CANTO DA PAIXÃO

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CANTO DA

PAIXÃO
Sumário
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador ................. 3
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador................ 17
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor .................... 30
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S) .............. 42
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador................ 54
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador ....................................... 66
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor ........................................... 76
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S) ..................................... 86

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 26,14-27,66


O que me dareis se vos entregar Jesus?
N.:Naquele tempo:
Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
e disse:
L.:'O que me dareis se vos entregar Jesus?'
N.:Combinaram, então, trinta moedas de prata.
E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.
Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?
N.:No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
L.: 'Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'.'
N.:Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.
Um de vós vai me trair.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

N.:Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa


com os doze discípulos.
Enquanto comiam, Jesus disse:
S.:'Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.'
N.:Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
L.:'Senhor, será que sou eu?'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Quem vai me trair é aquele
que comigo põe a mão no prato.
O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!'
N.:Então Judas, o traidor, perguntou:
L.:'Mestre, serei eu?'
N.:Jesus lhe respondeu:
S.:'Tu o dizes.'
Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
N.:Enquanto comiam, Jesus tomou um pão
e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o, distribuiu-o aos discípulos,
e disse:
S.:'Tomai e comei, isto é o meu corpo.'
N.:Em seguida, tomou um cálice,
deu graças e entregou-lhes, dizendo:
S.:'Bebei dele todos.
Pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos,
para remissão dos pecados.
Eu vos digo: de hoje em diante
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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

não beberei deste fruto da videira,


até ao dia em que, convosco, beberei o vinho novo
no Reino do meu Pai.'
N.:Depois de terem cantado salmos,
foram para o monte das Oliveiras.
Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão.
N.:Então Jesus disse aos discípulos:
S.:'Esta noite,
vós ficareis decepcionados por minha causa.
Pois assim diz a Escritura: 'Ferirei o pastor
e as ovelhas do rebanho se dispersarão.'
Mas, depois de ressuscitar,
eu irei à vossa frente para a Galiléia.'
N.:Disse Pedro a Jesus:
L.:'Ainda que todos fiquem decepcionados por tua causa,
eu jamais ficarei.'
N.:Jesus lhe declarou:
S.:'Em verdade eu te digo, que, esta noite,
antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.'
N.:Pedro respondeu:
L.:'Ainda que eu tenha de morrer contigo,
mesmo assim não te negarei.'
N.:E todos os discípulos disseram a mesma coisa.
Começou a ficar triste e angustiado.
N.:Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani,
e disse:
S.:'Sentai-vos aqui,
enquanto eu vou até ali para rezar!'

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

N.:Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu,


e começou a ficar triste e angustiado.
Então Jesus lhes disse:
S.:'Minha alma está triste até á morte.
Ficai aqui e vigiai comigo!'
N.:Jesus foi um pouco mais adiante,
prostrou-se com o rosto por terra e rezou:
S.:'Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice.
Contudo, não seja feito como eu quero,
mas sim como tu queres.'
N.:Voltando para junto dos discípulos,
Jesus encontrou-os dormindo, e disse a Pedro:
S.:'Vós não fostes capazes de fazer
uma hora de vigília comigo?
Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação;
pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.'
N.:Jesus se afastou pela segunda vez e rezou:
S.:'Meu Pai, se este cálice não pode passar
sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!'
N.:Ele voltou de novo e encontrou os discípulos dormindo,
porque seus olhos estavam pesados de sono.
Deixando-os, Jesus afastou-se e rezou pela terceira
vez, repetindo as mesmas palavras.
Então voltou para junto dos discípulos e disse:
S.:'Agora podeis dormir e descansar.
Eis que chegou a hora
e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos! Vamos!
Aquele que me vai trair, já está chegando.'
Lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.
N.:Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos Doze,
com uma grande multidão armada de espadas e paus.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

Vinham a mandado dos sumos sacerdotes


e dos anciãos do povo.
O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo:
L.:'Jesus é aquele que eu beijar; prendei-o!'
N.:Judas, logo se aproximou de Jesus, dizendo:
L.:'Salve, Mestre!'
N.:E beijou-o.
Jesus lhe disse:
S.:'Amigo, a que vieste?'
N.:Então os outros avançaram
lançaram as mãos sobre Jesus e o prenderam.
Nesse momento, um dos que estavam com Jesus
estendeu a mão, puxou a espada,
e feriu o servo do Sumo Sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus, porém, lhe disse:
S.:'Guarda a espada na bainha!
pois todos os que usam a espada pela espada morrerão.
Ou pensas que eu não poderia recorrer ao meu Pai
e ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos?
Então, como se cumpririam as Escrituras,
que dizem que isso deve acontecer?
N.:E, naquela hora, Jesus disse à multidão:
S.:'Vós viestes com espadas e paus para me prender,
como se eu fosse um assaltante.
Todos os dias, no Templo, eu me sentava para ensinar,
e vós não me prendestes.'
Porém, tudo isto aconteceu
para se cumprir o que os profetas escreveram.
N.:Então todos os discípulos, abandonando Jesus, fugiram.
Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

N.:Aqueles que prenderam Jesus


levaram-no à casa do Sumo Sacerdote Caifás,
onde estavam reunidos os mestres da Lei e os anciãos.
Pedro seguiu Jesus de longe
até o pátio interno da casa do Sumo Sacerdote.
Entrou e sentou-se com os guardas
para ver como terminaria tudo aquilo.
Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um falso testemunho contra Jesus,
a fim de condená-lo à morte.
E nada encontraram,
embora se apresentassem muitas falsas testemunhas.
Por fim, vieram duas testemunhas,
que afirmaram:
L.:'Este homem declarou:
'posso destruir o Templo de Deus
e construí-lo de novo em três dias'.'
N.:Então o Sumo Sacerdote levantou-se
e perguntou a Jesus:
S.:'Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?'
N.:Jesus, porém, continuava calado.
E o Sumo Sacerdote lhe disse:
L.:'Eu te conjuro pelo Deus vivo
que nos digas se tu és o Messias, o Filho de Deus.'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Tu o dizes.
Além disso, eu vos digo que de agora em diante
vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu.'
N.:Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes
e disse:

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

L.:'Blasfemou!
Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Pois agora mesmo vós ouvistes a blasfêmia.
Que vos parece?'
N.:Responderam:
T.:'É réu de morte!'
N.:Então cuspiram no rosto de Jesus e o esbofetearam.
Outros lhe deram bordoadas,
dizendo:
T.:'Faze-nos uma profecia, Cristo,
quem foi que te bateu?'
Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
N.:Pedro estava sentado fora, no pátio.
Uma criada chegou perto dele e disse:
L.:'Tu também estavas com Jesus, o Galileu!'
N.:Mas ele negou diante de todos:
L.:'Não sei o que tu estás dizendo'.
N.:E saiu para a entrada do pátio.
Então uma outra criada viu Pedro
e disse aos que estavam ali:
L.:'Este também estava com Jesus, o Nazareno.'
N.:Pedro negou outra vez, jurando:
L.:'Nem conheço esse homem!'
N.:Pouco depois, os que estavam ali
aproximaram-se de Pedro e disseram:
L.:'É claro que tu também és um deles,
pois o teu modo de falar te denuncia.'
N.:Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo
que não conhecia esse homem!'E nesse instante o galo cantou.
Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito:

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

'Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.'


E saindo dali, chorou amargamente.
Entregaram Jesus a Pilatos, o governador.
N.:De manhã cedo,
todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
convocaram um conselho contra Jesus,
para condená-lo à morte.
Eles o amarraram, levaram-no
e o entregaram a Pilatos, o governador.
Não é lícito colocá-las no tesouro porque é preço de sangue.
N.:Então Judas, o traidor,
ao ver que Jesus fora condenado, ficou arrependido
e foi devolver as trinta moedas de prata
aos sumos sacerdotes e aos anciãos,
dizendo:
L.:'Pequei, entregando à morte um homem inocente.'
N.:Eles responderam:
L.:'O que temos nós com isso?
O problema é teu.'
N.:Judas jogou as moedas no santuário,
saiu e foi se enforcar.
Recolhendo as moedas, os sumos sacerdotes disseram:
L.:'É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo,
porque é preço de sangue.'
N.:Então discutiram em conselho
e compraram com elas o Campo do Oleiro,
para aí fazer o cemitério dos estrangeiros.
É por isso que aquele campo até hoje
é chamado de 'Campo de Sangue'.
Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias:
'Eles pegaram as trinta moedas de prata
- preço do Precioso,

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

preço com que os filhos de Israel o avaliaram -


e as deram em troca do Campo do Oleiro,
conforme o Senhor me ordenou!'
Tu és o rei dos judeus?
N.:Jesus foi posto diante do governador,
e este o interrogou:
L.:'Tu és o rei dos judeus?'
N.:Jesus declarou:
S.:'É como dizes',
N.: E nada respondeu, quando foi acusado
pelos sumos sacerdotes e anciãos.
Então Pilatos perguntou:
L.:'Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?'
N.:Mas Jesus não respondeu uma só palavra,
e o governador ficou muito impressionado.
Na festa da Páscoa,
o governador costumava soltar o prisioneiro
que a multidão quisesse.
Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso,
chamado Barrabás.
Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
L.:'Quem vós quereis que eu solte:
Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?'
N.:Pilatos bem sabia
que eles haviam entregado Jesus por inveja.
Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal,
sua mulher mandou dizer a ele:
L.:'Não te envolvas com esse justo! porque esta noite,
em sonho, sofri muito por causa dele.'
N.:Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos
convenceram as multidões para que pedissem Barrabás

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

e que fizessem Jesus morrer.


O governador tornou a perguntar:
L.:'Qual dos dois quereis que eu solte?'
N.:Eles gritaram:
T.:'Barrabás.'
N.:Pilatos perguntou:
L.:'Que farei com Jesus,
que chamam de Cristo?'
N.:Todos gritaram:
T.:'Seja crucificado!
N.:Pilatos falou:
L.:'Mas, que mal ele fez?'
N.:Eles, porém, gritaram com mais força:
T.:'Seja crucificado!'
N.:Pilatos viu que nada conseguia
e que poderia haver uma revolta.
Então mandou trazer água,
lavou as mãos diante da multidão, e disse:
L.:'Eu não sou responsável pelo sangue deste homem.
Este é um problema vosso!'
N.:O povo todo respondeu:
T.:'Que o sangue dele caia sobre nós
e sobre os nossos filhos'.
N.:Então Pilatos soltou Barrabás,
mandou flagelar Jesus,
e entregou-o para ser crucificado.
Salve, rei dos judeus!
N.:Em seguida, os soldados de Pilatos
levaram Jesus ao palácio do governador,

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

e reuniram toda a tropa em volta dele.


Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
depois teceram uma coroa de espinhos,
puseram a coroa em sua cabeça,
e uma vara em sua mão direita.
Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram,
dizendo:
T.:'Salve, rei dos judeus!'
N.:Cuspiram nele
e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça.
Depois de zombar dele,
tiraram-lhe o manto vermelho
e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas.
Daí o levaram para crucificar.
Com ele também crucificaram dois ladrões.
N.:Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão,
da cidade de Cirene,
e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus.
E chegaram a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer 'lugar da caveira'.
Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber.
Ele provou, mas não quis beber.
Depois de o crucificarem,
fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes.
E ficaram ali sentados, montando guarda.
Acima da cabeça de Jesus
puseram o motivo da sua condenação:
'Este é Jesus, o Rei dos Judeus.'
Com ele também crucificaram dois ladrões,
um à direita e outro à esquerda de Jesus.
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!
N.:As pessoas que passavam por ali o insultavam,
balançando a cabeça e dizendo:

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

T.:'Tu que ias destruir o Templo


e construí-lo de novo em três dias,
salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!'
N.:Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,
junto com os mestres da Lei e os anciãos,
também zombaram de Jesus:
L.:'A outros salvou... a si mesmo não pode salvar!
É Rei de Israel... Desça agora da cruz!
e acreditaremos nele.
Confiou em Deus; que o livre agora,
se é que Deus o ama!
Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.'
N.:Do mesmo modo, também os dois ladrões
que foram crucificados com Jesus, o insultavam.
Eli, Eli, lamá sabactâni?
N.:Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
houve escuridão sobre toda a terra.
Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
S.:'Eli, Eli, lamá sabactâni?',
N.:que quer dizer:
S.:'Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?'
Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
T.:'Ele está chamando Elias!'
N.:E logo um deles, correndo, pegou uma esponja,
ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara,
e lhe deu para beber.
Outros, porém, disseram:
T.:'Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!'

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

N.:Então Jesus deu outra vez um forte grito


e entregou o espírito.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)
N.:E eis que a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes,
a terra tremeu e as pedras se partiram.
Os túmulos se abriram
e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram!
Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus,
apareceram na Cidade Santa
e foram vistos por muitas pessoas.
O oficial e os soldados
que estavam com ele guardando Jesus,
ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido,
ficaram com muito medo e disseram:
T.:'Ele era mesmo Filho de Deus!'
N.:Grande número de mulheres estava alí, olhando de longe.
Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia,
prestando-lhe serviços.
Entre elas estavam Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José,
e a mãe dos filhos de Zebedeu.
José colocou o corpo de Jesus em um túmulo novo.
N.:Ao entardecer,
veio um homem rico de Arimatéia, chamado José,
que também se tornara discípulo de Jesus.
Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo.
José, tomando o corpo,
envolveu-o num lençol limpo,
e o colocou em um túmulo novo,
que havia mandado escavar na rocha.
Em seguida, rolou uma grande pedra
para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano A – Narrador

Maria Madalena e a outra Maria


estavam ali sentadas, diante do sepulcro.
Tendes uma guarda. Ide, guardai o sepulcro como melhor vos parecer.
N.:No dia seguinte,
como era o dia depois da preparação para o sábado,
os sumos sacerdotes e os fariseus foram ter com
Pilatos,
e disseram:
L.:'Senhor, nós nos lembramos
de que quando este impostor ainda estava vivo, disse:
'Depois de três dias eu ressuscitarei!'
Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia,
para não acontecer que os discípulos venham roubar o
corpo e digam ao povo: 'Ele ressuscitou dos mortos!'
pois essa última impostura seria pior do que a
primeira.'
N.:Pilatos respondeu:
L.:'Tendes uma guarda.
Ide e guardai o sepulcro como melhor vos parecer.'
N.:Então eles foram reforçar a segurança do sepulcro:
lacraram a pedra e montaram guarda.
Palavra da Salvação
Não se beija o livro.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos 14,1-15,47


Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.
N.:1Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo.
2Eles diziam:

L.:"Não durante a festa,


para que não haja um tumulto no meio do povo".

Derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura.

N.:3Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.


Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
4Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:

L.:"Por que este desperdício de perfume?


5Ele poderia ser vendido

por mais de trezentas moedas de prata,


que seriam dadas aos pobres".
N.:E criticavam fortemente a mulher.
6Mas Jesus lhes disse:

S.:"Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?


Ela praticou uma boa ação para comigo.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

7Pobres sempre tereis convosco,


e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim, não me tereis para sempre.
8Ela fez o que podia:

derramou perfume em meu corpo,


preparando-o para a sepultura.
9Em verdade vos digo:

em qualquer parte que o Evangelho for pregado,


em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto".

Prometeram a Judas Iscariotes dar-lhe dinheiro.

N.:10Judas Iscariotes, um dos doze,


foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
11Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,

e prometeram dar-lhe dinheiro.


Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.

Onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?

N.:12No primeiro dia dos ázimos,


quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:
L.:"Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?"
N.:13Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse:
S.:"Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
14e dizei ao dono da casa em que ele entrar:

'O Mestre manda dizer: onde está a sala


em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?'

18
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

Então ele vos mostrará, no andar de cima,


15

uma grande sala, arrumada com almofadas.


Ali fareis os preparativos para nós!"
N.:16Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.

Um de vós, que come comigo, vai me trair.

N.:17Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.


18 Enquanto estavam à mesa comendo,

Jesus disse:
S.:"Em verdade vos digo:
um de vós, que come comigo, vai me trair".
N.:19Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:
L.:"Acaso serei eu?"
N.:20Jesus lhes disse:
S.:"É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
21O Filho do Homem segue seu caminho,

conforme está escrito sobre ele.


Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!"

Isto é o meu corpo.


Isto é o meu sangue, o sangue da aliança.

N.:22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão


e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:
S.:"Tomai, isto é o meu corpo".
N.:23Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
24Jesus lhes disse:

S.:"Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,


que é derramado em favor de muitos.

19
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

Em verdade vos digo:


25

não beberei mais do fruto da videira,


até o dia em que beberei o vinho novo
no Reino de Deus".

Antes que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás.

N.:26Depois de terem cantado o hino,


foram para o monte das Oliveiras.
27Então Jesus disse aos discípulos:

S.:"Todos vós ficareis desorientados,


pois está escrito:
'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão'.
28Mas, depois de ressuscitar,

eu vos precederei na Galileia".


N.:29Pedro, porém, lhe disse:
L.:"Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei".
N.:30Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Em verdade te digo:
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:31Mas Pedro repetiu com veemência:
L.:"Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei".
N.:E todos diziam o mesmo.
Começou a sentir pavor e angústia.

N.:32Chegados a um lugar chamado Getsêmani,


disse Jesus aos discípulos:
S.:"Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!"
N.:33Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
34Então Jesus lhes disse:

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

S.:"Minha alma está triste até a morte.


Ficai aqui e vigiai".
N.:35Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.
36Dizia:

S.:"Abbá! Pai! Tudo te é possível:


Afasta de mim este cálice!
Contudo, não seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!"
N.:37Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:
S.:"Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
38Vigiai e orai, para não cairdes em tentação!

Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca".


N.:39Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
40Voltou outra vez e os encontrou dormindo,

porque seus olhos estavam pesados de sono


e eles não sabiam o que responder.
41Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:

S.:"Agora podeis dormir e descansar.


Basta! Chegou a hora!
Eis que o Filho do Homem é entregue
nas mãos dos pecadores.
42Levantai-vos! Vamos!

Aquele que vai me trair já está chegando".

Prendei-o e levai-o com segurança!

N.:43E logo, enquanto Jesus ainda falava,


chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.

21
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

O traidor tinha combinado com eles um sinal,


44

dizendo:
L.:"É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!"
N.:45Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:
L.:"Mestre!"
N.: E o beijou.
46Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.

47Mas um dos presentes puxou a espada

e feriu o empregado do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha.
48Jesus tomou a palavra e disse:

S.:"Vós saístes com espadas e paus para me prender,


como se eu fosse um assaltante.
49Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,

e não me prendestes.
Mas isso acontece para que se cumpram as Escrituras".
N.:50Então todos o abandonaram e fugiram.
51Um jovem, vestido apenas com um lençol,

estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.


52Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.

Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?

N.:53Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,


e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
54Pedro seguiu Jesus de longe,

até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.


Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.
55Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio

procuravam um testemunho contra Jesus,


para condená-lo à morte, mas não encontravam.
56Muitos testemunhavam falsamente contra ele,

mas seus testemunhos não concordavam.


57Alguns se levantaram

e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:


22
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

L.:58"Nós o ouvimos dizer:


'Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!'"
N.:59Mas nem assim o testemunho deles concordava.
60Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles

e interrogou a Jesus:
L.:"Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?"
N.:61Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:
L.:"Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?"
N.:62Jesus respondeu:
S.:"Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu".
N.:63O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:
L.:"Que necessidade temos ainda de testemunhas?
64Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?"

N.:Então todos o julgaram réu de morte.


65Alguns começaram a cuspir em Jesus.

Cobrindo-lhe o rosto,
o esbofeteavam e diziam:
L.:"Profetiza!"
N.:Os guardas também davam-lhe bofetadas.

Nem conheço esse homem de quem estais falando.

N.:66Pedro estava em baixo, no pátio.


Chegou uma criada do Sumo Sacerdote,
67e, quando viu Pedro que se aquecia,

olhou bem para ele e disse:


L.:"Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!"

23
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

N.:68Mas Pedro negou, dizendo:


L.:"Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!"
N.:E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
69A criada viu Pedro,

e de novo começou a dizer aos que estavam perto:


L.:"Este é um deles".
N.:70Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:
L.:"É claro que tu és um deles, pois és da Galileia".
N.:71Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:
L.:"Nem conheço esse homem de quem estais falando".
N.:72E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:
S.:"Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:Caindo em si, ele começou a chorar.

Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?

N.:15,1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,


com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:

L.:"Tu és o rei dos judeus?"


N.:Jesus respondeu:
S..:"Tu o dizes".
N.:3E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
4Pilatos o interrogou novamente:

24
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

L.:"Nada tens a responder?


Vê de quanta coisa te acusam!"
N.:5Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa,

Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.


7Havia então um preso, chamado Barrabás,

entre os bandidos, que, numa revolta,


tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir

que ele fizesse como era costume.


9Pilatos perguntou:

L.:"Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?"


N.:10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão

para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.


12Pilatos perguntou de novo:

L.:"Que quereis então que eu faça com o rei dos Judeus?"


N.:13Mas eles tornaram a gritar:
T.:"Crucifica-o!"
N.:14Pilatos perguntou:
L.:"Mas, que mal ele fez?"
N.:Eles, porém, gritaram com mais força:
T..:"Crucifica-o!"
N.:15Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.

N.:16Então os soldados o levaram para dentro do palácio,


isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.

25
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

17Vestiram Jesus com um manto vermelho,


teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo:

T.:"Salve, rei dos judeus!"


N.:19Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus,

tiraram-lhe o manto vermelho,


vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota.

N.:21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,


pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,

que quer dizer "Calvário".

Ele foi contado entre os malfeitores.

N.:23Deram-lhe vinho misturado com mirra,


mas ele não o tomou.
24Então o crucificaram

e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,


para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã

quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição

com o motivo de sua condenação:


"O Rei dos Judeus".
27Com Jesus foram crucificados dois ladrões,

um à direita e outro à esquerda.

A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!

26
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

N.:29Os que por ali passavam o insultavam,


balançando a cabeça e dizendo:
T.:"Ah! Tu que destróis o Templo
e o reconstróis em três dias,
30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!"

