ERA DO TRAFICO DE ESCRAVO

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INDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
O TRAFICO DE ESCRAVO NEGRO...................................................................................... 4
COMÉRCIO ÁFRICA-AMÉRICA........................................................................................... 6
ESCRAVOS AFRICANOS ........................................................................................................ 7
ROTAS ......................................................................................................................................... 8
OCEANO ÍNDICO ..................................................................................................................... 9
COMO ACONTECIA O TRÁFICO NEGREIRO .................................................................. 9
CAUSAS DO TRÁFICO NEGREIRO .................................................................................. 9
COMO FUNCIONAVA O TRÁFICO NEGREIRO ......................................................... 10
VIAGEM NOS NAVIOS NEGREIROS ............................................................................. 11
PROIBIÇÃO.............................................................................................................................. 12
DECLÍNIO E FIM .................................................................................................................... 13
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 14
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo falar sobre o processo do trafico de escravo negro,
onde vamos abordar sobre as causas, bem como funciou o processo da escrafatura
naquele periódo, mas antes, é preciso entender que, o tráfico negreiro representa a fase
em que os negros africanos foram trazidos da África para serem escravos.

O comércio de escravos no Atlântico ou comércio transatlântico de escravos,


também chamado de tráfico negreiro, caracterizou-se por negociar seres humanos como
mercadoria e ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande
maioria dos escravos que foram levados para o Novo Mundo — a maior parte pela rota
de Comércio Triangular — eram membros de povos da África Ocidental, nas partes
central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os
comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados diretamente pelos europeus.

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O TRAFICO DE ESCRAVO NEGRO

O tráfico negreiro é como chamamos a prática de tráfico de escravos da África para


o continente europeu e americano, incluindo o Brasil. O tráfico de escravos consistiu,
basicamente, na migração forçada de africanos com o intuito de escravizá-los durante a
colonização da América. Essa atividade, em nosso país, iniciou-se em meados do século
XVI e encerrou-se somente em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.

O número de pessoas levadas foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os
africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos
membros oriundos do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma
quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte.
O sistema econômico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de
commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos
africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que,
nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos.

Estima-se que 15% dos africanos morreram no mar, com taxa de mortalidade
consideravelmente maior na própria África no processo de captura e transporte de povos
indígenas para os navios. O número total de mortes africanas diretamente atribuíveis à
viagens do período chamado de "Passagem Média" é estimado em até dois milhões; um
olhar mais amplo em africanos mortos diretamente atribuíveis à instituição da escravidão
entre 1500 e 1900 sugere até quatro milhões de mortes de africanos.

Por duzentos anos, 1440-1640, traficantes de escravos portugueses tiveram um


quase monopólio sobre a exportação de escravos da África. Durante o século XVIII,
quando o tráfico de escravos transportou cerca de 6 milhões de africanos, os traficantes
britânicos carregaram quase 2,5 milhões. O comércio de escravos é às vezes chamado de
Maafa por estudiosos afro-americanos, o que significa "grande desastre" em suaíli.
Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos Holocausto Africano ou
Holocausto da Escravidão para se referir ao período.

O Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o


Novo Mundo no século XVI e outros logo o seguiram. Os donos dos navios negreiros
consideravam os escravos como uma carga que deveria transportada para a América da
maneira mais rápida e barata possível, para então serem vendidos para o trabalho escravo

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em lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar e algodão, nas minas de ouro e prata, campos
de arroz, de indústria de construção, corte de madeira e como empregados domésticos.
Os primeiros africanos importados para as colônias inglesas eram classificados como
"servos contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século
XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma casta racial; os escravos negros e seus
descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as crianças
nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas. Enquanto uma
propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou unidades de trabalho
e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros produtos e serviços. Os
principais comerciantes de escravos do Atlântico, ordenados por volume de comércio,
foram: os impérios Português, Britânico, Francês, Espanhol e Neerlandês, além dos
Estados Unidos (especialmente a região sul). Eles estabeleceram postos avançados na
costa africana onde adquiriram escravos de líderes africanos locais. As estimativas atuais
são de que aproximadamente 12 milhões de africanos foram enviados através do
Atlântico, embora o número de pessoas compradas pelos comerciantes de escravos seja
consideravelmente maior.

