O LAICATO NA IGREJA E NO MUNDO SEGUNDO

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O LAICATO NA IGREJA E NO MUNDO SEGUNDO AS

CONFERÊNCIAS GERAIS
HISTÓRIA DA IGREJA NA AMÉRICA LATINA E BRASIL

EQUIPE:
EMERSON COSTA
GILBERTO FERREIRA
LUCÉLIO MAGALHÃES
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DO RIO DE JANEIRO (1955)

Os leigos são vistos como auxiliares do clero, sem um papel ativo na


evangelização ou na missão da Igreja. A função dos leigos é limitada a
apoiar a hierarquia na educação e na formação religiosa, sem autonomia,
sendo apenas fiéis a serviço do clero; O documento reflete a visão de que
a insuficiência de clero era o principal problema da Igreja na América
Latina.

Considerada um meio eficaz para


manter a fé e recristianizar a
população. É solicitada uma
formação adequada dos leigos na
doutrina cristã, mas com foco
restrito à preservação da fé, sem
explorar sua vocação social e
política.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DO RIO DE JANEIRO (1955)
O documento não reconhece a autonomia do laicato. Há uma dependência
da Igreja em relação ao clero, o que é um tema que será abordado de
forma mais construtiva em Conferências futuras.

Embora crucial para a fé, sua abordagem limitada à atuação meramente


religiosa impede o desenvolvimento de um papel mais abrangente e
autônomo dos leigos na sociedade.

Essa análise demonstra que,


embora a Conferência do Rio de
Janeiro tenha um foco restrito na
atuação dos leigos, um processo
de amadurecimento e
reconhecimento começa a se
formar.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN (1968)
Medellín enfatizou a importância dos leigos na transformação social e
eclesial do continente, legitimando sua vocação e missão na sociedade. O
documento destaca que o compromisso dos leigos deve ser libertador e
humanizador, respondendo às complexas questões sociais como opressão,
pobreza e desigualdade. O conceito de libertação começa a se solidificar
como uma força motriz na teologia latino-americana. A Conferência
reafirma a visão da Igreja como "Povo de Deus", onde os leigos
desempenham um papel crucial na missão e na ação social. A eclesiologia
do Vaticano II serve como base para essa nova compreensão, promovendo
a solidariedade e a participação ativa dos leigos na sociedade.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN (1968)
O DOCUMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:
1. Fatos: Analisa o papel dos leigos frente a desafios como
subdesenvolvimento e marginalidade, reconhecendo a necessidade de uma
pedagogia adequada para a ação dos leigos.
2. Critérios Teológico-Pastorais: Aborda a
cooperação dos leigos na missão da Igreja,
enfatizando sua competência para agir no
mundo e sua motivação espiritual.
3. Recomendações Pastorais: Sugere a
formação de equipes apostólicas e movimentos
seculares para atuar em decisões importantes e
busca de justiça social.
4. Moções: Propõe a criação de um Conselho
de Leigos latino-americano, promovendo
diálogo e serviço em nível continental.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE MEDELLÍN (1968)
Medellín instiga uma nova postura profética e autêntica dos leigos diante
da opressão e injustiça, reconhecendo sua força para atuar em causas
sociais e políticas, sempre com o foco no bem comum. A Conferência de
Medellín representa um marco na história da Igreja na América Latina,
promovendo uma maior participação dos leigos e reafirmando seu papel
vital na luta por justiça e transformação social. Essa valorização do laicato
é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e solidária,
refletindo o espírito do Vaticano II e as realidades específicas do
continente.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE PUEBLA (1979)
A Conferência de Puebla foi um marco
importante na trajetória da evangelização
da América Latina, construída sobre os
ensinamentos do Vaticano II e da
Conferência de Medellín. Seu foco central
foi a situação histórica da região,
particularmente em relação aos pobres, à
justiça e ao compromisso social,
consolidando uma identidade e missão da
Igreja neste continente.

