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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.

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Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regi-
me de colaboração, de forma descentralizada e participativa,
institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
Constituição Federal: art. 215-232 públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre
LEI 11343/06 – Lei de Drogas os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promo-
ver o desenvolvimento humano, social e econômico com ple-
no exercício dos direitos culturais.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política
nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
Seção II Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios (DICA:
DA CULTURA O Sistema fundamenta-se na Política, que está no Plano):
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos I - diversidade das expressões culturais;
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incen- II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
tivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimen-
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas popula- to e bens culturais;
res, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos partici- IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e
pantes do processo civilizatório nacional. privados atuantes na área cultural;
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta V - integração e interação na execução das políticas, programas,
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. projetos e ações desenvolvidas;
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à inte- VII - transversalidade das políticas culturais;
gração das ações do poder público que conduzem à: VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da so-
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; ciedade civil;
II produção, promoção e difusão de bens culturais; IX - transparência e compartilhamento das informações;
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em X - democratização dos processos decisórios com participação
suas múltiplas dimensões; e controle social;
IV democratização do acesso aos bens de cultura; XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos re-
V valorização da diversidade étnica e regional. cursos e das ações;
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamen-
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de tos públicos para a cultura.
natureza MATERIAL e IMATERIAL, tomados individualmente ou § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas res-
em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à me- pectivas esferas da Federação:
mória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, I - órgãos gestores da cultura;
nos quais se incluem: II - conselhos de política cultural;
I - as formas de expressão; III - conferências de cultura;
II - os modos de criar, fazer e viver; IV - comissões intergestores;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; V - planos de cultura;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- VI - sistemas de financiamento à cultura;
ços destinados às manifestações artístico-culturais; VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagísti- VIII - programas de formação na área da cultura; e
co, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cien- IX - sistemas setoriais de cultura.
tífico. § 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Naci-
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, pro- onal de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sis-
moverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio temas nacionais ou políticas setoriais de governo.
de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropria- § 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão
ção, e de outras formas de acautelamento e preservação. seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear Seção III
sua consulta a quantos dela necessitem. DO DESPORTO
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conheci- Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas for-
mento de bens e valores culturais. mais e não-formais, como direito de cada um, observados:
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa-
forma da lei. ções, quanto a sua organização e funcionamento;
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios deten- II - a destinação de recursos públicos para a promoção priori-
tores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. tária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo desporto de alto rendimento;
estadual de fomento à cultura até 0,5% de sua receita tributária III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, o não- profissional;
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de
I - despesas com pessoal e encargos sociais; criação nacional.
II - serviço da dívida; § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen- e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias
te aos investimentos ou ações apoiados. da justiça desportiva, regulada em lei.

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§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de 60 dias, con- CAPÍTULO V


tados da instauração do processo, para proferir decisão final. DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promo- Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e
ção social. a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não so-
frerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constitui-
CAPÍTULO IV ção.
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir em-
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento ci- baraço à plena liberdade de informação jornalística em qual-
entífico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a ino- quer veículo de comunicação social, observado o disposto no
vação. art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata- § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o ideológica e artística.
progresso da ciência, tecnologia e inovação. § 3º Compete à lei federal:
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Po-
a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do der Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a
sistema produtivo nacional e regional. que não se recomendem, locais e horários em que sua apresenta-
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas ção se mostre inadequada;
de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família
apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que a possibilidade de se defenderem de programas ou programa-
delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho. ções de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221,
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pes- bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que
quisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aper- possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
feiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agro-
de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do tóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais,
salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da pro- nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre
dutividade de seu trabalho. que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de seu uso.
de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao § 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou in-
ensino e à pesquisa científica e tecnológica. diretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , es- § 6º A publicação de veículo impresso de comunicação indepen-
timulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, de de licença de autoridade.
nas diversas esferas de governo.
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e
instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas televisão atenderão aos seguintes princípios:
à execução das atividades previstas no caput. I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas;
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à pro-
será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cul- dução independente que objetive sua divulgação;
tural e socioeconômico, o bem-estar da população e a auto- III - regionalização da produção cultural, artística e jornalísti-
nomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. ca, conforme percentuais estabelecidos em lei;
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortaleci- IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
mento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes,
públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão
polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inova- sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
ção, a atuação dos inventores independentes e a criação, absor- naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas
ção, difusão e transferência de tecnologia. constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos 70% do capital total e do
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão so-
poderão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e enti- nora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indireta-
dades públicos e com entidades privadas, inclusive para o com- mente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10
partilhamento de recursos humanos especializados e capaci- anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades
dade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de de- e estabelecerão o conteúdo da programação.
senvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante § 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e
contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente be- direção da programação veiculada são privativas de brasileiros
neficiário, na forma da lei. natos ou naturalizados há mais de 10 anos, em qualquer meio
de comunicação social.
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação § 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independente-
(SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes, mente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deve-
tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desen- rão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei
volvimento científico e tecnológico e a inovação. específica, que também garantirá a prioridade de profissionais
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. brasileiros na execução de produções nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas em-
concorrentemente sobre suas peculiaridades. presas de que trata o § 1º.

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§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que tra- sanções penais e administrativas, independentemente da obriga-
ta o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. ção de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar conces- do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são pa-
são, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sono- trimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, den-
ra e de sons e imagens, observado o princípio da complementa- tro de condições que assegurem a preservação do meio ambien-
ridade dos sistemas privado, público e estatal. te, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pe-
2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. los Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá dos ecossistemas naturais.
de aprovação de, no mínimo, 2/5 do Congresso Nacional, em § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua lo-
votação nominal. calização definida em lei federal, sem o que não poderão ser ins-
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos le- taladas.
gais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos pa- § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste
rágrafos anteriores. artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
cido o prazo, depende de decisão judicial. conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registra-
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de 10 anos para as das como bem de natureza imaterial integrante do patrimô-
emissoras de rádio e de 15 para as de televisão. nio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei es-
pecífica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
PRAZO DA RÁDIO: 10 anos
CONCESSÃO/PERMISSÃO SÚMULAS SOBRE MEIO AMBIENTE
TV: 15 anos
Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso consumado em tema de Direito Ambiental.
Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comu- Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às
nicação Social, na forma da lei. ações de degradação ambiental
Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza
CAPÍTULO VI propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou
DO MEIO AMBIENTE possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade cumulada com a de indenizar.
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. CAPÍTULO VII
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
Público: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e Estado.
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio ge- § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
nético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
manipulação de material genético; estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, de-
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços terri- vendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
toriais e seus componentes a serem especialmente protegi- § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade
dos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente atra- formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
vés de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integri- § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
dade dos atributos que justifiquem sua proteção; exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
potencialmente causadora de significativa degradação do § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre
dará publicidade; decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos edu-
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de téc- cacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qual-
nicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a quer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou priva-
qualidade de vida e o meio ambiente; das.
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violên-
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práti - cia no âmbito de suas relações.
cas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a re- rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priorida-
cuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução de, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a