N.:31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,


com os mestres da Lei,
zombavam entre si, dizendo:
L.:"A outros salvou,
a si mesmo não pode salvar!
32O Messias, o rei de Israel...

que desça agora da cruz,


para que vejamos e acreditemos!"
N.:Os que foram crucificados com ele
também o insultavam.
Jesus deu um forte grito e expirou.

N.:33Quando chegou o meio-dia,


houve escuridão sobre toda a terra,
até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:

S.:"Eloi, Eloi, lamá sabactâni?",


N.:que quer dizer:
S.:"Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?"
N.:35Alguns dos que estavam ali perto,
ouvindo-o, disseram:
T.:"Vejam, ele está chamando Elias!"
N.:36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre,
colocou-a na ponta de uma vara
e lhe deu de beber, dizendo:
L.:"Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz".
N.:37Então Jesus deu um forte grito e expirou.

27
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)

N.:38Nesse momento a cortina do santuário


rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército,

que estava bem em frente dele,


viu como Jesus havia expirado, disse:
L.:"Na verdade, este homem era Filho de Deus!"
N.:40Estavam ali também algumas mulheres,
que olhavam de longe;
entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé.
41Elas haviam acompanhado e servido a Jesus

quando ele estava na Galileia.


Também muitas outras
que tinham ido com Jesus a Jerusalém, estavam ali.

José rolou uma pedra à entrada do sepulcro.

N.:42Era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,


e já caíra a tarde.
43Então, José de Arimateia,

membro respeitável do Conselho,


que também esperava o Reino de Deus,
cheio de coragem, foi a Pilatos
e pediu o corpo de Jesus.
44Pilatos ficou admirado,

quando soube que Jesus estava morto.


Chamou o oficial do exército
e perguntou se Jesus tinha morrido há muito tempo.
45Informado pelo oficial,

Pilatos entregou o corpo a José.


46José comprou um lençol de linho,

desceu o corpo da cruz e o envolveu no lençol.


Depois colocou-o num túmulo escavado na rocha,
e rolou uma pedra à entrada do sepulcro.

28
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Narrador

Maria Madalena, e Maria, mãe de Joset,


47

observavam onde Jesus foi colocado.


Palavra da Salvação.
Não se beija o livro.

29
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos 14,1-15,47


Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.
N.:1Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo.
2Eles diziam:

L.:"Não durante a festa,


para que não haja um tumulto no meio do povo".

Derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura.

N.:3Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.


Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
4Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:

L.:"Por que este desperdício de perfume?


5Ele poderia ser vendido

por mais de trezentas moedas de prata,


que seriam dadas aos pobres".
N.:E criticavam fortemente a mulher.
6Mas Jesus lhes disse:

S.:"Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?


Ela praticou uma boa ação para comigo.

30
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

7Pobres sempre tereis convosco,


e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim, não me tereis para sempre.
8Ela fez o que podia:

derramou perfume em meu corpo,


preparando-o para a sepultura.
9Em verdade vos digo:

em qualquer parte que o Evangelho for pregado,


em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto".

Prometeram a Judas Iscariotes dar-lhe dinheiro.

N.:10Judas Iscariotes, um dos doze,


foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
11Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,

e prometeram dar-lhe dinheiro.


Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.

Onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?

N.:12No primeiro dia dos ázimos,


quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:
L.:"Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?"
N.:13Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse:
S.:"Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
14e dizei ao dono da casa em que ele entrar:

'O Mestre manda dizer: onde está a sala


em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?'

31
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

Então ele vos mostrará, no andar de cima,


15

uma grande sala, arrumada com almofadas.


Ali fareis os preparativos para nós!"
N.:16Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.

Um de vós, que come comigo, vai me trair.

N.:17Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.


18 Enquanto estavam à mesa comendo,

Jesus disse:
S.:"Em verdade vos digo:
um de vós, que come comigo, vai me trair".
N.:19Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:
L.:"Acaso serei eu?"
N.:20Jesus lhes disse:
S.:"É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
21O Filho do Homem segue seu caminho,

conforme está escrito sobre ele.


Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!"

Isto é o meu corpo.


Isto é o meu sangue, o sangue da aliança.

N.:22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão


e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:
S.:"Tomai, isto é o meu corpo".
N.:23Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
24Jesus lhes disse:

S.:"Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,


que é derramado em favor de muitos.

32
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

Em verdade vos digo:


25

não beberei mais do fruto da videira,


até o dia em que beberei o vinho novo
no Reino de Deus".

Antes que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás.

N.:26Depois de terem cantado o hino,


foram para o monte das Oliveiras.
27Então Jesus disse aos discípulos:

S.:"Todos vós ficareis desorientados,


pois está escrito:
'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão'.
28Mas, depois de ressuscitar,

eu vos precederei na Galileia".


N.:29Pedro, porém, lhe disse:
L.:"Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei".
N.:30Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Em verdade te digo:
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:31Mas Pedro repetiu com veemência:
L.:"Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei".
N.:E todos diziam o mesmo.
Começou a sentir pavor e angústia.

N.:32Chegados a um lugar chamado Getsêmani,


disse Jesus aos discípulos:
S.:"Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!"
N.:33Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
34Então Jesus lhes disse:

33
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

S.:"Minha alma está triste até a morte.


Ficai aqui e vigiai".
N.:35Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.
36Dizia:

S.:"Abbá! Pai! Tudo te é possível:


Afasta de mim este cálice!
Contudo, não seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!"
N.:37Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:
S.:"Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
38Vigiai e orai, para não cairdes em tentação!

Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca".


N.:39Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
40Voltou outra vez e os encontrou dormindo,

porque seus olhos estavam pesados de sono


e eles não sabiam o que responder.
41Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:

S.:"Agora podeis dormir e descansar.


Basta! Chegou a hora!
Eis que o Filho do Homem é entregue
nas mãos dos pecadores.
42Levantai-vos! Vamos!

Aquele que vai me trair já está chegando".

Prendei-o e levai-o com segurança!

N.:43E logo, enquanto Jesus ainda falava,


chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.

34
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

O traidor tinha combinado com eles um sinal,


44

dizendo:
L.:"É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!"
N.:45Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:
L.:"Mestre!"
N.: E o beijou.
46Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.

47Mas um dos presentes puxou a espada

e feriu o empregado do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha.
48Jesus tomou a palavra e disse:

S.:"Vós saístes com espadas e paus para me prender,


como se eu fosse um assaltante.
49Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,

e não me prendestes.
Mas isso acontece para que se cumpram as Escrituras".
N.:50Então todos o abandonaram e fugiram.
51Um jovem, vestido apenas com um lençol,

estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.


52Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.

Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?

N.:53Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,


e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
54Pedro seguiu Jesus de longe,

até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.


Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.
55Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio

procuravam um testemunho contra Jesus,


para condená-lo à morte, mas não encontravam.
56Muitos testemunhavam falsamente contra ele,

mas seus testemunhos não concordavam.


57Alguns se levantaram

e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:


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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

L.:58"Nós o ouvimos dizer:


'Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!'"
N.:59Mas nem assim o testemunho deles concordava.
60Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles

e interrogou a Jesus:
L.:"Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?"
N.:61Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:
L.:"Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?"
N.:62Jesus respondeu:
S.:"Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu".
N.:63O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:
L.:"Que necessidade temos ainda de testemunhas?
64Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?"

N.:Então todos o julgaram réu de morte.


65Alguns começaram a cuspir em Jesus.

Cobrindo-lhe o rosto,
o esbofeteavam e diziam:
L.:"Profetiza!"
N.:Os guardas também davam-lhe bofetadas.

Nem conheço esse homem de quem estais falando.

N.:66Pedro estava em baixo, no pátio.


Chegou uma criada do Sumo Sacerdote,
67e, quando viu Pedro que se aquecia,

olhou bem para ele e disse:


L.:"Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!"

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

N.:68Mas Pedro negou, dizendo:


L.:"Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!"
N.:E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
69A criada viu Pedro,

e de novo começou a dizer aos que estavam perto:


L.:"Este é um deles".
N.:70Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:
L.:"É claro que tu és um deles, pois és da Galileia".
N.:71Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:
L.:"Nem conheço esse homem de quem estais falando".
N.:72E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:
S.:"Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:Caindo em si, ele começou a chorar.

Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?

N.:15,1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,


com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:

L.:"Tu és o rei dos judeus?"


N.:Jesus respondeu:
S..:"Tu o dizes".
N.:3E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
4Pilatos o interrogou novamente:

37
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

L.:"Nada tens a responder?


Vê de quanta coisa te acusam!"
N.:5Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa,

Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.


7Havia então um preso, chamado Barrabás,

entre os bandidos, que, numa revolta,


tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir

que ele fizesse como era costume.


9Pilatos perguntou:

L.:"Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?"


N.:10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão

para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.


12Pilatos perguntou de novo:

L.:"Que quereis então que eu faça com o rei dos Judeus?"


N.:13Mas eles tornaram a gritar:
T.:"Crucifica-o!"
N.:14Pilatos perguntou:
L.:"Mas, que mal ele fez?"
N.:Eles, porém, gritaram com mais força:
T..:"Crucifica-o!"
N.:15Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.

N.:16Então os soldados o levaram para dentro do palácio,


isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.

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Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

17Vestiram Jesus com um manto vermelho,


teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo:

T.:"Salve, rei dos judeus!"


N.:19Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus,

tiraram-lhe o manto vermelho,


vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota.

N.:21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,


pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,

que quer dizer "Calvário".

Ele foi contado entre os malfeitores.

N.:23Deram-lhe vinho misturado com mirra,


mas ele não o tomou.
24Então o crucificaram

e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,


para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã

quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição

com o motivo de sua condenação:


"O Rei dos Judeus".
27Com Jesus foram crucificados dois ladrões,

um à direita e outro à esquerda.

A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!

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N.:29Os que por ali passavam o insultavam,


balançando a cabeça e dizendo:
T.:"Ah! Tu que destróis o Templo
e o reconstróis em três dias,
30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!"

N.:31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,


com os mestres da Lei,
zombavam entre si, dizendo:
L.:"A outros salvou,
a si mesmo não pode salvar!
32O Messias, o rei de Israel...

que desça agora da cruz,


para que vejamos e acreditemos!"
N.:Os que foram crucificados com ele
também o insultavam.
Jesus deu um forte grito e expirou.

N.:33Quando chegou o meio-dia,


houve escuridão sobre toda a terra,
até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:

S.:"Eloi, Eloi, lamá sabactâni?",


N.:que quer dizer:
S.:"Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?"
N.:35Alguns dos que estavam ali perto,
ouvindo-o, disseram:
T.:"Vejam, ele está chamando Elias!"
N.:36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre,
colocou-a na ponta de uma vara
e lhe deu de beber, dizendo:
L.:"Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz".
N.:37Então Jesus deu um forte grito e expirou.

40
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Leitor

(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)

N.:38Nesse momento a cortina do santuário


rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército,

que estava bem em frente dele,


viu como Jesus havia expirado, disse:
L.:"Na verdade, este homem era Filho de Deus!"
N.:40Estavam ali também algumas mulheres,
que olhavam de longe;
entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé.
41Elas haviam acompanhado e servido a Jesus

quando ele estava na Galileia.


Também muitas outras
que tinham ido com Jesus a Jerusalém, estavam ali.

José rolou uma pedra à entrada do sepulcro.

