Diagnóstico Energético Em Uma Indústria de (1)
Diagnóstico Energético Em Uma Indústria de (1)
Diagnóstico Energético Em Uma Indústria de (1)
JEANCARLOS LUCIETTO
CAMPO GRANDE - MS
ANO 2016
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO E GEOGRAFIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUSTENTABILIDADE
JEANCARLOS LUCIETTO
CAMPO GRANDE - MS
AGOSTO / 2016
ii
FOLHA DE APROVAÇÃO
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Neusa e Antenor, por sempre acreditarem no meu sucesso e pelos
incentivos ao longo de toda minha vida.
A minha esposa, Daiane, pelo companheirismo, incentivo, paciência, amor e por me
transmitir tranquilidade nos momentos de indecisão.
A meu filho, Jeancarlos Filho, pelo amor incondicional e pela alegria no olhar, que me
fortalece e incentiva a atingir meus objetivos.
Agradeço especialmente a Prof.ª Drª. Andrea Teresa Riccio Barbosa, minha orientadora
nessa dissertação, pela paciência, incentivo e pela orientação clara, precisa e eficiente,
fundamental para a conclusão deste trabalho.
Aos proprietários e gestores da empresa que disponibilizou os dados para a realização
desta pesquisa de mestrado.
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul pela oportunidade de aquisição de
conhecimento.
Aos colegas de mestrado pelas horas de convivência e pelo compartilhamento de
experiências e conhecimento.
A todos meus amigos e familiares pelo incentivo, pela preocupação e pelo carinho.
E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a construção desta pesquisa
de mestrado, meus sinceros agradecimentos.
v
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ iv
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... v
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................xii
LISTA DE EQUAÇÕES ......................................................................................................... xiv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .............................................................................. xv
LISTA DE SÍMBOLOS .......................................................................................................... xvi
RESUMO ............................................................................................................................... xvii
ABSTRACT ..........................................................................................................................xviii
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 19
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................... 20
1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 20
1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................... 21
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 21
2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................. 23
2.1 INDUSTRIAS DE EMBALAGENS PLÁSTICAS FLEXÍVEIS .............................. 23
2.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................................................................... 25
2.3 TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ................................................................ 32
2.4 INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................. 36
2.4.1 Fator de carga e preço médio .............................................................................. 37
2.4.2 Consumo e custo específico ................................................................................ 39
2.5 CUSTO DA GERAÇÃO PRÓPRIA .......................................................................... 40
2.6 ILUMINAÇÃO .......................................................................................................... 41
2.6.1 Iluminação industrial ........................................................................................... 42
2.7 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA .............................................................. 43
2.8 COMPRESSORES DE AR ........................................................................................ 45
2.8.1 Perdas por vazamentos ........................................................................................ 46
2.8.2 Localização do tubo de aspiração........................................................................ 46
2.8.3 Filtro de aspiração sujo ou inexistente ................................................................ 47
2.8.4 Inexistência de inclinação nas redes de distribuição ........................................... 47
2.8.5 Traçado da instalação inadequado....................................................................... 47
2.9 ANÁLISE DE VIABILIDADE DE INVESTIMENTO ............................................ 47
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 50
vi
3.1 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 50
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 50
3.3 PROCESSO PRODUTIVO ........................................................................................ 51
3.4 MÉTODO DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 52
4 RESULTADOS ................................................................................................................. 56
4.1 FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA ........................................................................ 56
4.2 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE FILMES
PLÁSTICOS ............................................................................................................... 56
4.2.1 Extrusora ............................................................................................................. 56
4.2.2 Impressora Flexográfica ...................................................................................... 58
4.2.3 Laminadora.......................................................................................................... 59
4.2.4 Refiladoras .......................................................................................................... 60
4.2.5 Corte e solda ........................................................................................................ 61
4.2.6 Apoio ................................................................................................................... 62
4.3 CARGA INSTALADA .............................................................................................. 63
4.4 LEVANTAMENTO DAS DESPESAS COM ENERGIA DA INDÚSTRIA ........... 64
4.5 LEVANTAMENTO DAS DESPESAS COM O SISTEMA DE GERAÇÃO
PRÓPRIA DE ENERGIA .......................................................................................... 66
4.6 TARIFAÇÃO DE ENERGIA .................................................................................... 69
4.6.1 Dados levantados................................................................................................. 69
4.6.2 Análise tarifária ................................................................................................... 74
4.6.2.1 Primeira análise .................................................................................. 75
vii
4.10 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ................................................................................ 104
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 107
6 CONCLUSÃO................................................................................................................. 109
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 110
viii
LISTA DE FIGURAS
ix
Figura 29 - Economia anual referente aos diferentes valores de demanda simulados,
considerando o histórico de demanda do período julho/2014 a junho de 2015. ...................... 79
Figura 30 - Fator de carga entre julho de 2014 a junho de 2015. ............................................. 80
Figura 31 - Curva de demanda obtida por meio da memória de massa para o mês de abril de
2015. ......................................................................................................................................... 81
Figura 32 - Evolução do preço médio de energia elétrica considerando a energia consumida na
ponta e fora de ponta para o período de julho de 2014 a junho de 2015. ................................. 83
Figura 33 - Evolução do preço médio de energia elétrica considerando a energia consumida
apenas da concessionária para o período de julho de 2014 a junho de 2015. .......................... 84
Figura 34 - Custo específico de energia elétrica da empresa estudada para o período de agosto
de 2014 a junho de 2015. .......................................................................................................... 86
Figura 35 - Consumo específico de energia elétrica e produção da empresa para o período de
agosto de 2014 a junho de 2015. .............................................................................................. 87
Figura 36 - Curva de distribuição de frequência das demandas de energia para o mês de abril
da empresa analisada. ............................................................................................................... 90
Figura 37 - Distribuição de frequência da demanda para o faturamento do mês de março. .... 91
Figura 38 - Distribuição de frequência da demanda para o faturamento do mês de abril. ....... 92
Figura 39 - Distribuição de frequência da demanda para o faturamento do mês de maio. ...... 92
Figura 40 - Curva de distribuição de frequência das demandas de energia para o mês de abril
da empresa analisada. ............................................................................................................... 92
Figura 41 - Distribuição de frequência de potência da Coextrusora 06. .................................. 94
Figura 42 - Distribuição de frequência de potência da Extrusora 04. ...................................... 95
Figura 43 - Distribuição de frequência de potência da Recuperadora. ..................................... 95
Figura 44 - Distribuição de frequência de potência dos insufladores do setor de corte e solda.
.................................................................................................................................................. 96
Figura 45 - Distribuição de frequência de potência dos insufladores do setor de extrusão. .... 96
Figura 46 - Distribuição de frequência de potência dos insufladores do setor de impressão. .. 96
Figura 47 - Indisponibilidade da carga para a demanda de 830 kW. ....................................... 97
Figura 48 - Indisponibilidade da carga para a demanda de 830 kW referente ao mês de
abril/2015. ................................................................................................................................. 98
Figura 49 - Ponto de vazamento 01. ....................................................................................... 100
Figura 50 - Ponto de vazamento 50. ....................................................................................... 100
x
Figura 51 - Aparelho analisador de energia RE 7000 da Embrasul instalado no quadro de força
dos compressores. ................................................................................................................... 101
Figura 52 - Demanda de energia elétrica proveniente dos vazamentos e potência nominal do
compressor. ............................................................................................................................. 102
Figura 53 - Curvas de demanda do sistema de ar comprimido durante três dias da semana e
curva de demanda proveniente dos vazamentos. .................................................................... 103
Figura 54 - Visão geral do sistema de iluminação da indústria. ............................................. 104
Figura 55 - Lâmpadas fluorescentes. ...................................................................................... 104
xi
LISTA DE TABELAS
xii
Tabela 20 - Despesas com energia elétrica relativas à utilização da energia elétrica da
concessionária considerando o período de julho de 2014 a junho de 2015 para a modalidade
tarifária azul. ............................................................................................................................. 76
Tabela 21 - Despesas com energia elétrica relativas à utilização da energia elétrica da
concessionária no período fora de ponta e geradores a diesel no horário de ponta. ................. 77
Tabela 22 - Faturamento mensal e anual para os valores de demanda considerados. .............. 78
Tabela 23 - Indicadores de eficiência energética para o período de julho de 2014 a junho de
2015. ......................................................................................................................................... 85
Tabela 24 - Dados dos produtos da extrusora 4 em que foram medidos os dados elétricos do dia
27/08/2015 ao dia 28/08/2015. ................................................................................................. 88
Tabela 25 - Indicadores de eficiência energética para os produtos analisados considerando as
diferentes bandeiras tarifárias. .................................................................................................. 88
Tabela 26 - Dados das produções e indicadores de eficiência energética acompanhadas. ...... 89
Tabela 27 - Simulação do valor de demanda a ser controlada. ................................................ 93
Tabela 28 - Resumo das medições realizadas com o aparelho analisador de energia para algumas
máquinas da empresa. ............................................................................................................... 94
Tabela 29 - Compressores de ar que alimentam o setor produtivo. ......................................... 99
Tabela 30 - Medições referentes ao tempo de alívio do compressor........................................ 99
Tabela 31 - Comparação entre lâmpadas de vapor metálico e LED ...................................... 105
Tabela 32 - Comparação entre lâmpadas tubulares fluorescentes e LED .............................. 106
Tabela 33 - Economia financeira identificada e percentual em relação ao total faturado entre
julho de 2014 e junho de 2015. .............................................................................................. 109
xiii
LISTA DE EQUAÇÕES
xiv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
% Porcentagem
R$ Unidade monetária em reais
MWh Unidade de energia em megawatthora
LUX Unidade de iluminamento em Lux
HZ Unidade de frequência em Hertz
CV Unidade de potência em cavalo-vapor
kW Unidade de potência elétrica em quilowatt
N,H e D Categorias de motores elétricos
COS ϕ Cosseno do ângulo ϕ
V Unidade de tensão elétrica em Volt
Η Rendimento
Vac Unidade de tensão elétrica emVolt (em regime de corrente alternada)
CTN Carga térmica normal
BTU/h Unidade térmica britânica por hora
Pb Potência da bomba hidráulica
ºC Unidade de temperatura em graus celsius
Kg/cm² Unidade de pressão em kilograma por centímetro quadrado
M Unidade de comprimento em metro
Mm Unidade de comprimento em milímetro
A Unidade de corrente elétrica em Ampere
kVA Unidade de potência ativa em quilovolt-ampere
kVAr Unidade de potência reativa em quilovolt-ampere reativo
m² Unidade de área em metro quadrado
m³ Unidade de volume em metros cúbico
h Unidade de tempo em hora
mim Unidade de tempo em minuto
kWh Unidade de energia elétrica em quilowatthora
HP Unidade de potência em horse power
kW/ano Quilowatt por ano
xvi
RESUMO
xvii
ABSTRACT
This paper presents a study of efficiency and power management in a packaging industry and
plastic films. The aim of the study was to identify potential electricity savings, reduction of
energy costs and losses in the industrial process and propose a model of energy management
through indicators for the efficient use of electricity in industrial consumers supplied at high
voltage. As advantages we have the possibility of economic and operational benefits to the
industry, making it more competitive in the market in which it operates. The methodology was
based on theoretical reviews and technical consumer profile analysis of energy and industrial
machinery and processes, recommending feasible and economically viable change for industrial
energy efficiency. As a result it was found that the company saves R$ 84,553.00 per year using
the green rate coupled with the use of energy self-generation system in peak hours. However,
there is potential annual savings of R$ 3,146.00 just suiting the demand contract. Added to this,
the analysis of industrial systems there was potential savings R$ 86,397.00 per year in
compressed air system and R$ 16.588,00 in the lighting system. Thus, the total identified
savings represented 12.46% of energy sales in the period. Finally, energy efficiency indicators
show that there is variation in industrial production cost and serve as a parameter for monitoring
the evolution of the efficiency of industrial processes.
xviii
19
1 INTRODUÇÃO
1
Países que têm alto nível de desenvolvimento econômico e social, tomando como base alguns critérios, como a
renda per capta e o valor interno bruto per capta de cada país.
