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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.

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DIA 7 na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,


que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
de 2 anos, permitida 1 recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e
Constituição Federal: art. 127-144 Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
Código Penal: art. 235 – 311-A absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
Código Processo Penal: art. 319-372 respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Públi-
co, observadas, relativamente a seus membros:
CAPÍTULO IV I - as seguintes GARANTIAS:
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA a) vitaliciedade, após 2 anos de exercício, não podendo perder o
SEÇÃO I cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
DO MINISTÉRIO PÚBLICO b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, medi-
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essenci- ante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Públi-
al à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa co, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses so- ampla defesa;
ciais e individuais indisponíveis. c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e
§ 1º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS do Ministério Público a ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
UNIDADE, a INDIVISIBILIDADE e a INDEPENDÊNCIA FUNCIO- I;
NAL. II - as seguintes VEDAÇÕES:
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, pro- rios, percentagens ou custas processuais;
por ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e ser- b) exercer a advocacia;
viços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carrei- d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-
ra; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. ção pública, salvo uma de magistério;
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária e) exercer atividade político-partidária;
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
rias. ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressal-
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta vadas as exceções previstas em lei.
orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or- § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de conso- art. 95, parágrafo único, V [QUARENTENA DE SAÍDA – 3 ANOS].
lidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
estipulados na forma do § 3º. I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for enca- da lei;
minhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos ser-
3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para viços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Cons-
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. tituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen- outros interesses difusos e coletivos;
tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
créditos suplementares ou especiais. ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos
previstos nesta Constituição;
Art. 128. O Ministério Público abrange: V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula-
I - o MPU, que compreende: ções indígenas;
a) o MPF; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de
b) o MPT; sua competência, requisitando informações e documentos para
c) o MPM; instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
d) o MPDFT; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma
II - os MPE’s. da lei complementar mencionada no artigo anterior;
§ 1º O MPU tem por chefe o PGR, nomeado pelo Presidente da VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de
República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos, inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos mem- manifestações processuais;
bros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
recondução. compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representa-
§ 2º A destituição do PGR, por iniciativa do Presidente da Re- ção judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
pública, deverá ser precedida de autorização da maioria abso- § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis pre-
luta do Senado Federal. vistas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóte-
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e ses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira,

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§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por § 3º O Conselho escolherá, em VOTAÇÃO SECRETA, 1 Correge-
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da res- dor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o
pectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. integram, VEDADA A RECONDUÇÃO, competindo-lhe, além das
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á median- atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
te concurso público de provas e títulos, assegurada a participação I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, rela-
da OAB em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, tivas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxi-
no mínimo, 3 anos de atividade jurídica e observando-se, nas liares;
nomeações, a ordem de classificação. II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e cor-
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no reição geral;
art. 93. III requisitar e designar membros do Ministério Público, dele-
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imedi- gando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Mi-
ata. nistério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais do Brasil oficiará junto ao Conselho.
de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a di- § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério
reitos, vedações e forma de investidura. Público, competentes para receber reclamações e denúncias de
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
compõe-se de 14 membros nomeados pelo Presidente da Repú- diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
blica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se-
nado Federal, para um mandato de 2 anos, admitida 1 recon- SÚMULAS SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO
dução, sendo:
I o Procurador-Geral da República, que o preside; STF
II 4 membros do MPU, assegurada a representação de cada uma Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimidade para
de suas carreiras; promover ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade
III 3 membros do MPE’s; de reajuste de mensalidades escolares.
IV 2 juízes, indicados um pelo STF e outro pelo STJ; Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo
V 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Ministério Público contra decisão proferida em processo penal,
Advogados do Brasil; é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
VI 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indi-
cados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fede- STJ
ral. Súmula 99-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público se- recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda
rão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da que não haja recurso da parte.
lei. Súmula 116-STJ: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm
§ 2º Compete ao CNMP o controle da atuação administrativa prazo em dobro para interpor agravo regimental no Superior
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos de- Tribunal de Justiça.
veres funcionais de seus membros, cabendo lhe: Súmula 189-STJ: É desnecessária a intervenção do Ministério
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público nas execuções fiscais.
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua Súmula 226-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para
competência, ou recomendar providências; recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segu-
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me- rado esteja assistido por advogado.
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos pra- Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Pú-
ticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União blico na fase investigatória criminal não acarreta o seu impe-
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar pra- dimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
zo para que se adotem as providências necessárias ao exato Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.
de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou ór-
Seção II
gãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive
DA ADVOCACIA PÚBLICA
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
Art. 131. A Advocacia-Geral da União (AGU) é a instituição que,
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar pro-
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a Uni-
cessos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponi-
ão, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
bilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos pro-
complementar que dispuser sobre sua organização e funciona-
porcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções adminis-
mento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico
trativas, assegurada ampla defesa;
do Poder Executivo.
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos dis-
§ 1º A AGU tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
ciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos mai-
Estados julgados há menos de 1 ano;
ores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de
necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de pro-
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem previs-
vas e títulos.
ta no art. 84, XI.

