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Espaço Filhos do Vento – Curso de Astrologia – Módulo 1 (Básico) – Aula 2

ASTROLOGIA – MÓDULO 1 – AULA 2

Planetas

Na astrologia, o primeiro e mais importante elemento de análise são


os Planetas. Eles são para o Teatro Astrológico o que o Ator é para
uma Peça.

Cada planeta tem suas próprias características e força de ação.


Como eles influenciam em nosso dia-a-dia permanece um mistério.
As Leis contidas no Caibalion e que foram estudadas na aula anterior
são apenas uma das possíveis explicações.

A Astrologia trabalha tão somente com os planetas do sistema solar,


exceto a Terra. Mesmo Plutão – rebaixado à condição de Planeta
Anão pela Sociedade Astronômica Internacional – permanece como
um dos mais importantes.

Trabalhamos, portanto, com os dois Luminares (Sol e Lua), com os


Planetas Pessoais (Mercúrio, Marte e Vênus), os Planetas Sociais
(Júpiter e Saturno) e com os Planetas Geracionais (Urano, Netuno e
Plutão). Para facilitar nosso trabalho no dia-a-dia, chamamos todos
eles, mesmo o Sol e a Lua, de PLANETAS.

A palavra Planeta – em grego πλανήτης, ou Planítis – significa

“errante”. Os primeiros a observar planetas no céu relataram que


havia pequenos pontos que “erravam” pelo céu, diferente das

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Estrelas Fixas e Constelações, que sempre se encontravam às


mesmas distâncias.
Hoje sabemos que há indícios de outros planetas mesmo no
sistema solar, como Ceres ou Sedna, e faltam comprovações ou
pesquisas para que isso se comprove.

Mas vamos aos Planetas Astrológicos:

1 – Os Planetas Pessoais

São chamados de Planetas Pessoais aqueles que têm trânsito – ou


passo – rápido pelos dias terrestres. São os dois Luminares (o Sol
e a Lua), os Planetas Interiores (Mercúrio e Vênus) e pelo Planeta
Exterior Marte.

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Estes planetas são fundamentais para definir a personalidade do


consulente, juntamente a dois pontos que serão estudados
posteriormente, o Ascendente (ASC) e o Meio-do-Céu (MC).

a) Sol

O Sol é um Luminar, para a Astrologia. É uma estrela, e não é uma


das maiores da Galáxia.

É a Estrela que nos ilumina e aquece, e todos os outros planetas


giram em sua órbita, circulando-o.
Representa o EGO ATIVO (Ego).
É o “planeta” regente do signo de Leão.
A posição (planeta e casa) em que temos o Sol na nossa Carta
Astrológica (ou Mapa Astral) indica onde a pessoa deseja brilhar, o
caminho para a realização, como a pessoa é e como sente a vida e
expressa sua individualidade.
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Representa o Coração, a coluna, a circulação, a vitalidade, os olhos


e o sêmen. Também indica autoridade, realiza, sucesso, glória,
colocação profissional, honra, luxúria, orgulho, ostentação,
despotismo, crueldade, arrogância, autossuficiência, dinamismo,
vigor, criatividade, fama, dignidade, heroísmo e Luz.
Também representa o pai, o marido, a figura masculina, o poder, a
personalidade e o ego.

POSITIVO: Revitalização
NEGATIVO: Egoísmo
PALAVRA CHAVE: Eu.
PASSO: 00°59’08’’ (um grau por dia – um signo por mês)

O Sol representa essencialmente sua alma, sua essência, aquilo que


você efetivamente é quando está livre de amarras, representa seu
desejo interior.
A busca da realização do Sol norteia a evolução humana.

b) Lua

A Lua é nosso satélite natural. Reflete a luz do sol e a envia para a


Terra enquanto orbita nosso planeta.

Devido ao fato de oferecer sempre a mesma face para a Terra e ao


seu movimento em relação ao Sol, a Lua se apresenta para nós em

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4 fases: Nova, Crescente, Cheia e Minguante. A fase da Lua em que


você nasceu também tem significado na análise astrológica, devendo
ser interpretado em sua relação Signo/Casa.

