DiogenesFSC_DISSERT
DiogenesFSC_DISSERT
DiogenesFSC_DISSERT
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA
2010
Natal – RN
Brasil
ii
2010
Natal – RN
Brasil
iii
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________________
Prof. Dr. Luiz Antonio Cestaro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN)
Presidente
______________________________________________
Prof. Dr. José Etham de Lucena Barbosa
Universidade Estadual da Paraíba (Membro externo) (PRODEMA/UEPB)
_______________________________________________
Prof. Dr. Fernando Moreira da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN)
iv
DEDICO
v
Merikarê
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus. Por cada momento de minha vida. Momentos difíceis e de superação. Momentos
felizes. Momentos de dúvida. A vida já me proporcionou um festival de sensações e
emoções. Obrigado pela minha vida.
Ao meu professor orientador, Luiz Cestaro, mestre e amigo durante todo o meu percurso
de pesquisa para escrita da dissertação. Agradeço o incentivo e confiança a mim dedicados
e especialmente o esforço pessoal em viabilizar essa pesquisa.
A minha família, em especial aos meus pais, Luiz e Bernadete, e minha irmã Conceição.
Em nome deles agradeço a cada familiar que sempre me apoiou ao longo da vida.
Agradeço cada segundo dedicado a mim; os ensinamentos e a vivência com todos
formaram a pessoa que sou.
A minha filha Sofia. Pelo carinho e por você existir. Você sempre foi e sempre será o
maior incentivo dos meus sonhos. Os momentos em que estive ausente sempre ficarão na
minha memória, mas em meu coração e em minha alma nunca me afastei um segundo de
você.
A Mycarla, companheira e amiga. Tenho certeza que sem o seu ombro sempre livre para
chorar, reclamar e agradecer não teria conseguido chegar aqui. Sempre agradecerei por
todo o amor e a atenção a mim dispensada. Obrigado por você existir.
viii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL. 09
REFERÊNCIAS 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS 66
Apêndice 01 68
Apêndice 02 71
INTRODUÇÃO GERAL
(TOMLINSON, 1986).
temperatura e hidrodinâmica do fluxo de água doce (rio) e da salgada (estuário e mar). Ainda
segundo esses autores, tanto a intensidade dos fluxos de matéria quanto os de energia entre o
As marés constituem uma das energias subsidiárias mais importantes que incidem
elevada importância ecológica, uma vez que está situado em uma área de transição entre os
ambientes terrestre e aquático, sujeito ao regime diário das marés, onde seu aspecto cíclico é
9
específicas e limitantes desse ambiente, como salinidade, freqüente submersão pelas marés,
norte no Oiapoque - AP (4º30’N), até seu limite sul na Praia do Sonho em Santa Catarina
(28º53’S). Esta vegetação está distribuída em lagunas, baias e estuários ao longo dos 7.408
km da linha de costa, cobrindo uma área estimada em 25.000 km2. Apenas o Rio Grande do
Sul é o único estado costeiro que não possui manguezais (SCHAEFFER-NOVELLI et al.,
2000).
Quanto à sua epistemologia, o termo mangue (em inglês “mangrove”) é usado para
especiais que lhes permitem habitar em um substrato encharcado, salino, geralmente anóxico,
Segundo a autora, o termo manguezal pode ser aplicado para vários níveis de
gerenciamento.
10
que as florestas de mangue estão inseridas. Esse compartimento inclui os componentes
autor, estas paisagens e suas formas são modelados por coajustamentos contínuos da água,
Thom (op. cit.) ainda comenta que a forma das assembléias em cada
local. Estes ajustamentos das formas compõem um modelo sobre a paisagem que
manguezais.
tectônicas promovem a primeira ordem de controle sobre ao longo das zonas costeiras onde
suavemente ao longo dos declives continentais. Deltas, praias e sistemas lagunares rasos são
ocasionados pelas ondas, marés e energia fluvial que formam sistemas morfodinâmicos
aumentam a diversidade das morfologias das planícies costeiras (VITAL, 2005). Por
exemplo, a costa do Amapá, Pará e Maranhão é de macromaré, dominada por fortes correntes
11
Essas grandes forças erosivas inibem a formação de um sistema de barreira
arenoso, dando lugar à extensas planícies lamosos, em que porção superior da zona de
próximo às áreas equatoriais, esses ecossistemas são influenciadas por uma intensa atividade
amplitudes de maré (> 2 metros) ocorrem no noroeste da linha de costa da América do Sul, ao
longo das costas do oceano Pacífico da Colômbia, Equador, e norte do Peru, e nas linhas de
costa do leste do continente, no Golfo de Paria (Venezuela) até São Luiz, no Brasil. É nesse
trecho que ocorre a maior e mais dinâmica região onde os manguezais se desenvolvem,
estando restrito dentro do intervalo de 10º em relação ao Equador, exceto na costa do Pacífico
Guiana Francesa (4º 30’ N) até o ponto mais próximo do Trópico de Capricórnio (28º30’ S),
próximo a Laguna (Santa Catarina), onde eventualmente tornam-se limitados pelas baixas
as respostas das espécies componentes aos fatores ecofisiológicos locais. Lugo & Snedaker
ribeirinho, lavado, fechados e anão. Cada uma dessas categorias é influenciada por um
conjunto de assinaturas de energia similares, em que cada tipo de floresta apresenta níveis
12
similares de desenvolvimento estrutural são atenuados. Cintrón et al. (1985) sugeriram que
essa classificação fosse reduzida pra três tipologias (franja, ribeirinha e bacia).
(franja e bacia) e três subtipos (lavado, arbustivo e anão). O critério utilizado para descrever
utilizado por Brown & Lugo (1982), que dividiram os ambientes úmidos de água doce em
dois grandes tipos baseados na disponibilidade e água: florestas úmidas de água corrente e de
água parada. Schaeffer-Novelli et al. (2000) consideram florestas de franja e ribeirinhas como
sendo sistemas de água corrente, já as florestas de bacia como sistemas de água parada.
ribeirinhos são considerados um tipo de franja, haja visto que seus atributos estruturais são
derivados ao local onde eles estão localizados (onde ocorrem baixas salinidades e
reduzido abaixo das condições marginais (edáficas, climáticas, etc). Esse termo pode ser
níveis de nutrientes, abaixo das condições oligotróficas (DUKE et. al., 1998).
de costa protegidas, em estuários e baías protegidas, além de ilhas com margens inundadas
pela maré. A indução da maré por movimento vertical é típica de franjas, onde esse caminho
13
tóxicos. As franjas são expostas a uma larga variação das condições de salinidade e
nutrientes, para valores acima da água do mar ou condições oligotróficas de água doce ou de
áreas sujeitas a altas descargas de águas doces e inputs de nutrientes (LUGO & SNEDAKER,
A água da chuva e a escoada pela drenagem fluvial não é tão importante para a
níveis das marés. Em ambientes áridos (onde o escoamento da drenagem no sistema fluvial <
mas, como as franjas são inundadas pelas marés mais altas, elas não são sofrem sérios
frequentemente observados nestas áreas. Por causa do alto fluxo de marés e altas taxas de
queda de folhas nos ambientes de franjas, eles tendem a exportar grandes montantes de
Por sua vez, as florestas de bacias ocupam terrenos sujeitos a baixa freqüência de
fluxos de maré, os quais são algumas vezes restritos às altas marés do ano, onde devido a esse
restrito movimento da água, estas bacias tendem a ter uma acumulação de matéria orgânica.
Florestas de bacia requerem inputs de água da chuva ou da drenagem fluvial para o seu
sucessional natural do ecossistema. A zona do apicum, segundo Bigarella (1947), faz parte da
14
sucessão natural do manguezal para outras comunidades vegetais, sendo resultado da
denominações utilizadas para designar uma zona de solo geralmente arenoso, ensolarada,
médio/supramaré, raramente em pleno interior do bosque. Seu limite é estabelecido pelo nível
médio das preamares de sizígia e o nível das preamares equinociais (LUGO & SNEDAKER,
inclusive com restos de material botânico e valvas de ostras, denotando claramente sua
salinidade atua como fator limitante, apresentando valores crescentes da margem do rio para
o apicum nos meses de verão (estação seca), ocorrendo o inverso no inverno (estação
assim como outros animais escavadores, estão enriquecendo a superfície com nutrientes
retirados das camadas mais inferiores da vasa, desempenhando função vital na ecologia do
manguezal. Esses nutrientes são carreados pelas águas da chuva para o manguezal,
15
manguezal, mantendo em equilíbrio os níveis de salinidade (KATHIRESAN & BINGHAM,
2001).