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§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a repre- Súmula 421-STJ: Os honorários Após as ECs 45/2004, 74/2013 e
sentação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacio- advocatícios não são devidos à 80/2014, passou a ser permitida
nal, observado o disposto em lei. Defensoria Pública quando ela a condenação do ente
atua contra a pessoa jurídica federativo em honorários
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, or- de direito público à qual advocatícios em demandas
ganizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso pertença. patrocinadas pela Defensoria
público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas Pública, diante de autonomia
as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria funcional, administrativa e
jurídica das respectivas unidades federadas. orçamentária da Instituição.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é asse- STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel.
gurada ESTABILIDADE após 3 anos de efetivo exercício, medi- Min. Gilmar Mendes, julgado
ante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após em 30/06/2017.
relatório circunstanciado das corregedorias.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
SEÇÃO III TÍTULO V
DA ADVOCACIA Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justi- CAPÍTULO I
ça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
da profissão, nos limites da lei. Seção I
DO ESTADO DE DEFESA
SEÇÃO IV Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
DA DEFENSORIA PÚBLICA da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar esta-
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essen- do de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como ex- locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz so-
pressão e instrumento do regime democrático, fundamental- cial ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucio-
mente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos huma- nal ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
nos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos natureza.
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
Constituição Federal. indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigo-
§ 1º LC organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Fe- rarem, dentre as seguintes:
deral e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua orga- I - restrições aos direitos de:
nização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada b) sigilo de correspondência;
a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autono- hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos da-
mia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta nos e custos decorrentes.
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superi-
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. or a 30 dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual perío-
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União do, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
e do Distrito Federal. § 3º Na vigência do estado de defesa:
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unida- I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe-
de, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando- cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao
se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao
art. 96 desta Constituição Federal. preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela auto-
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas ridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua
Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. autuação;
39, § 4º. III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser su-
perior a 10 dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciá-
SÚMULAS SOBRE DEFENSORIA PÚBLICA rio;
IV - É VEDADA A INCOMUNICABILIDADE DO PRESO.
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presi-
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de
dente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a
direito público à qual pertença
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por
maioria absoluta.
Em caso de ação patrocinada pela Defensoria Pública contra § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
o respectivo ente (ex: ação patrocinada pela DPU contra a extraordinariamente, no prazo de 5 dias.
União), caso o Poder Público seja sucumbente, ele deverá § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de 10 dias
pagar honorários advocatícios em favor da Instituição? contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa.
STJ: NÃO STF: SIM
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

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Seção II grandes proporções na natu- guerra ou resposta a agres-


