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Combustão I-2024-II

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

(UTFPR)
- Campus Ponta Grossa -

Coordenação de Engenharia Mecânica – COEME

Departamento Acadêmico de Mecânica - DAMEC

Disciplina: GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR

Título: Combustão – Fundamentos I

Prof. Jhon J. R. Behainne

2024/2
COMBUSTÃO
A combustão é um fenômeno de oxidação intensa, na qual, a
energia química contida nas ligações atômicas de um material
combustível é convertida em calor.

Esse fenômeno pode ser representado como uma reação química


exotérmica, em que os reagentes (combustível e oxidante), ao
serem adequadamente misturados, produzem, principalmente,
gases aquecidos a alta temperatura (>700°C):

A produção de gases a temperaturas elevadas é o maior efeito da


combustão, a qual precisa ser controlada para se tornar eficiente
em termos do aproveitamento energético e impacto ambiental.
FONTE: [1]

No setor industrial e de transporte, o controle da combustão é


realizado dentro de câmaras especiais que permitem a liberação
do calor de forma segura. Detalhes tecnológicos referentes a
essas câmaras serão apresentados nas próximas aulas.
As principais reações químicas de combustão envolvendo a
queima de um combustível que contenha os elementos carbono,
hidrogênio e enxofre, são representadas a seguir:

O número do lado direito de cada equação refere-se à energia


térmica liberada pela reação de oxidação por cada kmol de gás
produzido. Nesse quesito, a produção do dióxido de carbono
ganha importância. O sinal negativo indica reação exotérmica.
Cálculos da Combustão
Os cálculos da combustão são importantes para o projeto e o
controle operacional das fornalhas de geradores de vapor e
outros sistemas de aquecimento industrial que usam um
combustível como fonte de calor, indicando a demanda dos
reagentes e a quantidade produzida de gases a alta temperatura.

Junto com o balanço de energia, os cálculos de combustão


permitem estimar a temperatura dos gases produzidos e o
rendimento térmico do sistema em estudo.

Os cálculos são realizados a partir da formulação de uma reação


química adequada, que deve utilizar moléculas de oxigênio em
quantidade mínima necessária para formar os produtos de
combustão das reações (1) a (3) apresentadas anteriormente.
A reação de combustão é normalmente escrita com os seus
reagentes e produtos expressos em quantidades molares. Assim,
para um combustível que contenha um mol de carbono, dois mols
de hidrogênio e um mol de enxofre, a respectiva reação
estequiométrica (reação de mínimo oxigênio requerido) poderá
ser obtida diretamente da soma das reações (1) a (3):
Reagentes Produtos

Combustível Oxidante Gases aquecidos

Neste caso, a quantidade mínima de 2,5 mols de oxigênio é


requerida para formar gases aquecidos totalmente oxidados.
FONTE: [1]

Para conferir se o balanço de massa foi respeitado, é necessário


converter as quantidades molares de cada composto nas suas
respectivas quantidades mássicas.

Isso se faz considerando as massas molares das espécies


participantes na reação, expressas nas unidades kg/kmol.

Os valores das respectivas massas molares dos elementos


químicos envolvidos na reação de combustão são apresentados
na tabela abaixo:
Elemento químico Massa molar (kg/kmol)
Carbono (C) 12
Hidrogênio (H) 1
Oxigênio (O) 16
Nitrogênio (N) 14
Enxofre (S) 32
FONTE: [1]

Sabendo que a massa correspondente a um determinado número


de mols de qualquer espécie pode ser calculada pela relação:

onde n e M representam o número de mols e a massa molar da


espécie, respectivamente, o balanço de massa aplicado à
equação (4) mostra que:

12 kg+2 kg+32kg + 80 kg 44 kg + 18 kg + 64 kg

126 kg de reagentes = 126 kg de produtos

A quantidade das espécies produzidas na reação de combustão


dependerá da composição do combustível e do agente oxidante
utilizado, podendo diminuir ou aumentar em relação ao do
exemplo exposto anteriormente.
FONTE: [1]

