isoquercitrina, com autores
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RESUMO
A isoquercitrina, um flavonoide presente em diversas plantas medicinais como
Sophora japonica, Ginkgo biloba, Camellia sinensis, Passiflora incarnata e Hypericum
perforatum, tem ganhado destaque por seus potenciais efeitos gastroprotetores e
antiulcerogênicos. Pesquisas revisadas mostram que a isoquercitrina protege a mucosa
gástrica por meio de mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, atuando como inibidora
da cascata inflamatória. Sua capacidade de estabilizar a membrana dos mastócitos e inibir a
liberação de histamina contribui para a significativa redução da formação de úlceras
gástricas, especialmente em modelos experimentais envolvendo estresse, lesão tecidual e
agentes ulcerogênicos.Além disso, a isoquercitrina modula os níveis de antioxidantes não
enzimáticos, como a glutationa (GSH), e reduz marcadores de estresse oxidativo, como
malondialdeído (MDA) e óxido nítrico (NOx). Esses estudos indicam que a isoquercitrina
pode ser uma abordagem promissora no tratamento de patologias gastrointestinais,
demonstrando eficácia na redução de lesões ulcerativas e no controle de processos
inflamatórios. Esta revisão apresenta uma análise abrangente dos mecanismos de ação da
isoquercitrina, das dosagens utilizadas e dos efeitos observados em diversos modelos
experimentais, sugerindo seu potencial terapêutico no combate às úlceras gástricas.
Palavras-chave: Isoquercitrina; gastroproteção; antiulcerogênico; revisão
bibliográfica; flavonoides.
1 INTRODUÇÃO
A úlcera péptica tem como etiologia envolvimento de uma interação entre fatores
agressores, como a secreção ácida de pepsina, e fatores defensivos, incluindo a produção de
muco e agentes protetores endógenos como prostaglandinas e fator de crescimento
epidérmico, é uma condição complexa que afeta entre 10% e 15% da população mundial
(Van Bergen et al., 2022). A peroxidação lipídica desempenha um papel crucial na formação
de lesões na mucosa gástrica, enquanto os antioxidantes são capazes de neutralizar os efeitos
prejudiciais das espécies reativas de oxigênio (EROS).Ademais, o uso prolongado de anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs) está associado a um risco aumentado de úlceras
gástricas, destacando a necessidade urgente de desenvolver novos agentes com propriedades
gastroprotetoras.
A isoquercitrina (ISO), um flavonoide presente em várias espécies vegetais (Sophora
japonica, Ginkgo biloba, Camellia sinensis, Passiflora incarnata e Hypericum
perforatum), tem demonstrado um potencial efeito protetor na mucosa gástrica. Estudos
sugerem que a isoquercitrina pode oferecer uma abordagem promissora para a prevenção e
tratamento de úlceras gástricas, devido às suas propriedades antioxidantes e anti-
inflamatórias. Esta introdução visa contextualizar a relevância da isoquercitrina no
enfrentamento das úlceras gástricas e a necessidade de explorar novos agentes terapêuticos
eficazes.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O objetivo deste estudo é avaliar a atividade gastroprotetora da isoquercitrina por
meio de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados Pubmed, Scielo e
Sciencedirect, utilizando os termos de busca: “Isoquercitrin”, “Gastroprotection” e
“Antiulcerogenic” no título ou resumo, com o uso do operador booleano “AND”. Foram
aplicados alguns critérios de inclusão, como a seleção de artigos originais publicados entre
2014 e 2024, acessíveis gratuitamente nas línguas portuguesa e inglesa. Foram considerados
estudos com abordagens qualitativa e quantitativa, de caráter exploratório, descritivo e
reflexivo, que abordassem o tema da pesquisa.
Entre os critérios de exclusão estavam: artigos incompletos ou que não permitiam
acesso online, além de revisões, monografias, teses, dissertações e trabalhos que não
estivessem diretamente relacionados à temática proposta. Após a pré-seleção dos estudos,
as informações extraídas dos artigos científicos foram analisadas e categorizadas, facilitando
a organização e compreensão dos dados de cada estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nas pesquisas realizadas, a isoquercitrina (quercetina-
3-O-monoglicosídeo) demonstrou ter um efeito potencial na proteção da mucosa gástrica.