Puebla se destaca por incorporar


elementos da Teologia da Libertação,
refletindo a realidade social e as injustiças
que permeiam a vida dos latino-
americanos, enquanto reafirma as
diretrizes de Medellín.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE PUEBLA (1979)
O documento enfatiza que a identidade do leigo é ser
"uma pessoa da Igreja no coração do mundo e uma
pessoa do mundo no coração da Igreja" (DP 786),
sublinhando a importância de sua participação ativa na
missão da Igreja. A missão dos leigos é vista como
intrinsecamente ligada à missão da Igreja, com um
chamado à responsabilidade coletiva na promoção da
justiça (DP 777).

Puebla identifica um divórcio entre fé e vida, onde


alguns movimentos leigos se afastam da perspectiva
eclesial, enquanto movimentos eclesiais muitas vezes
negligenciam a dimensão social. O clericalismo é
criticado, destacando a necessidade de que leigos e
clérigos trabalhem juntos em harmonia, evitando a
exclusão dos leigos de sua vocação e compromisso no
mundo (DP 784-799).
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE PUEBLA (1979)

O documento faz um apelo


pela formação de um laicato
organizado que atue como
sinal de comunhão e
participação, trazendo
vitalidade missionária à Igreja
e explorando novos campos
de evangelização (DP 801-
806); Urge os leigos a se
comprometerem ativamente
na missão evangelizadora da
Igreja, com um foco especial
na promoção da justiça, e
destaca a importância do
CELAM como uma força
dinamizadora.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE PUEBLA (1979)
Há uma ênfase na formação contínua e no surgimento de novos
ministérios e serviços adaptados às necessidades contemporâneas da
evangelização (DP 833). A Conferência de Puebla representa um avanço
significativo na construção de uma Igreja que se destaca pelo pioneirismo
e profetismo, onde leigos e clérigos colaboram para unir fé e vida,
espiritualidade e compromisso social, enfrentando os desafios da realidade
latino-americana.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE SANTO DOMINGO (1992)
A Conferência de Santo Domingo apresenta uma nova
abordagem que se afasta do método Ver-Julgar-Agir,
optando por uma reflexão que parte da fé e se conecta
com a realidade social, sem deixar de criticar as
opressões e injustiças.

O documento destaca a importância da nova


evangelização, da promoção humana e da cultura cristã,
com um chamado especial para a participação ativa dos
leigos na missão evangelizadora da Igreja.

Os leigos são convocados a assumir um papel central


na Igreja e na sociedade, reconhecendo-se como
agentes e destinatários da Boa Nova da salvação,
conforme as diretrizes de Cristo. A citação de SD 94
enfatiza a importância de sua missão: "Ide também vós
para a minha vinha".
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE SANTO DOMINGO (1992)
O documento aponta um problema
crítico: muitos leigos se sentem
católicos, mas não se veem como parte
da Igreja. Esta desconexão impede um
compromisso pleno com a vocação
cristã, como já identificado em
Conselhos anteriores.

Para que a nova evangelização seja


eficaz, é necessário um laicato
responsável e comprometido. Os
desafios destacados incluem:
1. Protagonismo na nova
evangelização e promoção humana.
2. Direcionar esforços principalmente
para batizados que ainda não foram
evangelizados (SD 97).
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE SANTO DOMINGO (1992)
LINHAS PASTORAIS PROPOSTAS:
1. Igreja-comunhão: Estimular a corresponsabilidade e participação
dos leigos em diferentes níveis da estrutura eclesial.
2. Ação Social: Promover a participação dos leigos em ambientes
sociais e culturais, visando transformar a sociedade (SD 98).
3. Formação Integral: Implementar um processo de formação gradual
e contínua, focando na capacitação de formadores (SD 99).
4. Ministérios Laicais: Valorização dos ministérios e movimentos
laicais, com critérios de eclesialidade e um perfil latino-americano (SD
101 e SD 102).
Um laicato bem formado,
maduro e comprometido é
essencial para que a Igreja
abrace a nova evangelização
e se torne um agente ativo na
transformação social (SD
103).
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE APARECIDA. (2007)
O documento de Aparecida enfatiza a importância
do papel dos leigos na Igreja, definindo-os como
"discípulos missionários" que, através do batismo e
confirmação, assumem sua vocação de evangelizar e
transformar a sociedade. As principais informações
e ênfases do texto são:

1. Discípulos Missionários: O conceito central é


que os leigos, ao serem batizados e confirmados,
tornam-se discípulos e missionários de Cristo,
refletindo a ideia de que todo discipulado deve
levar à missionariedade e vice-versa.
2. Vocação e Missão dos Leigos: O documento
destaca que a ação da Igreja e seu futuro não
podem ser pensados sem considerar a missão
dos leigos, que trazem uma expressividade única
e são essenciais para a vida da Igreja.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE APARECIDA. (2007)
3. Influência Social e Política: Os leigos são
chamados a agir em meio social e político,
desafiando estruturas injustas e
promovendo a justiça, sendo vistos como
"Luz do Mundo".
4. Testemunho Concreto de Fé: A atuação
dos leigos deve ser marcada por um
testemunho autêntico de fé e vida, coerente
com os valores cristãos, que se traduz em
ações efetivas na comunidade e sociedade.
5. Formação Teológica: A formação dos
leigos deve ser teológica e prática,
capacitando-os a agir em diálogo e
transformação social. A presença dos leigos
como formadores é vital, pois eles trazem
vivências concretas para o processo de
formação.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE APARECIDA. (2007)
6. Sujeitos Eclesiais: O documento
reconhece os leigos como sujeitos eclesiais,
assumindo autonomia e especificidade em
sua vocação. Eles são vistos como agentes
de transformação em diversos ambientes,
como política, negócios, esportes, e
comunicação.
7. Espiritualidade Própria: É ressaltada a
necessidade de uma espiritualidade leiga,
com grupos de fé e vida que promovam a
conversão pastoral e a presença da Igreja
nas comunidades.
8. Atentos aos Sinais dos Tempos: Os leigos
devem estar sempre em conversão pastoral,
permitindo que a Igreja se adapte e traduza
a mensagem do Evangelho de maneira
relevante para cada época e contexto.
O LAICATO NA CONFERÊNCIA DE APARECIDA. (2007)

O documento de Aparecida, portanto, não apenas reconhece, mas


também convoca os leigos a assumir um papel ativo e transformador na
Igreja e na sociedade, enfatizando sua missão fundamental como
testemunhas de Cristo no mundo.
“FAZEI RESSOAR”
O Concílio Vaticano II foi fundamental na
abertura de novas perspectivas para a
Igreja, e sua tarefa de evolução continua
sendo relevante hoje.

As Conferências Gerais da América Latina


e do Caribe, em seus respectivos contextos,
têm alimentado uma Igreja engajada na
realidade histórica, oferecendo uma leitura
atual e profética do Evangelho.

Existe um chamado contínuo para


enfrentar novos desafios e oferecer
respostas adequadas, o que se reflete no
pontificado do Papa Francisco, que é um
produto do Concílio e das Conferências.
“FAZEI RESSOAR”
O Papa Francisco propõe um diálogo que
valoriza a participação dos leigos, enfatizando
que homens e mulheres de fé devem estar
ativamente envolvidos na Igreja, conforme
solicitado no documento de Medellín.

O laicato é visto como uma força vital que


deve estar atenta aos sinais dos tempos,
desempenhando um papel crucial na
realização da missão da Igreja.

É essencial manter um olhar pautado na


esperança e na alegria do Evangelho, aberto
ao Espírito Santo, que guiou o Concílio. Isso
implica estar preparado para os novos
desafios que surgem no presente.
“FAZEI RESSOAR”
Todos são chamados a
participar da construção
do Reino de Deus,
reforçando a ideia de
que a Igreja deve ser
inclusiva e acolhedora,
reconhecendo a
importância do laicato
no mundo
contemporâneo.

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