Proporção teórica ar/combustível


Embora o oxigênio seja o elemento químico requerido para
promover a queima do combustível, infelizmente, a obtenção dele
para o seu uso em estado puro em grandes quantidades é, até o
momento, impraticável no âmbito industrial.
Assim, a alternativa é empregar outros agentes oxidantes que
possam conter esse elemento e que estejam disponíveis a baixo
custo, mesmo que misturado com outras espécies. Nesse sentido,
surge o ar atmosférico como a melhor opção de agente oxidante,
haja vista a abundância dele na natureza e o teor de oxigênio
razoável que ele possui para uso em sistemas de combustão.
O ar atmosférico é uma mistura de gases composta, principalmente,
por nitrogênio e oxigênio, bem como por outras espécies em
poucas quantidades, entre estes, argônio, dióxido de carbono e
vapor de água.
FONTE: [2]

Composição média do ar atmosférico seco


Componente % volume
Nitrogênio 78,09
Oxigênio 20,95
Argônio, dióxido de
carbono, e traços de 0,96
outras espécies.

Para cálculos de combustão, aceita-se o uso do ar atmosférico


como sendo uma mistura composta por apenas nitrogênio e
oxigênio, presentes nas porcentuais volumétricas de 79 e 21%,
respectivamente.
Em termos de porcentagem mássica, essas proporções ficam nos
valores de 76,8% e 23,2%, respectivamente.
Desafio: Mostre como os números da porcentagem mássica do ar
foram determinados a partir da sua porcentagem volumétrica.
FONTE: [1]

A proporção teórica ar/combustível representa a quantidade


necessária de ar (em volume ou em massa) por unidade de
volume ou de massa de combustível totalmente oxidado:

De acordo com a lei de Avogadro, volumes iguais de gases


diferentes contém um número igual de moléculas do respectivo
gás às mesmas condições de temperatura e pressão. Assim, a
razão ar/combustível volumétrica corresponderá à mesma razão
ar/combustível molar. Matematicamente,
FONTE: [1]

Quando o ar atmosférico é usado como gás oxidante, a reação


estequiométrica precisa considerar a presença de nitrogênio, o
que pode ser expresso numa das duas formas equivalentes:
A
1 mol de ar

X’ mols de ar

B 4,76 mols de ar

4,76X mols de ar
FONTE: [1]

Independentemente da escolha, a proporção molar relativa entre


as espécies presentes será respeitada, a fim de se manter o
balanço de massa na reação de combustão. Na prática, a opção B
é a forma mais difundida e utilizada.

Tendo como base a opção B, as proporções de ar/combustível


estequiométrica molar e mássica são, respectivamente, calculadas
pelas equações (9) e (10), com ajuda da equação (5):
FONTE: [1]

A massa molar do ar atmosférico seco pode ser aproximada no


valor de 29 kg/kmol, calculada com base na ponderação da massa
molar das espécies presentes comportadas como gás ideal:

: fração volumétrica ou molar do componente i no ar.


: Massa molar da espécie i no ar, kg/kmol.

O valor de X, que acompanha a molécula de ar, é determinado a


partir de um balanço molar dos elementos químicos participantes
na reação de combustão, de tal maneira que:
Mols do elemento nos reagentes = Mols do elemento nos produtos

Cálculos de combustão relacionados à determinação da


proporção teórica de ar/combustível, bem como a outros
parâmetros de interesse, serão ilustrados nos exemplos a seguir.
FONTE: [1]

EXEMPLO 1

Determine a proporção estequiométrica ar/combustível


volumétrica e mássica para:

a) Gás metano
b) Gás propano

EXEMPLO 2

Uma amostra de querosene tem análise básica de 86% de carbono


e 14% de hidrogênio por peso. Determine a proporção
estequiométrica mássica de ar/combustível.
FONTE: [1]

EXEMPLO 3

Um combustível fóssil tem uma composição em massa de:

Carbono = 72,0%; Hidrogênio = 14,0%; Oxigênio = 8,0%

Nitrogênio = 2,8%; Enxofre = 3,2%

Determine a proporção estequiométrica mássica de


ar/combustível.
Referências Bibliográficas

[1] BIZZO, W. Geração, Utilização e Distribuição de Vapor. Cap. 1,


Apostila, FEM-UNICAMP, 2003. Disponível em:
ftp://ftp.fem.unicamp.br/pub/EM722_ES606/ (acesso em 19/02/2021)

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade_do_ar#Composi%C3%
A7%C3%A3o/ (acesso em 19/02/2021)

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