ecossistemas de imenso valor ecológico e ambiental (MAIA & LACERDA, 2005). Baseado
(Brasil) apresenta alguns fragmentos de manguezais ao longo dos seus principais estuários,
onde muitos são alvos de uma série de pressões antrópicas em virtude da localização de áreas
desaparecimento desse rico ecossistema, o que pode resultar da interação entre agentes
interação conjunta desses fatores, e por vezes apenas a atuação deste último, “atua como
fatores crônicos, perpetuando sua ação e seus impactos em longo prazo, podendo inclusive
Tomlinson (1986), Duke et al. (1998) e Bunt (1996; 1999) comentam que a
com a distribuição das espécies de mangue, especialmente em ambientes áridos, onde pode
haver a acumulação de sais nos solos. Nessas áreas podem se desenvolver condições
16
evidenciado nos dados de campo, tanto a altura das árvores quanto a diversidade de espécies
Esse trecho litorâneo sofre com secas periódicas, onde a salinidade torna-se um
áreas cujo solo apresenta elevados teores de sais e que são inundadas apenas durante as
estuário, estas áreas tornaram zonas importantes do ponto de vista econômico, pois foram
ocupadas por salinas solares para produção de sal marinho via evaporação (ROCHA, 2005).
dos estuários, estas interagem segundo suas exigências fisiológicas e tolerâncias ambientais,
para formarem bosques, que podem ser monoespecíficos ou mistos (BUNT, 1996; 1999).
se dão em regiões onde a temperatura média do mês mais frio é superior a 20o C e amplitude
universal. As possíveis causas desses padrões de zonação e distribuição espacial em geral têm
17
BUNT, 1996; 1999; DUKE et al.,1998; SCHAEFFER-NOVELLI et al., 1990; 2000;
Em relação à área ocupada por manguezais no estuário, Herz (1991) estimou que a
mesma fosse de 1,63 km2 na data do estudo. No que se refere à cobertura atual, estimativas
realizadas por Maia e Lacerda (2005) apontam para 1,31 km2. Segundo esse último trabalho,
mangue no estuário Apodi/Mossoró, que ao longo de 14 anos diminuiu 0,32 Km² (32
hectares).
citadas, o efeito de diferentes fatores limitantes. Soares et al. (2003) afirma que nessas áreas,
Os autores comentam que em um cenário como este se torna ainda mais complexo
por se tratar de sistemas submetidos a diversos fatores limitantes, como no caso do estuário
do Rio Apodi/Mossoró, onde se deve considerar além das características individuais de cada
sinergismo.
Outro fator que deve ser levado em consideração com relação ao desenvolvimento
das áreas de manguezal. Para os autores acima, os bosques de mangue mais desenvolvidos
ocorrem onde a precipitação anual excede os 2.000 mm anuais e onde não haja uma estação
seca pronunciada.
18
Com relação a esse aspecto, o estuário onde foi desenvolvida a pesquisa em
Grande do Norte), onde o clima é semi-árido, tipo BSw´h´ seco e muito quente (segundo a
verão e o outono (fevereiro a junho), com uma longa e pronunciada estação seca (~ 8 meses),
cuja pluviosidade média anual (< 1,250 mm/ano-1) é inferior a evapotranspiração potencial da
região (1.500 – l.600 mm/ano-1), sendo ideal para a produção de sal marinho em salinas
porte (nanicos), surgindo zonas desprovidas de vegetação devido ao acúmulo de sais no solo
Ainda com relação a influência dos parâmetros ambientais com a distribuição das
espécies vegetais do manguezal, uma das variáveis ambientais que mais pode influenciar na
NOVELLI & CINTRÓN, 1986; DUKE et al., 1998). De acordo com Silva (2004), o estuário
taxas de evapotranspiração potencial nas bacias de drenagem dos rios são maiores do que a
19
Somando-se com a intensa evaporação (média anual de 5 cm/m3/dia), ventos constantes e
altas temperaturas (≈ 30º C) durante a maior parte do ano, esse d’água se torna hipersalino
durante a maior parte do ano, podendo-se encontrar valores até aproximadamente 3 (três)
da salinidade ao longo do estuário, a partir da foz, com o aumento progressivo desse fator,
(op. cit.) conceitua esse ambiente como sendo um corpo de água costeiro semi-fechado, com
livre abertura para o oceano adjacente, estendendo-se até o limite de penetração da maré, no
qual a água do mar é advectada para o seu interior pelas correntes de maré e tem a salinidade
em relação à precipitação.
(SILVA, op. cit.; MIRANDA, op. cit.). Ainda segundo estes autores, tais condições de
associado aos valores extremos de amplitude de maré (3 metros) e/ou período de estiagem
(1998) comentam que as plantas do ecossistema de manguezal apresentam uma larga escala
número de espécies, mas também em termos da habilidade de cada espécie para competir
20
com essa ampla variedade de condições ambientais, utilizando suas características individuais
especializadas.
quanto no interior. Os principais vetores potenciais para gerar impactos sobre estes
naturais e as intervenções humanas na zona costeira. Esta conjuntura de fatores se torna ainda
mais preocupante sobretudo porção nordeste do Brasil, onde o clima semiárido e um processo
(SOARES, 1999).
ordenamento da ocupação do solo e dos recursos naturais se traduz de forma preocupante nas
zonas costeiras (FORMAN & GODRON, 1986). Para Christofoletti (1999), as atividades
21
humanas influenciam o meio ambiente e, em numerosos casos, exercem pressão sobre suas
características. Segundo Van Bellen (2004), o uso dos recursos naturais, a emissão de
poluentes e lançamento de dejetos são exemplos claros de tais pressões sobre o ambiente,
situadas apenas no litoral setentrional do estado do Rio Grande do Norte, principalmente nas
margens dos seus estuários. Como afirma Rocha (2005), a localização de tais empresas ao
longo desse trecho litorâneo está diretamente relacionada com as condições climáticas (ex.
hipersalinas.
estiagem anual ou pelas marés de sizígia, sendo constituídas por sedimentos argilo-arenosos
econômico, pois foram ocupadas por salinas solares para produção de sal marinho via
evaporação (MAIA & LACERDA, 2005). Esses empreendimentos são responsáveis por 95%
pesquisa pretende contribuir com novos elementos para a análise da dinâmica fitoecológica
22
Tendo como área de estudo o estuário do rio Apodi/Mossoró, situado no litoral
setentrional do estado do Rio Grande do Norte, o norteamento das ações de coleta e análise
e 2) caracterizar o processo de ocupação das margens do estuário nos últimos 32 anos (1976 –
2008).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. 1965. Lei Federal nº 4.771. Institui o Novo Código Florestal do Brasil.
Brasília/DF.
of saltwater and freshwater forested wetlands. In: GOPAL, B.; TURNER, R.E.; WETZEL,
R.G.; WHIGHAM, D.F. (Eds.). Wetlands and Management. National Institute of Ecology
23
BUNT, J. S. 1999. Overlap in mangrove species zonal patterns: some methods of analysis.
LTDA, 1999.
biodiversity and distributional gradients, Global Ecology and Biogeography Letters, 7: 27-
47.
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. New York: John Wiley, 1986.
24
KATHIRESAN, K.; BINGHAM, B. L. 2001. Biology of mangroves and mangrove
Mangrove ecosystem studies in Latin America and Africa. International Society for
LUGO, A. E. & SNEDAKER, S. C., 1974, The ecology of mangroves. Ann. Rev. Ecol.
Syst., 5: 39-64.
MAIA, L. P.; LACERDA, L. D. (orgs.) 2005. Estudo das áreas de manguezais do nordeste
do Brasil - Avaliação das áreas de manguezais dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do
Fortaleza, 60 p.
dois solos do Campo Salino, no Estado do Rio Grande do Norte. Rev. Ciên. Agron.,
25
MIRANDA, L. B. de; CASTRO, B. M. de; KJERFVE, B. 2002. Princípios de oceanografia
Ministério das Minas e Energia. v. 23 – Folhas SB. 24/25 – Jaguaribe /Natal, 740p.
p.
manguezal: estrutura, função e flora. São Paulo: Caribbean Ecological Researh. 150 p.
M. 1990. Variability of mangrove ecosystems along the Brazilian coast. Estuaries, 13 (2):
204-218.
2000. Brazilian mangroves. Aquatic Ecosystem Health and Management, 3: 561 – 570.
Renováveis – IBAMA.
26
RAMOS E SILVA, C. A.; OLIVEIRA, S. R.; REGO, R. D. P.; MOZETO, A. A. 2007.
Dynamics of phosphorus and nitrogen through litter fall and decomposition in a tropical
dos estuários Apodi, Conchas, Cavalos, Açu, Guamaré, Galinhos, Ceará-Mirim, Potengi,
da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Revista Brasileira de Biologia, 59 (3), p. 503-515.
THOM, B.G. 1982. Mangrove ecology: a geomorphological perspective. In: CLOUGH, B.F.
Press. 413 p.