20
consumidores atendidos em alta e baixa tensão, de forma que se pagaria o mesmo valor pela
energia, e valores diferentes para os encargos e uso do sistema de transmissão e distribuição.
Com esta mudança os consumidores em alta tensão passaram a ter reajustes maiores em suas
contas de energia. Com isso, as indústrias passaram a avaliar melhor os contratos de
fornecimento de energia elétrica [TONIM, 2009].
A gestão de energia consiste nas ações de planejamento, análise, controle, comunicação
e definição de ações aplicadas ao uso da energia em uma planta industrial [HADDAD et. al,
2005]. Neste contexto, a eficiência energética, do ponto de vista empresarial, é definida como
o uso controlado e eficaz da energia, a fim de maximizar os lucros. É uma aplicação estruturada
de uma série de técnicas que permite a organização identificar e implementar ações que
reduzam o consumo e o custo com energia [BATISTA, 2013].
Sob o enfoque da conservação de energia elétrica através de seu uso racional este
trabalho apresenta um diagnóstico da eficiência energética em uma indústria de filmes plásticos,
localizada na cidade de Dourados, MS. O objetivo central é identificar potenciais de economia
de energia elétrica e apresentá-los à empresa como uma oportunidade de redução de custo.
A análise do consumo de energia elétrica utiliza como referência o histórico de consumo
de energia, da qual são extraídas informações como as características operacionais e a
sazonalidade. Os resultados podem auxiliar a tomada de decisão nas questões que envolvem
alterações no contrato de fornecimento de energia da empresa com a concessionária
distribuidora de energia elétrica.
As alterações físicas do ambiente como a substituição de máquinas e equipamentos por
modelos mais eficientes e a otimização de processos industriais visam a redução do desperdício
de energia elétrica e a consequente redução do custo com a eletricidade.
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
Desde que o petróleo foi descoberto, no final do século XIX, ele vem sendo consumido
pela sociedade de forma abundante. Na década de 70 o mundo sentiu um forte impacto
decorrente do embargo dos países membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo), fato que triplicou o preço do barril de petróleo em um período de sete anos, resultando
na chamada crise do petróleo [MARTIN, 1992].
O Brasil sentiu os efeitos da crise no abastecimento de petróleo e no fornecimento de
energia elétrica. Atualmente o país ainda sente as consequências pela falta do investimento
necessário para contornar este cenário.
A demanda por energia encontra-se em constante ascensão no mundo, seja pelo
crescimento acelerado dos países em desenvolvimento e seus bilhões de habitantes, seja pela
mudança de hábitos que as tecnologias modernas têm proporcionado às populações de países
desenvolvidos [GALDINO; MOTHÉ, 2007].
Contraposto ao aumento do consumo observam-se as instabilidades políticas e sociais
dos países produtores de petróleo, cujas reservas, dentro de algumas décadas, entrarão em
depleção [GUARDABASSI, 2006]. Com isso a sociedade percebeu há alguns anos que a
energia não iria continuar barata e abundante como até então. Aumentando, assim, a
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2
Produto derivado do petróleo, utilizado na produção de embalagens plásticas flexíveis.
24
1é possível visualizar o desempenho da produção do setor nos últimos nove anos [ABIEF,
2015].
trouxeram argumentos que destacam a eficiência energética, uma vez que estão relacionados
ao alto consumo de energia elétrica [EPE, 2010].
No Brasil, dentre as iniciativas de eficiência energética que vêm sendo desenvolvidas
há mais de 20 anos, estão o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo
Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), o Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (PROCEL), coordenado pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobrás) e
o Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo Brasileiro S.A
(CONPET), cuja coordenação executiva é de responsabilidade da Petróleo Brasileiro S.A
(Petrobrás). Há também uma linha de financiamento específica para apoio a projetos de
eficiência energética, o Programa de Apoio a Projetos de Eficiência Energética (PROESCO),
criado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) [EPE, 2010].
O PBE fornece informações sobre a eficiência energética dos produtos, considerando
atributos como o desempenho energético para que o consumidor possa tomar decisões de
compra mais conscientes. Ele também estimula a produção de produtos mais eficientes,
favorecendo a competitividade de produtos com melhor desempenho energético [INMETRO,
2014].
O PROCEL atua em ações dirigidas à conservação de energia elétrica através da
racionalização do uso da energia elétrica e de incentivos ao desenvolvimento de produtos mais
eficientes e de menor custo [CAMPOS, 2004].
O CONPET tem como principal ação racionalizar o consumo dos derivados do petróleo,
reduzir a emissão de gases poluentes, promover a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico e
fornecer apoio técnico para o aumento da eficiência no uso final da energia nos setores
residenciais, industriais e de transporte [CONPET, 2012].
O PROESCO, é um programa do BNDES fornecido às empresas de serviços de
conservação de energia, usuários finais de energia e empresas de geração, transmissão e
distribuição de energia. Através do programa são financiados empreendimentos que contribuam
para a economia de energia e que aumentem a eficiência global do sistema energético, ou que
promovam a substituição da utilização de combustíveis fósseis por energias renováveis
[BNDES, 2012].
Ao longo desses anos, verificou-se que é possível retirar uma parcela do consumo de
energia por meio de iniciativas de ações de eficiência energética [EPE, 2010]. Segundo
Schaeffer (2005), são consideráveis os benefícios que o sistema elétrico brasileiro pode ter se
27
Para Sobrinho (2011), o uso eficiente da energia deve diminuir os custos, aumentar o
lucro e melhorar a posição competitiva, pois o retorno financeiro é o principal resultado de um
sistema de gestão energética bem-sucedido.
Para o setor industrial, a energia é um insumo essencial. É sempre possível reduzir os
gastos com os insumos de produção, neste sentido, uma das ações é atuar para diminuir os
gastos com energia elétrica, reduzindo assim o preço final do produto ou serviço prestado
[TONIM, 2009].
O consumo industrial de energia elétrica compreende, em média, a 55% do consumo
total dos três setores (comercial, industrial e residencial), o que denota a importância em se
atuar para diminuir a demanda de energia desse setor.
No Brasil, o setor industrial foi o maior consumidor de energia elétrica nos últimos anos,
o que mostra uma oportunidade para uma proposta de gerenciamento de energia elétrica neste
setor, como pode ser verificado na Figura 4. No setor industrial os motores elétricos respondem
pelo maior percentual do consumo de eletricidade, conforme Figura 5.
A compreensão da estrutura tarifária e dos cálculos dos valores expressos nas faturas de
energia elétrica é um parâmetro essencial para a tomada certa de decisão em projetos de
conservação de energia. A análise que compõe esta estrutura é indispensável para uma decisão
quanto ao uso eficiente da energia [SANTOS, 2006].
A fatura de energia é um resumo dos parâmetros de consumo que retrata a forma como
ela está sendo utilizada. A análise histórica, com no mínimo 12 faturas, apresenta um quadro
rico de informações e torna-se a base de comparações para futuras mudanças, procurando medir
os potenciais de energia e de economia [SANTOS, 2006].
A análise da estrutura tarifária permite que o instrumento contratual da energia se ajuste
às necessidades do consumidor, o que pode reduzir as despesas com a energia elétrica
[SANTOS, 2006]. Também possibilita o entendimento dos parâmetros de consumo de uma
determinada unidade consumidora. Esta análise permite verificar a necessidade de ajuste do
contrato de fornecimento de energia de forma a reduzir os custos com energia elétrica.
A resolução n° 414 de 2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
estabelece de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica no Brasil.
O custo da energia elétrica sofre influência de vários fatores, dentre eles os níveis de
tensão de fornecimento, que estão divididos em dois grupos: baixa e alta tensão. Quanto maior
a tensão, mais barata é a tarifa de energia elétrica [ANEEL, 2010].
Grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em
tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição
em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia, aquela que é constituída por valores
aplicáveis ao consumo de energia elétrica ativa e à demanda faturável3. O grupo A é subdividido
nos seguintes subgrupos:
a) subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;
b) subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
c) subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV;
d) subgrupo A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;
e) subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;
3
É a maior demanda, comparando-se a demanda medida e a demanda contratada.
33
multiplicada pelo número de horas. Para um fator de carga >0,7 no horário de ponta a
modalidade azul é a mais interessante, isto porque a tarifa de consumo na ponta desta
modalidade é mais baixa, porém a demanda é alta, tornando a azul mais interessante. Logo para
as unidades consumidoras com um consumo baixo na ponta a verde é a que apresenta maior
viabilidade já que só se paga demanda em apenas um horário (ponta ou fora de ponta).
Em 2015, uma mudança no modelo tarifário brasileiro, no que se refere ao período seco
e úmido entrou em vigor. A partir deste ano, fica estabelecido o sistema de bandeira tarifária,
que é dividido nas cores verde, amarela e vermelha. A bandeira verde representa que há
condições favoráveis de geração de energia, a amarela indica condições de geração menos
favoráveis e a vermelha, condições mais custosas para a geração de energia elétrica. A bandeira
em vigor é informada aos consumidores durante o ano [ANEEL, 2015]. A taxa cobrada para
cada uma das bandeiras pode ser visualizada na Tabela 1.
Com a adoção das bandeiras tarifárias, a tarifação deixa de depender dos dados de
geração do ano anterior, que definiam o período seco e úmido, para caracterizar o status atual
da geração, no modelo de bandeiras nas cores verde, amarelo e vermelho, associado às
variações do custo marginal de operação no mesmo ano. Assim, o consumidor perceberá a
variação do preço de liquidação da segurança energética no processo tarifário no mesmo ano,
ao invés do ano seguinte, como no modelo anterior [ANEEL, 2015].
Uma forma de reduzir a dependência da energia fornecida pelas concessionárias é a
utilização de unidades de geração própria de energia pelo consumidor. Esta unidade de geração
própria pode ser ativada em períodos onde o custo da energia é mais elevado ou em situações
de emergência, como a falta de fornecimento pela concessionária. O custo elevado de
manutenção e o aumento da poluição são fatores a serem considerados na aquisição de uma
unidade de geração própria, pois os insumos utilizados normalmente são provenientes de fontes
de energia não renováveis,
35
Porém mesmo assim, muitas indústrias que necessitam trabalhar no horário de ponta
fazem o uso de geradores a diesel, isto porque o valor do MWh está em torno de 700 a 800
reais, sendo portanto inferior à tarifa de consumo no horário de ponta.
Para a análise do custo da energia é necessário a apresentação das equações utilizadas
para a obtenção das despesas associadas ao fornecimento de energia pela concessionária, e o
custo da geração própria de energia. A Equação 1 e Equação 2 serão utilizadas para a
determinação das despesas com energia para os consumidores enquadrados na modalidade
tarifária azul e verde, respectivamente [BATISTA, 2013].
