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A MAiURlDiDE

"Até que todos cheguemos a unidade da fé, e ao conhecimento


do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estanira
completa de Ciisto': Efésios 4:13

O objetivo desta publicação trimestral de Obra Cristã -


A Maturidade é, contribuir, segundo a misericórdia do Senhor,
para o Propósito Divino evidenciado nas palavras de Efésios
4:13, acima anunciadas.

É um ministério para todosos membrosdoC~rpodeCristo,


atrav6s de um esforço incorporado de editoração daqueles que
sentem o peso da necessidade espiritual que os cerca e, como
Rute, desejam compartilhar, com os leitores, suas colheitas no
maravilhoso campo das insondaveis riquezas de Cristo, nosso
Boaz. É publicada com a oração e a esperança de que propi-
ciará um crescimento cristão para a maturidade - tanto indi-
vidual como coletivamente. Esta publicação 6 mantida pelo
Senhor, através da mordomia daqueles que consideram o seu
valor. Nao h6 "assinaturas", mas os leitores que a apreciam
poderão enviar suas ofertas, conforme a orientação do Senhor,
na forma de cheque nominal ou Valor Declarado, Vale Postal,
Ordem de Pagamento para "Obra Cristã- À MATURIDADE".
Outrossim, será enviada às pessoas que realmente desejarem,
e solicitamos aos prezados amigos que nos informem caso não
mais desejem recebê-la, ou quando houver mudança de ende-
reço.

Solicitações, notificações de mudança de endereços, e


ofertas devem ser enviadas à

OBRA CRISTA - A MATURIDADE


-
Caixa Postal 7923 CEP 01051 - São Paulo - Brasil
O 1985 Obra Crista - A Maturidade
Todos os direitos reservados
Campbell Morgan

A Perfeita
Vontade de Deus.

Não existe frase mais frequentemente em uso no pensamento e linguagem


cristáos do que esta: "A Vontade de Deus." Ela constantemente aparece em nos-
sa leitura da Escritura. Nossos hinos estão, muitos deles, relacionados com ela e
na oração a expressamos vezes sem conta.
Esta familiaridade tem, de certa maneira, nos privado de sentimento pro-
fundo de sua importância vital. Seu significado é pouco compreendido. Como
acontece com muitas das mais sagradas coisas, eia tem se tomado consideravel-
mente uma espécie de amuleto que é adorado por possuir um tom de piedade,
enquanto que é esquecido o fato de que ela é o assunto supremo da revelação
e a primeira e única permanente lei da rida. Noções falsas em si mesmas, e, con-
seqüentemente, perniciosas em seus efeitos, são mantidas em relação a ela. Estas
coisas nao sao o resultado de meditação mas, pelo contrário, da ausencia de me-
ditaçáo. Há muitos que imaginam que a Vontade de Deus é algo à parte dos in-
teresses humanos, à qual os homens devem se submeter sempre que forem leva-
dos a estar em contato com ela. Frances Ridley Havergal disse que "sempre exis-
te um suspiro de pesar na submissão." Isto é perfeitamente verdadeiro;e a idéia
que considera a Vontade de Deus como uma interferência Divina à qual devemos
nos submeter, é maligna em seus efeitos. Quantos há que só pensam em sua rela-
;%O com a Vontade de Deus nos momentos de tristeza e prova. São perfeitamen-
te sinceros, todavia, quando cantam

"Se tu deves me chamar a renunciar


Aquilo que mais valorizo - isto nunca foi meu;
Eu só submeto a Ti aquilo que era Teu:
Seja feita a Tua vontade!"
preencher o essencial da sua vida. A santidade deve ser buscada e encontrada.
Um homem santo não deve contudo descansar em sua santidade. Ela 6 sau-
dável para uma obediencia perpétua.Poder para servir é uma grande bênção,
mas o serviço como resposta à Vontade de Deus é a fuialidade suprema.
A consideração mais vital para toda vida humana 6 com respeito a se so-
mos e se fazemos aquilo que se harmoniza com a Vontade de Deus.
João declara (I João 2: 17) que o fazer a Vontade de Deus é a condição
de nossa permanência em meio a um mundo que está passando e perecendo.
Temos consciencia de que tudo ao nosso redor está perecendo; sim, e nós mes-
mos, quanto aos poderes do nosso corpo, também passamos. Estamos côns-
cios de um desejo apaixonado de permanência. Os pronomes possessivos sáo
uma revelaçáo deste desejo e uma confissão de nossa fraqueza. "Minha casa"; e
IA se foi! "Meu fiiho"; e está morto! Só existe permanência na Vontade de
Deus e s6 nela podemos usar perfeitamente o pronome possessivo: "Meu Se-
nhor e meu Deus."

Do Livro:A Perfeita Vontade deDeus.


Tradutor:N.A.D.A.

DEPENDÊNCIA
João 5:30

-Nada de mim mesmo -João 5:19; 5:30; 8:28


-Nunca falo de mim mesmo -João 7.16; 8:38; 12:49
- Nunca realizo algum milagre por mim mesmo - João 5:36;
10:37, 38
- Sempre foi o Enviado - Joáo 4:39; 5:30; 9:4; l l : 4 2 ; 12:44,45
- Nunca se utilizou de julgamento humano -João 5:30
Não apenas nas emergências, não somente nas grandes crises, mas em
cada situação nós devemos cultivar o hábito de dependência em
Cristo.

' E u tenho preferido estar no coração da África dentro da vontade de


Deus, que estar no trono da Inglaterra fora da Sua vontade."

David Livingstone

a maturidade
semear, quando comparada com a etemidode, para colher.

PEDINDO EMPRESTADO E ORANDO


Com relação a pedir dinheiro emprestado, tenho considerado que não há
razão para alguém sair da porta do Senhor para a porta de um crente, uma vez
que Ele está desejoso de suprir nossa necessidade.

DISCIPLINA DE DEUS
Nosso Pai Celestial nunca toma nada terreno de Seus fiihos, a menos que Ele te-
nha planos de Ihes dar em troca algo meihor.

NOVOS SABORES
Que diferença a graça nos faz! Talvez tenha havido poucas pessoas mais
apaixonadas pelo gosto de viajar, de ver novos lugares e novas paisagens, do que
eu; mas agora, após ter visto, pela graça de Deus, a beleza do Senhor Jesus, per-
...
di meu gosto por estas coisas

MOTIVOS PARA DAR


Os crentes deveriam buscar mais e mais para entrar na graça e no amor de
Deus, em dar Seu Filho Unigénito, e na graça e no amor do Senhor Jesus, em
dar-se a Si mesmo em nosso lugar, a fim de que, constrangidos pelo amor e grati-
dão, possam ser incessantemente conduzidos a entregar suas forças físicas e men-
tais, seu tempo, dons, talentos, propriedades, posição na vida, cultura, e tudo o
que têm e são ao Senhor. Com isto nZo quero dizer que devem abandonar seus
negócios, com6rcio ou profissSo para se tornarem pregadores; nem que devem
pegar todo o seu dinheiro e dar ao primeiro mendigo que pedir; mas que devem
guardar tudo o que têm e são p a a o Senhor, não como donos, mas como mordo-
mos, e que estejam desejosos, segundo Seu chamado, de usar para Ele, uma parte
ou tudo que possuem. Por mais que o crente possa ficar aquim, nada menos do
que isso deve ser seu alvo.

LAÇOS DE SATANÁSQUANTO A ORAÇÁO


6 uma tentaçzo muito comum de Satanás nos levar a abandonar a leitura
da Palavra e a oração, quando nosso prazer se vai; como se não sehouvesse pro-
veito em ler as Escrituras quando não desfrutamos delas, e como se não houve*
se utilidade em orar quando não temos o espírito de oração, enquanto que a ver-
dade e que a fun de desfmtarmos da Palavra, devemos continuar lendo, e que o
caminho para se obter um espirito de oração é continuar orando. Quanto menos
lermos a Palavra de Deus, menos desejaremos lê-la e quanto menos orarmos, me-
nos desejo teremos de orar.
WiI[ H. Houghton

"Sou Aquele que vive, e fui morto; e, eis que, estou vivo para todo o sem-
pre" (Ap 1:18).
Grandes divisóes da Igreja CristXestão ocupadas com um Cristo morto. Al-
guém que visita as catedrais do velho mundo e contempla as múltiplas cruzes e
cnicifios não pode deixar de reconhecer este fato.
Depois de repetidas visitas a algumas destas catedrais, culminadas por uma
visao de Oberammergau, as figuras vistas sobre'as cruzes induzkam o registro das
seguintes linhas:

Escuro é o edifício, e pesado o ar,


Dobrados estão os ombros de todos:
Curvados nas trevas, e prontos para soluçar -
C ~ z e salgumas
, pequenas, e outras grandes.

A música é mfstica e o cántico ritimado,


Os rostos dos adoradores buscam -
Débeis as respostas como dos santos na parede!
O Cristo, é esta a Tua Igreja?

Estás ainda preso pela morte na sepultura?


Náo existe alegria para nosso cântico?
Cânticos monótonos em línguas desconhecidas -
Cansando e alogando a adoração.

Fracas e vacilantes sãõ estas pobres almas esgotadas;


Cegas como seus líderes que caem.
Fala, Cristo, novamente aos moribundos e mortos;
Longe da Tua fé esta a chamada do homem

a maturidade
Altares, assim eles o chamam, com velas e dourados,
Reverentes para com a madeira e a pedra;
E quanto Aquele que desprezou o ouro e a ostentação?
Lá está Ele, morto, pendurado e sozinho.

Música e vitrais, e vermelho purpúreo,


Incenso, e luzes de candelabros;
Embora agradáveis aos olhos e ouvidos,
Tu, Cristo, pareces estar morto!

Esqueceram os homens a tumba e a manhã,


Enquanto louvam o madeiro do Calvário?
Ah,Tua glória resplandece no triunfo alcançado
Sobre a Morte em Tua grande vitória!

A cmz, esvaziada da sua Vítima e opróbrio;


Tu não és moldado em chumbo.
Nós adoramos com alegria um Cristo que agora vive -
Tu ressuscitastes dentre os mortos!

I? possível que Este realmente foi ressuscitado dentre os mortos? É Ele


realmente o prenunciado pelos profetas? Sim, verdadeiramente Ele 6 a Pessoa
cujo nascimento, vida e morte foram apresentados quase com detalhes, s6culos
antes de tudo o que ocorreu. Além do mais, Ele é Aquele homem de Deus de
Quem foi dito: "E tu Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra
de tuas mãos; eles perecerão, mas tu permaneces; e todos eles, como roupa, en-
velhecerão, e qual um manto os enrolarás, e como roupa se mudarão; mas tu és
o mesmo, e os teus anos náo acabarão" (Hb 1 :10-12).
Suas origens terrena2 foram desprezíveis. Nascido de uma mulher desco-
nhecida numa vila comum, numa província ignorada de uma terra desprezada,
lá foram colocadas sobre Ele todas as limitações da pobreza e falta de oportuni-
dade. Ele viveu como um jovem entre muitos, embora vindo a ser um homem ex-
traordinário. Como outros homens Ele foi sobre-carregado, solitário e faminto.
Porém, mais do que qualquer outro homem Ele foi desprezado e abandonado; foi
falsamente acusado, preso, chicoteado, crucificado. Todavia este é Aquele que
recebeu na linguagem profética o nome: "Maravilhoso!"
Sim, Ele é realmente maravilhoso! Ele está aqui - maravilhoso em Seu nas-
cimento - maravihoso em Sua vida - maravilhoso em Suas palavras - maravi-
lhoso em Seus feitos. Ele experimentou uma morte maravilhosa e chegou a uma
crise maravilhosa em Sua triunfante ressurreição. Ele está aqui - Conquistador
do pecado, da morte e da sepultura.
Toda a série de acontecimentos cercando a ressurreição provoca dramatiza-
ção e emoção. A sala da corte lotada e o juiz covarde. A triste procissao e a mul-
tidão curiosa. A cruz plantada e o Salvador sofredor. O túmulo selado e a guarda
romana. E finalmente o momento do triunfo com a pedra rolada e a sepultura
despojada de sua presa. O corpo que estava morto e enterrado está mais uma vez
palpitando w m vida.
O cenário todo aumenta a pulsação como alguém que da galeria dos anos
1 observa. Todavia devemos lembrar que isso não foi assim preparado. NEo havia
galeria naquela ocasiao e não havia espectadores.
A literatura, a música e a arte têm dado forma e cor àquele cenário. O poe-
ta e o pintor se uniram para nos dar um grande espetáculo teatral, e se não ti-
vermos cuidado estaremos mais preocupados coni um acontecimento do que
com uma Pessoa.
NXo 6 triste que Deus nos dê Seu meihor -Seu Fiiho unigênito - e a Igre-
ja manifeste mais interesse no acontecimento da Sua vinda do que na Pessoa que
está lá? Deus deu Seu Fiiho através da manjedoura e a Igreja está ocupada com o
Natal. Deus deu Seu Filho de volta em ressurreição triunfal e a Igreja tem apenas
uma Páscoa. Deus tem prometido que Seu Filho vai voltar i terra e muitos estáo
simplesmente buscando outro acontecimento. Você está esperando que Oisto
volte ou está esperando a volta de Cristo?

Do Livro: "Living Christ"


Tradutor:N.A.D.A.

Isaac Pennington disse: "A completa habilidade de obedecer a


verdade está escondida de todos os viventes, a não ser daqueles que
são gerados e trazidos ao mistério da sujeição ao Senhor. Teu povo
estará desejoso de Tua vontade, no dia do Teu poder. E o poder de
Deus que opera a vontade no coração, e o mesmo poder opera tam-
bém o realizar (Filipenses 2:13); e ninguém pode aprender a desejar
a Sua i>ontade. nem mesmo a efetua-lu corretamente, mas somente
se forem familiarizando-se com esse poder, unindo-se a ele e sentin-
do-o operar neles. Neste poder. a santa obediência é tão natural como
o é a desobediência para a carne. Bendito seja o nome do Senhor."

