14 - Angelologia
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14 - Angelologia
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INTRODUÇÃO
A Angelologia é uma parte vital da Teologia, tendo ligação direta para outros
ensinamentos da Bíblia.
Neste estudo abordaremos os seguintes assuntos: anjos santos, satanás, os
anjos caídos, inferno e batalha espiritual.
O importante papel que os anjos e todos os seres angelicais têm
desempenhado na história do homem, torna-os merecedores de referência e estudo
especiais.
I. DEFINIÇÕES
ANJO: A palavra portuguesa “anjo” tem origem no latim angelus, que deriva do
grego = angelos e tendo sua origem do idioma hebraico, o termo malakh.
Seu significado básico é "mensageiro" para designar a ideia tanto para mensageiros
humanos quanto divinos (1Rs 19.2; Lc 7.24 e 9.52). O grego clássico emprega o
termo angelos para o mensageiro, o embaixador em assuntos humanos, que fala e
age no lugar daquele que o enviou.
No AT, onde o termo malakh ocorre 108 vezes, os anjos aparecem como seres
celestiais, membros da corte de Yahweh, que servem e louvam a Ele (Ne 9.6; Jó
1.6), são espíritos ministradores (1Rs 19.5), transmitem a vontade
de Deus (Dn 8.16,17)), obedecem a vontade de Deus (Sl 103.20), executam os
propósitos de Deus (Nm 22.22), e celebram os louvores de Deus (Jó 38:7; Sl
148.2).
No NT, onde a palavra angelos aparece por 175 vezes, os anjos aparecem como
representativos do mundo celestial e mensageiros de Deus. Funções semelhantes
às do AT são atribuídas a eles, tais como: servem e louvam a Cristo (Fp 2.9-
11; Hb 1.6), são espíritos ministradores (Lc 16.22; At 12.7-11; Hb 1.7,14),
transmitem a vontade de Cristo (Mt 2.13,20; At 8.26), obedecem a vontade dEle (Mt
6.10), executam os Seus propósitos (Mt 13.39-42), e celebram os louvores de Cristo
(Lc 2:13,14). Ali, os anjos estão vinculados a eventos especiais, tais como: a
concepção de Cristo (Mt 1.20,21), Seu nascimento (Lc 2.10-12), Sua ressurreição (Mt
28.5,7) e Sua ascensão e Segunda Vinda (At 1.11).
Muitos teólogos afirmam que “parece difícil definir especificamente os anjos”. Uma
das razões disto, é que a Angelologia não se constitui no enfoque primário das
Escrituras. Os contextos angelicais sempre têm Deus, ou Cristo, como seu ponto
central (Is 6.1-3; Ap 4.7-11). A maioria dos aparecimentos de anjos é fugaz, sem ser
provocada nem predita. Tais manifestações confirmam verdades, mas nunca
produzem por si mesmas.
“Quando os anjos são mencionados, é sempre para informar-nos mais a respeito de Deus, o que Ele
faz, e como o faz, bem como Ele requer”.
A ênfase primária da Bíblia, portanto, é o Salvador, e não os seus servos; o Deus dos
anjos, e não os anjos de Deus. Anjos podem ser escolhidos como método ocasional
para a revelação, mas nunca se constituem na mensagem. O estudo dos anjos,
contudo, será um desafio ao coração bem como ao intelecto. É necessário, portanto,
evitar zelosamente o extremismo, e ideias duvidosas ou antibíblicas que dominam a
nossa sociedade.
No século I, surgiu uma heresia que se constituiu num “pretexto de humildade e culto
aos anjos” (Cl 2.18). Paulo respondeu a essa heresia glorificando a Cristo que é a
fonte da nossa glória futura (Cl 3.1-4).
