RESUMO PLANTAS

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

CAPÍTULO 3
PLANTAS
As plantas são seres que fazem parte do Reino Plantae, também conhecido como Reino Metaphyta. Os
organismos classificados neste Reino precisam ser:
• Pluricelulares: Seres que possuem muitas cé- lulas;
• Eucariontes: Células com núcleo verdadeiro que guarda o DNA;
• Autótrofos: Produzem sua própria reserva ener- gética, geralmente glicose, através da fotossín- tese. A
maioria das plantas realizam fotossín- tese, porém algumas são parasitas;
• Tecidos verdadeiros: Células que se agrupam por semelhanças de função e formato.

No passado, tanto as algas quanto os fungos eram classificados no Reino Plantae. Contudo, por não
reunirem todos os atributos foram reclassifica- dos em outros Reinos biológicos, o Protista e o Fungi,
respectivamente.

Características das plantas

As plantas são, geralmente, verdes por causa do pigmento chamado clorofila. Esse pigmento é respon-
sável pela realização da fotossíntese. Neste processo as plantas captam a luz solar, ou artificial, e a
transfor- mam em moléculas orgânicas com função energética, a glicose.

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Vale lembrar que a fotossíntese ocorre nos Figura 27. Estrutura principal de uma planta angiosperma.
cloro- plastos (figura 26), organelas presentes em
células de vegetais e ausentes em células animais.

Figura 26. Micrografia de tecido vegetal. As estruturas verdes


são os cloroplastos. Estes contêm clorofila.

Fonte: https://planetabiologia.com/wp-content/uplo-
ads/2021/01/celula-vegetal-Cloroplasto-funcao-o-que-e-estru-
tura-Resumo.jpg. Acesso em 17 mar 2023.
Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/es/tr/estrutura-
As plantas são seres sésseis, isto é, elas principalangiosperma.jpg. Acesso em 16 mar 2023.
precisam estar fixadas em um local. Geralmente
encontram-se no solo, mas podem se desenvolver Função das plantas
apoiadas em ou- tros vegetais (epífitas), rochas
(litófitas) ou na água (hidrófitas). As plantas são organismos protetores do
Realizam respiração, como qualquer outro planeta terra, pois realizam a manutenção e gestão
orga- nismo, captando o oxigênio da atmosfera e dos even- tos ambientais a todo instante. Elas
liberando gás carbônico. Porém, em contrapartida, produzem oxigê- nio junto com as algas, protegem
fazem fotos- síntese que é um processo contrário, o solo de erosão e deslizamentos e participam do
isto é, captam o gás carbônico e liberam o oxigênio. ciclo da água.
Resumidamente, podemos listar as seguintes A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas
ca- racterísticas das plantas: absorvem energia solar para produzirem sua
• Eucariontes (núcleo organizado) própria energia. Isto ocorre através da ação da
• Autótrofos (produzem o próprio alimento) clorofila (pig- mento associado à coloração verde
• Fotossintetizantes (produção da fotossíntese) das plantas) exis- tente em seus cloroplastos.
• Pluricelulares (multicelulares) As plantas formam a base da cadeia alimentar.
• Células formada por vacúolos, cloroplastos e Elas são produtoras de matéria orgânica e
celulose. alimentam os seres heterótrofos, ou seja,
representam o grupo responsável pela nutrição de
Partes das plantas diversos organismos consumidores.
Isso indica que sem a existência desses seres
Os organismos deste Reino são divididos em au- tótrofos, a vida na Terra seria impossível.
plan- tas inferiores e plantas superiores. As partes Além disso, podem servir de medicamento, pois
básicas das plantas (figura 27) superiores são as possuem substâncias de interesse medicinal para a
raízes, o caule e as folhas, cada qual com funções ciência e são utilizadas na construção civil.
específicas para o organismo.
• Raízes: Auxiliam na obtenção de água e sais Os 4 tipos de plantas: classificação
minerais do solo;
• Caule: Contribui para a sustentação, e o As briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
trans- porte de seiva elaborada (fito angios- permas são 4 grupos vegetais comumente
assimilado) e seiva bruta (água e sais estudados na botânica. Brióftias e pteridófitas são
minerais); consideradas plantas inferiores, logo precisam de
• Folhas: Realizam respiração, transpiração, umidade e som- bra para viverem e se
gu- tação e a fotossíntese.
reproduzirem, pois seus esporos são liberados na
água para o nascimento de novos organismos.
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As gimnospermas e angiospermas são plantas Seus principais representantes são os Musgos,
superiores, pois vivem independentes da umidade He- páticas e Antóceros (figuras 29, 30 e 31). Assim
ou de sombra, além de reproduzirem-se através da como as Pteridófitas, não possuem sementes,
polinização. Os tipos de polinização são: propagando-
• Anemofilia: Pólen viaja através do vento até -se por esporos.
chegar ao ovário;
• Quirópterofilia: Pólen levado por morcegos Figura 29. Musgos
até o ovário;
• Ornitofilia: Pólen levado por aves até o
ovário;
• Entomofilia: Pólen levado por insetos até o
ová- rio;
• Mastofilia: Pólen levado por mamíferos até o
ovário.