a maturidade
Hugh Macmilian

'Eu sou a ~ideime vos sois os ramos" - João 15 :5

Uma notável teoria foi estabeleci- ponentes de uma única e mesma planta
da recentemente na fisiologia vegetal, simples, justamente como o corpo, os
que ilustra de um modo surpreendente membros e os vários órgáos são partes
a natureza da união entre Cristo e os componentes de um único e mesmo
crentes, simbolizada pela videira e seus ser humano. E esta é a impressão que
ramos. Esta teoria baseia-se no fato de temos à primeira vista. Recentes pes-
que todas as plantas, sem exceção, são quisas científicas, contudo, provaram
estritamente anuais; a única diferença que esta idéia é errada. Atualrnente,
entre as espécies mais efêmeras e as considera-se que uma árvore não é
mais permanentes é que uma espécie um indivíduo simples ou único, uma
se propaga exclusivamente por semen- planta simples, mas, ao contrdrio, é
tes, enquanto que aoutra tanto por go- um agregado de indivíduos, um cor-
mos como por sementes. Esta noção é po associado. A idéia que nos traz um;
oposta à crença popular, e à aparente árvore genealógica d exatamente a mes-
evidência de nossos sentidos. Uma ár- ma de uma árvore natural; a primeira
vore, e a videira está incluida nesta consiste de pessoas vivas e mortas e a
classe, 6 geralmente considerada como última, do mesmo modo, consiste de
uma planta simples, como o lírio ou a plantas vivas e mortas. Em sua plena
primavera, somente que ela não fene- abundância de folhagem e vigor, uma
ce no outono, e possui um crescimen- árvore 6 literalmente uma colônia vege-
to perene. A idéia comum é que ela é tal, propagando suas plantas indivi-
um elemento tendo a mesma espécie duais verticalmente no ar, em vez de
de individualidade ou personalidade espalhá-las horizontalmente sobre a su-
que o homem; a raiz, o tronco, os ra- perfície da terra, como as plantas her-
mos, as folhas, e as flores, sendo com- báceas. "NZo é nada mais nada me-
nos", para usar a linguagem de alguém tados no mar, assim não pode haver
que escreveu um estudo especial sobre limite, quanto à peculiaridade de sua
o assunto, "que uma coleção de plan- construção, ao tamanho e idade de
tas vivas e em crescimento, porém se- uma árvore, exceto o limite imposto
paradas e distintas, produzidas neste pelo solo e circunstâncias externas.
ano, e igualmente de restos mortais de Agora, de acordo com este ponto de
um grande número de plantas indivi- vista, que belo e apropriado tipo é a
duais da mesma espécie produzidas videira com relação ao corpo misti~
nos anos que já se passaram." Em ca- co de Cristo! - esta entidade sagrada
da nova estação novos rebentos ou e espiritual composta de Cristo, como
plantas anuais saem dos gomos que o cabeça e de todos os que se uniram
vão coroando os antigos; e essas são a Ele com uma fé viva - de qualquer
as únicas partes vivas da árvore. Em idade ou país, pertencendo a qualquer
cada estação, no final do ano, esses classe ou denominaçao, vivos e mor-
rebentos ou plantas anuais, tendo tos! Este corpo espiritual 6 uma orga-
cumprido a finalidade de suas exis- nização mas, como um agregado de
tencias, morrem completamente não coral, 6 composto de inúmeros indi-
havendo provisão nem na economia víduos separados e distintos. Esta vi-
vegetal nem na animal, para reparar deira sagrada é uma unidade mas, co-
os tecidos gastos; mas ainda que mo uma árvore natural, ela é consti-
mortos e formados de materiais pe- tuída de incontáveis plantas separa-
recíveis, eles escapam à decomposi- das. A união entre Cristo e Seu povo,
ção, à qual toda a matéria orgânica é e entre si mesmos é da mais intima
susceptível, quando exposta à açáo dos e vital espécie. Cada membro tem sua
elementos, devido a que as raizes dos pr6pria personalidade, sua própria
novos brotos crescem profundamente existência individual; e ainda, vivo ou
sobre eles, envolvendo-os por todos os morto, ele 6 um descendente, ou ramo,
lados e em todo o seu comprimento. de uma mesma linhagem - uma parte
Eles são então hermeticamente encai- integral e componente de uma mesma
xados na árvore, e servem para aumen- árvore. O mesmo vínculo une todos
tar seu tamanho, proporcionando às entre si; a mesma seiva circula em to-
novas plantas que estão emergindo de- dos; a mesma vida anima a todos. Cris-
las, um solo temporário e um suporte to não 6 o tronco, nem os ramos, mas
mecânico permanente. Uma árvore é a videira toda; eles são membros do
então semelhante a um aglomerado de Seu corpo, de Sua carne, e de Seus
coral - cada nova geração de organis- ossos. Eles são Sua plenitude, no
mos vivos se desenvolvendo parasitica- mesmo sentido que todas as plantas
mente $obre os restos de uma geração isoladamente crescem numa árvore, e
passada, vivos e mortos se superpondo os restos que estão mortos, compaem
e formando um organismo compacto. o contorno, a forma, e a parte princi-
E do mesmo modo que não há limite pal dessa áwore. Esta videira sagrada
para o aumento e crescimento das es- viverá para sempre. Ela vem crescen-
truturas de coral, exceto a força das do em tamanho desde os dias de Adão
ondas e a ausência de materiais secre- at6 hoje; e ela irá crescendo e aumen-

à maturidade 11
tando até que todos os eleitos e redi- veis gerações de mortos. Todos
midos estejam enxertados nela, e ela os santos que esta0 na Terra, e todos
cubra toda a Terra com sua sombra. os santos que partiram desta vida, for-
Individuaimente os crentes a o pere- mam uma grande comunidade; eles são
civeis e mortais, mas o wrpo místico unidos à mesma gloriosa Cabeça, com-
6 imortal e dura para todo o sempre. p a r t i i m do mesmo gracioso amor.
Geraçóes após geraçóes de Cristiios se Qualquer outro elo de ligaçáo 6 dissol-
vão de um modo semelhante ao que vido. Os mais ternos e suaves relacio-
os brotos anuais da videira morrem, namentos terrenos caem do espirito
mas a Ipeja invisivel dura para sem- que parte, do mesmo modo que as
pre, como a própria videira. Novos in- grinaldas de flores murcham e caem
dividuos, novas linhagens se sucedem. daquelas partes que as entrelaçam
Cristo tem uma semente que O serve umas w m as outras quando o sol ar-
em cada geração, a qual se levanta para dente as atinge. O irnxlo deixa ir, com
tomar o lugar dos pais e para manter um triste e demorado afagar, a mao de
essa gloriosa videira verde e florescen- seu irmão que parte, a quem ele acom-
te. "Como os dias de uma árvore, as- panhou na última jornada pelo vale es-
sim são os dias de meu povo". Como curo; a mãe deixa que seu filho se vá
os dias daqueles cedros gigantes da para uma força maior que seu amor;
Califómia, cujos primeiros brotos sur- o marido e a esposa se abraçando no
giram quando Adão estava no Éden, último momento, mas o beijo da parti-
e esmo ainda verdes e florescentes co- da deve ser dado, e o último adeus
mo sempre e podem durar tanto quan- com o coração partido deve ser dado
to o presente sistema de coisas. A exis- também; e não mais se casa nem se dá
tência do povo de Deus em sua capa- em casamento para sempre. Mas a união
cidade de vida individual é de setenta com o Senhor Jesus, aquelaunião que é
anos, mas a sua capacidade de vida, ligada com as próprias mãos de Cristo
como um todo, dura para sempre. Ele fica mais apertada e firme, está alem
durará até depois que o sol e a lua de- do poder do destmidor. Embora Cris-
sapareçam e que os céus e a Terra pas- táos morram, eles estão ainda ligados
sem. Mesmo após a morte, a união en- um ao outro, e ligados a Cristo pelos
tre os crentes e Cristo não se dissolve elos do concerto eterno. A separapo
nem é perturbada. Do mesmo modo entre amigos Cristáos é somente tem-
que uma videira é um conjunto não so- porária e parcial. Eles são membros do
mente de plantas vivas mas também mesmo corpo vivo e imortal, partes
de plantas mortas, estas sendo envol- de toda aquela personalidade insepa-
vidas e introduzidas nos tecidos das rável de Cristo. Sua morte é preciosa
plantas vivas, conservadas e mantidas a seus olhos; seu próprio p6 é muito
invioladas dentro da árvore que querido para Ele. Nada daquilo que
está crescendo, assim o corpo mistico constitui uma parte essencial de sua
de Cristo é composto não somente humanidade viva e redimida 6 perdido.
de crentes vivos mas também de Eles esta0 mortos, mas eles morreram
crentes que já morreram, - somente no Senhor - eles esmo dormindo em
uma geração de vivos, mas incontá- Jesus. Suas vidas estão escondidas com

12 à maturidade
Cristo ern Deus. Eles esta0 unidos uns de circunstancias, naturais ou artifi-
aos outros num mesmo feixe vital - ciais. Quando uma árvore está coloca-
hermeticamente selados e livres de to- & no meio de uma plantação espessa
dos os elementos destrutivos do mun- e apinhada, apertada por todos os la-
do, de seus cuidados, de suas tristezas, dos por outras plantas, e sem condi-
e de seus pecados - nos ramos vivos da çóes de atingir sua proporção e forma
h o r e da Vida. Todos os direitos e naturais, quando essa árvore não tem
privilégios que lhes pertenciam en- livre acesso ao ar e luz do céu - ela
quanto vivos ainda sáo deles, sem não exibirá tao distintamente aquela
qualquer alteração. Seu Bendito Sal- mútua semelhança entre todas as suas
vador ainda os representa como seu partes. Algumas destas ficarão definha-
advogado, ainda cuida de seus interes- &S. outras com um crescimento exage-
ses, ainda mantém inviolável Seu com- rado, e assim a harmonia e a ordem do
promisso no Concerto;e o que se quei- wnjunto ficarão prejudicadas, mas a
ra dizer por estar "em Jesus", significa correspondência típica ficará, até certo
o mesmo para eles agora, mesmo es- ponto, mantida. Aplicando este wm-
tando mortos, e será no futuro perfei- portamento da videira e seus ramos a
tamente compreendido por eles quan- Cristo e Seu povo, descobrimos que
do Deus levá-los para Si. "Nem a vida, existe entre estes a mesma notável se-
nem a morte, nem as presentes coisas, melhança Cada Cristão possui em cada
nem as que estão para vir, poderão nos estigio de crescimento alguma seme
separar do amor de Deus que está em ihança com Cristo - a quem ele esta
Cristo Jesus nosso Senhor." unido por uma fé viva No Cristao Li-
Da natureza desta íntima e eterna nhas sem forma, esboçadas no caráter
uniao resulta necessária e inevitavel- do crente mais fraco, há alguns traços
mente outra qualidade que distingue do que será no futuro um perfeito re-
Cristo e Seu povo, simbolizada pela vi- trato do amoroso Úniw, mesmo que
deira e seus ramos - a mútua seme- mde e sem atrativos. A mudança vital
ihança. Se observarmos muito detalha- pela qual ele passou não é completa,
da e acuradamente uma videira em mas ela começou em todas as partes
crescimento, ficaremos maravilhados de sua natureza. O fermento da rege-
com a notável semelhança que existe neração está emanando o seu poder
em todas as suas partes. transformador, talvez silenciosa e va-
Todas elas parecem ter sido for- garosamente, mas com toda a seguran-
madas através do mesmo molde e ça através de todo o ser. A imagem na
apenas cópias umas das outras. Mesmo qual ele foi criado, e na qual ele é redi-
nas menores partes da árvore - a fo- mido, écada vez mais restaurada em
Iha, a'flor, a semente - encontramos sua alma. Sim! cada crente 6 um tipo
a mesma geral e maravilhosa semelhan- ou miniatura mais ou menos verda-
ça. Contudo, esta mútua wrrespon- deira e perfeita do divino Original; e
dencia, existe numa forma perfeita SO- todos os crentes têm uma geral seme-
mente quando a arvore está completa lhança familiar; eles têm traços de se-
e perfeitamente desenvolvida. Ela é melhança entre si e com Cristo que
modificada por uma grande variedade não podem ser confundidos ou ocul-
a fé, em outro o amor; a piedade de povo. "Eu sou a videira", diz Ele, que
um é tímida e reservada, a de outro é era "o primeiro entre Os dez milhares
evidente e ativa. Cada um mostra al- e o todo amoroso", que reconciliou
guma virtude especial. A multiforme n'Ele a suprema excelência do univer-
graça de Deus não atua da mesma ma- so, e uniu todos os coloridos raios de
neira em duas pessoas. Os caracteres luz da perfeigo moral numa gloriosa
que o povo de Deus apresenta, as ex- encarnação de santidade e amor.
periências pelas quais eles passam, as "Vós sois os ramos" diz Ele, daque-
circunstâncias em que sáo colocados, les cujo caráter e wnduta foram escul-
não a o presisamente iguais em dois pidos em Seu exemplo, e que, além
casos. E esta diversidade na unidade das virtudes, bondade, benignidade,
se apresenta na Igreja Cristã, como tam- retidáo que caracterizam o máximo
bém na Natureza, a beleza de uma va- do caráter para o mundo, mostra as
riedade consistente, - cada parte ali- qualidades espirituais mais altas e n e
viando, levantando, fumando as res- bres que são os fmtos do poder santifi-
tantes e contribuindo para a harmonia cador do Espírito na alma. A vi-
e beleza do todo. deira espiritual é, realmente, ex-
A videira é uma das plantas mais tremamente cheia de amor, revesti-
graciosas. Sua beleza não é de um ca- da com todos os seus ramos, "brotan-
ráter berrante e orgulhoso mas sosse- do e florescendo com todas as afeições
gado e discreto. Ela não possui flores humanas" - adornada com a exube-
pomposas mas se distingue pela grap rante riqueza de sua frutificapo do
de sua folhagem, a fragrância de suas outono, mostrando na claridade da re-
florescências, a forma admirável de tidão - em todas as suas graciosas e
seus frutos e sua notivel exuberância. simétricas proporçóes - um espetácu-
Cada folha com sua forma, nerwra e 10 para o mundo, para os anjos e para
cor é um modelo de beleza; os pinto- os homens. Em toda parte ela apre-
res dizem que para representar a per- senta o mais belo aspecto da paisagem
feigo da forma, wr, luz e sombra, moral que embeleza e consagra o am-
ligados a um objeto a ser pmtado é biente. Em meio das sedutoras plantas
necessário colocar diante de n6s um venenosas do pecado, ela mostra suas
cacho de uvas. Em todos os países meigas e benignas qualidades; no meio
onde d cultivada, a videira constitui de fraudulentos espinhos que sangram
uma das mais belas paisagens; o enso- os $s, que embaraçam o caminho e
larado Sul recebe o nome poético de desnorteiam, ela oferece um tronw li-
"terra das videiras" devido à predo- so, a sombra de sua folhagem e seus re-
minância de vinhas nas suas paisagens. frescantes frutos. E mesmo os ostensi-
Nessa regiao as videiras enfeitam as vos encantos da civilizapo, que sao
margens de arvoredos w m grinaldas de comumente considerados como os fru-
fragrante verdor ou cobrem as latadas tos naturais do progresso humano, sao
dos chalés com seus deliciosos cachos apenas as influências inconscientes do
de frutos dourados ou purpúreos. Nes- Cristianismo - os reflexos do caráter
te aspecto, também, quão apropriada é de Cristo apresentados pela Igreja e pe-
a imagem da videira, de Cristo e Seu los crentes - a vida de Cristo influen-
ii maturidade 15
ciando a sociedade através da comu- verdade unida a Cristo por uma fé vi-
nidade Cristã, e atravks de cada um de va e cheia de amor. Eles são as mani-
seus membros. Náo fossem as influen- festaçdes naturais e espontâneas da
cias morais sadias exercidas pela videi- vida interior. A alma que tem a vida e
ra e seus ramos o mundo rapidamen- o amor de Cristo não pode deixar de
te recairia num deserto moral horrí- produzir fmto. Ela faz assim não por
vel. uma lei externa e arbitrária, mas por
A videira é também notável pela uma lei de vida de crescimento, inter-
sua fnitificação. São poucas as plan- na e suave. E assim ela jorra livre e es-
tas que recompensam táo grandemen- pontaneamente do coração de uma vi-
te o trabalho do agricultor. Ela pro- da piedosa - a resposta prática, espon-
duz frutos em grande quantidade com tânea e natural do amor dos crentes ao
três ou quatro anos de idade, e conti- amor de Cristo - o que no Novo Tes-
nuam aumentando em qualidade e tamento é mais frequentemente cha-
quantidade em anos sucessivos, du- mado frutos do que obras. "0 meu
rando até idade avançada. Cristo é, na amado desce ao seu jardim e se alimen-
verdade, uma videira fmtifera, cujos ta de seus deliciosos frutos". A produ-
fmtos tem abençoado e continuam a ção de frutos é a distinçáo e a glória
abençoar enquanto o mundo existir. caracteristicas dos discípulos de Cristo.
Durante sua vida na Terra, Ele prati- É o resultado para o qual tendfm seus
cou sempre o bem, na estaçáo ou fora esforços - o objetivo supremo e mais
da estaçáo, fazendo milagres de mise- alto de suas existências. Eles estão uni-
ricórdia, pregando o Evangelho da dos a Cristo, vivificados pelo seu Espí-
salvaçáo e realizando toda obra que rito, gozando de todos os privilégios
Seu Pai tinha Lhe dado para fazer. E da graça, do orvalho do amor Divino,
tal qual a videira, devem ser os ramos. do sol da retidão Divina, das brisas e
'Wisto meu Pai 6 glorificado: que das chuvas da misericórdia Divina, a
deis muito fmto, e assim sereis meus fun de que eles possam produzir fru-
discípulos." O que Jesus requer de tos, mais e mais abundantemente.
seus discípulos náo são obras, mas Mais ainda, o Lavrador toma o cui-
fmtos. As obras podem ser, e muitas dado de revolver a terra, de podar, por
vezes são, resultantes de um espírito meio de Suas penosas dispensaçdes,
de serviço da lei. Elas são feitas em para que os ramos que antes produ-
obediência a regras e leis. Elas não ziam somente folhas venham a acumu-
fazem parte da natureza própria de lar exuberantemente os fmtos pacifi-
cada um. Elas podem ser realizadas cos da retidão. O Cristão est6ril é, por
mecanicamente, e até por motivos assim dizer, uma contradiçao - uma
nada dignos, através do temor ou pa- anomalia na vinha espiritual. Onde
ra satisfazer o prazer de se exibir ou quer que haja vida ele deve prosseguir
para acalmar uma ansiedade, ou ain- e crescer de estágio em estágio; náo
da para satisfazer uma consciência vã. deve descansar em nenhum ponto da
Mas os frutos sáo sinais de uma vida caminhada, mas avançar até que todos
real. Onde quer que surjam, eles mos- os ramos e todas as varinhas estejam
tram que a alma está de fato e em cobertos de fmtos. A produção de