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de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violên- Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de am-
cia, crueldade e opressão. parar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comu-
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saú- nidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes
de da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação o direito à vida.
de entidades não governamentais, mediante políticas específicas § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados pre-
e obedecendo aos seguintes preceitos: ferencialmente em seus lares.
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à § 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos
saúde na assistência materno-infantil; transportes coletivos urbanos.
II - criação de programas de prevenção e atendimento especiali-
zado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou CAPÍTULO VIII
mental, bem como de integração social do adolescente e do jo- DOS ÍNDIOS
vem portador de deficiência, mediante o treinamento para o tra- Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
balho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e servi- costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originá-
ços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo
todas as formas de discriminação. à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e bens.
dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de trans- § 1º São TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍN-
porte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas por- DIOS as por eles habitadas em caráter permanente, as utiliza-
tadoras de deficiência. das para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à pre-
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes as- servação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar
pectos: e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo
I - idade mínima de 14 anos para admissão ao trabalho, obser- seus usos, costumes e tradições.
vado o disposto no art. 7º, XXXIII; § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
escola; § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os po-
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de tenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em
ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do
por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tute- Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
lar específica; lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade lei.
e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indis-
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; poníveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, in- § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras,
centivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abando- catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou
nado; no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à cri- Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato
ança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e logo que cesse o risco.
drogas afins. § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse
sexual da criança e do adolescente. das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das ri-
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, quezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes,
que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte ressalvado relevante interesse público da União, segundo o
de estrangeiros. que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou extinção direito a indenização ou a ações contra a União, sal-
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibi- vo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocu-
das quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. pação de boa fé.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente le- § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º
var-se-á em consideração o disposto no art. 204. e § 4º.
§ 8º A lei estabelecerá:
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jo- Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par-
vens; tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direi-
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à tos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos
articulação das várias esferas do poder público para a execução do processo.
de políticas públicas.
LEI 11343/06 – LEI DE DROGAS
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos,
TÍTULO I
sujeitos às normas da legislação especial.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas so-
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
bre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes
os pais na velhice, carência ou enfermidade.
de drogas; estabelece normas para repressão à produção não au-
torizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

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Parágrafo único. Para fins desta Lei, CONSIDERAM-SE COMO usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção
DROGAS as substâncias ou os produtos capazes de causar de- não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
pendência, assim especificados em lei ou relacionados em listas VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União [NOR- Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas
MA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA]. atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, interdependência e a natureza complementar das atividades de
bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vege- prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
tais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamen- autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
tar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Na- X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção
ções Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade
a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusi- e o bem-estar social;
vamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo XI - a observância às orientações e normas emanadas do
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressal- Conselho Nacional Antidrogas – Conad.
vas supramencionadas.
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
TÍTULO II I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco
DROGAS para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar comportamentos correlacionados;
e coordenar as atividades relacionadas com: II - promover a construção e a socialização do conhecimento
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social sobre drogas no país;
de usuários e dependentes de drogas; III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes
drogas. de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a
incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (LEI
13840/2019) CAPÍTULO II
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. DROGAS (LEI 13840/2019)
(LEI 13840/2019) Seção I
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas (LEI 13840/2019)
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central e a
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE execução descentralizada das atividades realizadas em seu
DROGAS âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se
Art. 4o São princípios do Sisnad: constitui matéria definida no regulamento desta Lei.
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; CAPÍTULO II
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais (LEI 13840/2019)
existentes; DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do DROGAS
povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para Seção I
o uso indevido de drogas e outros comportamentos (LEI 13840/2019)
correlacionados; Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação Drogas
social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do
Art. 6º (VETADO)
Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a
Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação execução descentralizada das atividades realizadas em seu
social nas atividades do Sisnad; âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores constitui matéria definida no regulamento desta Lei.
correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua Art. 7º-A. (VETADO).
produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
Art. 8º (VETADO)
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de

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Seção II (LEI 13840/2019) III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados
Das Competências com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a
Art. 8º-A. Compete à União: (LEI 13840/2019) família para a prevenção do uso de drogas; (LEI 13840/2019)
I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do
Drogas; (LEI 13840/2019) usuário ou dependente de drogas, promovendo programas que
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação
parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a profissional; (LEI 13840/2019)
sociedade; (LEI 13840/2019) V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a
III - coordenar o Sisnad; (LEI 13840/2019) todos os serviços públicos; (LEI 13840/2019)
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos
do Sisnad e suas normas de referência; (LEI 13840/2019) programas, ações e projetos das políticas sobre drogas; (LEI
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, 13840/2019)
indicadores e definir formas de financiamento e gestão das VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com
políticas sobre drogas; (LEI 13840/2019) orientações e informações para apoio aos usuários ou
VI – (VETADO); (LEI 13840/2019) dependentes de drogas; (LEI 13840/2019)
VII – (VETADO); (LEI 13840/2019) VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao
VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os emprego, renda e capacitação para o trabalho, com objetivo de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (LEI 13840/2019) promover a inserção profissional da pessoa que haja
IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a cumprido o plano individual de atendimento nas fases de
execução das políticas sobre drogas, observadas as obrigações tratamento ou acolhimento; (LEI 13840/2019)
dos integrantes do Sisnad; (LEI 13840/2019) IX - promover formas coletivas de organização para o
X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito trabalho, redes de economia solidária e o cooperativismo,
Federal e Municípios para a execução das políticas sobre como forma de promover autonomia ao usuário ou
drogas; (LEI 13840/2019) dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento,
XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses observando-se as especificidades regionais; (LEI 13840/2019)
de recursos para financiamento das políticas sobre drogas; (LEI X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à
13840/2019) efetivação das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (LEI
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de 13840/2019)
prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça
econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (LEI no enfrentamento ao abuso de drogas; e (LEI 13840/2019)
13840/2019) XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas
XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes sobre drogas. (LEI 13840/2019)
transfronteiriços; e (LEI 13840/2019) § 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 anos a
XIV - estabelecer uma política nacional de controle de contar de sua aprovação.
fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no País. (LEI § 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao
13840/2019) conteúdo do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.
Art. 8º-B. (VETADO). (LEI 13840/2019)
Art. 8º-C. (VETADO). (LEI 13840/2019) Seção II
(LEI 13840/2019)
CAPÍTULO II-A (LEI 13840/2019) Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos
Seção I (LEI 13840/2019) por Estados, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes
Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas objetivos: (LEI 13840/2019)
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (LEI
Drogas, dentre outros: (LEI 13840/2019) 13840/2019)
I - promover a interdisciplinaridade e integração dos II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e
programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e na execução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das
entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, políticas sobre drogas; (LEI 13840/2019)
trabalho, assistência social, previdência social, habitação, cultura, III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando
desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, à elaboração de programas, ações, atividades e projetos voltados
atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e
drogas; (LEI 13840/2019) econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (LEI
II - viabilizar a ampla participação social na formulação, 13840/2019)
implementação e avaliação das políticas sobre drogas; (LEI IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de
13840/2019) subsidiar o planejamento das políticas sobre drogas; (LEI
13840/2019)