Representa o EGO RECEPTIVO (Id). É o “planeta” regente do signo


de Câncer. Rege os olhos, o aparato lacrimal, o estômago, o útero,
os seios, o peito, a fertilidade, a maternidade, as mucosas, os fluídos,
os ovários, as secreções, a menstruação e o aparelho digestório.
Simboliza a família, o lar, o patriotismo, profissões públicas, arte,
inspiração, segurança, inconstância, emotividade, sensibilidade,
popularidade, alimentação, vida doméstica, receptividade e
imaginação, impressionabilidade, instabilidade, mediunidade,
instinto, intuição, sonhos, inconsciente, mudanças, lugares públicos,
fecundação, pequenos comércios, passado, origens, infância,
memórias.
Representa a mãe, a esposa, as figuras femininas, local de origem e
a necessidade de proteção familiar.
Seu posicionamento revela onde se sente segurança e onde está
sujeito a instabilidades, como o indivíduo reage com base na
predisposição subconsciente.

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POSITIVO: Emotividade
NEGATIVO: Instabilidade
PALAVRA CHAVE: Emoções
PASSO: 13°10’35’’ (dois dias e quatro horas por signo – todo o
zodíaco em 28 dias).

As representações básicas da Lua na astrologia, são, portanto, a


emotividade, a sensibilidade, as necessidades internas, a mãe e os
medos que nos travam.

c) Mercúrio

O primeiro planeta próximo ao nosso Sol, Mercúrio é pequeno e


veloz, o que trouxe rapidamente a associação ao deus Hermes (para
os gregos) / Mercúrio (para os romanos). Na mitologia, ele é o
mensageiro dos deuses, leva a comunicação para todos os lugares.
Inclusive é o único que pode se comunicar tanto com Zeus quanto
com o poderoso senhor do submundo, Hades.
Nunca se afasta em demasia do Sol, pois a comunicação é um dos
elementos mais importantes para a vida humana em sociedade.

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Representa o CONTATO INTELECTUAL COM O MEIO EXTERNO.


Rege os signos de Virgem e Gêmeos, e se relaciona com o sistema
nervoso e respiratório, cérebro, os 5 sentidos, mãos, braços, ombros
e cordas vocais. Representa a capacidade de adaptação, o comércio,
o intelecto, a razão, a agilidade, a rapidez, a dissimulação, as
pequenas viagens, os deslocamentos, trânsito, escrita, contratos,
comunicação, ciências, juventude, roubo, mentiras, dedução,
esquecimento, desonestidade, calúnia, intriga, nervosismo, estudos,
publicações, telefone, ensino, aprendizado, habilidades manuais.
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Representa os irmãos, os companheiros, os amigos, os vizinhos, os


grupos sociais próximos. Onde ele está (signo e casa) está também
a habilidade de comunicação, possibilidade de trocas de
informações, ensino e aprendizado e como a pessoa se expressa e
comunica.

POSITIVO: Adaptabilidade
NEGATIVO: Dissimulação
PALAVRA CHAVE: Raciocínio
PASSO: 1°24’00’’ (vinte dias por signo – revolução de 240 dias).

Mercúrio fala essencialmente de duas coisas: velocidade de


pensamento e de comunicação. Quando regente do signo de Virgem
significa a capacidade de ordenação, quando regente de gêmeos,
significa a capacidade de comunicação.

d) Vênus

A bela Vênus, planeta ainda interno à órbita da Terra (vizinha da


Terra, juntamente a Marte), Vênus está tradicionalmente associado
a toda sorte de benefícios (conhecido como “O Pequeno Benéfico”.
Sua posição (por signo e casa) revela um ponto de tranquilidade e
sorte.