Equação 1
𝐹𝐴𝑧𝑢𝑙 = 𝑇𝐶𝑃 ∙ 𝐶𝑃 + 𝑇𝐶𝐹𝑃 ∙ 𝐶𝐹𝑃 + 𝑇𝐷𝑃 ∙ 𝐷𝑃 + 𝑇𝐷𝐹𝑃 ∙ 𝐷𝐹𝑃
Onde:
Fazul - Faturamento modalidade tarifária azul [R$]
TCp - Tarifa de consumo na ponta [R$/kWh]
Cp - Consumo na ponta [kWh]
TCfp - Tarifa de consumo fora da ponta [R$/kWh]
Cfp - Consumo fora ponta [kWh]
TDp - Tarifa de demanda na ponta [R$/kW]
Dp - Demanda na ponta [kW]
TDfp -Tarifa de demanda fora da ponta [R$/kW]
Dfp - Demanda fora da ponta [kW]
Equação 2
𝐹𝑉𝑒𝑟𝑑𝑒 = 𝑇𝐶𝑃 ∙ 𝐶𝑃 + 𝑇𝐶𝐹𝑃 ∙ 𝐶𝐹𝑃 + 𝑇𝐷 ∙ 𝐷𝐴𝐶
Onde:
Fverde - Faturamento modalidade tarifária verde [R$]
TCp - Tarifa de consumo na ponta [R$/kWh]
Cp - Consumo na ponta [kWh]
TCfp - Tarifa de consumo fora da ponta [R$/kWh]
Cfp - Consumo fora ponta [kWh]
TD - Tarifa de demanda [R$/kW]
DAC - Demanda contratada [kW]
Equação 3
𝐷𝑈 = (𝐷𝐴𝑀 − 𝐷𝐴𝐶) ∙ 2 ∙ 𝑇𝐷
Onde:
DU - Valor correspondente à demanda de potência ativa excedente [R$]
DAM - Demanda de potência ativa medida [kW]
DAC - Demanda de potência ativa contratada [kW]
TD - Tarifa de demanda [R$/kW]
Analisar o histórico das faturas de energia elétrica não é suficiente para definir uma
empresa quanto à eficiência energética em seus processos. Isto ocorre, principalmente, pela
forma como a energia é utilizada na produção da empresa. Neste sentido, para classificar a
eficiência energética de uma unidade consumidora, define-se que, quando uma indústria
consegue fabricar o mesmo produto ou desenvolver o mesmo serviço, com uma demanda ou
consumo de energia menor, esta realizou o processo com maior eficiência energética. Os
indicadores mais utilizados para o desempenho energético são: o fator de carga, o preço médio,
o consumo específico e o custo específico da energia elétrica [BATISTA, 2013].
37
Equação 5
𝐶𝑃
𝐹𝐶𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 =
𝐷 ∙ 𝑁𝐻𝑃
Onde:
FCp - Fator de carga na ponta
Cp - Consumo na ponta [kWh]
Dp - Demanda na ponta [kW]
NHP - Número de horas no horário de ponta [horas]
38
Equação 6
𝐶𝐹𝑃
𝐹𝐶𝐹𝑃 =
𝐷𝐹𝑃 ∙ 𝑁𝐻𝐹𝑃
Onde:
FCfP - Fator de carga fora de ponta
Cfp - Consumo fora de ponta [kWh]
Dfp - Demanda fora de ponta [kW]
NHfp - Número de horas no horário fora de ponta [horas]
Segundo Oliveira (2006), deve-se verificar o valor do fator de carga nas últimas 12
faturas de energia elétrica. Através da análise destes dados, observam-se os meses onde o fator
de carga está mais próximo de “um”, avaliam-se os fatos ocorridos no período e otimiza-se a
gestão para que se mantenha o fator de carga neste valor.
Considerando as diferentes formas de utilização da energia, e sua associação com o fator
de carga, consumidores de uma mesma modalidade tarifária, sujeitos às mesmas tarifas, podem
apresentar preços médios de energia diferentes [HADDAD et. al, 2005]. Neste sentido, o preço
médio pode ser calculado utilizando-se as Equação 7 e Equação 8. Observa-se que quanto maior
o fator de carga, menor é o preço médio da energia elétrica pago pela unidade consumidora.
Equação 7
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑃𝑀 =
𝐶
Onde:
PM - Preço médio [R$/kWh]
Faturamento - Fatura de Energia Elétrica [R$]
C - Consumo total de energia elétrica [kWh]
Equação 8
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑃𝑀 =
𝐷 . 𝑁𝐻. 𝐹𝐶
Onde:
PM- Preço médio [R$/kWh]
Faturamento - Fatura de Energia Elétrica [R$]
D - Demanda de energia Elétrica [kW]
NH - Número de horas [horas]
FC - Fator de carga
39
Equação 10
𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 =
𝑃
Onde:
Faturamento - Fatura de Energia Elétrica [R$]
P - Produção [toneladas ou quilogramas]
Equação 11
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 = 𝑃𝑀 ∙ 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜
Onde:
PM – Preço médio da energia elétrica [em R$ por tonelada ou R$ por quilograma]
Para reduzir o custo específico é necessário um menor preço médio ou consumo
específico. De acordo Haddad et. al (2005), a redução do consumo específico pode ser realizada
40
Equação 12
𝐹
𝑉𝑃 =
(1 + 𝑗)𝑛
Onde:
VP - Valor presente [R$]
F - Valor futuro do investimento [R$]
j - Taxa de juros [a.a]
n - Número de período [anos]
Equação 13
𝑗. (1 + 𝑗)𝑛 𝑗. (1 + 𝑗)𝑛
𝐶𝐴𝐸 = 𝑉𝑃1 [ ] − 𝑉𝑃2 [ ]
(1 + 𝑗)𝑛 − 1 (1 + 𝑗)𝑛 − 1
Onde:
CAE - Custo anual equivalente [R$]
VP1 - Valor presente do investimento total [R$]
VP2 - Valor presente do valor residual do grupo gerador [R$]
j - Taxa de juros [a.a]
n - Número de período [anos]
4
Geração de energia elétrica realizada na própria empresa através do uso de unidades geradoras de energia elétrica.
41
2.6 ILUMINAÇÃO
5
É uma grandeza de luminosidade, que faz a relação entre o fluxo luminoso que incide na direção perpendicular
a uma superfície e a sua área.
42
economia de energia de até 80%, e uma vida útil maior. Somado a isso ainda possuem boas
definições de cores [ARAÚJO, 2007].
A substituição de lâmpadas comuns por eficientes resulta em uma significativa
diminuição no consumo de energia elétrica, isso não significa que o ambiente será menos
iluminado, algumas lâmpadas eficientes emitem um fluxo luminoso maior do que o emitido por
lâmpadas comuns, melhorando a iluminação com um menor ou igual consumo de energia
[COSTA, 2006].
Na Tabela 2 é apresentado um exemplo de comparação entre dois tipos de lâmpadas
fluorescentes tubulares do mesmo fabricante [SYLVANIA, 2014]. Pode-se observar que a
lâmpada que consome 32W emite um fluxo luminoso maior do que a que consome 40W.
Equação 14
Pnecessária = Pm x M
2.8 COMPRESSORES DE AR
6%
16%
78%
Figura 9 - Divisão dos gastos envolvidos de um compressor durante sua vida útil.
Fonte: adaptado de Saidur et. al. (2009).
Manutenção limitada;
Vazão superior a necessária pelo processo;
Pouca utilização de controladores de velocidade;
Pouca utilização de motores de alto rendimento, menos de 5%.
As indústrias geralmente não avaliam os custos envolvidos na geração de ar
comprimido, este que como já foi mencionado é um sistema com baixa eficiência, por falta de
informações quanto aos fatores que poderiam reduzir os custos com este sistema.
Segundo Procel (2005), os principais problemas que acarretam aumento de consumo de
energia em sistemas de ar comprimido são:
máquinas onde está instalado, cuja temperatura tende a ser mais elevada do que a do ar externo.
Por exemplo: se a temperatura do ar externo for de 32°C e a do ar aspirado for de 40°C, a
possibilidade de economia é de 3,8% da potência do compressor.
Equação 15
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑃𝑅𝑆 =
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎
Onde:
PRS – Período de retorno simples [R$]
48
Equação 16
(1 + 𝑗)𝑛 ∙ 𝑖
𝑃𝑅𝐷 = 𝑛 . 𝑃𝑅𝑆 .
(1 + 𝑗)𝑛 − 1
Onde:
PRD – Período de retorno descontado [R$]
j - Taxa de juros [a.a]
n - Número de período [anos]
i – Taxa de desconto escolhida
Equação 17
𝐹𝐶𝑥1 𝐹𝐶𝑥2 𝐹𝐶𝑥𝑛
𝑉𝑃𝐿 = 𝐹𝐶0 + + …
(1 + 𝑖)¹ (1 + 𝑖)² (1 + 𝑖)𝑛
Onde:
FCx - Fluxo de caixa no período
i - é a taxa de desconto escolhida
Equação 18
𝑛
𝐹𝐶𝑡
𝑉𝑃𝐿 = ∑ − 𝐼0
(1 + 𝑘)𝑐
𝑐=1
Onde:
FCt – valor presente das entradas de caixa;
𝐼0 – Investimento inicial;
k – taxa de desconto (igual ao custo de capital de empresa);
t – tempo de desconto de cada entrada de caixa;
n - tempo de desconto do último fluxo de caixa.
50
3 METODOLOGIA
através do monitoramento de indicadores que definem a forma como a energia está sendo
utilizada no processo produtivo. Desta forma, o conceito de eficiência energética pode ser
medido através de indicadores que mostram como a empresa pode produzir a mesma quantidade
de produto, com mesma qualidade, gastando menos energia elétrica [BATISTA, 2013].
Dentro deste contexto, neste trabalho foram adotados os indicadores recomendados por
Batista (2013), que orienta a utilização de indicadores específicos para a mensuração da
eficiência energética em processos produtivos industriais. Estes indicadores apresentam com
clareza a relação de consumo versus insumo utilizado. Para isso, os indicadores de energia
utilizados foram o Fator de Carga (FC), o Preço Médio (PM), o Consumo Específico e o Custo
Específico.
Para o cálculo dos indicadores foram considerados os aumentos tarifários verificados
no primeiro quadrimestre de 2016 e como resultado foi possível observar os impactos destes
aumentos nos valores de produção, através da análise temporal dos indicadores de eficiência
energética.
Durante a realização do estudo, foram veriricadas distorções na utilização da demanda
de energia elétrica contratada pela indústria. Para contornar esta problemática, foi elaborado
um estudo para a instalação de um controlador automático de demanda. Neste sentido, foram
avaliadas as curvas de demanda, geradas a partir de dados coletados pelo medidor de energia
da concessionária, e as curvas de distribuição de frequências das máquinas, levantadas
utilizando o aparelho analisador de energia RE 7000 da Embrasul. Ao final foi realizada a
análise da viabilidade de instalação do controlador de demanda.
Todos os dados foram obtidos in loco, bem como pesquisados através de medição direta
ou coleta de informações da concessionária de energia elétrica Energisa. Os dados, as análises
e os resultados serão apresentados no próximo capítulo.
Para a melhor compreensão das ações realizadas neste trabalho, algumas metodologias
empregadas foram detalhadas em meio a análise e apresentação dos resultados.
56
4 RESULTADOS
4.2.1 Extrusora
O processo produtivo de filmes plásticos é iniciado no setor de extrusão, onde as
máquinas extrusoras transformam matéria prima em bobinas de filme plástico.