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V - propor políticas públicas que permitam a integração e a segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e
participação do usuário ou dependente de drogas no respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
processo social, econômico, político e cultural no respectivo V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
adequadas às especificidades socioculturais das diversas
ente federado; e (LEI 13840/2019)
populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e
drogas em consonância com o Sisnad e com os respectivos da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades
planos. (LEI 13840/2019) de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a
serem alcançados;
Seção III (LEI 13840/2019) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas vulneráveis da população, levando em consideração as suas
necessidades específicas;
Art. 8º-F. (VETADO). (LEI 13840/2019)
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em
CAPÍTULO III
atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de
(VETADO)
atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos
Art. 9º (VETADO)
familiares;
Art. 10. (VETADO) IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas,
Art. 11. (VETADO) profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de
Art. 12. (VETADO) melhoria da qualidade de vida;
Art. 13. (VETADO) X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na
Art. 14. (VETADO) área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais
de educação nos 3 níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso
CAPÍTULO IV (LEI 13840/2019) indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado,
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos
SOBRE DROGAS conhecimentos relacionados a drogas;
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde XII - a observância das orientações e normas emanadas do
e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de Conad;
drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de
sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos políticas setoriais específicas.
ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de
orientações emanadas da União. drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em
consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder
Executivo. Seção II
(LEI 13840/2019)
TÍTULO III Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS Drogas, comemorada anualmente, na quarta semana de
CAPÍTULO I junho. (LEI 13840/2019)
DA PREVENÇÃO § 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as
Seção I
ações de: (LEI 13840/2019)
Das Diretrizes
(LEI 13840/2019) I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido uso de drogas;(LEI 13840/2019)
de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas
redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a sobre drogas;(LEI 13840/2019)
promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento,
acolhimento e reinserção social e econômica de usuários de
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
drogas; (LEI 13840/2019)
devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção
de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua do uso indevido de drogas; (LEI 13840/2019)
relação com a comunidade à qual pertence; V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica prevenção e enfrentamento às drogas; (LEI 13840/2019)
como forma de orientar as ações dos serviços públicos VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394,
comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização
de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da
das pessoas e dos serviços que as atendam;
Educação Nacional, na realização de atividades de prevenção ao
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade
individual em relação ao uso indevido de drogas; uso de drogas. (LEI 13840/2019)
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração
mútua com as instituições do setor privado e com os diversos

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CAPÍTULO II Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de
E DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as
DEPENDENTES DE DROGAS (LEI 13840/2019) diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no
Seção I art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Disposições Gerais (LEI 13840/2019)
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas
dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito deverá ser ordenado em uma rede de atenção à saúde, com
desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial,
à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. incluindo excepcionalmente formas de internação em
unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência
ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito social e em etapas que permitam:(LEI 13840/2019)
desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a
reintegração em redes sociais. população;(LEI 13840/2019)
II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do evidências científicas, oferecendo atendimento individualizado ao
usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares usuário ou dependente de drogas com abordagem preventiva e,
devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
sempre que indicado, ambulatorial;(LEI 13840/2019)
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
III - preparar para a reinserção social e econômica,
independentemente de quaisquer condições, observados os
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e respeitando as habilidades e projetos individuais por meio de
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de programas que articulem educação, capacitação para o
Assistência Social; trabalho, esporte, cultura e acompanhamento
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção individualizado; e(LEI 13840/2019)
social do usuário e do dependente de drogas e respectivos IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma
familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
articulada.(LEI 13840/2019)
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de
para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos
sociais e à saúde; tratamento, em âmbito nacional.(LEI 13840/2019)
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos § 2º A internação de dependentes de drogas somente será
respectivos familiares, sempre que possível, de forma realizada em unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados
multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad; autorizada por médico devidamente registrado no Conselho
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de
Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o
políticas setoriais específicas.
VII - estímulo à capacitação técnica e profissional;(LEI estabelecimento no qual se dará a internação.(LEI 13840/2019)
13840/2019) § 3º São considerados 2 tipos de internação: (LEI 13840/2019)
VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à I - INTERNAÇÃO VOLUNTÁRIA: aquela que se dá com o
educação continuada e ao trabalho;(LEI 13840/2019) consentimento do dependente de drogas;(LEI 13840/2019)
IX - observância do plano individual de atendimento na forma do II - INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA: aquela que se dá, sem o
art. 23-B desta Lei;(LEI 13840/2019) consentimento do dependente, a pedido de familiar ou do
X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor
quanto às consequências lesivas do uso de drogas, ainda que público da área de saúde, da assistência social ou dos órgãos
ocasional.(LEI 13840/2019) públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da
área de segurança pública, que constate a existência de
Seção II motivos que justifiquem a medida.(LEI 13840/2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica (LEI 13840/2019) § 4º A internação voluntária:(LEI 13840/2019)
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa
terão atendimento nos programas de educação profissional e solicitante de que optou por este regime de tratamento;(LEI
tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. (LEI 13840/2019)
13840/2019) II - seu término dar-se-á por determinação do médico
responsável ou por solicitação escrita da pessoa que deseja
Seção III interromper o tratamento.(LEI 13840/2019)
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica § 5º A internação involuntária:(LEI 13840/2019)
Art. 22-B. (VETADO). (LEI 13840/2019) I - deve ser realizada após a formalização da decisão por
médico responsável; (LEI 13840/2019)
Seção IV II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da
(LEI 13840/2019) impossibilidade de utilização de outras alternativas

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terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde;(LEI § 5º Constarão do plano individual, no mínimo:(LEI 13840/2019)
13840/2019) I - os resultados da avaliação multidisciplinar;(LEI 13840/2019)
III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, II - os objetivos declarados pelo atendido;(LEI 13840/2019)
no prazo máximo de 90 dias, tendo seu término determinado III - a previsão de suas atividades de integração social ou
pelo médico responsável;(LEI 13840/2019) capacitação profissional;(LEI 13840/2019)
IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer IV - atividades de integração e apoio à família;(LEI 13840/2019)
tempo, requerer ao médico a interrupção do tratamento.(LEI V - formas de participação da família para efetivo cumprimento
13840/2019) do plano individual;(LEI 13840/2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem cumprimento do previsto no plano; e(LEI 13840/2019)
insuficientes.(LEI 13840/2019) VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.(LEI
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão 13840/2019)
ser informadas, em, no máximo, de 72 horas , ao Ministério § 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 dias da data do
Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de ingresso no atendimento.(LEI 13840/2019)
fiscalização, por meio de sistema informatizado único, na forma § 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no
do regulamento desta Lei.(LEI 13840/2019) plano individual de atendimento são consideradas sigilosas(LEI
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no 13840/2019)
sistema referido no § 7º e o acesso será permitido apenas às
pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade. Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
(LEI 13840/2019) poderão conceder benefícios às instituições privadas que
desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho,
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de
do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão
internação nas comunidades terapêuticas acolhedoras.(LEI
oficial.
13840/2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com
individual deverão observar, no que couber, o previsto na Lei nº atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que
10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade
orçamentária e financeira.
redireciona o modelo assistencial em saúde mental. (LEI
13840/2019)
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da
prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de
Seção V liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos
Do Plano Individual de Atendimento (LEI 13840/2019) os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo
Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de sistema penitenciário.
drogas na rede de atenção à saúde dependerá de:(LEI
Seção VI
13840/2019)
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora
I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e
(LEI 13840/2019)
multissetorial; e(LEI 13840/2019)
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas
II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. na comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por:(LEI
(LEI 13840/2019) 13840/2019)
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de
e execução do projeto terapêutico individual a ser adotado, drogas que visam à abstinência;(LEI 13840/2019)
levantando no mínimo: (LEI 13840/2019) II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito,
I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e(LEI 13840/2019) entendida como uma etapa transitória para a reinserção social e
econômica do usuário ou dependente de drogas;(LEI
II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de
13840/2019)
drogas ou das pessoas com as quais convive.(LEI 13840/2019) III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a
§ 2º (VETADO). convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada para
ou responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em
processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, vulnerabilidade social;(LEI 13840/2019)
IV - avaliação médica prévia;(LEI 13840/2019)
passíveis de responsabilização civil, administrativa e criminal, nos
V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do
termos daLei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
art. 23-B desta Lei; e(LEI 13840/2019)
Criança e do Adolescente.(LEI 13840/2019) VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da drogas.(LEI 13840/2019)
equipe técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o § 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com
usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das comprometimentos biológicos e psicológicos de natureza grave
diversas fases do atendimento.(LEI 13840/2019) que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de

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emergência, caso em que deverão ser encaminhadas à rede de dade nunca inferior a 40 nem superior a 100, atribuindo depois
saúde.(LEI 13840/2019) a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor
§ 2º (VETADO). de 1/30 avos até 3 vezes o valor do maior salário mínimo.
§ 3º (VETADO). Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a
§ 4º (VETADO). que se refere o § 6 o do art. 28 serão creditados à conta do Fun-
§ 5º (VETADO). do Nacional Antidrogas.