Uma das características mais importantes das modernas civilizações europeias,


formadas a partir do século XV, como Portugal e Espanha, foi a participação no sistema
econômico mercantilista, que dava as diretrizes para o funcionamento da exploração das
riquezas naturais descobertas no continente americano, da produção monocultura dos
grandes latifúndios, também montados no “novo mundo”, e da mão de obra usada nessas
explorações. No que se refere a esse último item, a escravidão de africanos sustentou esse
sistema. Para compreendermos a importância que o trabalho escravo teve no contexto da
Idade Moderna e em parte da Idade Contemporânea, é necessário sabermos como
funcionava o tráfico negreiro transatlântico.

A mão de obra escrava negra utilizada no continente americano estava intimamente


associada ao tráfico negreiro intercontinental, no qual a “mercadoria humana” era em
grande parte negociada nos portos africanos e enviada para os portos americanos nos
porões de navios que cruzavam o oceano Atlântico em condições deploráveis. O tráfico
era estimulado não apenas por conta da necessidade da mão de obra, mas também porque
o próprio mercado escravagista, em si mesmo, era muito lucrativo.

É importante ressaltar que o Império Português e as demais potências marítimas da


época compravam os escravos dos poderosos reinos africanos, que já praticavam a
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escravização de seus conterrâneos há séculos. Os escravos vendidos eram, em parte,
prisioneiros de guerra de outros africanos. Além disso, dentro do comércio de tráfico
internacional de escravos negros, também estava o Império Otomano, que dominava todo
o norte africano.

COMÉRCIO ÁFRICA-AMÉRICA

A prática era gerenciada por seis nações: Inglaterra, Portugal, França, Espanha,
Países Baixos e Dinamarca.

A justificativa comercial para sustentar a exploração de escravos africanos era que


somente com os escravos seria possível manter os baixos preços de produtos como açúcar,
arroz, café, anil, fumo, metais e pedras preciosas.

O tráfico negreiro foi responsável pelo deslocamento forçado de 12,5 milhões de


pessoas da África e calcula-se que um terço foi para a América Portuguesa. Esse foi o
maior deslocamento involuntário de pessoas durante toda a história.

Do total, 12,5% não conseguiram completar a travessia porque morriam ainda nos
navios devido às más condições de higiene que permitiam a proliferação de doenças ou
aos castigos aplicados para coibir revoltas.

Esta prática comercial da escravidão se constituiu no mais importante objetivo de


interação entre europeus e africanos, antes afastados pelo poderio do mar.

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A descoberta do Novo Mundo possibilitou a ampliação da produção de diversos
produtos requisitados pela Europa, contudo, a mão de obra disponível era insuficiente.

As populações indígenas encontradas no novo território, mesmo permanecendo


cativos, entraram em colapso em consequência do extermínio físico e das doenças em
certos territórios.

Já os imigrantes livres ou mesmo os prisioneiros enviados de maneira forçada para


a América nunca foram suficientes para preencher as necessidades da produção.

Foi o trabalho forçado e não remunerado do africano que garantiu ao consumidor


europeu o acesso aos metais preciosos, açúcar, café e outros produzidos nas colônias.

ESCRAVOS AFRICANOS

A explicação para o uso da mão de obra africana forçada nas colônias é alvo de
diversas correntes de pesquisas históricas.

No início justificava-se que os negros eram inferiores, que haviam perdido uma
guerra e assim poderia ser escravizados.

Também houve a crença que o negro africano foi escravizado porque o indígena
não se deixou escravizar ou porque morreu de doenças trazidas pelos colonizadores.

A escravidão era uma instituição presente nas sociedades africanas, mas não tinha
fins comerciais, e representava dominação e poder do mais forte sobre o fraco.

Nos meandros das sociedades africanas, o domínio europeu também foi favorecido
pelos africanos que vendiam escravos para os colonizadores.

Os inimigos eram a única "mercadoria" que eles tinham para oferecer e assim, poder
comprar os valiosos objetos trazidos pelos europeus.