16 à maturidade
frutos é uma necessidade de sua natu- de, e o amor, pois este é o grande obje-
reza, sem o que ele se torna mirrado tivo para o qual o Cristão é plantado
e raquítico, vindo a definhar e morrer; na casa do Senhor - enraizado no
a produçáo de fmtos é uma indicação amor de Cristo; se ele fa!h em atingir
de sua crescente perfeição - pois uma este propósito de sua existência, sua
planta só é perfeita quando ela produz vã forma de piedade não se harmoniza
I
todo fmto de que for capaz. Fé sem com aquele objetivo, nem evita que a
obras é morta do mesmo modo que terrível sentença lhe seja dirigida:
uma flor se torna abortiva, não forma "Arranque-a; porque ocupa inutilmen-
um fmto, murcha e cai da árvore. Nao te a terra?". "Todo ramo em mim (isto
há coisa pior numa videira do que ela é, em Cristo, não por uma real e vital
gastar toda sua seiva apenas na produ- união, mas apenas por uma união pro-
ção de brotos e folhas, e de um Cristão fessada em aparências por uma união
quando toda suagraça se desfaz em pa- apenas externa com Sua Igreja, e pelo
lavras e toda a sua fé em ocupações mero uso de Suas ordenanças)" que
deste mundo. Produção de fmtos é a não produz fmto, Ele tira; e todo o
grande finalidade para a qual uma vi- ramo que produz fruto, Ele limpa para
deira é cultivada; mas se ela tem falta que produza mais fmto ...". "Eu sou
disto a Faça e a beleza de suas folha- a videira e vós sois os ramos: aquele
gens náo sao uma compensação - ela que permanece em Mim e Eu nele, esse
estará arruinada e destruida; é mister dá muito fruto; porque sem mim nada
que se acrescente i sua fé, a sabedoria, podeis fazer".
a paciência, a temperança, a fraternida-

Do livro "Bible Tenchings in Nature':


(gublicado em 1893. Pags. 177-190)
tradutor:M. V.C

O PECADO E: JESUS CRISTO É:

Loucura - SI 38:5 Sabedoria - I Co 1:30


Trevas - C1 l : 1 3 Luz - Jo 1:9
Veneno - Nm 2116, S158:4 Antidoto - Nm 21:9; Jo 3:14,15
Enfermidade - I Co 11 :30 Saúde - M14:2

A maturidade 17
George Marheson

A s Asas para
Amanhã

Você e eu não podemos viver num instante presente; se não avançarmos


vamos retroceder. Nossas alternativas são esperanças ou recordações, Canaá ou
Egito, a terra da promessa ou a terra do retrospecto. O lugar intermediário é
sempre um deserto - um deserto estéril. O pensamento nao pode habitar lá,
nem nunca procura habitar lá. Ele deve ter ou asas para amanha ou asas para
ontem; ele deve "voar" se deseja descansar.
Sejam minhas, entáo, as asas para amanhã, 6 meu Deus! Se primeiro eu
conseguir as asas para amanhã, então poderei também voltar. A lembrança náo
pode trazer esperança, mas a esperança pode adornar a lembrança - até mesmo
a lembrança escura. O Egito, visto das montanhas de Canaá, pode parecer muito
lindo; suas fadigas podem ser glorificadas, suas dores justificadas. Se Tu estás
me preparando para um céu de amor sacrificial, estas labutas, estas dores, já
estao justificadas. Se minha Canaã fosse um mero lugar de prazer, cada lágrima
derramada no Egito seria um desperdício de tempo. Mas quando, como Calebe,
eu olho através das barras de cristal da Tua cidade e vejo que a cmz é a coroa
dela, eu entendo tudo. Eu compreendo porque Tuas rosas têm sido vermelhas,
nao brancas. Eu entendo porque gotas de sangue salpicaram o jardim da vida.
Eu compreendo porque minha vontade tem sido táo frequentemente frustrada,
porque meus planos têm malogrado tantas vezes, porque minha estrada tem siao
tao interrompida. É porque Tua terra de Canaã é uma terra de sacrifício e eu
estou me preparando para este sacrifício. É porque a rosa do Teu céu é a flor
da paixão do Calvário. E porque o centro do Teu trono contem um Cordeiro
que foi morto. É porque os mensageiros da Tua vontade sáo espíritos ministra-
dores. É porque Tua vida de ressurreição mantém as marcas dos cravos. E por-
que os mais humildes são os maiores no reino da Tua glória. A escravidão do Egi-
to será uma lembrança de ouro quando eu aceitar a vis%oda Tua terra de Canaá.

Do Livro: 'The Representative Men '


Tradutor: NA.D.A.
A VONTADE
DE DEUS
WatchmanNee

A IMPORTÂNCIA DE CONHECER A VONTADE DE DEUS

O que vamos considerar agora é do se nao pudesse fazer como queria,


como um novo crente pode conhecer a mas feliz se pudesse agir conforme seu
vontade de Deus. Isto é de grande im- desejo. Tal felicidade originava-se de
portância, pois a falta de tal conheci- sua própria vontade mas agora, seu
mento causa grande prejuízo à Sua centro foi mudado pois ele tem um
obra. Senhor. Se ainda vive conforme sua
Antes de alguém se tornar um cris. própria vontade, como antes, não se
tZo, vive nas cobiças da sua carne, fa- sentirá feliz; pelo contrário, seu mal
zendo os desejos da carne e da mente. estar será imenso.
Por natureza, era um f ~ daoira, por- Depois de ser salvo, você desco.
que s e ~ apenas
a a si mesmo, tenta- bre que a causa do seu mal estar está
va agradar a si próprio em todas as no seguir a sua própria vontade. Quan-
coisas. Fazia qualquer coisa que o tor- to mais você faz as coisas de acordo
nasse feliz,mas depois de crer no Se- com seu desejo, menos feliz se sente.
nhor, reconhece Jesus de Nazaré co- Mas se ao invés de seguir seu próprio
mo seu Senhor, a quem s e ~ r áPor
. ser pensamento você aprender a seguir a
redimido não mais pertence a si mes- Deus pela nova vida que está em você,
mo. Ele confessa que, tendo sido com- você terá paz e alegria. Isto é, verda-
prado por preço, pertence ao Senhor e deiramente, uma mudança maravilho-
a Ele prestará seu serviço. sa. Fazer a vontade de Deus traz gan.
Por esta causa, a partir do dia em de alegria. Nunca pense por um rn*
que 6 salvo, um filho de Deus experi- ment0 que Seguir sua própria vonta-
menta uma mudança drástica em sua de vai fazer voc&feliz. O caminho pa-
vida. Anteriormente sentia-se fmstra- ra a felicidade nao 6 seguir a sua vonta-

à maturidade 19
de mas sim, a vontade de Deus. vontade. A razão porque muitos fa-
A vida que recebemos tem uma h a m em suas vidas cristãs é porque
exigência primária: devemos andar eles seguem suas próprias vontades.
conforme a vontade de Deus. Quanto Lembre-se, andar conforme sua pró-
mais fizermos a vontade de Deus, mais pria vontade náo lhe dará nada senão
felizes seremos. Quanto menos andar- tristeza e pobreza espirituais. Final-
mos em nosso próprio caminho, mais mente Deus ainda vai levar você a se-
reta será nossa vereda diante de Deus. guir Sua vontade, mas Ele terá que
Se não andarmos segundo nossa pró- conseguir sua submissãõ por meio de
pria vontade, teremos uma vida mais circunstâncias especiais ou tratos inco-
ascendente na presença de Deus. Mas muns. Se você não fosse Seu fuho, Ele
se seguirmos nossa própria vontade, o poderia deixar vocé de lado. Mas sen-
caminhar se tomará mais difícil. A do você um fuho, Ele vai despertá-lo
felicidade está na obediência, e não na à Sua própria maneira, a seguir o cami-
vontade própria. nho da obediência. Toda a sua desobe-
Isto é algo que deve ser mostrado diência levará você simplesmente a va-
aos novos crentes. Quando cremos no gueaçóes desnecessArias. No fmal, você
Senhor, passamos por uma mudança ainda vai obedecer.
no âmago do nosso ser. A primeira
pergunta que agora fazemos é: "Que COMO CONHECER
farei Senhor?" Paulo fez esta pergun- AVONTADEDEDEUS
ta; nós também fazemos. Sempre que
encontrarmos um problema, devemos Como podemos conhecer a vonta-
nos humilhar sob a máo de Deus, di- de de Deus? Frequentemente comete-
zendo: "Não conforme a minha von- mos enganos. Náo é ficil para nós, pes-
tade, mas segundo a Tua vontade." soas terrenas, entender a vontade de
Náo importa quáo difícil seja a Deus. Todavia, temos um consolo dian-
circunstância ou prova, devemos apren- te de Deus: náo 6 que somente deseja-
der a obediência dizendo: "Senhor, mos fazer a vontade de Deus, mas
não a minha vontade, mas a Tua von- Deus mesmo quer que a façamos.
tade." Na decisáo do nosso futuro ou Procuramos entender Sua vonta-
na escolha do nosso caminho, devemos de, e Ele nos chama a conhecê-la. Ele
colocar diante do Senhor e dizer: "Se- quer que nós a façamos e certamente
nhor, nao a minha vontade, mas a Tua nos capacitari a entendê-la. De mo-
vontade seja feita." do que, é assunto de Deus revelar a
Irmáos, tão logo vocês se tornam nós Sua vontade. Nenhum filho de
cristaos, vocês devem começar. a acei- Deus precisa se preocupar sobre como
tar o pensamento de Deus. Somente pode fazer a vontade de Deus se náo
Sua vontade deve governar tudo. Nin- tem conhecimento dela. Embora seja
gukm deve viver conforme sua própria bem difícil conhecer a vontade de
idéia. Vocês evitafio muitas vaguea- Deus, é desnecessário ficar preocupa-
ções desnecessárias se forem sensíveis do com ela. De alguma fonna Deus
e temos diante de Deus e aprenderem fará Sua vontade ser conhecida por
desde o início a se submeterem à Sua nós.

i maturidade
Aprendamos a crer que se Deus I. ACONTECIMENTOS QUE
quer que façamos Sua vontade, certa- NOS CERCAM
mente Ele no-la tomara conhecida.
Ele vai usar os meios apropriados pa- Examinemos primeiro o fator cir-
ra nos mostrar o que ela é. A responsa- cunstancial. A Bíblia nos diz: 'Wáo se
bilidade do Senhor é tornar conheci- vendem dois passarinhos por um as-
da Sua vontade a seus servos e estes se?" (Mt 10:29). Em outro lugar diz:
devem obedecer. Se nossa atitude e "NXo se vendem cinco passarinhos por
intenção forem a de obediência, ve- dois asses?" (Lc 12:6). Matematica-
remos que o Senhor será responsável mente se com um asse compramos dois
em nos dizer qual é Sua vontade. Se passarinhos, ent5o com dois asses com-
nao fosse assim, Ele seria responsável praríamos quatro passarinhos. Mas o
se fu6ssemos algo errado. Assim os no- Senhor diz que dois asses compram
vos crentes devem aprender a confiar cinco passarinhos. Isto nos mostra co-
que Deus Ihes revelará Sua vontade. mo si70 baratos os passarinhos. Dois
De que maneira você pode conhe- por um asse, cinco por dois asses, o
cer a vontade de Deus? Há três coisas extra sendo acrescentando sem preço.
i s quais você deve prestar atençao. Todavia nem mesmo este quinto
Quando estes três fatores se encai- passarinho pode cair ao chão sem que
xam, você pode estar bem certo do seja da vontade de Deus.
que é a vontade de Deus. Mas se estes Não desejo falar nem do primeiro
três não estiverem a l i a d o s , se um nem do segundo passarinho, mas do
deles não se harmonizar com os ou- quinto. A menos que seja da vontade
tros, ent%o você sabe que voc8 deve de Deus, este quinto passarinho nao
esperar um pouco mais diante de Deus. cairá ao cháo- embora tenha sido.
comprado sem preço e tenha sido sim-
Quais sáo os três fatores? O pri- plesmente acrescentado à compra. As
meiro é a harmonia ou ajuste no am- sim, a Bíblia nos ensina que todos os
biente que vivemos; o segundo, senti- arranjos que nos cercam, todas as coi.
mento interior da liderança do Espi- sas que acontecem ao nosso redor, são
rito Santo; e o terceiro, o ensino das expressões da vontade de Deus. Ne-
Escrituras. Naturalmente isso não sig- nhum cairá ao chão fora da vontade do
nifica que eles devem estar nesta or. Pai Celestial. Então, se você encontrar
dem; quer dizer simplesmente que to- um passarinho no chão, você se encon-
dos os três sáo necessários e que quan- trou com a vontade de Deus.
do os três concordam e d5o o mesmo Usemos o cabelo humano como
testemunho, entáo você sabe a vonta- ilustração. Os africanos têm, pelo me-
de de Deus. Sempre que um dos três nos, um total de oitenta a noventa
náo concordar com os outros, você mil fios de cabelos; os chineses têm,
sabe que não deve se apressar, mas sim no máximo, cem ou cento e dez mil;
esperar. O ponto que requer seu cuida- os que possuem cabelos finos têm um
do 6 nZo se apressar nem forçar coisa total de cem a cento e vinte mil fios
alguma. Ponha-se em ação somente de- de cabelos. A faixa 6 portanto de oi-
pois da harmonia daqueles três fatores. tenta a cento e vinte mil fios de cabe.
10s. Cada dia muitos cabelos caem e e freio; de outra forma nao se sujeita-
muitos outros crescem em nossas ca- rao" (SI 32.9). Parece que às vezes
beças. Alguns crêem que nossos cabe- Deus tem que nos segurar com cabres-
los mudam completamente num perío- to e freio, senão nos desviaremos. So-
do de poucos anos. Todavia nosso Se- mos tão ignorantes como o cavalo e
nhor diz: "... porque nao podes tor- a mula que precisam ser seguros pela
nar um só cabelo branco ou preto repressão exterior do cabresto e do
sem a vontade do Pai." (Mt 5:36) Ele freio. Como novos crentes podemos
também diz: 'E até mesmo os cabelos orar desta forma: "Senhor, eu sou
da vossa cabeça esmo todos numera- uma mula ignorante." Até mesmo ir-
dos" (Mt 10:30 - Tradução altemati- máos e irmás mais velhos podem orar:
va). Ninguém sabe quantos fios de cabe- "Senhor, eu nada sou senão um cava-
los tem. Quem jamais contou seus fios lo ou mula, sem entendimento. NXo
de cabelos? Mas Deus contou e nume- estou bastante esclarecido quanto à
rou todos eles, Ninguém pode natural- Tua Palavra ou à Tua direção. Por fa-
mente tomar seu cabelo branco ou vor, segura-me com cabresto e freio e
preto; é preciso a vontade de Deus pa- não permita que eu me desvie."
ra realizar tal mudança. Confie no Senhor para que Ele
Os novos crentes devem aprender o conduza à obediència colocando-lhe
a conhecer a vontade de Deus através numa situação especial. Ele pode fazer
daquilo que os cerca. NZo existe nada isso. Voc&Aj viu como o criador de pa-
em nossas vidas que seja acidental. To- tos usa uma vara comprida para guiar
dos os acontecimentos de cada dia sáo seus patos? A vara tem mais de seis
medidos pelo Senhor. Precisamos ver metros e com ela ele mantem os patos
que tudo em nossas vidas -os aconte- na direção correta. Quando os patos
cimentos, as familias, maridos, espo- váo para um lado, ele bate neles para
sas, fuhos, colegas de escola, parentes que voltem. Da mesma forma, você
- tudo é preparado 'para nós pelo Se- pode se entregar ao Senhor dizendo:
nhor. Coisas que nos acontecem diaria- "Senhor, eu sou um cavalo, eu sou
mente estão todas dentro da ordena- uma mula sem entendimento. Mas
çáo do Senhor. Precisamos aprender nao quero me desviar. Quão bom