São divididas em inferiores e superiores não por


serem melhores ou piores entre si, mas devido im-
portantes processos evolutivos. Portanto, as
plantas são classificadas de acordo com sua
complexidade e surgimento de novos atributos, Fonte: https://static.preparaenem.com/2022/02/musgos.jpg.
como semente, flor e fruto (figura 28). Acesso em 17 mar 2023.

Figura 28. Evolução das plantas. Figura 30. Hepáticas

Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/ev/ol/evolucao-
2-cke.jpg?auto_optimize=low. Acesso em 17 mar 2023.

Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-oLwDGbD87M4/VG4e_GllU2I/
Briófitas AAAAAAAAB3Q/fwlMFtBKaWk/s1600/zenigoke2.jpeg. Acesso em
17 mar 2023.
As briófitas são plantas pequenas, pois não pos-
suem vasos condutores de seiva (avasculares), Figura 31. Antóceros.
vivem em locais sombreados e úmidos, formando
“tapetes” verdes sobre rochas, troncos ou outras
superfícies. São muito encontradas em florestas
fechadas, sempre próximas à corpos d’água.

Fonte: https://64.media.tumblr.com/8b3773f7ceadea285724b-
00ca9063873/efecbec98b9261c4-32/s500x750/45b88dd7457b-
c77300ee1ca7ae7fe48692a57efe.jpg. Acesso em 17 mar 2023.

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Características importantes As Hepáticas possuem aproximadamente 5.200
• São plantas avasculares, portanto não espécies e receberam esse nome, pois seus
possuem vasos condutores de seiva (xilema e gametó- fitos são similares a um fígado (Hepar).
floema); Os Musgos são os maiores representantes das
• O transporte de sais minerais, água e seiva Bri- ófitas, suas principais Classes são Sphagnidae,
ocor- re de célula em célula; Andre- aeidae e Bryidae. Apresentam mais de 10.000
• Não possuem raiz, caule ou folha e sim espécies. Os Antóceros representam um pouco mais
estrutu- ras primitivas chamadas rizoide, de 300 espécies e é o grupo menos diversificado das
cauloide e fi- loide, respectivamente; Briófitas.
• Nas Briófitas a reprodução acontece por O termo antócero significa semelhante a chifres.
alter- nância de geração ou metagênese. Ou
seja, dentro do ciclo reprodutivo ocorrem Reprodução das briófitas
etapas assexuada e sexuada;
• A maioria das Briófitas são dioicas, pois pos- A reprodução assexuada pode diferir entre as
suem fêmeas e machos, todavia existem espé- cies de Briófitas. Algumas darão origem a
espé- cies monoicas, isto é, hermafroditas; clones atra- vés da fragmentação, outras por gemas
• Precisam de água para sua reprodução; produzidas em regiões específicas do organismo, os
• Habitam, preferencialmente, ambientes úmi- conceptáculos.
dos, todavia existem espécies em locais de Na reprodução sexuada o gametângio
calor e frio extremos; masculino, conhecido por anterídio, produz gametas
• São plantas de pequeno porte, geralmente masculinos, os anterozoides. No gametângio
atin- gem entre 5 a 40 centimetros. feminino, chamado de arquegônio, está o gameta
feminino, a oosfera (figura 32).
Exemplos de briófitas Em presença de água, o anterídio libera
gametas masculinos (anterozoides), que “nadam”
O grupo das Briófitas possui três Filos, o até encon- trarem o arquegônio, onde está o
Marchan- tiophyta, o Bryophyta e o gameta feminino (oosfera).
Anthocerophyta, represen- tados pelas Hepáticas, Por atração química, o anterozoide se funde à
os Musgos e os Antóceros, respectivamente. oosfera, gerando um zigoto, ou seja, uma célula fe-
cundada. O zigoto dará origem ao esporófito.