27
VAN BELLEN, H. M. Indicadores de sustentabilidade: uma análise comparativa. Rio de
VANUCCI, M. 2002. Os manguezais e nós: uma síntese de percepções. 2 ed. São Paulo:
VITAL H. 2005. Rio Grande do Norte. In: MUEHE D (ed.). Erosão e Progradação do
28
CAPÍTULO O1 – Análise fitoecológica e distribuição da vegetação de
mangue no estuário hipersalino Apodi/Mossoró (RN - Brasil)
29
ANÁLISE FITOECOLÓGICA E DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO DE
MANGUE NO ESTUÁRIO HIPERSALINO APODI/MOSSORÓ (RN - BRASIL)
ABSTRACT
The mangrove is a coastal ecosystem of the big ecological importance, showing high fragility front by
natural process and the human interventions in the coastal zone. This research has objective to analyses the
relation between mangrove species distribution and geochemical parameters variation of the water and soil in
Apodi/Mossoro estuary, located in the Rio Grande do Norte state north coastline. The results were obtained
from floristic and structural analysis of the vegetation and Quick Bird satellite images interpretation
(collected in 2006 year), manipulated with ENVI 4.3 and ArcGIS 9.2 software’s. This estuary was
characterized by to presents a gradient of the salinity around 40 kilometers extension, finding amount
-1
between 50 and 90 g/l . Will be identified the formation of the mix vegetation formation in the estuary
-1
mount, where the water salinity no show express wide variation on seawater (36 g/l ), finding species:
Rhizophora mangle L., Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn, Avicennia schaueriana Stap. & Leechman
e Avicennia germinans L. Along of the estuary, have a streak formation of the vegetation composed by
-1
Avicennia spp. and L. racemosa. In high estuary, where the salinities value stay above 60 g/l , only A.
germinans predominate in dwarf form. In this sense, the salinity is as a limiting factor of stress on the
mangrove vegetation as it enters the estuary, this parameter should be taken into account when drawing up
management plans and environmental restoration in the estuary in question.
RESUMO
30
Introdução
regiões tropicais e subtropicais. Esse ecossistema está sujeito ao regime diário das marés,
onde seu aspecto cíclico é um dos agentes reguladores da dispersão de sementes vegetais e
distribuída ao longo dos 6.800 km da linha de costa (KJERFVE & LACERDA, 1993;
formarem bosques, que podem ser monoespecíficos ou mistos (BUNT, 1996; 1999).
muitos manguezais. Dentre vários parâmetros ambientais, Duke et al. (1998) e Bunt (1996;
ambientes áridos, onde pode haver a acumulação de sais nos solos. Nessas áreas podem se
autores, tanto a altura das árvores quanto a diversidade de espécies diminuem com o
aumento da salinidade.
31
(1998) e Schaeffer-Novelli et al., (2000), as características climáticas de uma região
precipitação anual excede os 2.000 mm anuais e onde não haja uma estação seca
pronunciada.
A pesquisa em questão teve por objetivo traçar uma relação entre a distribuição
do estuário do rio Apodi/Mossoró (RN). Esse estuário está localizado no litoral setentrional
do Estado do Rio Grande do Norte, nos municípios de Grossos, Areia Branca e Mossoró
uma longa e pronunciada estação seca (até 8 meses), cuja pluviosidade média anual (<
Esse trecho litorâneo sofre com secas periódicas, onde a salinidade torna-se um
áreas cujo solo apresenta elevados teores de sais e que são inundadas apenas durante as
econômico, pois foram ocupadas por salinas solares para produção de sal marinho via
32
Segundo Silva (2004), em conseqüência das condições climáticas locais, as
taxas de evapotranspiração potencial nas bacias de drenagem dos rios são maiores do que a
altas temperaturas (~ 30º C), esse corpo d’água se torna hipersalino durante a maior parte
Miranda et al. (2002) conceitua estuário como sendo um corpo de água costeiro
semi-fechado, com livre abertura para o oceano adjacente, estendendo-se até o limite de
penetração da maré, no qual a água do mar é advectada para o seu interior pelas correntes
(SILVA, 2004). Ainda segundo Miranda et al. (2002), tais condições de hipersalinidade
Material e Métodos
utilizando-se o software ArcGIS 9.2. O ENVI 4.3 também foi utilizado para o realce de
contraste das imagens de satélite, sendo toda a tabulação e armazenamento dos dados
33
A produção do material cartográfico teve como base as imagens do satélite
Mercartor), se iniciando pelas cartas topográficas (em formato digital) da SUDENE (SB-
Datum Córrego Alegre. Logo em seguida, após se concluir este processo, o Datum das
identificação dos tipos de bosque formados pela vegetação de manguezal através da análise
espectral das imagens, com base nas tonalidades e texturas das mesmas.
totalizando 35 sítios, no período de junho de 2008 a junho 2009 (FIG. 01). Essas estações
gradiente de inundação pelas marés, desde a margem até a transição para a terra firme.
Em cada estação foi delimitada uma parcela de 1.000 m2 (10 x 100 metros), onde
as árvores com altura superior a 1,0 metro foram identificadas quanto à espécie e medida a
altura com uma vara telescópica, fazendo-se uso de técnicas de prensagem, fotografia
1
Imagens cedidas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande
do Norte.
34
Figura 01 – Mapa de locação das amostragens de solo e vegetação no estuário Apodi/Mossoró (RN).
Fonte – Elaborado pelo autor.
estuário no dia 18 de fevereiro de 2009 (FIG. 01), cuja localização foi selecionada de
acordo com os dados de salinidade da água coletados por Silva et al. (2009). As amostras
superfície do solo (0-15 cm) para a determinação dos seguintes parâmetros: macro e
micronutrientes (Ca, Mg, Na, K, Fe, Mn, P e Zn), teor de matéria orgânica, granulometria
35
foram realizadas in situ, utilizando-se um pH-metro modelo PH-2500 e termômetro digital
Microsoft Excel, onde foi feita a análise descritiva (média, desvio padrão e coeficiente de
variação) dos dados referentes aos parâmetros analisados. Todos os pontos analisados neste
modelo GARMIM ETREX LEGEND, onde todas as medidas de distância e ocorrência das
Resultados
Apodi/Mossoró no ano de 2006, registrou-se uma área de 2,33 km2 (233,5 hectares). Vale
salientar que esse valor foi obtido a partir de imagens de satélite com maior resolução
estuário, sua estrutura pode ser subdividida em três perfis (setores), de acordo com a
largura da faixa ocupada pela vegetação (FIG. 02 e 03). A partir do tratamento final dos
36
2006
37
C
Figura 02 – Distribuição da vegetação de mangue ao longo do estuário Apodi/Mossoró (RN): (A) foz, (B)
médio estuário e (C) alto estuário.
Fonte – Elaborado pelo autor.
Setor A, podendo esta vegetação demarcada utilizando-se uma escala de 1:35.000 (FIG. 02
- A). Já para o Setor B, a faixa com vegetação apenas pôde ser identificada em uma escala
7 vezes superior (1:5.000) à do Setor A em virtude do seu tamanho reduzido (FIG. 02 - B).
Por fim, demonstrando claramente a redução drástica da faixa ocupada pela vegetação de
com base na largura da faixa da vegetação de mangue encontrada nas margens. O Setor A
38
apresenta as maiores e mais extensas áreas com vegetação de mangue, variando desde
espaços reduzidos com apenas 10 metros, até faixas com 100 metros de largura. Já o Setor
metros, caracterizando uma redução drástica da área ocupada por essa vegetação. Por fim,
02 e 04).
39
Figura 04 – Estrutura da vegetação de mangue ao longo do estuário Apodi/Mossoró (RN): (A) foz, (B)
médio estuário e (C) alto estuário (adaptado de Schaeffer-Novelli et. al., 1990).
40
Em termos de distribuição das espécies, de acordo com o mapeamento da
vegetação encontrada no estuário e sua distinção por setores (Setor A – foz, Setor B -
Rhizophora mangle > Avicennia germinans (FIG. 03 e 04). Também nesse setor são
observadas as maiores alturas por cada espécie, com dossel chegando a atingir 15 metros
de altura, assim como é nesse setor que estão localizadas as maiores áreas de manguezal do
estuário.
predominância das espécies, onde A. germinans passa a ser mais encontrada do que a R.
mangle, apresentando esta última apenas alguns indivíduos ocasionalmente. Assim, tem-se
racemosa > Avicennia germinans > Rhizophora mangle. Conforme observado na figura 04,
a partir desse setor, a altura da vegetação chega no máximo aos seis metros, ocupando uma
estão presentes, com uma estrutura nanica (< 3 metros de altura), e em uma estreita faixa
encontrada junto à foz do estuário, onde os indivíduos adultos chegam a apresentar alturas
entre 5 e 15 metros. Todavia, observou-se que essa espécie apenas possui maior ocorrência
41
A partir dos 10 quilômetros rio acima, os poucos indivíduos de Rhizophora
mangle encontrados apresentam-se em formas nanicas (< 4 metros). Essa espécie tem sua
área de ocorrência restrita a foz (Setor A) e ao setor intermediário do estuário (Setor B),
Por sua vez, a espécie Avicennia schaueriana foi a espécie mais encontrada nas
zonas de baixo e médio estuário (Setores A e B), a qual também se apresenta junto à foz
nesse setor em estrutura de arbusto (< 6 m/altura), e em estreitas faixas (< 20 metros) ao
estes apresentaram uma altura média de 3,0 metros, o que mostra a presença de um fator
estressante, tendo em vista que referências bibliográficas estimulam uma altura média para
TOMLINSON, 1986).
do estuário (Setor A), com valores em torno de 15 metros. Trechos monoespecíficos dessa
intermediária do estuário.