CAPÍTULO III Art. 30. Prescrevem em 2 anos a imposição [Prescrição da pre-


DOS CRIMES E DAS PENAS tensão punitiva] E A EXECUÇÃO das penas [Prescrição da pre-
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas tensão executória], observado, no tocante à interrupção do pra-
isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- zo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
quer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
TÍTULO IV
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
trouxer consigo, PARA CONSUMO PESSOAL, drogas sem autori- E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar CAPÍTULO I
será submetido às seguintes penas: DISPOSIÇÕES GERAIS
I - advertência sobre os efeitos das drogas; Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade compe-
II - prestação de serviços à comunidade (PSC); tente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, pos-
III - medida educativa de comparecimento a programa ou cur- suir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter,
so educativo. transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou ad-
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo quirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à prepara- sua preparação, observadas as demais exigências legais.
ção de pequena quantidade de substância ou produto capaz de
causar dependência física ou psíquica. Art. 32. As plantações ilícitas serão IMEDIATAMENTE DESTRU-
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pesso- ÍDAS pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que reco-
al, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância lherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo la-
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a vrando auto de levantamento das condições encontradas, com a
ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a
e aos antecedentes do agente. preservação da prova.
§ 3o As penas previstas nos incisos II (PSC) e III (COMPARECI-
MENTO A PROGRAMA/CURSO EDUCATIVO) do caput deste ar- Destruição imediata quando não tenha ocorrido a prisão em
tigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 meses. flagrante
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e
III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de Forma de destruição: será feita por incineração (Art. 50-A)
10 meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a planta-
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, ção, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados meio ambiente, o disposto no Decreto n o 2.661, de 8 de julho de
sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da preven- 1998, no que couber, DISPENSADA a autorização prévia do ór-
ção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes gão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
de drogas. § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro-
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal,
que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen- de acordo com a legislação em vigor.
te se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamen-
te a: Lei 8257/91.
I - admoestação verbal; Art. 1° As glebas de qualquer região do país onde forem
II - multa. localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposi- imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao
ção do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, prefe- assentamento de colonos, para o cultivo de produtos
rencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
O porte de drogas para consumo pessoal foi DESPENALIZADO, conforme o art. 243 da Constituição Federal.
isto é, continua sendo crime, mas as sanções aplicadas são mais Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico
leves, sem que haja a privação da liberdade. apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em
Cabível transação penal e suspensão condicional do processo.
benefício de instituições e pessoal especializado no
STJ: A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e
droga para uso próprio) NÃO CONFIGURA REINCIDÊNCIA custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e
(REsp 1672654/SP) repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Art. 2° Para efeito desta lei, plantas psicotrópicas são aquelas
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inci- que permitem a obtenção de substância entorpecente
so II (MULTA) do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabili- proscrita, plantas estas elencadas no rol emitido pelo órgão
dade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quanti- sanitário competente do Ministério da Saúde.

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Parágrafo único. A autorização para a cultura de plantas A quantidade de drogas encontrada não constitui, isolada-
psicotrópicas será concedida pelo órgão competente do mente, fundamento idôneo para negar o benefício da redu-
Ministério da Saúde, atendendo exclusivamente a finalidades ção da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006
terapêuticas e científicas. (STF).
Art. 3° A cultura das plantas psicotrópicas caracteriza-se pelo
Inquéritos policiais e/ou ações penais em curso podem ser
preparo da terra destinada a semeadura, ou plantio, ou colheita.
utilizados para afastar a aplicação do privilégio (STJ)
Art. 4° As glebas referidas nesta lei, sujeitas à expropriação,
são aquelas possuídas a qualquer título.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer,
CAPÍTULO II
ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento
DOS CRIMES
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, pro-
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
dução ou transformação de drogas, sem autorização ou em de-
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, trans-
sacordo com determinação legal ou regulamentar:
portar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto-
(mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamen-
tar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de O art. 34 fica absorvido pelo art. 33, se ambos forem praticados
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. no mesmo contexto. Princípio da consunção.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, Art. 35. Associarem-se 2 ou mais pessoas para o fim de praticar,
expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts.
consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria- Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
drogas; Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo in-
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desa- corre quem se associa para a prática reiterada do crime defi -
cordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que nido no art. 36 desta Lei [Associação para o financiamento do
se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; tráfico].
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a pro-
priedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente A associação deve ser permanente e estável.
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autori-
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamen- Não é equiparado a crime hediondo.
tar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de dro- ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO ORGANIZAÇÃO
ga: PARA O TRÁFICO CRIMINOSA CRIMINOSA
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a
300 (trezentos) dias-multa. 2 ou + pessoas 3 ou + pessoas 4 ou + pessoas
§ 3o [CRIME DE USO COMPARTILHADO] Oferecer droga, even-
tualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relaciona- Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
mento, para juntos a consumirem: previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de
700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem preju- 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
ízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as pe- Exceção à teoria monista do concurso de pessoas: se o agen-
nas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em te financia o tráfico praticado por terceiro, cada um responderá
penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, por um crime autônomo – um por tráfico (art. 33, caput) e o ou-
de bons antecedentes, não se dedique às atividades crimino- tro por financiamento ou custeio do tráfico (art. 36).
sas nem integre organização criminosa. TRÁFICO PRIVILEGIA-
DO. Difere do Autofinanciamento, que é aquele que financia a sua
própria atividade ilícita – responde pelo art. 33, caput c/c art. 40,
VII.
Requisitos devem ser cumulados (STF/STJ).
Não tem natureza hedionda (STF). Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização
É crime formal. ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previs-
tos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
É possível substituir a PPL pela PRD no crime de tráfico privi- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300
legiado (Art. 33, § 4º) se preencherem os requisitos legais do (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
Art. 44, CP (STJ).
A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utiliza- Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que
das simultaneamente para justificar o aumento da pena- delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em
base e afastar a redução prevista no §4º do art. 33 da Lei desacordo com determinação legal ou regulamentar:
11.343/06, sob pena de caracterizar bis in idem (STJ). Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento
de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

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Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho coautores e partícipes


Federal da categoria profissional a que pertença o agente. COLABORAÇÃO PREMIADA
Recuperação total ou parcial
Requisitos
do produto do crime
É necessário que o sujeito ativo esteja no exercício da profissão.
Voluntariedade (não se exige
O delito é praticado somente nas três hipóteses previstas no tipi:
espontaneidade)
a) Droga desnecessária ao paciente
b) Droga necessária, mas em quantidade excessiva
c) Droga necessária, mas em desacordo com determinação legal. Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponde-
rância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a NATURE-
ZA e a QUANTIDADE da substância ou do produto, a PERSONA-
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de
LIDADE e a CONDUTA SOCIAL do agente.
drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proi-
desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, de-
bição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberda-
terminará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segun-
de aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos)
do as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a
dias-multa.
1/30 avos nem superior a 5 vezes o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulati-
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes
vamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de
serão impostas SEMPRE CUMULATIVAMENTE, podem ser au-
400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo re-
mentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica
ferido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passa -
do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas
geiros.
no máximo.