N.:42Era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,


e já caíra a tarde.
43Então, José de Arimateia,

membro respeitável do Conselho,


que também esperava o Reino de Deus,
cheio de coragem, foi a Pilatos
e pediu o corpo de Jesus.
44Pilatos ficou admirado,

quando soube que Jesus estava morto.


Chamou o oficial do exército
e perguntou se Jesus tinha morrido há muito tempo.
45Informado pelo oficial,

Pilatos entregou o corpo a José.


46José comprou um lençol de linho,

desceu o corpo da cruz e o envolveu no lençol.


Depois colocou-o num túmulo escavado na rocha,
e rolou uma pedra à entrada do sepulcro.
47Maria Madalena, e Maria, mãe de Joset,

observavam onde Jesus foi colocado.


Palavra da Salvação. Não se beija o livro.

41
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos 14,1-15,47


Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.
N.:1Faltavam dois dias para a Páscoa
e para a festa dos Ázimos.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
procuravam um meio de prender Jesus à traição,
para matá-lo.
2Eles diziam:

L.:"Não durante a festa,


para que não haja um tumulto no meio do povo".

Derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura.

N.:3Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.


Quando estava à mesa,
veio uma mulher com um vaso de alabastro
cheio de perfume de nardo puro, muito caro.
Ela quebrou o vaso
e derramou o perfume na cabeça de Jesus.
4Alguns que estavam ali ficaram indignados e comentavam:

L.:"Por que este desperdício de perfume?


5Ele poderia ser vendido

por mais de trezentas moedas de prata,


que seriam dadas aos pobres".
N.:E criticavam fortemente a mulher.
6Mas Jesus lhes disse:

S.:"Deixai-a em paz! Por que aborrecê-la?


Ela praticou uma boa ação para comigo.

42
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

7Pobres sempre tereis convosco,


e quando quiserdes podeis fazer-lhes o bem.
Quanto a mim, não me tereis para sempre.
8Ela fez o que podia:

derramou perfume em meu corpo,


preparando-o para a sepultura.
9Em verdade vos digo:

em qualquer parte que o Evangelho for pregado,


em todo o mundo,
será contado o que ela fez,
como lembrança do seu gesto".

Prometeram a Judas Iscariotes dar-lhe dinheiro.

N.:10Judas Iscariotes, um dos doze,


foi ter com os sumos sacerdotes
para entregar-lhes Jesus.
11Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso,

e prometeram dar-lhe dinheiro.


Então, Judas começou a procurar
uma boa oportunidade para entregar Jesus.

Onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?

N.:12No primeiro dia dos ázimos,


quando se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos disseram a Jesus:
L.:"Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a Páscoa?"
N.:13Jesus enviou então dois dos seus discípulos
e lhes disse:
S.:"Ide à cidade.
Um homem carregando um jarro de água
virá ao vosso encontro. Segui-o
14e dizei ao dono da casa em que ele entrar:

'O Mestre manda dizer: onde está a sala


em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?'

43
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

Então ele vos mostrará, no andar de cima,


15

uma grande sala, arrumada com almofadas.


Ali fareis os preparativos para nós!"
N.:16Os discípulos saíram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus havia dito,
e prepararam a Páscoa.

Um de vós, que come comigo, vai me trair.

N.:17Ao cair da tarde, Jesus foi com os doze.


18 Enquanto estavam à mesa comendo,

Jesus disse:
S.:"Em verdade vos digo:
um de vós, que come comigo, vai me trair".
N.:19Os discípulos começaram a ficar tristes
e perguntaram a Jesus, um após outro:
L.:"Acaso serei eu?"
N.:20Jesus lhes disse:
S.:"É um dos doze, que se serve comigo do mesmo prato.
21O Filho do Homem segue seu caminho,

conforme está escrito sobre ele.


Ai, porém, daquele que trair o Filho do Homem!
Melhor seria que nunca tivesse nascido!"

Isto é o meu corpo.


Isto é o meu sangue, o sangue da aliança.

N.:22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão


e, tendo pronunciado a bênção,
partiu-o e entregou-lhes, dizendo:
S.:"Tomai, isto é o meu corpo".
N.:23Em seguida, tomou o cálice, deu graças,
entregou-lhes e todos beberam dele.
24Jesus lhes disse:

S.:"Isto é o meu sangue, o sangue da aliança,


que é derramado em favor de muitos.

44
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

Em verdade vos digo:


25

não beberei mais do fruto da videira,


até o dia em que beberei o vinho novo
no Reino de Deus".

Antes que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás.

N.:26Depois de terem cantado o hino,


foram para o monte das Oliveiras.
27Então Jesus disse aos discípulos:

S.:"Todos vós ficareis desorientados,


pois está escrito:
'Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão'.
28Mas, depois de ressuscitar,

eu vos precederei na Galileia".


N.:29Pedro, porém, lhe disse:
L.:"Mesmo que todos fiquem desorientados,
eu não ficarei".
N.:30Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Em verdade te digo:
ainda hoje, esta noite,
antes que o galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:31Mas Pedro repetiu com veemência:
L.:"Ainda que tenha de morrer contigo, eu não te negarei".
N.:E todos diziam o mesmo.
Começou a sentir pavor e angústia.

N.:32Chegados a um lugar chamado Getsêmani,


disse Jesus aos discípulos:
S.:"Sentai-vos aqui, enquanto eu vou rezar!"
N.:33Levou consigo Pedro, Tiago e João,
e começou a sentir pavor e angústia.
34Então Jesus lhes disse:

45
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

S.:"Minha alma está triste até a morte.


Ficai aqui e vigiai".
N.:35Jesus foi um pouco mais adiante
e, prostrando-se por terra, rezava
que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele.
36Dizia:

S.:"Abbá! Pai! Tudo te é possível:


Afasta de mim este cálice!
Contudo, não seja feito o que eu quero,
mas sim o que tu queres!"
N.:37Voltando, encontrou os discípulos dormindo.
Então disse a Pedro:
S.:"Simão, tu estás dormindo?
Não pudeste vigiar nem uma hora?
38Vigiai e orai, para não cairdes em tentação!

Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca".


N.:39Jesus afastou-se de novo
e rezou, repetindo as mesmas palavras.
40Voltou outra vez e os encontrou dormindo,

porque seus olhos estavam pesados de sono


e eles não sabiam o que responder.
41Ao voltar pela terceira vez, Jesus lhes disse:

S.:"Agora podeis dormir e descansar.


Basta! Chegou a hora!
Eis que o Filho do Homem é entregue
nas mãos dos pecadores.
42Levantai-vos! Vamos!

Aquele que vai me trair já está chegando".

Prendei-o e levai-o com segurança!

N.:43E logo, enquanto Jesus ainda falava,


chegou Judas, um dos doze,
com uma multidão armada de espadas e paus.
Vinham da parte dos sumos sacerdotes,
dos mestres da Lei e dos anciãos do povo.

46
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

O traidor tinha combinado com eles um sinal,


44

dizendo:
L.:"É aquele a quem eu beijar.
Prendei-o e levai-o com segurança!"
N.:45Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo:
L.:"Mestre!"
N.: E o beijou.
46Então lançaram as mãos sobre ele e o prenderam.

47Mas um dos presentes puxou a espada

e feriu o empregado do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha.
48Jesus tomou a palavra e disse:

S.:"Vós saístes com espadas e paus para me prender,


como se eu fosse um assaltante.
49Todos os dias eu estava convosco, no Templo, ensinando,

e não me prendestes.
Mas isso acontece para que se cumpram as Escrituras".
N.:50Então todos o abandonaram e fugiram.
51Um jovem, vestido apenas com um lençol,

estava seguindo a Jesus, e eles o prenderam.


52Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.

Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?

N.:53Então levaram Jesus ao Sumo Sacerdote,


e todos os sumos sacerdotes, os anciãos
e os mestres da Lei se reuniram.
54Pedro seguiu Jesus de longe,

até o interior do pátio do Sumo Sacerdote.


Sentado com os guardas, aquecia-se junto ao fogo.
55Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio

procuravam um testemunho contra Jesus,


para condená-lo à morte, mas não encontravam.
56Muitos testemunhavam falsamente contra ele,

mas seus testemunhos não concordavam.


57Alguns se levantaram

e testemunharam falsamente contra ele, dizendo:


47
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

L.:58"Nós o ouvimos dizer:


'Vou destruir este templo feito pelas mãos dos homens,
e em três dias construirei um outro,
que não será feito por mãos humanas!'"
N.:59Mas nem assim o testemunho deles concordava.
60Então, o Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles

e interrogou a Jesus:
L.:"Nada tens a responder
ao que estes testemunham contra ti?"
N.:61Jesus continuou calado, e nada respondeu.
O Sumo Sacerdote interrogou-o de novo:
L.:"Tu és o Messias, o Filho de Deus Bendito?"
N.:62Jesus respondeu:
S.:"Eu sou.
E vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Todo-Poderoso,
vindo com as nuvens do céu".
N.:63O Sumo Sacerdote rasgou suas vestes e disse:
L.:"Que necessidade temos ainda de testemunhas?
64Vós ouvistes a blasfêmia! O que vos parece?"

N.:Então todos o julgaram réu de morte.


65Alguns começaram a cuspir em Jesus.

Cobrindo-lhe o rosto,
o esbofeteavam e diziam:
L.:"Profetiza!"
N.:Os guardas também davam-lhe bofetadas.

Nem conheço esse homem de quem estais falando.

N.:66Pedro estava em baixo, no pátio.


Chegou uma criada do Sumo Sacerdote,
67e, quando viu Pedro que se aquecia,

olhou bem para ele e disse:


L.:"Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!"

48
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

N.:68Mas Pedro negou, dizendo:


L.:"Não sei e nem compreendo o que estás dizendo!"
N.:E foi para fora, para a entrada do pátio.
E o galo cantou.
69A criada viu Pedro,

e de novo começou a dizer aos que estavam perto:


L.:"Este é um deles".
N.:70Mas Pedro negou outra vez.
Pouco depois,
os que estavam junto diziam novamente a Pedro:
L.:"É claro que tu és um deles, pois és da Galileia".
N.:71Aí Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo:
L.:"Nem conheço esse homem de quem estais falando".
N.:72E nesse instante um galo cantou pela segunda vez.
Lembrou-se Pedro da palavra que Jesus lhe havia dito:
S.:"Antes que um galo cante duas vezes,
três vezes tu me negarás".
N.:Caindo em si, ele começou a chorar.

Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?

N.:15,1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes,


com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio,
reuniram-se e tomaram uma decisão.
Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:

L.:"Tu és o rei dos judeus?"


N.:Jesus respondeu:
S..:"Tu o dizes".
N.:3E os sumos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Jesus.
4Pilatos o interrogou novamente:

49
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

L.:"Nada tens a responder?


Vê de quanta coisa te acusam!"
N.:5Mas Jesus não respondeu mais nada,
de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa,

Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem.


7Havia então um preso, chamado Barrabás,

entre os bandidos, que, numa revolta,


tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir

que ele fizesse como era costume.


9Pilatos perguntou:

L.:"Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?"


N.:10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes
haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão

para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.


12Pilatos perguntou de novo:

L.:"Que quereis então que eu faça com o rei dos Judeus?"