I a conhecer a vontade de Deus naquilo


que nos cerca. Este é o primeiro fator.
Muitos novos crentes ainda náo
seria se eu conhecesse a Tua vonta-
de. Mas visto que eu náo a conheço,
podes por favor, segurar-me com ca-
aprenderam como serem guiados pelo bresto e freio? Sou táo falto de enten-
Espírito Santo; eles podem conhecer dimento que fugirei se Tu soltares o
muito pouco do ensino da Bíblia. cabresto e o freio. Peço que me cer-
Deus, porém, ainda 6 capaz de guiá-los, ques, e me conduzas para a Tua von-
pois eles, pelo menos, podem ver a tade. Se eu quiser fugir, peço que in-
mão de Deus ao seu redor. Este é 0 terfiras. Embora eu nada saiba, eu co-
primeiro passo. nheço a dor. Por favor, interfira quan-
"NrTo sejais como o cavalo, nem do eu nXo quiser a Tua vontade."
como a mula, que nZo têm entendi- Nao negligencie as coisas ao seu
mento, cuja boca precisa de cabresto redor. Precisamos nos entregar às cir-

à maturidade
cunstâncias que o Senhor nos prepara. Santo? O profeta Ezequiel nos diz que
Embora sejamos como cavalos e mulas, quando nascemos de novo, Deus nos
sem entendimento e ignorantes, apesar dá um novo espírito. "... e porei den-
disso, o sermos freiados por Deus é al- tro deles um novo espírito" (11:19).
go excessivamente glorioso. Ele ainda nos mostra mais: "Porei meu
NZo sei qual 6 sua experiência, Espirito dentro de vós" (36:26, 27).
mas sinto que frequentemente um Precisamos fazer distinção entre estas
grande problema com muitos novos ir- duas coisas. Deus coloca Seu Espirito
mãos e h X s é sua luta constante em nós quando nós nascemos de novo?
contra as circunstâncias. Eles não se Nao! Primeiro Ele nos dá um novo e s
submetem; ao contrário, lutam para pirito, e depois nos dá Seu Espirito.
se livrar das circunstâncias atuais. Tais O 'hovo espirito" é o espírito de ho-
pessoas serão feridas. Se aprende- mem, enquanto "meu Espirito" 6 o
ssem a se submeter às cucunstân- Espírito de Deus. Portanto, na ocasiao
cias, seu caminho seria muito mais do novo nascimento, Deus cria em nós
ficii. Portanto aprenda a conhecer um novo espirito, o espirito humano,
que aquilo que o Senhor colocou em e depois coloca Seu Espirito em nós.
suas circunstâncias d o certo. NXo re- Nosso espirito é como um templo,
sista ao que Deus tem feito nesse sen- uma casa para o Espirito de Deus mo-
tido. rar nela.
Antes de temos um novo espíri-
to dentro de nós, Deus nXo pode nos
2. A LIDERANÇA DO dar Seu Espirito. Se Ele fizesse assim,
ESP~RITOSANTO Seu Espirito não encontraria um lugar
para habitar. Durante o dilúvio, a ter-
Temos visto de que modo amao de ra encheu-se de água. O julgamento de
Deus se manifesta em nossas circunstán- Deus veio sobre toda a velha criação.
cias. Deus nãoquer que sejamoscomo o Quando a pomba foi solta da arca, não
cavalo ou a mula que náo têm entendi- pôde encontrar descanso para seu pé.
mento. Ele vai nos dar a liderança de Só depois que as águas diminuíram, o
dentro. "Porque todos os que sao guia- julgamento passou, a velha criação
dos pelo Espirito de Deus, estes sao pereceu e a nova criação apareceu
fuhos de Deus" (Rm 8: 14). Quem com a nova foiha da figueira, é que a
pode ser guiado pelo Espirito de Deus? pomba, sendo enviada novamente, en-
Os f f i o s de Deus, pois o Espírito controu lugar para ficar. Assim acon-
Santo nos guia do interior. Deus não tece com o Espirito de Deus. Através
nos guia ipenas por meio das circuns- dos séculos, Deus tem estado mais
tâncias mas também por Sua vida em do que desejoso de nos dar Seu Espi-
nosso espirito. Lembremo-nos: o Espí- rito. Todavia, o espírito do homem
rito Santo habita em nós; nós O temos está nXo somente maculado e cheio de
em nós. Por esta causa, Deus pode fa- pecado. mas também morto. O espí-
zer Sua vontade conhecida em nós na rito do homem pertence h velha cria-
regiao mais profunda dos nossos seres. ção; sua comunicação com Deus foi
O que d a liderança do Espírito cortada. Conseqüentemente, não exi*
à maturidade 23
te possibilidade de Seu Espirito habi- da língua chinesa, daí náo poder ler
tar no homem mesmo que Ele quei- bem a Bíblia. Um dia ele preparou al-
ra. Para o Espirito de Deus habitar gum alimento e aqueceu o vinho como
no homem, o homem precisa nascer fazia no passado. Antes de beber, ele
de novo. Ele precisa ter um novo es- pediu a bênção de Deus. Depois per-
pirito dentro dele para prover uma guntou à esposa se um cristzo podia
morada para o Espirito de Deus habi- beber vinho. Sua esposa respondeu
tar. que nzo sabia. Ele entáo disse que era
Novos crentes, vods têm um no- uma pena que o Sr. Nee já tivesse par-
vo espírito, e o Espírito de Deus tam- tido; senão poderia perguntar a ele.
bém habita em vós. Este Espirito de A espasa sugeriu que visto estarem
Deus que habita em vós dirá o que prontos os pratos e o vinho, porque
é a vontade de Deus. O testemunho náo beber primeiro e depois escrever
está dentro de vós. Esta é uma carao uma carta ao Sr. Nee?
teristica do crente hoje: ele não apo Então ele pediu a benção sobre a
nas sabe por meio das circunstâncias comida de novo. Ainda assim não sen-
mas de dentro de si também. Ele nXo tiu-se bem. Sendo cristáos, sentiram
vê apenas a provisáo do Senhor naqui- que deviam saber logo se os cristEos
lo que o cerca mas o Senhor mesmo podiam beber vinho. Ele pediu à esp*
revela em seu interior o que é Sua sa para apanhar a Biblia, pois eu havia
vontade. Aprendam, então a confiar na lhe dado uma com letras grandes de-
liderança do Espírito Santo dentro pois que fora salvo. Ele deu uma oiha-
de voces. como também na provisão da e ficou assustado com a grossura
de Deus nas coisas que lhes aconte- da Bíblia. Pensou que era uma pena
cem. No momento mais apropriado, não ter lembrado de perguntar ao Sr.
nas horas de necessidade, o Espiri- Nee sobre beber vinho enquanto ele
to de Deus dentro de voces não será ainda estava com eles na montanha.
mudo mas lhes iluminará e lhes mos- Mais tarde eu o encontrei de novo,
trará se o assunto 6 de Deus ou não. e perguntei o que havia feito aquele
Tão logo alguém crê no Senhor, dia. Ele disse: 'Eu não bebi o vinho.
torna-se capaz de ser guiado pelo Es- Vocé náo estava aqui, e eu não enten-
pírito Santo. NZo precisa esperar por dia a Bíblia. Mas depois de pedir a
algum tempo no futuro. bênção sobre o alimento por três ve-
Vocês podem lembrar-se da histó- zes e imaginado que agora eu podia
ria sobre 'O Chefe Residente." Um beber, o Chefe Residente dentro de
ano eu estava me recuperando na Mon- mim náo me deu permissXo para b e
tanha Kuling e o irmão Yu foi salvo. ber. Então, eu não bebi."
Pouco tempo depois que ele foi salvo, Esta história mostra que se alguém
eu parti. Este i m á o bebia muito antes realmente tem coração para conhecer
de crer no Senhor. Ele bebia mais prin- a vontade de Deus, ele a conhecerá.
cipalmente do seu vinho feito em casa. Somente o crista0 descuidado não vê
durante o inverno frio de Kuling. AgO- claramente. Se um crente pretende fa-
ra tanto ele quanto a esposa foram sal- zer a vontade de Deus, o Chefe Resi-
vos. Ele pouco conhecia dos sinais dente certamente lhe mostrará Veja,
d maturidade
isto 6 cristianismo. Não existem ape- Durante os Últimos vinte anos, te-
nas as coisas que acontecem ao nosso nho recebido muitas cartas e conheci-
redor, mas há também o ensino do do muitas pessoas para certificar quão
Chefe Residente. frequentemente os cristãos tentam
A fm de conhecer a vontade de examinar seus sentimentos interiores.
Deus, voce precisa saber algo sobre Depois de ouvirem sobre a separação
este sentimento interior. Todavia, você do espírito e alma, começam a analisar
não deve enfatizá-10 demais para nao a si mesmos dia após dia. Eles interior-
cair dentro da diagnose. O que você mente tomam-se um laboratório onde
deve ver é simplesmente que o Espí- incessantemente analisam o que é cer-
rito de Deus habita no recôndito mais to e o que não é. Isto 6 muito doentio
interior do homem, isto é, no seu e um sintoma de enfermidade. Não d o
espírito. fi por isso que a consciência vemos permitir que os fihos de Deus
do Espírito Santo náo pode ser super- façam isso.
ficial ou exterior; ela vem do mais Se alguém é f f i o de Deus, ele sa-
profundo do seu ser. Nao soa como berá qual 6 o sentimento no espírito.
uma voz, e todavia é como uma voz. Se ele sabe que algo vem do espirito,
Nao 6 exatamente como um senti- isto é o bastante. Se ele entra na aná-
mento, mas ainda é como um senti- lise do seu sentimento, pode se extra-
mento. O Espírito do Senhor dentro viar. Esperamos que os f&os de Deus
de vocé vai ihe dizer o que é Sua von- evitem esta dificuldade. Não analise
tade e o que não é. Se voce 6 do Senhor, seus sentimentos incessantemente. A
quando você segue o andamento d e i Única ocasiao em que você precisa fa-
ta vida, você tem o sentimento de estar zer isso 6 quando nZo há bastante luz.
certo. Mas se você se rebela um pouco Se a luz 6 suficiente, não há necessida-
ou resiste, sente se perturbado e sem de de análise. Você saberá irnediata-
tranqrulidade dentro de si. mente. Pelo Espírito de Deus dentro
A obediéncia 6 vida para o crente. de você, você ficará esclarecido sobre
Nxo faça coisa alguma sobre a qual vo- todas as coisas. Se você quer obedecer
cê nao se sinta em paz no coraçáo. a Deus, saber6 dentro de você qual 6
Sempre que nao estiver em paz, você a vontade E l e .
sabe que o Espirito Santo dentro de
v o e foi ofendido. Como pode o Espí-
rito Santo dentro de você estar entrii 3. ENSINO DA ESCRITURA
tecido e v o e ainda continuar alegre?
Se algo é do Senhor, você pode realizá- A vontade de Deus nxo se mani-
10 com paz no coração. Se não é do festa apenas nos acontecimentos e pelo
Senhor, você não terh paz interior. Seu Espírito que habita em nós, - mas
Quanto mais vocé faz, menos paz vo- tamb6m se toma conhecida através da
c6 terá e menos segurança. Aquilo que Bíblia. Sua vontade foi revelada mui-
é a liderança do Senhor, naturalmen- tas vezes no passado, e isto está regii
te ihe dará paz e vida. Entretanto você trado na Escritura Sagrada. A vontade
nao deve analisar demasiado seu senti- de Deus 6 uma, não duas ou dez, cem
mento interior. ou mil vontades. A vontade de Deus 6

à maturidade
uma. Ele não muda de ontem para ho- tudo é Sim e Am6m. Se Deus decide
je. Sua vontade permanece a mesma fazer alguma coisa, Ele vai realizá-la
para sempre. Por esta razáo, os f i o s até o fm.
de Deus devem conhecer a Bíblia. Ne- Portanto, a fm de conhecer a von-
Ia eles encontrarão a revelação da von- tade de Deus, você tem no mínimo a
tade de Deus. mais do que confiável Palavra de Deus
A maneira como Deus vê uma coi- diante de você. Em muitos assuntos
sa hoje 6 a mesma como Ele via no voc6 poderá saber qual é a vontade de
passado. O que Ele condenou antes, Deus simplesmente lendo Sua Palavra.
condena agora tambem. O que Lhe da- Deus nunca fará hoje coisas contrárias
va prazer antes, ainda é Seu prazer daquilo que Ele fez na Bíblia. Pode ha-
hoje. A Bíblia 6 o lugar onde Deus ver acréscimos mas nunca contradição.
revela Sua mente. Deus manifestou A vontade de Deus 6 uma. Para um no.
sua própria vontade com respeito a vo crente saber as coisas de ~ e u s ele
,
muitas pessoas e muitas coisas nos dias precisa ler muito a Palavra de Deus.
passados. Tudo isso está registrado na Desde que ele pode não ter lido a Pa-
Bíblia. Visto que a vontade de Deus lavra de Deus antes de se tornar um
é uniforme, já existem uma série de cristao, ele deve lê-la cuidadosamente
exemplos escritos na Bíblia para nos agora para poder aprender a conhecer
mostrar qual 6 ela. I? absolutamente a Deus e Sua vontade.
impossível para Deus condenar hoje
algo que Ele aprovou na Biblia. Da
mesma forma, o Espírito Santo nun- A VONTADE DE DEUS
ca nos levará hoje a fazer algo que CONHECIDANA CONCORDÂNCIA
Deus já condenou na Bíblia. A vonta- DESTES TRÉS FATORES
de de Deus 6 uma.
A Bíblia revela a vontade de Estes três fatores juntos manifes-
Deus de uma forma muito abrangem tam a vontade de Deus - circunstân-
te. Ela nZo 6 um livro que fala apenas cias, o espírito do homem, e a Biblia.
sobre umas poucas vidas ou toca uns Pela concordância destes três nós
dois ou três assuntos. Não, a Bíblia aprendemos a conhecer a vontade de
é muito abrangente; ela cobre tudo. Deus. O que devemos fazer se almeja-
Para uma pessoa conhecer a vontade mos buscar a vontade de Deus num as-
de Deus, ela deve examinar a Bíblia. sunto particular? Para termos certeza,
Deve ser como um juiz que examina estes três fatores devem concordar.
as muitas decisóes passadas da corte, NXo pode ser apenas um fator, mas to-
a fun de chegar a uma deciao presen- . dos os três. Entáo podemos estar escla-
te. A decisão de uma corte hoje 6 ba- recidos sobre Sua vontade.
seada nas leis de ontem. A vontade de Imaginemos que alguém i h e peça
Deus jA foi revelada na Bíblia. Olhando para entrar num negócio, para traba-.
as decisdes na Sua Palavra com respei- lhar ou viajar com Ele. Ou imaginemos
to a diferentes assuntos, você sabe o que voc8 mesmo tenha idéia de fazer
que Deus busca hoje. Deus não muda algo ou de entrar num relacionamento
Sua mente a cada momento. Em Cristo especial com uma certa pessoa. Supo.