Em posse de vigorosa tecnologia náutica, os europeus transportavam os africanos


de maneira forçada até o outro continente e lhes negava o direito à própria vida. Estes
eram entregues aos futuros proprietários nas fazendas de açúcar e café.

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ROTAS

Os escravos cativos foram transportados por diversas rotas saindo da África. Antes
mesmo do início da exploração comercial em larga escala, havia rotas para a Europa pelas
ilhas do Atlântico e Mar Mediterrâneo.

Estes teriam sido os primeiros a partirem forçosamente para a América para


trabalhar nas plantações de açúcar.

O setor açucareiro absorveu 80% dos negros retirados da África. Havia dois pontos,
o norte, de expedições que partiam da Europa e da América do Norte; e o sul, partindo do
Brasil.

Os portos que mais recebiam negros estavam localizados no Rio de Janeiro, em


Salvador (BA) e Recife; na Inglaterra destacam-se Liverpool, Londres e Bristol. Na
França, a cidade de Nantes era um importante local de venda de escravizados. Juntos,
esses portos foram responsáveis por receber 71% dos escravos.

Os principais pontos de partida na África estavam localizados em Senegâmbia,


Serra Leoa, Costa do Barlavento, Costa do Ouro, Golfo do Benim e, principalmente, a
África Centro-Ocidental.

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OCEANO ÍNDICO

O comércio Atlântico não era o único tráfico de escravos africanos. Já no século I


d.C. eram trazidos escravizados pelo deserto do Saara, vindos da costa oriental africana.

Estes cativos tinham como destino a escravatura no norte da África, no Médio


Oriente, para o qual seguiam viagem através do Oceano Índico.

A maioria deste comércio estava nas mãos de mercadores muçulmanos que


abasteciam os reinos muçulmanos com escravos para os serviços domésticos e a
concubinagem.

COMO ACONTECIA O TRÁFICO NEGREIRO

CAUSAS DO TRÁFICO NEGREIRO

O tráfico negreiro em Angola está diretamente relacionado com o desenvolvimento


da produção açucareira aqui durante o período da colonização os portugues levaram o
escravos. O tráfico de africanos para a Angola associa-se, em partes, com o
escasseamento da população de escravos indígenas no Brasil, sobretudo a partir da década
de 1550.

Vale destacar que a mortalidade de indígenas era excessivamente alta,


principalmente por conta das doenças trazidas pelos portugueses e para as quais os
indígenas não tinham defesa biológica. O historiador Boris Fausto, por exemplo, cita que,
somente entre 1562 e 1563, cerca de 60 mil indígenas morreram em decorrência da
varíola.

Outra questão importante são os conflitos que existiam entre colonos e jesuítas por
conta da escravização dos indígenas. Os colonos instalados na América portuguesa
desejavam escravizar livremente os indígenas, enquanto os jesuítas lutavam contra isso
instalando os indígenas em suas missões e catequizando-os.

Mas o fator mais relevante, e que nos ajuda a entender a substituição da mão de
obra escrava dos índios pela dos africanos, está no funcionamento do sistema econômico
da época baseado no mercantilismo. Em outras palavras, o tráfico negreiro era uma
atividade extremamente lucrativa para a metrópole, isto é, para Portugal. A venda de

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escravos indígenas, por sua vez, movimentava a economia exclusiva da colônia, e, assim,
a fim atender a essa demanda da metrópole para a abertura de um comércio altamente
lucrativo, é que a escravidão africana foi inserida no Brasil.

Importante mencionar que os portugueses já utilizavam a mão de obra escrava dos


trabalhadores africanos. Nas ilhas atlânticas, os portugueses haviam instalado o sistema
de produção de açúcar com a utilização de trabalhadores africanos. Assim, esse modelo
acabou sendo exportado em larga escala para o Brasil, e isso inclui a utilização dos
africanos como trabalhadores escravizados.

Concluindo essa parte, o entendimento atual entre os historiadores é de que questões


pontuais existentes na colônia, como a escassez de mão de obra de indígena, motivaram
os colonos a adotar outra mão de obra, e os grandes comerciantes portugueses,
percebendo essa demanda, instauraram o tráfico negreiro, uma vez que esse negócio era
muito lucrativo.

