular;
• Facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat), estimulação elétrica funcional (FES),
Bobath (cowboy, gaivota), hidroterapia, tipóias, órteses e bandagem elástica (Kinesio
Taping);
Fase tardia
Integridade musculoesquelética
Objetivos
• Manter ou ganhar amplitude de movimento;
• Tratar subluxação de ombro quando necessário;
• Prevenir contraturas e deformidades;
• Ganhar força muscular;
• Propriocepção e melhora do equilíbrio estático e dinâmico;
• Normalizar tônus em hemicorpo;
• Analgesia;
• Treinar atividades de vida diária (AVD’s);
• Treinar marcha;
• Treinar memória cinestésica;
• Reaprendizado motor.
Condutas
• Alongamentos passivos, ativosassistidos e ativos, mobilizações passivas, massagem no
ventre muscular;
• Facilitação neuromuscular proprioceptiva
(Kabat), estimulação elétrica funcional (FES), Bobath, hidroterapia, tipóias, órteses e
bandagem elástica (Kinesio Taping);
• Mobilizações passivas de membros superiores e membros inferiores;
• Exercícios ativosresistidos, exercícios isométricos;
• Tapping de deslizamento com calor ou frio, escovação, disco proprioceptivo, tábua
basculante, exercícios táteis com diferentes texturas, Bobath (cowboy, gaivota),
deambulação em diferentes terrenos, hidroterapia (Bad Ragaz,
Sugestões e Orientações
• Orientar o cuidador a avaliar a integridade da pele, dos cabelos, das unhas e a higiene
bucal do paciente, principalmente quando o mesmo encontrarse no leito;
• Orientar os cuidadores a estimular o paciente a utilizar o lado afetado, como por exemplo,
ao dialogar com o paciente posicionarse ao lado do membro comprometido;
• O uso de chinelo deve ser evitado, pois difiulta o andar do paciente. Utilizar sapatos com
solado antiderrapante, fácil de colocar e retirar sozinho;
• As camas não devem ser muito baixas, pois difiultam os movimentos de sentar e de
levantar;
• Estimular sempre o familiar a realizar atividades com o paciente, de modo que ele não
fique acomodado ou dependente. Isso evita que o mesmo perca a força muscular, agilidade,
interesse e ânimo, essenciais à manutenção da independência funcional e na prevenção de
quedas;
• Evitar exercícios que estimulem o padrão fluxor, como por exemplo, não realizar exercícios
de apertar bolinhas com a mão comprometida,pois esses exercícios fortalecem a
musculatura flexora que é padrão no paciente com AVC;
• Não excluir o paciente afásico da conversação ou responder por ele; manter orações
curtas e simples, sem muita informação; proporcionar tempo para o paciente responder e
trocar de assunto; organizar as perguntas de forma que elas possam ser respondidas com
sim, não, ou alguma outra forma de resposta;
• Cuidados com o ombro comprometido durante manipulações, visto que é frequente a dor e
a subluxação devido a anatomia da articulação glenoumeral, que predispõe ao quadro;
A etiologia da disfunção pulmonar após uma cirurgia cardíaca (CC) de coração aberto
resulta da associação multifatorial entre a anestesia, o trauma cirúrgico, a circulação
extracorpórea (CEC), parada cardíaca, tempo de cirurgia, tempo de ventilação mecânica e
dor, causando, portanto, diminuição da capacidade funcional residual (CFR), aumento do
shunt intrapulmonar e alargamento da diferença alvéoloarterial de oxigênio.
Renault et al. [11] em uma revisão de literatura sobre as diferentes técnicas de fisioterapia
respiratória utilizadas no pósoperatório de cirurgia cardíaca, selecionaram onze ensaios
clínicos randomizados. Dos estudos incluídos, espirometria de incentivo foi utilizada em
três; exercícios de respiração profunda em seis; exercícios de respiração profunda
associados à pressão expiratória positiva em quatro e pressão expiratória positiva acrescida
de resistência inspiratória em dois. Três trabalhos utilizaram respiração com pressão
positiva intermitente. Pressão positiva contínua nas vias aéreas e pressão positiva em dois
níveis foram empregados em três e dois estudos, respectivamente. Os protocolos utilizados
foram variados e as cointervenções estiveram presentes em grande parte deles. Apesar da
conhecida importância da fisioterapia pósoperatória, não há, até o momento, consenso na
literatura sobre a superioridade de uma técnica em relação às demais.
