1566212-21.2021.8.26.0477 (4)

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO PAULO SILVA ROCHA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/03/2022 às 22:03 , sob o número WPGE22700427777
fls. 9
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA

FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE PRAIA GRANDE/SP
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1566212-21.2021.8.26.0477 e código 3xdkLxOr.
PROCESSO: 1566212-21.2021.8.26.0477
SIMAPI COMERCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA,

pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob nº 01.080.347/0001-54, sediada na Avenida
Tiradentes, nº 71, Parque Fernando Jorge, Cubatão/SP, vem, por seu procurador
que assina digitalmente, perante Vossa Excelência, opor EXCEÇÃO DE PRE-
EXECUTIVIDADE em face à presente execução fiscal proposta pela Prefeitura
Municipal de Praia Grande, o fazendo nos termos a seguir expostos.
DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE
Em que pese não disciplinada de forma positivada, a presente

exceção de pre-executividade tem guarida no ordenamento jurídico pátrio, conforme
construção doutrinária e entendimento jurisprudencial sedimentado.
A exceção de pre-executividade pode ser arguida por simples

petição, sendo desnecessária qualquer dilação probatória, ou seja, fundamentada
por prova inequívoca, demonstrando a inviabilidade da execução.
Nesse sentido, José Manoel de Arruda Alvim Neto, a respeito do

tema, assevera:
JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

(13) 3591-8006 www.jprocha.adv.br
contato@jprocha.adv.br
R.Cidade de Santos, 167 - Praia Grande / SP
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fls. 10
“Técnica pela qual o executado, no curso do próprio procedimento executivo, e

sem a necessidade de observância dos requisitos necessários aos embargos do
devedor ou da impugnação, suscita alguma questão relativa à admissibilidade
ou à validade dos atos executivos, que poderia ser reconhecida de ofício pelo
juiz, Para tanto, exige a jurisprudência, que a questão a ser suscitada seja
dentre aquelas que poderia ser conhecidas ex officio pelo juiz, e que, ademais,
não seja necessária dilação probatória para sua solução. Caso contrario,
ausente alguma dessas condições, não se admite alegação da matéria pela via
da exceção de pré-executividade, cabendo, ao devedor, manejar embargos ou
impugnação.” (ALVIM NETO, José Manoel de Arruda. Novo contencioso cível
no CPC/2015, São Paulo: RT, 2016, p. 427.)
Justamente os requisitos mencionados são atualmente exigidos

pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça após a vigência do novo Código
de Processo Civil, conforme entendimento no AgRg no AREsp 835.917/SP e no
AgInt no AREsp 621.011/MG.
No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça disciplina, por

meio da súmula 393, o seguinte:
“SUMULA 393: A exceção de pre-executividade é admissível não

execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que
não demandem dilação probatória.”
Com isso, pelo que se vislumbra no caso concreto, a presente

exceção de pré-executividade é o remédio jurídico adequado, para apontar as
irregularidades, às quais viciam a continuidade da marcha processual da presente
execução, como se restará demonstrado adiante.
DA SÍNTESE DOS FATOS
A presente execução fiscal é proposta pela municipalidade de

Praia Grande lastreada em 4 CDA’s, especificamente:
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- 6390 – tributo taxa de serviço – exercício 2019
- 1253 – tributo taxa de localização – exercício 2019
- 3854 – tributo taxa de localização – exercício 2020
- 8664 – tributo taxa de serviço – exercício 2020
Como vistos nas CDA’s mencionadas (fls., 2/5), a excipiente tem

contra si execução fiscal cobrando tributos referentes à instalação de sua sede no
município excepto. Ademais, as referidas cobranças são referentes aos
anos/exercício de 2019 e 2020.
Todavia, ao contrario do que busca a municipalidade, os tributos

são indevidos, dado ao fato de que a excipiente não tem domicilio em Praia Grande,
desde 2016, o que torna a cobrança indevida, maculando a exigibilidade das CDA’s.
Desta feita, consoante a fundamentação apresentada na