Primeiro. Desde a antiguidade, os gnósticos prestavam adoração aos anjos (Cl 2.18);
depois então, na Idade Média, com as crenças absurdas dos rituais de bruxarias com
culto aos anjos, e agora em nossos dias, os estudos cabalísticos personalizados no
meio esotérico e místico, ensinam novamente o culto aos anjos, por meio de bruxos
sofisticados e modernos. Sabendo que antes de tudo, a existência e ministério dos
anjos são fartamente ensinados nas Escrituras, não podemos negligenciar os
ensinamentos sagrados.
1. SUA EXISTÊNCIA
Ao iniciarmos nosso estudo de Angelologia faz-se necessário que assentemos
biblicamente a verdade da existência dos anjos.
A existência dos anjos, conforme veremos a partir de agora, é claramente
demonstrada pelo ensino, tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento.
Portanto, não sabemos quando foram criados, mas podemos entender que isso deve
ter acontecido imediatamente após a criação dos céus e antes de ter criado a terra,
segundo podemos ver em Jó 38.4-7:
Anjos, então, foram comprovados pelos escritores da Bíblia e pelo próprio Jesus
Cristo, como sendo reais. Apesar de toda confusão de todos os tempos, não podemos
negligenciar esta grande doutrina – Angelologia.
3. SUA NATUREZA
Resumindo, os anjos são:
• Os anjos foram criados para darem glória, honra e ações de graça a Deus.
• Os anjos foram criados para adorarem a Cristo (Hb 1.6).
• Foram criados para cumprirem os propósitos de Deus:
b) Espíritos – os anjos são reais, mas nem sempre visíveis (Hb 12.22). Embora
Deus ocasionalmente lhes conceda a visibilidade (Gn 19.1-22), são espíritos (Sl
104.4; Hb 1.7; 14). Os anjos são incorpóreos (Hb 1.14 ), não têm corpo físico,
mas podem assumir forma corpórea (Gn 18.19; Sl 104.4; Hb 1.7; Ef 6.2; Mt 8.16;
12.45; Lc 7.21; Ap 16.14). Nos tempos bíblicos, seres humanos experimentavam
às vezes os efeitos da presença de um anjo, mas não viam ninguém (Nm 22.21-
35). Às vezes, viam o anjo (Gn 19.1-22; Jz 2.1-4; 6.11-22; 13.3-21; Mt 1.20-25; Mc
16.5; At 5.19,20). Além disso, os anjos podem ser vistos sem serem reconhecidos
como anjos (Hb 13.2).
c) Imortais – como seres criados, são perpétuos, mas não eternos. Somente Deus
tem “imortalidade” (1Tm 6.16). No sentido de não ter começo nem fim. Os anjos
tiveram um começo, mas não terão fim, pois estarão presentes nos tempos
eternos e na Nova Jerusalém (Hb 12.22; Ap 21.9,12). Os anjos não estão sujeitos
à dissolução: nunca morrem. A imortalidade dos anjos deriva de Deus e depende
de Sua vontade. Os anjos são isentos da morte, porque assim Deus os fez. (Lc
20.35,36).
8. São reverentes. Os anjos adoram, mas não devem ser adorados. “São
incomparáveis entre as criaturas, mas nem por isso deixam de ser criaturas”.
Erickson. Correspondem com adoração e louvor a Deus (Sl 148.2; Is 6.1-3; Lc
2.13-15; Ap 4.6-11; 5.1-14) e a Cristo (Hb 1.6). Como consequência, os cristãos
não devem exaltá-los (Ap 22.8,9); os que o fazem, perdem a sua recompensa
futura (Cl 2.18).
9. São servos. Os anjos servem, mas não devem ser servidos. Deus os envia
como agentes para ajudar os seres humanos, especialmente os fiéis (Ex 14.19;
Nm 20.16; Jz 6.11-22; 1Rs 19.5-8; Sl 34.7; 91.11; At 12.7-12). Os anjos também
mediam os juízos de Deus (Gn 19.22; At 12.23) e Suas mensagens (Jz 2.1-5; Mt
1.20-24; Lc 1.11-38). Mas eles nunca devem ser servidos, pois assemelham-se
aos cristãos num aspecto muito importante: são também servos de Deus (Ap
22.9).