N.:13Mas eles tornaram a gritar:
T.:"Crucifica-o!"
N.:14Pilatos perguntou:
L.:"Mas, que mal ele fez?"
N.:Eles, porém, gritaram com mais força:
T..:"Crucifica-o!"
N.:15Pilatos, querendo satisfazer a multidão,
soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus
e o entregou para ser crucificado.
Teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.

N.:16Então os soldados o levaram para dentro do palácio,


isto é, o pretório,
e convocaram toda a tropa.

50
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

17Vestiram Jesus com um manto vermelho,


teceram uma coroa de espinhos
e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo:

T.:"Salve, rei dos judeus!"


N.:19Batiam-lhe na cabeça com uma vara.
Cuspiam nele e, dobrando os joelhos,
prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus,

tiraram-lhe o manto vermelho,


vestiram-no de novo com suas próprias roupas
e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota.

N.:21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene,


pai de Alexandre e de Rufo, que voltava do campo,
a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota,

que quer dizer "Calvário".

Ele foi contado entre os malfeitores.

N.:23Deram-lhe vinho misturado com mirra,


mas ele não o tomou.
24Então o crucificaram

e repartiram as suas roupas, tirando a sorte,


para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã

quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição

com o motivo de sua condenação:


"O Rei dos Judeus".
27Com Jesus foram crucificados dois ladrões,

um à direita e outro à esquerda.

A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!

51
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

N.:29Os que por ali passavam o insultavam,


balançando a cabeça e dizendo:
T.:"Ah! Tu que destróis o Templo
e o reconstróis em três dias,
30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!"

N.:31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes,


com os mestres da Lei,
zombavam entre si, dizendo:
L.:"A outros salvou,
a si mesmo não pode salvar!
32O Messias, o rei de Israel...

que desça agora da cruz,


para que vejamos e acreditemos!"
N.:Os que foram crucificados com ele
também o insultavam.
Jesus deu um forte grito e expirou.

N.:33Quando chegou o meio-dia,


houve escuridão sobre toda a terra,
até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:

S.:"Eloi, Eloi, lamá sabactâni?",


N.:que quer dizer:
S.:"Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?"
N.:35Alguns dos que estavam ali perto,
ouvindo-o, disseram:
T.:"Vejam, ele está chamando Elias!"
N.:36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre,
colocou-a na ponta de uma vara
e lhe deu de beber, dizendo:
L.:"Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz".
N.:37Então Jesus deu um forte grito e expirou.

52
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano B – Cristo (S)

(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)


N.:38Nesse momento a cortina do santuário
rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército,

que estava bem em frente dele,


viu como Jesus havia expirado, disse:
L.:"Na verdade, este homem era Filho de Deus!"
N.:40Estavam ali também algumas mulheres,
que olhavam de longe;
entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé.
41Elas haviam acompanhado e servido a Jesus

quando ele estava na Galileia.


Também muitas outras
que tinham ido com Jesus a Jerusalém, estavam ali.
José rolou uma pedra à entrada do sepulcro.
N.:42Era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
e já caíra a tarde.
43Então, José de Arimateia,

membro respeitável do Conselho,


que também esperava o Reino de Deus,
cheio de coragem, foi a Pilatos
e pediu o corpo de Jesus.
44Pilatos ficou admirado,

quando soube que Jesus estava morto.


Chamou o oficial do exército
e perguntou se Jesus tinha morrido há muito tempo.
45Informado pelo oficial,

Pilatos entregou o corpo a José.


46José comprou um lençol de linho,

desceu o corpo da cruz e o envolveu no lençol.


Depois colocou-o num túmulo escavado na rocha,
e rolou uma pedra à entrada do sepulcro.
47Maria Madalena, e Maria, mãe de Joset,

observavam onde Jesus foi colocado.


Palavra da Salvação.
Não se beija o livro

53
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas 22,14-23,56


Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de sofrer.
N.:Quando chegou a hora,
Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos
e disse:
S.:'Desejei ardentemente comer convosco
esta ceia pascal, antes de sofrer.
Pois eu vos digo que nunca mais a comerei,
até que ela se realize no Reino de Deus'.
N.:Então Jesus tomou um cálice, deu graças e disse:
S.:'Tomai este cálice e reparti entre vós;
pois eu vos digo que, de agora em diante,
não mais bebereis do fruto da videira,
até que venha o Reino de Deus'.
Fazei isto em memória de mim.
N.:A seguir, Jesus tomou um pão, deu graças,
partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo:
S.:'Isto é o meu corpo, que é dado por vós.
Fazei isto em memória de mim'.
N.:Depois da ceia,
Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo:
S.:'Este cálice é a nova aliança no meu sangue,
que é derramado por vós'.
Mas ai daquele por meio de quem o Filho do Homem é entregue

54
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

S.:'Todavia, a mão de quem me vai entregar


está comigo, nesta mesa.
Sim, o Filho do Homem vai morrer,
como está determinado.
Mas ai daquele homem por meio de quem ele é entregue.'
N.:Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros
qual deles haveria de fazer tal coisa.
Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve.
N.:Houve também uma discussão entre eles
sobre qual deles deveria ser considerado o maior.
Jesus, porém, lhes disse:
S.:'Os reis das nações dominam sobre elas,
e os que têm poder se fazem chamar benfeitores.
Entre vós, não deve ser assim. Pelo contrário,
o maior entre vós seja como o mais novo,
e o que manda, como quem está servindo.
Afinal, quem é o maior:
quem está sentado à mesa, ou quem está servindo?
Não é quem está sentado à mesa?
Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós ficastes comigo em minhas provações.
Por isso, assim como o meu Pai me confiou o Reino,
eu também vos confio o Reino.
Vós havereis de comer e beber à minha mesa no meu
Reino, e sentar-vos em tronos
para julgar as doze tribos de Israel.
Tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.
S.:Simão, Simão! Olha que Satanás pediu permissão
para vos peneirar como trigo.
Eu, porém, rezei por ti, para que tua fé não se apague.
E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.'
N.:Mas Simão disse:

55
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

L.:'Senhor, eu estou pronto


para ir contigo até mesmo à prisão e à morte!'
N.:Jesus, porém, respondeu:
S.:'Pedro, eu te digo que hoje, antes que o galo cante,
três vezes tu negarás que me conheces.'
É preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura.
N.:E Jesus lhes perguntou:
S.:'Quando vos enviei sem bolsa,
sem sacola, sem sandálias, faltou-vos alguma coisa?'
N.:Eles responderam:
L.:'Nada.'
N.:Jesus continuou:
S.:'Agora, porém,
quem tiver bolsa, deve pegá-la;
do mesmo modo, quem tiver uma sacola;
e quem não tiver espada,
venda o manto para comprar uma.
Porque eu vos digo:
É preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura:
`Ele foi contado entre os malfeitores'.
Pois o que foi dito a meu respeito tem de se realizar.'
N.:Mas eles disseram:
L.:'Senhor, aqui estão duas espadas.'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Basta.'
Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência.
N.:Jesus saiu e, como de costume,
foi para o monte das Oliveiras.
Os discípulos o acompanharam.
Chegando ao lugar, Jesus lhes disse:

56
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

S.:'Orai para não entrardes em tentação.'


N.:Então afastou-se a uma certa distância
e, de joelhos, começou a rezar:
S.:'Pai, se queres, afasta de mim este cálice;
contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua!'
N.:Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava.
Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência.
Seu suor tornou-se como gotas de sangue
que caíam no chão.
Levantando-se da oração,
Jesus foi para junto dos discípulos
e encontrou-os dormindo, de tanta tristeza.
E perguntou-lhes:
S.:'Por que estais dormindo?
Levantai-vos e orai para não entrardes em tentação.'
Judas, com um beijo tu entregas o Filho do Homem?
N.:Jesus ainda falava, quando chegou uma multidão.
Na frente, vinha um dos Doze, chamado Judas,
que se aproximou de Jesus para beijá-lo.
Jesus lhe disse:
S.:'Judas, com um beijo tu entregas o Filho do Homem?'
N.:Vendo o que ia acontecer,
os que estavam com Jesus disseram:
L.:'Senhor, vamos atacá-los com a espada?'
N.:E um deles feriu o empregado do Sumo Sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Jesus, porém, ordenou:
S.:'Deixai, basta!'
N.:E tocando a orelha do homem, o curou.
Depois Jesus disse aos sumos sacerdotes,

57
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

aos chefes dos guardas do templo e aos anciãos,


que tinham vindo prendê-lo:
S.:'Vós saístes com espadas e paus,
como se eu fosse um ladrão?
Todos os dias eu estava convosco no templo,
e nunca levantastes a mão contra mim.
Mas esta é a vossa hora, a hora do poder das trevas.'
Pedro saiu para fora e chorou amargamente.
N.:Eles prenderam Jesus e o levaram,
conduzindo-o à casa do Sumo Sacerdote.
Pedro acompanhava de longe.
Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio
e sentaram-se ao redor.
Pedro sentou-se no meio deles.
Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo;
encarou-o bem e disse:
L.:'Este aqui também estava com ele!'
N.:Mas Pedro negou:
L.:'Mulher, eu nem o conheço!'
N.:Pouco depois, um outro viu Pedro e disse:
L.:'Tu também és um deles.'
N.:Mas Pedro respondeu:
L.:'Homem, não sou .'
N.:Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia:
L.:'Certamente, este aqui também estava com ele,
porque é galileu!'
N.:Mas Pedro respondeu:
L.:'Homem, não sei o que estás dizendo!'
N.:Nesse momento,
enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou.

58
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro.


E Pedro lembrou-se da palavra
que o Senhor lhe tinha dito:
'Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás.'
Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente.
Profetiza quem foi que te bateu?
N.:Os guardas caçoavam de Jesus e espancavam-no;
cobriam o seu rosto e lhe diziam:
L.:'Profetiza quem foi que te bateu?'
N.:E o insultavam de muitos outros modos.
Levaram Jesus ao tribunal deles.
N.:Ao amanhecer, os anciãos do povo,
os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
reuniram-se em conselho
e levaram Jesus ao tribunal deles.
E diziam:
L.:'Se és o Cristo, dize-nos!'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Se eu vos disser, não me acreditareis,
e, se eu vos fizer perguntas, não me respondereis.
Mas, de agora em diante, o Filho do Homem
estará sentado à direita do Deus Poderoso.'
N.:Então todos perguntaram:
T.:'Tu és, portanto, o Filho de Deus?'
N.:Jesus respondeu:
S.:'Vós mesmos estais dizendo que eu sou!'
Eles disseram:
'Será que ainda precisamos de testemunhas?
Nós mesmos o ouvimos de sua própria boca!'
Em seguida, toda a multidão se levantou
e levou Jesus a Pilatos.

59
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

Não encontro neste homem nenhum crime.