O funcionamento da extrusora consiste na extrusão a quente de material plástico, moído
ou granulado. A matéria prima passa por um cilindro aquecido por resistências elétricas que a
fundem e forçam a sua passagem por telas de aço que retém impurezas, encaminhando o
plástico derretido para a matriz de extrusão, onde um jato de ar comprimido, soprado
57
constantemente, expande o material formando um balão contínuo de filme plástico. Por fim,
roletes cilíndricos achatam o filme que posteriormente é armazenado em bobinas.
A empresa possui 6 extrusoras com capacidade individual de produção de 350 kg/h de
filmes plásticos, localizadas no setor de Extrusão. Na Figura 13 é possível visualizar um
exemplar da máquina. Os dados de carga de cada máquina podem ser observados na Tabela 4
onde podem ser visualizadas a potência dos motores, potência das resistências elétricas, outras
potências observadas e a potência total.
As extrusoras normalmente funcionam 24 horas por dia de segunda a sábado, no
domingo elas são revisadas no programa de manutenção preventiva da empresa e eventualmente
também são ativadas, dependendo da demanda por produção.
4.2.3 Laminadora
A laminadora é uma máquina utilizada para unir dois ou mais filmes plásticos e/ou
metálicos. É capaz de laminar, realizar aplicações de laqueados, vernizes e impressões em uma
cor em rotogravatura. Tem como finalidade aumentar a espessura e a rigidez dos filmes
plásticos, além de proporcionar proteção e beleza ao produto. A máquina recebe a bobina
padrão e através de seus sistemas rotativos realiza a laminação dos filmes plásticos. Este
processo uma vez iniciado é realizado de forma automática e contínua até que a bobina de saída
atinja o diâmetro previamente definido.
A empresa possui 3 máquinas com capacidade de laminação de 142 t/mês de filmes
plásticos. Na Figura 15 é possível visualizar um exemplar da máquina e os dados de carga de
cada máquina podem ser observados na Tabela 6, onde podem ser visualizadas a potência dos
motores, potência em resistência elétrica, outras potências observadas e a potência total.
As laminadoras normalmente funcionam em 2 turnos de 8 horas de segunda a sábado,
no domingo elas são revisadas no programa de manutenção preventiva e eventualmente também
são ativadas, dependendo da demanda por produção.
4.2.4 Refiladoras
As refiladoras são máquinas concebidas para transformar uma bobina padrão
proveniente da extrusão e impressão em bobinas menores com tamanhos e pesos especificados.
A máquina recebe a bobina padrão e através do movimento rotativo de cilindros
metálicos, passa o filme plástico por laminas de corte que redimensionam a bobina para novas
especificações. Este processo, uma vez iniciado é realizado de forma automática e contínua até
que a bobina de saída atinja o diâmetro previamente definido.
A empresa possui 6 máquinas com capacidade de laminação de 120t/mês de filmes
plásticos. Na Figura 16 é possível visualizar um exemplar da máquina e os dados de carga de
cada máquina podem ser observados na Tabela 7, onde podem ser visualizadas a potência dos
motores, potência em resistência elétrica, outras potências observadas e a potência total.
As refiladoras normalmente funcionam em 2 turnos de 8 horas de segunda a sábado, no
domingo elas são revisadas no programa de manutenção preventiva e eventualmente também
são ativadas, dependendo da demanda por produção.
4.2.6 Apoio
A empresa conta com máquinas que não tem função direta no processo produtivo dos
filmes plásticos, no entanto, estas máquinas servem de apoio à produção, sendo responsáveis
pelo fornecimento de elementos complementares que possibilitam o funcionamento das
máquinas que produzem os filmes plásticos. A Figura 18 apresenta um exemplo das máquinas
que compõem o setor de apoio. Os dados de carga de cada máquina podem ser observados na
Tabela 9 podem ser visualizadas a potência dos motores, potência em resistência elétrica, outras
potências observadas e a potência total. Os dados foram obtidos nos manuais das máquinas.
As máquinas de apoio são utilizadas para manutenção e apoio a produção, não possuem
jornada de trabalho definida, sendo ativadas por demanda.
(Continuação)
Setor Máquina Potência Potência Potência Potência
dos Resistências (Outros) Total
Motores [kW] [kW] [kW]
[kW]
Apoio Compressor 01 40,89 0 0 40,89
Compressor 02 40,89 0 0 40,89
Compressor 03 24,53 0 0 24,53
Refrigerador 89,91 0 0 89,91
Bomba 2,44 0 0 2,44
Insufladores 71,00 0 0 71,00
Recuperadora6 8,89 0 0 8,89
Torno Manual 7,16 0 0 7,16
Aspirador 4,44 0 0 4,44
Total 1562,91 1119,22 48,40 2730,53
Na Figura 19 pode ser observado a divisão da carga instalada na indústria por setor
produtivo. Os setores com maiores cargas instaladas são os de Impressão e Extrusão, que juntos
correspondem à 69% da carga total.
11%
14% 36% Extrusão
6% Impressão
Laminação
Acabamento
33%
Apoio
Os dados apresentados a seguir foram realizados com base nos dados obtidos das faturas
de energia elétrica da indústria, conforme recomendação de Santos (2006). Na Tabela 11 estão
consolidados os valores de consumo e na Tabela 12 as despesas com energia elétrica, ambos
6
A recuperado possui resistências elétricas, porém não foi encontrado o manual com as especificações
desta máquina.
65
Tabela 11. Histórico de consumo de energia elétrica referente ao período de julho de 2014 a junho de 2015.
Consumo (kWh) Demanda (kW) Energia reativa (kVArh)
Energia
Fora de Energia Fator de
MÊS Ponta Contratada Tolerada Verificada reativa na
ponta reativa fp potência
ponta
Tabela 12. Valores monetários referentes ao consumo de energia elétrica referente ao período de julho de 2014 a
junho de 2015 (em R$).
Energia Reativa Faturamento total (R$)
Consumo (R$) Demanda (R$)
excedente (R$)
Faturamento Faturamento
Fora de Verificada/ Ultrapas Fora de
MÊS Ponta Ponta sem imposto com imposto
ponta Contratada sada ponta
(R$) (R$)
Observa-se que apesar da empresa utilizar grupo gerador no horário de ponta, existe
consumo da concessionária em kWh neste horário. Isso acontece porque eventualmente
ocorrem falhas no sistema de alimentação por grupo gerador, que acabam momentaneamente
consumindo energia da concessionária. Esta condição representa que existe margem para um
ganho de aproximadamente R$ 16.726,00 otimizando o funcionamento dos geradores no
período. A análise dos demais itens da tabela será apresentada nas próximas sessões.
A empresa não controla os dados de geração de energia dos geradores, no entanto, existe
um medidor na sala de máquinas que apresenta o valor de energia gerado. Para uma estimativa
do valor de consumo de energia no horário de ponta, obteve-se o valor registrado durante um
67
mês pela equipe de manutenção. Desta forma, com a quantidade de óleo diesel consumido neste
mês para gerar a energia medida, foi possível fazer uma estimativa da quantidade de energia
gerada por litro de combustível, sendo este valor de 3,28 kWh/l. Como há um controle de
consumo mensal de óleo diesel, estimou-se os valores de geração de energia para os demais
meses do período em análise. O resultado pode ser visualizado na Tabela 13, que apresenta na
coluna 1 os meses analisados e nas demais colunas os dados de consumo de óleo diesel e a
geração de energia correspondente.
Tabela 13. Consumo de óleo diesel e geração de energia no horário de ponta para o período de julho de 2014 a
junho de 2015.
Mês Consumo (l/mês) R$/mês (Diesel) Geração (kWh/mês)
jul/14 12.524,00 35.943,88 41.082,59
ago/14 11.642,00 33.412,54 38.189,36
set/14 11.118,00 31.908,66 36.470,48
out/14 12.724,00 36.517,88 41.738,66
nov/14 11.317,00 32.479,79 37.123,26
dez/14 10.614,00 30.462,18 34.817,20
jan/15 8.399,00 24.105,13 27.551,32
fev/15 10.994,10 31.553,07 36.064,05
mar/15 12.637,80 36.270,49 41.455,89
abr/15 11.727,30 33.657,35 38.469,17
mai/15 11.390,70 32.691,31 37.365,02
jun/15 10.610,00 30.450,70 34.804,08
Média 11.308,16 32.454,41 37.094,26
Para se obter o valor real gasto no período de ponta, além do consumo de óleo diesel, os
demais gastos com o sistema de geração própria instalado na indústria precisam ser mensurados.
Assim, a partir do emprego da metodologia proposta por Lima (2003) apresentada no tópico
2.5 e, utilizando-se os dados relativos aos geradores existentes na indústria, conforme
informações dispostas na Tabela 13, calculou-se o custo da geração de energia em R$/kWh e
da demanda em R$/kW.
Para quantificar o valor gasto mensal com a geração de energia, foi necessário
considerar todas as despesas envolvidas no processo, tais como, o investimento inicial com os
geradores; o óleo diesel consumido; a manutenção (troca de filtros e lubrificantes); entre outros.
68
Tabela 14. Dados para o cálculo do valor da demanda equivalente para os grupos geradores.
Potência do grupo gerador [kW] 972
Potência contínua (por gerador) [kW] 324
Potência emergencial (por gerador) [kW] 400
Investimento inicial total [R$] 908.412,00
Valor presente [R$] 176.217,06
Valor residual7 [R$] 78.767,30
Custo anual equivalente [R$] 97.449,72
Custo mensal equivalente [R$] 8.120,81
Ano de instalação 2001
Vida útil [anos] 20
Tabela 15. Consumo e gastos anuais com lubrificantes e filtros do sistema de geração própria.
Periodicidade Valor Total
Item Quantidade (troca/ano) (R$/unidade) (R$/ano)
Lubrificante 5 3 185 2.775,00
Filtro de ar 3 6 272,69 4.908,42
Filtro separador 6 6 37,16 1.337,76
Filtro lubrificante 3 6 146,35 2.634,30
Filtro de água 3 6 108,66 1.955,88
Óleo diesel - - 2,87 -
Total - - - 13.611,36
7
Valor residual ao final da vida útil da unidade geradora.
69
Para encontrar o custo por hora, foi divido o valor total pelo número de horas que os
geradores são utilizados anualmente, que é 720h (12 meses x 60 horas/mês8), ou seja, há um
gasto total de R$ 18,91/hora (com filtros R$ 15,09 e com lubrificantes R$ 3,86).
Para o cálculo do consumo de diesel por hora foi utilizada a média aritmética do período
em análise (julho de 2014 a junho de 2015), este que é de 11.308,16 l/mês (Tabela 13). Ao
dividir este valor pelo número de horas que o gerador é utilizado em um mês (60h) obtém-se o
valor de 188,47 l/h, ao multiplicar este valor pelo preço do óleo diesel9 comprado pela empresa,
o gasto por hora foi de R$ 540,91/h. Os valores encontrados estão expostos na Tabela 16.
Tabela 16 - Dados para o cálculo do valor do custo do consumo equivalente para os grupos geradores.
Custo do óleo diesel [R$/h] 540,91
Custo do lubrificante [R$/h] 11,56
Custo dos filtros [R$/h] 15,05
Total [R$/h] 567,52
Considerando que a demanda seja de 737,1 kW10, para se obter o valor do consumo
divide-se o custo do consumo equivalente para o grupo gerador, pela demanda registrada em
um mês. Como resultado obteve-se o valor correspondente à geração própria de energia na
indústria, que é R$ 770,00/MWh, valor este inferior à tarifa de consumo no horário de ponta
para a modalidade verde que é de R$ 1.371,6 1/MWh, ou seja, ao se utilizar os geradores há um
ganho de 43,86%.