Figura 32. Ciclo de vida das briófitas.

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Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/ci/cl/ciclomusgo1.jpg?auto_optimize=low. Acesso em 16 mar 2023.

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O esporófito é composto pela seta (haste) e apre- sentar sementes.
uma bolsa chamada cápsula. Dentro da cápsula, (B) não apresentar vaso condutor de seiva e
células nomeadas esporócitos originam esporos por apre- sentar sementes.
meio- se (divisão celular reducional). Quando (C) apresentar raiz, caule, folha e sementes.
maduros, os esporos são liberados no ambiente (D) apresentar raiz, caule, folha e não
para originarem novos indivíduos. apresentar sementes.
(E) não apresentar vaso condutor de seiva e
Objetivo: identificar as partes que compõe a não apresentar sementes.
estrutura de um musgo, como mostradas na figura
a seguir: 03. (UFSM-RS) Na passagem evolutiva de plantas
aquáticas (algas verdes) para o ambiente ter-
restre, alguns cientistas consideram as briófitas
as primeiras a apresentarem características que
permitiram que as plantas invadissem esse tipo
de ambiente. No referido grupo (briófitas), uma
dessas características é o(a):
(A) aparecimento da clorofila dando início ao
pro- cesso de fotossíntese.
(B) surgimento de tecidos de condução.
(C) formação de sementes como o modo mais
eficiente de propagação.
(D) surgimento de rizoides, que assumiram as
funções de absorção e fixação.
(E) eliminação da dependência da água para a
fecundação.
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/wp-content/
uploads/2020/02/musgos-estrutura.png. Acesso em
17 mar 2023.

Exercícios de vestibulares

01. PUC-RS – Responda à questão preenchendo


com V (verdadeiro) ou F (falso) os parênteses
corres- pondentes às afirmativas sobre os
musgos.
( ) Pertencem ao grupo das briófitas.
( ) São seres vivos heterotróficos
absortivos. ( ) São desprovidos de vasos
condutores.
( ) Preferem solos secos e
frios. ( ) São parentes das
hepáticas.
A sequência correta, resultante do preenchimento
dos parênteses, de cima para baixo, é:
(A) F – F – V – V – V
(B) F – V – F – V – F
(C) V – F – V – F – V
(D) V – V – F – V – V
(E) V – V – V – F – F

02. Fatec-SP – Na maioria dos sistemas de


classifica- ção, o reino das plantas é dividido
em dois filos denominados briófitas e
traqueófitas. O filo das briófitas caracterizou-
se por:
(A) apresentar vaso condutor de seiva e não

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Características gerais
Pteridófitas • São plantas criptógamas (sem sementes) e
tra- queófitas (possuem floema e xilema). A
As Pteridófitas, atualmente, são divididas em pre- sença dos tecidos condutores é uma
dois grupos, as Monilófitas e as Licófitas. As novidade evolutiva em relação às briófitas;
Monilófitas são representadas pelas Samambaias • Habitam ambientes terrestres úmidos,
(figura 33), e as Licófitas todas as demais algumas espécies conseguem viver em
Pteridófitas (avenca, xaxim etc.). Todas estas são ambientes secos, e há poucas de água doce;
muito utilizadas como plantas ornamentais. • Ocorre a alternância de gerações na
reprodução sexuada, sendo o esporófito (fase
Figura 33. Samambaias.
diploide) a geração duradoura. A água é
essencial, pois os gametas dependem dela
para se movimentar.