N.:Começaram então a acusá-lo, dizendo:
T.:'Achamos este homem
fazendo subversão entre o nosso povo,
proibindo pagar impostos a César
e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei.'
N.:Pilatos o interrogou:
L.:'Tu és o rei dos judeus?'
N.:Jesus respondeu, declarando:
S.:'Tu o dizes!'
N.:Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão:
L.:'Não encontro neste homem nenhum crime.'
Eles, porém, insistiam:
T.:'Ele agita o povo,
ensinando por toda a Judéia,
desde a Galiléia, onde começou, até aqui.'
N.:Quando ouviu isto, Pilatos perguntou:
L.:'Este homem é galileu?'
N.:Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes,
Pilatos enviou-o a este,
pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias.
Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo.
N.:Herodes ficou muito contente ao ver Jesus,
pois havia muito tempo desejava vê-lo.
Já ouvira falar a seu respeito
e esperava vê-lo fazer algum milagre.
Ele interrogou-o com muitas perguntas.
Jesus, porém, nada lhe respondeu.
Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei
estavam presentes e o acusavam com insistência.

60
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo,


zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa
e mandou-o de volta a Pilatos.
Naquele dia Herodes e Pilatos
ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos.
Pilatos entregou Jesus à vontade deles.
N.:Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes,
os chefes e o povo, e lhes disse:
L.:'Vós me trouxestes este homem
como se fosse um agitador do povo.
Pois bem! Já o interroguei diante de vós
e não encontrei nele
nenhum dos crimes de que o acusais;
nem Herodes, pois o mandou de volta para nós.
Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte.
Portanto, vou castigá-lo e o soltarei.
N.:Toda a multidão começou a gritar:
T.:'Fora com ele! Solta-nos Barrabás!'
N.:Barrabás tinha sido preso
por causa de uma revolta na cidade e por homicídio.
Pilatos falou outra vez à multidão,
pois queria libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
T.:'Crucifica-o! Crucifica-o!'
N.:E Pilatos falou pela terceira vez:
L.:'Que mal fez este homem?
Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte.
Portanto, vou castigá-lo e o soltarei.'
N.:Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força,
pedindo que fosse crucificado.
E a gritaria deles aumentava sempre mais.
Então Pilatos decidiu

61
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

que fosse feito o que eles pediam.


Soltou o homem que eles queriam
- aquele que fora preso por revolta e homicídio -
e entregou Jesus à vontade deles.
Filhas de Jerusalém, não choreis por mim!
N.:Enquanto levavam Jesus,
pegaram um certo Simão, de Cirene,
que voltava do campo,
e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus.
Seguia-o uma grande multidão do povo
e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele.
Jesus, porém, voltou-se e disse:
S.:'Filhas de Jerusalém, não choreis por mim!
Chorai por vós mesmas e por vossos filhos!
Porque dias virão em que se dirá:
'Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos,
os ventres que nunca deram à luz
e os seios que nunca amamentaram'.
Então começarão a pedir às montanhas:
'Caí sobre nós! e às colinas: 'Escondei-nos!'
Porque, se fazem assim com a árvore verde,
o que não farão com a árvore seca?'
N.:Levavam também outros dois malfeitores
para serem mortos junto com Jesus.
Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!
N.:Quando chegaram ao lugar chamado 'Calvário',
ali crucificaram Jesus e os malfeitores:
um à sua direita e outro à sua esquerda.
Jesus dizia:
S.:'Pai, perdoa-lhes!
Eles não sabem o que fazem!'
N.:Depois fizeram um sorteio,
repartindo entre si as roupas de Jesus.

62
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

Este é o Rei dos Judeus.


N.:O povo permanecia lá, olhando.
E até os chefes zombavam, dizendo:
T.:'A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo,
se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!'
N.:Os soldados também caçoavam dele;
aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre,
e diziam:
T.:'Se és o rei dos judeus,
salva-te a ti mesmo!'
N.:Acima dele havia um letreiro:
'Este é o Rei dos Judeus.'
Hoje estarás comigo no Paraíso.
N.:Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo:
L.:'Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!'
N.:Mas o outro o repreendeu, dizendo:
L.:'Nem sequer temes a Deus,
tu que sofres a mesma condenação?
Para nós, é justo,
porque estamos recebendo o que merecemos;
mas ele não fez nada de mal.'
N.:E acrescentou:
L.:'Jesus, lembra-te de mim,
quando entrares no teu reinado.'
N.:Jesus lhe respondeu:
S.:'Em verdade eu te digo:
ainda hoje estarás comigo no Paraíso.'
Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.
N.:Já era mais ou menos meio-dia
e uma escuridão cobriu toda a terra

63
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

até às três horas da tarde,


pois o sol parou de brilhar.
A cortina do santuário rasgou-se pelo meio,
e Jesus deu um forte grito:
S.:'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.'
N.:Dizendo isso, expirou.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)
N.:O oficial do exército romano viu o que acontecera
e glorificou a Deus dizendo:
L.:'De fato! Este homem era justo!'
N.:E as multidões, que tinham acorrido para assistir,
viram o que havia acontecido,
e voltaram para casa, batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres
que o acompanhavam desde a Galiléia,
ficaram à distância, olhando essas coisas.
José colocou o corpo de Jesus num túmulo escavado na rocha.
N.:Havia um homem bom e justo, chamado José,
membro do Conselho,
o qual não tinha aprovado a decisão
nem a ação dos outros membros.
Ele era de Arimatéia, uma cidade da Judéia,
e esperava a vinda do Reino de Deus.
José foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol
e colocou-o num túmulo escavado na rocha,
onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era o dia da preparação da Páscoa,
e o sábado já estava começando.
As mulheres, que tinham vindo da Galiléia com Jesus,
foram com José, para ver o túmulo
e como o corpo de Jesus ali fora colocado.
Depois voltaram para casa

64
Dom. de Ramos – PAIXÃO DO SENHOR – Ano C – Narrador

e prepararam perfumes e bálsamos.


E, no sábado, elas descansaram,
conforme ordenava a Lei.
Palavra da Salvação.
Não se beija o livro.

65
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42


Prenderam Jesus e o amarraram.
N.: Naquele tempo,
1Jesus saiu com os discípulos

para o outro lado da torrente do Cedron.


Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos.
2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar,

porque Jesus costumava reunir-se aí


com os seus discípulos.
3Judas levou consigo um destacamento de soldados

e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus,


e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer,

saiu ao encontro deles e disse:


S."A quem procurais?"
N.:5Responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".
N.:Ele disse:
S.:"Sou eu".
N.:Judas, o traidor, estava junto com eles.
6Quando Jesus disse: "Sou eu",

eles recuaram e caíram por terra.


7De novo lhes perguntou:

S.:"A quem procurais?"


N.:Eles responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".

66
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

N.:8Jesus respondeu:
S.:"Já vos disse que sou eu.
Se é a mim que procurais,
então deixai que estes se retirem".
N.:9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'.
10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo,

puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha direita.
O nome do servo era Malco.
11Então Jesus disse a Pedro:

S.:"Guarda a tua espada na bainha.


Não vou beber o cálice que o Pai me deu?"
Conduziram Jesus primeiro a Anás.
N.:12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus
prenderam Jesus e o amarraram.
13Conduziram-no primeiro a Anás,

que era o sogro de Caifás,


o Sumo Sacerdote naquele ano.
14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:

L.:"É preferível que um só morra pelo povo".


N.:15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus.
Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote
e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta.

Então o outro discípulo,


que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu,
conversou com a encarregada da porta
e levou Pedro para dentro.
17A criada que guardava a porta disse a Pedro:

L.:"Não pertences também tu aos discípulos desse homem?"


N.:Ele respondeu:
L.:"Não!"

67
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

N.:18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira


e estavam-se aquecendo, pois fazia frio.
Pedro ficou com eles, aquecendo-se.
19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus

a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.


20Jesus lhe respondeu:

S.:"Eu falei às claras ao mundo.


Ensinei sempre na sinagoga e no Templo,
onde todos os judeus se reúnem.
Nada falei às escondidas.
21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei;

eles sabem o que eu disse".


N.:22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava
deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L.:"É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?"
N.:23Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Se respondi mal, mostra em quê;
mas, se falei bem, por que me bates?"
N.:24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás,
o Sumo Sacerdote.
Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: "Não!"
N.:25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se.
Disseram-lhe:
T.:"Não és tu, também, um dos discípulos dele?"
N.:Pedro negou:
L.:"Não!"
N.:26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote,
parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L.:"Será que não te vi no jardim com ele?"
N.:27Novamente Pedro negou.
E na mesma hora, o galo cantou.
O meu reino não é deste mundo.

68
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

N.:28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador.


Era de manhã cedo.
Eles mesmos não entraram no palácio,
para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:

L.:"Que acusação apresentais contra este homem?"


N.:30Eles responderam:
T..:"Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!"
N.:31Pilatos disse:
L.:"Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei".
N.:Os judeus lhe responderam:
T.:"Nós não podemos condenar ninguém à morte".
N.:32Assim se realizava o que Jesus tinha dito,
significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio,

chamou Jesus e perguntou-lhe:


L.:"Tu és o rei dos judeus?"
N.:34Jesus respondeu:
S.:"Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim?"
N.:35Pilatos falou:
L.:"Por acaso, sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?"
N.:36Jesus respondeu:
S.:"O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui".
N.:37Pilatos disse a Jesus:

69
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

L.:"Então tu és rei?"
N.:Jesus respondeu:
S.:'Tu o dizes: eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto:
para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz".
N.:38Pilatos disse a Jesus:
L.:"O que é a verdade?"
N.:Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus,
e disse-lhes:
L.:"Eu não encontro nenhuma culpa nele.
39Mas existe entre vós um costume,

que pela Páscoa eu vos solte um preso.


Quereis que vos solte o rei dos Judeus?"
N.:40Então, começaram a gritar de novo:
T.:"Este não, mas Barrabás!"
N.:Barrabás era um bandido.
Viva o rei dos judeus!
N.:19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos

e colocaram-na na cabeça de Jesus.


Vestiram-no com um manto vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:

T.:"Viva o rei dos judeus!"


N.:E davam-lhe bofetadas.
4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:

L.:"Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós,


para que saibais que não encontro nele crime algum".
N.:5Então Jesus veio para fora,
trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho.
Pilatos disse-lhes:
L.:"Eis o homem!"

70
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

N.:6Quando viram Jesus,


os Sumos Sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
T.:"Crucifica-o! Crucifica-o!"
N.:Pilatos respondeu:
L.:"Levai-o vós mesmos para o crucificar,
pois eu não encontro nele crime algum".
N.:7Os judeus responderam:
T.:"Nós temos uma Lei,
e, segundo esta Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus".
N.:8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda.
9Entrou outra vez no palácio

e perguntou a Jesus:
L.:"De onde és tu?"
N.:Jesus ficou calado.
10Então Pilatos disse:

L.:"Não me respondes?
Não sabes que tenho autoridade para te soltar
e autoridade para te crucificar?"
N.:11Jesus respondeu:
S.:"Tu não terias autoridade alguma sobre mim,
se ela não te fosse dada do alto.
Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior".
Fora! Fora! Crucifica-o!
N.:12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
T.:"Se soltas este homem, não és amigo de César.
Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César".
N.:13Ouvindo estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal,
no lugar chamado "Pavimento", em hebraico "Gábata".

71
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

Era o dia da preparação da Páscoa,


14

por volta do meio-dia.