26 à maturidade
nha também, que alguém procure lhe 4. O PRINCfPIO DA IGREJA
persuadir a mudar o curso do seu futu-
ro. Quando você enfrenta tais decisóes, Deus nos tem mostrado que Sua
como vai conhecer a vontade de Deus? vontade é manifestada em Sua Pala-
De acordo com os princípios que vra, no espírito do homem, e nas coi-
aprendeu aqui, você primeiro precisa ir sas que acontecem. Agora vamos acres-
ao Senhor e ver o que a Bíblia ensina centar mais um fator: a vontade de
sobre o assunto. Deus tem algo a dizer Deus é manifestada através da igreja.
em Sua Palavra sobre esta questáo NXo existe direçao que possa pennane
especial? Examine a Palavra para ver. cer independentemente. Os fihos de
Aquilo que concorda com a Bíblia é Deus hoje são bem diferentes do Seu
a vontade de Deus. Depois pergunte: povo no Velho Testamento. Naquela
"Como me sinto interiormente? Como bpoca, eles se tornaram o povo de
o Senhor está me conduzindo?" Você Deus individualmente; mas hoje nós
se sente bem dentro de si? VocB vai somos o povo de Deus coletivamen-
descobrir que aquilo que o Senhor lhe te. Eles se tomaram o povo de Deus
mostra interiormente é o mesmo que a como uma nação, enquanto que nós
Bíblia registra abertamente. Se seu sen- somos o povo de Deus como um
curpu.
timento interior não concorda com a
Bíblia, você sabe entZo que não 6 dig- A mão não pode se mover sem
no de confiança. Você deve esperar envolver outras partes do corpo. Co-
e buscar mais. Somente quando seu mo pode a mão mover sem o mover
sentimento interior e a Bíblia concor- do corpo? Como podem os olhos ver
darem, 6 que você saberá que tudo e o corpo não ver? Podem os ouvidos
est8 h m ouvir e o corpo não? O ouvir dos ou-
vidos 6 o ouvir do corpo; o ver dos
Estes dois estando em concordân- olhos é o ver do corpo. Desde que
cia, levante sua cabeça e diga ao Se- os pés andem, o corpo também anda.
nhor: "Oh, Senhor, Tu sempre mani- Da mesma forma, toda a direção de
festas Tua vontade nos acontecimen- Deus é coletiva, impessoal, envolven-
tos. É absolutamente impossível pa- do o corpo inteiro. A luz de Deus
ra Ti me conduzires interiormente esta no santuário; a glória de Deus
e exteriormente, me ensinares com também está li. Sempre que a igreja
Tua Palavra, sem que esses aconteci- de Deus estiver como um santuário,
mentos dêem uma indicação semelhan- a glória de Deus se manifestará lá,
te. Senhor, podes preparar os aconte pois a glbria de Deus está no santuá-
cimentos a fm de que estejam alinha- . rio. NXo 6 que sejamos individual-
dos com a Bíblia e a liderança do Es- mente conduzidos por Deus, mas
pírito Santo?" A i você verá que Deus também todo o corpo de irmaos e ir-
realmente manifesta Sua vontade atra- más recebe a direção do Senhor. Não
vés dos acontecimentos. Se não fosse é uma pessoa que toma a decisão;
a vontade E l e , nem um cabelo pode- pelo contrário, é o corpo que decide.
ria ficar preto ou branco, nem poderia Precisamos aprender a conhecer a
um pardal cair ao chão. vontade de Deus pelo principio da
A maturidade
comunh%o. honestamente nas trevas. O que fazer
Quando estes quatro fatores estão então? O assunto deve ser levado à
numa linha reta, tudo está bem. A von- igreja. Se todos os irmãos e irmãs julga-
tade de Deus manifesta-se nos aconte- rem que o irmão que ofendeu está
cimentos, na liderança do Espírito errado, embora ele mesmo nao sinta is-
Santo, na Bíblia e através da igreja. so, o Senhor diz que ele deve ser con-
Depois que alguém examina os três siderado como gentio e publicano.
primeiros fatores, deve ainda consul- Você vê o que B a orientação? A
tar a igreja. Deus não faz conhecida orientação significa que você vê a igre
Sua vontade a apenas uma pessoa mas ja. Isto B maravihoso. Nunca pense
a um corpo, isto 6, a todos os irmãos que você está certo e o corpo inteiro es-
e irmãs. Por isso é importante alguém tá errado. Você deve aprender a acei-
estar esclarecido no sentimento inte- tar o julgamento da igreja. Quando to.
rior, na Palavra de Deus, nos aconteci- dos os irmáos e irma concordam em
mentos e fmalmente no consenso da seu sentimento, vocé deve ser cuidado-
igreja. so e aceitar o sentimento da igreja.
Se eu fosse a única pessoa salva no Este B um princípio bíblico. A vonta-
mundo, entao seria bastante para estar de Deus é manifestada na igreja. Por
esclarecido com respeito A vontade de esta razão, o Senhor Jesus diz: 'Tudo
Deus. Mas há muitas pessoas salvas no quanto ligardes na terra será ligado no
mundo, e o Senhor diz que Ele habita c6u; e tudo o que dedigardes na terra
no meio delas. O ensinamento de Ma- será desligado no céu" (Mt 18: 18).
teus 18 c? que eu devo ouvir a igreja. A igreja está onde habita a luz de Deus
Naquela passagem há um irmão que A igreja é o lugar de habitação de Deus.
ofendeu outro h % o . O irmão que O julgamento da igreja 6 o julgamento
ofendeu deve ser informado da sua do Senhor.
ofensa. Não é estranho que ele deva
ser informado? Ele não tem sensibili- A SEGURANÇA VEM DA
dade sobre isso como tem o outro ir- CONCORDÂNCIA DESTES
mao. Sendo um cristao, ele deveria ser T a S FATORES
o primeiro a ter consciência do seu pe-
cado. Ao inves disso ele precisa ser re- A igreja deve aprender a andar na
preendido. Ele é informado que pecou luz de Deus. Sua responsabilidade é
contra outro irmao, mas está totalmen- tremenda. Se ela agir descuidada-
te inconsciente disso. Seu sentimento mente na carne ao invbs de servir a
luta contra o sentimento do outro. Deus no espírito, seu julgamento náo
Quando o irmão que foi ofendido serA digno de confiança. A igreja de-
consulta outros irmãos, todos eles sen- ve ser espiritual, e os irmãos e irma
tem que o primeiro irmão pecou. En- devem se sujeitar A autoridade. Então
táo todos vêm a ele e lhe dizem que es- a vontade de Deus será manifesta atra-
tá errado. Suponhamos que ele ainda vbs destes quatro fatores. Para conhe-
sinta honestamente que não está erra- cer a vontade de Deus, você deve estar
do. AS vezes as pessoas estão desones- claro quanto ao ensino da Bíblia, cla-
tamente nas trevas, mas este h 2 0 está ro na sua direção interior, claro quan-
to ao arranjo circunstancial de Deus, e pode não estar certo. Ele precisa cla-
também claro quanto ao pensamento da mar do fundo do seu coração: 'Senhor,
igreja. Quando estes quatro fatores sou Teu servo; vou fazer a Tua vonta-
concordam inteiramente, você tem um de."
caminho direito diante de você. Você No Velho Testamento havia uma
está seguro concemente à vontade de norma para o escravo que desejava servir
Deus. seu senhor para sempre. Sua orelha se-
na perfurada por uma sovela no um-
bral da porta (Dt 15:17). Do pon-
A GRANDEZA DO to de vista humano isto pode parecer
CONHECIMENTO DA cmel, mas o Senhor nos mostra que 6
VONTADE DE DEUS isto que devemos fazer. Devemos ir ao
Senhor e dizer: "Minha orelha foi fura-
Muitos parecem pensar que o io- da na porta. Meu ouvido esta aberto
nhecer a vontade de Deus 6 uma coisa para ouvir Tua palavra. Eu Te senirei
pequena. Mas deixe-me lhe dizer, va- e alegremente farei Tua vontade. Do
ra nós que somos apenas pequenos meu coraçzo eu suplico permissão
insetos, conhecer a vontade de Deus 6, para Te senir, pois Tu 6s o meu Se-
verdadeiramente, uma grande coisa. Por nhor. Tenho um forte desejo de ser Teu
muitos anos eu tenho pensado no quão servo. Deixa-me ouvir Tua palavra e
maravilhoso é podermos pretender co- saber Tua vontade." Devemos ir ao
nhecer a vontade de Deus, sendo nós Senhor e pedir para ouvir Sua palavra.
I
como insetos e vermes; todavia nós co- Nossas oreihas esta0 furadas para ou-
nhecemos as decisões de Deus. Não 6 virmos Sua palavra. Esperamos pela
isto uma coisa enorme, algo digno de ordem do Senhor; esperamos para
nos gloriarmos? Que os novos crentes sernios enviados.
possam reconhecer que é glorioso co- Semprz me preocupo porque
nhecer a vontade de Deus. Tenho an- muitos buscam saber c a n o conhecer
dado neste caminho por mais de vinte a vontade de Deus sem ter realmente
anos, 116s sabemos algo da grandeza de coraçzo para faz&-Ia. Eles querem co-
conhecer a vontade de Deus. Deus dig. nhecer o método próprio. Eles pare
na-Se fazer Sua vontade conhecida de cem contemplar a vontade de Deus
nós. Precisamos nos curvar e adorar e como uma espécie de conhecimento
vaiorizar este conhecimento. a ser estocado e sem uso. Eles con-
sultam com Deus para saber Sua von-
tade, mas depois conferem com seus
O PROBLEMA DO HOMEM próprios pensamentos. Não esqueça
a palavra de Jesus quando disse: "Se
Fialmente, embora todos os qua- alguém quiser fazer a vontade de
tro fatores precedentes pareçam dar Deus, saberá" (Jo 7:17). Que possa-
uma indicação positiva, não existe n o mos realmente desejar conhecer a von-
cessariamente uma garantia de que al- tade de Deus. Tomemos a vontade
guém encontrou a vontade de Deus, de Deus como nosso alimento e nos
pois aquele que confia em métodos sa vida. Aprendamos a obedecer Sua
vontade. Hoje com um coração perfeito
Se ambos, o homem e o método para com o Senhor voct pode dizer:
estiverem certos, isto é útil. Mas se o "Senhor, eu realmente quero a Tua
homem n%oestiver certo, nzoexiste efi- vontade." Deixe-me lhe dizer, mesmo
cácia no mdtodo. O que mais temo são que vocé nXo conheça nada dos mdto-
pessoas querendo saber o método de dos para conhecer a vontade de Deus,
como conhecer a vontade de Deus, você ainda a conhecerá. Deus deve
sendo ao mesmo tempo, rebeldes dian- mostrar a v o e Sua vontade. Ele deve
te dEle. Posso relembrá-10s que o cami. revelar Seu coraçZo a você. Ele pode
nho crista0 6 um caminho transcen- até usar o relâmpago no céu para
dente? Se você tem um coraçáo calo- comunicar Sua mente a vocE. Ne-
roso e perfeito para com Deus, desejo nhum crente precisa esperar por anos
de fazer Sua vontade, entáo você sabe- antes de poder conhecer a vontade
rá embora desconheça totalmente os de Deus. Desejamos que todos os
mitodos. Deus tomará Sua vontade crentes possam apresentar tudo o que
conhecida àqueles que nada sabem de t&m a Deus, desde o primeiro dia. Me-
m6todos. uma coisa maravilhosa que lhor B que ofereçam seus corações, do
os olhos do Senhor passam por toda a que o padráo cristáo seja diminuído.
terra (2 Cr 16:9). A palavra "por"
no Hebraico dá a idéia de olhar nova-
mente, como se a primeira olhada não
fosse adequada. Os olhos do Senhor
passam de um lado para outro, para
descobrir se há alguém que busca por
Sua vontade. A este, Deus Se manifei Do Livro: 'Not IBut C%rist'
tará. Ti0dutor:NA.D.A.

"Deus t e m dois tronos. U m n o mais alto dos céus e outro n o


mais humilde dos corações."
D.L. Moody

MUDANÇA DE ENDEREÇO:
Pedimos aos assinantes áa revista que nos informem qualquer
modifica@o em seu enderep, para que continuem a recebê-la

30 à maturidade
Círculos Concêntricos
na Vida Cristã

'No mundo ? 'em Mim ' - João XVI:36

Estas palavras s?io parte das fra- mortalidade, seus erros, seus temores.
ses fmais do Último discurso de nosso Elas falam de uma vida 'no mundo '
Senhor aos Seus discípulos, na véspera que os discipulos inevitavelmente de-
1 da Sua morte. Ele realmente fd0u vem viver e da luta, pressão e 'tribula-
I logo depois, novamente e na presença çzo' que tal vida deve envolver. Contu-
deles. Mas não foi uma declaração a do, as preciosas palavras, enquanto
eles, mas para eles; foi o que os ale- esta0 do lado de fora do santuário,
máes chamam de maneira muito bela atingem suas mãos como se estives-
a grande Oração do Sumo-Sacerdote, sem dentro dele, para manifestar
a oração em João XVII na qual Ele seus tesouros. Suas promessas são pa-
solenemente confiou Seus discipulos ra a terra, para o tempo, para as neces-
a Seu Pai, fmdando Seus pedidos por sidades do cristão hoje, mas as razões
eles com aquela suprema expressáo de das promessas jazem profundamente
desejo, cuja própria forma é divina: na eternidade, na glbria, no Senhor da
"Pai, desejo que onde eu estou, este gl6ria, a saber Jesus Cristo, o Qual é
jam comigo também aqueles que me nossa vida.
tens dado, para verem a minha glória" Tio mundo'; 'em mim.' Aqui es-
(Jo 17:24). Esta oração é, podemos tao duas idéias contrastantes - A pri-
assim dizer, o Santo dos Santos da meira vista alguém poderia dizer: dois
Bíblia. pensamentos irreconciliáveis. O assun-
Mas nossas palavras para medita- to aqui tratado é a vida e experiên-
ção não sZo encontradas naquele San- cia do discípulo de Jesus, seu campo
tuario, mas na sua entrada. Elas são e esfera da existéncia. Isto, numa
pronunciadas diretamente a coraçOes só sentença, 6 descrito como 'em mim'
humanos fracos e confusos, em sua e ainda na mesma, como 'no mundo'.

