Testemunho sobre a busca pela santidade
Testemunho sobre a busca pela santidade
Testemunho sobre a busca pela santidade
Sonhei a noite toda com um animal asqueroso e nojento que vive onde ninguém vê e ao
mesmo tempo encontra-se em muitos lugares.
Ele sempre está no meio de nós, mas as vezes nem o percebemos. Ele não só rouba o nosso
alimento, mas o contamina transmitindo doenças. Quando ele se mostra nós não temos
coragem de tocar, sentimos asco... medo...nojo. Ninguém o quer por perto, mas as vezes
demoramos a espantá-los e não fazemos nada para impedir que entre na nossa casa. Achamos
irrelevante. Ele é silencioso, geralmente se sente confortável quando não estamos por perto,
quando não estamos prestando atenção... na calada da noite, ou na mansidão de um dia
tranquilo. Mas ele não vai embora, é uma peste. Ele se multiplica e se espalha pela vizinhança
com facilidade. As vezes protegemos nossa casa, colocamos veneno, o espantamos, mas o
nosso vizinho não... E ele volta. Ele mora as vezes na casa ao lado, na rua de baixo, no lote do
fundo. “Mas na minha casa eu não permito!!!” - Diz indignada. Pena. Sofreremos do mesmo
jeito pela culpa do outro que não o espantou. Pela nossa culpa de não ter disseminado,
integralmente pela vizinhança, o tamanho mal que nos habitava.
Pensemos agora que esse animal poderia ter um rato, como no meu sonho. Mas agora leia o
texto com o sentido de que também poderia ser a fofoca, o julgamento, o falar mal ou as vezes
o falar de “fatos”, se isso ameniza sua culpa.
E nesse momento o testemunho se inicia. Estou a algum tempo na caminhada de livrar esse
mal das nossas vidas. De afastar essa maldade dos nossos corações e tenho falhado.
Quando acordei desse sonho eu estava inquieta, com nojo, pensando em quão horrível era
sonhar com esse animal dessa forma, passar uma noite agitada por conta dessa situação. Logo
no início do dia conversei com algumas pessoas sobre isso e alguém que eu confio muito
espiritualmente me disse que o inimigo estava tentando afetar e sujar a pureza do meu
coração, alcançar, corromper e destruir a minha essência no Senhor, que é pura. O Senhor está
te mostrando isso para que você possa se proteger e pedir a guarda dele sobre sua vida – disse
ela.
Não pense que estou afirmando que sou santa. Longe disso. Mas todos nós como filhos de
Deus temos uma pureza que vem dele, uma essência que ele mesmo nos concedeu quando
nos deu a vida e por isso ela é pura.
Corromper a nossa pureza, manchar a nossa essência é retirar o que temos de mais valioso,
porque qual joia teria mais valor do que uma que foi presenteada pelo próprio Deus?
Passou-se alguns minutos e eu percebi de que aquela fala era verídica e o sonho tinha um
sentido muito claro. Recebi uma mensagem minutos depois que atacou fortemente a
fragilidade que eu estava lidando e que me impedia de buscar a santidade e me fazia pecar
várias vezes. Uma mensagem derivada diretamente de uma situação, injusta, de fofoca (que
não aconteceu nesse caso e por isso é injusta).
Fui provocada a sentir raiva, indignação, a proferir palavras que denegririam pessoas, a
apontar um posicionamento que iria contra o perdão, contra a família. Levada a ter um
comportamento que não unia e sim afastava. Que não era pacifista e sim que apontava para a
discórdia.
Nesse momento eu parei, lembrei que o Senhor tinha falado comigo através do sonho.
Lembrei que a penitencia da minha última confissão tinha sido praticar uma caridade. Engoli
todo o meu orgulho, todos os meus pecados que eu estava ansiando em comete-los e fiz
diferente do que eu queria.
Sucumbi a minha falha mortal de humana ao pedido que o Senhor fez para mim.
Dei uma palavra de união, de paz e perdão, de compreensão e de amor. Mesmo que eu não
quisesse. E não estou aqui me vangloriando, mesmo porque, não passa da minha obrigação de
cristã. Não estou fazendo nada a mais do que deveria.
Senti vontade de escrever sobre isso por dois motivos: o primeiro, para que seja falado sobre o
mal que é o julgamento alheio, aquele comentário sobre a vida do outro que fazemos como se
nada fosse, e que, discretamente como um rato que entra em nossa casa para roubar nosso
alimento, ele entra na nossa vida para rouba a nossa alma, a nossa pureza, a nossa santidade,
o nosso alimento espiritual. Esse mal é perene e normalizado em nosso meio e seremos
diariamente tentados a fazê-lo. Mas a cada vez que fizermos perderemos a batalha.
Sofreremos situações injustas e deveremos arcar com a responsabilidade porque já fomos
injustos bem mais com os outros em outras ocasiões, estamos apenas colhendo os frutos.
O segundo motivo é para que nos sintamos solidarizados com o calvário do outro. Para que
possamos enxergar que essa é uma cruz que nós devemos ajudar o outro a carregar e não o
influenciar no caminho contrário. Se não for para ajudar, não atrapalhe. Se não for para
edificar, se recolha na sua miserabilidade.
Que a minha fragilidade e o meu pecado, sirva ao menos para ser uma luz para que você
busque se livrar do seu. Pegue a sua cruz e caminhe rumo a santidade. Eu estou no meu
caminho até que Jesus volte, aguardo sua companhia.