DO ESTADO DE SÍTIO reza. são armada estrangeira.
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho - PRAZO: 30 + 30 dias PRAZO: tempo que perdurar a
da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao guerra ou a agressão armada
Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sí- estrangeira
tio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de I - restrições aos direitos de: I - obrigação de permanência
fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante a) reunião, ainda que exercida em localidade determinada;
o estado de defesa; no seio das associações; II - detenção em edifício não
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão ar- b) sigilo de correspondência; destinado a acusados ou con-
mada estrangeira. c) sigilo de comunicação tele- denados por crimes comuns;
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autoriza- gráfica e telefônica; III - restrições relativas à invio-
ção para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará II - ocupação e uso temporário labilidade da correspondência,
os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Naci- de bens e serviços públicos ao sigilo das comunicações, à
onal decidir por maioria absoluta. prestação de informações e à
liberdade de imprensa, radiodi-
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as fusão e televisão, na forma da
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais lei;
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da IV - suspensão da liberdade
República designará o executor das medidas específicas e as áreas de reunião;
abrangidas. V - busca e apreensão em do-
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I (comoção grave de micílio;
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a VI - intervenção nas empresas
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa), não de serviços públicos;
poderá ser decretado por mais de 30 dias, nem prorrogado, VII - requisição de bens.
de cada vez, por prazo superior; no do inciso II (declaração de
estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira), po- Seção III
derá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra DISPOSIÇÕES GERAIS
ou a agressão armada estrangeira. Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes parti-
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio du - dários, designará Comissão composta de 5 de seus membros
rante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referen-
imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional tes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
para se reunir dentro de 5 dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessa-
o término das medidas coercitivas. rão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos
ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda- Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado
mento no art. 137, I (comoção grave de repercussão nacional ou de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida toma- pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Naci-
da durante o estado de defesa), só poderão ser tomadas contra onal, com especificação e justificação das providências adotadas,
as pessoas as seguintes medidas: com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições
I - obrigação de permanência em localidade determinada; aplicadas.
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou conde-
nados por crimes comuns; CAPÍTULO II
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, DAS FORÇAS ARMADAS
ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à li- Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
berdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais perma-
IV - suspensão da liberdade de reunião; nentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na dis-
V - busca e apreensão em domicílio; ciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República,
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
VII - requisição de bens. constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu- ordem.
são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas § 1º LC estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na orga-
Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. nização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições discipli-
ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO nares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares,
- Preservar ou prontamente - Comoção grave de reper- aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as se-
restabelecer, em locais restri- cussão nacional ou ocorrência guintes disposições:
tos e determinados, a ordem de fatos que comprovem a ine- I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine-
pública ou a paz social amea- ficácia de medida tomada du- rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas
çadas por grave e iminente rante o estado de defesa. em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados,
instabilidade institucional ou PRAZO: 30 + 30 + 30 + ... sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente
atingidas por calamidades de - Declaração de estado de

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com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Arma- outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
das; ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispu-
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego ser em lei;
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
da lei; fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em competência;
cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese previs- fronteiras;
ta no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciá-
quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ria da União.
ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de ser- § 2º A polícia rodoviária federal (PRF), órgão permanente, orga-
viço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, nizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
transferido para a reserva, nos termos da lei; federais.
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filia- mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for-
do a partidos políticos; ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal mi - reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
litar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es- de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
pecial, em tempo de guerra; as militares.
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena pri- § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
vativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso an- além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de ati-
terior; vidades de defesa civil.
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças
XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Fede-
art. 37, inciso XVI, alínea "c"; ral e dos Territórios.
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór-
de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, eficiência de suas atividades.
as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consi- § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des-
deradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, confor-
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. me dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór-
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço art. 39.
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas
de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se vias públicas:
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
encargos que a lei lhes atribuir. II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e
CAPÍTULO III seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da
DA SEGURANÇA PÚBLICA lei
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da or- CÓDIGO PENAL
dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
TÍTULO VII
I - polícia federal;
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
II - polícia rodoviária federal;
CAPÍTULO I
III - polícia ferroviária federal;
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
IV - polícias civis;
Bigamia
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamen-
§ 1º A polícia federal (PF), instituída por lei como órgão perma-
to:
nente, organizado e mantido pela União e estruturado em carrei-
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
ra, destina-se a:
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
com reclusão ou detenção, de um a três anos.
suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como