i B maturidade 31
Que diferença incomensurável! Podem discípulo está também, tal é a bendita
estas duas posições, estas duas situa- promessa, 'em mim,' em Cristo. Um
ÇóeS pertencer ao mesmo ser, ao mes circulo conc8ntric0, mais fechado e
mo tempo? Na meihor das hipóteses, mais perto, está ao seu redor e no meio
não é de se esperar que o homem voe do tumulto, e é o Senhor. O mesmo
dum lado para o outro e faça sua resi- ser, a mesma consciência, sentimento,
dência agora num lugar e depois no ou- necessidade, personalidade, é o centro
tro, agora no Paraíso bendito e depois de ambos. Mas enquanto o circulo ex-
I
no deserto do mundo? tenor gira ao redor, aquele centro com
De modo nenhum, segundo o de- toda a sua agitação, o círculo interior 6
clarado propósito do Senhor. Estas a paz do Próprio Deus. Pois 6 a presen-
duas posições têm a fmalidade, em ça, o abraço dAquele que venceu o
Seu pensamento, de serem simultaneas mundo, sim, e agora venceu o homem,
e combinadas; os contrastes devem ser 'sujeitando todas as coisas a Si mesmo'
todos harmoniosos; os opostos devem (FI 3:21).
ser polos de uma esfera. Tio mundo te-
reis tribulações; em Mim tereis paz.' Voltemos por um momento ao
uma comparação ,,,,,ito simples quadro da viagem pelo mar. O viajante
pode ilustrar a verdade. isto e uma está longe da terra; o Atlântico 6 o seu
questão de circulas concêntricos. O ho"onte, seu cenário, movimentando.
ponto central no todo, com respeito a Se' balançando, *vez com
experiéncia, é o cristáo. Ao redor dele da Mas entao, se
revolve, como circulo exterior neces- está mar, está também,
sáno da sua vida, o mundo; em outras num sentido mais imediato, no meio
palavras, a atual corrente de coisas hu- do Humanamente está
manas, desordenadas pelo pecado, com seguro - no círculo interior. Assim é !

seus interesses incontáveis, com seus


inúmeros meios de comunicação, sua
com Os 'mares frios' do mundo. trai-
çoeiro, profundo, inquieto; é o cenário i
luz e músicas, com suas contendas e de mortes inumeráveis. Sim, mas avo-
tumultos, seus impactos de transfor- cé nZo é pedido que o enfrente expos-
mações e morte, com suas pressbes to como também ao viajante que en-
ameaçadoras de tentaçáo e com sua frente a nado as ondas do Atlântico. O
alienação da santa vontade de Deus. Senhor mesmo Se oferece para ser
Sim, ao redor dele se move este grande nossa força, nosso navio todo podero-
mundo,' este cosmos, com seus ventos so, que não pode perder sua noção
de posição nem ir a pique. Nós nos re-
e suas nuvens. Mais ainda, como a at-
mosfera física, ele não só revolve ao fugiamos nEle pela fé, e eis que, o
seu redor, ele o cerca e entra nele. mar revolto ainda está ao nosso redor,
Queira ele ou não, goste Ou não, O sentimos seu balançar e seu bramido.
mundo está nele, como o homem no Mas Ele está ao nosso redor, muito
meio do oceano, embora possa ser con- mais perto neste aspecto. 'Quando
duzido pelo grande navio acima das passares pelas águas, eu serei contigo'
profundezas. (1s 43:2); 'Minha presença ir& conti-
Mas mesmo assim, este mesmo go, e eu te darei' - náo só depois da

32 à maturidade !
luta, mas nela - 'descanso' (Ex 33: bitando em esta (Rm 8:37). No
14). mundo, mas não dele, eles s ~ o ,no
No passado isto foi verdade. Em entanto, as mais genuínas bênçãos pa-
Roma, em C o ~ t o os, santos estavam ra ele; eles sZo a encarnaçxo e os por-
ainda mais em Cristo; suas vidas eram tadores em meio As suas 'tribulações',
luminosas com Ele. É verdade hoje. da 'paz' do seu Senhor.
Na China, sim, na homicida Shansi,
na África, na Inglaterra, no trabalho,
na tristeza, na dor ameaçadora, no
ódio da oposição, nas múltiplas ten- Do Livro: 'Pensamentopara os
tações, os fuhos de Deus ainda provam Domingos do Ano :
que sXo 'mais do que vencedores' ha- Tradutor:D. O.M.

SETE EXEMPLOS DE REJEICÃO A CRISTO


Seu próprio Mundo - João 1:lO
Sua própria Nação - Joloáo 1 : I l
Seu próprio Pais - Marcos 6:4
Sua própria Cidade - Lucas 4r29
Seus próprios Parentes - Joáo 7:5
Seus líderes Aneiãos. Sumos
Sacerdotes e Escribas - Lucas 9:22
Seus Discípulos - Marcos 14: 71

"Como o carvalho dorme na semente, assim dorme o céu dentro


do crente que pode orar:Aba, Pai."
D.L. Moody

à maturidade
Godet

A DUPLA OBRA
DE NOSSO SENHOR

"A obra de Jesus no mundo é dupla. É uma obra reali-


zada por nós, destinada a produzir a reconciliação entre
Deus e o homem; é uma obra realizada em nós, com a fina-
lidade de operar nossa santificação. Por um lado é esta-
belecida uma relação correta entre Deus e nós; por outro
lado surge o fruto da ordem restabelecida. Pela primeira o
pecador condenado é recebido no estado de graça; pela ú1-
tima o pecador perdoado é associado com a vida de Deus...
Quantos expressam a si mesmos como se tudo estivesse
terminado e a obra da salvação completada, após recebe-
rem o perdão e a paz que ele obtém. Parece que eles não
suspeitam que a salvação consiste na saúde da aima e que a
saúde da aima consiste na santidade. O perdão não é o res-
tabelecimento da saúde, é apenas crise da convalescência.
Se Deus acha adequado declarar o pecador justo, é com a
finalidade de Ele poder restaurá-lo na santidade."

B maturidade
PEGADAS
DAS TESTEMUNHAS Hebreus 12:l

O SEGREDO ESPIRITUAL
DE GEORGE MULLER

Arthur T.Pierson

George Muiier era divinamente o qual se reflete a franqueza, a sinceri-


ajustado, ajustado em sua obra, como dade, a genuinidade e a simplicidade
um encaixe se ajusta na espiga, ou uma pr6prias de uma criança. A fé é outro
cabeça de osso se ajusta na articulação. centro sobre o qual se reflete a con-
Ele tinha adaptações, tanto naturais fiança, a crença, a docilidade e a
como pela graça, para a vida de serviço humildade. O amor é ainda outro cen-
A qual ele fora chamado e essas adapta- tro, em volta do qual se reúnem o
ções tornaram possível uma carreira altmismo, a generosidade, a gentileza
de excepcional santidade e serviço, de- e a paz de espírito. Na criança típica
vido à sua completa entrega à vontade e perfeita, portanto, todas estas be-
de Deus e sua fé, semeihante A de uma las qualidades devem coexistir e, na
criança, na Sua palavra. proporçZo em que são encontradas
Três qualidades ou características em um discípulo, é ele digno de ser
ressaltam-se de maneira bastante notá- chamado um filhinho de De@.
vel nele: verdnde, fé e amor. Nosso Se- Em George Muiier estes traços
nhor frequentemente ensinava a Seus eram todos encontrados e unidos em
discípulos que o espírito como o de um grau muito raramente achado em
uma criança é a alma do discipulado qualquer outro homem e este fato res-
e na criança ideal estes três traços são ponde, suficientemente, por essa notá-
centrais. A verdade 6 um centro sobre vel semelhança com Cristo e fmtifica-

A maturidade 35
ção em servir a Deus e ao homem. Ne- detalhadamente o real do irreal. Onde
nhuma descrição dele que falhe em a consciência não B sensível e domi-
colocar essas feiçOes bem proeminen- nante, a memória e a imaginação se
tes pode ser acurada em delineação. tomarão tão confusas que os fatos e
e sensível no colorido. E difícil supe fantasias falharão em ser separados.
restimar sua importância em sua rela- A imaginação seri tão permitida em
ção ao que George Mulier era e fez. adomar os eventos e experiências tan-
A verdade é a pedra de esquina por ex- to c& uma auréola de glória ou com
celência, pois sem ela nada mais i? ver- uma nuvem de prejufzo, que o narra-
dadeiro, genuíno ou real. Desde a ho- dor constantemente dirá nao o que
ra de sua conversso, a sua autentici- ele vê claramente escrito no livro da
dade foi crescentemente dominante e memória, mas o que ele contempla
aparente. De fato, havia nele uma es- pintado sobre a tela de sua própria
crupulosa exatidão que, hs vezes, pare- imaginação. A exatidao será, talvez
cia desnecesshia Alguém sorri da inconscientemente, sacrificada pela
precisao matemática com a qual ele metade em suas próprias imaginações;
relatava os fatos, dando os anos, dias ele irá exagerar ou dipreciar - confor-
e horas desde que foi trazido ao conhe- me os seus próprios impulsos o condu-
cimento de Deus, ou desde que come- zem. Um homem que náo mentiria
çou a orar por algum assunto concedi- deliberadamente pode, assim, ser ha-
do, e as libras, xelins, pence, meio-pê- bitualmente indigno de confiança:você
ni, e até mesmo um quarto de pêni que não pode dizer, e frequentemente ele
formam a soma total gasfa para um não pode dizer o que seria a verdade
dado propósito. Vemos a mesma exa- exata, até que toda a irrealidade com
tidão conscienciosa nas repetiçóes de a qual ela esta desta fonna envolvi-
afirmaçaes, sejam de princípios ou de da, seja dissipada como as nuvens vio-
ocorrências, as quais encontramos em Iáceas e douradas ao redor da monta-
seu diário. e no qual, frequentemente, nha, deixando o escalvado penhasco
nao há nem mesmo a mudança de uma da rocha nua ser visto, exataqente
palavra. Mas tudo isto tem um signifi- como ele 6 em si mesmo.
cado. Inspira absoluta confunça no re- George Muller sentia a imensa
gistro dos negócios do Senhor. importância da declaração exata. AI
Primeiro, porque mostra que o es- sim, ele se disciplinava a si mesmo
critor disciplinou a si mesmo para a para a precisáo. A consciencia gover-
justeza da declaração. Muita falsifica- nava a sua narraçáo e ordenava que
ção na0 B uma mentira intencional, tudo o mais fosse esc~pulosamentesa-
mas uma inexatidáo náo premeditada. crificado em favor da autenticidade.
Três de nossas faculdade humanas Mas, mais do que isto, Deus o fez, em
afetam poderosamente nossa veracida- um sentido, um homem sem imagina-
de: uma é a memória, outra a imagina- ção - comparativamente livre das ten-
ção e a outra a consciência. A mem& tações e de um temperamento entu-
ria, toma nota dos fatos, a imaginação siasta Ele era antes um matemático
colore os fatos com fantasias, e a conç que um poeta, um artesão que um ar-
ciência traz o senso moral para discemir tista e ele não via as coisas adornadas
com uma falsa auréola. Ele era caute- plesmente disse com todo o seu cora-
loso, náo impulsivo; calmo, e não exci- ção, "amém" - "será como Deus dis-
tável. Ele naturalmente pesava cada p a se". E Paulo parece imitar a fé de
lavra antes de falar, e escmtinava cada Abraão quando, no naiifrágio, ao lar-
afirmação antes de dar-lhe forma com go do cabo de Malta ele disse, "eu con-
I$is ou língua E, portanto, as verda- fio em Deus que sem' do modo por que
deiras qualidades que, para algumas me foi dito". Isso é fé em seuexercicio
pessoas, podem tornar a sua narrativa mais simples e era a fé que Goerge
despida de chame, e até mesmo repul- Mulier tinha. Ele achava na Palavra
sivamente vulgar, adicionam para seu do Senhor, em Seu bendito Livro, uma
valor uma declaraçáo de fatos, since- nova palavra de promessa para cada
ra, consciente, destituída de imagina- nova crise de prova ou de necessidade;
ção, pura, e digna de confiança. Tives- ele colocava o seu dedo sobre o texto
se algum homem, de mente mais p d - e então olhava para Deus e dizia: 'Tu
tica, escrito aquele diário, e o leitor disseste. Zu creio". Persuadido da ver-
teria se encontrado constante e incons- dade infalível de Deus, ele descansava
cientemente dando um abatimento de- em Sua palavra com fé resoluta e, con-
vido ao próprio entusiasmo do autor, seqüentemente, ele ficava em paz.
dando um desconto aos fatos por cau- Nada 6 mais perceptível, em toda
sa da imaginação colorida. A narrativa a carreira deste homem de Deus, esten-
poderia ter sido mais legível, mas ela dida por sessenta e seis anos do que a
não teria sido táo fidedigna e, nesta f m e z a de sua fé e a constsncia que
história dos negócios do Senhor na- ela deu ao seu caráter ileso. Ter uma
da era táo indispensável como a verda palavra de Deus era o bastante. Ele
de exata. Ela seria igualmente indigna, construiu sobre ela e quando vieram as
não fosse ela incontestável. O Senhor enchentes e bateram contra aquela
capacitou o homem que viveu estavi- casa, como poderia ela cair! Ele
da de f6 e oração e escreveu essa histó- nunca era confundido nem obrigado a
ria-de-vida, para inspirar confiança, de fugir. O terremoto pode abalar terra e
maneira que mesmos os descrentes e os céu, mas ele deixa ficar o verdadeiro
que duvidam sentiram que estavam crente, o herdeiro de um reino que náo
lendo, não uma novela ou um poema, pode ser removido, pois o objeto de
mas uma história. todo este abalo é remover o que pode
Fd era a segunda destas caracterís- ser abalado, para que o que não pode
ticas centrais em George Muller, e era ser abalado possa permanecer.
unicamente o produto da graça. Mas Se George Mulier tinha alguma
nos B dito, na primeira grande lição da grande missáo, não era para fundar
f6 nas Escrituras, que (Gênesis 15:6) uma instituição de fama mundial, de
Abraáo creu em Jeová -literalmente forma dguma, embora útil em distri-
disseamém a Je0vá.A palavra 'ízmém" buir Bíblias, livros e folhetos, ou em
náo significa "deixe ser assim", mas, dar um lar e alimentar milhares de ór-
"serb assim". A Palavra do Senhor veio fáos, ou em estabelecer escolas cris-
a Abraáo dizendo este "não será", mas ti% e auxiliar obreiros missionários.
ainda algo mais: "será" e Abraáo sim- Sua principal missão era ensinar aos