Crime de perigo concreto, pois é necessário que fique provado


Critério bifásico:
o efetivo perigo à incolumidade de outrem.
1° Fixa-se o número de dias-multa
Derrogou o art. 34 da LCP. 2° Fixa-se o valor de cada dia-multa

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumen- o
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 , e 34 a 37
tadas de um 1/6 a 2/3, se:
desta Lei são INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS de SURSIS,
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
GRAÇA, INDULTO, ANISTIA e liberdade provisória, vedada a
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transna-
conversão de suas penas em restritivas de direitos.
cionalidade do delito;
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública
se-á o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da
ou no desempenho de missão de educação, poder familiar,
pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imedia-
ções de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitala- Associação para o tráfico não é crime hediondo, mas para a
res, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recre- concessão do livramento condicional é necessário cumprir 2/3
ativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coleti- da pena, por imposição legal.
vo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de STF: inconstitucionalidade da vedação genérica da liberdade
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de provisória, independentemente da presença dos critérios
drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais previstos no art. 312 do CPP.
ou em transportes públicos;
STF: inconstitucionalidade da vedação da pena restritiva de
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça,
direitos, por violar o princípio da individualização da pena.
emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimida-
ção difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependên-
estes e o Distrito Federal; cia, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior,
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adoles- de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que te-
cente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou su- nha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de en-
primida a capacidade de entendimento e determinação; tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por
Art. 41. O indiciado ou acusado que COLABORAR VOLUNTARI- força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto nes-
AMENTE com a investigação policial e o processo criminal na te artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá
identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso tratamento médico adequado.
de condenação, terá PENA REDUZIDA de um 1/3 a 2/3.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de 1/3 a 2/3 se, por for-
ça das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não
Investigação policial e processo
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
criminal instaurados
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acor -
Identificação dos demais do com esse entendimento.

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§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1 o deste


Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação artigo NÃO FICARÁ IMPEDIDO de participar da elaboração do
que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para laudo definitivo.
tratamento, realizada por profissional de saúde com competência § 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no
específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, ob- prazo de 10 dias, certificará a regularidade formal do laudo de
servado o disposto no art. 26 desta Lei. constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.
CAPÍTULO III § 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de
DO PROCEDIMENTO PENAL polícia competente no prazo de 15 dias na presença do Minis-
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes defini- tério Público e da autoridade sanitária.
dos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando- § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destrui-
se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal ção das drogas referida no § 3 o, sendo lavrado auto circunstancia-
e da Lei de Execução Penal. do pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 des- total delas.
ta Lei (CONSUMO PESSOAL), salvo se houver concurso com os
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrên-
julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n o 9.099, de cia de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo
26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais máximo de 30 dias contado da data da apreensão, guardando-
Criminais. se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (LEI
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei (CON- 13840/2019)
SUMO PESSOAL), NÃO SE IMPORÁ PRISÃO EM FLAGRANTE,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao DESTRUIÇÃO DA DROGA
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e COM PRISÃO EM SEM PRISÃO EM
providenciando-se as requisições dos exames e perícias ne- FLAGRANTE FLAGRANTE
cessários. Será executada pelo delega- Será feita por incineração, no
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no do de polícia competente no prazo máximo de 30 dias
§ 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade poli- prazo de 15 dias na presença contado da data da apreen-
cial, no local em que se encontrar, VEDADA A DETENÇÃO do do Ministério Público e da são, guardando-se amostra ne-
agente. autoridade sanitária. cessária à realização do laudo
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2 o deste arti- definitivo
go, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o
requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conve-
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 dias,
niente, e em seguida liberado.
se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando solto.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995,
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem
que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério
ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, median-
Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista
te pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta (transação
penal).
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a au-
toridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e §
juízo:
1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o reco-
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as
mendem, empregará os instrumentos protetivos de colaborado-
razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quanti-
res e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de
dade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local
1999.
e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as cir-
cunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
Seção I
do agente; ou
Da Investigação
II - requererá sua devolução para a realização de diligências ne-
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia
cessárias.
judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente,
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de
remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao
diligências complementares:
órgão do Ministério Público, em 24 horas.
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resulta-
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e
do deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 dias antes
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o
da audiência de instrução e julgamento;
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, fir-
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valo-
mado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
res de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome,
cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até
O laudo preliminar possui natureza jurídica de CONDIÇÃO 3 dias antes da audiência de instrução e julgamento.
OBJETIVA DE PROCEDIBILIDADE. Dessa forma, caso a
denúncia seja oferecida sem o laudo de constatação, não Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos
haverá justa causa para a ação penal. crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em
lei, MEDIANTE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL e ouvido o Ministério
Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

I - a INFILTRAÇÃO por agentes de polícia, em tarefas de investi- § 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do dis-
gação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; posto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao rece-
II – [AÇÃO CONTROLADA, FLAGRANTE RETARDADO, DIFERI- ber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do de-
DO OU POSTERGADO] a NÃO-ATUAÇÃO POLICIAL sobre os nunciado de suas atividades, se for funcionário público, co-
portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros pro- municando ao órgão respectivo.
dutos utilizados em sua produção, que se encontrem no território § 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será reali-
brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar zada dentro dos 30 dias seguintes ao recebimento da denún-
maior número de integrantes de operações de tráfico e distri- cia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar
buição, sem prejuízo da ação penal cabível. dependência de drogas, quando se realizará em 90 dias.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo (NÃO-
ATUAÇÃO POLICIAL), a autorização será concedida desde que Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interro-
sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos gatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a
agentes do delito ou de colaboradores. palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e
ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
Amparado pela excludente de ilicitude do ES- minutos para cada um, prorrogável por mais 10, a critério do juiz.
TRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará
das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando
O infiltrado ganha a confiança do investigado as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevan-
e retira dele as informações necessárias da te.
AGENTE
atuação ilícita do grupo, tendo uma atuação
INFILTRADO
INFORMATIVA DO CRIME e NÃO FORMATI-
STF: Interrogatório é o último ato, mesmo na Lei de Drogas.
VA.
É um meio de obtenção de prova na fase de Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de ime-
investigação criminal (MEDIDA CAUTELAR diato, ou o fará em 10 dias, ordenando que os autos para isso lhe
PREPARATÓRIA SATISFATIVA DA AÇÃO PE- sejam conclusos.
NAL)
Previsão legal: Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37
Art. 53, Lei de Drogas desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo
Art. 10 a 14, Lei de Organização Criminosa se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na
sentença condenatória.
Seção II
CAPÍTULO IV
Da Instrução Criminal
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Co-
ACUSADO
missão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do as-
á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 dias, adotar
sistente de acusação, ou mediante representação da autorida-
uma das seguintes providências:
de de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do inquéri-
I - requerer o arquivamento;
to ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecura-
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
tórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, direitos
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 testemunhas e requerer as
ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito
demais provas que entender pertinentes.
dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do
125 e seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
acusado para oferecer DEFESA PRÉVIA, por escrito, no prazo de
- Código de Processo Penal. (LEI 13840/2019)
10 dias.
§ 1º (Revogado).
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exce-
ções, o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as ra- § 2º (Revogado).
zões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as § 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de ou-
provas que pretende produzir e, até o número de 5, arrolar teste- tubro de 1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determi-
munhas. nar a prática de atos necessários à conservação dos bens, direitos
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos ou valores.(LEI 13840/2019)
dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou va-
1941 - Código de Processo Penal.
lores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la em 10 dias, concedendo-lhe vista dos quando a sua execução imediata puder comprometer as investi-
autos no ato de nomeação. gações. (LEI 13840/2019)
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 dias. Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art.
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 60 recaírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliá-
dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligên- rios ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será de-
cias, exames e perícias. terminada, imediatamente, a conversão em moeda nacional.
(MP 885/2019)
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para § 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será
a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pes- encaminhada a instituição financeira ou equiparada para
soal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional.
se for o caso, e requisitará os laudos periciais. (MP 885/2019)