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§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, proporcionando os recursos necessários ou faltando ao paga-
ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexis- mento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
tente o crime. ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
ascendente, gravemente enfermo:
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de 1 a
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o 10 vezes o maior salário mínimo vigente no País.
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
casamento anterior: solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por aban-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. dono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pen-
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do con- são alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
traente enganado e não pode ser intentada senão depois de
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou Entrega de filho menor a pessoa inidônea
impedimento, anule o casamento. Art. 245 - Entregar filho menor de 18 anos a pessoa em cuja
companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou mate-
Ação Penal Privada Personalíssima rialmente em perigo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
§ 1º - A pena é de 1 a 4 anos de reclusão, se o agente pratica
Conhecimento prévio de impedimento
delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação
Pena - detenção, de três meses a um ano.
de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
obter lucro.
Simulação de autoridade para celebração de casamento
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
Abandono intelectual
de casamento:
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
primária de filho em idade escolar:
crime mais grave.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Simulação de casamento
Art. 247 - Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
pessoa:
I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
pessoa viciosa ou de má vida;
elemento de crime mais grave.
II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofen-
der-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
CAPÍTULO II
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
Registro de nascimento inexistente
pública:
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimen-
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
to inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
estado civil de recém-nascido
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de in-
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como
capazes
seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, su-
Art. 248 - Induzir menor de 18 anos, ou interdito, a fugir do
primindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a ou-
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco-
trem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de
nhecida nobreza:
18 anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar
quem legitimamente o reclame:
de aplicar a pena.
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Sonegação de estado de filiação
Subtração de incapazes
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de
Art. 249 - Subtrair menor de 18 anos ou interdito ao poder
assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atri-
de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem ju-
buindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao es-
dicial:
tado civil:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou cura -
CAPÍTULO III
dor do interdito não o exime de pena, se destituído ou tempora-
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
riamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
Abandono material
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de
do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos ou inapto para o tra-
aplicar pena.
balho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos, não lhes

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Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a inte-


TÍTULO VIII gridade física ou o patrimônio de outrem:
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo,
CAPÍTULO I ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio Perigo de inundação
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a inte- Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio
gridade física ou o patrimônio de outrem: ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patri -
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. mônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir
Aumento de pena inundação:
§ 1º - As penas aumentam-se de 1/3: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pe-
cuniária em proveito próprio ou alheio; Desabamento ou desmoronamento
II - se o incêndio é: Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expon-
a) em casa habitada ou destinada a habitação; do a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de ou-
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra trem:
de assistência social ou de cultura; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de trans- Modalidade culposa
porte coletivo; Parágrafo único - Se o crime é culposo:
d) em estação ferroviária ou aeródromo; Pena - detenção, de seis meses a um ano.
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; Subtração, ocultação ou inutilização de material de salva-
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; mento
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incên-
Incêndio culposo dio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, apa-
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis relho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate
meses a dois anos. ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar ser-
viço de tal natureza:
Explosão Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o pa-
trimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples Formas qualificadas de crime de perigo comum
colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
análogos: corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é au-
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. mentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-
de efeitos análogos: se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. homicídio culposo, aumentada de 1/3.
Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam-se de 1/3, se ocorre qualquer Difusão de doença ou praga
das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a
ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
parágrafo. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção,
substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis me- de um a seis meses, ou multa.
ses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a
um ano. CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
Uso de gás tóxico ou asfixiante SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o pa- E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
trimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: Perigo de desastre ferroviário
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
Modalidade Culposa I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parci-
Parágrafo único - Se o crime é culposo: almente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte
Pena - detenção, de três meses a um ano. ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de ex- III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veícu-
plosivos ou gás tóxico, ou asfixiante los ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de te-
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem légrafo, telefone ou radiotelegrafia;
licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxi- IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
co ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Inundação Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.