8
Considerando que o horário de ponta corresponde a 20 dias por mês com 3 horas de duração por dia, o
valor total por mês é de 60h.
9
Valor do litro de óleo diesel no período em análise era de R$ 2,87.
10
Valor obtido através de registro de demanda pela concessionária no horário de ponta em um momento
de falha do gerador.
70
Tabela 17.Informações relativas à geração e utilização da energia elétrica da indústria analisada no período entre
julho de 2014 e junho de 2015.
Potência instalada (máquinas em análise) 2.730,53 kW
Demanda média mensal registrada 827,96 kW
Consumo médio mensal de energia na ponta e fora de 357,61 MWh
ponta
Custo médio mensal com energia (Concessionária) R$ 81.105,78 (sem impostos)
Custo médio mensal com energia (Geradores a diesel) R$ 33.722,03
R$ 1.880.358,85 (com impostos)
Custo anual com energia (Concessionária)
R$ 1.459.040,51 (sem impostos)
Geração média mensal de energia 37,094 MWh
Consumo médio mensal de óleo diesel 11.308,16 l
Custo anual com geração própria e consumo na ponta R$ 404.664,33
400.000
350.000
300.000
energia (kWh/mês)
250.000
Consumo de
200.000
150.000
100.000
50.000
0
jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15
Meses
Observa-se na Figura 20 que o consumo no mês de fevereiro foi menor que nos demais
meses analisados, neste mês a produção da empresa foi de 297,5 toneladas, sendo que a média
é de 380,4 toneladas/mês. O mês de maior consumo foi abril de 2015, porém este foi o mês em
que houve a segunda maior produção, 425,6 toneladas, sendo que em março foi de 434,9
71
toneladas com um consumo 9,6% menor do que no mês em questão. Esta situação comprova
que há possibilidade de melhorar o desempenho energético da produção.
A Figura 21, Figura 22 e Figura 23 apresentam os gráficos relativos a energia reativa e
fator de potência, extraídos das faturas de energia elétrica da indústria, estes dados foram
apresentados e podem ser visualizados na Tabela 11.
1.600 350,00
Faturamento de energia
1.400 300,00
1.200
reativa (R$)
250,00
Energia reativa
(kVArh/mês)
1.000
200,00
800
150,00
600
400 100,00
200 50,00
0 0,00
Meses
Energia reativa na ponta Faturamento de reativo na ponta
4.500 800,00
4.000 700,00
Faturamento de energia
3.500 600,00
Energia reativa
(kVArh/mês)
3.000
reativa (R$)
500,00
2.500
400,00
2.000
300,00
1.500
1.000 200,00
500 100,00
0 0,00
Meses
Energia reativa fora de ponta Faturamento de reativo fora de ponta
800,00 0,925
700,00 0,92
Fator de potência
energia reativa (R$)
600,00 0,915
Faturamento de
500,00
0,91
400,00
0,905
300,00
200,00 0,9
100,00 0,895
0,00 0,89
Meses
Energia reativa fora de ponta (R$) Energia reativa ponta (R$)
Fator de potência
Figura 23 - Faturamento de energia reativa e fator de potência.
Observa-se que nos meses de dezembro de 2014 e janeiro e fevereiro de 2015 que o
consumo de energia reativa excedente nos horários de ponta não ultrapassaram o limite
tolerado, não gerando faturamento de excedente de reativo nestes meses. No entanto, observa-
se que nos demais meses foi gerado faturamento de excedente de reativo. No horário de ponta,
o mês com maior excedente foi abril de 2015, e fora de ponta, outubro de 2014.
A Figura 24 apresenta graficamente os dados de demanda registrada que estão presentes
na Tabela 11. Verifica-se que ocorreram ultrapassagens do valor contratado de demanda em 11
meses, entretanto, cinco deles ficaram dentro da faixa de tolerância de 5% e seis ficaram acima
do valor de tolerância, gerando multa por ultrapassagem.
Nota-se o aumento no histórico de demanda contratada e registrada, isto ocorreu por
devido ao aumento de produção e pela coincidência de operação das máquinas.
73
895,77
900
865,53
856,12 853,44 856,8
850 833,28 850,5
819,16 822,52
Demanda (kW)
819
790,27 795,64 810
800 784,89
780 762,04
750
700
650
Meses
Demanda medida (kW) Demanda contratada (kW) Tolerância (kW)
14.000,00 2.500,00
2.328,59
12.000,00
2.000,00
demanda (R$/mês)
Multa (R$)
Faturamento da
10.000,00
1.402,68
8.000,00 1.164,99
1.500,00
989,18
1.097,29
6.000,00 1.284,19 1.000,00
4.000,00
500,00
2.000,00
0,00 0,00
Meses
Demanda verificada/contratada (R$/mês)
Multa por ultrapassagem de demanda (R$)
As despesas com energia elétrica foram levantadas e divididas entre valores gastos com
a concessionária e com a geração própria na indústria. Com os dados foi calculado o valor
percentual pago na ponta, em relação ao total, conforme Tabela 18.
74
Tabela 18 - Informações relativas à geração e utilização da energia elétrica da indústria analisada no período
entre julho de 2014 e junho de 2015.
Observa-se que abril, maio e junho de 2015 foram os meses com maior gasto com
energia elétrica, isto deve-se ao aumente o tarifário aplicado. No entanto, percebe-se que o gasto
na ponta não teve o mesmo aumento, uma vez que o preço do óleo diesel não sofreu variação
significativa no período.
Para o cálculo das análises tarifárias foram consideradas as tarifas de energia elétrica
das modalidades verde e azul sem impostos, fornecidas pela concessionária Energisa no estado
de Mato Grosso do Sul, apresentadas na Figura 26.
Figura 26 - Tarifas de consumo e demanda para as modalidades verde e azul sem impostos
75
Tabela 19 – Despesas com energia elétrica relativas à utilização da energia elétrica da concessionária
considerando o período de julho de 2014 a junho de 2015 para a modalidade tarifária verde.
MODALIDADE TARIFÁRIA HORÁRIA VERDE
Mês Consumo (R$) Demanda (R$)
Ponta Fora de ponta Total Fora de ponta Ultrapassada Total TOTAL
jul/14 56.349,30 85.596,92 141.946,22 11.387,60 0,00 11.387,60 153.333,82
ago/14 52.380,91 90.392,85 142.773,76 11.387,60 0,00 11.387,60 154.161,36
set/14 50.023,27 91.511,88 141.535,15 11.387,60 0,00 11.387,60 152.922,75
out/14 57.249,16 90.781,09 148.030,25 11.387,60 0,00 11.387,60 159.417,85
nov/14 50.918,64 94.955,51 145.874,14 11.387,60 0,00 11.387,60 157.261,74
dez/14 47.755,63 93.998,25 141.753,87 11.875,07 0,00 11.875,07 153.628,95
jan/15 37.789,66 93.161,32 130.950,99 11.745,97 0,00 11.745,97 142.696,95
fev/15 49.465,81 78.113,96 127.579,77 11.387,60 0,00 11.387,60 138.967,37
mar/15 56.861,32 89.295,12 146.156,43 11.432,60 0,00 11.432,60 157.589,04
abr/15 52.764,70 101.303,83 154.068,53 11.709,20 0,00 11.709,20 165.777,73
mai/15 51.250,24 95.452,72 146.702,96 12.289,96 1.804,73 14.094,69 160.797,65
jun/15 47.737,63 86.989,52 134.727,15 11.755,30 0,00 11.755,30 146.482,45
Total 610.546,26 1.091.552,98 1.702.099,24 139.133,70 1.804,73 140.938,43 1.843.037,67
76
Tabela 20 - Despesas com energia elétrica relativas à utilização da energia elétrica da concessionária
considerando o período de julho de 2014 a junho de 2015 para a modalidade tarifária azul.
MODALIDADE TARIFÁRIA HORÁRIA AZUL
Consumo (R$) Demanda (R$)
Mês
Ultrapassada Ultrapassada TOTAL
Ponta Fora de ponta Total Ponta Fora de ponta Total
na Ponta fora de ponta
jul/14 16.907,13 85.596,92 102.504,05 29.216,66 11.387,60 8.486,92 0,00 49.091,19 151.595,24
ago/14 15.716,45 90.392,85 106.109,30 23.784,00 11.387,60 0,00 0,00 35.171,60 141.280,90
set/14 15.009,06 91.511,88 106.520,94 23.784,00 11.387,60 0,00 0,00 35.171,60 141.692,54
out/14 17.177,13 90.781,09 107.958,22 23.784,00 11.387,60 0,00 0,00 35.171,60 143.129,82
nov/14 15.277,71 94.955,51 110.233,21 23.784,00 11.387,60 0,00 0,00 35.171,60 145.404,81
dez/14 14.328,67 93.998,25 108.326,92 23.784,00 11.875,07 0,00 0,00 35.659,07 143.985,99
jan/15 11.338,47 93.161,32 104.499,79 24.799,97 11.745,97 0,00 0,00 36.545,94 141.045,73
fev/15 14.841,80 78.113,96 92.955,76 25.092,91 11.387,60 239,43 0,00 36.719,94 129.675,70
mar/15 17.060,76 89.295,12 106.355,87 23.784,00 11.432,60 0,00 0,00 35.216,60 141.572,48
abr/15 15.831,60 101.303,83 117.135,43 23.784,00 11.709,20 0,00 0,00 35.493,20 152.628,63
mai/15 15.377,20 95.452,72 110.829,92 23.784,00 12.289,96 0,00 1.804,73 37.878,69 148.708,62
jun/15 14.323,27 86.989,52 101.312,80 23.784,00 11.755,30 0,00 0,00 35.539,30 136.852,09
Total 183.189,25 1.091.552,98 1.274.742,23 293.165,55 139.133,70 8.726,35 1.804,73 442.830,32 1.717.572,55
180.000,0
170.000,0
160.000,0
150.000,0
140.000,0
130.000,0
120.000,0
110.000,0
100.000,0
90.000,0
80.000,0
jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15
Tabela 21 - Despesas com energia elétrica relativas à utilização da energia elétrica da concessionária no período
fora de ponta e geradores a diesel no horário de ponta.
Consumo (R$) Demanda (R$)
TOTAL
Mês Ultrapassada na Ultrapassada
Ponta Fora de ponta Total Ponta Fora de ponta Total (R$)
ponta fora de ponta
jul/14 37.211,49 85.596,92 122.808,41 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 134.196,01
ago/14 34.680,15 90.392,85 125.073,01 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 136.460,61
set/14 33.176,27 91.511,88 124.688,15 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 136.075,75
out/14 37.785,49 90.781,09 128.566,59 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 139.954,19
nov/14 33.747,40 94.955,51 128.702,91 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 140.090,51
dez/14 31.729,79 93.998,25 125.728,04 0,00 11.875,07 0,00 0,00 11.875,07 137.603,11
jan/15 25.372,74 93.161,32 118.534,07 0,00 11.745,97 0,00 0,00 11.745,97 130.280,03
fev/15 32.820,68 78.113,96 110.934,64 0,00 11.387,60 0,00 0,00 11.387,60 122.322,24
mar/15 37.538,10 89.295,12 126.833,22 0,00 11.432,60 0,00 0,00 11.432,60 138.265,82
abr/15 34.924,96 101.303,83 136.228,79 0,00 11.709,20 0,00 0,00 11.709,20 147.937,99
mai/15 33.958,92 95.452,72 129.411,65 0,00 12.289,96 0,00 1.804,73 14.094,69 143.506,34
jun/15 31.718,31 86.989,52 118.707,84 0,00 11.755,30 0,00 0,00 11.755,30 130.463,13
Total 404.664,33 1.091.552,98 1.496.217,31 0,00 139.133,70 0,00 1.804,73 140.938,43 1.637.155,74
Logo, pode-se dizer que utilizar geradores no horário de ponta é mais vantajoso para a
empresa. No entanto, deve-se observar que as máquinas que constituem o sistema de geração
própria estão sujeitas a falhas. Desta forma, quando se utiliza geradores no horário de ponta
recomenda-se que se adote a modalidade verde, uma vez que o consumidor paga o mesmo valor
pela demanda registrada na ponta ou fora de ponta (R$ 27,44/kW).