presente, se faz imperioso o reconhecimento da nulidade e inexigibilidade das
CDA’s de fls., 2/5.
DA NULIDADE DAS CDA’s
NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS
Como se verifica nas certidões de dívida ativa que compõem e

fundamentam a execução fiscal, a municipalidade persegue o recebimento de
valores decorrentes de tributos municipais, em tese, devidos pela excipiente.
No caso das CDA’s 1253 e 3854, estas trazem a cobrança do

tributo “04”, na modalidade taxa, decorrente do poder de polícia da administração
municipal em emitir licenã prévia para instalação e funcionamento no município de
Praia Grande.

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Do que se verifica no título executivo, o fundamento legal para o

tributo é o artigo 129, da Lei Complementar municipal nº 574/2010 – Código
Tributario Municipal, que preconiza:
“Art. 129. Qualquer pessoa física ou jurídica dedicada à

produção agropecuária, à indústria, ao comércio, às
operações financeiras, à prestação de serviços ou
atividades similares, só poderá instalar-se, iniciar e
permanecer exercendo suas atividades mediante
licença prévia expedida por esta Municipalidade e o
pagamento desta taxa.” (grifo nosso)
Nesta toada, o fato gerador do tributo discriminado nas CDA’s

1253 e 3854 é a instalação e funcionamento dentro dos limites do município de
Praia Grande nos anos exercício de 2019 e 2020, respectivamente.
Na mesma esteira, as CDA’s 6390 e 8664 (fls., 2 e 5) reportam à

cobrança do tributo 32, na modalidade taxa de serviço, com fundamento legal no
artigo 1º, da Lei Complementar nº 608/2011, que traz em seu texto:
“Art. 1º. A Taxa de Vistoria Sanitária e Serviços

Sanitários Diversos é devida segundo os valores
constantes da tabela anexa, a qual fica fazendo parte
integrante da presente Lei Complementar.”
No mesmo diapasão do raciocínio em relação ao tributo anterior,

o fato gerador deste também é o funcionamento do contribuinte dentro dos limites
do município, correspondendo as CDA’s aos anos/exercício de 2019 e 2020,
respectivamente.
As taxas cobradas pela municipalidade não são consideradas um

imposto, haja vista sua natureza jurídica. Ademais leciona o artigo 77, do Código
Tributário Nacional que as taxas possuem como fato gerador a utilização de serviço
público específico posto a disposição do contribuinte:
“Artigo 77. As taxas cobradas pela União,

pelos Estados, pelo Distrito federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas

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atribuições, têm como fato gerador o exercício

regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestando ao contribuinte
ou posto à sua disposição.”
Pois bem. A excipiente alterou sua sede para a comarca de

Cubatão em outubro de 2016, conforme se verifica no contrato social devidamente
registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (doc.)
Desta feita, a partir do ano/exercício de 2017, a excipiente

deixou de utilizar o serviço público municipal insculpido no artigo 1º, da Lei
Complementar Municipal 601/2011, bem como a necessidade de licença para
instalação trazida pelo Código Tributário Nacional, em seu artigo 129, eis que
deixou de instalar-se ou exercer atividade no município de Praia Grande.
Logo, pelo fato das CDA’s trazerem em seu bojo a inscrição dos
débitos referentes aos exercícios de 2019 e 2020, por óbvio, irregulares em suas
constituições, mormente ao fato da inexistência de relação jurídica e inocorrência de
fato gerador dos tributos.
Com isso, plenamente justificável a oposição da presente

exceção a fim de ver reconhecida a nulidade das CDA’s constantes da exordial,
bem como reconhecida e declarada a ilegalidade das taxas cobradas.
DA FALTA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO

VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO
Para que haja o desenvolvimento da ação, é preciso que o

operador do direito observe os requisitos que a constitui, pois, a falta de qualquer
dos requisitos constitutivos da ação, elencados pela legislação, faz com que a ação
padeça de vícios que torne prejudicado o seu prosseguimento.