“Quão capazes, portanto, são os anjos bons para ministrar ao homem; e quão desesperadora pode ser
a oposição dos principados, os dominadores deste mundo tenebroso! Confiemos, portanto, na força do
poder do Senhor e de seus ministros”.
Observe o texto: (Gn 6.1-4) "...Estes eram os valentes que houve na antiguidade,
os homens de fama. Filhos do relacionamento entre ‘os filhos de Deus’ com as ‘filhas
dos homens’ ".
Esta é a definição original dos textos da Palavra de Deus e não "nefilins", que
encontramos em alguns textos traduzidos e não confiáveis, conforme The Theological
Wordbook of the Old Testament, por Harris, Archer e Waltke. Estes homens gerados
eram perversos e dominaram a terra, razão pela qual, Deus viu que havia grande
maldade sobre a terra (vs. 5 e 6).
Argumentos
a. Satanás antes de sua queda. A Teologia costuma afirmar que ele ocupava um
lugar especial entre os querubins (Ez 28.14).
b. Satanás e suas hostes caídas. Estão organizadas e preparadas para grandes
batalhas do mal.
Disto podemos concluir que existem duas forças invisíveis e poderosas - uma dirigida
por Deus e seus anjos e a outra por Satanás e seus anjos, onde a vitória final será de
Deus (Ap 20.7-10; Mt 25.41).
Dionísio foi um dos primeiros a propor um sistema organizado do estudo dos anjos e
seus escritos tiveram muita influência, mas foi precedido por outros escritores, como
Clemente, Ambrósio e Jerônimo. Na Idade Média surgiram muitos outros esquemas,
alguns baseados no do Areopagita, outros independentes, sugerindo uma hierarquia
bastante diferente. Alguns autores acreditavam que apenas os anjos de classes
inferiores interferiam nos assuntos humanos.
Nenhuma destas ordens pode ser considerada única ou doutrinariamente correta,
mas são estabelecidas somente como teoria. O apóstolo Paulo fez alusão a cinco
ordens de anjos ou poderes nas regiões celestiais (Ef 1.21).
De todas as ordens hierárquicas dos anjos a mais aceita é a derivada do Pseudo-
Dionísio e de Tomás de Aquino, que divide os anjos em nove coros, agrupados em
três tríades:
OS SERAFINS: sua função é adoração a Deus perante o Seu Santo Trono (Is 6.2-7).
O Miguel que se pode encontrar no NT, surge no AT apenas no livro de Daniel. Como
Gabriel, é um ser celestial. Tem, no entanto, responsabilidades especiais como
campeão de Israel contra o anjo rival dos persas (Dn 10.13,21), e ele comanda os
exércitos celestiais contra todas as forças sobrenaturais do mal na última grande
batalha (Dn 12.1). Na literatura judaica recente, bem como nos apócrifos e
pseudoepígrafos, o nome de Miguel é apresentado como guardião militar e
intercessor de Israel.
A única menção a esses seres celestiais nas páginas das Escrituras Sagradas está
no livro de Isaías (Is 6). Os serafins aparecem associados com os querubins na
tarefa de resguardar o trono divino. Os seres vistos por Isaías
tinham forma humana, embora possuíssem seis asas (Is 6.2). Estavam
postos acima do trono de Deus (Is 6.2a), o que parece indicar que sejam líderes na
adoração ao Senhor. Uma dessas criaturas entoava um refrão que Isaías registra nas
palavras: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; a terra inteira está cheia da
Sua glória" (Is 6.3). Tão vigorosa era esta adoração, que é dito que o limiar do
Templo divino se abalava e o santo lugar ficava cheio de fumaça.
Pelo que observamos no texto, parece que para Isaías os serafins constituíam uma
ordem de seres angélicos responsáveis por certas funções de vigilância e adoração.