Com relação a sua maior área de ocorrência, L. racemosa pode ser encontrada
até 22 quilômetros de distância da foz, mas os últimos bosques apresentam alturas entre 03
42
estuário acima, são encontrados poucos e espaçados espécimes, em uma estreita faixa junto
estrutura arbustiva (< 06 m/altura), e em estreitas faixas (< 20 metros) ao longo das
ficam acima de 70 g/l-1 durante o período de estiagem (SILVA et al., 2009), encontra-se
(TONLINSOM, 1986; JIMÉNEZ & LUGO, 2000), os indivíduos dessa espécie passam a
ser os únicos a ocuparem as margens nesse setor do estuário, apresentando estrutura nanica
(< 04 metros/altura), embora tenham sido registradas alturas mínimas abaixo dos 02
bosques mistos junto à foz e áreas adjacentes, onde a salinidade da água não varia
43
monoespecíficos de Avicennia schaueriana, juntamente com Laguncularia racemosa,
porção mais ao interior, onde os valores de salinidade ficam acima de 70 g/l-1 durante o
Com relação aos aspectos geoquímicos dos solos onde a vegetação de mangue é
parâmetros analisados nos três setores, representados pela média aritmética do total das
– 4 amostras).
Tabela. 01 - Valores médios de parâmetros físicos, químicos e nutricionais analisados nos 03 setores do
estuário Apodi/Mossoró (RN). CE representa a condutividade elétrica, CTC = capacidade de troca catiônica,
MO = matéria orgânica, Med. = média, D.P. = Desvio Padrão e CV = coeficiente de variação.
44
No que concerne a elevada salinidade encontrada nas águas do estuário, os
aumento gradativo da salinidade nos solos, com coeficientes de variação da ordem de 39,7
considerado básico (TAB. 01), com valores nos três setores variando de 8,2 a 8,6. Já a
como foi constatada neste trabalho. Na rizosfera dos três setores, esse parâmetro
mostrou uma concentração praticamente três vezes superior no Setor A (50,6 e 29,4 g/kg-1 -
A análise química nos três setores revelou que, sentido montante do estuário, há
um aumento na CTC, determinado pelos altos valores de bases trocáveis (K, Ca e Mg).
Esses altos valores são encontrados na seguinte proporção: k > Mg > Ca, onde o primeiro
elemento triplica seu valor do Setor C e o magnésio dobra sua concentração (TAB. 01).
gradativo na concentração destes (TAB. 01), sentido montante. Nesse sentido, o Setor C
altas concentrações de P e Zn, com valores crescentes para esses dois elementos, sentido
45
montante. De maneira geral, a concentração de nutrientes dos solos analisados segue a
inorgânicas obedecerem a uma ordem decrescente de concentração: silte > argila > areia
(TAB. 01). A partir desses dados, verifica-se que o silte apresentou maior concentração no
setor intermediário (B), onde a argila apresentou ligeiro aumento no Setor C e a areia com
Discussão
spp., estes últimos apresentam uma estatura nanica na porção do alto estuário, em
entremarés e a planícies hipersalinas (apicuns), onde essa espécie é a única a colonizar esse
ambiente de alta salinidade do solo (JIMÉNEZ & LUGO, 2000; TOMLINSOM, 1986).
Vale salientar que a descrição dessa espécie não indica um estrato constituído
por espécies juvenis e em desenvolvimento, mas sim por espécies submetidas a um estresse
46
constante, principalmente pela alta salinidade. No que diz respeito ao baixo índice de
ocorrência da A. germinans ao longo de todo trecho amostrado, esse fato pode ser um
indicativo que esta espécie não obteve sucesso na colonização das áreas efetivamente junto
às margens do estuário.
estuário evidencia o alto potencial dessas espécies para o (re)florestamento das áreas
desprovidas de vegetação não-herbácea. Nesse sentido, salienta-se que essas espécies têm
características particulares e sua ocorrência está muito relacionada com o tempo e com as
características físicas do espaço, onde uma espécie pode ocorrer em várias posições
47
apresentam características particulares (morfofisiológicas), as quais são estreitamente
margens, principalmente para as salinas, uma vez que a presença do componente vegetal é
forçantes erosivas produzidas pela ação das marés e dos ventos sobre os paredões das
salinas.
hipersalinidade do estuário, têm-se uma escala diferenciada para cada espécie, onde cada
uma pode apresentar limites ecológicos de tolerância e ótimos diferentes para os diversos
parâmetros ecológicos comentados acima. Nesse sentido, algumas espécies estão restritas
schaueriana e Laguncularia racemosa, têm amplos limites de tolerância para a maioria dos
área analisada.
sementes lançadas (TOMLINSON, op. cit.; OLIVEIRA, op. cit.), assegurando sua rápida
48
Nesse sentido, a compreensão das causas que influenciam na distribuição
uma ferramenta útil para as decisões sobre as práticas de engenharia e regeneração florestal
a serem adotadas.
longo das margens do estuário em análise dará suporte para que sejam pensadas ações de
Agradecimentos
Referências bibliográficas
BUNT, J. S. 1999. Overlap in mangrove species zonal patterns: some methods of analysis. Mangroves and
Salt Marshes, 3: 155–164.
BUNT, J. S. 1996. Mangrove zonation: an examination of data from seventeen riverine estuaries in tropical
Australia. Annals of Botany, 78: 333 – 341.
DUKE, N.; BALL, M. C.; ELLISON, J. C. 1998. Factors influencing in mangroves biodiversity and
distributional gradients. Global Ecology and Biogeography Letters, 7: 27-47.
HERZ, R. 1991. Manguezais do Brasil. Boletim do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 233 p.
49
JIMÉNEZ, J. A.; LUGO, A. E. 2000. Avicennia germinans (L.) L. New Orleans, LA: U.S. Department of
Agriculture, Forest Service. Southern Forest Experiment Station. 6 p.
MAIA, L. P.; LACERDA, L. D. (orgs.) 2005. Estudo das áreas de manguezais do nordeste do Brasil -
Avaliação das áreas de manguezais dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco. Universidade Federal do Ceará. Instituto de Ciências do Mar. Fortaleza, 60 pg.
OLIFIERS, N.; CERQUEIRA, R. 2006. Fragmentação de hábitat: efeitos históricos e ecológicos. In:
ROCHA, C. F. D.; BERGALLO, H. G.; SLUYS, M. V.; ALVES, M. A. S. Biologia da Conservação:
essências. São Carlos. RiMa. p. 261 – 280.
ROCHA, A. P. B. 2005. Expansão urbana de Mossoró/RN (período de 1980 a 2004): geografia, dinâmica e
reestruturação do território. Mossoró/RN: Coleção O Mossoroense. 210 p.
SILVA, C. A. R. (coord.) 2004. Caracterização física, físico-química e química dos estuários Apodi,
Conchas, Cavalos, Açu, Guamaré, Galinhos, Ceará-Mirim, Potengi, Papeba e Guaraíra. Relatório final.
Natal/RN: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte/IDEMA, 50
p.
SILVA, A. M. A.; BARBOSA, J. E. L.; MEDEIROS, P. R.; ROCHA, R. M.; LUCENA FILHO, M. A.;
COSTA, D. F. S. 2009. Zooplankton (Cladocera and Rotifera) variations along a horizontal salinity gradient
and during two seasons (dry and rainy) in a tropical inverse estuary (Northeast Brazil). Pan-American Journal
of Aquatic Sciences, 4 (2): 226-238.
THOM, B.G. 1982. Mangrove ecology: a geomorphological perspective. In: Clough, B.F. (Ed.). Mangrove
ecosystems in Australia: structure, function and management. Australian Institute of Marine Sciences and
Australian National University Press. Australia, p. 3 - 7.
TOMLINSON, P.B. 1986. The botany of mangroves. Cambridge: Cambridge University Press. 413 p.
50
CAPÍTULO 02 – Evolução da ocupação do solo nas margens do estuário
Apodi/Mossoró (RN)
51
EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO NAS MARGENS DO
ESTUÁRIO APODI/MOSSORÓ (RN)
EVOLUTION OF LAND OCCUPATION IN THE ESTUARY MARGINS
APODI/MOSSORÓ (RN)
RESUMO
A pesquisa em questão tem por objetivo analisar a ocupação do solo nas margens do estuário do Rio
Apodi/Mossoró (RN) no intervalo de 32 anos (1976 a 2008). Esse estuário está localizado no litoral setentrional
do Estado do Rio Grande do Norte, nos municípios de Grossos, Areia Branca e Mossoró. Esta área foi escolhida
pela grande importância na economia do estado em virtude da sua ocupação pela atividade salineira. O
mapeamento foi elaborado por meio de interpretação visual das imagens dos sensores MSS/LANDSAT 1
(1976), TM/LANDSAT 5 (1989) e CCD/CBERS-2B (2008), utilizando-se o software SPRING 5.1.4. Verificou-
se uma progressiva substituição da área ocupada por sistemas naturais pelos sistemas antrópicos em toda a área
mapeada, principalmente as áreas de manguezal e campo salino por salinas e viveiros de camarão, assim como
da vegetação de caatinga por campos de extração de petróleo. A utilização de imagens orbitais dos satélites
Landsat e CBERS se mostrou uma ferramenta apta para análise espaço-temporal e detecção de mudanças
ocorridas na ocupação do solo no período analisado.
