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TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE MAXIXE PAULISTA

(Cucumis anguria L.)

VALÉRIA APARECIDA MODOLO

Tese apresentada à Escola Superior de


Agricultura "Luiz de Queiroz" Universidade
de São Paulo, para a obtenção do Título de
Doutor em Agronomia, Área de
Concentração: Fitotecnia.

PIRACICABA
Estado de São Paulo – Brasil
Julho - 2002
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE MAXIXE PAULISTA
(Cucumis anguria L.)

VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Engenheira Agrônoma

Orientador: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Tese apresentada à Escola Superior de


Agricultura "Luiz de Queiroz" Universidade
de São Paulo, para obtenção do Título de
Doutor em Agronomia, Área de
Concentração: Fitotecnia.

PIRACICABA
Estado de São Paulo – Brasil
Julho - 2002
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP

Modolo, Valéria Aparecida


Tecnologia de produção de maxixe paulista (Cucumis anguria L.) / Valéria
Aparecida Modolo. - - Piracicaba, 2002.
54 p. : il.

Tese (doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2002.


Bibliografia.

1. Maxixe (legume) 2. Produção vegetal 3. Sistema de cultivo I. Título

CDD 635.63

“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
In plantis semper parens juventus et in plantis resurgo
"Nas plantas a juventude sempre reaparece
e com elas rejuvenesce aquele que as ama"

PROVÉRBIO ROMANO
Aos meus queridos pais Narcizo e Yvonne por todo amor, confiança e compreensão
dedicados em todos os momentos.
Aos meus irmãos Júnior e Bel, e queridos sobrinhos Thiago, Matheus, Victória e
Gabriel, pela demonstração de carinho e presença constante.
Ofereço

Ao meu marido Juan, por tanto amor,


apoio e compreensão.
Dedico
AGRADECIMENTOS

À DEUS, por sempre indicar os melhores caminhos na minha vida;

Ao Prof. Dr. Cyro Paulino da Costa, pela orientação segura e eficiente, durante todos os
momentos necessários e pela amizade despendida;

A Profa. Dra. Rumy Goto, pelas valiosas contribuições e sugestões;

Aos Profs. Drs. Keigo Minami, João Tessarioli Neto e Paulo César Tavares de Melo
pelos ensinamentos transmitidos com as disciplinas ministradas durante o curso;

Aos Profs. Drs. Luiz Carlos Marchini e Jorge Rezende pelos prestativos ensinamentos e
principalmente pela colaboração nos experimentos;

A Soraia França, por tão sincera amizade, paciência e valiosas contribuições na


finalização deste trabalho;

Aos colegas do curso, Fernando Sala, Léa Araújo de Carvalho, Saly Blat, Tamara M.
Gomes e Thaysa Guimarães Fonseca, pelo convívio e ajuda prestada durante o
desenvolvimento da pesquisa;

Aos funcionários do Campo Experimental do Departamento de Produção Vegetal, pela


atenção especial e colaboração na execução desta pesquisa;

Ao Departamento de Produção Vegetal, professores e funcionários, especialmente a


Bete, Célia, Helena e Luciane, pela atenção, carinho e amizade.

Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação e da Biblioteca, pela gentileza e simpatia


no atendimento prestado;

À FAPESP, pelo apoio financeiro.


SUMÁRIO

Página
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS..................................................................................................... ix
RESUMO......................................................................................................................... xi
SUMMARY..................................................................................................................... xiii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 01
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................... 03
2.1 Aspectos gerais da cultura.......................................................................................... 03
2.1.1 Gênero Cucumis...................................................................................................... 03
2.1.2 A espécie Cucumis anguria ................................................................................... 04
2.1.3 Maxixe Paulista ...................................................................................................... 05
2.2 Manejo e tecnologia de produção de Cucumis........................................................... 08
2.2.1 Tutoramento............................................................................................................ 08
2.2.2 Poda......................................................................................................................... 09
2.2.3 Cobertura do solo ("mulching").............................................................................. 10
2.2.4 Produção em ambiente protegido e cultivo em substrato........................................ 11
3 CULTIVO DE MAXIXE PAULISTA EM CANTEIROS COM COBERTURA DE
POLIETILENO................................................................................................................ 13
Resumo............................................................................................................................. 13
Summary.......................................................................................................................... 14
3.1 Introdução.................................................................................................................. 14
vii

Página
3.2 Material e Métodos....................................................................................................... 17
3.3 Resultados Discussão.................................................................................................. 19
3.4 Conclusões.................................................................................................................... 24
4 CONDUÇÃO DE MAXIXE PAULISTA EM AMBIENTE PROTEGIDO.................. 25
Resumo............................................................................................................................... 25
Summary............................................................................................................................. 26
4.1 Introdução..................................................................................................................... 27
4.2 Material e Métodos....................................................................................................... 29
4.3 Resultados e Discussão................................................................................................. 31
4.4 Conclusões.................................................................................................................... 36
5 CONDUÇÃO DE HÍBRIDOS DE MAXIXE PAULISTA EM REDE AGRÍCOLA.... 37
Resumo............................................................................................................................... 37
Summary............................................................................................................................. 38
5.1 Introdução..................................................................................................................... 37
5.2 Material e Métodos....................................................................................................... 40
5.3 Resultados e Discussão................................................................................................. 41
5.4 Conclusões.................................................................................................................... 46
6 CONCLUSÕES GERAIS............................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 48
LISTA DE FIGURAS

Página
1 Origem e genealogia das linhagens elites de Maxixe Paulista................................... 7

2 Maxixe Comum e linhagens de Maxixe Paulista....................................................... 8


3 Massa total (kg) de frutos/parcela de 8 plantas das linhagens L1, L2 e L60 de
Maxixe Paulista e do tipo Comum (A), durante as 10 etapas de colheita.
ESALQ/USP - Piracicaba, 2000............................................................................... 32

4 Número total de frutos/parcela de 8 plantas das linhagens L1, L2 e L60 de Maxixe


Paulista e do tipo Comum (A), durante as 10 etapas de colheita. ESALQ/USP -
Piracicaba, 2000........................................................................................................ 32

5 Predominância da brotação lateral basal da planta de maxixe.................................... 34


6 Número total de frutos/parcela de 7 plantas das linhagens L1, L2, L4 e L60 e
híbridos H3, H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista, durante as 6 etapas de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 2001.................................................................. 42

7 Massa total (kg) de frutos/parcela e 7 plantas das linhagens L1, L2, L4 e L60 e
híbridos H3, H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista, durante as 6 etapas de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 2001.................................................................. 42
LISTA DE TABELAS

Página
1 Comparação da produtividade em kg/1.000 plantas entre cultivo em ambiente
protegido e plantio tradicional................................................................................ 12

2 Cronograma de adubação......................................................................................... 18
3 Massa de frutos/planta, em kg, de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4,
L5, L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas iniciais de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.................................................................. 19

4 Massa de frutos/planta, em kg, de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4,
L5, L6, L8, L42, L55 e L60) e do tipo Comum (A), nas seis etapas finais de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999................................................................ 20

5 Número de frutos/planta de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4, L5,
L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas iniciais de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999................................................................ 21

6 Número de frutos/planta de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4, L5,
L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas finais de colheita.
Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.............................................................................. 21

7 Número total (NTF), peso total (PTF) e peso médio (PM) de frutos/parcela de 6
plantas, de Maxixe Paulista (L1; L2; L3; L4; L5; L6; L8; L42; L55 e L60) e do
tipo Comum (A), após 12 colheitas. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999...................... 22
x

Página
8 Cronograma de adubação......................................................................................... 30
9 Número total (NTF), massa total (MTF) e massa média (MM) de frutos/parcela
de 8 plantas e produtividade estimada (PE), das linhagens de Maxixe Paulista
(L1, L2, L60) e do tipo Comum (A), após 10 etapas de colheitas. ESALQ/USP -
Piracicaba, 2000...................................................................................................... 33
10 Número total (NTF), massa total (MTF) e massa média (MM) de frutos/parcela
de 7 plantas, de linhagens L1, L2, L4 e L60 e híbridos H3, H5, H6, H61, H62,
H64 de Maxixe Paulista, após 6 colheitas. Piracicaba, ESALQ/USP,
2001........................................................................................................................ 43
11 Comprimento (C), largura (L), espessura de polpa (EP) e relação
comprimento/largura (C/L) de linhagens L1, L2, L4 e L60 e híbridos H3, H5,
H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista. Piracicaba, ESALQ/USP, 2001............. 44
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE MAXIXE PAULISTA (Cucumis anguria L.)