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§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: o


§ 2 Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
ocasião de calamidade pública.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de
ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de
CAPÍTULO III
tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
Epidemia
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de ger-
ou aéreo
mes patogênicos:
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificul-
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
tar navegação marítima, fluvial ou aérea:
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de
Infração de medida sanitária preventiva
embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
Prática do crime com o fim de lucro
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente prati-
Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3, se o agente
ca o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou
é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico,
para outrem.
farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Omissão de notificação de doença
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública
doença cuja notificação é compulsória:
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público,
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Envenenamento de água potável ou de substância alimentí-
Pena - detenção, de um a dois anos.
cia ou medicinal
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou parti-
dois a cinco anos.
cular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consu-
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
mo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo
Forma qualificada
ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a
substância envenenada.
262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou
Modalidade culposa
morte, aplica-se o disposto no art. 258.
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento,
Corrupção ou poluição de água potável
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
Pena - detenção, de um a seis meses.
ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é
saúde:
de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de
serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilida-
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substân-
de pública:
cia ou produtos alimentícios
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substân-
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 até a 1/2,
cia ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o no-
se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial
civa à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo:
ao funcionamento dos serviços.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico,
expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de
informático, telemático ou de informação de utilidade pública
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância ali-
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radi-
mentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.
otelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabeleci-
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
mento:
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor al-
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
coólico.
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático Modalidade culposa
ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe § 2º - Se o crime é culposo:
o restabelecimento. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

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Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder


Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, tera-
destinado a fins terapêuticos ou medicinais pêuticos ou medicinais
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. Outras substâncias nocivas à saúde pública
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer for- para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou
ma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrom- substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação
pido, adulterado ou alterado. ou a fim medicinal:
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farma- Modalidade culposa
cêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. Parágrafo único - Se o crime é culposo:
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as Pena - detenção, de dois meses a um ano.
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das
seguintes condições: Medicamento em desacordo com receita médica
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sani- Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
tária competente; receita médica:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro pre- Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
visto no inciso anterior; Modalidade culposa
III - sem as características de identidade e qualidade admiti- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
das para a sua comercialização; Pena - detenção, de dois meses a um ano.
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua ativida-
de; Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
V - de procedência ignorada; Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
O STJ decidiu que é inconstitucional a pena (preceito secundá- médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou exce-
rio) do art. 273, § 1º-B, V, do CP. Em substituição a ela, deve-se dendo-lhe os limites:
aplicar ao condenado a pena prevista no caput do art. 33 da Lei Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
11.343/2006, com possibilidade de incidência da causa de di- Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
minuição de pena do respectivo § 4º. Corte especial. AI no HC aplica-se também multa.
239363-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
26/2/2015 (Info 559). Charlatanismo
OBS: o STJ, em entendimento Sumulado, proíbe a combinação Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
de leis, entretanto, no julgamento acima, acabou por combinar infalível:
leis penais. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autorida-
Curandeirismo
de sanitária competente.
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Modalidade culposa
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitual-
§ 2º - Se o crime é culposo:
mente, qualquer substância;
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Emprego de processo proibido ou de substância não permi-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
tida
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remune-
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a con-
ração, o agente fica também sujeito à multa.
sumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, subs-
tância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra
Forma qualificada
não expressamente permitida pela legislação sanitária:
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previs-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
tos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.
Invólucro ou recipiente com falsa indicação
TÍTULO IX
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substân-
Incitação ao crime
cia que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
quantidade menor que a mencionada:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Apologia de crime ou criminoso


Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteri-
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou
ores
de autor de crime:
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para ven-
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
der ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas con-
dições dos arts. 274 e 275.
Associação Criminosa
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 288. Associarem-se 3 ou mais pessoas, para o FIM ES-
PECÍFICO DE COMETER CRIMES:
Substância destinada à falsificação

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MARINA ABUD MOUSSALLEM - 124.308.607-67