ABSTRACT
The research project aims to analyze land occupation on the margins of the river Apodi/Mossoró (RN) estuary,
the range of 32 years (1976 a 2008). This estuary is located on the northern coast of Rio Grande do Norte, in the
municipalities of Grossos, Areia Branca e Mossoró. This area was chosen by the great importance the state's
economy because of its occupation by the salt-activity. The mapping was prepared by visual interpretation of the
sensors MSS/LANDSAT 1 (1976), TM/LANDSAT 5 (1989) and CCD/CBERS-2B (2008), using the software
SPRING 5.1.4. There was a gradual replacement of the area occupied by natural systems by human systems
throughout the mapped area, especially in mangroves and salt for solar saltworks and shrimp farm, as well as the
savanna vegetation in oil extraction. The use of orbital images of Landsat and CBERS proved a suitable tool for
time-space analysis and detection of changes in land use during the period.
52
RESUMEN
El proyecto de investigación pretende analizar la ocupación del suelo en las orillas del estuario del Río de
Apodi/Mossoró (RN) en el rango de 32 años (1976 a 2008). Este estuario está ubicado en la costa norte de Río
Grande do Norte, en los municipios de Grossos, Areia Branca e Mossoró. Esta zona fue escogida por la gran
importancia que la economía del estado, debido a su ocupación por las salinas. Cartografía fue preparado por la
interpretación visual de los sensores MSS / LANDSAT 1 (1976), TM / LANDSAT 5 (1989) y CCD/CBERS-2B
(2008), utilizando el software SPRING 5.1.4. Hubo una sustitución gradual de la superficie ocupada por los
sistemas naturales de los sistemas humanos en toda la zona asignada, especialmente en los manglares y el campo
de sal en las salinas y estanques de camarón, así como la vegetación de sabana en los campos de extracción de
petróleo . El uso de imágenes orbitales de los Landsat y CBERS demostrado ser una herramienta adecuada para
el tiempo-espacio de análisis y detección de cambios en el uso de la tierra durante el período.
Introdução
A necessidade de planejamento e ordenamento da ocupação do solo e dos recursos
naturais se traduz de forma preocupante nas zonas costeiras (FORMAN & GODRON, 1986).
Os diversos ambientes costeiros apresentam elevada fragilidade frente aos processos naturais
e às intervenções humanas na zona costeira, sobretudo aqueles localizados na porção nordeste
do Brasil, onde as condições climáticas adversas e um processo acelerado de ocupação, que
inclui a carcinicultura e a expansão urbana, dentre outras atividades, resultam em pressões
ambientais permanentes sobre esses ecossistemas (MAIA & LACERDA, 2005).
O estudo das áreas estuarinas tem importância dentro dos ecossistemas costeiros,
principalmente na concepção das diretivas para sua conservação (MEIRELES & VICENTE
DA SILVA, 2002). Os estuários são corpos de água semi-fechados com conexão com o mar,
que recebem aportes de água fluvial das bacias de drenagem continental, as quais se misturam
com massas de águas marinhas introduzidas pelas marés (MIRANDA et al., 2002).
Esses ambientes sofrem ação em todas as regiões do globo, onde são esquecidas as
premissas de que toda ocupação humana deve ser compactuada com a proteção ao meio
ambiente, desde que de forma ordenada (MEIRELES & VICENTE DA SILVA, 2002). Para
Christofoletti (1999), as atividades humanas influenciam o meio ambiente e, em numerosos
casos, exercem pressão sobre suas características. Segundo Van Bellen (2004), o uso dos
recursos naturais, a emissão de poluentes e lançamento de dejetos são exemplos claros de tais
pressões sobre o ambiente, podendo resultar em efeitos sobre as condições ambientais.
Ao longo da linha de costa do Brasil, as maiores empresas salineiras do país estão
situadas apenas no litoral setentrional do estado do Rio Grande do Norte, principalmente nas
53
margens dos seus estuários. As salinas situadas nesse trecho do litoral brasileiro são
responsáveis por 95% do sal marinho produzido e exportado, influenciando diretamente nas
economias locais e regionais através a geração de empregos e pagamento de impostos
(ROCHA, 2005).
Como afirma Rocha (op. cit.), a localização de tais empresas ao longo desse trecho
litorâneo está diretamente relacionada com as condições climáticas (ex. alta evaporação e
baixa precipitação) e geomorfológicas (ex. grandes planícies flúvio-marinhas), onde a água do
mar fica acumulada e evapora rapidamente, acarretando na formação de planícies
hipersalinas, as quais são áreas cujo solo apresenta elevados teores de sais e que são
inundadas apenas durante as preamares (SCHAEFFER-NOVELLI et al., 2000). Nos
estuários, estas planícies se tornaram zonas importantes do ponto de vista econômico, pois
foram ocupadas por salinas solares para produção de sal marinho via evaporação (MAIA &
LACERDA, 2005).
Esses empreendimentos surgem como uma das unidades mais presentes na paisagem,
onde o seu funcionamento está expressamente relacionado com a variável espacial, uma vez
que para cada hectare de cristalização de sal são necessários 10 hectares destinados
exclusivamente a evaporação (JHALA, 2006). Esses corpos d’água ainda funcionam como
complexos ecossistemas artificiais (DAVIS, 2000; KOROVESSIS & LEKKAS, 2006;
MOOSVI, 2006), principalmente no que concerne a sua estrutura, funcionamento e evolução.
Nesse sentido, a observação da distribuição espacial da ocupação do solo é fundamental
para a tomada de decisão, com objetivo de definir políticas públicas ou privadas na gestão
ambiental (NICÁCIO & LOCH, 2002). Dentro da visão de proteção ambiental, sistemas de
informação e tomadas de decisão são criados para servirem de bases para as tomadas de
decisão. Assim, para se obterem informações e utilizá-las com fins de gerar respostas que
satisfaçam às necessidades do planejamento ambiental, faz-se necessário à existência de uma
base cartográfica e um sistema de informações bem estruturado (NICÁCIO & LOCH, 2002).
A facilidade e baixo custo das imagens de satélite e sua praticidade em extração das
feições ambientais em conjunto com as ferramentas de Geoprocessamento e criação de
Sistemas de Informação Geográficos, permite ao gestor ambiental a extração de informações
necessárias as suas tomadas de decisão com mais rapidez e acurácia (XAVIER DA SILVA &
ZAIDAN, 2007).
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a ocupação do solo nas margens na
região estuarina do Rio Apodi/Mossoró (RN) no intervalo de 32 anos (1976 a 2008). Esse
54
estuário está localizado no litoral setentrional do Estado do Rio Grande do Norte, nos
municípios de Grossos, Areia Branca e Mossoró (latitudes 4º56’53”S e 5º09’30”S / longitudes
37º09”36”W e 37º17”43”W), com aproximadamente 40 quilômetros de extensão (Figura 01).
Material e métodos
55
2B (sensor CCD, órbita 149, ponto 106, composição R3G4B2 e resolução espacial de 20
metros, de 11/10/2008).
Para atingir a precisão desejada, as imagens foram georreferenciadas na grade de
coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercartor), se iniciando pelas cartas topográficas
(em formato digital) da SUDENE (SB-24-X-B-IV, Areia Branca e SB-24-X-D-I, Mossoró),
em escala de 1:100.000, a partir do Datum Córrego Alegre. Logo em seguida, após se concluir
este processo, o Datum das cartas foi modificado para SAD 69 (esferóide).
Em termos de comparação de área, verifica-se a diferença de 50 metros entre as
resoluções espaciais das imagens LANDSAT 1 (80 metros) e LANDSAT 5 (30 metros),
diferença esta que aumenta para 60 metros em relação às imagens do satélite CBERS 2B (20
metros). Nesse sentido, optou-se por identificar e mensurar as áreas dos tipos de ocupação do
solo nas três imagens, obtendo-se valores mais precisos a partir da análise entre as imagens
LANDSAT 5 e CBERS 2B, uma vez que entre estas duas últimas imagens tem-se uma
diferença de resolução de apenas 10 metros.
A classificação dos tipos de ocupação do solo foi realizada com base nas categorias já
identificadas por Amaro et. al. (2005). A delimitação das classes de ocupação, produção de
material cartográfico digital e Processamento Digital de Imagens de sensoriamento remoto
foram realizadas com o auxílio do software Spring 5.1.4 (Sistema de Processamento de
Informações Georreferenciadas), disponibilizado gratuitamente pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais – INPE (CÂMARA et al., 1996). Neste software foram realizados o
realce de contraste das imagens de satélite, mapeamento e produção do material cartográfico.