Autora: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Orientador: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

RESUMO

Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe obtido a partir do cruzamento de


Cucumis anguria x Cucumis longipes. Após ciclos de seleção massal intercalados a
ciclos de endogamia, foram obtidas linhagens que diferem do tipo comum pelas suas
características de ausência de espiculosidade, tamanho de fruto e formato de folha não
lobulada semelhante ao pepino. Em três ensaios de campo, linhagens e híbridos de
Maxixe Paulista foram avaliados quanto ao comportamento e produção de frutos em três
sistemas de cultivo: a) com cobertura de polietileno e fertirrigação; b) cultivados em
vasos com substrato, com tutoramento e podas e em ambiente protegido; c) no sistema
de cultivo tutorado em rede agrícola. No primeiro ensaio, foram avaliadas dez linhagens
de Maxixe Paulista e uma cultivar do Maxixe Comum. As linhagens de Maxixe Paulista
apresentaram um peso médio de fruto de 66 a 91% maior que o tipo Comum. A
produção em peso total de frutos não diferiu entre os dois tipos de maxixe. O cultivo em
canteiros com cobertura de polietileno e fertirrigação por gotejamento proporcionou uma
produtividade estimada de 51,89t.ha-1. No segundo ensaio, três linhagens do Maxixe
Paulista e o tipo Comum foram cultivados em vasos com substrato, em ambiente
protegido, com tutoramento e podas. As linhagens de Maxixe Paulista apresentaram um
peso médio de fruto de 62 a 84% maior que o tipo Comum. A
xii

linhagem 2 foi tão produtiva, em termo de peso total, quanto o tipo Comum porém seu
peso médio de fruto foi 75% maior. A planta de maxixe mostrou ser inadequada para
condução no protocolo de tutoramento e podas da cultura do pepino. No terceiro ensaio,
foram avaliadas quatro linhagens e seis híbridos simples, quanto ao comportamento e
produção de frutos no sistema de cultivo tutorado em rede agrícola. A produção e a
qualidade dos frutos dos híbridos foi equivalente a das linhagens. A rede agrícola se
mostrou adequada para o cultivo de Maxixe Paulista na forma tutorada. A concentração
da frutificação ocorreu nas hastes secundárias e terciárias, cujas gavinhas mantiveram as
plantas presas à rede. Esta técnica de condução facilitou a colheita e incrementou a
qualidade dos frutos.
PAULISTA GHERKIN TECHNOLOGIC PRODUCTION (Cucumis anguria L.)

Author: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Adviser: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

SUMMARY

Paulista Gherkin is a new gherkin type derived from Cucumis anguria x Cucumis
longipes. After mass selection cycles intercalated with inbreeding cycles, lines were
obtained that differ from the common types by their greater fruit size, spine abscence
and non-lobular shaped leaves, similar to cucumber ones. In three experiments, Paulista
gherkin lines and hybrids were evaluated for their yield and fruit production in three
production systems: a) under polyethylene mulching and fertigation crop system; b)
trellised and pruned plants grown in pots with substrate under high plastic tunnel; c)
under the trellised net crop system. In the first experiment, ten lines of Paulista Gherkin
and one type of Common Gherkin were evaluated. Paulista Gherkin fruits were, in
average, 66 to 91% heavier than the Common Gherkin ones. Total fruit weight, of two
gherkin types did not differ. Polyethylene-covered bed and drip fertigation use promoted
an estimate yield of 51,89 t.ha-1. In the second experiment, three Paulista Gherkin lines
and Common Gherkin were cultivated in pots with substrate, under high plastic tunnel
and they were trellised and pruned. Paulista Gherkin fruits were, in average, 62 to 84%
heavier than the Common Gherkin ones. Paulista Gherkin line number 2 was productive
as the Common type, considering the total fruits weight. However, its average fruit
weight was 75% higher. Gherkin plants showed to be inadequate for to be conducted as
suggested for the greenhouse cucumber crop protocol. In the third experiment, four
lines and six single hybrids performance were evaluated for their yield and fruit
production under trellised net crop system. Hybrids and lines were similar for yield and
fruit quality. The trellised net crop system showed to be suitable to support Paulista
Gherkin plants. Fruit concentration occurred in the secondary and tertiary lateral branch
and plants was hold by tendrils on the net. Trellised gherkin in net mate harvest easier
and enhance fruit quality.
1 INTRODUÇÃO

O maxixeiro é uma planta de origem africana, cultivada de maneira sub-


espontânea principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil. Nestas regiões, esta
hortaliça participa da culinária tradicional sendo consumida na forma da “maxixada”,
onde o fruto maduro é cozido com outros ingredientes.
Existe uma grande demanda de consumo desta olerácea devido à intensa
migração de nordestinos que ocorre por todo o país. Além disso, a tendência de mercado
faz com que aumente a busca por produtos alternativos em relação aos padrões
tradicionais.
As populações brasileiras de maxixe caracterizam-se pela produção de frutos sem
sabor amargo e com grandes variações quanto à espiculosidade e ao tamanho do fruto. O
maxixe comum é uma espécie na qual o processo de melhoramento tem sido mínimo.
Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe derivado originalmente do
cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, com características distintas de
fruto e folhas. Esta cultura apresenta alto potencial para o consumo na forma de salada
ou no segmento de consumo em conserva, na forma de picles. Pode ser consumida ainda
imatura, como uma alternativa da cultura de pepino, ou cozida, como alternativa de
abobrinha. Porém, para promover o cultivo, é necessário modernizar sua tecnologia de
produção, pois o cultivo do maxixe comum é feito de maneira obsoleta.
Nas culturas de pepino e melão, as duas espécies expoentes do gênero Cucumis,
a demanda da melhor qualidade incentivou o uso de práticas altamente tecnificadas, com
intenso manejo das plantas. Sendo o maxixe considerado uma cultura-irmã do pepino,
cujos hábitos vegetativos e reprodutivos são similares, postula-se que o modelo de
2

cultivo, práticas culturais e manejo desta cultura poderiam ser adotados para o Maxixe
Paulista.
Muitas são as técnica utilizadas na tecnologia de produção de pepino. Dentre
elas, pode-se destacar o cultivo utilizando cobertura de polietileno; condução vertical,
com manejo de podas e tutoramento e cultivo em ambiente protegido. Para a introdução
destas técnicas no cultivo de Maxixe Paulista, seria imprescindível verificar o
comportamento de linhagens e híbridos e sua adequação nos diferentes tipos de manejo.
O objetivo desta pesquisa foi verificar o comportamento e avaliar a produção de
frutos de Maxixe Paulista em três sistemas de produção: a) em canteiros, no sistema
rasteiro, utilizando cobertura de polietileno e fertirrigação; b) em ambiente protegido,
com tutoramento e podas, sendo as plantas cultivadas em substrato; c) em campo, no
sistema de cultivo tutorado em rede agrícola e sem podas.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos gerais da cultura