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos


Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a as- CAPÍTULO II
sociação é armada ou se houver a participação de criança ou DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
adolescente. Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
Constituição de milícia privada I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual-
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear or- quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
ganização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com II - papel de crédito público que não seja moeda de curso le-
a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Códi- gal;
go: III - vale postal;
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa eco-
nômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de di-
TÍTULO X reito público;
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
CAPÍTULO I relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou cau-
DA MOEDA FALSA ção por que o poder público seja responsável;
Moeda Falsa VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de trans-
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda me- porte administrada pela União, por Estado ou por Município:
tálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. § 1o Incorre na mesma pena quem:
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi-
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, cados a que se refere este artigo;
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de co- a controle tributário;
nhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, man-
anos, e multa. tém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou merca-
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: doria:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
lei; tributário, falsificado;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legíti-
mos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou si-
Crimes assimilados ao de moeda falsa nal indicativo de sua inutilização:
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadei- § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
ros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; resti- § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
tuir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re-
recolhidos para o fim de inutilização: ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze ou multa.
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
fácil ingresso, em razão do cargo. inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
cos e em residências.
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra- Petrechos de falsificação
tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos pa-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. péis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Emissão de título ao portador sem permissão legal
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o cri-
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro me prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem
deva ser pago: CAPÍTULO III
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro Falsificação do selo ou sinal público
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

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I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, Falso reconhecimento de firma ou letra
de Estado ou de Município; Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito públi- ção pública, firma ou letra que o não seja:
co, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documen-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. to é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é par -
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: ticular.
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em Certidão ou atestado ideologicamente falso
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de fun-
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, lo- ção pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter car-
gotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identi- go público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
ficadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. qualquer outra vantagem:
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Pena - detenção, de dois meses a um ano.
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6. Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão,
Falsificação de documento público ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para pro-
Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento va de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo pú-
público, ou ALTERAR documento público verdadeiro: blico, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. quer outra vantagem:
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Pena - detenção, de três meses a dois anos.
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6. § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento além da pena privativa de liberdade, a de multa.
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao porta-
dor ou transmissível por endosso, as ações de sociedade co- Falsidade de atestado médico
mercial, os LIVROS MERCANTIS e o TESTAMENTO PARTICU- Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
LAR. tado falso:
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: Pena - detenção, de um mês a um ano.
I – na folha de pagamento ou em documento de informa- Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
ções que seja destinado a fazer prova perante a previdência soci- aplica-se também multa.
al, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
II – na CTPS do empregado ou em documento que deva pro- Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que te-
duzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou di- nha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
versa da que deveria ter sido escrita; está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
III – em documento contábil ou em qualquer outro docu- Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
mento relacionado com as obrigações da empresa perante a pre- Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
vidência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documen- Uso de documento falso
tos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pesso- Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
ais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
prestação de serviços. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Falsificação de documento particular Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime
Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento parti- de uso de documento falso é firmada em razão da entidade
cular ou ALTERAR documento particular verdadeiro: ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. importando a qualificação do órgão expedidor.
Falsificação de cartão
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a
Supressão de documento
documento particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio
ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou par-
Falsidade ideológica
ticular verdadeiro, de que não podia dispor:
Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, de-
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
claração que dele devia constar, ou NELE INSERIR ou fazer in-
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documen-
serir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com
to é particular.
o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verda-
de sobre fato juridicamente relevante:
CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documen-
DE OUTRAS FALSIDADES
to é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o docu-
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal preci-
mento é particular.
oso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e co-
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou
mete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal preci-
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
oso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa
pena de 1/6.
natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

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Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração públi-
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para ca:
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
cumprimento de formalidade legal: § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funci-
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa. onário público.

