AVALIAÇÃO CONTRATURAL II
AVALIAÇÃO CONTRATURAL II
AVALIAÇÃO CONTRATURAL II
DA FIANÇA; DA TRANSAÇÃO.
Corrente (PI)
2024
ALINE NOGUEIRA PEREIRA
ALINE PEREIRA DOS SANTOS
CAMILA AMORIM ROCHA NOGUEIRA
KAROLAINE DA COSTA SILVA
LIVIA GOMES BARBOSA
DA FIANÇA; DA TRANSAÇÃO.
Corrente (PI)
2024
SUMÁRIO
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO...............................................................................4
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4
CONCEITO E CARACTERISTICAS...................................................................................4
ESPÉCIES E REQUISITOS....................................................................................................5
EFEITOS DA FIANÇA............................................................................................................6
EXTINÇÃO DA FIANÇA........................................................................................................8
ESPÉCIES DE TRANSAÇÃO..............................................................................................11
Pena Convencional....................................................................................................................14
4
INTRODUÇÃO
CONCEITO E CARACTERISTICAS
5
A definição de Fiança está prevista no Código Civil de 2002 em seu art.818, onde vai
definir que, “pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. A fiança é um contrato acessório e unilateral,
por meio do qual uma pessoa, denominada fiador, compromete-se a garantir o cumprimento
de uma obrigação assumida por outra, chamada devedor principal, perante o credor. Trata-se
de uma garantia pessoal, em que o fiador responde com seu patrimônio pelas obrigações do
devedor, caso este não as cumpra. A doutrinadora Maria Helena Diniz conceitua essa
modalidade contratual através das seguintes palavras:
Dessa forma, é um contrato solene, porque depende de forma escrita, imposta pela lei.
Em regra, é gratuito, porque o fiador ajuda o afiançado, nada recebendo em troca. Porém,
pode assumir caráter oneroso, quando o afiançado remunera o fiador pela fiança prestada.
Além disso, o fiador pode estipular limites à sua responsabilidade, como valores máximos ou
prazos determinados, mas, na ausência de tais restrições, presume-se que ele responde pela
totalidade da dívida. Ademais, o Código Civil permite que a fiança seja prestada por mais de
um fiador, configurando a fiança solidária quando todos respondem integralmente pela
obrigação, ou fiança subsidiária, quando sua responsabilidade é limitada ao inadimplemento
do devedor.
Portanto, a fiança é um instituto que reflete a confiança entre as partes e, por isso,
possui implicações jurídicas rigorosas, especialmente em relação ao fiador, que assume
significativa responsabilidade ao garantir a obrigação de outrem, é denominado um contrato
personalíssimo ou intuitu personae. Suas características e limitações visam equilibrar os
direitos do credor, a segurança jurídica e a proteção do patrimônio do fiador.
ESPÉCIES E REQUISITOS
7
EFEITOS DA FIANÇA
8
A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, conferida pelo fiador, que assume a
obrigação de pagar a dívida caso o devedor principal não o faça. Dentro dessa relação,
diversos direitos e limitações regulam as obrigações do fiador, destacando-se os benefícios de
ordem e divisão, além da possibilidade de exoneração.
O benefício de ordem, previsto no artigo 827 do Código Civil, permite que o fiador, ao
ser cobrado, indique bens do devedor principal que sejam suficientes para quitar a dívida
antes que seus próprios bens sejam executados. Esse direito, no entanto, só pode ser exercido
até a fase de contestação e não se aplica em três situações: quando o fiador renunciou
expressamente a esse benefício; quando se obrigou como principal pagador ou devedor
solidário; ou quando o devedor principal é insolvente ou falido, conforme o artigo 828. Trata-
se de uma proteção que reflete a natureza subsidiária da obrigação do fiador, já que ele é
chamado apenas na ausência de outros meios para satisfazer o crédito.
O benefício de divisão, por sua vez, está regulado no artigo 829. Quando mais de um
fiador garante a mesma obrigação, este benefício possibilita que a dívida seja dividida
proporcionalmente entre os fiadores, caso não tenha sido estipulada solidariedade entre eles.