No entanto, parecem ser criaturas morais distintas, e não apenas projeções
da imaginação ou personificação de animais. Suas qualidades morais eram
empregadas exclusivamente no serviço de Deus.
3. OS QUERUBINS
No livro de Ezequiel (Ez 10) são descritos como guardiões do trono de Deus e diz
que o ruflar de suas asas enchia todo o templo da divindade e se parecia com som de
vozes humanas; a cada um estava ligada uma roda, e se moviam em todas as
direções sem se voltar, pois possuíam quatro faces: leão, touro, águia e homem, e
eram inteiramente cobertos de olhos, significando a sua onisciência.
Também foram bordados querubins nas cortinas e véus do Tabernáculo, bem como
estampados nas paredes do Templo (Ex 26.31; 2Cr 3.7).
Tem sido objeto de críticas acirradas, o fato de que os povos vizinhos de Israel
possuíam criaturas aladas simbólicas. Especialmente os heteus popularizaram os
4. O ANJO GABRIEL
No AT, Gabriel aparece apenas em Daniel, e ali como mensageiro celestial que
surge na forma de um homem (Dn 8.16; 9.21). Suas funções são: revelar o futuro ao
interpretar uma visão (Dn 8.17), e dar entendimento e sabedoria ao próprio Daniel
(Dn 9.22).
5. O ANJO DO SENHOR
Outro ensino veterotestamentário de grande importância, que por sua vez está
estritamente relacionado com as Teofanias. São as aparições do Anjo do Senhor, no
hebraico mal’akh YHWH. Optamos por estudar, separadamente, este assunto, em
virtude de sua importância crucial, uma vez que as aparições do Anjo do Senhor se
constituem em Teofanias, mas especificamente Teofanias onde as aparições
de Deus se davam de forma humana.
A Bíblia nos informa que o Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes às
dos anjos, em geral. Às vezes, Suas aparições eram simplesmente para trazer
mensagens do Senhor Deus, como, por exemplo, em Gn 22.15-18; 31.11-13. Em
outras aparições, Ele fora enviado para suprir necessidades (1Rs 19.5-7) ou para
proteger o povo de Deus de perigos (Ex 14.19; Dn 6.22).
Josué 5.14 - Quando o Anjo do Senhor apareceu a Josué, diz a Palavra do Senhor
que ele “...se prostrou sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e disse-lhe: Que diz
meu Senhor ao seu servo?”. Se o Anjo do Senhor não fosse o próprio Senhor
(ou melhor, o Senhor Jesus como Segunda Pessoa da Trindade), o anjo (caso fosse
simplesmente “um anjo”) teria proibido a Josué de adorá-lo, como ocorreu em Ap
19.10 e 22.8,9.
6. ANJOS
Todos os seres celestiais citados anteriormente são incluidos na organização geral
dos anjos. Contudo, podemos concluir que existem também legiões de “anjos” que
parecem ser o último degrau da hierarquia angelical.
Os anjos são seres angelicais mais próximos do reino humano. O nome de “anjo” é
dado com frequencia indistintamente a todas as classes de seres celestes. A tradição
hebraica está cheia de alusões a seres celestiais identificados como anjos, e que
ocasionalmente aparecem aos seres humanos trazendo ordens divinas. São dotados
de vários poderes supernaturais, como o de se tornarem visíveis e invisíveis à
vontade, voar, operar milagres diversos e consumir sacrifícios com seu toque de fogo.
Com aparencia de luz e fogo (Sl 104.4), sua aparição é imediatamente reconhecida
como de origem divina também por sua extraordinária beleza.
Não há nada para mostrar que há uma intervenção constante de anjos entre Deus e o
homem. Eles não são em sentido algum constituídos regularmente mediadores entre
Deus e o homem. Sua intervenção é ocasional e excepcional; sua atividade está
sujeita à ordem e permissão de Deus.