Pilatos disse aos judeus:
L.:"Eis o vosso rei!"
N.:15Eles, porém, gritavam:
T.:"Fora! Fora! Crucifica-o!"
N.:Pilatos disse:
L.:"Hei de crucificar o vosso rei?"
N.:Os sumos sacerdotes responderam:
T.:"Não temos outro rei senão César".
N.:16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado,
e eles o levaram.
Ali o crucificaram, com outros dois.
N.:17Jesus tomou a cruz sobre si
e saiu para o lugar chamado "Calvário",
em hebraico "Gólgota".
18Ali o crucificaram, com outros dois:

um de cada lado, e Jesus no meio.


19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro

e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:


"Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus".
20Muitos judeus puderam ver o letreiro,

porque o lugar em que Jesus foi crucificado


ficava perto da cidade.
O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.
21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:

T.:"Não escrevas 'O Rei dos Judeus',


mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'".
N.:22Pilatos respondeu:
L.:"O que escrevi, está escrito".
Repartiram entre si as minhas vestes.

72
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

N.:23Depois que crucificaram Jesus,


os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,
uma parte para cada soldado.
Quanto à túnica, esta era tecida sem costura,
em peça única de alto a baixo.
24Disseram então entre si:

L.:"Não vamos dividir a túnica.


Tiremos a sorte para ver de quem será".
N.:Assim se cumpria a Escritura que diz:
"Repartiram entre si as minhas vestes
e lançaram sorte sobre a minha túnica".
Assim procederam os soldados.
Este é o teu filho. Esta é a tua mãe.
N.:25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé
a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas,
e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela,

o discípulo que ele amava, disse à mãe:


S.:"Mulher, este é o teu filho".
N.:27Depois disse ao discípulo:
S.:"Esta é a tua mãe".
N.:Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
Tudo está consumado.
N.:28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado,
e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
S.:"Tenho sede".
N.:29Havia ali uma jarra cheia de vinagre.
Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre
e levaram-na à boca de Jesus.
30Ele tomou o vinagre e disse:

S.:"Tudo está consumado".


N.:E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

73
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

(Todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)


E logo saiu sangue e água.
N.:31Era o dia da preparação para a Páscoa.
Os judeus queriam evitar
que os corpos ficassem na cruz durante o sábado,
porque aquele sábado era dia de festa solene.
Então pediram a Pilatos
que mandasse quebrar as pernas aos crucificados
e os tirasse da cruz.
32Os soldados foram

e quebraram as pernas de um e, depois, do outro


que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava

morto, não lhe quebraram as pernas;


34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança,

e logo saiu sangue e água.


35Aquele que viu, dá testemunho

e seu testemunho é verdadeiro;


e ele sabe que fala a verdade,
para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura,

que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos".


37E outra Escritura ainda diz:

"Olharão para aquele que transpassaram".


Envolveram o corpo de Jesus com os aromas, em faixas de linho.

N.:38Depois disso, José de Arimateia,


que era discípulo de Jesus
– mas às escondidas, por medo dos judeus –
pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.
Pilatos consentiu.
Então José veio tirar o corpo de Jesus.
39Chegou também Nicodemos,

o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus.


Levou uns trinta quilos de perfume
feito de mirra e aloés.

74
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Narrador

40Então tomaram o corpo de Jesus


e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho,
como os judeus costumam sepultar.
41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim

e, no jardim, um túmulo novo,


onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa,

e como o túmulo estava perto,


foi ali que colocaram Jesus.
Palavra da Salvação.
Não se beija o livro.

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42


Prenderam Jesus e o amarraram.
N.: Naquele tempo,
1Jesus saiu com os discípulos

para o outro lado da torrente do Cedron.


Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos.
2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar,

porque Jesus costumava reunir-se aí


com os seus discípulos.
3Judas levou consigo um destacamento de soldados

e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus,


e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer,

saiu ao encontro deles e disse:


S."A quem procurais?"
N.:5Responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".
N.:Ele disse:
S.:"Sou eu".
N.:Judas, o traidor, estava junto com eles.
6Quando Jesus disse: "Sou eu",

eles recuaram e caíram por terra.


7De novo lhes perguntou:

S.:"A quem procurais?"


N.:Eles responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

N.:8Jesus respondeu:
S.:"Já vos disse que sou eu.
Se é a mim que procurais,
então deixai que estes se retirem".
N.:9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'.
10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo,

puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha direita.
O nome do servo era Malco.
11Então Jesus disse a Pedro:

S.:"Guarda a tua espada na bainha.


Não vou beber o cálice que o Pai me deu?"
Conduziram Jesus primeiro a Anás.
N.:12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus
prenderam Jesus e o amarraram.
13Conduziram-no primeiro a Anás,

que era o sogro de Caifás,


o Sumo Sacerdote naquele ano.
14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:

L.:"É preferível que um só morra pelo povo".


N.:15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus.
Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote
e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta.

Então o outro discípulo,


que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu,
conversou com a encarregada da porta
e levou Pedro para dentro.
17A criada que guardava a porta disse a Pedro:

L.:"Não pertences também tu aos discípulos desse homem?"


N.:Ele respondeu:
L.:"Não!"

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

N.:18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira


e estavam-se aquecendo, pois fazia frio.
Pedro ficou com eles, aquecendo-se.
19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus

a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.


20Jesus lhe respondeu:

S.:"Eu falei às claras ao mundo.


Ensinei sempre na sinagoga e no Templo,
onde todos os judeus se reúnem.
Nada falei às escondidas.
21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei;

eles sabem o que eu disse".


N.:22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava
deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L.:"É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?"
N.:23Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Se respondi mal, mostra em quê;
mas, se falei bem, por que me bates?"
N.:24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás,
o Sumo Sacerdote.
Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: "Não!"
N.:25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se.
Disseram-lhe:
T.:"Não és tu, também, um dos discípulos dele?"
N.:Pedro negou:
L.:"Não!"
N.:26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote,
parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L.:"Será que não te vi no jardim com ele?"
N.:27Novamente Pedro negou.
E na mesma hora, o galo cantou.
O meu reino não é deste mundo.

78
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

N.:28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador.


Era de manhã cedo.
Eles mesmos não entraram no palácio,
para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:

L.:"Que acusação apresentais contra este homem?"


N.:30Eles responderam:
T..:"Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!"
N.:31Pilatos disse:
L.:"Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei".
N.:Os judeus lhe responderam:
T.:"Nós não podemos condenar ninguém à morte".
N.:32Assim se realizava o que Jesus tinha dito,
significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio,

chamou Jesus e perguntou-lhe:


L.:"Tu és o rei dos judeus?"
N.:34Jesus respondeu:
S.:"Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim?"
N.:35Pilatos falou:
L.:"Por acaso, sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?"
N.:36Jesus respondeu:
S.:"O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui".
N.:37Pilatos disse a Jesus:

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

L.:"Então tu és rei?"
N.:Jesus respondeu:
S.:'Tu o dizes: eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto:
para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz".
N.:38Pilatos disse a Jesus:
L.:"O que é a verdade?"
N.:Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus,
e disse-lhes:
L.:"Eu não encontro nenhuma culpa nele.
39Mas existe entre vós um costume,

que pela Páscoa eu vos solte um preso.


Quereis que vos solte o rei dos Judeus?"
N.:40Então, começaram a gritar de novo:
T.:"Este não, mas Barrabás!"
N.:Barrabás era um bandido.
Viva o rei dos judeus!
N.:19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos

e colocaram-na na cabeça de Jesus.


Vestiram-no com um manto vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:

T.:"Viva o rei dos judeus!"


N.:E davam-lhe bofetadas.
4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:

L.:"Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós,


para que saibais que não encontro nele crime algum".
N.:5Então Jesus veio para fora,
trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho.
Pilatos disse-lhes:
L.:"Eis o homem!"

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

N.:6Quando viram Jesus,


os Sumos Sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
T.:"Crucifica-o! Crucifica-o!"
N.:Pilatos respondeu:
L.:"Levai-o vós mesmos para o crucificar,
pois eu não encontro nele crime algum".
N.:7Os judeus responderam:
T.:"Nós temos uma Lei,
e, segundo esta Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus".
N.:8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda.
9Entrou outra vez no palácio

e perguntou a Jesus:
L.:"De onde és tu?"
N.:Jesus ficou calado.
10Então Pilatos disse:

L.:"Não me respondes?
Não sabes que tenho autoridade para te soltar
e autoridade para te crucificar?"
N.:11Jesus respondeu:
S.:"Tu não terias autoridade alguma sobre mim,
se ela não te fosse dada do alto.
Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior".
Fora! Fora! Crucifica-o!
N.:12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
T.:"Se soltas este homem, não és amigo de César.
Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César".
N.:13Ouvindo estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal,
no lugar chamado "Pavimento", em hebraico "Gábata".

81
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

Era o dia da preparação da Páscoa,


14

por volta do meio-dia.


Pilatos disse aos judeus:
L.:"Eis o vosso rei!"
N.:15Eles, porém, gritavam:
T.:"Fora! Fora! Crucifica-o!"
N.:Pilatos disse:
L.:"Hei de crucificar o vosso rei?"
N.:Os sumos sacerdotes responderam:
T.:"Não temos outro rei senão César".
N.:16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado,
e eles o levaram.
Ali o crucificaram, com outros dois.
N.:17Jesus tomou a cruz sobre si
e saiu para o lugar chamado "Calvário",
em hebraico "Gólgota".
18Ali o crucificaram, com outros dois:

um de cada lado, e Jesus no meio.


19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro

e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:


"Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus".
20Muitos judeus puderam ver o letreiro,

porque o lugar em que Jesus foi crucificado


ficava perto da cidade.
O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.
21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:

T.:"Não escrevas 'O Rei dos Judeus',


mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'".
N.:22Pilatos respondeu:
L.:"O que escrevi, está escrito".
Repartiram entre si as minhas vestes.

82
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

N.:23Depois que crucificaram Jesus,


os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,
uma parte para cada soldado.
Quanto à túnica, esta era tecida sem costura,
em peça única de alto a baixo.
24Disseram então entre si:

L.:"Não vamos dividir a túnica.


Tiremos a sorte para ver de quem será".
N.:Assim se cumpria a Escritura que diz:
"Repartiram entre si as minhas vestes
e lançaram sorte sobre a minha túnica".
Assim procederam os soldados.
Este é o teu filho. Esta é a tua mãe.
N.:25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé
a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas,
e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela,

o discípulo que ele amava, disse à mãe:


S.:"Mulher, este é o teu filho".
N.:27Depois disse ao discípulo:
S.:"Esta é a tua mãe".
N.:Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
Tudo está consumado.
N.:28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado,
e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
S.:"Tenho sede".
N.:29Havia ali uma jarra cheia de vinagre.
Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre
e levaram-na à boca de Jesus.
30Ele tomou o vinagre e disse:

S.:"Tudo está consumado".