Na ausência dessa reserva, aplica-se a regra da solidariedade, ou seja, qualquer fiador pode ser
cobrado pela totalidade da dívida, devendo buscar o ressarcimento proporcional dos outros
garantidores. Caso o fiador efetue o pagamento integral da dívida, ele se sub-roga nos direitos
do credor, podendo cobrar do devedor principal ou dos demais fiadores (se houver) as
quantias devidas, acrescidas de juros e eventuais perdas e danos, conforme os artigos 346 e
349. Esse direito assegura que o fiador não suporte sozinho o ônus da obrigação que,
originalmente, não era sua.
A exoneração do fiador é possível nos contratos de fiança sem prazo determinado, nos
termos do artigo 835. Nessa hipótese, o fiador pode solicitar judicialmente sua liberação,
permanecendo responsável pelos efeitos da fiança durante 60 dias após a notificação ao
credor. No entanto, em algumas circunstâncias, como fianças vinculadas à entrega de chaves,
a renúncia a esse direito pode ser válida.
Nas locações, a Súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça determina que o fiador
não responde por obrigações decorrentes de aditamentos contratuais aos quais não tenha
expressamente anuído. Ademais, os juros de mora passam a incidir desde o vencimento das
prestações inadimplidas, dispensando interpelação judicial, conforme disposto no artigo 397
do Código Civil.
9
EXTINÇÃO DA FIANÇA
A extinção da fiança pode ocorrer em diversas situações previstas pelo Código Civil
Brasileiro, que têm o objetivo de proteger tanto o credor quanto o fiador. A morte do fiador,
por exemplo, pode extinguir a fiança, mas a responsabilidade pela dívida é transferida aos
herdeiros, limitada ao valor da herança deixada pelo fiador. Ou seja, os herdeiros só
respondem até o montante dos bens deixados. Por outro lado, a morte do afiançado, ou seja,
do devedor principal, não extingue a fiança. O fiador continua responsável pela obrigação
enquanto houver dívida pendente, independentemente da morte do devedor, o que demonstra
que a fiança ultrapassa questões individuais, como a herança ou a continuidade da obrigação.
Além disso, o Código Civil prevê outras causas específicas que podem extinguir a
fiança, como estabelecido no artigo 838. A concessão de moratória ao devedor, que consiste
na dilação do prazo para o cumprimento da obrigação sem o consentimento do fiador, é uma
dessas causas. A frustração da sub-rogação legal do fiador, que ocorre quando o credor
renuncia ou perde garantias adicionais que protegiam a fiança, como uma hipoteca, também
pode levar à extinção da fiança. Da mesma forma, se o credor aceitar a dação em pagamento,
ou seja, um bem em lugar do pagamento da dívida, a fiança será extinta, mesmo que o bem
aceito seja posteriormente perdido por evicção.
O fiador tem ainda o direito de se defender contra o credor por meio de algumas
exceções, que podem ser pessoais ou relacionadas ao devedor principal. As exceções pessoais
referem-se a questões específicas do contrato de fiança, como a expiração do prazo de
validade ou o não cumprimento de determinadas condições acordadas. Já as exceções do
devedor principal incluem a prescrição da dívida, a quitação ou a nulidade da obrigação.
Porém, a incapacidade do devedor, como no caso de um menor, não exime o fiador de sua
responsabilidade.
A transação, enquanto instituto jurídico, possui uma aplicação ampla no Direito Civil,
especialmente no campo dos litígios, sendo um mecanismo que permite às partes resolverem
suas disputas de forma consensual, sem a necessidade de decisão judicial. Ela se configura
como um acordo formal, em que as partes envolvidas chegam a uma solução mútua para um
conflito, após concessões de ambas as partes. O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 840,
permite que as partes evitem ou resolvam litígios mediante essas concessões, o que destaca a
11
transação como uma solução alternativa para a judicialização de questões. Ao invés de esperar
que o conflito seja resolvido por meio de uma sentença, as partes se comprometem a alcançar
um entendimento que, em última análise, evita o prolongamento da disputa.