B maturidade 37
homens que é seguro crer na Palavra desses dois breves motos, encontrare-
de Deus, descansar implicitamente so- mos que, sobre o caráter de Jesus Cris-
bre o que quer que Ele tenha dito e to nada era mais notável do que a o b e
obedecer explicitamente o que quer diência da f6 e a autwentrega a Deus e,
que Ele tenha mandado: essa oração ein Sua carreira, a qual somos ordena-
oferecida em f6, confiando em Sua dos a seguir, a renúncia com amor
promessa e na intercessáo de Seu q u e ou w m auto-sacrifício pelo homem. O
rido Filho, nunca é oferecida em váo; vitupério era sublimamente verdadeiro:
e que a vida vivida pela fé é um andar "Ele salvou os outros; a Si mesmo náo
com Deus, do lado de fora dos pró- pode se salvar"; era porque Ele salvara
prios port2res do céu. os outros que a Si mesmo náo poderia
O amor, o terceiro dessa trindade se salvar.
de graças, era o outro grande segredo A semente deve desistir de sua
e liçáo desta vida. E o que é amor? própria vida por causa da safra; e aque-
NEo meramente uma afeiçáo compla- le que irá ser vida para outros deve,
cente por aquilo que é amável, o que como o seu Senhor, consentir em
é, frequentemente, um meio-egoísmo morrer.
deleitandc-se na associação e na cc- Aqui está o real significado da-
munhão. daqueles que nos amam. quele mandamento "Negue-se a si mes-
Amor é o principio do altruísmo: o mo e tome a sua cruz". Auto-negaça0
amor "não busca o que 6 seu próprio"; não é cortar uma indulgência aqui e
6 a preferência da satisfação e do prc- ali, mas lançar o machado na raiz da
veito do outro, acima do que é nosso árvore do Eu, da qual todas as indul-
e, por isso, é exercitado em direçzo ao gências sáo apenas ramos maiores ou
ingrato e desagradável, para que ele menores. Justiça própria e autoion-
possa elevá-los a um nível mais alto. fiança, interesse próprio e agrado pró-
Tal amor é benevolência, em vez de prio, vontadeprópria, auto-defesa, gló-
complacência, e assim ele é "de Deus", ria própria - estes são uns poucos das
pois Ele ama o ingrato e o mau. Aque miriades de ramos daquela árvore prc-
le que ama 6 nascido de Deus e conhe fundamente enraizada. E se, um ou
ce a Deus. Tal amor é obediêcia ao mais destes forem cortados, se tal poda
principio de altruísmo, e torna o auto- de alguns poucos ramos apenas lança
sacrifício habitual e até mesmo natu- de volta aos outros a vida própria para
ral. Enquanto o moto de Satanás é neles desenvolver mais vigorosamente?
"Poupe-se a si mesmo!" o moto de E o que é levar a cruz? Falamos de
Cristo 6 "Negue-se a si mesmo!" Are- nossas "cmzes" - mas a palavra de
preensáo mais severa jamais dada pelo Deus nunca usa essa palavra no plural,
nosso Senhor foi aquela para Pedro, pois não há senáo uma cmz - a cruz
quando ele se tornou um Satanás por no qual a vida-própria é cnicificada, a
aconseihar a seu Mestre a adotar a re- cmz oa auto-renúncia voluntária. Co-
gra* de Satanás. Somos mandados por mo Cristo veio para a cruz? Lemos em
Paulo, lembrem-se de Jesus @isto*: e Filipenses os sete passos de Sua desci-
por Pedro, "sigam seus passosn**? Se da do céu para o Calvário. Ele tinha
buscamos o mais íntimo significado tudo que até mesmo o Filho de Deus
%t 16 **11~m2 (gego) "*I Pe 2:2
38 a maturidade
poderia segurar como precioso, mesmo passo a passo, foi conformado ao
a real igual participação da glória de modelo mostrado nesta Palavra. Cada
Deus. No entanto, por causa do ho- um destes passos era uma nova auto-
mem, o que Ele fez? Ele nro se apegou negação, mas era seguindd. Ele es-
nem mesmo à Sua igualdade com Deus, colheu pobreza voluntária para que
Ele se esvaziou a Si mesmo, tomou outros pudessem ser ricos e perda
sobre Si a forma de servo, foi feito h voluntária para que outros pudessem
semelhança da humanidade caída; e ter ganho. Sua vida foi um longo es-
ainda mais, mesmo como um homem forço para abençoar outros, para ser
Ele a si mesmo se humilhou, identifi- o canal de levar a verdade, o amor e
candoBe com nossa pobreza, miséria a graça de Deus a eles. Como Paulo,
e pecado; Ele aceitou a morte por nos- ele se regozijava em tais sofrimentos
sa causa e morte de vergonha no ma- por outros, porque assim ele preenchia
deiro de maldição. Cada passo foi des- o que resta das aflições de Cristo em
cendente até que Ele, que havia sido sua carne, por causa de Seu corpo, que
adorado por anjos, foi insultado por é a igreja *
ladrões e a coroa de glória foi substi- A menos que o sacrifício volun-
tuída pela coroa de espinhos! Isto é tário do amor seja levado em conta,
o que a cmz significou para Ele. E Ele a vida de Goerge MuUer ainda perna-
diz: "Se alguém quiser vir a$s mim. .necerá um enigma. Lealdade ii verdade,
negue-se a si mesmo, tome a cm e obediência à fé, sacrifício de amor
siga-Me". Esta cruz não B forcada so- formam a chave triplice que abre para
bre nós como o s5o muitos dos peque- nós as cámaras fechadas daquela vida,
nos aborrecimentos e tribulações aos e irão, por outro lado, abrir qualquer
quais chamamos de "nossas cruzes"; outra vida para a entrada de Deus,
ela d tomada por nós, em voluntiirio apresentando a Ele uma porta aberta
sacrifício próprio, por causa E l e . para todos os departamentos do ser
Escolhemos auto-abnegação para per- humano. George Muller não tinha ne-
der a nossa vida em sacrifício, para nhum monopólio de vida santa e ser-
que possamos achá-la novamente em viço santo. Ele seguiu ao seu Senhor,
serviço. tanto na autGentrega h vontade de
Isto 6 o auto-esquecimento do Deus, como no auto-sacrifício pela f e
amor. E George Muller ilustrou isto. licidade do homem, e aqui jaz todo o
Desde a hora em que ele começou a seu segredo.
servir ao Crucificado, ele entrou mais Para alguém que perguntou a ele o
e mais plenamente na comunhão dos segredo de seu trabalho, disse: "Hou-
Seus sofr'ientos, buscando ser con- ve um dia em que eu morri, morri
formado à Sua morte. Ele abandonou completamente;" e, como ele disse,
a busca da fortuna e a busca de fama; ele se cuwou mais e mais baixo até
ele afastou-se d o mundo com seus ar- que quasp tocou o chão - "morri pa-
dis e prazeres; ele se separou até mes- ra George Muller, suas opiniões, pre-
mo de seus costumes duvidosos, ele ferências, gostos e vontade - morri
testou at6 mesmo as tradições e costu- para o mundo, sua aprovação ou
mes da igreja pela Palavra de Deus e, censura - morri para a aprovação ou
*Ci 1:24
à maturidade 39
acusação até mesmo de meus irmãos e pressões nas linhas de sua face. Seu
amigos - e desde então tenho tentado estilo era de cortesia simples e dignida
somente mostrar-me aprovado diante de espontânea: ninguém em sua pre-
de Deus". sença se sentiria como um insignifi-
Quando George MuUer confiou no cante e havia sobre ele um certo ar
sangue para a salvaçáo, ele tomou a po- de autoridade e majestade indescriti-
sição de Abel; quando ele comprome- vel que fazia lembrar a de um prínci-
teu-se com um andar consagrado, ele pe e, no entanto, misturado com tudo
tomou o de Enoque; quando ele en- isto, havia uma simplicidade tão seme-
trou em comunhfo com Deus para a lhante à de uma criança, que até me%
sua vida de trabaiho, ele ficou junto de mo elas sentiam-se a vontade com ele.
No&; quando ele descansou somente Em seu falar ele nunca perdeu esta
na Palavra de Deus, ele foi um com qualidade estrangeira peculiar, conhe-
Abraão; e quando ele morreu para o cida como sotaque e sempre falava
eu e para o mundo, ele alcançou a com articulação lenta e medida, como
autoentrega de Moisés. se um duplo vigia estivesse colocado
As qualidades divinas deste grande na porta de seus lábios. Com ele, esse
e bom homem tornaram-no nada membro indomável, a língua, era dc-
menos 'que um homem. Sua separa- mesticada pelo Espírito Santo e ele
ção para Deus não implicava nenhum tinha aquela marca que Tiago chama
isolamento anormal de seus companhei- de um "homem perfeito, capaz de re-
ros mortais. Como Terence, ele podia frear também todo o seu corpo".
dizer: "Eu sou um homem, e nada que Aqueles que o conheceram só um
seja comum ao homem 6 estranho pa- pouco e o vitam apenas em seus m e
ra mim." Para ser bem conhecido, dos sérios, poderiam tê-lo considera-
George Muiler precisava ser visto em do destituído dessa qualidade pecu-
sua vida domdstica simples e diária. liarmente humana, o humor. Mas
Foi meu privilégio enconti6-i0 fre- ele nem era um ascético nem um ca-
quentemente em seu apartamento pr& rente desse elemento de inocente
prio na casa de oriãos número 3. apreciação de cãmico e daquele aguça-
Seu quarto era de tamanho medio, do contentamento de uma boa histó-
bem arrumado mas modestamente ria, que parece essencial ao homem
mobiliado, com mesa e cadeiras, sofá, completo. Seu hábito era sobriedade
escrivaninha, etc. Sua Bíblia quase mas ele gostava de uma piada que fos-
sempre aberta como um livro do qual se livre de toda mancha de impureza
ele continuamente fazia uso. e que nêo possuia nenhuma ofensa a
Sua feição era alta e magra, sem- outros. Para aqueles que ele conhecia
pre vestido com bom gosto e muito melhor e amava, ele mostrou seu ver-
ereto e seus passos fumes e fortes. Seu dadeiro ego, em seus humores jocc-
semblaiite, em repouso, poderia ter sos - como quando em iifracombe,
sido considerado como severo, não escalando com sua esposa e outros
fosse pelo sorriso que ião habitualmen. os altos que davam vista para o mar,
te iluminava seus olhos e movia-se ele andou um pouco à frente e assen-
em suas feições e que deixou suas im- tou-se até descansar, e então, quando

40 à maturidade
eles mal tinham se assentado, levantou- nar a filoso,fia da santa maneira de
-se e calmamente disse, "Muito bem, viver, então este homem foi um in-
agora tivemos um bom descanso, pros- dicado para nos mostrar como a ora-
sigamos". Este exemplo pode ser sufi- ção, oferecida em fé simples tem po-
ciente para mostrar que a sua afinidade der para com Deus.
com seu divino Mestre não diminuiu Um parágrafo das Escrituras apre-
ou impediu seu completo sentimento senta notavelmente a verdade que a
de solidariedade com o homem: deve carta viva de George MuUer reforça e
haver uma piedade falha que coloca ilustra; é encontrado em Tiago, ven.
uma barreira entre uma aima santa e 5:16. "A fervente oração eficaz de
tudo que pertence i humanidade. um homem justo, vaie em muito", é
Aquele que nos escolheu para fora do a frase que abre o parágrafo. Nenhuma
mundo nos enviou de volta para den- tradução tem sido feita corretamente.
tro dele, para ali achamos a nossa Rotherham a apresenta assim: "Mui-
esfera de trabaiho e para tal trabalho to vale a súplica de um homem justo,
devemos nos manter em contato in- trabalhando interiormente". A Versão
timo e vital com os seres humanos, Revisada traduz: "vale muito em seu
como fez nosso divino Senhor. Serviço trabalho". A dificuldade em traduzir
a Deus era para George Mulier uma não está na obscuridade, mas na ple-
paixão. No mês de maio, 1897, ele nitude do significado do original. Há
estava persuadido em tirar, em Huntly, um princípio grego central aqui
um pequeno descanso de seu constan- (evcp~ovvFI) ) que pode identifi-
te serviço diário nas casas de órfãos car "tanto a causa quanto o tempo da
Na tarde em que ele chegou, disse: Que eficácia da oração" e pode significar,
oportunidade há aqui para trabaihos através de sua obra, ou enquanto ela
para o Senhor? Quando lhe foi suge- está trabalhando ativamente. A idéia é
rido que ele acabara de vir do conti- que tal oração tem sobre ela uma ener-
nuo trabalho e que aquele era um tem- gia sobrenatural. Talvez a meihor cha-
po para descanso, ele respondeu que, ve para o significado dessas dez pda-
estando agora livre de seus labores vras seja interpretá-las à luz do parágra-
usuais, ele sentia que deveria estar fo inteiro:
ocupado de alguma outra forma em "Elias era homem semelhante a
servir ao Senhor, para glorificar a nós, sujeito aos mesmos sentimentos
quem era seu objetivo na vida. Reu- e orou com instância para que não
nióes foram adequadamente organiza- chovesse sobre a terra, e por três
das e ele pregou tanto em Huntly co- anos e seis meses não choveu. E
mo em Teignmouth. orou de novo e o céu deu chuva e a
Ao lançarmos este ultimo vis- terra fez germinar seus frutos."
lumbre retrospectivo sobre esta vida Duas coisas são claramente coloca-
de ~eculiarsantidade e serviço, uma das aqui diante de nós: primeiro, que
lição parece estar escrita através de Elias nada mais era senão um homem,
letras inequivocas:oração perseverante. da mesma natureza que os outros
Se uma vida humana consagrada é um homens, e sujeito a todas as fragilida-
exemplo usado por Deus para nos ensi- des e debilidades humanas; e, em

i maturidade 41
segundo lugar, que este homem tinha nuou orando. Ele negava ser um faze-
um tal poder porque era um homem dor de milagres em qualquer sentido
de oração: ele orava fervorosamente; que implicasse elevação de caráter e
literalmente "ele orava com oração": talento acima dos outros discípulos e
orava habitualmente e insistentemente. companheiros, como se fosse um
Nenhum homem pode ler a curta santo especialmente privilegiado; mas
história de Elias como é apresentada por um lado ele era um fazedor de
na palavra de Deus, sem ver que ele milagres se por isso é indicado que ele
era um homem como nós mesmos. Sob realizou maravilhas impossíveis ao ho-
o zimbro de dúvida e desânimo, ele mem natural e carnal. Com Deus todas
queixou-se de seu estado e desejou as coisas são possíveis e assim elas são
morrer. Na caverna de um desespero declaradas ser para aquele que crê.
doentio ele teve que ser encontrado e Deus tencionava que George Muller,
vencido pela visão de Deus e pela Sua onde quer que fosse testemunhada a
voz calma e suave. Ele era exatamente sua obra, ou lida a sua história, pudes-
como os outros homens. Não era, por. se ser uma constante repreensão para
tanto, porque ele estava acima das to- a incapacidade pmtica do discípulo
lices e fraquezas humanas, mas porque comum. Enquanto os homens estão
ele estava sujeita a elas é que ele é perguntando se a oração pode realizar
apresentado a nós como um exemplo semelhantes maravilhas, como no pas-
de poder que prevalece em oração. sado, aqui está um homem que respon-
Ele se agarrava no Braço Todo Podero- de à pergunta pela indisputável lógica
so, porque era fraco e se mantinha dos fatos. Falta de poder sempre signi-
agarrado porque, se soltasse, seria dei- fica falta de oração. Não é necessário
xar a fraqueza prevalecer. No entanto, para nós sermos perfeitos, sem peca-
este homem, somente pela oração, dos, ou sermos elevados a uma especial
fechou os portóes das torrentes do dignidade de privilégio e dom, para
céu por três anos e meio, e então, com manejar esta admirável arma de poder
a mesma chave as abriu. Sim, este ho- com Deus; mas E necessário que seja-
mem testou o significado daquelas ma- mos homens e mulheres de oração -
ravilhosas palavras: "acerca das obras oração 'habitual, importuna, e crendo.
de minhas mãos, dê ordens a Mim". George Muller não considerava na-
(Isaias 45: 11). Deus coloca as forças da muito pequeno para ser assunto de
da natureza por um certo tempo sob a oração, porque nada é muito pequeno
autoridade da oração de um homem. para ser assunto do cuidado de Deus.
Um frágil, débil, tolo mortal, fechou e Se Ele numera nossos cabelos, nota a
abriu as fontes de águas, porque ele queda de um pardal e veste a relva no
segurava a chave de Deus. campo,nada concemente a Seus f ~ -
George Muller era simplesmente nhos é indigno de Seu terno pensa-
um outro Elias. Como ele, um homem mento. Em qualquer emergência, seu
sujeito a todas as fraquezas humanas; único recurso era levar sua necessida-
ele tinha seus ataques de abatimento e de a seu Pai. Quando, em 1858, uma
de murmuração, de desconfiança e de herança de quinhentas libras, após qua-
instabilidade; mas ele orou e conti- torze meses em litígio num tribunal es-