1 Desidratação
Quanto ao grau, a desidratação pode ser leve, quando perde 5% (1º grau) do peso anterior
a uma semana; moderada quando a perda está entre 5% e 10% (2º grau); grave quando a
perda é maior que 10% (3º grau) e quando a perda é maior que 15% (4º grau) o indivíduo
encontrase em estado de choque.
Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica: caracterizada por sódio sérico menor que 130
mEq/l. Há uma depleção de sódio e água, porém com uma perda proporcional excessiva de
sódio em relação à perda hídrica. A consequente hipotonicidade do líquido extracelular gera
um gradiente osmótico com consequente movimentação da água do espaço extracelular
Sinais e Sintomas: Sede (com perda de 2% do peso corpóreo); precoces (mucosas secas,
pele intertriginosa seca, perda da elasticidade da pele, oligúria); tardios (taquicardia,
hipotensão postural, pulso fraco, obnubilação, febre, coma); morte (com perda de 15% do
peso corpóreo).
Conduta:
De um modo geral, a desidratação leve e moderada pode ser tratada através de via oral
(terapia de reidratação oral, TRO), reservandose a via parenteral para os casos mais
graves, para a correção dos distúrbios eletrolíticos severos e para aqueles com vômitos
incoercíveis ou com perdas continuadas muito intensas (> 100 ml/kg/h).
2) A diferença entre o peso prévio ao processo mórbido e o peso atual (na possibilidade de
obtenção), corresponde ao grau de desidratação e o volume a ser reposto;
3) Se não for possível a utilização do peso como parâmetro, estimar o grau de desidratação,
combinando a história com os sinais e sintomas e exames de laboratório; classificase,
deste modo, a desidratação em: Leve (perda de 3% do peso corpóreo); Moderada (perda de
5 a 8%) e; Grave (perda de 10%);
4) Reponha o volume perdido, representado pela perda do peso corpóreo, dando 1/2 do
volume total a repor nas primeiras doze horas, dependendo do estado clínico;
Por outro lado, a não utilização de glicose na fase de expansão aumenta o risco de
hipoglicemia, particularmente em crianças desnutridas e gravemente enfermas, o que
sugere a associação de soro glicosado com soro fisiológico (solução glicofisiológica). Por
fim, em pacientes com acidose metabólica grave, a administração de solução salina pura
Fase de manutenção
Tem por objetivo repor as perdas fisiológicas normais da água e eletrólitos. As quantidades
de água, eletrólitos e glicose necessárias para a manutenção em 24 horas são estimadas
em função da atividade metabólica provável, conforme a regra de Holliday.
Fase de reposição
Visa à reposição das perdas anormais continuadas de água e eletrólitos. A estimativa das
perdas diarreicas ao longo de 24 horas é variável e, portanto, o volume e a composição da
solução de reposição devem ser continuamente reavaliados ao longo da terapia de
hidratação. Nas diarreias mais intensas, que necessitem de volumes de reposição maiores,
normalmente fazse necessário uma proporção maior de soro fisiológico (SF) na solução,
podendose até utilizar SF exclusivamente. O nível sérico de sódio será o determinante da
melhor proporção de SF na composição dessa solução. O soro de reposição é infundido ao
longo de 24 horas, juntamente com a solução de manutenção descrita previamente.
2 Intoxicação hídrica
Quadro clínico: As náuseas, a astenia e uma queda do volume urinário são os sintomas
mais precoces, seguidos por convulsão e coma. Sempre ocorrerá rápido aumento de peso,
podendo observarse edema periférico e pulmonar. Os achados laboratoriais incluirão
rápida queda na concentração do Na+ sérico e na osmolalidade plasmática.