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Vênus para os romanos, Afrodite para os gregos, este planeta rege


a beleza, o bom gosto, o bom humor, as artes, a beleza, o prazer, a
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harmonia, a sorte, a recreação, os acontecimentos felizes, os


relacionamentos, a sensualidade, os ornamentos, o afeto, a união, a
associação, o casamento, a sociabilidade, as futilidades, a
frivolidade, as festas, a moda, o comodismo, a ternura, o amor, a
depravação, a vaidade, o conforto, a elegância, a sensibilidade. No
corpo humano, rege o pescoço, os rins, o queixo, as bochechas, o
paladar, os ovários, os órgãos internos de reprodução, os órgãos
sensoriais, a atração física, a mulher e as feições do rosto.
Representa também a sorte, a proteção, a saúde. Para a mulher,
representa o tipo de atitude para atrair relacionamentos com o sexo
oposto. Para o homem, representa o tipo de mulher e tipo de relação
desejada.

Rege os signos de Touro e Libra. Seu posicionamento revela como


a pessoa expressa seu afeto, sente-se apreciada, dá de si mesmo e
percebe seus próprios valores.

POSITIVO: Sociabilidade
NEGATIVO: Futilidade
PALAVRA CHAVE: Afeição
PASSO: 1°12’00’’ (dezoito dias por signo – revolução de 216 dias).

e) Marte

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Marte para os romanos, Ares para os gregos, o planeta Marte, devido


à sua coloração vermelha, sempre esteve ligado às atividades ativas,
ditas masculinas. É conhecido desde a antiguidade como “O
Pequeno Maléfico”, e sua posição traz sempre alguns dissabores.

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Representa o CONTATO AGRESSIVO COM O MEIO EXTERNO, e


está relacionado ao sangue, à adrenalina, aos músculos, aos órgãos
genitais e excretores, a bílis, ao nariz, às orelhas, às unhas, aos
tecidos fibrosos, ao peito masculino, à cabeça e ao rosto. Está
associado aos acidentes, à luta, à cirurgia, aos esportes, à raiva, ao
ódio, ao desejo, à competição, ao crime, ao perigo, à queimadura, à
violência, á coragem, à audácia, à vitória, aos empreendimentos, à
força, à coragem, à paixão, à iniciativa, ao ato sexual e à
belicosidade. Representa as disputas, a coragem. No mapa de
homens representa o tipo de atitude viril que atrai as mulheres que
deseja. No de mulheres representa o tipo de homem que as atrai.

É a necessidade de ação, de agressividade e de iniciativa.

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Sua posição, por signo e por casa, explica como o indivíduo se


afirma, expressa seus desejos, demonstra sua coragem e despende
mais energia.

Rege os signos de Áries e de Escorpião.

POSITIVO: Iniciativa
NEGATIVO: Belicosidade
PALAVRA CHAVE: Energia
PASSO: 1°45’00’’ (quarenta e cinco dias por signo – revolução de um
ano e meio).

Sua posição demonstra a agressividade, a ação, a vitalidade e as


paixões.

Sol Leão
Lua Câncer
Mercúrio Gêmeos e Virgem
Vênus Touro e Libra
Marte Áries e Escorpião

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2 – As Qualidades Primordiais da Astrologia

Por: Luiz Junior

(Parte do trabalho apresentado no CPG – Central de Pesquisas Gaia – em julho/2012


sob o título “Astrologia e Ervas”)

Elementos e Astrologia

Quando começamos a estudar a questão da correlação planetária


sobre as ervas, uma dúvida surge: como a essência do planeta, um
ente corpóreo inanimado pairando no Universo, consegue penetrar
em substâncias materiais na Terra e imprimir suas características?

Pensando neste assunto, percebe-se a necessidade de compreender


a essência energética planetária, ou seja, como a energia do planeta
vibra e se expande formando suas características primordiais bem
como sua relação com o Fogo, a Terra, a Água e o Ar. Encontramos
algumas referências nas antigas questões das Qualidades Primitivas
na Astrologia, por onde chega-se à essência formada por Quente,
Frio, Seco e Úmido (Queiroz, 1989).

Qualidades Primitivas, elementos e Astrologia

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Mas o que seriam estas Qualidades Primitivas? Segundo Queiroz


(1989), estas Qualidades Primitivas seriam movimentos de uma
mesma energia. Esta energia, para o autor, também é conhecida
como Chi, Prana, entre outras de diversas tradições místicas,
esotéricas ou filosóficas.