Estrutura Corporal: Caule, Raízes e Folhas

Possuem corpo organizado em caule, raiz e


folhas (figura 34). O caule é a estrutura que
sustenta as fo- lhas e faz o transporte da seiva
através dos tecidos condutores pela planta. Em
muitas samambaias ele cresce subterrâneo ou
paralelo à superfície do solo, sendo chamado
rizoma.
Fonte: https://images.ecycle.com.br/wp-content/uplo-
ads/2022/08/12140043/jeremy-bezanger-TFzcBJUtZL0-unsplash-
Figura 34. Estrutura de uma pteridófita (samambaia).
-scaled.jpg.webp. Acesso em 17 mar 2023.

Estas plantas também são conhecidas como


vas- culares ou traqueófitas, ou seja, que possuem
tecidos condutores e criptógamas, pois não
possuem semen- tes.
São plantas que, apesar de possuírem vasos
con- dutores de seiva, precisam de umidade e
sombra, pois sua reprodução também ocorre por
esporos.
Diferem das briófitas principalmente por causa
dos tecidos condutores e na alternância das
gerações, já que nas pteridófitas o esporófito é a
fase dominante e nas briófitas é o gametófito.

Fonte: https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2020/10/
Estrutura-das-Pterid%C3%B3fitas.jpg. Acesso em 17 mar 2023.

As raízes fixam a planta e absorver água e sais


minerais do solo, em geral são subterrâneas, mas
algumas são aéreas e crescem fora do solo. As fo-
lhas são laminares com células ricas em
cloroplastos, cuja função é fazer a fotossíntese,
processo pelo qual são elaborados compostos
orgânicos, especialmente açúcares.

Plantas Traqueófitas: Presença de Tecidos Con-


dutores

As pteridófitas são chamadas traqueófitas ou


plantas vasculares, o que é uma novidade evolutiva
em relação às briófitas. Isso quer dizer que têm dois
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tecidos condutores diferenciados: o xilema e o floema.

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O xilema, ou vasos lenhosos, é responsável por decomposição do rizoma nos espaços entre os
transportar a seiva bruta, uma solução de água e brotos, que torna as plantas separadas.
sais minerais, das raízes às folhas. Enquanto que os As samambaias quando atingem a maturidade
vasos liberianos, ou floema, transportam sexual, desenvolvem os esporos que são originados
compostos orgâ- nicos (seiva elaborada) produzidos por meioses, a partir de células localizadas dentro
nas folhas até as outras partes da planta. dos esporângios (figura 35). Os esporângios, por
sua vez, são reunidos dentro de estruturas
Reprodução Assexuada e Sexuada chamadas soros, que se localizam na superfície
inferior das folhas das samambaias.
As pteridófitas se reproduzem assexuadamente Quando o esporo encontra condições
por brotamento. Com o desenvolvimento dos favoráveis (solo úmido) origina o prótalo, que é um
rizomas, se formam brotos em pontos espaçados, gametófito hermafrodita (haploide), pois lá estão as
são os es- tolões ou estolhos. A partir desses estruturas reprodutivas masculina (anterídio) e
pontos
folhas ecrescem gônio). a seguir a fragmentação ou
raízes. Ocorre feminina (arque-

Figura 35. Ciclo de vida das samambaias.

Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/55/f6/55f69d1b0d746-quem-sao-as-pteridofitas-large.jpg?auto_optimize=low. Acesso


em 16 mar 2023.

Quando estiver maduro o gametófito e em si-


tuações que o tornem umedecido (uma chuva, por
exemplo), os anterozoides (gametas masculinos),
que foram liberados do anterídio, nadam até a
entrada do arquegônio e lá dentro encontram a
oosfera (gameta feminino). Acontece a fecundação
e se forma um zi- goto dentro do arquegônio.
O zigoto irá se desenvolver e formar uma nova
plantinha, um esporófito jovem (diploide), que
origi- nará uma pteridófita adulta. O ciclo recomeça
quando a planta fica madura e produz novos
esporos.