2.1.1 Gênero Cucumis

Na família Cucurbitaceae, há cerca de 30 espécies pertencentes a 9 gêneros,


muitas das quais são utilizadas como alimento (Esquinas-Alcazar & Gulick, 1983).
Dentre os gêneros, destacam-se Cucurbita e Cucumis, ambos polimórficos e
amplamente cultivados nos países desenvolvidos.
Quanto à origem, as espécies do gênero Cucumis provêm de duas áreas
geográficas distintas: uma situa-se ao leste da África, Península Arábica e leste do
Mediterrâneo sendo denominadas de Grupo Africano e a outra situa-se na Índia, ao sul e
leste do Himalaia, que abrange as espécies do grupo Asiático. Segundo Leppik (1966), o
centro de origem primário de Cucumis situa-se na área com maior concentração das
espécies do Grupo Africano. A partir do centro de origem primário das savanas
africanas, as espécies selvagens foram disseminadas em muitas direções, onde foram
domesticadas. Atualmente, apenas três espécies do gênero Cucumis são cultivadas em
grande escala. O pepino (Cucumis sativus L.) e o melão (Cucumis melo L.) apresentam
grande valor comercial sendo ambos cosmopolitas. Já o maxixe (Cucumis anguria) é
utilizado como alimento em menor escala em algumas regiões do Brasil, no oeste da
Índia e no Caribe e (Baird &Thieret, 1988; Robinson & Decker-Walters, 1997).
As espécies selvagens de Cucumis caracterizam-se pela produção de frutos
amargos, com ampla diversidade de tamanho, cor e espiculosidade. A principal
característica agronômica desfavorável das espécies selvagens é a presença de
4

cucurbitacina, composto terpenóide que confere sabor amargo aos frutos e em partes
vegetativas. O sabor amargo dos frutos constitui um mecanismo de sobrevivência nas
savanas africanas, contra animais herbívoros. No entanto, estas espécies selvagens
representam um vasto potencial de recursos genéticos a serem utilizados no
melhoramento de espécies cultivadas de Cucumis. A hibridação interespecífica entre
espécies de Cucumis é utilizada para incorporação de características de resistência a
doenças e pragas presentes no material selvagem (Paterniani, 1988).

2.1.2 A espécie Cucumis anguria L.

Originalmente foi considerado nativo das Américas, porém, o maxixe teve sua
origem na África (Meeuse, 1958), sendo considerado um mutante não-amargo da
espécie selvagem africana Cucumis longipes Hook.
No Brasil, foi provavelmente introduzido há cerca de 300 anos, por ocasião do
tráfico de escravos africanos (Robinson & Decker-Walters, 1997). Sendo assim, a maior
área de produção desta olerácea ocorre nas regiões brasileiras de forte influência da
cultura africana, como o norte, nordeste e sudeste do país. Para os nordestinos, o maxixe
constitui-se numa das mais populares hortaliças juntamente com a batata-doce, o
inhame, o quiabo e a abóbora, fazendo parte da sua tradição culinária. O consumo ocorre
na forma de “maxixada”, que consiste no uso de frutos parcialmente imaturos cozidos
com outros ingredientes (Yokoyama & Silva Júnior, 1988). Embora não seja habitual,
esta hortaliça também pode ser consumida in natura na forma de salada e sua maior
potencialidade seria para o segmento de consumo em conserva na forma de picles (Koch
& Costa, 1991; Robinson & Decker-Walters, 1997).
A planta de maxixe é monóica, anual como o pepino, com hábito de crescimento
indeterminado e prostrado. Com relação ao aspecto vegetativo, esta espécie apresenta
folhas lobuladas, em contraste com as folhas não lobuladas típicas de pepino e melão.
Os frutos apresentam grande variabilidade quanto ao formato, presença e ausência de
espículos e sabor amargo (Lower & Edwards, 1986; Melo & Trani, 1998). É uma
espécie de clima quente, adaptada à temperatura e pluviosidade elevadas.
5

O cultivo do maxixe é predominantemente subespontâneo, consorciado com


cereais ou como cultura de subsistência (Paiva, 1984; Queiroz, 1993). Quando
submetido ao cultivo convencional, existem variações quanto à produtividade
dependendo da época e do local de cultivo. Na Amazônia, no período de menor
pluviosidade, as cultivares maxixe liso e maxixe com espículos produziram 110 e 165
frutos/cova, com massa média de 37 e 38g/fruto, respectivamente (Pimentel, 1985). No
Maranhão, a produtividade média é de 16 t.ha-1, porém, no período chuvoso, reduz para
aproximadamente 8-10 t.ha-1 (Martins, 1986). Em São Paulo, a produtividade é de 12
t.ha-1 sendo cultivado preferencialmente de setembro a fevereiro (Melo & Trani, 1998).
Filgueira (2000), considerando de uma maneira geral, relata que a produtividade da
cultura se situa em torno de 4 - 5 t.ha-1.

2.1.3 Maxixe Paulista

As populações brasileiras de maxixe comum se caracterizam pela produção de


frutos sem sabor amargo, mas com grandes variações quanto à espiculosidade e ao
tamanho do fruto (Paiva, 1994). Queiroz (1993), verificando o potencial do
germoplasma do nordeste brasileiro, verificou três tipos bem definidos de frutos de
maxixe: lisos, com espículos grossos e esparsos e com espículos finos e muito densos.
No entanto, de acordo com Yokoyama (1987), a base genética do germoplasma nacional
é bastante restrita sendo sugerido hibridação interespecíficas para ampliá-la usando
espécies selvagens compatíveis do mesmo gênero.
Koch & Costa (1991), a partir de populações parentais da coleção de introduções
e germoplasma de Cucumis da ESALQ/USP, realizaram o cruzamento interespecífico
entre Cucumis longipes com cultivares de Cucumis anguria. A partir destes resultados
foi possível determinar a herança dos caracteres formato da folha, sabor, massa e
espiculosidade, facilitando posteriormente a seleção de recombinantes que associem
características agronomicamente desejáveis. Estes autores observaram que a herança de
formato de folha em maxixe é devido a um gene com dominância incompleta. O sabor
obedece à herança simples, sendo que amargo é dominante em relação ao sabor não-
amargo. A espiculosidade é um caráter controlado por dois pares de genes dominantes
6

que resultam em frutos com alta espiculosidade, enquanto que frutos lisos, sem
espiculosidade, são duplamente recessivos. O caráter massa de fruto é quantitativo e de
herança aditiva, o que indica a possibilidade de rápido progresso no melhoramento do
maxixe para este caráter de alto valor oleráceo.
Posteriormente, a partir da população F2 obtida por Koch & Costa (1991), Costa1
obteve, após alguns ciclos de seleção massal intercalados a gerações de endogamia,
várias dezenas de linhagens elites de maxixe que diferem do tipo comum pela ausência
de espiculosidade, maior tamanho de fruto e formato de folha não lobulada semelhante
ao pepino (Figura 1). Estas linhagens elites foram avaliadas quanto à uniformidade e
características de fruto por Modolo et al. (1999) dando origem a um novo tipo de maxixe
que, por apresentar características totalmente distintas do maxixe tradicional, foi
denominado de Maxixe Paulista (Figura 2).
Como já foi mencionado, o maxixe comum é raramente submetido ao cultivo
convencional e, na maioria das vezes, é coletado a partir de populações subespontâneas
em roçados ou em plantios de subsistência. Porém, a promoção e a difusão de um novo
produto, com características agronômicas melhoradas demanda modernização de sua
tecnologia de produção.