COMO FUNCIONAVA O TRÁFICO NEGREIRO

A partir de meados do século XV, os portugueses começaram a instalar uma série


de feitorias na costa do continente africano. Por meio dessas, eles desenvolveram relações
diplomáticas com uma série de reinos africanos, assim como relações comerciais.

Com o desenvolvimento da produção açucareira no Brasil, a demanda dos


portugueses por escravos aumentou consideravelmente, e, com isso, na década de 1450,
o número de escravos levados por portugueses era de 700 a 800, por ano. A partir da
década de 1580, esse número já estava na casa dos três mil escravos transportados pelos
portugueses, anualmente.

Os portugueses tinham uma rede de relacionamentos, espalhada pelo interior da


África, que se dava por meio da penetração de padres e que garantia alianças com reinos
importantes, como foi o caso do Congo. Uma das feitorias mais importantes de Portugal
era a que foi instalada em Luanda (Angola).

A obtenção dos escravos começava no interior do continente africano, com os


cativos sendo prisioneiros de guerra que eram vendidos ou vítimas de emboscadas
realizadas pelos traficantes de escravos. Uma vez capturados, eram levados em uma
marcha, a pé, até o porto, do qual seriam encaminhados para a América. Também

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recebiam uma marca, por meio de ferro quente, como forma de identificação à qual
comerciante pertenciam.

Nos portos, ainda na África, eram trocados por alguma mercadoria de valor, como
tabaco, cachaça, pólvora, objetos metálicos etc. Por fim, eram embarcados no navio
chamado de tumbeiro, que então os transportaria para a América. Alguns escravos podiam
ser encaminhados para a Europa, inclusive cidades como Sevilha e Lisboa possuíam uma
população expressiva de escravos africanos.

VIAGEM NOS NAVIOS NEGREIROS

Os navios negreiros levavam de 300 a 500 escravos, e o tempo de viagem, partindo


de Angola, era de 35 dias, caso fossem para Pernambuco; de 40 dias, se fossem para a
Bahia; e de 50 dias, se fossem para o Rio de Janeiro. No período de viagem, os escravos
encontravam condições totalmente desumanas e que eram responsáveis pela morte de
uma quantidade expressiva dos embarcados.

Muitos alimentavam-se apenas uma vez por dia e quase não recebiam água potável.
Eram aglomerados em porões, com uma quantidade elevada de pessoas, o que tornava,
muitas vezes, difícil respirar e facilitava a transmissão de doenças. Uma das doenças que
mais atingiam os escravos nos navios negreiros era o escorbuto, causado por uma dieta
pobre em vitamina C. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling enumeram
outras doenças que eram comuns nos navios negreiros:

 Varíola;

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 Sarampo;
 Febre amarela;
 Doenças gastrointestinais etc.

Os relatos existentes a respeito do tráfico negreiro confirmam as péssimas


condições a que os escravos eram sujeitos durante o período da viagem (mas não só
durante esse período). Existem historiadores que apontam que até metade dos cativos
morria durante a trajetória, enquanto outros sugerem que essa taxa era de, em média, 20%.

Além disso, os relatos também sugerem a motivação racista dos portugueses, como
o relato, destacado pelo historiador Thomas Skidmore, de Duarte Pacheco, navegador
português, que chamava os africanos de “gente com cara de cão, dentes de cão, sátiros,
selvagens e canibais”.

"A água também quase nunca era potável e os alimentos disponibilizados eram
feijão, farinha, arroz e carne-seca. A má alimentação, principalmente pela falta de uma
dieta rica em vitaminas, fazia com que doenças, como o escorbuto (causada pela falta de
vitamina C), fossem proliferadas. Outras doenças também se espalhavam pela sujeira dos
locais que abrigavam os africanos. Os porões eram escuros, sujos e abarrotados de gente,
de tal maneira que até respirar era difícil.