Mas como se dá esse movimento? Devemos partir do princípio


científico de que tudo o que existe e que vibra não está nas condições
de zero absoluto (zero Kelvin ou - 272 graus Celsius). Fora desta
condição a energia se manifesta em ondas perfeitamente
mensuráveis através da frequência, da amplitude e do comprimento
de onda. Será através da infinita variação destas qualidades que se
formarão as diversas características de tudo o que existe. A
sensorialidade humana consegue captar apenas uma pequena
parcela de toda a energia que existe. Como exemplo, temos o som -
ouvimos apenas o que está entre os ultra e os infra-sons - ou o
famoso espectro da luz visível, o das sete cores do arco-íris.

Vivemos, portanto, em um mar energético imperceptível a nós. Mas


agora voltemos às questões das Qualidades Primitivas. Uma boa
explicação sobre o assunto pode ser encontrada nos pilares da
Astrologia, principalmente na consideração dos elementos
primordiais – terra, fogo, água e ar – associados às suas quatro
características – quente, seco, frio e úmido.

De acordo com as modernas teorias da física, todo o universo


conhecido é formado essencialmente por energia, que pode estar
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concentrada formando a matéria ou estar de forma sutil, como a luz,


por exemplo. Um feixe de energia, além de ser indestrutível, ainda
deve ser mensurado de acordo com o comprimento de onda, a
vibração e o sentido da mesma. A frequência vibratória de
componentes energéticos é que irá formar as quatro características,
que de forma harmônica e cíclica desenvolve cada uma destas
características.

A energia primordial está concentrada, centrada em si mesma,


sólida, densa e tensa. Dizemos que a energia está fria, seca,
concentrada. Após uma “explosão” inicial, esta energia começa sua
expansão, começa a se espalhar ocupando espaço, ficando Quente
e Úmida. Por um breve momento antes de iniciar a regressão, esta
estabiliza por um momento, ficando imóvel novamente. E assim por
diante, pulsando de forma a emanar todas as suas qualidades.

Assim se formam os quatro elementos primordiais da natureza. No


momento em que ela atinge sua máxima expansão e estabiliza, esta
é Quente e Seca, formando o Fogo. Quando começa a retroagir,
começa a esfriar e se moldar à nova condição, mas ainda é Quente,
embora já tenha sua plasticidade – Úmida. Estamos falando do Ar.
No limiar de sua concentração esta energia é imóvel, dura, seca,
rígida. Fria e Seca. A Terra. Num súbito desejo por movimento,
expande-se novamente, aquecendo-se e buscando maleabilidade
em todos os sentidos. Ainda é fria, porém já está úmida. Esta é
a Água.

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Terra, fogo, água e ar. Carbono, Oxigênio, Hidrogênio e Nitrogênio.


Os quatro elementos básicos da natureza. A energia que forma todo
o Universo, portanto, está presente também em tudo o que nos cerca.
Ou seja, afora o fato de que seja possível e até necessário
restabelecer a importância das qualidades primitivas na interpretação
da carta astrológica (Queiroz in Benedetti et alli, 2008), também é
possível estender esta análise para outros planos físicos, posição
adotada pelo mesmo autor (1989), quando este afirma que “esses
tipos de movimentos existem nos diversos planos da natureza
(mineral, vegetal, animal e hominal). Num plano - no vegetal, por
exemplo -, algo pode assimilar o mesmo tipo de movimento intrínseco
presente em outro plano, digamos, no mineral. Esta interação entre
os mesmos conteúdos (as mesmas classes de movimentos) presente
em diferentes níveis da natureza, é a base para todo tipo de
correlação existente entre os signos, os planetas, as cores, as pedras
preciosas, as plantas, os animais, etc., e é a base para os processos
de cura, de estímulo e de sedação de determinadas características
do temperamento e do organismo humano através da utilização de
componentes dos outros reinos da natureza que não o humano (os
mais conhecidos são os metais, as pedras preciosas, as plantas e os
perfumes).” (Queiroz, 1989, p. 9).

Esta posição é corroborada por Arroyo (2004) quando afirma que “os
quatro elementos da Astrologia (...) são os blocos básicos para a
construção de todas as estruturas materiais e todos orgânicos”.