1
COSTA, C.P Comunicação pessoal, 1998.
7

Cucumis anguria X Cucumis longipes

F1

M1 F2 Seleção de frutos não amargos e sem espiculosidade. *

M2 F3 Seleção de folha não lobulada.

M3 F4 Seleção para maior tamanho de fruto.

M4 F5 Autofecundação e seleção de plantas com frutos de massa


superior a 90g, não amargos e sem espiculosidade.
È

M5 S1 F6 Avaliação das progênies S1 e seleção para com massa de


fruto maduro acima de 90g
È
M6 S2 F7 Avaliação e seleção de linhagens S2

M1 - M5 = Ciclos de seleção massal


S1 - S2 = Gerações de endogamia

* Koch & Costa (1991)

Figura 1 - Origem e genealogia das linhagens elites de Maxixe Paulista


8

a b

Figura 2 - Maxixe Comum (a) e linhagens de Maxixe Paulista (b).

2.2 Manejo e tecnologia de produção de Cucumis

Nas culturas de pepino e melão, as duas espécies importantes do gênero


Cucumis, a demanda de produtos com melhor qualidade incentivou o desenvolvimento
de cultivos altamente tecnificados, com intenso manejo das plantas. Sendo o maxixe
considerado uma cultura-irmã do pepino, cujos hábitos vegetativos e reprodutivos se
assemelham, para desenvolver sua tecnologia de produção, o modelo de cultivo, práticas
culturais e manejo desta cultura poderiam ser adotados. Dentre estas práticas, algumas
serão elucidadas com detalhes a seguir.

2.2.1 Tutoramento

O tutoramento consiste em colocar um suporte ou tutor que tem por função


auxiliar a condução vertical das plantas. Sua utilização promove melhor aproveitamento
do espaço ocupado pelas plantas, obtenção de frutos de qualidade superior, além de
diminuir a incidência de doenças pela ventilação mais eficiente entre plantas. Na cultura
do pepino, esta prática melhora o aproveitamento da energia solar, uma vez que a planta
recebe luz por todos os lados, aumentando de 3 a 5 vezes a produção quando a
comparamos ao cultivo rasteiro (Alvarenga, 1982; Illescas & Vesperinas, 1989).
9

Segundo vários autores (Sonnenberg, 1985; Brandão Filho e Callegari, 1999;


Carrijo & Makishima, 2000; Filgueira, 2000), os sistemas de tutoramento mais
utilizados são:
a) Tutoramento com estacas ou varas de bambu: Consiste em colocar uma estaca ou
vara com 2,20 a 2,50m de altura junto a cada planta, para nela amarrar a haste à
medida que ela for crescendo. As estacas de duas fileiras paralelas cruzam-se a uma
altura de cerca de 1,80m do solo, apoiando-se sobre um fio de arame esticado. Este
sistema é também chamado de cerca cruzada ou cultivo em "V";
b) Tutoramento com cerca ou rede agrícola: consiste em colocar 6 a 7 fios de arame ou
fitilhos de plástico horizontalmente, distanciados de 0,30m e no sentido da linha de
plantio, com a finalidade de formar uma cerca onde as plantas serão fixadas com
ajuda de suas gavinhas. Atualmente, existem no mercado redes agrícola, com malhas
de tamanho definido, que são usadas da mesma forma que as cercas;
c) Tutoramento com fitilho: consiste em colocar um suporte rígido ou arame número
14, bem esticado e firme a 2,20 - 2,50m de altura do solo, no sentido da linha de
plantio. Amarrar uma das pontas de um fitilho de ráfia ou nylon na haste da planta,
logo abaixo da segunda ou terceira folha e a outra no arame. À medida que a planta
for crescendo, enrola-se a haste no fitilho.
Torna-se importante ressaltar que este último sistema tem sido utilizado
preferencialmente em cultivos em ambiente protegido.

2.2.2 Poda

A poda consiste na retirada de partes da planta para promover o crescimento de


outras. Segundo Salisbury e Ross (1985), devido à competição por nutrientes entre
órgãos reprodutivos e vegetativos, um determinado estímulo como a retirada de partes
da planta pode estimular o florescimento.
Na cultura do pepino, esta prática, apesar de bastante difundida pelos
olericultores, é de utilidade controvertida (Cañizares, 1998; Filgueira, 2000). Pretende-
se, com a poda, favorecer o desenvolvimento de maior número de flores femininas,
aumentando a produtividade, a precocidade e qualidade dos frutos (Sonnenberg, 1985).
10

A técnica também melhora o arejamento da cultura, facilitando as pulverizações e o


tutoramento. (Maroto, 1994).
Em geral, tem-se vários tipos de podas que serão esclarecidas a seguir.
No primeiro deles, eliminam-se as ramificações laterais e os frutos que se
originem nos primeiros 40 cm da haste principal, conduzindo a planta em um fio de
arame. A partir da haste principal, surgem os ramos secundários que crescerão sobre o
arame e onde produzirão as flores femininas. Quando se pretende uma produção mais
precoce, podem-se deixar as flores que aparecem na haste principal o que causa a
diminuição da produção total. No segundo sistema de poda, são eliminadas as 4 ou as 5
primeiras brotações laterais a partir da base da planta. Nas próximas brotações que
surgirão, faz-se a poda depois do aparecimento de uma folha, a partir de 20 a 25 cm do
pequeno fruto formado na axila. Dependendo do vigor e/ou da capacidade de
desenvolvimento da planta, quando a haste principal atingir o arame de suporte (± 2
metros), faz-se a eliminação da gema apical. Assim ocorre estímulo das brotações
laterais. O terceiro sistema é aplicado em híbridos ginóicos ou predominantemente
femininas e partenocárpicos, que geralmente produzem um fruto por internódio. Nesta
poda, eliminam-se todas as ramificações laterais, formando-se todos os frutos sobre a
haste principal a partir de 0,80 a 1,00 m. Quando a haste principal atinge 2,00 m, deixa-
se que ela desça, apoiando-a sobre os fios de arame dispostos longitudinalmente, não se
realizando a partir deste ponto a poda dos ramos laterais (Illescas & Vesperinas, 1989;
Maroto, 1994; Filgueira, 2000).
Estes tipos de poda dependem das condições climáticas do local e também do
vigor da planta. Sendo assim, elas podem apresentar algumas variações.

2.2.3 Cobertura do solo ("mulching")

A cobertura do solo é um sistema de proteção, que oferece melhores condições


para o desenvolvimento das plantas. Vários materiais podem ser utilizados e a escolha
depende principalmente do grau de tecnologia do olericultor e da disponibilidade do
material.
11

As vantagens deste sistema são comuns a várias culturas. Dentre elas, pode-se
destacar: maior renda líquida por área cultivada; aumento da produção total e produção
precoce; conservação da umidade e da estrutura do solo; redução da amplitude térmica
do solo; menor perda de nutrientes por lixiviação; controle de plantas daninhas e
obtenção de produtos mais limpos e de maior qualidade (Passos, 1997; Robinson &
Decker-Walters, 1997; Martins et al., 1998; Martins, 2000).
Na cultura do pepino, o uso de cobertura tem significado uma alternativa de
produção tanto em ambiente protegido como em cultivo convencional. Araújo &
Castellane (1996), analisando o comportamento da cultura do pepino com e sem o uso
de cobertura de polietileno, verificaram que a produção total, em número e massa, e o
comprimento e diâmetro dos frutos foram superiores no cultivo com cobertura. Estes
resultados concordam com aqueles obtidos por Farias-Larios et al. (1994), que,
comparando três tipos de plástico como cobertura de solo no cultivo do pepino em
condições tropicais, verificaram que sua utilização promoveu aumento do crescimento
das plantas, precocidade de produção e aumento do número de frutos/planta.