No entanto, se o consumidor estiver enquadrado na modalidade azul ele terá que
contratar uma demanda no horário de ponta mesmo que não haja consumo, pois caso não seja
78
estipulada esta demanda no horário de ponta em contrato, qualquer demanda registrada neste
horário será cobrada do consumidor como demanda de ultrapassagem, que é duas vezes maior
que o valor de demanda normal.
Os valores anuais das despesas simuladas foram plotados no gráfico da Figura 28.
Nota-se que a demanda de 830 kW representa a menor despesa anual (R$ 141.327,13). O
gráfico da Figura 29 apresenta a economia de cada simulação em relação ao atual contrato de
demanda. Logo, observa-se que caso o consumidor contrate a demanda de 830 kW, teria uma
economia maior, equivalente a R$ 3.146,34 ao ano. Em contraponto, observa-se também que
contratar uma demanda muito acima do necessário não é vantajoso.
148.000,00
147.000,00
146.000,00
Economia (R$)
145.000,00 R$ 144.473,47
R$ 145.016,27
144.000,00
143.000,00
R$ 141.961,12
142.000,00
R$ 142.054,21
141.000,00 R$ 141.327,13
140.000,00
800 810 820 830 840
Demanda (kW)
Figura 28 - Faturamento anual referente aos diferentes valores de demanda simulados, considerando o histórico
de demanda do período de julho/2014 a junho de 2015.
5.100,00
4.100,00
Economia (R$)
R$ 3.146,34
3.100,00 R$ 2.512,35
R$ 2.419,26
2.100,00
1.100,00
R$ 0,00
100,00
800 810 820 830 840
-900,00 -R$ 542,80
Demanda (kW)
Figura 29 - Economia anual referente aos diferentes valores de demanda simulados, considerando o histórico de
demanda do período julho/2014 a junho de 2015.
80
Vale ressaltar que o cálculo de otimização da demanda contratada foi realizado com os
dados do histórico dos últimos doze meses, e é adequado para o histórico analisado da empresa,
entretanto, caso haja a inclusão ou retirada de cargas será necessário refazer estes cálculos.
0,80
0,70 0,67
0,63 0,62 0,64
0,61 0,60 0,58 0,59
0,60 0,58 0,57
0,53 0,55
Fator de carga
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15
Para o período em análise FC médio observado foi de 0,59 (desvio padrão de 0,03),
variando entre 0,53 e 0,67 ao longo dos 12 meses do ano. Observa-se que os valores estão
distantes do ideal. Isso se deve a grande variação da demanda ao longo de tempo, que se repete
durante os ciclos de operação das máquinas. No entanto, para efeitos de comparação, um estudo
realizado pelo Procel (2006) com 83 empresas distribuídas pelo Brasil, cuja atividade é a de
fabricação de artigos de borracha e de material plástico apontou que a média do FC das
empresas era de 0,45, portanto, conclui-se que apesar de existir possibilidade de melhoria o FC
da empresa está acima da média nacional.
Nota-se que os melhores FCs foram obtidos nos meses de maior consumo de energia, e
maior produção, mostrando que em períodos onde a utilização das máquinas é maior, a
homogeneidade da demanda também é melhor, elevando o FC do período.
O exposto acima fica melhor compreendido por meio da investigação da curva de
demanda da indústria. Para obtê-la foi utilizada a memória de massa do mês de abril de 2015.
No gráfico da Figura 31 são apresentadas as curvas de demanda da unidade consumidora para
três dias da semana. Nota-se que não há uniformidade na utilização da demanda, ou seja, o uso
da energia elétrica não é eficiente, isto porque ocorrem muitas variações na demanda ao longo
do dia, e o ideal é que não ocorram tantos picos e vales como se observa.
04/04/2015 (sexta-feira)
07/04/2015 (segunda-feira)
900 09/04/2015 (quarta-feira)
800
Demanda (kW)
700
600
500
400
300
200
100
0
00:00
00:45
01:30
02:15
03:00
03:45
04:30
05:15
06:00
06:45
07:30
08:15
09:00
09:45
10:30
11:15
12:00
12:45
13:30
14:15
15:00
15:45
16:30
17:15
18:00
18:45
19:30
20:15
21:00
21:45
22:30
23:15
Figura 31 - Curva de demanda obtida por meio da memória de massa para o mês de abril de 2015.
No horário de ponta como a unidade utiliza grupos geradores não há registro pela
concessionária da demanda neste horário, por isto há uma queda nos valores. Observa-se
82
também um padrão de redução da demanda a partir das 11 horas, isto porque este é o horário
de almoço dos funcionários. Desta forma algumas máquinas têm sua produção interrompida,
porém, geralmente são cargas pequenas, sem grande impacto no processo produtivo e no
consumo de energia elétrica. Máquinas como as extrusoras e impressoras, que são as maiores
cargas, não podem ser desligadas por conta da dificuldade de setup11 e desperdício excessivo
de material ao realizar os acertos iniciais.
Considerando que o desenvolvimento de um serviço, ou a fabricação de um produto,
depende da energia, ou seja, depende da integral da potência no tempo de realização do
processo, normalmente é possível a empresa obter diferentes curvas de demanda para o
desenvolvimento de um mesmo processo. Neste sentido, sugere-se deslocar a operação de
máquinas não essenciais para o processo produtivo para outros horários, previamente
selecionados, em que a demanda do sistema elétrico é menor.
Na indústria em questão o consumo de energia não é mandatório na operação das
máquinas, mas sim a produção, consequentemente o consumo de energia varia de acordo com
a necessidade de produção. Mesmo assim, há na empresa algumas máquinas de potência
elevada que poderiam ser desligadas em momentos estratégicos, visando a redução de picos de
demanda, como exemplo a máquina recuperadora e os insufladores.
Atualmente na empresa sempre que há produção os insufladores são ativados, já a
recuperadora é utilizada todos os dias no período das 07h00min às 17h00min.
Para verificar a demanda evitada proveniente de cada uma das cargas citadas foram
realizadas medições com o aparelho analisador de energia RE 7000 da Embrasul e a análise e
processamento dos dados foi realizado no software Excel. Os dados obtidos foram: corrente
(A), tensão (V), potência ativa (kW), potência aparente (kVA), potência reativa (kVAr) e fator
de potência.
Para a recuperadora a demanda média medida foi de 25,82 kW e a máxima 53,88 kW,
já para os insufladores a média foi de 41,36 kW e a máxima de 48,55 kW. Observa-se, portanto,
que há uma demanda média total de 74,37 kW, que poderia ser desligada em momentos de
maior exigência da rede elétrica da concessionária. Visando, desta forma, otimizar a curva de
demanda da empresa. Estre desligamento pode ser realizado de forma automática.
11
Procedimento de configuração dos parâmetros iniciais para a produção.
83
400.000 0,60
380.000 0,56
360.000 0,52
340.000 0,48
(kWh/mês)
Preço médio
Consumo
320.000 0,44
(R$/kWh)
0,370 0,385
300.000 0,387 0,40
280.000 0,307 0,310 0,308
0,36
260.000 0,300 0,292 0,302 0,289 0,292 0,32
0,278
240.000 0,28
220.000 0,24
200.000 0,20
Meses
Consumo (kWh/mês) Preço médio da energia elétrica (R$/kWh)
Figura 32 - Evolução do preço médio de energia elétrica considerando a energia consumida na ponta e fora de
ponta para o período de julho de 2014 a junho de 2015.
84
0,35
0,294 0,294
0,30 0,282
0,25
Preço médio
0,197 0,199
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15
Figura 33 - Evolução do preço médio de energia elétrica considerando a energia consumida apenas da
concessionária para o período de julho de 2014 a junho de 2015.
Em agosto de 2014 houve um aumento no preço médio em relação a julho por conta do
consumo no horário de ponta devido à falha no grupo gerador e também por conta de
ultrapassagem de demanda (7,1% maior). Nos meses seguintes verifica-se a redução do preço
85
médio isto porque não ocorreram falhas e nem ultrapassagens de demanda, exceto em
dezembro, em que a demanda foi ultrapassada. Em janeiro de 2015 iniciou-se a vigência das
bandeiras tarifárias no sistema elétrico, acarretando em um aumento no preço médio em relação
a dezembro de 2014 (8,47%). Observa-se novamente os aumentos significativos ocorridos a
partir de março de 2015.
O preço médio como já mencionado é um indicador de eficiência energética, que
depende da forma como cada consumidor utiliza a energia disponibilizada, variando com a
demanda contratada, a ultrapassagens de demanda, e o consumo de energia reativa excedente,
no caso da unidade consumidora em estudo, há variação com o uso de energia no horário de
ponta da rede da concessionária. Além destes motivos, o preço médio, obviamente, está atrelado
ao consumo de energia, este que por sua vez, varia de acordo com a produção da empresa.
Considerando que a energia elétrica é um dos principais insumos industriais, e que seu
custo impacta diretamente o preço final dos produtos produzidos, obter um preço médio menor
é uma forma de melhorar a competitividade da empresa. Desta forma, sugere-se sempre buscar
fontes alternativas para o fornecimento de energia, como a possibilidade de substituição do
consumo cativo de energia pelo consumo no mercado livre ou a utilização complementar de
sistemas próprios de geração de energia, sendo que a decisão da aderência ao mercado livre e
utilização de geradores a diesel são avaliadas por meio de análises de viabilidade. Além disto,
é essencial que se avalie mensalmente as faturas, visando a eliminação de multas por
ultrapassagens de demanda e por baixo fator de potência.
Tabela 23 - Indicadores de eficiência energética para o período de julho de 2014 a junho de 2015.
Consumo
total Produção Consumo
Faturamento Preço médio Custo específico
MÊS incluindo mensal total específico
[R$] [R$/kWh] [R$/t]
geração [toneladas] [kWh/t]
[kWh]
jul/14 346.851,95 106.504,35 0,307 357,00 971,57 298,33
ago/14 360.048,40 108.048,92 0,300 374,68 960,94 288,37
set/14 361.445,51 105.708,89 0,292 384,87 939,15 274,66
out/14 362.577,55 109.336,22 0,302 404,50 896,36 270,30
86
(Continuação)
Consumo
total Produção Consumo
Faturamento Preço médio Custo específico
MÊS incluindo mensal total específico
[R$] [R$/kWh] [R$/t]
geração [toneladas] [kWh/t]
[kWh]
nov/14 372.775,08 107.775,33 0,289 400,23 931,40 269,28
dez/14 367.673,15 107.364,58 0,292 389,84 943,13 275,40
jan/15 359.541,27 100.071,41 0,278 408,87 879,35 244,75
fev/15 317.239,83 98.314,66 0,310 297,56 1.066,15 330,41
mar/15 358.016,61 110.411,83 0,308 434,96 823,10 253,84
abr/15 396.414,39 146.604,61 0,370 425,61 931,40 344,45
mai/15 374.403,15 144.143,39 0,385 423,96 883,12 340,00
jun/15 342.393,04 132.485,44 0,387 397,88 860,55 332,98
Média 359.948,33 114.730,81 0,32 391,66 923,85 293,57
400,00
344,45 340,00 332,98
350,00 330,41
298,33 288,37
300,00 274,66 270,30 269,28 275,40
Custo específico
244,75 253,84
250,00
(R$/kWh)
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15
Figura 34 - Custo específico de energia elétrica da empresa estudada para o período de agosto de 2014 a junho
de 2015.