Mas é evidente que o crente comum não tem ligado importância suficiente ao
ministério dos anjos. Todavia, doutro lado, a noção de um anjo da guarda especial
para cada individuo não encontra fundamente nas Escrituras. Diz J. P. Boyce:
“Guiados por fábulas rabínicas e guiados pelas ideias peculiares da filosofia oriental, alguns têm
concebido que sobre cada pessoa nesta vida um anjo vigia para guardá-la e protegê-la do mal. Esta
teoria de anjo da guarda tem sido sustentada de várias formas. Uns confinaram sua presença aos
bons; outros a estenderam também aos ímpios; alguns supuseram dois em vez de um anjo, - um bom
e outro mau. Do mesmo modo a teoria tem sido sustentada de anjos da guarda sobre nações; uns
limitando-a a boas nações, outros estendendo-a a todas. Que tais ideias existiam entre os judeus e que
prevaleceram também entre os cristãos primitivos, pode admitir-se; mas autoridade escriturística para
elas falta” (Abstract of Systematic Theology, pág. 179).
Há, realmente, apenas duas passagens que sugerem mesmo esta doutrina de um
anjo da guarda para cada indivíduo, que são Mt 18.10 e At 12.15. Sobre Mt 18.10 diz
John A. Broadus:
“Não há garantia suficiente aqui para a noção popular de "anjos da guarda", um anjo especialmente
designado para cada individuo; diz-se simplesmente, de crentes como uma classe, que há anjos que
são seus anjos, mas nada há aqui ou noutro lugar que mostre ter um anjo o cargo especial de um
crente” (Commentary on Matthew).
“Foi crença comum entre os judeus, diz Lightfoot, que cada indivíduo tem um anjo da guarda e que
este anjo pode assumir uma aparência visível semelhante à da pessoa cujo destino lhe é cometido.
Esta ideia aparece aqui, não como uma doutrina das Escrituras senão como uma opinião popular que
não é afirmada nem negada” (Commentary on Acts).
“Os discípulos que estavam orando por Pedro durante sua prisão, quando a menina insistiu em que
Pedro estava à porta, saltaram logo a conclusão que Pedro fora executado e o que se dizia ser ele era
"seu anjo", segundo a noção que o anjo da guarda de um homem estava apto a aparecer com a sua
forma e sua voz aos amigos logo após sua morte; mas as ideias desses discípulos estavam errôneas
em muitos pontos e não são autoridade para nós a menos que inspirada”.
“Não pode ser positivamente assegurado que a ideia de anjos da guarda seja um erro, mas não há
passagem que prove ser verdadeira e as passagens que podiam meramente ser entendidas dessa
maneira não bastam como base de uma doutrina”.
1. SATANÁS
A Bíblia define Satanás como um ser angelical que decaiu de sua posição no céu e
está agora em posição exatamente oposta a Deus, fazendo tudo a seu alcance para
frustrar os planos de Deus para a humanidade.
Ainda assim, o evento é lembrado duas vezes nos escritos dos profetas: por Isaías,
em meio a uma inspirada diatribe contra a Babilônia (Is 14.11-23), e, mais tarde, por
Ezequiel, quando ele repreende duramente o rei de Tiro (Ez 28.11-19). Essas duas
passagens podem contar-nos (teoricamente) a maior parte do que sabemos sobre a
queda de Satanás.
Dessa forma, essas duas críticas severas (Ez 26-28 contra Tiro e Is 14 denunciando
Babilônia), que identificam os espíritos perversos de cobiça inescrupulosa e rebelião
espiritual, ajudam a explicar por que tais espíritos predominam tantas vezes ao longo
da história humana. Os textos referidos, ao mesmo tempo, também antecipam a
destruição profeticamente narrada em Apocalipse 17 e 18.
Seguindo, portanto, essa linha de pensamento, Satanás era originalmente Lúcifer "o
que leva a luz", o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser
"como o Altíssimo" e caiu na condenação (Ez 28.12,19; Is 14.12-15).