2.2.4 Produção em ambiente protegido e cultivo em substrato.

O pepino é considerado a segunda hortaliça mais importante no cultivo em


ambiente protegido (Cañizares, 1998). Além do pepino, outras oleráceas têm sido
beneficiadas com as possibilidades oferecidas por este tipo de cultivo.
Vários autores destacaram as vantagens do cultivo em ambiente protegido
(Oliveira et al., 1997; Andriolo, 1999; Brandão Filho & Callegari, 1999; Martins, 2000).
Dentre elas, podemos citar aumento de produtividade, sendo que para algumas culturas o
aumento de produção é de duas a três vezes quando comparado ao cultivo convencional
(Tabela1); colheitas na entressafra, diminuindo a sazonalidade de produção e
regularizando o abastecimento; precocidade na colheita e maior qualidade dos produtos.
Essa atividade propicia o cultivo fora de época e em locais onde as condições climáticas
são limitantes. Para culturas mais exigentes em temperatura, como é o caso do maxixe, a
utilização de ambientes protegidos não restringe a época de plantio, uma vez que
temperaturas mais altas podem ser obtidas mesmo em épocas ou regiões desfavoráveis.
12

Tabela 1. Comparação da produtividade em kg/1.000 plantas entre cultivo em ambiente


protegido e plantio tradicional.
Campo Cultivo Protegido
Tomate 4.000 9.000
Pepino 2.000 8.000
Pimentão 2.000 6.000
Fonte: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1997

Alguns problemas também têm sido detectados no cultivo em ambiente


protegido. O intenso uso de uma pequena área acaba provocando problemas de
salinização e de ordem fitossanitária. Segundo Trani et al. (1997) devido a estes
problemas, vem-se observando uma expansão menos acentuada do cultivo protegido no
Estado de São Paulo. O cultivo em substrato com fertirrigação pode ser uma alternativa
para superar esses tipos de problemas (Berjon & Murray, 1997; Carneiro Júnior et al.,
2002). Blanc (1987), citado por Andriolo et al. (1999), descreve as vantagens dessa
modalidade de cultivo como: manejo mais adequado da água, evitando a umidade
excessiva em torno das raízes; fornecimento de nutrientes em doses e épocas
apropriadas; redução dos riscos de salinização do meio radicular e da ocorrência de
problemas fitossanitários.
3 CULTIVO DE MAXIXE PAULISTA EM CANTEIROS COM COBERTURA
DE POLIETILENO

Autora: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Orientador: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Resumo

A partir do cruzamento de Cucumis anguria L. x Cucumis longipes Hook


obtiveram-se, com ciclos de seleção massal intercalados a ciclos de endogamia,
linhagens de maxixe que diferem do tipo comum pelas suas características de ausência
de espiculosidade, tamanho de fruto e formato de folha não-lobulada semelhante ao
pepino. Dez destas linhagens, eleitas como elites e denominadas Maxixe Paulista, foram
avaliadas quanto ao comportamento e produção de frutos no sistema de cultivo com
cobertura de polietileno e fertirrigação. O Maxixe Comum foi utilizado como
testemunha. As mudas foram obtidas em bandejas de poliestireno expandido e depois
transplantadas para linha central de canteiros cobertos com polietileno preto, adotando-
se espaçamento de 1,0 m entre plantas. As plantas foram conduzidas de modo rasteiro,
com fertirrigação por gotejamento. O delineamento experimental foi blocos ao acaso,
com quatro repetições e parcela de seis plantas. A produção foi expressa em número
total de frutos/parcela, massa total de frutos/parcela e massa média de fruto. As
colheitas, num total de 12, foram realizadas durante dois meses. As linhagens de Maxixe
Paulista apresentaram uma massa média de fruto de 66 a 91% maior que o tipo Comum.
A produção em massa total de frutos não diferiu entre os dois tipos de maxixe. O cultivo
em canteiros com cobertura de polietileno e fertirrigação por gotejamento proporcionou
uma produtividade estimada de 51,89t.ha-1.
14

PAULISTA GHERKIN CROPPING USING POLYETHYLENE MULCH BED

Author: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Adviser: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Summary

New gherkin lines were derived from Cucumis anguria x Cucumis longipes
crossing through mass selection cycles intercalated with inbreeding cycles. The new
lines differ from the common types by their absence of prickles, greater fruit size and
non-lobular shaped leaves, similar to cucumber ones. Ten of such lines, selected as elite
ones and named as Paulista Gherkin, were evaluated fruit production under polyethylene
covering and under fertigation growing system. The Common Gherkin was used as
check. Seedlings were produced in expanded polypropylene trays and then transplanted
to the bed center covered with black polyethylene. Plants were spaced out 1,0m apart
from each other and conducted in a prostrate habit under drip fertigation. A randomized
blocks experimental design with four replicates and six plants per plot was used. The
production was expressed as total number of fruits/plot, total weight of fruits/plot and
average fruit weight. A total of 12 harvests were carried out during two months. Paulista
Gherkin fruits were, in average, 66 to 91% heavier than the Common Gherkin ones.
Production of total weight of fruits, of two gherkin types did not differ. The use of
polyethylene-covered bed and drip fertigation promoted an estimate yield of 51,89 t.ha-1.

3.1 Introdução

O maxixe (Cucumis anguria L.) é uma cultura de origem africana bastante


cultivada no norte e nordeste do Brasil. As populações brasileiras caracterizam-se pela
produção de frutos sem sabor amargo e com variações quanto à espiculosidade e ao
tamanho, geralmente com massa média de 30g (Pimentel, 1985). Sua forma de consumo
está associada à culinária tradicional do Nordeste, onde o fruto maduro é cozido com
outros ingredientes, originando o prato típico denominado “maxixada”. Apesar de não
15

ser habitual, esta hortaliça também pode ser consumida in natura na forma de salada,
substituindo com vantagem o pepino por ser menos indigesta. Sua maior potencialidade
seria para o segmento de consumo em conserva na forma de picles (Baird & Thieret,
1988; Koch & Costa, 1991; Robinson & Decker-Walters, 1997).
A partir do cruzamento interespecífico entre Cucumis longipes e cultivares de
Cucumis anguria, Koch & Costa (1991) iniciaram um programa de melhoramento de
maxixe conseguindo, entre outras características, quadruplicar o massa do fruto. Após
alguns ciclos de seleção massal, foram obtidas várias dezenas de linhagens de maxixe
que diferem do tipo comum pela ausência de espiculosidade, maior tamanho de fruto e
formato de folha não-lobulada semelhante ao pepino. Estas linhagens foram avaliadas
(Modolo et al., 1999) e selecionadas dando origem a um novo tipo de maxixe que foi
denominado Maxixe Paulista.
O sistema de cultivo do Maxixe Comum é, na sua maioria, obsoleto sendo
raramente submetido ao cultivo convencional. É predominantemente coletado a partir de
populações subespontâneas em roçados ou em plantios de subsistência (Paiva, 1984).
Porém, a partir do momento que temos um novo produto como o Maxixe Paulista,
destinado a outros segmentos de mercado, como na forma de salada ou para conserva,
isto implica em modernização de sua tecnologia de produção.
Algumas técnicas de cultivo podem ser empregadas para promover aumento de
produtividade e melhoria de qualidade de uma hortaliça. Dentre elas pode-se destacar o
cultivo em canteiros com cobertura e uso de fertirrigação, como já vem sendo feito no
cultivo do morango há mais de trinta anos. Atualmente, devido às vantagens que este
sistema oferece, a adesão desta tecnologia de produção é total (Goto & Duarte Filho,
1999).
Há pouco tempo, surgiram no mercado vários tipos de materiais para a cobertura
de solo. Tessarioli Neto et al. (1994abc) compararam uma cobertura permeável, do tipo
não-tecido, de cor preta, com a cobertura normalmente utilizada na cultura do morango.
Foram avaliados temperatura, desenvolvimento vegetativo e produção. No tratamento
com cobertura de polietilieno preto, houve maior aquecimento do solo, maior
desenvolvimento vegetativo e, conseqüentemente, maior produção precoce. Nesta
16