Realizar o rateio dos produtos produzidos no horário de ponta e fora de ponta seria algo
dispendioso, portanto calculou-se o consumo e custo específico total. Como a demanda de
produção é elevada, deixar de produzir no horário de ponta não é uma opção. A alternativa
encontrada para reduzir o consumo neste horário é utilizá-lo como horário de refeição para os
funcionários, parando parcialmente a fábrica, além de usar o grupo gerador para reduzir os
gastos neste horário.
Observa-se que a empresa gastava em média R$ 279,39 por tonelada em 2014, já em
2015 passou a gastar R$ 307,74 para cada tonelada produzida, um aumento de 10,14% nos
87
gastos com energia elétrica para produzir cada tonelada de produto devido aos aumentos de
energia mencionados.
Com relação ao consumo específico este sofreu pouca variação ao longo do ano, isto
porque a produção da empresa não obedece a uma sazonalidade. No entanto, em fevereiro a
produção foi baixa, redução de 27% em comparação com o mês anterior, porém, o consumo de
energia foi alto, elevando, desta forma o consumo específico. Verifica-se, entretanto, que não
houve grande variação do consumo ao se produzir mais, pois no mês de março a produção foi
46,17% maior que a de fevereiro, porém o consumo específico foi 22% menor. Conclui-se, que
desta forma, que devem ser realizadas melhorias no processo produtivo, pois não se verifica
relação direta entre o consumo de energia elétrica e a quantidade de produtos produzidos.
1.100
1.066,15 450
1.050 430
Consumo específico
931,40
(toneladas/mês)
960,94 390
939,15
Produção
950 931,40 370
896,36
900 879,35 883,12 350
860,55 330
850
823,10 310
800 290
Figura 35 - Consumo específico de energia elétrica e produção da empresa para o período de agosto de 2014 a
junho de 2015.
Além do custo e consumo específico total da instalação foi feito um estudo sobre estes
indicadores em duas máquinas da empresa, a extrusora 4 e impressora 2 que de acordo com os
dados da Tabela 12, possuem potência instalada de 126,3 kW e 190,2 kW respectivamente.
Os dados de consumo específico foram obtidos por meio de medições realizadas com o
analisador de energia RE 7000 da Embrasul. O procedimento e dados obtidos para cada
máquina é explanado a seguir:
88
Tabela 24 - Dados dos produtos da extrusora 4 em que foram medidos os dados elétricos do dia 27/08/2015 ao
dia 28/08/2015.
Produto Peso da Largura Espessura Duração Produção (kg/h)
bobina (kg) (mm) (mm)
1 423 440 0,047 4h42min 90
2 472,5 455 0,047 5h20min 88,59
A partir dos dados mostrados observa-se que o consumo e custo específico de energia
elétrica é 10,95% maior para o primeiro processo. Neste, a máquina foi operada com uma
velocidade maior de produção (kg/h) (a velocidade é controlada pelos operadores da máquina
de acordo com o produto final desejado). Operando desta forma há um ganho de apenas 1,59%
na produção, porém o consumo de energia é maior. Verifica-se então que existe a possibilidade
de reduzir o consumo por meio de alterações no processo produtivo.
Seria necessário avaliar para diferentes produtos (filmes plásticos), espessuras,
especificações e velocidades em cada máquina e identificar aquela que resultaria em um
consumo de energia inferior sem afetar o andamento da produção, este que é um trabalho vasto,
que poderia resultar em um estudo específico.
89
1000
900
800
Demanda (kW)
700
600
500
400
300
200
100
0
18
36
54
71
89
0
355
426
107
125
142
160
178
196
213
231
249
267
284
302
320
338
373
391
409
444
462
480
497
515
533
551
568
586
604
Quantidade de horas do mês
Figura 36 - Curva de distribuição de frequência das demandas de energia para o mês de abril da empresa
analisada.
modificado de um mês para o outro, ocasionando assim ultrapassagens que levam a multas, de
acordo com a produção da empresa.
É importante salientar que a cobrança de ultrapassagem de demanda é feita pela
diferença entre a demanda medida e contratada e não entre a demanda medida e a tolerância
que é de 5%, e o valor da tarifa para esta ocorrência é o dobro da tarifa de demanda.
O consumidor contrata um valor de demanda junto à concessionária e deseja utilizar
este valor ao máximo durante o período de faturamento (que em média é 30 dias), sem
ultrapassar o valor limite que é o valor de contrato e mais o valor de tolerância que representa
um percentual de 5%. Para tanto, deveria utilizar um dispositivo que controle a demanda
automaticamente neste valor limite.
Este controlador é um equipamento eletrônico que tem como função principal manter a
demanda de energia ativa de uma unidade consumidora dentro dos valores limites pré-
determinados, atuando se necessário sobre alguns equipamentos (cargas) da instalação. Estes
são previamente selecionados por um processo de gerenciamento de cargas, e programados no
controlador para ser realizado de forma automática. Desta forma, aumenta-se o fator de carga e
reduz-se o preço médio da energia.
Utilizando-se da curva de distribuição de frequência para três faturas, entre março e abril
(Figura 37, Figura 38 e Figura 39), nota-se uma frequencia baixa de ocorrências entre as
demanda de 800 a 900 kW, que poderia ser evitado com o uso de um controlador.
Nota-se que dentre as 2880 amostras recolhidas pelo medidor em um mês, é necessário
que apenas uma delas esteja maior que a demanda contratada e acima da tolerância pemitida,
para que se pague o valor de demanda de ultrapassagem.
Visando compreender melhor os dados da Figura 36, o gráfico da Figura 40 foi traçado,
de forma que os dados pudessem ser melhor observados. Desta forma, destacou-se as 20 horas
com maior demanda.
910
890
870
Demanda (kW)
850
830
810
790
770
750
0 1 2 3 3 4 5 6 6 7 8 9 9 1011121213141515161718181920
Quantidade de horas do mês (h)
Figura 40 - Curva de distribuição de frequência das demandas de energia para o mês de abril da empresa
analisada.
93
Conclui-se ao observar a Figura 40 que, em 20 horas do mês (2,7% do total) foi utilizada
a demanda de 760 a 895 kW, portanto, ao fazer o uso de controlador de demanda evita-se estes
picos de demanda.
No mês em análise ocorreu ultrapassagem de demanda e por consequência pagamento
de multa, por conta de três registros acima da tolerância de demanda permitida.
A empresa pode optar em manter o funcionamento normal dos equipamentos ou
controlar a demanda, desligando cargas ou gerenciando processos. Esta avaliação está
relacionada aos benefícios econômicos da redução do contrato de demanda e a cessação das
multas ou os impactos que ocorrem no processo produtivo.
A demanda contratada da empresa atualmente é de 810 kW, foram feitas simulações
para que a demanda fosse controlada em 810, 820, 830, 840, 845, 850 e 860 kW. Para cada
simulação obteve-se o tempo total e a carga em kW que ficariam indisponíveis para manter a
demanda no valor pré-ajustado, estes valores são mostrados na Tabela 28. Observou-se também
o gasto mensal e anual com a parcela de demanda e a economia obtida caso a demanda fosse
controlada nos valores simulados.
Para o cálculo do tempo de retorno em anos (Tabela 27) foi considerado um
investimento no sistema de controle de demanda de R$ 11.136,83.
Nota-se que, quanto menor a demanda a ser controlada maior será a economia e também
menor será o tempo de retorno, porém mais cargas deverão ser desligadas.
A escolha da demanda a ser pré-definida para o desligamento foi baseada na demanda
das cargas passíveis de serem retiradas (Tabela 28). Nota-se que na empresa há seis extrusoras
apresentadas neste trabalho e que possuem as cargas mais representativas de todo o processo.
94
Tabela 28 - Resumo das medições realizadas com o aparelho analisador de energia para algumas máquinas da
empresa.
Coextrusora Extrusora Insufladores/Exaustores
Medida estatística Recuperadora Total
06 04 Corte e solda Extrusão Impressão
Média (kW) 17,92 6,47 25,82 22,57 11,74 7,05 91,57
Desvio padrão (kW) 11,94 2,1 16,96 2,57 0,134 0,014 33,718
Máximo (kW) 63,98 25,73 53,88 29,53 11,95 7,07 192,14
Mínimo (kW) 0 3,6 3,72 19,04 10,41 7 43,77
Mediana (kW) 16,94 6,39 17,77 22,08 11,79 7,05 82,02
As máquinas extrusoras possuem uma potência alta para aquecimento, devido a sua
forma construtiva, pois tanto o canhão quanto a matriz armazenam energia térmica, podendo
assim ter as resistências desligadas por alguns minutos sem afetar o processo produtivo. Logo
estas são cargas que poderiam ser parcialmente desligadas. Já os motores dos insufladores e da
recuperadora são cargas que poderiam ser desligadas completamente já que não afetam o
processo produtivo.
Portanto a Tabela 28 traz uma sugestão de cargas que poderiam ser desligadas. Nota-se
que ao avaliar o valor médio haveria disponível um total de 91,57 kW, com um desvio padrão
total de 33,71 kW, a ser retirado caso houvesse tendência de ultrapassagem de demanda.
Na Figura 41 e Figura 42 são mostrados os histogramas dos dados medidos, que foram
obtidos por meio do aparelho analisador de energia RE 7000 da Embrasul, com tempo de
integração foi de 15 minutos.
Baseado nos histogramas apresentados para as cargas que poderiam ser controladas,
pode-se concluir que: a maior frequência de demanda das resistências da Extrusora 06 (Coex
6) fica entre 20 kW e 30 kW; para a Extrusora 04 fica entre 6 kW e 8 kW; para a recuperadora
houve uma maior frequência de variação de demanda, o que é verificado pelo alto desvio padrão
dos dados, sendo que a maior frequência se dá entre 5 kW e 10 kW e entre 40 kW e 45 kW; os
insufladores do corte solda ficam entre 19 kW e 20 kW, já, os insufladores do setor de extrusão
entre 10 kW e 12 kW e os de impressão entre 7 kW e 7,1 kW. Ao considerar os valores mínimos
dos intervalos mencionados verifica-se que há uma disponibilidade total de 67 kW.
Baseado nos dados da Tabela 28 em que a soma da demanda média das cargas não
essências (recuperadora e insufladores) representa um total de 67,18 kW que poderiam ser
desligadas, e verificando na Tabela 27 que ao controlar a demanda em 830 kW seria necessário
retirar 65 kW, este estudo propõe que este seja o valor pré-ajustado para o controle. Além disso,
este valor é inferior aos valores mínimos com maior frequência de demanda verificados nos
histogramas.
A Figura 47 mostra a demanda que deveria ficar indisponível segundo o histórico
analisado (julho de 2014 a junho de 2015). Nota-se que em alguns meses não seria necessário
retirar nenhuma parcela da carga, já em outros sim como é o caso de dezembro/14, janeiro/15,
março/15, abril/15, maio/15 e junho/15 (Figura 47).
50,00
indisponível (kW)
Demanda (kW)
850
Demanda
35,53 40,00
800
26,12
30,00
750 23,44 26,80
20,00
700 10,00
650 0,00
jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15
Meses
Figura 47 - Indisponibilidade da carga para a demanda de 830 kW.