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fls. 14
Assim, quando a ação não preencher seus requisitos, estaremos

diante da ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e
regular do processo, elencado no artigo 485, IV, do Código de processo Civil e,
como podemos verificar no “caput” do mencionado artigo, o processo será extinto
sem resolução de mérito.
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição

e de desenvolvimento válido e regular do processo;”
Diante do que foi demonstrado anteriormente, pode-se verificar

que a presente execução fiscal carece de tais pressupostos, pois, como
demonstrado, os títulos executivos – CDA’s – são completamente nulos.
Deste modo, notável que a presente ação carece de

pressupostos de constituição da ação e de desenvolvimento válido e regular do
processo, haja vista que a ação carece de título executivo válido e a excipiente é
parte ilegítima para figurar como executada, de tal forma que, em ambos os fatos,
torna-se impossível o prosseguimento da ação, pois, não há como prosseguir com
uma ação executando um título inválido.
Assim, os presentes autos deverão ser extintos nos moldes do

artigo 485, IV, do Código de Processo Civil, conforme delineado alhures.
DOS HONORARIOS ADVOCATÍCIOS
No que tange ao presente feito, há de salientar que o trabalho do

Advogado é de suma importância para garantir à partes o direito de contestação e
ampla defesa, devendo ser reconhecido, deste modo, os esforços do profissional na
busca pela Justiça.
O Código de Processo Civil, em seu artigo 85, contempla o

reconhecimento dos serviços prestados pelo profissional de tal forma que leciona

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fls. 15
que a sentença condenará o vencido a pagar os honorários ao advogado do

vencedor, observando as disposições elencadas no § 2º, do mesmo artigo.
Ademais, a jurisprudência vem reconhecendo que são devidos
honorários advocatícios em relação à Exceção de Pré-Executividade, conforme
podemos ver no julgado colacionado a seguir:
EMENTA. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. IMPUGNAÇÃO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PROVIMENTO. 1. Os honorários
fixados no início ou em momento posterior do processo de
execução, em favor do exequente, deixam de existir em caso de
acolhimento da impugnação ou exceção de pré-executividade, com
extinção do procedimento executório, ocasião em que serão
arbitrados honorários únicos ao impugnante. Por outro lado, em
caso de rejeição da impugnação, somente os honorários fixados no
procedimento executório subsistirão. 2. Por isso, são cabíveis
honorários advocatícios na exceção de pré-executividade quando
ocorre a extinção, ainda que parcial, do processo executório. 3. No
caso concreto, a exceção de pré-executividade foi acolhida
parcialmente, com extinção da execução em relação a oito, dos dez
cheques cobrados, sendo devida a verba honorária proporcional. 4.
Recurso especial provido. (STJ - REsp nº 664.078 -
SP (2004/0074171-7) Relator Min. Luis Felipe Salomão)
Deste modo, são totalmente cabíveis os ônus referentes à

sucumbência em matérias tratadas em Exceções de Pré-Executividade, sendo
totalmente procedente a condenação da fazenda exequente, ora excepta, ao
pagamento de tais verbas advocatícias a serem arbitradas conforme disposições
do artigo 85, da Lei Processual Civil.
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto na presente exceção, requer-se à

Vossa Excelência:

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- que seja conhecida e declarada a nulidade das CDA’s 1253,