42 à maturidade
pecial, ainda não fora paga, ele rogou irmão Mdler respondeu: "Eu sempre
ao Senhor para levar este dinheiro bre- oro, e mim conserto minha caneta
vemente a ser colocado em suas mãos; muito melhor". Ao darmos este úIti-
ele orou para que aquela herança saís- mo vislumbre no passado deste ho-
se dos laços do litígio, como a oração, mem de Deus, sete qualidades proe-
muitos anos antes, trouxe Pedro para minentes distinguem-se nele, a combi-
fora da prisão. O dinheiro foi pago em nação das quais fizeram-no aquilo
oposição a toda probabilidade humana que ele foi: integridade imaculada, sim-
e com vantagem de quatro por cento. plicidade de uma criança, precisão
Quando grandes dádivas eram oferta- sistemática, firmeza de' propósito, ou-
das, era feita uma oração pedindo gra- sadia de fé, oração constante, e sub-
ça em conhecer se era para aceitar ou missão prazeirosa. Toda a Sua Vida
para recusar, para que nenhum di- era uma condição necessária para seu
nheiro pudesse ser agarrado com ga- abundante semiço, como é sugerido,
nância para sua própria fmalidade; ele tão belamente, no décimo sétimo
orava para que, se a oferta não pudesse verso do Salmo noventa:
ser aceita sem submeter-se às condi- "Seja sobre nós a beleza do
ções que fossem desonrosas para Deus, Senhor, nosso Deus; e confirma sobre
ela pudesse se recusada tão graciosa, nós a obra das nossas maos".
amável e humildemente, e, no entan- Como podem, as obras de nossas
to, firmemente, e que a maneira de mãos, ser verdadeiramente confma.
sua recusa e retomo pudesse mostrar das pela bênçgo do nosso Senhor, a
que ele estava agindo, não em seu menos que Sua beleza também esteja
próprio benefício mas como um servo sobre nós - a beleza de Sua santidade
sob a autoridade de um Mestre supe- transformando nossas vidas e testifi-
rior. cando Suas obras em nós?
Estes são assuntos de maior im- Já olhamos bastante retrospecti-
portância e, com razão, devem ser le- vamente. Não devemos concluir sem
vados a Deus para orientação e ajuda. uma olhada adiante também. HA
Mas George Mdler não parou aqui. duas afirmações singulares do nosso
Nas menores questões, mesmo até nas Senhor que são complemento, uma da
mais insignificantes ele buscava e rece- outra, e devem ser colocadas lado
bia igual ajuda. Seu amigo mais antigo, a lado:
Robert C. Chapman, de Barnstaple,
contou ao escritor o seguinte e simples "Se alguém vier após mim,
incidente: negue-se a si mesmo,
Em seus primeiros dias de seu tome a sua cmz e siga-me".
amor a Cristo, visitando um amigo e
vendo-o consertando a pena de uma
caneta, ele disse "Irmao H..., você "Se alguem Me serve,
ora a Deus quando conserta a sua cane- siga-Me; e onde Eu estou,
ta? A resposta foi: "Seria bom se eu aí estará também o meu servo.
o fizesse, mas não posso dizer que oro Se alguém me serve, Meu Pai o
quando conserto minha caneta". O honrará".

à maturidade
Uma delas apresenta a cruz, a mo ganho, mas era pela excelência do
outra, a coroa; uma, a renúncia, a conhecimento de Jesus, seu Senhor.
outra, a recompensa. Em amoos os Ele sofreu a perda de todas as coisas,
casos há: "Siga-me; mas no segundo e as considerava como esterco, para
caso destas passagens, seguir a Cristo que pudesse ganhar a Cristo e ser acha-
Vai Além da Cruz do Calvario; ele do Nele; para que O pudesse conhecer,
estende-se pelo sepulcro até a Vida de e náo somente a comunhão dos Seus
Ressurreição, o Andar Santo de Qua- sofrimentos e conformidade de Sua
renta Dias no Espírito, a Ascenção morte, mas o poder da Sua ressurrei-
aos lugares celestiais, a posição i Máo ção, a conformidade de Sua vida e a
Direita de Deus, a ceifa na Sua Se- comunhão em Sua glória. Ele deixou
gunda Vinda c a comunhão em Seu para traz tudo o que o mundo valoriza,
Reino final em Glória. Duas recom- mas alcançou e se apressou em direção
pensas são salientadas de forma espe- ao alvo, para o prêmio da soberana
cial: primeiro, o Lar eterno com vocação de Deus em Cristo Jesus.
Cnsro; segundo, a Emltada Honra "Todos, pois, que somos perfeitos, te-
Vindn do Pai. Frequentemente olha- nhamos este sentimento".
mos, somente a cmz e a cmcificação Quando o Senhor Jesus estava so-
e assim vemos a nossa vida em Cristo bre a terra, havia um discípulo a quem
somente em sua unidade com Ele em Ele amava e que sempre se reclinava
sofrimento e serviço; precisamos olhar em Seu seio possuindo o lugar favore-
além e ver a nossa unidade com Ele cido, que só um poderia ocupar. Mas
em recompensa e galardão, se for para agora que Ele está no céu, cada disci-
termos uma visão completa de Sua pulo pode ser o amado, e ocupar o
promessa e de nossa esperança. Nega- lugar favorecido, e se reclinar em Seu
çáo própria não é tanto um empobreci- seio. N%o há nenhum monopólio
mento como uma transferência: faze- exclusivo de privilégio e de bên-
mos um sacrifício de um bem presente ção. Aquele que O segue de perto e
por causa de um bem maior e futuro. habita Nele conhece a proximidade
Mesmo o nosso Senhor foi fortalecido peculiar do contato e a honra da inti-
para suportar a cmz e desprezar a ver- midade que são reservadas para os
gonha pelo gozo que estava diante tais que são chamados, escolhidos,
dEle, e a glória de Sua vitória fmal. Se fiiis, e seguem o Cordeim aonde quer
houve sete passos descendentes em hu- que Ele vá. Os servos de Deus que ne-
milhação, há sete ascendentes em exal- gam a si mesmos estão no seu caminho
tação, até que, debaixo de Seus pés, para a perfeição sétupla fmal, no lar,
cada joelho se dobrará em reverência com Ele, e coroado com honra:
e toda língua confessará Seu Senho-
rio universal. Aquele que desceu é o "Nunca mais haverá qualquer
mesmo que também subiu muito aci- maldição.
ma de todos os céus para que Ele possa Nela estará o trono de Deus e do
cumprir todas as coisas. Cordeiro. '
George M d e r contava como per- Os seus servos o servirão,
da tudo o que os homens contam co- Contemplarão a sua face,

à maturidade
E nas suas frontes está o nome séculos".
dele. ArnBrn.
Então já nZo haverá iioite,
E reigaráo pelos séculos dos Do livro "George Muller of Bristol"
Tradução de E.P.L

Isaias 42:6 - Chamado... segurado... guardado... usado...


certo dia. a senhorita F. R. Havergal pediu a uma de suas auxilia-
res que lesse este verso. A atendente leu, compassadamente: "Eu, o
Senhor, Te chamei em justiça; tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e
te farei mediador da aliança com o povo, e luz para os gentios. "Mui-
to bem", disse Frances R. Havergal: 'Seguirei ao meu lar, firmada
nessa promessa': Naquele dia ela partiu para o Senhor.

"DE UM ACORDO"

Unanimidade em oração - A t l:14; 4:24


Unanimidade de Lugar - At 2:1, 46; 5:12
Unanimidade em atenderá Palavra - At 8:6
Unanimidadepara a paz da igreja - At 15:25
Unanimidade para glorificar a Deus - Rm 15:6

O caminho do mundo:

Unanimidade no ódio e na inimizade a verdade - Js 9:2; Ar 7:57;


18:12; 19:29
Unanimidade na diplomacia - At I2:20

A maturidade
A ESCOLA DA OBEDIENCIA
"Tendo em vós o mesmo senti- digamos "SIM" a Deus nove vezes
mento que houve também em Cristo em dez ocasiões, mas que nunca diga-
Jesus, pois ele, subsistinto em forma mos outra coisa senão "SIM à Ele? A
de Deus não julgou como usurpação resposta a esta pergunta é simplesmen-
o ser igual a Deus; antes a si mesmo te que o monarca usurpador "Eü"
esvaziou, assumindo a forma de ser- deve ser completamente conquistado e
vo, tomando-se . em semelhança de despojado pelo convite a Jesus para
homens; e, reconhecido em figura ocupar o trono do coração. Somente
humana, a si mesmo se humilhou, quando Ele vem para purificar, para
tornando-se obediente até à morte, e possuir e para reinar é que somos
morte de cruz." (FILIPENSES 2:s-8) capazes de dizer: "Tudo o que o Se-
nhor disse nós faremos e obedecere-
"embora sendo Filho aprendeu a mos." A palavra "OBEDECER" vem
obediência pelas coisas que sofreu." de uma palavra latina composta, a
(HEBREUS 5:8) qual significa que vocé faz algo em
conseqüência daquilo que você "ou-
.'Ora, tendo Cristo sofrido na car- ve".
ne, armai-vos tmb8m vós do mesmo Obediência, para ser perfeita, tem
pensamento; pois aquele que sofreu na que ser submetida ao teste. V x ê
carne deixou o pecado." não pode chamar um üiho de obe.
(I PEDRO 4:1) diente se a sua obediência nunca lhe
custou alguma coisa. Você nem
Somente podemos ser possuídos sabe se ele obedecerá quando a pro-
da mente de Jesus ao passarmos pela vação chegar, a menos que ele já tenha
mesma escola, colocando-nos nas mãos sido testado e tenha tido, desta forma,
dos mesmos mestres e submetendo- uma oportunidade & aplicar o princí-
nos, cheios de gozo, Q mesma discipli- pio que existe em seu coração.
na Podemos estar certos de que Deus
O que significa esta forma de possui um plano claramente definido,
aprender a obediência? A disposição tanto para a vida presente como para a
para obedecer , o Senhor Jesus a p o i vida futura, para cada um dos seus
suia antes de sofrer, mas a prova de m o s , para que nenhuma lição seja
que tal disposição existia, deveria ser trivial ou importante aos nossos olhos,
mostrada em atitudes. E o progresso prazeirosa ou dolorosa, seja sem pro-
desde a disposição até à ação era a pósito, e para que "TODAS AS COI-
aprendizagem prática desta virtude - a SAS sejam para o novo proveito."
obediência.
Como podemos alcançar a área Selecionado do livro "BEYOND
da obediência, de tal forma que não HUMILIATION, de Mantle
46 B maturidade
A. J. Gordon

É uma circunstância infeliz o fato da vida! O primeiro efeito sobre o


de tantos cristãos oiharem a salvação crente ao beber desta água é: "ele
da alma como o alvo ao invés do ponto nunca terá sede; mas a água que eu ihe
de partida da fé. Na verdade, não der se fará nele uma fonte que salte pa-
nos esquecemos de que a Escritura ra a vida eterna" (Jo 4:14). Isto é, a
usa a expressão "recebendo o fim da alma recebe a salvação, a paz e a ale-
vosso fé a salvação das voassas almas." g i a perene que a acompanha. Mas o
Mas a conexão nos mostra claramente segundo estágio é: "Aquele que c16
que é o fm mais além, e não o fm em mim, como diz a Escritura, rios de
mais próximo que é referido aqui; água viva fluirão do seu interior. Isto e
o aperfeiçoamento e a glorificação ele falou a respeito do Espi-ito iyinto

-
da alma na revelação de Jesus Cristo, que havenizm de receber os que nele
e não a sua justificação quando crê cressem" (Jo 7:38, 39). Eis aqui a
em Cristo. "Aquele que crê no Filho vida divina fluindo em serviço, teste.
tem a vida eterna" - tem-no como em munho e bênção através do Espírito
semente e principio. Mas Cristo diz: Santo.
"Eu vim para que tenhais vida, e para A plenitude e a conseqüente doa-
que a tenham abundâncin" (Jo ção dasinfluências do Espírito - o últi-
10:lO). Cristo para nós, apropriado mo estágio - é que precisa ser buscado
pela fé, é a fonte da vida; Cristo pelos cristãos, principalmente nestes
dentro de nós através da habitação do dias. Existem tantos exemplos de cres-
Espirito Santo, é a fonte da vida mais cimento interrompido na Igreja, cren-
abundante; um fato assegura a nossa tes que têm se acomodado numa con-
salvação; o outro nos capacita a glotitF dição de comprovada meninice espiri-
car a Deus na salvação de outros. Quão tual e cujo testemunho sempre retorna
distintamente estabelecidos são estes ao tempo de sua convenão, e gira ao
dois estágios da vida espiritual, no dis- redor daquele evento, como a conversa
curso de nosso Senhor sobre a água de crianças que ficam perpetuamente

A maturidade 47
falando quantos anos têm. Ora, até nificam as palavras do apóstolo quan-
mesmo nossa conversão, evento tá0 do ao se referir a tais pessoas regene-
bendito, pode ser uma daquelas coisas radas ele diz: "Filhinhos, por quem
que ficam para traz, as devemos de novo sinto as dores de parto até que
esquecer na busca de coisas mais Oisto seja formado em vos "7 (C1 4 :
elevadas. Nao existe um profundo 19) Estas últimas dores de parto - es-
significado naquela expressão de dupla ta segunda agonia por aqueles que nas-
união, a qual nosso Senhor tão fie ceram do Espirito - o que podem sig-
quentemente usou: "Vós em mim e eu nificar? É uma metáfora, ou é indica-
em vós"? O ramo que está na videira ção de alguma obra mais profunda de
tem sua posição; mas só quando a vi- renovação divina por aqueles que, ten-
deira está nele, fazendo fluir nele,cons- do começado no Espirito, estão em
tantemente, sua seiva e essência, perigo de buscarem o aperfeiçoamento
tem ele poder para frutificação. na carne?
"Se alguém esta em Cristo é nova
cristura," ele é regenerado, é justi- Do Livro: 'The Twofold Life'
ficado. Mas, perguntemos: o que sig- Tradutor: D.O.M.

Robert C. Chapmn
Davi estaw guardando ovelhas no deserto sem nenhum olhar sobre ele, a não
ser o de Deus. Em imediata obediência a seu pai, foi ao Vale de Eki levando
pães e grãos tostados a seus bMos;se nós estamos contentes de semir a Deus em
coisas insignifirantes Deus nos tramas coisas niaiores.
No Vale de E[ó estava Golias pronto para a funda de Davi (1 Sm 1 7tl7-23).
Obediência a Cnsto traz sobre nós oposição de Satads, do mundo, da carne
em nós mesmos e a incredulidade, ignorância e mrêncùi da mente de CZisto em
nossos i M o s . fim encontrarmos todas estas coisas, que a nossa ocupação
seja agradar a Cristo, mesmo nas coisas menores, para que possamos ter o Seu
poder e a Sua verdade para nossa força e liderança. Ele M7hou este caminho
antes de nós, e deu-nos também Seu Espírito Santo para nos guiar e wnfortar
através da jornada.
A mais alta realização na vida espiritual é ser capaz de dizer sempre e em todas
as coisas: "Seja feita a Tua vontade!" Gênesis 22 nos dn' um perfeito exemplo
da obediência de fé.
Não há nenhum vitoria contra nossos inimigos sem a plena obediência a Deus.
Qu~ndoIsrael precisava lutar, Josué tinha que se certificar de que eles estavam
guardando os mandamentos de Deus. (ver Josué 7)
A palavra do Senhor e o ouvido atento do servo fie[ são tudo o que precisamos
para nos levar em frente segura e alegremente.

48 a maturidade

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