As cenas foram mosaicadas em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG), bem
como todo o processo de manipulação e integração dos dados espaciais. Para a tabulação e
armazenamento dos dados foi utilizado o software Microsoft Excel.
Resultados
A partir do levantamento de ocupação do solo nos anos de 1976, 1989 e 2008 (Figuras
02 a 04 e Tabela 01), foram identificadas 17 tipos de ocupação: manguezal, caatinga densa,
caatinga rala, campo salino, solo exposto, agricultura, salinas, apicum, dunas móveis, dunas
fixas, viveiros de camarão atividade petrolífera, lagoas, canais, estuário e praia.
56
De acordo com a análise dessas classes de cobertura do solo, as salinas apresentam-se
como elemento dominante no recorte espacial delimitado, onde já em 1976 ocupavam uma
área de 7.559,3 ha (20,6 %), praticamente dobrando esse valor em 1989 com 13.656,6 ha
(37,1%) e passando para 15.605,2 ha (42,4 %) em 2008.
A atividade petrolífera, não identificada no ano de 1976, praticamente aumentou em
duas vezes e meia a sua área de ocupação no intervalo entre 1989 e 2008, passando de 348,7
ha (1,0%) para 841,8 ha (2,3%), respectivamente. Já a ocupação do solo por viveiro de
camarão que em 1989 ainda não tinha sido evidenciada nessa região, em 2008 já ocupava uma
área de 1.172,1ha (3,2%).
Em termos de área, o campo salino em 1976 ocupava uma área de 6.673,9 ha (18,1%),
com uma redução em 1989 para 4.766,6 ha (13 %) e finalmente 4.657,2 ha (12,7%) 2008. Por
sua vez, o manguezal apresentou uma redução drástica em sua área a partir do segundo
recorte temporal analisado, passando de 4.243,3 ha (11,5 %) em 1976, para 214,9 ha em 1989
e 226,3 ha (0,6%) em 2008. Em uma dinâmica diferenciada, as áreas de apicum apresentaram
um aumento de 430,5 ha em 1976 para 685 ha em 1989, voltando para 461,6 ha em 2008.
O presente trabalho evidenciou a subdivisão em duas tipologias da vegetação de
caatinga (densa e rala ou antropizada), de acordo já com a interferência antrópica nessas
áreas. Em geral, a vegetação de caatinga densa apresentou valores semelhantes de área ao
longo do período analisado, variando de 4.829,6 ha (13,1%) em 1976 para 4.189,4 ha (11,4%)
no ano de 1989 e 4.375,4 ha (11,9%) em 2008. Já a caatinga rala ou antropizada apresentou
uma redução contínua em sua área, diminuindo de 5.107,0 ha em 1976 para 4.787,7ha (13%)
e 3.349,4 ha (9,1%) em 2008.
As áreas urbanas apresentaram um aumento ao longo do período analisado, passando de
135,4 ha em 1976 para 305,2 ha em 1989 e 551,9 ha (1,5%) em 2008, ao passo que as áreas
ocupadas pela agricultura somente passaram a ser identificadas em 1989 e 2008,
representando apenas 94,3 e 80,1 hectares, respectivamente.
Enquanto que as áreas de agricultura apresentaram valores praticamente insignificantes
quando comparados com a área total mapeada, as áreas de solo exposto apresentaram um
decréscimo continuado entre os anos de 1976 (2.490,6 ha), 1989 (2.282,3 ha) e 2008 (1.169,6
ha).
As formações dunares foram subdividas em dois sub-grupos: dunas fixas e dunas
móveis. As primeiras apresentaram um aumento em sua área de ocupação ao longo do período
analisado, saindo de 531,6 ha em 1976 para 743,1 ha (1989), com uma posterior redução para
57
646,3 em 2008. As dunas fixas apresentaram uma grande variação em sua área, onde 1976
ocupavam uma área de 980,6 ha, caíram para 127,9 ha em 1989 e com um pequeno aumento
em 2008, com 472,0 ha.
Também as lagoas apresentaram uma grande variabilidade de área, fato este
possivelmente atribuído as variações pluviométricas anuais. Estes corpos d’água ocupavam
1.275,4 ha em 1976, aumentando para 2.025,2 ha em 1989 e uma redução para 725,6 ha em
2008. Quanto à área ocupada pelo rio/estuário, canais e praia, vale salientar que a sua
variabilidade pode corresponder às alturas das marés nos horários em que as imagens foram
coletadas, principalmente pelo fato de o estuário estar inserido em uma zona de meso-marés
(2 – 4 metros). Nesse sentido, para uma análise das áreas onde essa dinâmica é evidenciada
seria necessário relacionar os dados de sensoriamento remoto com dados meteoro-
oceanográficos.
58
Figura 03 – Mapa de ocupação do solo no ano de 1989.
59
Tabela 01 – Área ocupada por diferentes classes de cobertura do solo no estuário do Rio Apodi/Mossoró, nos
anos de 1976, 1989 e 2008. ∆ Ha = Diferença de área.
Discussão
Com relação à área ocupada por manguezais nesse estuário, Herz (1991) estimou
que a mesma fosse de 1,63 km2 (163 hectares) na data do estudo. Esse primeiro estudo foi
baseado em imagens de sensoriamento remoto disponíveis para o ano de 1978. Em uma
estimativa mais atual, Maia e Lacerda (2005) apontam que em 2002 o estuário
Apodi/Mossoró possuía 1,31 km2 de manguezal (131 hectares).
Segundo Maia e Lacerda (2005), em comparação com o trabalho de Herz, houve um
déficit quanto à área da vegetação de mangue no estuário Apodi/Mossoró, que ao longo de 14
anos diminuiu 0,32 Km² (32 hectares). Todavia, vale salientar que Maia e Lacerda (2005)
utilizaram imagens de alta resolução espacial (01 metro) em comparação com as imagens
utilizadas por Herz (1991), com resolução de 80 metros.
O ecossistema manguezal encontrado neste estuário encontra-se em proporções de
área bem inferiores quando comparadas com àquelas observadas em outros sistemas
estuarinos adjacentes, como o estuário Piranhas/Açu, com 3.780,684 ha (FERREIRA et al.,
2005) e Galinhos/Guamaré, com 1.711,733 ha (MELO et al., 2005). Isto pode ser explicado
60
pela degradação do manguezal em função do crescimento das atividades antrópicas nas
adjacências do sistema estuarino Apodi/Mossoró.
Grande parte das áreas ocupadas pelos manguezais foi suprimida para implantação de
salinas ao longo de todo o estuário (Figuras 02 a 04). Atualmente, esse ecossistema ocorre
apenas em formações de franjas no baixo e médio estuário, com as maiores áreas na foz do
estuário e em suas proximidades, ocupando uma área de 226,3 há (ano de 2008).
Por sua vez, as áreas de apicum apresentaram uma variabilidade da área de ocupação, o
que evidencia o seu processo dinâmico enquanto sistema natural associado ao manguezal. O
aumento das áreas de apicum em 1989 registrou-se principalmente nas áreas à montante do
estuário, verificando-se sua a ocorrência em áreas ocupadas em 1976 pelo manguezal.
Todavia, na análise do ano de 2008, estas áreas apresentaram-se em parte ocupadas pelo
manguezal (baixo estuário) ou pelo campo salino (alto estuário).
A ocorrência do campo salino foi observada principalmente na planície aluvial do alto
estuário, zona que é inundada apenas durante a cheia anual do rio ou nas marés de sizígia.
Essas áreas apresentam crostas superficiais de sais cristalizados nos períodos de estiagem
anual, sendo constituídos por sedimentos argilo-arenosos não consolidados holocênicos, com
solo predominantemente do tipo Gleissolo sálico (MENDES et al., 2008). Tal redução da área
ocupada já evidenciada em 1989 diz respeito à ocupação dessa área por salinas e viveiros de
camarão.
As variações da área de ocupação tanto das dunas fixas quanto das móveis foram
atribuídas neste trabalho principalmente à colonização dessas áreas pela vegetação de
caatinga, assim como pelas áreas urbanas. Também vale considerar que essas formações são
altamente dinâmicas, onde o transporte eólico de areia age constantemente sobre as mesmas.
O aumento da atividade salineira se deu em todo o estuário, principalmente à montante,
ocupando grandes áreas que em 1976 eram de campo salino, manguezal, apicuns, caatinga,
lagoas e solo exposto (Figuras 02 a 04). A maioria das salinas identificadas ocuparam total ou
parcialmente as Áreas de Preservação Permanente das margens do estuário (BRASIL, 1965).
A atividade petrolífera foi identificada a partir dos anos de 1989 (Figura 03) e 2008
(Figura 04), apenas na margem leste da montante do estuário, ocupando principalmente áreas
do campo salino e de caatinga. Todavia, a expansão da atividade petrolífera teve como
conseqüência o aumento da fragmentação da vegetação de caatinga, principalmente em
virtude da intrincada rede de estradas abertas.