Falsa identidade CÓDIGO PROCESSO PENAL


Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem:
CAPÍTULO V
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
não constitui elemento de crime mais grave.
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condi-
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade pe- ções fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades
rante autoridade policial é típica, ainda que em situação de ale- II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
gada autodefesa. quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado
ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, de novas infrações;
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade III - proibição de manter contato com pessoa determinada
alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado
dessa natureza, próprio ou de terceiro: ou acusado dela permanecer distante;
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanên-
fato não constitui elemento de crime mais grave. cia seja conveniente ou necessária para a investigação ou instru-
ção;
Fraude de lei sobre estrangeiro V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no folga quando o investigado ou acusado tenha residência e traba-
território nacional, nome que não é o seu: lho fixos;
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio
promover-lhe a entrada em território nacional: de sua utilização para a prática de infrações penais;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. VII - INTERNAÇÃO PROVISÓRIA do acusado nas hipóteses de
crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possui- peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26
dor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos do Código Penal) e houver risco de reiteração;
em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o com-
bens: parecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu an-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. damento ou em caso de resistência injustificada à ordem judi-
cial
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor IX - monitoração eletrônica.
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual- § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Ca-
quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente pítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medi-
ou equipamento: das cautelares.
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada
pública ou em razão dela, a pena é aumentada de 1/3 pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para en-
contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado tregar o passaporte, no prazo de 24 horas.
ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
oficial. CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA
CAPÍTULO V Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decreta-
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ção da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
Fraudes em certames de interesse público provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previs-
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de tas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilida- do art. 282 deste Código.
de do certame, conteúdo sigiloso de:
I - concurso público; Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fian-
II - avaliação ou exame públicos; ça nos casos de infração cuja PPL máxima não seja superior a 4
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou anos.
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. juiz, que decidirá em 48 horas
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa- Delegado de Polícia pode conceder fiança?
ções mencionadas no caput.

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Sim, desde que para crimes cuja pena máxima prevista seja de
até 4 anos. Art. 330. A fiança, que será SEMPRE DEFINITIVA, consistirá
Exceção: o crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha tem pena em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, tí-
máxima de 2 anos, mas não admite fiança concedida pela tulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hi-
autoridade policial. poteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais
preciosos será feita imediatamente por perito nomeado pela au-
Art. 323. Não será concedida fiança:
toridade.
I - nos crimes de racismo;
§ 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívi-
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
da pública, o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa,
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hedion-
e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de
dos;
ônus.
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou milita-
res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à
repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao de-
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
positário público, juntando-se aos autos os respectivos conheci-
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança an-
mentos.
teriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qual-
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se pu-
quer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste
der fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa
Código;
abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á
II - em caso de PRISÃO CIVIL ou militar;
ao valor o destino que lhe assina este artigo, o que tudo constará
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação
do termo de fiança.
da prisão preventiva (art. 312).

Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente


Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a
para conceder a fiança a autoridade que presidir ao respectivo
conceder nos seguintes limites:
auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver
I - de 1 a 100 salários mínimos, quando se tratar de infração cuja
expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver
PPL, no grau máximo, não for superior a 4 anos;
sido requisitada a prisão.
II - de 10 a 200 salários mínimos, quando o máximo da PPL co-
minada for superior a 4 anos
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fian-
independentemente de audiência do Ministério Público, este
ça poderá ser:
terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II - reduzida até o máximo de 2/3; ou
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não tran-
III - aumentada em até 1.000 vezes.
sitar em julgado a sentença condenatória.

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade


Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a con-
terá em consideração a natureza da infração, as condições pes-
cessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la,
soais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidi-
indicativas de sua periculosidade, bem como a importância pro-
rá em 48 horas.
vável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a
pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pe-
comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for inti-
cuniária e da multa, se o réu for condenado.
mado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o jul-
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso
gamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do
como quebrada.
Código Penal).

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de que-


Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em jul-
bramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permis-
gado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada
são da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8
extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será res-
dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
tituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do
onde será encontrado.
art. 336 deste Código.

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na es-


pécie será CASSADA em qualquer fase do processo.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá
um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, nu-
Art. 339. Será também CASSADA a fiança quando reconhe-
merado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, des-
cida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação
tinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado
na classificação do delito.
pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fi-
ança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo FIANÇA SERÁ Não cabível
escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos CASSADA
Delito inafiançável, em razão de inovação na
arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