mesma linha de trabalho e também para a cultura do morango, Castellane et al. (1995) e
Cortez et al. (1995) testaram polietileno preto e polipropileno cinza/preto tipo carpete,
comparando-os ao solo descoberto. Estes autores verificaram que tanto a produção total
dos frutos comerciais como sua massa média não foram influenciadas pelo uso de
cobertura, porém, houve redução na quantidade de frutos de qualidade inferior em
relação ao solo descoberto.
Segundo Paiva (1998), os efeitos da cobertura de canteiros para as diversas
hortaliças são praticamente os mesmos: influencia o metabolismo das plantas,
acelerando sua absorção radicular de água e nutrientes; protege o solo da erosão causada
pelo excesso de água de irrigação ou de chuva; aumenta a temperatura do solo nos
primeiros 10 cm de profundidade, favorecendo o desenvolvimento da planta; aumenta o
teor de umidade do solo na região radicular; controla algumas espécies de plantas
daninhas; aumenta a produção dos cultivos além melhorar a qualidade dos produtos
obtidos. Nem sempre esses efeitos são simultâneos e, na sua maioria, é necessário
verificar as interações entre prática olerícola e reação no desenvolvimento da hortaliça.
No cultivo convencional do maxixeiro, existem variações quanto à produtividade
dependendo da época e do local de cultivo. Na Amazônia, no período de menor
pluviosidade, porém, com irrigação e espaçamento de 3,00 x 2,00m entre plantas, as
cultivares Maxixe Liso e Maxixe com espículos produziram 110 e 165 frutos/cova, com
massa média de 37 e 38g/fruto, respectivamente (Pimentel, 1985). No Maranhão, a
produtividade média é de 16 t.ha-1, porém, no período chuvoso, reduz para
aproximadamente 8-10 t.ha-1 (Martins, 1986). Em São Paulo, a produtividade é de 12
t.ha-1, sendo cultivado preferencialmente de setembro a fevereiro (Melo & Trani, 1998).
Filgueira (2000), considerando de uma maneira geral, relata que a produtividade da
cultura do maxixe se situa em torno de 4 - 5 t.ha-1.
Não foi encontrada nenhuma referência sobre cultivo de maxixe utilizando
cobertura de canteiros com polietileno. No entanto, Leal et al. (2000) verificaram
aumento da produtividade desta cultura quando se utilizou palha de palmeira como
cobertura de canteiros. Neste sistema, estes autores verificaram uma produtividade de
17,78 t.ha-1 contrastando com 15,15 t.ha-1 no sistema convencional. No Maxixe Paulista,
17

o uso de plástico como cobertura de canteiros associado à fertirrigação poderia constituir


um eficiente manejo para aumento da produção, qualidade de frutos e controle de ervas
daninhas. Outro fator favorável seria a introdução deste cultivo como alternativa de
rotação nas regiões produtoras de morango, onde os produtores, aproveitando a infra-
estrutura existente, plantariam maxixe nas épocas de entressafra.
O objetivo desta pesquisa foi verificar o comportamento e avaliar a produção de
frutos de um conjunto de dez linhagens de Maxixe Paulista com relação ao manejo de
cultivo em campo, utilizando filme de polietileno para cobertura de canteiros e
fertirrigação.

3.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado e conduzido de agosto a dezembro de 1999, no


campo experimental do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, município de Piracicaba, São Paulo. Segundo a
classificação de Köppen, o clima da região é Cwa: subtropical úmido, com três meses
mais secos (jun./jul./ago.), chuvas de verão e seca de inverno, temperatura do mês mais
quente maior que 22oC e média de 21,4oC.
As mudas das linhagens designadas como L1, L2, L3, L4, L5, L6, L8, L42, L55 e
L60 de Maxixe Paulista (Modolo et al.,1999) e do Maxixe Comum foram obtidas em
bandejas de poliestireno expandido preenchidas com substrato GII, da empresa
Gioplanta. Após 20 dias, as mudas foram transplantadas para bandejas de 72 células
preenchidas com o mesmo substrato. O transplante para o campo ocorreu 47 dias após a
semeadura, sendo as mudas dispostas no centro de canteiros com 1,20 m de largura, com
espaçamento de 1,0 m entre plantas. Antes do transplante, foi realizado o preparo do
solo constando de uma aração, duas gradagens e encanteiramento. Os canteiros foram
cobertos com filme de polietileno preto de baixa densidade. O sistema de irrigação
utilizado foi do tipo gotejo e a fertirrigação foi feita com o adubo N-P-K mais
micronutrientes, conforme recomendação para cultura do pepino (Tabela 2).
18

Tabela 2. Cronograma de adubação


Período (dias) Estágio da planta Adubo (N-P-K) Dose (g.L-1)
1 – 15 Estabelecimento Formulação 13-40-13 0,3

16 – 30 Crescimento Formulação 15-05-15 0,2


Nitrato de cálcio 0,1
Nitrato de Magnésio líquido 0,15

31 - 45 Até o primeiro Formulação 15-05-30 0,3


fruto Nitrato de cálcio 0,2
Nitrato de Magnésio líquido 0,15

46 - 60 Produção Formulação 06-12-06 0,4


Nitrato de cálcio 0,3
Formulação 12-12-36 0,9

As plantas foram conduzidas de modo rasteiro. Quando as ramas laterais


apresentavam cerca de 1,0 m de comprimento, foi feita a poda apical da haste principal
para estimular a frutificação nos ramos laterias. O tratamento fitossanitário foi realizado
de forma preventiva, visando ao controle de pragas e doenças fúngicas. A colheita dos
frutos iniciou-se 80 dias após a semeadura, sendo realizada durante dois meses num total
de 12 etapas. A produção foi expressa em número total de frutos/parcela e massa total de
frutos/parcela, em quilograma. Posteriormente, foi calculado a massa média de fruto, em
gramas, e produtividade/área, em t.ha-1. O delineamento experimental foi blocos ao
acaso, com quatro repetições e parcela de seis plantas. Os resultados obtidos foram
transformados segundo x + 0,5 , para realização da análise de variância e comparação
das médias nas etapas de colheita pelo teste de Dunnet. Posteriormente, as médias sem
transformação foram comparadas pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.
19

3.3 Resultados e Discussão

Observa-se nas tabelas 3 e 4 que, para massa em kg de frutos/planta, na maioria


das colheitas, não houve diferença entre as linhagens e o tipo Comum. Nas três
primeiras colheitas, as linhagens L4 e L5 apresentaram comportamento similar, com
produção de quatro a nove vezes inferior ao tipo Comum. Na décima colheita, houve um
pico de produção do tipo Comum, sendo somente a linhagem L3 tão produtiva quanto
ele.