6390, 3854, e 8664, constantes da exordial, por estas não preencherem os
requisitos da legislação, tais como o artigo 2º, § 5º, inciso III, da Lei nº 6.830/80;
- que seja conhecida e declarada a ilegalidade da taxa de

licença e funcionamento fundamentada no artigo 129, da Lei Complementar
Municipal nº 574/2010 – Código Tributário Municipal, eis que na data do fato
gerador do tributo cobrado a excipiente não estar instalada e nem funcionar no
município de Praia Grande, desde outubro de 2016;
- que seja conhecida e declarada a ilegalidade da taxa de

serviço, com fundamento legal no artigo 1º, da Lei Complementar municipal nº
608/2011, eis que na data do fato gerador do tributo cobrado a excipiente não estar
instalada e nem funcionar no município de Praia Grande, desde outubro de 2016,
não utilizando o serviço público aludido;
- REQUER AINDA, verificando-se ue a presente ação carece de

pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, de
tal forma que os presentes autos deverão ser extintos. Assim, a Excipiente requer
sejam os presentes autos EXTINTOS nos moldes do artigo 485, IV do Código de
Processo Civil;
Por fim, requer a condenação da Fazenda Exequente ao

pagamento das verbas advocatícias a serem arbitradas nos moldes do artigo 85
do Estatuto Processual Civil.
Nestes termos
Pede deferimento
Praia Grande, data do protocolo.
JOÃO PAULO SILVA ROCHA

OAB/SP 263.060


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA

SIMAPI COMERCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA,

DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE

Em que pese não disciplinada de forma positivada, a presente

A exceção de pre-executividade pode ser arguida por simples

Nesse sentido, José Manoel de Arruda Alvim Neto, a respeito do

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

“Técnica pela qual o executado, no curso do próprio procedimento executivo, e

Justamente os requisitos mencionados são atualmente exigidos

No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça disciplina, por

“SUMULA 393: A exceção de pre-executividade é admissível não

Com isso, pelo que se vislumbra no caso concreto, a presente

DA SÍNTESE DOS FATOS

A presente execução fiscal é proposta pela municipalidade de

- 6390 – tributo taxa de serviço – exercício 2019

- 3854 – tributo taxa de localização – exercício 2020

- 8664 – tributo taxa de serviço – exercício 2020

Como vistos nas CDA’s mencionadas (fls., 2/5), a excipiente tem

Todavia, ao contrario do que busca a municipalidade, os tributos

Desta feita, consoante a fundamentação apresentada na

DA NULIDADE DAS CDA’s

NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS

Como se verifica nas certidões de dívida ativa que compõem e

No caso das CDA’s 1253 e 3854, estas trazem a cobrança do

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

Do que se verifica no título executivo, o fundamento legal para o

“Art. 129. Qualquer pessoa física ou jurídica dedicada à

Nesta toada, o fato gerador do tributo discriminado nas CDA’s

Na mesma esteira, as CDA’s 6390 e 8664 (fls., 2 e 5) reportam à

“Art. 1º. A Taxa de Vistoria Sanitária e Serviços

No mesmo diapasão do raciocínio em relação ao tributo anterior,

As taxas cobradas pela municipalidade não são consideradas um

“Artigo 77. As taxas cobradas pela União,

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

atribuições, têm como fato gerador o exercício

Pois bem. A excipiente alterou sua sede para a comarca de

Desta feita, a partir do ano/exercício de 2017, a excipiente

Com isso, plenamente justificável a oposição da presente

DA FALTA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Para que haja o desenvolvimento da ação, é preciso que o

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

Assim, quando a ação não preencher seus requisitos, estaremos

“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição

Diante do que foi demonstrado anteriormente, pode-se verificar

Deste modo, notável que a presente ação carece de

Assim, os presentes autos deverão ser extintos nos moldes do

DOS HONORARIOS ADVOCATÍCIOS

No que tange ao presente feito, há de salientar que o trabalho do

O Código de Processo Civil, em seu artigo 85, contempla o

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

que a sentença condenará o vencido a pagar os honorários ao advogado do

EMENTA. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

Deste modo, são totalmente cabíveis os ônus referentes à

Diante de todo o exposto na presente exceção, requer-se à

JOÃO PAULO S. ROCHA - ADVOCACIA

- que seja conhecida e declarada a nulidade das CDA’s 1253,

- que seja conhecida e declarada a ilegalidade da taxa de

- que seja conhecida e declarada a ilegalidade da taxa de