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mente nua. Isso porque, as sementes das
gimnosper- mas não se encontram no interior dos
Gimnospermas frutos, ficando expostas ou nuas.
Sua polinização ocorre pelo vento, no entanto,
As Gimnospermas são representadas por não produzem frutos e nem flores. Seus
plantas de grande porte, geralmente árvores, representantes mais conhecidos são os pinheiros,
possuem vasos condutores de seiva e sementes, sequoias e araucá- rias (pinheiro brasileiro) (figura
mas não produzem frutos. 36).
O nome do grupo deriva das palavras gregas
gym- mos “nu” e sperma “semente”, ou seja, Figura 36. Exemplos de gimnospermas.
significa se-

Fonte: https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2020/10/
exemplos-de-gimnospermas-sequoia-cedro-cipreste-pinheiro-a-
rauc%C3%A1ria.jpg. Acesso em 17 mar 2023.

Em geral, essas plantas adaptam-se melhor em


cli- mas mais frios e temperados. Acredita-se que
existam cerca de 750 espécies de gimnospermas.

Características

As plantas gimnospermas possuem raiz, caule,


folhas e sementes. Não existem flores e frutos.
Apre- sentam, ainda, vasos condutores, xilema e
floema.
O desenvolvimento das sementes e do grão de
pólen foi uma grande conquista evolutiva das
gimnos- permas. Esse fato fez com que as plantas
dominassem definitivamente o ambiente terrestre,
pois ficaram in- dependentes da água para a
fecundação.
Atualmente, esse grupo de plantas pode ser en-
contrado em vários tipos de ambientes. Um
exemplo é o pinheiro-do-paraná (figura 37) ou
araucária, que pode ser encontrado na Mata das
Araucárias, no Sul do Brasil.

Figura 37. Pinheiros-do-paraná.

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Fonte: https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/
images/araucaria.jpg. Acesso em 17 mar 2023.

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Estrutura Reprodutiva Os estróbilos masculinos, também chamados de
microstróbilos, são pequenos. Em seu interior são
A estrutura reprodutiva das gimnospermas é o pro- duzidos os esporos masculinos (micrósporos),
es- tróbilo, também conhecido como cone, daí a através dos microsporângios.
deno- minação conífera para as gimnospermas. Os estróbilos femininos, também chamados de
Os estróbilos são formados por folhas megastróbilos, são maiores e conhecidos popular-
modificadas que se agrupam e formam essa mente como pinhas. Eles produzem os esporos fe-
estrutura. Essas folhas são férteis e não realizam mininos (megásporos), através dos
fotossíntese. megasporângios.
Os estróbilos podem ser masculinos ou femini-
nos (figura 38). Isso permite que as gimnospermas Ciclo de Vida
possam ser monoicas ou dioicas. Quando monoicas
possuem estróbilos masculinos e femininos. Para compreender o ciclo de vida das
Quando dioicas possuem apenas um dos tipos de gimnosper- mas (figura 39), vamos considerar o
estróbilo. exemplo de um pinheiro, um representante tipico
desse grupo.
Figura 38. Estrutura reprodutivas das gimnospermas.
No momento da reprodução, as folhas modificam-
-se e originam os estróbilos masculinos
(microstróbi- los) e estróbilos femininos
(megastróbilo). Lembre-se que algumas espécies
podem ter estróbilos masculi- nos ou femininos,
são dioicas.
Nos megastróbilos são produzidos, por meiose,
os megásporos. Eles ficam retidos nos
megasporângios, onde desenvolvem-se no interior
do óvulo e originam o gametófito feminino. A partir
Fonte: https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2020/10/
estrutura-dos-estr%C3%B3bilos.jpg. Acesso em 17 mar 2023.
do gametófito femi- nino surgem dois ou mais
arquegônios, em cada um diferencia-se uma
oosfera, o gameta feminino.