Tabela 3. Massa de frutos/planta, em kg, de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3,
L4, L5, L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas iniciais
de colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.
Tipos de Massa (kg) de frutos/planta nas etapas de colheita
a
Maxixe 1 2a 3a 4a 5a 6a
A 0,09 0,18 0,38 0,62 0,78 0,31
L1 0,02 0,06 * 0,19 0,41 0,71 0,44
L2 0,12 0,26 0,39 0,86 0,61 0,51
L3 0,09 0,22 0,35 0,77 0,67 0,50
L4 0,02 * 0,06 * 0,14 * 0,52 0,40 0,36
L5 0,01 * 0,03 * 0,09 * 0,28 0,43 0,45
L6 0,08 0,16 0,30 0,59 0,57 0,41
L8 0,04 0,13 0,29 0,64 0,68 0,59
L42 0,02 * 0,07 0,19 0,49 0,52 0,33
L55 0,03 0,08 0,17 * 0,57 0,60 0,63
L60 0,03 0,14 0,21 0,51 0,56 0,46
Dentro da coluna, médias seguidas por (*) são significativamente diferente da testemunha (A) pelo teste
de Dunnet a 5% de probabilidade. Dados transformados em x + 0,5 .

Com relação ao número de frutos/planta, observa-se que, de maneira geral, nas


quatro primeiras colheitas, o Comum produziu significativamente maior número de
frutos que as linhagens, exceto L2, L3 e L6 (Tabela 5). Nas sexta e sétima colheitas, este
comportamento não se manteve, pois as linhagens do Paulista foram equivalentes ao
Comum (Tabelas 5 e 6). Na quinta, nona e principalmente na décima colheita, o Maxixe
Comum mostrou ser altamente prolífico, quando nesta última sua produção em termos
de número de frutos foi 3,5 vezes maior que a linhagem mais prolífica L6 e 9 vezes
maior que a menos prolífica L60. Segundo Yokoyama & Silva Júnior (1988), o ponto
20

máximo de crescimento do fruto do Maxixe Comum ocorre em torno do décimo


primeiro e décimo segundo dia após a antese. Para o Maxixe Paulista, este estádio de
maturação ocorre aos vinte e cinco dias após a antese, dado que este apresenta uma
formação lenta de sementes (Modolo & Costa, 2000). Na última etapa de colheita, as
linhagens foram equivalentes ao Comum, quanto a sua produção de frutos.

Tabela 4. Massa de frutos/planta, em kg, de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3,
L4, L5, L6, L8, L42, L55 e L60) e do tipo Comum (A), nas seis etapas finais
de colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.
Tipos de Massa de frutos/planta nas etapas de colheita
a
Maxixe 7 8a 9a 10a 11a 12a
A 0,60 0,30 1,36 2,02 0,77 0,57
L1 0,80 0,52 0,67 0,77 * 0,70 0,77
L2 0,81 0,56 0,44 * 0,83 * 0,70 0,57
L3 1,08 0,86 0,79 1,10 1,05 0,94
L4 0,78 0,59 0,96 0,64 * 0,62 0,52
L5 0,79 0,53 0,72 0,76 * 0,69 0,74
L6 0,90 0,71 1,17 1,04 * 0,92 0,83
L8 1,16 0,96 0,73 0,95 * 1,12 0,96
L42 0,92 1,13 * 1,09 0,74 * 0,63 0,50
L55 1,21 1,22 * 1,03 0,81 * 0,89 0,79
L60 0,89 0,69 0,72 0,46 * 0,66 0,50
Dentro da coluna, médias seguidas por (*) são significativamente diferentes da testemunha (A) pelo teste
de Dunnet a 5% de probabilidade. Dados transformados em x + 0,5 .
21

Tabela 5. Número de frutos/planta de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4, L5,
L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas iniciais de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.
Tipos de Número de frutos/planta nas etapas de colheita
a
Maxixe 1 2a 3a 4a 5a 6a
A 3,1 6,6 11,5 18,2 22,2 9,3
L1 0,5 * 1,3 * 3,3 * 7,0 * 11,3 * 7,6
L2 2,6 4,8 7,0 14,0 11,0 * 9,4
L3 2,2 4,1 6,5 13,2 11,4 * 8,9
L4 0,5 * 1,3 * 2,5 * 8,2 * 7,2 * 6,3
L5 0,1 * 0,7 * 2,0 * 5,2 * 7,3 * 7,9
L6 2,3 3,5 * 7,0 11,5 11,4 * 7,5
L8 0,9 * 2,5 * 5,5 * 10,9 12,6 10,7
L42 0,5 * 1,6 * 4,3 * 13,0 10,9 * 6,8
L55 0,7 * 1,7 * 3,5 * 11,0 11,0 * 11,9
L60 0,9 * 2,8 * 4,0 * 8,6 * 9,7 * 8,4
Dentro da coluna, médias seguidas por (*) são significativamente diferentes da testemunha (A) pelo teste
de Dunnet a 5% de probabilidade. Dados transformados em x + 0,5 .

Tabela 6. Número de frutos/planta de linhagens de Maxixe Paulista L1, L2, L3, L4, L5,
L6, L8, L42, L55 e L60 e do tipo Comum (A), nas seis etapas finais de
colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 1999.
Tipos de Número de frutos/planta nas etapas de colheita
Maxixe 7a 8a 9a 10a 11a 12a
A 15,6 8,4 41,1 56,9 20,0 13,3
L1 11,8 8,1 9,2 * 11,5 * 10,4 12,3
L2 13,3 9,7 7,5 * 13,8 * 12,9 13,1
L3 16,5 13,5 12,6 * 16,0 * 17,2 14,5
L4 12,3 10,5 12,3 * 8,9 * 9,6 * 7,8
L5 12,8 9,0 12,1 * 12,1 * 12,0 12,6
L6 15,8 12,8 20,6 * 16,5 * 15,5 14,0
L8 18,3 16,4 11,7 * 13,7 * 20,3 15,5
L42 17,8 22,3 * 20,9 * 15,7 * 12,0 9,0
L55 20,1 21,8 * 17,3 * 11,4 * 15,6 13,8
L60 14,5 11,3 11,0 * 6,4 * 11,1 8,0
Dentro da coluna, médias seguidas por (*) são significativamente diferentes da testemunha (A) pelo teste
de Dunnet a 5% de probabilidade. Dados transformados em x + 0,5 .
22

Considerando-se o número de frutos produzidos em todas as etapas de colheita,


verifica-se que as linhagens são equivalentes entre si e menos prolíficas que o Comum.
Apenas as linhagens L3, L6, L8 e L55 foram semelhantes em termo de prolificidade ao
tipo Comum (Tabela 7). Esta equivalência quanto à prolificidade das linhagens elite de
maxixe pode ser explicada pelo processo seletivo que as originou. O critério mais
importante neste processo foi o parâmetro massa média de fruto maduro. Na cultura do
pepino, plantas com maior número de frutos tendem a produzir frutos com menor massa
média e comprimento (Ramalho, 1973). Como no processo de seleção foi priorizado
maior massa média de fruto, conseqüentemente o número total de frutos produzidos
tenderá a diminuir, porém, sem redução na produção total (Simmonds, 1979).