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O próprio Gregório Queiroz mais tarde iria se referir a Qualidades


Primordiais e não mais a Primitivas. Segundo ele, Primitivo dá ideia
de antigo e antiquado, ao passo que Primordial dá a ideia
de essencial. Isso foi dito por ele no seminário Astrológica 2011 na
Escola Gaia de Astrologia, em São Paulo. Particularmente preferimos
denominar Primordial, como o próprio Queiroz justificou. Essa será a
terminologia adotada a partir de agora.

Portanto, a combinação destas Qualidades Primordiais gerará, entre


outras coisas, as doze energias básicas conhecidas como signos
(Arroyo, 2004). Para ele, o que define o signo é a combinação do
elemento (Fogo, Terra, Ar e Água – derivados das Qualidades
Primordiais) com a modalidade (Cardinal, Fixo e Mutável), a que
Arroyo define como modo vibratório da mesma energia.

Em “O Caibalion”, antigo tratado hermético que relaciona os


princípios e leis que regem o Universo, o 2º e o 3º princípios falam
sobre a Correspondência e a Vibração, respectivamente. Talvez o
mais famoso princípio hermético seja o da Correspondência, onde “O
que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo
é como o que está em cima”. Trata-se do conceito do Macro e do
Microcosmo, onde há correspondências entre todos os planos da
Existência e da Vida. Esta é a origem da Lei Universal e também nos
faz pensar sobre a Energia Primordial relatada mais acima, a que os
hindus chamarão de Prana sendo passível de ser captada por
vórtices energéticos chamados Chakras e que as antigas escolas de
mistério entendem ser originados nos planetas (Arroyo, 2004). Para
ele, “isso acontece porque os planetas estão relacionados conosco
por intermédio das mesmas ondas de energia vibratória que existem,
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em estado latente, em nós e às quais respondemos” (idem, p. 90). O


terceiro princípio hermético trata sobre a Vibração, que explica em
muito tudo o que já foi dito acima, pois “nada está parado; tudo se
move; tudo vibra”.

Estas explicações – não aceitas pela ciência tradicional, deve-se


deixar bem claro – explica como a influência planetária de Saturno –
planeta distante 1 bilhão e 400 milhões de quilômetros da Terra –
pode chegar até um pé de Cáscara-Sagrada ou de Beladona, por
exemplo, tradicionais plantas associadas a este planeta.

O Universo vibra o tempo todo, em todos os planos existentes, e essa


vibração – pelo Princípio Hermético da Correspondência – chega a
todas as coisas existentes visíveis ou não. Ou seja, as Qualidades
Primordiais que formam os Quatro Elementos estão presentes em
todas as formas da criação, vibrando em uníssono com a fonte
original.

Para saber mais:

Arroyo, Stephen. “Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos”.


São Paulo: Pensamento, 2004. 12ª edição (1975).

Culpeper, Nicholas. “Complete Herbal”. Londres: W. Foulsham and


co., 1954. 450 páginas.

Os três iniciados. “O Caibalion”. Arquivo em PDF disponível para


download pela Internet.
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Queiroz, José Pereira de. “As qualidades primitivas na astrologia”.


São Paulo: Pensamento, 1989).

Queiroz, José Pereira de. “As qualidades primitivas na


interpretação da carta astrológica”. In: Benedetti, V et alli. “Segredos
e estilos”. São Paulo: Edição do autor, 2008.

3 – Precessão dos Equinócios

Conhecemos bem dois dos movimentos da Terra – a Rotação (o giro


da Terra sobre o próprio eixo) e a Translação (o giro da Terra ao
redor do Sol). Porém o nosso planeta também possui outros
movimentos, e aqui trataremos do movimento conhecido
por Precessão dos Equinócios. A Terra não é uma esfera perfeita, e
sim um geoide, corpo esférico irregular. Essa irregularidade faz com
que o movimento de Rotação não seja perfeito, ou seja, o Eixo da
Terra não gira perfeitamente ao redor de si, mas sim executa um
movimento parecido com a cabeça de um pião lançado ao solo por
um moleque (ver figura abaixo).