Outras doenças que grassavam nos navios negreiros eram varíola, sarampo e
doenças gastrointestinais. A mortalidade média era de ¼ de todos os africanos
embarcados. Claro que poderia haver variações nas taxas de mortalidade, com algumas
viagens tendo menor número de mortes e outras tendo um grande número de mortos.

PROIBIÇÃO

A proibição do tráfico de escravos começou na própria Europa após o início de uma


batalha ideológica. Há historiadores, contudo, que apontam os elevados preços da mão de
obra escrava como justificativa para o fim da exploração em um período de crescente
industrialização.

Os debates para o fim do tráfico negreiro começaram na Inglaterra, mesmo com os


auspiciosos lucros da prática. Em 1807, o tráfico de negros foi considerado ilegal por
ingleses e, no mesmo ano, pelo governo dos Estados Unidos.

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DECLÍNIO E FIM

No Reino Unido, Estados Unidos, Portugal e em outras partes da Europa, uma forte
oposição foi desenvolvida contra o comércio de escravos. A Dinamarca, que tinha sido
ativa no tráfico de escravos, foi o primeiro país a proibir o comércio através de uma
legislação de 1792, que entrou em vigor em 1803. O Reino Unido proibiu o comércio de
escravos em 1807, impondo pesadas multas para qualquer escravo encontrado a bordo de
um navio britânico (ver Ato contra o Comércio de Escravos de 1807).

A Marinha Real Britânica, que na época controlava os mares do mundo, começou


a impedir que outras nações continuassem a praticar o comércio de escravos e declarou
que o tráfico negreiro era igual a pirataria e era punível com a morte. O Congresso dos
Estados Unidos aprovou a Lei de Comércio de Escravos de 1794, que proibiu a construção
ou armamento de navios nos Estados Unidos para o uso no comércio de escravos. Em
1807, o congresso estadunidense proibiu a importação de escravos a partir de 1 de janeiro
de 1808, a primeira data permitida pela Constituição dos Estados Unidos para tal
proibição.

O último navio negreiro registrado a atracar em solo estadunidense foi o Clotilde,


que em 1859 contrabandeou ilegalmente vários africanos na cidade de Mobile, no
Alabama. Os africanos a bordo foram vendidos como escravos; no entanto, a escravidão
nos Estados Unidos foi abolida cinco anos mais tarde, após o fim da Guerra Civil
Americana, em 1865. O último sobrevivente da viagem foi Cudjoe Lewis, que morreu em
1935. O último país a proibir o comércio de escravos no Atlântico foi o Brasil, em 1831.
No entanto, um comércio ilegal vibrante continuou a enviar uma grande quantidade de
pessoas escravizadas para o Brasil e também para Cuba, até a década de 1860, quando a
pressão dos britânicos finalmente pôs fim ao comércio atlântico.

O historiador Walter Rodney afirma que foi uma queda na rentabilidade das
operações triangulares que tornou possível que certos sentimentos humanos básicos para
se consolidar as críticas contra o tráfico negreiro no Atlântico. Rodney afirma que as
mudanças na produtividade, na tecnologia e nos padrões de intercâmbio na Europa e na
América impulsionou a decisão dos britânicos de acabar com a sua participação no
comércio de escravos em 1807.

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CONCLUSÃO

A conclusão do tráfico de escravos negros representou um marco histórico


importante na luta contra a desumanização e a exploração. No entanto, as suas
consequências se estenderam por muitas décadas e continuam a influenciar as questões
sociais e raciais atuais. A abolição do tráfico foi um passo fundamental, mas a verdadeira
liberdade e igualdade para os descendentes dos escravizados exigiram e continuam
exigindo um esforço contínuo de justiça social e reparação. A memória do tráfico
transatlântico de escravizados permanece uma parte crucial da história, sendo
fundamental para a compreensão das desigualdades e tensões sociais que ainda existem
nas sociedades contemporâneas.

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BIBLIOGRAFIA

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015, p. 81.

FERREIRA, Roquinaldo. África durante o comércio negreiro. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz e
GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras,
2018, p. 55.

RODRIGUES, Jaime. Navio Negreiro. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOMES, Flávio (orgs.).
Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 344.

SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 32.

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