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§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de
1º, a moeda estrangeira será custodiada pela instituição financeira quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia
até decisão sobre o seu destino. (MP 885/2019) judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso
sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,
seja verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e ga-
poderá ser doada à representação diplomática do seu país de
origem ou destruída. (MP 885/2019) rantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (LEI 13840/2019)
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de § 1º (VETADO).
entrada em vigor da Medida Provisória nº 885, de 17 de junho de § 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descri-
2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco ção do bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável
Central do Brasil serão transferidos, no prazo de trezentos e ses- por sua utilização. (LEI 13840/2019)
senta dias, à Caixa Econômica Federal para que se proceda à alie-
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao
nação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (MP
juiz periodicamente, ou a qualquer momento quando por este so-
885/2019)
licitado, informações sobre seu estado de conservação. (LEI
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e 13840/2019)
quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensí- § 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embar-
lios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para cações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de
a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente co- registro e controle a expedição de certificado provisório de regis-
municada pela autoridade de polícia judiciária responsável tro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o
pela investigação ao juízo competente. (LEI 13840/2019) uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, en-
§ 1º O juiz, no prazo de 30 dias contado da comunicação de cargos e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o
que trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendi- trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento
dos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da em favor da União. (LEI 13840/2019)
legislação específica.(LEI 13840/2019) § 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais bens utilizados na forma deste artigo sofreram depreciação supe-
constará a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre rior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso,
o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos poderá o interessado requerer nova avaliação judicial. (LEI
objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o lo- 13840/2019)
cal em que se encontrem. (LEI 13840/2019) § 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federa-
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que do ou a entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou
será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 dias a contar proprietário dos bens. (LEI 13840/2019)
da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos especiali- § 7º (Revogado).
zados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a § 8º (Revogado).
10 dias. (LEI 13840/2019) § 9º (Revogado).
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o § 10. (Revogado).
Ministério Público e o interessado para se manifestarem no prazo § 11. (Revogado).
de 5 dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor § 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a
atribuído aos bens. (LEI 13840/2019) autoridade de trânsito ou o órgão de registro equivalente pro-
cederá à regularização dos bens no prazo de 30 dias, de modo
§ 5º (VETADO).
que o arrematante ficará livre do pagamento de multas, encar-
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as despesas do leilão,
gos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em
serão depositados em conta judicial remunerada e, após sentença relação ao antigo proprietário.(MP 885/2019)
condenatória transitada em julgado, serão revertidos ao Funad. § 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou
(LEI 13840/2019) o órgão de registro equivalente poderá emitir novos
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aero- identificadores dos bens.(MP 885/2019)
naves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao pro-
controle a expedição de certificado de registro e licenciamen-
duto da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou
to em favor do arrematante, ficando este livre do pagamento
que tenham sido convertidos, serão efetuados na Caixa Eco-
de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo da co- nômica Federal, por meio de documento de arrecadação desti-
brança de débitos fiscais, os quais permanecem sob responsabili- nado a essa finalidade.(MP 885/2019)
dade do antigo proprietário. (LEI 13840/2019) § 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído sobre dinheiro, Caixa Econômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional,
inclusive moeda estrangeira, ou cheques emitidos como ordem independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24
horas, contado do momento da realização do depósito.
de pagamento para fins ilícitos, o juiz determinará sua conversão
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial,
em moeda nacional corrente, que será depositada em conta judi-
o valor do depósito será devolvido ao acusado pela Caixa
cial remunerada, e, após sentença condenatória com trânsito em Econômica Federal no prazo de até 3 dias úteis, acrescido de
julgado, será revertida ao Funad (LEI 13840/2019) juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250,
de 26 de dezembro de 1995.(MP 885/2019)

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do
da União, o valor do depósito será transformado em art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;(MP 885/2019)
pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais II - incorporação ao patrimônio de órgão da administração
lesados e de terceiros de boa-fé.(MP 885/2019) pública, observadas as finalidades do Fundo Nacional Antidrogas;
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por III - destruição; ou(MP 885/2019)
decisão judicial, serão efetuados como anulação de receita do IV - inutilização.(MP 885/2019)
Fundo Nacional Antidrogas no exercício em que ocorrer a § 1º A alienação por meio de licitação será na modalidade
devolução.(MP 885/2019) LEILÃO, para bens móveis e imóveis, independentemente do
§ 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valo- valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de lotes,
res depositados ou devolvidos.(MP 885/2019) assegurada a venda pelo maior lance, por preço que não seja
inferior a 50% do valor da avaliação.(MP 885/2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (LEI § 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será amplamente
13840/2019) divulgado em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos
I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou oficiais, principalmente no Município em que será realizado,
dispensada a publicação em diário oficial.(MP 885/2019)
objeto de medidas assecuratórias; e(LEI 13840/2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da
II - o levantamento dos valores depositados em conta remunera-
administração pública, a publicidade dada pelo sistema
da e a liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62.(LEI substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande
13840/2019) circulação.(MP 885/2019)
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência § 4º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a
dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecurató- autoridade de trânsito ou o órgão de registro equivalente
rias, após decretado seu perdimento em favor da União, serão re- procederá à regularização dos bens no prazo de 30 dias, de
modo que o arrematante ficará livre do pagamento de multas,
vertidos diretamente ao Funad.(LEI 13840/2019)
encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens,
em relação ao antigo proprietário.(MP 885/2019)
direitos e valores declarados perdidos, indicando o local em que § 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito ou o órgão de
se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens.
para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. (MP 885/2019)
(LEI 13840/2019) § 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério
§ 3º (VETADO). da Justiça e Segurança Pública poderá celebrar convênios ou
instrumentos congêneres com órgãos e entidades da União, dos
§ 4º (VETADO).
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, a fim de dar
§ 5º (VETADO). imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.(MP
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 dias do 885/2019)
trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo interes- § 7º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei,
sado, os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medi- fica autorizada a contratação da iniciativa privada para a execução
das assecuratórias ou os valores depositados que não forem re- das ações de avaliação, administração e alienação dos bens a que
clamados serão revertidos ao Funad (LEI 13840/2019) se refere esta Lei.(MP 885/2019)

Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública


Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem regulamentar os procedimentos relativos à administração, à pre-
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz deter- servação e à destinação dos recursos provenientes de delitos e
minar a prática de atos necessários à conservação de bens, direi- atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve pro-
tos ou valores. (LEI 13840/2019) ceder à sua destruição ou inutilização. (MP 885/2019)