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Fig. 1 – O Eixo da Terra tem movimento circular, como um pião.

Se traçarmos uma linha imaginária conectando o centro do planeta


com os dois Polos, teremos o que chamamos de “Eixo da Terra”.
Prolongando a ponta deste Eixo, veremos que
ele aparentemente aponta para as Constelações Zodiacais.
Segundo os astrônomos, o movimento aparente do Eixo retorna ao
seu ponto inicial aproximadamente a casa 25.800 anos. Dividindo
este valor por 12 (os doze signos zodiacais) veremos que o eixo
aparente percorre cada signo do Zodíaco a cada 2.150 anos,
aproximadamente. Este movimento é contrário ao sentido conhecido
do zodíaco. Ao invés de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, etc, o
movimento é Câncer, Gêmeos, Touro e Áries.
E qual a importância da precessão dos equinócios para a Astrologia?
Este movimento demarca o que chamamos de Eras Astrológicas,
definindo grandes eventos que marcaram a história da humanidade.

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Atualmente o eixo está se deslocando do signo de Peixes para o


signo de Aquário (a chamada Era de Aquário). Não há data precisa
para esta entrada. Alguns citam o ano de 1904. Neste ano foi lançado
o Liber Al Vel Legis – O Livro da Lei, de Aleister Crowley,
proclamando o início da Era de Horus. Outros determinam o ano de
1945 como a data da transição, coincidindo com o final da Segunda
Guerra Mundial. Outros ainda dão o ano de 1989 (Queda do Muro de
Berlim). Mas é de senso comum que a virada do milênio e o início do
século XXI marca a transição entre as eras de Peixes e Aquário.
Pelo tempo envolvido, não parece eficaz discutir detalhes. Vamos,
portanto, pegar a virada do milênio e o senso comum para referência.
Levando-se em conta que, em média, essa transição ocorre a cada
2150 anos, teremos, portanto:

 2000 dC até 4150 dC – Era de Aquário


 150 aC a 2000 dC – Era de Peixes
 2300 aC a 150 aC– Era de Áries
 4450 aC a 2300 aC – Era de Touro
 6600 aC a 4450 aC – Era de Gêmeos
 8750 aC a 6600 aC – Era de Câncer

Vamos analisar cada uma dessas Eras buscando sua


correspondência astrológica.

a) Era de Câncer – 8750 a 6600 aC

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Câncer é o signo lunar correspondente à mulher, maternidade, à


família e à fixação a uma casa. Este período histórico está associado
ao período conhecido como Mesolítico e ao Neolítico, quando
surgem os caçadores-coletores. A agricultura surge neste período,
espalhando-se em 6000 aC e entre 8000 a 3500 fixam-se nas
primeiras cidades conhecidas, como Ur e a Mesopotâmia. As
primeiras cidades foram fundadas em conjunto ao nascimento do
culto aos deuses Lares, o culto aos deuses familiares - sociedades
matriarcais cujo culto ao ventre dava prestígio ás mulheres. Também
é dessa época o culto às divindades pagãs, regidas essencialmente
pelas deusas lunares. Assim, o surgimento (maternidade) o início
das cidades (família) e a fixação a uma residência (cidades) que são
as características deste período estão associadas ao signo de
Câncer e suas representações. A maternidade e a mãe, outras
características deste signo também estavam presentes, como
podemos ver na representação da figura 2.

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Fig 2 – o culto à mulher e à maternidade é uma referência deste


período

b) Era de Gêmeos – 6600 a 4450 aC

Data dessa época, entre 4000 e 5000 aC o surgimento da escrita


cuneiforme (em forma de cunha – figura 3). Também por este período
surgiram os primeiro hieróglifos egípcios. Também nesta Era de
Gêmeos ocorrem as primeiras trocas comerciais, envolvendo
produtos agrícolas e minérios como o ferro e o ouro. Grupos
nômades encarregavam-se do deslocamento destes produtos pelo
Crescente Fértil, garantindo o surgimento das bases do comércio.
Gêmeos é o signo ligado à comunicação e o seu regente é o planeta
Mercúrio, associado ao Deus Hermes (comunicação, deslocamento
e comércio). É o signo dos comerciantes e dos viajantes, ligado a
deslocamentos comerciais. Novamente a associação fica
evidenciada. Outro fator importante é que após a fixação e o
surgimento das primeiras cidades proporcionada por Câncer,
Gêmeos, associado sobretudo à civilidade, proporciona os primeiro
entendimentos e relacionamentos da humanidade. Isso é o embrião
do que será desenvolvido na próxima era, a Era de Touro.