F. SUA PERSONALIDADE.
1. Deus:
a. Tenta opor-se ao plano de Deus em todas as áreas e por todos os meios possíveis.
b. Tenta falsificar o plano de Deus.
c. Tentou a Cristo (Mt 4.3-11).
d. Possuiu o corpo de Judas para trair Cristo (Jo 13.27).
2. Descrentes:
3. Crentes:
Alguns rejeitam a ideia de que os demônios são anjos caídos porque Judas v.6
declara que os anjos que pecaram estão “em prisões eternas até ao juízo daquele
grande dia”. No entanto, é bem claro que nem todos os anjos que pecaram estão “em
prisões”, já que Satanás ainda está livre (1Pe 5.8). Por que Deus escolheu aprisionar
o resto dos anjos caídos e permitir que o líder da rebelião permanecesse livre?
Aparenta ser o caso que Judas 6 está se referindo a Deus confinando os anjos caídos
que se rebelaram provavelmente de uma forma adicional.
Demônios – A explicação bíblica mais consistente para a origem dos demônios é que
eles são anjos caídos, aqueles que juntamente com Satanás, rebelaram-se contra
Deus. O termo “demônio” aparece três vezes no AT (Lv 17.7; Dt 32.17; Sl 106.37).
a. São anjos caídos (Is 14.12-15; Ap 12.3,4)
b. Não são almas dos homens maus.
c. Não são os espíritos desincorporados de uma raça pré-Adâmica (Sl
9.17; Lc 16.26-31; Ap 1.18; Ap 12.7-9).
AÇÃO DE DEMÔNIOS – Assim como os anjos podem subir aos mais altos lugares da
espiritualidade, os demônios podem descer às profundezas do ódio, rancor e
perversão. Os demônios atormentam as pessoas, se apossam delas e as tiram de
Deus e da sua verdade (Mc 5.2-5; At 13.6-12).
Assim como os anjos têm poderes mais altos, os demônios têm os chamados
“principados e potestades”. É possível que vários demônios-príncipes supervisionem
específicas cidades ou regiões do mundo. Há conflito no mundo invisível entre os
mensageiros leais de Deus e as forças demoníacas. De alguma forma, na
maravilhosa ordem de Deus, Ele usa as orações do Seu povo para restringir as
atividades demoníacas e direcionar a ação dos poderes angelicais para controlar os
demônios (ver Dn 10 e Batalha Espiritual no cap. VII).
A origem do mal. Com exceção de alguns filósofos e cientistas, que chamam de "erro
da mente mortal", todos os homens reconhecem o fato severo e solene do mal no
Universo. Verdadeiramente, sua presença no mundo é um dos problemas mais
desconcertantes para a filosofia e para a teologia. Acreditamos que os anjos foram
criados (originados) em estado de perfeição e parte destes deixaram seu próprio
principado e habitação original perfeita (Jd 6, 2Pe 2.4), para criar raízes do mal (Sl
78.49; Mt 25.41; Ap 9.11 e 12.7-9). No relato bíblico da criação, em Gn 1, lemos seis
vezes que o que Deus fizera era bom (vs. 4,10,12,17,21,25, e no v.31) encontramos
as palavras “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Isso certamente
inclui a perfeição dos anjos em santidade, até esse momento.
2) A CAUSA DE SUA QUEDA. O que causou a queda dos anjos do céu? Este é
um dos profundos mistérios da Teologia. Mostramos que os anjos foram criados
perfeitos, como puderam tais seres pecar?
É aqui que podemos ver a perfeição de toda a criação. Teólogos latinos são autores
de uma frase que diz: “Posse pecare et posse non pecare”. Isso traduz a capacidade
de pecar e a de não pecar. É a posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas
sem ser constrangido a fazer uma ou outra coisa. Em outras palavras, havia liberdade
de escolha, livre arbítrio. Deus não coagiu nenhuma de suas criaturas, nem mesmo
os anjos. Se indagarmos que motivo pode ter estado por trás dessa rebelião,
podemos obter algumas respostas nas Sagradas Escrituras.