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convê-


Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos
nio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos ori -
bens, direitos e objeto de medidas assecuratórias quando
entados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e
comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na re-
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação pressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela
custas decorrentes da infração penal. (LEI 13840/2019) arrecadados, para a implantação e execução de programas relaci-
onados à questão das drogas.
TÍTULO V
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de Políticas sobre Dro-
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
gas do Ministério da Justiça e Segurança Pública proceder à desti-
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção
nação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar,
em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à in-
cujo perdimento seja decretado em favor da União, por meio das
tegridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos
seguintes modalidades: (MP 885/2019)
nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das
I - alienação, mediante:(MP 885/2019)
Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais re-
a) licitação;(MP 885/2019)
lacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o gover-
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos que
no brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros pa-
contribuam para o alcance das finalidades do Fundo Nacional
íses e organismos internacionais e, quando necessário, deles soli-
Antidrogas; ou(MP 885/2019)
citará a colaboração, nas áreas de:

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais
projetos e programas voltados para atividades de prevenção do sobre Drogas e do Ministério Público.
uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e de- § 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas especialida-
pendentes de drogas; des farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as
de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a la- destinará à rede pública de saúde.
vagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produ- Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos
tores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
são da competência da Justiça Federal.
TÍTULO V-A Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS sejam sede de vara federal serão processados e julgados na
(LEI 13840/2019) vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 65-A. Vetado
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquéri-
to policial, o juiz, de ofício, mediante representação da autori-
TÍTULO VI dade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Pú-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS blico, determinará a destruição das amostras guardadas para
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1 o desta contraprova, certificando nos autos. (LEI 13840/2019)
Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no
preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psico- Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e
trópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do
SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998. tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios,
com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n o 7.560, de 19 a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de dro-
de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, gas.
dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas
nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários
SÚMULAS SOBRE LEI DE DROGAS
à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas res-
pectivas polícias judiciárias. Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei
11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas disposi-
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públi- ções, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo
cos para execução das políticas sobre drogas deverão garantir o da aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de
acesso às suas instalações, à documentação e a todos os elemen- leis (lex tertia)
tos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de dro-
(LEI 13840/2019) gas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova
da destinação internacional das drogas, ainda que não consu-
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios mada a transposição de fronteiras.
poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espon-
físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido tânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reco-
de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes nhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera
e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
drogas.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empre-
sas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou EDIÇÃO N. 45: LEI DE DROGAS
congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, 1) Com o advento da Lei n. 11.343/2006, não houve
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem descriminalização da conduta de porte de substância
drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias entorpecente para consumo pessoal, mas mera
ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito: despenalização.
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, 2) A condenação transitada em julgado pela prática do tipo
sejam lacradas suas instalações; penal inserto no art. 28 da Lei n. 11.343/06 gera
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção reincidência e maus antecedentes, sendo fundamento legal
das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, idôneo para majorar a pena.
das drogas arrecadadas; STJ: A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar droga para uso próprio) NÃO CONFIGURA REINCIDÊNCIA
o feito. (REsp 1672654/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 21/08/2018, DJe
proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem 30/08/2018)
participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de 3) O princípio da insignificância NÃO SE APLICA aos delitos
saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação líci- de tráfico de drogas e porte de substância entorpecente
ta a ser dada ao produto a ser arrematado. para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste artigo, o pro- abstrato ou presumido.
duto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído 5) Reconhecida a inconstitucionalidade da vedação prevista na

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

parte final do §4º do art. 33 da Lei de Drogas, admite-se a aquele relacionado unicamente com o quantum da pena ao
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de considerar a natureza ou a quantidade da droga.
direitos aos condenados pelo crime de tráfico de drogas, 7) A Lei n. 11.343/06 aboliu a majorante da associação eventual
desde que preenchidos os requisitos do art. 44 do Código para o tráfico prevista no artigo 18, III, primeira parte, da Lei n.
Penal. 6.368/76.
6) A utilização da reincidência como agravante genérica e 8) A incidência de mais de uma causa de aumento prevista no
circunstância que afasta a causa especial de diminuição da pena art. 40 da Lei n. 11.343/06 não implica a automática
do crime de tráfico não caracteriza bis in idem. majoração da pena acima do mínimo (2/3) na terceira fase, pois
7) Reconhecida a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei a sua exasperação exige fundamentação concreta.
n. 8.072/1990, é possível a fixação de regime prisional 9) O art. 40 da Lei n. 11.343/06 conferiu tratamento mais
diferente do fechado para o início do cumprimento de pena favorável às causas especiais de aumento de pena, devendo ser
imposta ao condenado por tráfico de drogas, devendo o aplicado retroativamente aos delitos cometidos sob a égide da
magistrado observar as regras previstas nos arts. 33 e 59 do Lei n. 6.368/76.
Código Penal. 10) Não acarreta bis in idem a incidência simultânea das
8) É possível a concessão de liberdade provisória nos crimes majorantes previstas no art. 40 aos crimes de tráfico de
de tráfico ilícito de entorpecentes. drogas e de associação para fins de tráfico, porquanto são
9) O requisito objetivo necessário para a progressão de regime delitos autônomos, cujas penas devem ser calculadas e
prisional dos crimes hediondos e equiparados, praticados antes fixadas separadamente.
do advento da Lei n. 11.464/07, deve ser o previsto no art. 112 11) Não há bis in idem na aplicação da causa de aumento de
da Lei de Execução Penal, qual seja, 1/6; posteriormente, pena pela transnacionalidade (art. 40, I, da Lei n. 11.343/06)
passou-se a exigir o cumprimento de 2/5 da pena pelo réu com as condutas de importar e exportar previstas no caput
primário e 3/5 pelo reincidente. do art. 33 da Lei de Drogas, porquanto o simples fato de o
11) Para a caracterização do crime de associação para o tráfico agente trazer consigo a droga já conduz à configuração da
é imprescindível o dolo de se associar com estabilidade e tipicidade formal do crime de tráfico.
permanência. 12) Configura-se a transnacionalidade do tráfico de drogas com
12) O delito de associação para o tráfico de drogas não a comprovação de que a substância tinha como destino ou
possui natureza hedionda. origem outro país, independentemente da efetiva
13) O parágrafo único do art. 44 da Lei n. 11.343/2006 exige transposição de fronteiras.
o cumprimento de 2/3 da pena para a obtenção do 13) Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei
livramento condicional nos casos de condenação por n. 11.343/06 é desnecessária a efetiva transposição de
associação para o tráfico (art. 35), ainda que este não seja fronteiras entre estados , sendo suficiente a demonstração
hediondo, sendo vedado o benefício ao reincidente inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
específico. 14) As condutas anteriormente descritas no art. 12, § 2º, III, da
14) O § 3º do art. 33 da Lei nº 11.343/06 traz tipo específico Lei n. 6.368/76 foram mantidas pela nova Lei de Drogas, razão
para aquele que fornece gratuitamente substância entorpecente pela qual não há que se falar em abolitio criminis.
a pessoa de seu relacionamento para juntos a consumirem e, 15) A inobservância do rito procedimental que prevê a
por se tratar de norma penal mais benéfica, deve ser aplicado apresentação de defesa prévia antes do recebimento da
retroativamente. denúncia gera nulidade relativa desde que demonstrados
15) Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga eventuais prejuízos suportados pela defesa.
remetida do exterior pela via postal processar e julgar o 16) É dispensável a expedição de mandado de busca e
crime de tráfico internacional. (Súmula n. 528/STJ) apreensão domiciliar quando se trata de flagrante de crime
16) A natureza e a quantidade da droga não podem ser permanente, como é o caso do tráfico ilícito de entorpecentes
utilizadas simultaneamente para justificar o aumento da na modalidade guardar ou ter em depósito.
pena-base e afastar a redução prevista no §4º do art. 33 da 17) A posse de substância entorpecente para uso próprio
Lei 11.343/06, sob pena de caracterizar bis in idem . configura crime doloso e, quando cometido no interior do
17) A causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. estabelecimento prisional constitui falta grave, nos termos
33 da Lei de Drogas só pode ser aplicada se todos os do art. 52 da Lei de Execução Penal LEP (Lei n. 7.210/84).
requisitos, cumulativamente, estiverem presentes. 18) A comprovação da materialidade do delito de posse de
drogas para uso próprio (artigo 28 da Lei n.11.343/06) exige a
EDIÇÃO N. 60: LEI DE DROGAS - II
elaboração de laudo de constatação da substância
1) O tráfico de drogas é crime de ação múltipla e a prática de
entorpecente que evidencie a natureza e a quantidade da
um dos verbos contidos no art. 33, caput, é suficiente para a
substância apreendida.
consumação da infração, sendo prescindível a realização de
19) O laudo pericial definitivo atestando a ilicitude da droga
atos de venda do entorpecente.
afasta eventuais irregularidades do laudo preliminar
3) A condenação simultânea nos crimes de tráfico e
realizado na fase de investigação.
associação para o tráfico afasta a incidência da causa
20) O laudo de constatação preliminar da substância
especial de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei n.
entorpecente constitui condição de procedibilidade para
11.343/06 por estar evidenciada dedicação a atividades
apuração do crime de tráfico de drogas.
criminosas ou participação em organização criminosa.
5) É possível que a causa de diminuição estabelecida no art. 33, EDIÇÃO N. 123: LEI DE DROGAS - III
§ 4º, da Lei n. 11.343/06 seja fixada em patamar diverso do 1) O crime de financiar ou custear o tráfico ilícito de drogas (art.
máximo de 2/3, em razão da qualidade e da quantidade de 36 da Lei n. 11.343/2006) é delito autônomo aplicável ao
droga apreendida. agente que não tem participação direta na execução do
6) O juiz pode fixar regime inicial mais gravoso do que tráfico e que se limita a fornecer os recursos necessários