Essa concessão recíproca é fundamental para que o acordo se caracterize como uma
transação e não uma mera doação, renúncia ou desistência de um direito, pois, nessas
situações, apenas uma parte cede, e isso não configura transação jurídica. Importante frisar
que, na transação, a dúvida sobre o direito das partes deve ser legítima. Ou seja, as partes não
podem transigir sobre algo que já tenha sido resolvido, como quando um litígio já foi
finalizado por uma sentença transitada em julgado. Caso a transação envolva uma questão que
não mais seja controvertida, ela será considerada nula. Além disso, se uma das partes celebrar
a transação sem ter ciência de uma decisão que já tenha resolvido a controvérsia, isso pode
afetar a validade do acordo.
A transação pode ser realizada tanto de forma extrajudicial, ou seja, fora do processo
judicial, quanto no âmbito judicial, sendo homologada pelo juiz. Quando realizada
judicialmente, a transação ocorre dentro de um processo, e o juiz pode validá-la, conferindo-
lhe a eficácia de uma sentença. Nesse sentido, a transação possui força obrigatória para as
partes, já que sua validade se baseia no acordo de vontades, nos termos do artigo 849 do
Código Civil, que estipula que a transação só poderá ser rescindida em casos excepcionais,
como dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou à coisa controversa.
No que tange à validade da transação, ela só será considerada legítima se não houver
vícios de consentimento, como dolo, coação ou erro essencial. A transação também não pode
12
envolver direitos que as partes não possam dispor, ou seja, direitos indisponíveis, como
aqueles relacionados a questões de ordem pública ou direitos de terceiros, a menos que haja
autorização. Caso esses requisitos não sejam cumpridos, a transação pode ser declarada nula.
Além disso, a transação pode ser realizada tanto de forma extrajudicial, ou seja, fora
de um processo judicial, quanto de forma judicial, quando é homologada pelo juiz, o que
confere à transação a mesma eficácia de uma sentença. Para que a transação tenha validade,
alguns elementos constitutivos são essenciais. Primeiramente, deve haver relações jurídicas
controvertidas, ou seja, as partes devem estar em litígio ou em uma situação de dúvida
legítima sobre o direito que cada uma detém, devendo existir a intenção de extinguir as
dúvidas e resolver o litígio.
ESPÉCIES DE TRANSAÇÃO
13
a) Transação Extrajudicial:
b) Transação Judicial:
a) Indivisibilidade:
b) Interpretação Restritiva:
c) Natureza Declaratória:
15
A transação, em regra, possui natureza declaratória. Isso significa que ela não cria
novos direitos, mas apenas reconhece ou declara direitos já existentes. O artigo 843 reforça
essa ideia ao afirmar que "por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem
direitos." No entanto, há exceções. O artigo 845 admite que, em alguns casos, a transação
possa envolver a transferência de bens, como imóveis, desde que sejam observados os
requisitos legais, como a necessidade de escritura pública e registro no cartório competente.
PENA CONVENCIONAL
Por fim, a transação também admite a inclusão de cláusula penal para garantir o
cumprimento do acordo, como previsto no artigo 847 do Código Civil. Essa cláusula
estabelece uma penalidade para a parte que descumprir o pactuado, sendo bastante comum em
acordos trabalhistas. A previsão de multa ou outra penalidade ajuda a assegurar que ambas as
partes cumpram suas obrigações, proporcionando maior segurança jurídica ao acordo.
16
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 28 nov. 2024.
BRAGA, Marcella Cardoso. Contrato de Fiança: Conceito, Características e Requisitos
desta Modalidade. Jusbrasil, 2020. Disponível em:
<https://www.jusbrasil.com.br/artigos/contrato-de-fianca-conceito-caracteristicas-e-
requisitos-desta-modalidade/1135570223>. Acesso em: 28 nov. 2024.
BRASIL. Código de Processo Civil. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm>. Acesso em:
28 nov. 2024.