O destino dos anjos caídos – Temos informação definitiva de que terão sua parte no
LAGO DE FOGO ou Gehenna (Mt 25.41). Quando Cristo voltar, os crentes terão parte
no julgamento, ou condenação dos anjos caídos (1Co 6.3). Em contraste com a
O destino de Satanás – Será lançado no abismo Tartaroo (Ap 20.1-3), onde ficará
confinado e acorrentado por mil anos. Então será solto por "pouco tempo", durante o
qual tentará frustrar os propósitos de Deus aqui na terra (Ap 20.7-8). E daí, por fim,
ele e seus anjos serão lançados no “lago de fogo” (Mt 5.41; Ap 20.10; 14), seu destino
final, onde serão atormentados para todo o sempre.
C. O INFERNO
Definição: Lugar destinado ao suplício das almas dos perdidos. Há quatro definições
para o termo INFERNO:
1) SHEOL (hebraico). No AT, o mundo dos mortos (Dt 32.22; 2Sm 22.6; Sl 18.5).
2) HADES (grego). Corresponde a Sheol, lugar das almas que partiram deste mundo.
(Mt 11.23, 16.18; Lc 16.23; At 2.27).
Sabemos que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos, de acordo com
Mateus 25.41: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do
diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra
as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais” (Ef 6.11-12).
O que é Batalha Espiritual? É a batalha constante que o cristão enfrenta contra a sua
própria natureza pecaminosa (carne), contra as influências do mundo e contra o
diabo.
c. O combate das trevas contra a luz. Aquele que está em Jesus está na luz e
sofre oposição das trevas. Veja 1Jo 1.5-7; 2.9-11.
2) CONHECENDO OS ADVERSÁRIOS.
“Só será vitorioso nesta batalha, quem utilizar as estratégias bíblicas ao seu dispor (Gl 5.16), buscar a
plenitude do Espírito, andar dirigido e orientado por Ele, e permitir que Ele fecunde o fruto
Espiritual” (Pr. Joá Caitano da Silva).
“Para vencer o diabo com todas suas artimanhas, estratégias, ciladas e operações
malignas, é preciso estar em sobriedade, equilíbrio e, sobretudo, vigilância constante.
A armadura de Deus está a dispor, a fim de que, fortalecido no Senhor e na
autoridade do Seu poder, o crente se torne um autêntico vencedor” Pr. Joá Caitano da
Silva. (Leia Tiago 4.7; 2Co 2.11).
Houve uma época no meio evangélico na qual o tema “Batalha Espiritual” virou
“modismo”. Soldados levantaram-se aos milhares e manuais de guerra foram escritos
às centenas, detalhando ações, ensinando estratégias. A guerra foi travada, mas,
poucos resultados positivos foram colhidos. Qual o motivo para tantos fracassos? Por
que em alguns lugares funcionou e em outros não?
Deus está conosco. Ele é O Senhor dos Exércitos que peleja pelo seu povo. Usemos
a nossa fé nEle para vencermos essa batalha.
A vitória na guerra vem do próprio Senhor! “Graças a Deus, que nos dá a vitória por
intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.57). Não é à força do homem, não
são objetos e recitações de textos que nos fará vencedores. Somos nesta batalha
apenas soldados sob o comando do nosso General.
Leia mais sobre o tema Batalha Espiritual. Os relatos edificam a fé e mostram o quão
sério é o mundo espiritual, no entanto, não queira imitar as ações descritas, sem a
devida revelação do Senhor, sendo motivo de gargalhadas para os dominadores das
trevas. As estratégias e atos proféticos de uma batalha espiritual são revelados por
Deus, são orientações únicas para cada localidade.
CONCLUSÃO
Como filhos de Deus, estudar os seres angelicais foi entrar em uma dimensão
espiritual, envolvendo-nos numa realidade que muitos ignoram: os anjos existem e
estão sempre atentos ao nosso mundo.
Amém.
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