Ao analisar o mês em que uma demanda maior deveria ser desligada (abril), nota-se que
ficariam indisponíveis 65 kW em apenas um período de integração (15 minutos) e por 120
minutos aproximadamente 30 kW (Figura 48). Portanto, conclui-se que a demanda que poderia
ser controlada é de 830 kW. Desta forma, a empresa irá pagar apenas pela demanda medida que
é a de 830 kW, o que irá mudar de um mês para o outro será o tempo em que a carga terá que
ficar indisponível.
Observa-se com o controle em 830 kW o tempo de retorno (payback simples) seria de
um ano e três meses e a economia anual de R$ 8.648,79.
98
70 65,78
65
59,06
60 55,70
Indisponibilidade
55
da acrga (kW)
50
45 41,58
40
34,19 33,52
35 30,83
29,49
30
25
20
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125
Tempo (minutos)
Demanda (kW)
Figura 48 - Indisponibilidade da carga para a demanda de 830 kW referente ao mês de abril/2015.
Equação 19
∑𝑚
𝑖=1 𝑡𝑐𝑖
𝑄𝑣 = 𝑄𝑐 .
𝑡𝑡
Onde:
𝑄𝑣 - Vazamentos de ar comprimido (m³/minutos);
𝑄𝑐 - Capacidade nominal do compressor utilizado no teste (m³/minutos);
𝑡𝑐𝑖 - Tempo do compressor em carga (compressão) registrado pelo segundo
cronômetro (minutos);
𝑡𝑡 - Tempo total (alívio e compressão) registrado no primeiro cronômetro (minutos).
100
Figura 51 - Aparelho analisador de energia RE 7000 da Embrasul instalado no quadro de força dos
compressores.
102
Por meio da análise dos resultados deste monitoramento foi possível identificar a curva
de carga destes equipamentos e também obter o percentual de desperdício de energia devido à
existência de vazamentos. Além de ser possível avaliar a demanda necessária para atender aos
vazamentos de ar comprimido.
A medição foi iniciada em um dia em que não havia produção e se prolongou por sete
dias de medições (domingo a sábado), inclusive em dias com produção. Os dados mais
relevantes foram obtidos no domingo já que estes mostram efetivamente qual a demanda de
energia solicitada pelos vazamentos de ar comprimido.
Para o início da medição foram abertas todas as válvulas dos pontos de uso final de ar
comprimido, de forma que o compressor atendesse a demanda dos vazamentos. Para este
primeiro momento apenas o compressor de 50 cv que opera regime intermitente foi acionado.
Para evitar desperdício de energia, esta configuração foi mantida por pouco mais de uma hora.
Os dados iniciais referentes aos vazamentos estão expostos na Figura 52. Observa-se
que a demanda (kW) necessária para atender os vazamentos é em média 32,6 kW, representando
81,75% da potência elétrica nominal do compressor.
34 82,0% 82,0%
81,8% 81,9%
81,8% 81,8% 81,8% 82,0%
81,7%
33 32,77 32,71 32,71 32,76 32,70 32,74
Carregamento (%)
32,69 32,66
Demanda (kW)
32,36 81,5%
32
81,0%
81,0%
31 80,5%
30 80,0%
16:13 16:23 16:33 16:43 16:53 17:03 17:13 17:23 17:33
Horas
Demanda de energia dos vazamentos (kW) % da Potência elétrica nominal
Figura 52 - Demanda de energia elétrica proveniente dos vazamentos e potência nominal do compressor.
O cálculo dos gastos referentes ao sistema de ar comprimido foi feito a partir do preço
médio de janeiro a junho de 2015, este que é de R$ 0,459/kWh. Portanto, o valor equivalente
do consumo de energia é de R$ 7.199,75/mês, ou R$ 86.397,00/ano, representando 8,19% do
faturamento anual de energia elétrica da empresa. A Figura 53 mostra ainda a variação da
potência dos dois compressores ao longo do dia para três dias da semana. A demanda máxima
requerida foi de 67,24 kW, ou seja, a demanda para atender os vazamentos é de 48,59% da
demanda máxima registrada. A Figura 53 apresenta a curva de potência proveniente dos
vazamentos e de operação normal dos compressores.
70
65
60
55
Demanda (kW)
50
45
40
35
30
25
20
3:23
0:03
0:53
1:43
2:33
4:13
5:03
5:53
6:43
7:33
8:23
9:13
12:33
10:03
10:53
11:43
13:23
14:13
15:03
15:53
16:43
17:33
18:23
19:13
20:03
20:53
21:43
22:33
23:23
11/mai 12/mai 13/mai Vazamentos
Figura 53 - Curvas de demanda do sistema de ar comprimido durante três dias da semana e curva de demanda
proveniente dos vazamentos.
uma das alternativas, e mesmo assim obtido resultados quantitativos significativos. Observa-se
ainda que o potencial de economia é alto frente ao baixo investimento que deverá ser realizado.
Iluminação
Natural
Iluminação
Artificial
Uma solução mais eficiente para as lâmpadas de vapor metálico são as lâmpadas LED
para iluminação industrial, com um ganho de 50% no consumo de energia. Verifica-se que uma
lâmpada LED de 200 W possui fluxo luminoso similar e substitui uma lâmpada de vapor
metálico de 400 W.
O consumo estimado mensal para o sistema de iluminação geral da fábrica é de 5.683,2
kWh/mês. Considerando 0,45 R$/kWh, o faturamento mensal referente a iluminação do chão
de fábrica é de R$ 2.557,44/mês. Ao calcular a substituição por LED haveria uma economia de
energia de aproximadamente R$ 1.278,72/mês.
As lâmpadas de vapor metálico tem vida útil de 10.000h, cinco vezes menor que a de
da lâmpada LED, que é de aproximadamente 50.000h. Neste sentido, para o cálculo da
viabilidade de substituição, levou-se em consideração o custo da substituição das lâmpadas de
vapor metálico considerando o tempo de vida útil de uma lâmpada LED, conforme Tabela 31.
12
Custo da lâmpada somado ao custo do reator.
106
ao trocar estas lâmpadas fluorescentes por lâmpadas tubulares LED. Na Tabela 32 é possível
observar a comparação entre os dois tipos de lâmpadas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
consumo no mercado livre de energia, considerado atualmente uma tendência mundial [FIESP,
2016].
Avaliando o indicador de custo específico, em 2015 a empresa gastou 10,14% a mais
em energia elétrica para produzir a mesma quantidade de produto que em 2014. No entanto, o
indicador de consumo específico mostra que não há grande variação do consumo de energia
para a indústria produzir mais, como exemplo, observa-se que no mês de março a produção foi
46,17% maior que a de fevereiro, porém o consumo específico foi 22% menor. O mesmo vale
quando a indústria produz menos, neste sentido, deve-se buscar sempre otimizar a produção,
buscando produzir mais e com maior uniformidade produtiva para que a indústria seja
energeticamente mais eficiente. Para a evolução destes indicadores, deve-se analisar os dados
apresentados, estudar as particularidades no funcionamento da indústria que resultam em
maiores ou menores custos específicos e preços médios de energia elétrica. Buscando desta
forma, alternativas para melhorar a gestão energética através do monitoramento da evolução
dos indicadores.
Com foco na eficientização dos sistemas industriais, foram analisados os sistemas de ar
comprimido e de iluminação. No sistema de ar comprimido a demanda de energia para
compensar os vazamentos é de 67,24kW, 48% da demanda máxima registrada para os
compressores de ar. Neste sentido, ações simples como o aperto de conexões e a troca de
válvulas e de reguladores de pressão resultam em uma economia calculada de R$ 7.199,75 por
mês, ou seja R$ 86.397,00 ao ano. Estimou-se que o investimento necessário para os reparos
seria de pouco mais de R$ 500,00, o que equivale a 7% da economia obtida em um mês no
consumo de energia elétrica.
Analisando o sistema de iluminação, observou-se que as lâmpadas instaladas na
indústria podem ser substituídas por lâmpadas mais eficientes, neste sentido foi calculada a
substituição das lâmpadas industrial de vapor metálico por lâmpadas LED equivalentes,
resultando em uma economia mensal em energia de R$ 1.753,82. Para a iluminação dos postos
de trabalho, realizada por lâmpadas tubulares, foi realizada uma análise similar, onde foi
calculada a substituição das 50 lâmpadas fluorescentes existentes por lâmpadas LED
equivalentes. Com a substituição é possível obter uma economia mensal em energia elétrica de
R$ 103,67. Neste sentido, a economia total no sistema de iluminação seria de R$16.588,00 ao
ano. Outro ganho na substituição das lâmpadas convencionais por LED é a diminuição do
número de intervenções de manutenção, uma vez que a vida útil das lâmpadas LED é maior e
não necessitam de reator eletrônico para o funcionamento.
109
Tabela 33 - Economia financeira identificada e percentual em relação ao total faturado entre julho de 2014 e
junho de 2015.
Oportunidade de otimização Economia % em relação ao total faturado
Consumo da concessionária na Ponta R$ 16.726,00 1,58%
Adequação do contrato de demanda R$ 3.146,00 0,30%
Uso de controlador automático de demanda R$ 8.648,00 0,82%
Correção de vazamentos de ar comprimido R$ 86.397,00 8,19%
Eficientização do sistema de iluminação R$ 16.588,00 1,57%
Total R$ 122.865,00 12,46%
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDELAZIZ, E. A., SAIDUR, R., & MEKHILEF, S. A review on energy saving strategies
in industrial sector. Renewable and sustainable energy reviews. 15, 150-168. 2011.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.rser.2010.09.003>. Acesso em: 29 jul. 2015.
ABNT, NBR 17094 - Máquinas elétricas girantes - Motores de indução. 2008. Disponível
em: < https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=28598> Acesso em: 10 nov. 2015.
ABNT, NBR ISO/CIE 8995-1- Iluminação de ambientes de trabalho. 2013. Disponível em:
<https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=196479> Acesso em: 8 nov. 2015.
COPOM. Comitê de Política Monetária. Sistemas de Metas para a Inflação. Ata 196ª Reunião,
Brasília. 2016.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 2007. 15 ed. Rio de Janeiro-RJ. Ed. LTC, 2007.
FIESP. Mercado livre de energia elétrica é uma tendência mundial, afirma presidente da
abraceel. 2016. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/noticias/mercado-livre-de-energia-
eletrica-e-uma-tendencia-mundial-afirma-presidente-da-abraceel>. Acesso em: 20 jul. 2016.
HADDAD, J. et al. Guia técnico: Gestão energética. Rio de Janeiro. 188 p, 2005.
IBGE. Índices nacionais de preços ao consumidor. Dezembro de 2015. Rio de Janeiro, 2016.
KRAUSE, C. B. et al. Manual de prédios eficientes em energia elétrica. 15. ed. Rio de
Janeiro. RJ, 2002.
MAMEDE , J. Instalações elétricas industriais. 6 ed. LTC Rio de Janeiro, RJ, 2001.
MCKANE, Aimee; HASANBEIGI, Ali. Motor systems energy efficiency supply curves: A
methodology for assessing the energy efficiency potential of industrial motor systems. Energy
Policy, Berkeley (euba), v. 39, n. 10, p.6595-6607, out. 2011.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Plano nacional de energia 2030. Brasília, DF, 2007.
YANG, Ming. Air compressor efficiency na Vietnamese enterprise. Energy Policy, China, v.
6, n. 37, p.2327-2337, 06 jun. 2009.