Figura 39. Ciclo de vida das gimnospermas.

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Fonte: https://content.querobolsa.com.br/assets/f0913c12-e144-4541-a986-5451e066fb06. Acesso em 17 mar 2023.

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Nos microstróbilos, os microsporângios produ-
zem, por meiose, os micrósporos. Desses micróspo-
ros surgem os grãos-de-pólen, também chamados
de gametófitos masculinos. Eles ficam armazenados
no microstróbilo até serem liberados no ar.
Nesse momento, ocorre a polinização realizada
pelo vento (anemofílica). Os grãos-de-pólen viajam
pelo ar até encontrar a abertura do óvulo. Quando
isso ocorre, eles germinam e originam o tubo
polínico que cresce e alcança o arquegônio. Isso
possibilita que os gametas masculinos fecundem a
oosfera e originem o zigoto.
Desse processo surge o pinhão, que é a
semente, ou seja, o portador do óvulo fecundado, o
embrião.

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Estrutura
Angiospermas
As plantas angiospermas são as mais complexas
As angiospermas representam o grupo de plan- da natureza. Por isso, elas apresentam diversas es-
tas mais bem adaptado e evoluído da natureza. truturas.
Pos- suem flores, frutos e sementes, além de vasos
con- dutores de seiva, além de uma gama de Raiz, Folhas e Caule
substâncias químicas de interesse medicinal (figura
40). As angiospermas apresentam diversos tipos de
raízes, como pivotantes, fasciculadas, tuberosas, tu-
Figura 40. Exemplos de angiospermas. bulares, pneumatóforos e sugadoras.
As folhas estão envolvidas com os processos de
fotossíntese, respiração e transpiração. As plantas
an- giospermas apresentam folhas com diversos
formatos e tamanhos.
Os principais tipos de caules aéreos das angios-
permas são: tronco lenhoso (árvores), haste (herbá-
ceas), estipe (palmeiras), colmo (bambu) e
suculento (cactos).

Flores
A flor é considerada a estrutura reprodutiva da
planta.
As flores são formadas por folhas modificadas e
especializadas. Elas são compostas por quatro tipos
Fonte: https://cursosnocd.com.br/upload/conteudo/reino-meta- de estruturas: sépalas, pétalas, estames e carpelos
fita-classificacao-geral-criptogamas-briofitas-pteridofitas-fanero-
gamas-gimnospermas-e-angiospermas-biologia-360.jpg. Acesso (figura 41).
em 17 de mar 2023. • Sépalas: Normalmente de coloração verde,
lo- calizam-se abaixo das pétalas. Elas
Apresentam hábitos herbáceo (ervas), arbustivo protegem a flor imatura, envolvendo-a e
(arbustos), arbóreo (árvores), trepador formando o botão floral. Em conjunto
(trepadeiras) e parasita. formam o cálice.
São encontradas, normalmente, no solo, bem • Pétalas: Porção colorida com a função de
como na água, em rochas e apoiadas em outras atrair os polinizadores. Em conjunto formam a
plan- tas. corola.
Elas representam o grupo mais diversificado de • Estame: Estrutura masculina da flor.
plantas, com mais de 250 mil espécies. As Apresenta uma porção alongada, o filete e
angiosper- mas ocorrem nos mais variados tipos de uma porção terminal, a antera. A antera
habitats, des- de ambientes aquáticos até áridos. apresenta 4 sacos polínicos, os
O termo “angiosperma” deriva do grego “an- microsporângios, onde são pro- duzidos os
geios”, bolsa e sperma, semente. grãos de pólen. O conjunto forma o
androceu.
Características Gerais • Carpelo: Estrutura feminina da flor. É
formado pelo estigma e ovário. O estigma é
As angiospermas caracterizam-se pela presença local que recebe o grão de pólen e no ovário
de flores e dos frutos que envolvem a semente. encontram-
-se um ou mais óvulos. Cada óvulo contém
um megasporângio. Uma flor pode ter mais
de um carpelo, separados ou fundidos.
Quando estão fundidos formam o pistilo.
Todas as estruturas do carpelo formam o
gineceu.