61
Ocupando a porção do alto estuário, na zona antes dominadas pelo campo salino,
caatinga rala e lagoas, a ocupação do solo por viveiro de camarão que em 1989 ainda não
tinha sido evidenciada nessa região, em 2008 já ocupava uma área de 1.172,1ha (3,2%). Esta
atividade se traduz de forma preocupante para a gestão do estuário em virtude do seu
potencial poluidor, principalmente através do descarte de águas ricas em nutrientes e metais
pesados.
No que diz respeito a redução da vegetação de caatinga rala, este fato pode ser atribuído
a ocupação de suas áreas pelos viveiros de camarão no alto estuário e por salinas ao longo de
todo o estuário, verificando-se uma redução total de 1.480,2 hectares de cobertura vegetal.
Quanto a caatinga densa, mesmo essa categoria não apresentando valores expressivos de
redução de área, verificou-se que mesma apresenta uma fisionomia fragmentada em 2008,
com os anos anteriores, fato este ocasionado em grande parte pela atividade petrolífera e
salineira.
A ocupação do solo por áreas urbanas é verificada apenas na jusante do estuário,
representando a oeste a cidade de Grossos e a leste a cidade de Areia Branca. Em ambas as
cidades, a possibilidade de sua expansão ficou comprometida pela ocupação do seu entorno
pelas salinas, gerando uma ocupação intensa da zona de praia.
Com relação aos baixos valores de área ocupados pela agricultura, vale salientar que
esse tipo de ocupação praticamente incipiente foi analisado apenas no recorte espacial
delimitado (região estuarina), onde possivelmente as condições de salinidade dos solos em
muitas áreas e/ou o seu isolamento não propiciaram o desenvolvimento dessa atividade.
A redução das áreas de solo exposto se deve principalmente a sua ocupação pelas
salinas e viveiros de camarão, onde no ano de 2008 registrou-se maior redução das áreas de
solo exposto (1.112,7 ha) também foi o ano onde os viveiros de camarão foram identificados
em muitas dessas áreas, juntamente com as salinas.
Conclusão
62
manguezal e campo salino por salinas e viveiros de camarão, assim como da vegetação de
caatinga por campos de extração de petróleo (ao sul). O aumento da atividade salineira
(principal classe de ocupação do solo na área) pôde ser facilmente percebido através da
comparação entre as imagens selecionadas.
Em geral, com base na análise dos resultados sobre a ocupação do solo ao longo do
recorte temporal escolhido, verificou-se uma progressiva substituição da área ocupada por
sistemas naturais (caatinga, dunas fixas, dunas móveis, lagoas, manguezal, apicum, campo
salino, lagoas e praia) pelos sistemas antrópicos ou antropizados (área urbana, salinas,
viveiros de camarão, atividade petrolífera e solo exposto) em toda a área mapeada. No ano de
1976, essa relação era de 66% (24.272,3 ha) e 27,2% (10.007,9 ha), respectivamente,
passando para 47,9% (17.629,0 ha) e 45,4% (16.687,1 ha), respectivamente, em 1989. Já no
ano de 2008 verificou-se a predominância dos sistemas antrópicos ou antropizados, os quais
representavam 52,8% (15.040,3 ha), ao passo que os sistemas naturais representaram 40,9%
(19.420,6 ha).
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, verifica-se a necessidade de uma
avaliação criteriosa para a implantação de novas atividades humanas nesse estuário e os
impactos ambientais por elas ocasionados. Nesse sentido, a gestão dessa região estuarina
depende de um rígido processo de licenciamento e fiscalização ambiental, acompanhado de
estudos de capacidade de suporte e o monitoramento constante para fins de identificação
imediata de eventuais focos de degradação.
Agradecimentos
Referências bibliográficas
AMARO, V. E.; SILVA, D. R. V.; SOUZA, F. E. S.; SOUTO, M. V. S.; ARAÚJO, A. B.; SOUZA, A. S. Uso de
imagens IKONOS de alta resolução como base para o mapeamento temático em escala 1:10.000 do Sistema
Estuarino Apodi-Mossoró e seus entornos no Litoral Setentrional do Rio Grande do Norte. In: Anais do XII
Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005, INPE, p. 3395-3401.
63
BRASIL. Lei Federal 4.771 de 1965. Cria e institui o Novo Código Florestal Brasileiro. Brasília, 1965.
CAMARA, G.; SOUZA, R. C. M.; FREITAS, U. M.; GARRIDO, J. Integratin remote sensing and GIS by
object-oriented data modelling "Spring modeling". Computares & Graphics, v. 20, n. 3, 395 - 403, May - Jun,
1996.
CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1999.
DAVIS, J. S. Structure, function, and management of the biological system for seasonal solar saltworks, Global
Nest, v. 2, n. 3, p. 217-226, 2000.
FERREIRA, A. T. S.; AMARO, V. E.; SOUZA, F. E. S.; SOUTO, M. V. S.; SILVA, D. R. V.; SOUZA, A. S.;
LIMA, F. B.; MELO, B. S.; ARAÚJO, A. B. Interpretação de imagens IKONOS de alta resolução aplicada ao
desenvolvimento de mapas temáticos em escala 1:10.000 do Sistema Estuarino Açu-Piranhas e seus entornos no
Litoral Setentrional do Rio Grande do Norte. In: Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,
Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005, INPE, p. 3005-3007.
FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. New York: John Wiley, 1986.
JHALA, D.S. Solar salt production process. In: Proceedings of the 1st International Conference on the
Ecological Importance of Solar Saltworks. Santorini Island, Greece, 20-22 October, 2006.
KOROVESSIS, N. A.; LEKKAS, T. D. Solar saltworks production process evolution - wetland function. In:
Proceedings of the 1st International Conference on the Ecological Importance of Solar Saltworks,
Santorini Island, Greece, 20-22 October 2006.
MAIA, L. P.; LACERDA, L. D. (orgs.) 2005. Estudo das áreas de manguezais do nordeste do Brasil -
Avaliação das áreas de manguezais dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
Universidade Federal do Ceará. Instituto de Ciências do Mar. Fortaleza, 60 pg.
MELO, B. S.; SILVA, D. R. V.; SOUZA, A. S.; LIMA, F. B.; FERREIRA, A. T. S.; SOUTO, M. V. S.;
ARAÚJO, A. B.; SOUZA, F. E. S.; AMARO, V. E. Mapeamento do uso e ocupação do solo e unidades
geoambientais, na escala de 1:10.000, da região de Guamaré-Galinhos/RN, com base na interpretação de
produtos de sensoriamento remoto com alta resolução do sistema IKONOS. In: Anais do XII Simpósio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005, INPE, p. 2267-2272.
64
MENDES, A. M. S.; FONTES, R. L. F.; OLIVEIRA, M. Variabilidade espacial da textura de dois solos do
Deserto Salino, no Estado do Rio Grande do Norte. Rev. Ciên. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 01, p. 19-27, Jan.-
Mar., 2008.
MIRANDA, L. B.; CASTRO, B. M.; KJERFVE, B. Princípios de oceanografia física de estuários. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo. 2002.
MOOSVI, S.J. Ecological importance of solar saltworks. In: Proceedings of the 1st International Conference
on the Ecological Importance of Solar Saltworks, Santorini Island, Greece, 20-22 October 2006.
NICÁCIO, J.A., LOCH, C. Elementos necessários para o planejamento de sustentabilidade dos municípios
de médio e pequeno porte. Florianópolis: Departamento de Cartografia da UFSC, 2002.
VAN BELLEN, Hans Michael. Indicadores de sustentabilidade: uma análise comparativa. Rio de Janeiro:
Fundação Getúlio Vargas, 2006.
XAVIER-DA-SILVA, J.; ZAIDAN, R.T. Geoprocessamento e análise ambiental: aplicações. 2 ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
66
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, verifica-se a necessidade de uma
avaliação criteriosa para a implantação de novas atividades humanas nesse estuário e os
impactos ambientais por elas ocasionados. Portanto, a gestão dessa região estuarina depende
de um rígido processo de licenciamento e fiscalização ambiental, acompanhado de estudos de
capacidade de suporte e o monitoramento constante para fins de identificação imediata de
eventuais focos de degradação.
67
APENDICE 01
COMISSÃO EDITORIAL
Natureza do texto
Normas Gerais
Os trabalhos devem ser inéditos e destinar-se exclusivamente à Revista Brasileira de
Oceanografia (Brazilian Journal of Oceanography). Os trabalhos deverão ser redigidos em inglês.
O manuscrito se aceito para publicação, e o padrão lingüístico não for satisfatório, a Comissão
Editorial solicitará ao autor para que o encaminhe para uma revisão por especialista qualificado.
Os originais dos trabalhos submetidos devem ser encaminhados em disquete e três vias
impressas em espaço duplo, em folhas de tamanho A4, em uma só face, mantendo as margens
laterais de 3 cm aproximadamente. Todas as páginas devem ser numeradas consecutivamente,
em algarismos arábicos, em local definido e de maneira uniforme.