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

para subsidiar as infrações a que se referem os art. EDIÇÃO N. 126: LEI DE DROGAS - IV
33, caput e § 1º, e art. 34 da Lei de Drogas. 1) Para a configuração do delito de tráfico de drogas previsto
2) O agente que atua diretamente na traficância e que no caput do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a
também financia ou custeia a aquisição de drogas deve aferição do grau de pureza da substância apreendida.
responder pelo crime previsto no art. 33, caput, com a 2) Para fins de fixação da pena, não há necessidade de se
incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, aferir o grau de pureza da substância apreendida uma vez
inciso VII, da Lei n. 11.343/2006, afastando-se, por que o art. 42 da Lei de Drogas estabelece como critérios "a
conseguinte, a conduta autônoma prevista no art. 36 da natureza e a quantidade da substância".
referida legislação. 3) É imprescindível a confecção do laudo toxicológico para
3) O crime de colaboração com o tráfico, art. 37 da Lei n. comprovar a materialidade da infração disciplinar e a
11.343/2006, é um tipo penal subsidiário em relação aos natureza da substância encontrada com o apenado no
delitos dos arts. 33 e 35 e tem como destinatário o agente que interior de estabelecimento prisional.
colabora como informante, deforma esporádica, eventual, sem 4) A falta da assinatura do perito criminal no laudo toxicológico
vínculo efetivo, para o êxito da atividade de grupo, e é mera irregularidade que não tem o condão de anular o
associação ou de organização criminosa destinados à referido exame.
prática de qualquer dos delitos previstos nos arts. 33, caput e § 5) É possível a aplicação do princípio da consunção entre os
1º, e 34 da Lei de Drogas. crimes previstos no § 1º do art. 33 e/ou no art. 34 pelo
4) O rol previsto no inciso III do art. 40 da Lei n. tipificado no caput do art. 33 da Lei 11. 343/2006, desde que
11.343/2006 não deve ser encarado como taxativo, pois o não caracterizada a existência de contextos autônomos e
objetivo da lei é proteger espaços que promovam a coexistentes, aptos a vulnerar o bem jurídico tutelado de forma
aglomeração de pessoas, circunstância que facilita a ação distinta.
criminosa. 6) Quando o agente no exercício irregular da medicina
5) A causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. prescreve substância caracterizada como droga, resta
40 da Lei de Drogas possui natureza objetiva e se aplica em configurado, em tese, o delito do art. 282 do Código Penal - CP,
função do lugar do cometimento do delito, sendo em concurso formal com o do art. 33, caput, da Lei n. 11.
despicienda a comprovação efetiva do tráfico ou de que o 343/2006.
crime visava a atingir os frequentadores desses locais. 7) É cabível a aplicação cumulativa das causas de aumento
6) A incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do
da Lei n 11.343/2006 pode ser excepcionalmente afastada na delito, previstas nos incisos I e V do art. 40 da Lei de
hipótese de não existir nenhuma indicação de que houve o Drogas, quando evidenciado que a droga proveniente do
aproveitamento da aglomeração de pessoas ou a exposição exterior se destina a mais de um estado da federação, sendo
dos frequentadores do local para a disseminação de o intuito dos agentes distribuir o entorpecente estrangeiro
drogas, verificando-se, caso a caso, as condições de dia, por mais de uma localidade do país.
local e horário da prática do delito. 8) Para a configuração do crime de associação para o tráfico de
7) Para a caracterização da causa de aumento de pena do art. drogas, previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, é irrelevante a
40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a efetiva apreensão de drogas na posse direta do agente.
oferta ou a comercialização da droga no interior de veículo 9) Em se tratando de condenado pelo delito previsto no art. 14
público, não bastando, para a sua incidência, o fato de o da Lei n. 6. 368/1976, deve-se observar as reprimendas mínima
agente ter se utilizado dele como meio de locomoção e máxima estabelecidas pelo art. 8º da Lei n. 8.072/1990 (3 a 6
e de transporte da substância ilícita. anos de reclusão), por ser norma penal mais benéfica ao réu,
8) A incidência da majorante da segunda parte do inciso III do impondo-se, inclusive, se for o caso, a exclusão da
art. 18 da Lei n. 6. 368/1976 - "visar [o crime] a menores de 21 pena de multa.
(vinte e um) anos" -, segue contemplada no art. 40, inciso VI, da 10) A expropriação de bens em favor da União, decorrente da
nova Lei de Drogas - "sua prática envolver ou visar a atingir prática de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, constitui
criança ou adolescente" -, não restando configurada a abolitio efeito automático da sentença penal condenatória.
criminis. 11) Não viola o princípio da dignidade da pessoa humana a
9) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não revista íntima realizada conforme as normas administrativas
conduz obrigatoriamente à imposição demedida que disciplinam a atividade fiscalizatória, quando houver
socioeducativa de internação do adolescente. (Súmula n. fundada suspeita de que o visitante esteja
492/STJ) transportando drogas ou outros itens proibidos para o
10) Configura ofensa ao princípio da proteção integral a interior do estabelecimento prisional.
aplicação de medida de semiliberdade ao adolescente pela
prática de ato infracional análogo ao crime previsto no art.
28 da Lei n. 11.343/2006.
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio,
previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, é de menor
potencial ofensivo, o que determina a competência do
juizado especial estadual, já que ele não está previsto em
tratado internacional e o art. 70 da Lei de Drogas não o
inclui dentre os que devem ser julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 admite
tanto a transação penal quanto a suspensão condicional do
processo.

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

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