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Fig. 3 – Exemplo de escrita cuneiforme, surgida na Era de Gêmeos

c) Era de Touro – 4450 a 2300 aC

Touro é um signo de terra e fixo. Isso significa que as qualidades


como crescimento contínuo, constância, disciplina e paciência estão
associados a este signo, assim como o poder, a riqueza e a beleza –
aqui devido ao planeta regente, Vênus.
E será exatamente isso que veremos neste período. Veremos o
apogeu da civilização Egípcia, civilização que cresceu às margens
do Rio Nilo com tendências territorialistas e com características que
a coloca como o primeiro império da humanidade. Faraós suntuosos,
como Ramsés, são figuras-símbolos deste reino, rico em bens, em
cultura e em arte e que se preserva até os dias de hoje. A arte egípcia
(fig 4), como as esculturas e a arquitetura até hoje são admiradas e
respeitadas, e a estrutura social já era bastante complexa, bem como
o sistema de trabalho e o comércio.

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Fig. 4 – Arte egípcia. Nota-se a influência de Vênus, regente das


artes e da beleza

d) Era de Áries – 2300 a 150 aC

Áries é o signo que abre o zodíaco, é regido por Marte, o Deus da


Guerra e é associado ao fogo – elemento expansivo, explosivo, líder
e dominador. É o signo masculino por excelência. E é exatamente
neste período que veremos o surgimento do patriarcalismo
suplantando o matriarcado e a ascensão de códigos de leis e
conduta, como o Código de Hamurabi. Os primeiros exércitos
(romano, grego, egípcio, fenício, cartaginês) surgem neste período.
Será, porém, por volta do ano 1300 aC que veremos surgir aquele
que traria o maior símbolo do período. Um faraó egípcio decide
combater os conselheiros ligados ao deus Amon e o seu poder e
inaugura o culto ao deus solar (Aton) como único Deus possível. Este
faraó (Akhenaton – fig. 5) é o responsável pela primeira ideia de
unicidade Divina, e irá influenciar um jovem hebreu que sairá com
seu povo do Egito conduzindo-os para a terra prometida sob a égide
de Yheovah. Este Deus é retratado no Velho Testamento bíblico, e é
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um Deus vingativo, seletivo, raivoso e rancoroso, que não hesita em


exterminar pessoas para que seu Povo Escolhido possa instaurar
seu Estado e sua religião. Estas características estão associadas ao
signo de Áries e seu planeta regente, Marte.

Fig. 5 – Akhenaton saúda o Deus Único, Aton

e) A era de Peixes – 150 aC a 2000 dC

Peixes é o signo de ligação com a espiritualidade. É a consciência de


que tudo está interligado. É regido pelo planeta supremo - Júpiter, e
pelo senhor do sonho e da psicologia – Netuno. A comunidade é
fundamental para este signo, mas este amplia suas noções também
para a espiritualidade.
O grande avatar deste período foi Jesus Cristo, que se cercou de
doze (!) discípulos em sua maioria pescadores (peixes). Um de seus
grandes momentos foi quando multiplicou peixes para matar a fome

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Espaço Filhos do Vento – Curso de Astrologia – Módulo 1 (Básico) – Aula 2

das pessoas. Foi o pilar da fundação do Cristianismo – cujo símbolo


é um peixe – e consequentemente da civilização ocidental moderna.
O próprio acrônimo da frase cristã Iēsous Christos Theou Yios
Sōtēr (Jesus Cristo Filho de Deus) é ICThYS, palavra que - em grego
- significa “peixe” (fig. 6).
Uma das características de Júpiter é a expansão (surgimento de
vários países e descobrimento de vários continentes). E a riqueza
(expansão do comércio e surgimento do mercantilismo e do
capitalismo). Já Netuno rege a psicologia e a psiquiatria (sec. XIX) e
principalmente ideologias. Este período é marcado de novas
propostas, como o renascimento, o iluminismo, a Revolução
Francesa, a Independência dos EUA e a Independência do Brasil e
também marca a busca de homens livres (maçonaria, religiões e
filosofias, rosacrucianismo). Até mesmo o período das Grandes
Guerras teve por tema a liberdade.