68
Estrutura do trabalho original
No preparo do trabalho original deverá ser observada, sempre que possível, a estrutura
convencional dos artigos científicos na seguinte ordem: título, autor(es), “abstract”, resumo em
português, descritores, introdução, material e métodos, resultados, discussão, agradecimentos e
referências bibliográficas.
Título - Deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho; no caso de ser necessário
título longo, recorrer a subtítulo; versão do título para o inglês. Deve ser indicado o título corrente
(running head).
Autores - Nome(s) do(s) autor(es), com a respectiva filiação científica (entidade à qual estão
vinculados e endereço para correspondência).
Abstract - Em inglês, localizado entre o título e o texto, com no máximo 200 palavras, sem o
emprego de parágrafos. Consiste em resumo breve do conteúdo do artigo; deve ser conciso e
claro, ressaltando os resultados mais importantes.
Resumo - Em português, localizado após o Abstract, com no máximo 200 palavras, sem o
emprego de parágrafos. Deve ser breve, conciso e claro, ressaltando os resultados mais
importantes.
Introdução - Deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho, relacionando-o com outros do
mesmo campo e apresentando de forma sucinta, a situação em que se encontra o problema
investigado. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas por referências aos trabalhos
mais recentes, onde tais revisões tenham sido apresentadas.
Material e métodos - A descrição dos métodos usados deve limitar-se ao suficiente, para
possibilitar a perfeita compreensão dos mesmos; processos e técnicas já descritos em outros
trabalhos, devem ser referidos somente por citação, a menos que tenham sido consideravelmente
modificados.
Resultados - Devem ser apresentados com clareza e sempre que necessário, acompanhados de
tabelas e material ilustrativo adequados. Os dados numéricos devem ser apresentados em tabelas
ou figuras.
Discussão - Deve restringir-se à avaliação dos resultados obtidos e de suas possíveis causas e
conseqüências, relacionando as novas contribuições aos conhecimentos anteriores. Evitar
hipóteses ou generalizações não baseadas nos resultados dos trabalhos.
Artigo de periódico:
Gray, J.S. 1974. Animal-sediment relationships. Oceanogr. mar. Biol. a. Rev., 12:223-261.
69
Livro:
Orth, R. J. 1977. The importance of sediment stability in seagrass communities. In: Coull, B.C., ed.
Ecology of marine benthos. Columbia, Univ. South Carolina Press. p. 281-300.
Zar, J. H. 1984. Biostatistical analysis. 2nd. ed. Englewood Cliffs, N.J., Prentice Hall. 718p.
Relatório:
Sondotécnica/INPH. 1977. Comportamento hidráulico e sedimentológico do Estuário Santista.
Relatório Técnico. 2v.
Obs.: Não serão aceitas referências bibliográficas de trabalhos não publicados, teses,
dissertações e resumos de eventos. Excepcionalmente podemos considerar no máximo 2
citações de trabalhos não publicados a critério do editor.
Ilustrações: Todo material ilustrativo (gráficos, fotografias, desenhos, mapas) deve ser designado
no texto como Figuras. Devem ter numeração seqüêncial , em algarismos arábicos. As legendas
deverão ser datilografadas em folha a parte. As ilustrações deverão ser identificadas, com a
indicação do nome do autor e título abreviado do artigo. Os desenhos devem ser feitos em papel
branco ou vegetal (sem dobras), com tinta nanquim ou utilizar impressora de boa qualidade. As
letras e números das figuras devem ser suficientemente grandes para que permitam uma redução
que não os tornem ilegíveis. O mesmo tipo de letra deve ser adotado para todas as figuras. As
fotografias devem ser bem nítidas e contrastadas. Ilustrações em cores não serão aceitas.
Tabelas - Devem ser numeradas consecutivamente, com algarismos arábicos, ter título e se
necessário legenda, prescindindo do texto para a sua compreensão.
Formatos para figuras e fórmulas - Figuras e fórmulas eletronicamente submetidas deverão ser
encaminhadas em arquivos separados no formato MS Windows. Na impossibilidade do uso deste,
os arquivos deverão ser gravados na forma binária.
Separatas
Os autores receberão gratuitamente 50 separatas; separatas adicionais poderão ser solicitadas
por ocasião da revisão da prova, a preço de tabela.
70
APENDICE 02
Cadastro on-line
Disponível em http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/about/submissions#authorGuidelines
O cadastro no sistema e posterior acesso ou login são obrigatórios para submissão como também
para verificar o estágio das submissões.
O original deverá conter: título do artigo, nome completo do autor, titulação, instituição a que está
vinculado e e-mail.
Resenhas, acrescentar a referência bibliográfica completa, bem como endereço da editora ou entidade
encarregada da distribuição da obra resenhada.
Título do artigo: o título, em português e inglês, deve ser breve e suficientemente específico e
descritivo, contendo as palavras chave que representam o conteúdo do artigo.
Resumo: deve ser incluído um resumo informativo de aproximadamente 200 palavras, em português,
acompanhado de sua tradução para o inglês, espanhol ou francês, redigido conforme as normas da
NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Agradecimento: agradecimento por auxílios recebidos para a elaboração do trabalho deve ser
mencionado no final do artigo.Notas: nota referente ao corpo do artigo deve ser indicada com um
número alto, imediatamente depois da frase a que diz respeito. Deverá vir no final do texto.
Tabelas e Quadros: as tabelas e os quadros deverão ser acompanhados de cabeçalho que permita
compreender o significado dos dados reunidos, sem necessidade de referência ao texto, obedecendo
às normas de apresentação tabular, da Fundação IBGE em vigor. Devem também ter numeração
seqüencial própria para cada tipo e suas localizações devem ser assinaladas no texto, com a indicação
do número de ordem respectivo.
71
DA NORMALIZAÇÃO DOS ARTIGOS
NBR-10520
a) Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou título incluído
na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses,
devem ser em letras maiúsculas.
Exemplos:
A ironia seria assim uma forma implicita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação
proposta por Authier-Reiriz (1982).";;;;;;;;;; Apesar das aparências, a descontrução do
logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]";;;;;;;;;; (DERRIDA, 1967, p.293).
b) Especificar no texto a(s) página(s), volume(s), tomo(s) ou seção(ões) da fonte consultada, nas
citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo,
que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)
consultadas é opcional.
Exemplos:
A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em 1928 (MUMFORD, 1949, v.3,
p.583).Oliveira e Leonardos (1943, p.146) dizem que a ";;;;;;;;;;[...] relação da série São Roque
com os granitos porfiróides pequenos é muito clara.";;;;;;;;;; Meyer parte de uma passagem da
crônica de ";;;;;;;;;;14 de maio";;;;;;;;;;, de A Semana: ";;;;;;;;;;Houive sol, e grande sol, naquele
domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...]";;;;;;;;;; (ASSIS,
1994, v.3, p.583).
c) As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas
simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.
Exemplos:
Barbour (1971, p.35) descreve: ";;;;;;;;;;O estudo da morfologia dos terrenos [...] ativos
[...].";;;;;;;;;; ";;;;;;;;;;Não se mova, faça de conta que está morta.";;;;;;;;;; (CLARAC; BONNIN,
1985, p.72). Segundo Sá (1995, p.27): ";;;;;;;;;;[...] por meio da mesma ‘arte de conversação’ que
abrange tão extensa e significativa parte da nossa existência cotidiana [...]";;;;;;;;;;
d) As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm
da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas.
72
Exemplo:
Sistema de chamada
a) As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: [...] autor-data.
Exemplos:
Em Teatro Aberto (1963) relata-se a emergência do teatro do absurdo.Segundo Morais (1955, p.32)
assinala ";;;;;;;;;;[...] a presença de concreções de bauxita no Rio Cricon.";;;;;;;;;;
c) As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano, são
distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem
espacejamento, conforme a lista de referências.Exemplos: De acordo com Reeside (1927a)(REESIDE,
1927b).
Exemplos:
NBR 6023
a) As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto [...] em espaço simples e
separadas entre si por espaço duplo [...].
Modelos de referência
Livro:
73
GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1988. 137p.
Capítulo de Livro:
ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.)
História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
Folheto:
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993. 41p.
Dicionário:
HOUAISS, Antônio (Ed.). Novo dicionário Folha Webster´s: inglês/português, português/inglês. Co-
editor Ismal Cardim. São Paulo: Folha da Manhã, 1996.
Guia:
Manual:
Catálogo:
MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Museu da Imigração - S. Paulo: catálogo. São Paulo,
1997, 16p.
Almanaque:
TORELLY, M. Almanaque para 1949: primeiro semestre ou Almanaque d’A Manhã. Ed. fac-sim. São
Paulo: Studioma: Arquivo do Estado, 1991.
Periódico:
Tese ou dissertação:
74
Itens de Verificação para Submissão
Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da
submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo
com as normas serão devolvidas aos autores.
75