Foi demonstrado via experimentação (WAHEED; RAMADAN; MOHAMMED, 2021) a
dose utilizada foi de 50 mg\kg e 100 mg\kg de isoquercitrina modificada enzimaticamente,
sendo utilizado camundongos como modelo, o resultado obtido foi a diminuição
significativa de lesões gástricas e alteracões bioquímicas. Além disso, ela aumenta a
formação de peroxidação lipídica e a desgranulação de mastócitos. O efeito ulcerogênico da
histamina no estômago é atribuído, na maioria, à sua potente estimulação da secreção de
ácido gástrico pelas células parietais, que se encontram predominantemente na mucosa
oxíntica do estômago. Esse processo ocorre por meio da ativação dos receptores H2 da
histamina, resultando na formação de lesões gástricas.
Os resultados deste estudo indicaram que a isoquercitrina reduziu significativamente
quase todos os sinais de úlceras gástricas induzidas em camundongos, como demonstrado
(YESILADA;GÜRBÜZ;TOKER,2014) Essa substância demonstra o seu potencial terapêutico,
inibindo significativamente a formação de úlceras causadas por estresse, etanol e ligadura
pilórica, embora tenham apresentado menor eficácia contra úlceras induzidas por serotonina.
Esse efeito pode estar relacionado à sua capacidade de suprimir a desgranulação dos
mastócitos de maneira independente de IgE, estabilizando potencialmente a membrana
externa dessas células. Como consequência, há uma diminuição na liberação de histamina
e, portanto, na sua ação ulcerogênica no estômago. Como pode ser atestado (RODRIGUES
et al.,2012) onde foi utilizado o extrato bruto das folhas de Byrsonima sericea (BSLE) no
qual as doses orais desse extrato, variou entre 125, 250 e 500 mg/kg, resultando em proteção
significativa contra lesões gástricas induzidas por etanol. Os resultados revisados neste
estudo apontam para o potencial terapêutico significativo da isoquercitrina na proteção do
trato gástrico, principalmente devido às suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias
e de modulação do estresse oxidativo. Diversos estudos experimentais indicam que a
isoquercitrina pode atenuar lesões gástricas induzidas por agentes químicos, como o etanol
e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), promovendo a integridade da mucosa gástrica.
4 CONCLUSÃO
Diante do exposto, acredita-se que a isoquercitrina desempenhe um papel na
desgranulação dos mastócitos. Além disso, seus efeitos gastroprotetores foram
acompanhados por um aumento dos níveis gástricos do antioxidante não enzimático
glutationa (GSH), bem como pela redução dos níveis de marcadores gástricos de
peroxidação lipídica (MDA) e do mediador inflamatório óxido nítrico (NOx), de forma dose-
dependente. Estudos adicionais corroboram que os efeitos moduladores da isoquercitrina e
da quercetina em úlceras gástricas induzidas por indometacina, assim como em distúrbios
neurológicos causados por estresse de imobilização aguda, estão relacionados às suas
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, uma vez que reduziram o acúmulo de MDA
e NOx, ao mesmo tempo que restauraram os níveis de GSH esgotados.
Este estudo visa contribuir para o entendimento dos mecanismos e da eficácia da
isoquercitrina como um agente antiulcerogênico e gastroprotetor em potencial. O projeto
busca trazer inovações no tratamento de úlceras gástricas, uma condição que continua a
representar um grande desafio para a saúde pública, tanto por sua alta prevalência quanto
pelas limitações dos tratamentos atualmente disponíveis. A carência de terapias eficazes e
seguras para o tratamento de úlceras gástricas, especialmente em pacientes que fazem uso
de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), pode agravar ainda mais o quadro da doença
Além disso, há uma necessidade urgente de novos agentes terapêuticos que não
apenas amenizam os sintomas, mas também abordem as causas subjacentes das úlceras,
promovendo uma abordagem mais completa e duradoura. Nesse cenário, este projeto se
propõe a preencher essa lacuna ao explorar o potencial da isoquercitrina como uma
alternativa promissora para o tratamento de úlceras gástricas.
REFERÊNCIAS
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Andrade, G. M., Rao, V. S., & Santos, F. A. (2012). Gastroprotective effect of Byrsonima
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Feng, L., Bao, T., Bai, L., Mu, X., Ta, N., Bao, M., Li, Y., Zhang, J., Fu, M., &
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