A urina pode conter substanciais quantidades de sódio que, em presença de uma baixa
concentração plasmática, indicam uma inapropriada excreção de sódio, devido ao excesso
de volume do LEC, se estiverem afastadas doença renal e insuficiência adrenal. A
velocidade de queda do sódio plasmático parece ser de maior importância do que seu valor
3 Edema
O edema não é por si só, uma emergência. A sua presença, no entanto, é indicativa de
doença de base, cuja natureza deve ser elucidada. As causas cardíacas, hepáticas ou
renais são as mais comuns. Não se deve dar diuréticos até que se tenha analisado os
múltiplos fatores que podem levar ao edema. Os diuréticos empregados sem critério podem
induzir distúrbios eletrolíticos, coma hepático, azotemia e arritmias.
O ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que, mesmo bem direcionado, pode
prejudicar a funcionalidade destes tecidos. O fisioterapeuta deve atuar com todos os
recursos disponíveis para minimizar esta alteração funcional objetivando o retorno precoce
e dinâmico dos pacientes suas atividades.
A ortopedia foi um dos campos que mais se desenvolveu dentro da área das ciências
médicas nos últimos 50 anos, criando novos equipamentos, materiais e métodos de
imobilização, aparelhos protéticos e ortéticos que visam minimizar danos e perdas,
deixando o ser humano o mais próximo possível da possibilidade de realização de suas
atividades de vida diárias. Em virtude disso muitas vidas e sequelas estão sendo poupadas
e diminuídas, cabendo então à Fisioterapia reeducar e reintegrar estas pessoas a
sociedade e ao mercado de trabalho.
A Fisioterapia é uma área da saúde que busca alcançar, através de metodologias e técnicas
próprias, baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, uma
melhor qualidade de vida para o cidadão frente às disfunções intercorrentes.
Em alguns casos de fratura, onde acontece uma grande destruição do tecido ósseo, como
na fratura cominutiva, apenas a redução e o repouso não são suficientes para uma plena
consolidação óssea, sendo necessária à intervenção cirúrgica, neste trabalho abordaremos
O membro não fraturado também deve ser avaliado, com dois procedimentos que
consistem na mensuração da amplitude de movimento (ADM) ativa e passiva,
principalmente no nível de articulação do joelho e graduação da força muscular de todo o
membro, para que se possa comparar a evolução do paciente após o tratamento
fisioterapêutico.
Os métodos de terapia manual podem ser utilizados para complementar o alívio da dor,
diminuindo a tensão muscular, melhorando a circulação tecidual e diminuindo a ansiedade
do paciente.7
Com o alívio da dor em Cuidados Paliativos buscase, acima de tudo, o bem estar e
conforto do paciente. Mas é importante frisar que a dor não afeta apenas quem a sente,
mas também exerce um impacto significativo nos cuidadores, que muitas vezes se sentem
incapazes de aliviar tal sintoma.
Se não houver complicações pósoperatórias em alguns dias você estará de alta hospitalar,
e irá para casa com os pontos e com os drenos, não se esqueça que os cuidados e a
automassagem devem continuar sendo feitos em casa. Nas primeiras semanas,
provavelmente você ainda estará com o dreno aspirativo e com os pontos (as vezes o dreno
já é retirado antes da alta hospitalar), portanto você não deve levantar o braço acima de 90º
para que a ferida operatória não abra. As vezes o médico pode liberar a movimentação total
do braço de acordo com seu limite de dor.
Após o 15º dia de operação, sem complicações pósoperatórias, serão retirados os pontos.
A movimentação total dos braços agora será liberada. Essa é a fase em que você será
encaminhada para o consultório de fisioterapia. Alguns lugares oferecem tratamento em
grupo. Serão realizados exercícios de alongamento, exercícios para ganho de força
muscular e amplitude de movimento e técnicas de drenagem linfática. Nós também
trabalhamos a cicatriz para um melhor efeito cosmético.
Termoterapia
A termoterapia superficial pode ser utilizada para aliviar a dor de pacientes em tratamento
paliativo. O objetivo é o de promover o alívio do espasmo muscular, interferindo no ciclo
dorespasmodor, aumento da extensibilidade tecidual e relaxamento muscular em
indivíduos portadores de tumores, os quais podem estar comprimindo estruturas
neuromusculares e, dessa forma, causando dor.