Fig 6 – um dos símbolos do cristianismo

f) A Era de Aquário – era atual

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Espaço Filhos do Vento – Curso de Astrologia – Módulo 1 (Básico) – Aula 2

A era atual está em transição entre Peixes e Aquário. Há uma noção


errada de que a Era de Aquário será marcada por visionários e
espiritualistas, e o esoterismo finalmente ganhará espaço com a
astrologia e o tarô. Porém estas não são características de Aquário.
Aquário é signo de Ar – simboliza o pensamento, a comunicação e a
razão. Sua simbologia também abrange o sentido de comunidade e
sociedade, e também é o signo mais inovador e tecnológico do
zodíaco, marcado por um de seus regentes, Urano. O outro planeta
regente, ou co-regente, é Saturno, relacionado à seriedade, às
estruturas e ao conservadorismo. Isso dá características únicas ao
signo, mas também à era que se inicia. Por um lado teremos a
dissolução das fronteiras, das línguas e das moedas (União
Europeia, Mercosul e outros blocos comerciais). Sentimentos de
liberdade estarão exacerbados (dissolução das ditaduras e fim do
bloco comunista) porém não sem luta, pois setores conservadores da
sociedade sempre estarão fortes (saturno). Nos tempos atuais,
somente no Brasil, podemos ver manifestações pela democracia
paralelas a manifestações pedindo a volta do Regime Militar. Esta
será a tônica dos próximos anos, principalmente enquanto a Era de
Peixes não se findar por completo.
Mas o principal marco de Aquário é o planeta Urano. Este planeta
rege a eletricidade, a eletrônica, a ciência, a tecnologia e a
informática.
Não é preciso se alongar muito, pois vemos a Internet rompendo
barreiras, fronteiras e legislações, sendo o grande símbolo desta era
juntamente com a tecnologia, que está tão rápida, tão “elétrica”, que
mal temos tempo de acompanhar seu crescimento vertiginoso.

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Espaço Filhos do Vento – Curso de Astrologia – Módulo 1 (Básico) – Aula 2

Com este artigo demonstramos as influências astrológicas a cada


2000 anos. Para influências pontuais temos que analisar os planetas
geracionais, que marcam gerações a cada meio século (Plutão,
Netuno e Urano). Para enxergar características sociais temos que
analisar os planetas sociais (Saturno e Júpiter). Assim teremos as
marcas de cada sociedade ano após ano.

Exercícios

a) Identifique o Sol, a Lua e os planetas Mercúrio, Vênus e Marte


em seu mapa astral. Verifique em que Signo e Casa ele se
encontra.

Ex: Marte em Câncer na casa 1.

b) Relacione as colunas abaixo com o significado básico de cada


planeta:

Sol Amor, sedução, beleza


Lua Medos, sensibilidade, Intuição
Mercúrio Paixão, violência, ação
Vênus Individualidade, Eu, Autoestima
Marte Comunicação e inteligência

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c) Tente, pelo que aprendeu, estabelecer como os planetas ficam


“modulados” por elemento, conforme tabela abaixo:

Sol em Terra:

Sol em Ar:

Sol em Água:

Sol em Fogo:

Lua em Terra:

Lua em Ar:

Lua em Água:

Lua em Fogo:

Mercúrio em Terra:

Mercúrio em Ar:

Mercúrio em Água:

Mercúrio em Fogo:

Vênus em Terra:
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Vênus em Ar:

Vênus em Água:

Vênus em Fogo:

Vênus em Terra:

Vênus em Ar:

Sol em Água:

Sol em Fogo:

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