N.:E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

83
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

(Todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)


E logo saiu sangue e água.
N.:31Era o dia da preparação para a Páscoa.
Os judeus queriam evitar
que os corpos ficassem na cruz durante o sábado,
porque aquele sábado era dia de festa solene.
Então pediram a Pilatos
que mandasse quebrar as pernas aos crucificados
e os tirasse da cruz.
32Os soldados foram

e quebraram as pernas de um e, depois, do outro


que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava

morto, não lhe quebraram as pernas;


34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança,

e logo saiu sangue e água.


35Aquele que viu, dá testemunho

e seu testemunho é verdadeiro;


e ele sabe que fala a verdade,
para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura,

que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos".


37E outra Escritura ainda diz:

"Olharão para aquele que transpassaram".


Envolveram o corpo de Jesus com os aromas, em faixas de linho.
N.:38Depois disso, José de Arimateia,
que era discípulo de Jesus
– mas às escondidas, por medo dos judeus –
pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.
Pilatos consentiu.
Então José veio tirar o corpo de Jesus.
39Chegou também Nicodemos,

o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus.


Levou uns trinta quilos de perfume
feito de mirra e aloés.

84
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Leitor

40Então tomaram o corpo de Jesus


e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho,
como os judeus costumam sepultar.
41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim

e, no jardim, um túmulo novo,


onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa,

e como o túmulo estava perto,


foi ali que colocaram Jesus.
Palavra da Salvação.
Não se beija o livro.

85
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)


Começado o canto antes do Evangelho, todos se levantam. A história da Paixão do Senhor se lê sem
velas e incenso, sem saudação e sinal da cruz sobre o livro. Ela é proclamada pelo diácono ou, na sua
falta, pelo sacerdote. Pode ser proclamada também por leigos, reservando-se a parte do Cristo para o
sacerdote, se possível. (MR, p.225; CB 273)
Só os diáconos, mas não outros, pedem a bênção ao sacerdote, como habitualmente antes do
Evangelho.

N.: Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42


Prenderam Jesus e o amarraram.
N.: Naquele tempo,
1Jesus saiu com os discípulos

para o outro lado da torrente do Cedron.


Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos.
2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar,

porque Jesus costumava reunir-se aí


com os seus discípulos.
3Judas levou consigo um destacamento de soldados

e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus,


e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer,

saiu ao encontro deles e disse:


S."A quem procurais?"
N.:5Responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".
N.:Ele disse:
S.:"Sou eu".
N.:Judas, o traidor, estava junto com eles.
6Quando Jesus disse: "Sou eu",

eles recuaram e caíram por terra.


7De novo lhes perguntou:

S.:"A quem procurais?"


N.:Eles responderam:
T.:"A Jesus, o Nazareno".

86
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

N.:8Jesus respondeu:
S.:"Já vos disse que sou eu.
Se é a mim que procurais,
então deixai que estes se retirem".
N.:9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'.
10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo,

puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote,


cortando-lhe a orelha direita.
O nome do servo era Malco.
11Então Jesus disse a Pedro:

S.:"Guarda a tua espada na bainha.


Não vou beber o cálice que o Pai me deu?"
Conduziram Jesus primeiro a Anás.
N.:12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus
prenderam Jesus e o amarraram.
13Conduziram-no primeiro a Anás,

que era o sogro de Caifás,


o Sumo Sacerdote naquele ano.
14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:

L.:"É preferível que um só morra pelo povo".


N.:15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus.
Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote
e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote.
16Pedro ficou fora, perto da porta.

Então o outro discípulo,


que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu,
conversou com a encarregada da porta
e levou Pedro para dentro.
17A criada que guardava a porta disse a Pedro:

L.:"Não pertences também tu aos discípulos desse homem?"


N.:Ele respondeu:
L.:"Não!"

87
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

N.:18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira


e estavam-se aquecendo, pois fazia frio.
Pedro ficou com eles, aquecendo-se.
19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus

a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento.


20Jesus lhe respondeu:

S.:"Eu falei às claras ao mundo.


Ensinei sempre na sinagoga e no Templo,
onde todos os judeus se reúnem.
Nada falei às escondidas.
21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei;

eles sabem o que eu disse".


N.:22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava
deu-lhe uma bofetada, dizendo:
L.:"É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?"
N.:23Respondeu-lhe Jesus:
S.:"Se respondi mal, mostra em quê;
mas, se falei bem, por que me bates?"
N.:24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás,
o Sumo Sacerdote.
Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou: "Não!"
N.:25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se.
Disseram-lhe:
T.:"Não és tu, também, um dos discípulos dele?"
N.:Pedro negou:
L.:"Não!"
N.:26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote,
parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L.:"Será que não te vi no jardim com ele?"
N.:27Novamente Pedro negou.
E na mesma hora, o galo cantou.
O meu reino não é deste mundo.

88
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

N.:28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador.


Era de manhã cedo.
Eles mesmos não entraram no palácio,
para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:

L.:"Que acusação apresentais contra este homem?"


N.:30Eles responderam:
T..:"Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!"
N.:31Pilatos disse:
L.:"Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei".
N.:Os judeus lhe responderam:
T.:"Nós não podemos condenar ninguém à morte".
N.:32Assim se realizava o que Jesus tinha dito,
significando de que morte havia de morrer.
33Então Pilatos entrou de novo no palácio,

chamou Jesus e perguntou-lhe:


L.:"Tu és o rei dos judeus?"
N.:34Jesus respondeu:
S.:"Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim?"
N.:35Pilatos falou:
L.:"Por acaso, sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?"
N.:36Jesus respondeu:
S.:"O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui".
N.:37Pilatos disse a Jesus:

89
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

L.:"Então tu és rei?"
N.:Jesus respondeu:
S.:'Tu o dizes: eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto:
para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz".
N.:38Pilatos disse a Jesus:
L.:"O que é a verdade?"
N.:Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus,
e disse-lhes:
L.:"Eu não encontro nenhuma culpa nele.
39Mas existe entre vós um costume,

que pela Páscoa eu vos solte um preso.


Quereis que vos solte o rei dos Judeus?"
N.:40Então, começaram a gritar de novo:
T.:"Este não, mas Barrabás!"
N.:Barrabás era um bandido.
Viva o rei dos judeus!
N.:19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos

e colocaram-na na cabeça de Jesus.


Vestiram-no com um manto vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:

T.:"Viva o rei dos judeus!"


N.:E davam-lhe bofetadas.
4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:

L.:"Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós,


para que saibais que não encontro nele crime algum".
N.:5Então Jesus veio para fora,
trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho.
Pilatos disse-lhes:
L.:"Eis o homem!"

90
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

N.:6Quando viram Jesus,


os Sumos Sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
T.:"Crucifica-o! Crucifica-o!"
N.:Pilatos respondeu:
L.:"Levai-o vós mesmos para o crucificar,
pois eu não encontro nele crime algum".
N.:7Os judeus responderam:
T.:"Nós temos uma Lei,
e, segundo esta Lei, ele deve morrer,
porque se fez Filho de Deus".
N.:8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda.
9Entrou outra vez no palácio

e perguntou a Jesus:
L.:"De onde és tu?"
N.:Jesus ficou calado.
10Então Pilatos disse:

L.:"Não me respondes?
Não sabes que tenho autoridade para te soltar
e autoridade para te crucificar?"
N.:11Jesus respondeu:
S.:"Tu não terias autoridade alguma sobre mim,
se ela não te fosse dada do alto.
Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior".
Fora! Fora! Crucifica-o!
N.:12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus.
Mas os judeus gritavam:
T.:"Se soltas este homem, não és amigo de César.
Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César".
N.:13Ouvindo estas palavras,
Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal,
no lugar chamado "Pavimento", em hebraico "Gábata".

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

Era o dia da preparação da Páscoa,


14

por volta do meio-dia.


Pilatos disse aos judeus:
L.:"Eis o vosso rei!"
N.:15Eles, porém, gritavam:
T.:"Fora! Fora! Crucifica-o!"
N.:Pilatos disse:
L.:"Hei de crucificar o vosso rei?"
N.:Os sumos sacerdotes responderam:
T.:"Não temos outro rei senão César".
N.:16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado,
e eles o levaram.
Ali o crucificaram, com outros dois.
N.:17Jesus tomou a cruz sobre si
e saiu para o lugar chamado "Calvário",
em hebraico "Gólgota".
18Ali o crucificaram, com outros dois:

um de cada lado, e Jesus no meio.


19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro

e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:


"Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus".
20Muitos judeus puderam ver o letreiro,

porque o lugar em que Jesus foi crucificado


ficava perto da cidade.
O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.
21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:

T.:"Não escrevas 'O Rei dos Judeus',


mas sim o que ele disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'".
N.:22Pilatos respondeu:
L.:"O que escrevi, está escrito".
Repartiram entre si as minhas vestes.

92
Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

N.:23Depois que crucificaram Jesus,


os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,
uma parte para cada soldado.
Quanto à túnica, esta era tecida sem costura,
em peça única de alto a baixo.
24Disseram então entre si:

L.:"Não vamos dividir a túnica.


Tiremos a sorte para ver de quem será".
N.:Assim se cumpria a Escritura que diz:
"Repartiram entre si as minhas vestes
e lançaram sorte sobre a minha túnica".
Assim procederam os soldados.
Este é o teu filho. Esta é a tua mãe.
N.:25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé
a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas,
e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela,

o discípulo que ele amava, disse à mãe:


S.:"Mulher, este é o teu filho".
N.:27Depois disse ao discípulo:
S.:"Esta é a tua mãe".
N.:Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
Tudo está consumado.
N.:28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado,
e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
S.:"Tenho sede".
N.:29Havia ali uma jarra cheia de vinagre.
Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre
e levaram-na à boca de Jesus.
30Ele tomou o vinagre e disse:

S.:"Tudo está consumado".


N.:E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

(Todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)


E logo saiu sangue e água.
N.:31Era o dia da preparação para a Páscoa.
Os judeus queriam evitar
que os corpos ficassem na cruz durante o sábado,
porque aquele sábado era dia de festa solene.
Então pediram a Pilatos
que mandasse quebrar as pernas aos crucificados
e os tirasse da cruz.
32Os soldados foram

e quebraram as pernas de um e, depois, do outro


que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava

morto, não lhe quebraram as pernas;


34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança,

e logo saiu sangue e água.


35Aquele que viu, dá testemunho

e seu testemunho é verdadeiro;


e ele sabe que fala a verdade,
para que vós também acrediteis.
36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura,

que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos".


37E outra Escritura ainda diz:

"Olharão para aquele que transpassaram".


Envolveram o corpo de Jesus com os aromas, em faixas de linho.
N.:38Depois disso, José de Arimateia,
que era discípulo de Jesus
– mas às escondidas, por medo dos judeus –
pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.
Pilatos consentiu.
Então José veio tirar o corpo de Jesus.
39Chegou também Nicodemos,

o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus.


Levou uns trinta quilos de perfume
feito de mirra e aloés.

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Sexta-feira – PAIXÃO DO SENHOR – Cristo (S)

40Então tomaram o corpo de Jesus


e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho,
como os judeus costumam sepultar.
41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim

e, no jardim, um túmulo novo,


onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
42Por causa da preparação da Páscoa,

e como o túmulo estava perto,


foi ali que colocaram Jesus.
Palavra da Salvação.
Não se beija o livro.

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