Vale ressaltar que a termoterapia superficial com calor está contraindicada, quando aplicada
diretamente sobre áreas tumorais. A vasodilatação provocada pelo calor superficial pode
oferecer riscos na disseminação de células tumorais por via linfática e hematogênica. Desta
forma, aplicamse ao calor profundo as mesmas restrições sob todas as formas de
apresentação (ondas curtas, ultrassom e laser), cujo aumento do metabólico local gerado
pelo calor pode disseminar as células tumorais. Tais cautelas também deverão ser tomadas
em áreas desprovidas de sensação térmica e sobre as áreas de insuficiência venosa,
tecidos lesados ou infectados, bem como irradiados (Tabela 1).3,7,11
O efeito analgésico, neste caso, ocorre pelos opioides endógenos (as endorfinas) que são
liberados no corpo para que se liguem a receptores específicos no sistema nervoso central
e periférico, diminuindo a percepção da dor e as respostas nociceptivas; portanto, a
eletroestimulação alivia a dor devido à liberação de endorfinas, aumentando os números de
opioides endógenos circulantes no liquido cerebroespinhal.12 (Tabela 2). As principais
modalidades terapêuticas do Tens está ilustrada na tabela 3.
Na orientação dos doentes com dor oncólogica devese dar atenção à nocividade da
inatividade, realizando esclarecimentos em virtude de seus efeitos deletérios a médio e
curto prazo. É necessária a compreensão sobre os benefícios dos exercícios para a
manutenção da flexibilidade e da força muscular, bem como da importância da função do
aparelho locomotor, da manutenção do condicionamento cardiovascular e respiratório.7
Massagem
A massagem é uma técnica utilizada como terapia complementar nos pacientes com
câncer, com o objetivo de proporcionar o alívio da dor.
Definese como a manipulação dos tecidos moles do corpo, executada com as mãos, com o
objetivo de produzir efeitos sobre os sistemas vascular, muscular e nervoso, produzindo a
estimulação mecânica dos tecidos através da aplicação rítmica de pressão e estiramento.
Quando exercida nos tecidos, estimula os receptores sensoriais, produzindo sensação de
prazer ou bem estar; por outro lado, o estiramento reduz a tensão sobre os músculos e
Órtese
As órteses são dispositivos que podem ser de uso definitivo ou não, com o objetivo principal
de alinhar, prevenir e/ou corrigir deformidades, além de contribuir na minimização de
quadros álgicos. Atualmente, também pode ser designada como tecnologia assistida cujo
conhecimento deve ter característica interdisciplinar com métodos e estratégias que
objetivam a promoção de funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas
com alguma deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida; visa à autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social desses indivíduos.
4. Cintra EA, Nishide VM, Nunes WA. Assistência de Enfermagem ao paciente gravemente
enfermo. 2ª ed. São Paulo: Atheneu; 2003.
6. Penna T. Reações emocionais de pacientes internados em UTI por tempo prolongado. In:
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Consiste em uma inspiração profunda até o VRI, lenta e uniforme por via nasal, seguida por
uma expiração oral lenta e uniforme até o VRE. O objetivo principal é melhorar a amplitude
ventilatória.
Inspiração ativa forçada que deverá ser sustentada por um determinado intervalo de tempo.
Pode ser realizada com a ajuda de um inspirômetro de incentivo. O principal objetivo é o
incremento de CPT (ganho de volume).
São inspirações nasais, suaves e curtas, interrompidas por pausas inspiratórias programas
em dois, três, quatro até seis tempos, finalizadas com expiração oral até a CRF.
Contraindicado para pacientes obstrutivos graves.
Inspirações curtas e sucessivas efetuadas pelo nariz de forma acumulativa até atingir a
CPT, seguida de uma expiração oral completa e suave. Reexpande bases incrementa CRF
e VRE com consequente melhora da complacência.
Expiração Abreviada
São inspirações nasais profundas seguidas por expirações orais abreviadas. Assim há
melhora da CRF, CPT e do VRE7.
A respiração com lábio franzidos é outro método sugerido para melhorar a ventilação e a
oxigenação. Essa estratégia respiratória, usada espontaneamente por pacientes com