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classificação Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será
entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos
os encargos a que o réu estiver obrigado.
Art. 340. Será exigido o REFORÇO da fiança:
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insufici-
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por
ente;
meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível
II - quando houver depreciação material ou perecimento
pelo órgão do Ministério Público.
dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais
ou pedras preciosas;
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais
III - quando for inovada a classificação do delito.
preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será re-
colhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verifi-
reforçada.
cando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe li-
berdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos
Art. 341. Julgar-se-á QUEBRADA a fiança quando o acusa-
arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for
do:
o caso.
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo,
comparecer, sem motivo justo;
qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o dis-
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do
posto no §4 do art. 282 deste Código.
processo;
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente
TÍTULO X
com a fiança;
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
CAPÍTULO I
V - praticar nova infração penal dolosa.
DAS CITAÇÕES
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o
Deixar de comparecer quando intima- réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver
do ordenado.
Mudar de residência, sem permissão
Art. 352. O mandado de citação indicará:
Ausentar-se por mais de 8 dias, sem I - o nome do juiz;
QUEBRAMENTO comunicar II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
DA FIANÇA III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais
Deliberadamente praticar ato de obs-
(implica em perda de característicos;
trução ao andamento do processo
METADE do seu valor) IV - a residência do réu, se for conhecida;
Descumprir medida cautelar imposta V - o fim para que é feita a citação;
cumulativamente com a fiança VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
Resistir injustificadamente a ordem ju- comparecer;
dicial VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Praticar nova infração penal dolosa. Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdi-
ção do juiz processante, será citado mediante precatória.
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se
declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efei- Art. 354. A precatória indicará:
tos I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II - a sede da jurisdição de um e de outro;
Art. 343. O QUEBRAMENTO INJUSTIFICADO da fiança im- III - o fim para que é feita a citação, com todas as especifica-
portará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz deci- ções;
dir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
caso, a decretação da prisão preventiva. comparecer.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, in-
se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do dependentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se"
cumprimento da pena definitivamente imposta. e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos
custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será re- para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se
colhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. a citação.
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida,
previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido para o fim previsto no art. 362 (citação por hora certa).
ao fundo penitenciário, na forma da lei.
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em
resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedi-

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da por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,
que a estação expedidora mencionará. nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; no art. 312.
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé,
e sua aceitação ou recusa. Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado
que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar
Art. 358. A CITAÇÃO DO MILITAR far-se-á por intermédio de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança
do chefe do respectivo serviço. de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.

Art. 359. O dia designado para funcionário público compa- Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido,
recer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso
ao chefe de sua repartição. do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em lega-
ções estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória.
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edi-
tal, com o prazo de 15 dias. CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser cita- Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e
do, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à cita- demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato,
ção com hora certa, na forma estabelecida no CPC. será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo ante-
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o rior.
acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. § 1o A intimação do defensor constituído, do advogado
do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão
CITADO POR EDITAL E NÃO Suspende-se o processo e o incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluin-
COMPARECE prazo prescricional do, sob pena de nulidade, o nome do acusado.
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na
CITADO POR HORA CERTA E Nomeia-se defensor dativo comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por
NÃO COMPARECE mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou
por qualquer outro meio idôneo.
Art. 363. O processo terá completada a sua formação § 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a
quando realizada a citação do acusado. aplicação a que alude o § 1o.
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a cita- § 4o A intimação do Ministério Público e do defensor no-
ção por edital. meado será pessoal.
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qual-
quer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e se- Intimação do DEFENSOR CONSTITUÍDO, Por publicação
guintes deste Código. ADVOGADO DO QUERELANTE e ASSISTENTE

Art. 364. No caso do artigo anterior, n o I, o prazo será fixado Intimação do MP e DEFENSOR NOMEADO Pessoal
pelo juiz entre 15 e 90 dias, de acordo com as circunstâncias, e,
no caso de no II, o prazo será de 30 dias. Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na peti-
ção em que for requerida, observado o disposto no art. 357.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I - o nome do juiz que a determinar; Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal,
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas,
característicos, bem como sua residência e profissão, se consta- dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos
rem do processo; autos.
III - o fim para que é feita a citação;
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá SÚMULA SOBRE INTIMAÇÃO
comparecer;
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da
na imprensa, se houver, ou da sua afixação. data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício da carta precatória ou de ordem.
onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde
houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver
feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão
do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da pu-
blicação.

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