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Figura 41. Organização de uma flor de angiosperma Todas as partes do fruto são derivadas da flor.
apresentando androceu e gineceu.
O fruto é resultado do desenvolvimento do ovário e
a semente do desenvolvimento do óvulo depois da
fecundação. Por isso, se um fruto apresenta uma
se- mente é porque o ovário tinha apenas um
óvulo. E se o ovário tiver mais de um óvulo, o fruto
terá mais de uma semente.
As funções do fruto são a propagação da
espécie e a proteção da semente.

Ciclo de Vida e Reprodução


Fonte: https://www.coladaweb.com/wp-content/uplo-
ads/2014/12/20190711-angiospermas-flor.jpg. Acesso em 17
mar 2023.
A reprodução das angiospermas inicia com a
poli- nização. A polinização é o transporte do grão
Frutos de pólen da antera até o estigma, onde se forma o
tubo polínico (figura 42).
O fruto é uma estrutura exclusiva das Ao se instalar no estigma, o grão de pólen
angiosper- mas. É uma porção carnosa que germi- na e forma o tubo polínico. Este cresce,
desenvolve-se a partir do ovário, após a através do estilete, até atingir o óvulo, no ovário.
fecundação.

Figura 42. Etapas do ciclo de vida de uma planta angiosperma: 1 – meiose espórica; 2 – polinização; 3 – desenvolvimento do saco
embrionário; 4 – desenvolvimento do tubo polínico; 5 – fecundação; 6 – germinação da semente

Fonte: https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/20190711-angiospermas-ciclo.jpg. Acesso em 17 mar 2023.

O óvulo apresenta dois tegumentos e uma Enquanto isso, no interior do tubo


grande célula-mãe de megásporo (2n) que sofre polínico po-
meiose e origina quatro células (n), das quais três se
degeneram e uma forma o megásporo funcional
(n).
O megásporo funcional sofre mitose e origina
o saco embrionário com as seguintes células: uma
oosfera, duas sinérgides, três antipodas e uma
célula central com dois núcleos polares.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
dem ser encontrados três núcleos: dois são núcleos
espermáticos (gametas) e o outro é o núcleo do tubo que
controla o seu crescimento.
Quando atinge o óvulo, o tubo polínico libera os seus dois
núcleos espermáticos. Um núcleo esper- mático (n) fecunda a
oosfera (gameta feminino - n) e forma um zigoto (2n) que dará
ao embrião.
O outro núcleo espermático se une aos dois nú- cleos
polares do óvulo, formando um núcleo triploide,

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CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

que dará origem ao endosperma secundário que irá nutrir o embrião. Após a
fecundação, o saco embrio- nário é chamado de endosperma secundário.
Como vimos, ocorrem duas fecundações. Por isso, as angiospermas
apresentam fecundação dupla, uma característica exclusiva desse grupo.
Enquanto ocorre a dupla fecundação, os tegu- mentos do óvulo formam
uma casca, que contendo o endosperma secundário e o embrião, formam a se-
mente. Os hormônios produzidos pelo embrião, esti- mulam o desenvolvimento
do fruto a partir do ovário.

Grupos das Angiospermas

As angiospermas são divididas em dois grandes grupos, as


monocotiledôneas e dicotiledôneas. Tal classificação baseia-se no número de
cotilédones. Os cotilédones são folhas embrionárias modificadas, responsáveis
pela transferência de nutrientes para as plantas, durante os estágios iniciais de
seu desenvol- vimento.
As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone na semente.
Exemplos: Alho, cebola, gra- ma, arroz, trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho,
aspar- go, abacaxi, bambu, gengibre e palmeiras em geral: coco-da-baía e
babaçu.
As dicotiledôneas apresentam dois cotilédones na semente. Exemplos: Pera,
maçã, feijão, ervilha, goia- ba, vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango,
batata, mate, tomate, jacarandá, jabuticaba, algodão, cacau, limão, maracujá,
cacto, mamona, mandioca, seringueira, café, abóbora e melancia.

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