Tabela 7. Número total (NTF), massa total (MTF) e massa média (MM) de
frutos/parcela de 6 plantas, de Maxixe Paulista (L1; L2; L3; L4; L5; L6; L8;
L42; L55 e L60) e do tipo Comum (A), após 12 colheitas. Piracicaba,
ESALQ/USP, 1999.
Tipos de maxixe NTF MTF (kg) MM (g)
A 1306 a 47,91 a 36,78 b
L1 517 b 36,44 a 70,05 a
L2 656 b 39,98 a 61,55 a
L3 738 ab 50,53 a 68,96 a
L4 462 b 33,68 a 70,41 a
L5 508 b 33,13 a 64,07 a
L6 752 ab 46,12 a 61,22 a
L8 735 ab 49,45 a 67,23 a
L42 674 b 39,67 a 58,94 a
L55 708 ab 48,31 a 68,65 a
L60 512 b 34,94 a 65,64 a
C.V. 25,45 % 27,46 % 8,04 %
Dentro da coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de
probabilidade.

Considerando-se uma população de 6.500 plantas.ha-1, estima-se, neste


experimento, uma produtividade para o Maxixe Comum de 51,89 t.ha-1. A média de
produtividade para o Estado de São Paulo em condições convencionais para uma
23

população de 13.000 plantas.ha-1 tem sido de 12 t.ha-1 (Melo & Trani, 1998). Para as
diferentes regiões produtoras de maxixe, a produtividade varia de 4 a 16 t.ha-1 (Pimentel,
1985; Martins 1986; Filgueira 2000). Isto mostra ganhos de produtividade total no
sistema de manejo com cobertura plástica de canteiros e fertirrigação por gotejamento,
onde foi obtida uma produtividade de três a treze vezes maior que a descrita na literatura
no cultivo convencional.
A característica que melhor caracteriza as diferenças entre o Maxixe Comum e o
Paulista é a massa média do fruto. O Maxixe Comum apresenta massa média variando
de 14,57 a 45,70g dependendo da cultivar, da época de plantio e da região produtora
(Pimentel, 1985; Resende, 1998). Isto concorda com o encontrado neste experimento
onde a média de massa/fruto foi de 36,78g. As linhagens de Maxixe Paulista apresentam
massa média de fruto de 66 a 91% maior que o do tipo Comum (Tabela 7).
Torna-se importante ressaltar que o sistema de comercialização no atacado de
hortaliças é baseado em volume de frutos, enquanto a comercialização no varejo é feita
com base na massa do produto. No Brasil, a embalagem mais utilizada na
comercialização do Maxixe Comum é a caixa tipo "K", com 20kg do produto (Filgueira,
2000). Considerando-se uma massa média de fruto maior, seria necessário menor
número de frutos para completar o mesmo volume de comercialização, o que traria
economia de mão-de-obra tanto na colheita quanto na embalagem do produto. Outra
vantagem do aumento da massa média do fruto é a inserção deste novo produto no
consumo in natura na forma de salada. Tradicionalmente, para o preparo do Maxixe
Comum, os frutos são raspados para retirada dos espinhos e da casca e, devido ao seu
tamanho, estes são colocados inteiros para o cozimento com outros ingredientes. No
Maxixe Paulista, além do uso na forma cozida, os frutos com casca lisa e dimensões
maiores facilitam o corte em fatias, como é feito com o fruto de pepino, para o consumo
em saladas.
Algumas considerações podem ser feitas quanto ao comportamento do cultivo do
maxixe no manejo adotado. O espaçamento de 1,0m entre plantas mostrou ser
competitivo, com ampla cobertura do solo, o que dificultou o manuseio das plantas na
fase final das etapas de colheita. O hábito de crescimento prostrado e a intensa
24

ramificação da cultura fizeram com que as ramas crescessem para fora da cobertura de
polietileno. Este comportamento fez com que houvesse pisoteio e danos nas
ramificações ao longo dos espaços entre os canteiros, nas etapas finais de colheita. Com
isso, as vantagens diretas na qualidade dos frutos oferecidas pelo uso da cobertura de
solo foram restritas somente às primeiras etapas de colheita. Se fosse considerado o
cultivo de maxixe como alternativa para produtores de morango, como cultura de
entressafra, maiores estudos deveriam ser realizados para que a produção dos frutos seja
concentrada em cima da cobertura.

3.4 Conclusões

♦ As linhagens de Maxixe Paulista apresentaram um massa média de fruto de 66 a


91% maior que o tipo Comum;

♦ A produção em massa total de frutos não diferiu entre os dois tipos de maxixe;

♦ O cultivo em canteiros com cobertura de polietileno e fertirrigação por gotejamento


proporcionou uma produtividade estimada de 51,89t.ha-1.
4 CONDUÇÃO DE MAXIXE PAULISTA EM AMBIENTE PROTEGIDO

Autora: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Orientador: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Resumo

Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe derivado originalmente do


cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, com características distintas de
fruto e folhas. Avaliou-se o comportamento e a produção de três linhagens do Maxixe
Paulista, cultivadas em vasos com substrato, em ambiente protegido, com tutoramento e
podas. O tipo Comum foi utilizado como testemunha. As mudas foram obtidas em
bandejas de poliestireno expandido e depois transplantadas para vasos de cinco litros
contendo uma mistura de areia, vermiculita, e húmus. Em estrutura do tipo arco, os
vasos foram colocados em 5 linhas duplas, com espaçamento de 0,5m entre vasos e 1,0m
entre linhas. As plantas foram conduzidas tutoradas e com podas, utilizando o protocolo
de cultivo de pepino em ambiente protegido. Para a irrigação, foi utilizado sistema de
mangueiras de gotejamento do tipo espaguete e a fertirrigação foi feita com o adubo N-
P-K. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com oito repetições e parcela
de oito plantas. As características avaliadas foram número total de frutos/parcela, massa
total de frutos/parcela e massa média de fruto. As colheitas, num total de 10, foram
realizadas durante dois meses. A produção total em massa de frutos não diferiu entre os
dois tipos de maxixe. As linhagens de Maxixe Paulista apresentaram uma massa média
de fruto de 62 a 84% maior que o tipo Comum. A linhagem 2 foi tão produtiva, em
termo de massa total, quanto o tipo Comum, porém, sua massa média de fruto foi
26

75% maior. A planta de maxixe mostrou ser inadequada para condução no protocolo de
tutoramento e podas da cultura do pepino. O maxixe apresentou uma forte supressão da
dominância apical predominando uma concentração de frutificação na região basal da
planta o que tornou a poda trabalhosa e ineficaz.

PAULISTA GHERKIN CROP MANAGEMENT UNDER HIGHT PLASTIC


TUNNEL.

Author: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Adviser: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Summary

Paulista Gherkin is a new gherkin type derived from Cucumis anguria x Cucumis
longipes, crossing with distinct fruit and leaf characteristics. The behavior of three
Paulista Gherkin lines was evaluated. Plants were grown in pots with substrate, under
hight plastic tunnel and they were trellised and pruned. Common Gherkin was used as
control. Seedlings were produced in expanded polypropylene trays and then transferred
to 5-liter pots containing a mixture of sand, vermiculite and humus. Inside a high plastic
tunnel, the pots were arranged within 5 double rows and displayed 0.5m from each
other, with 1.0m between lines. Plants were trellised and pruned according to the
cucumber cultivation protocol under protected environment. Drip irrigation system was
made with spaghetti type, and N-P-K fertlizer was used for fertigation. A randomized
blocks design with eight replicates and eight plants per plot was used. Evaluated
characteristics were total number of fruits/plot, total weight of fruits/plot and average
fruit weight. A total of ten harvests were carried out during two months. The total
production expressed as the total weight of fruits did not differ between the two gherkin
types. Paulista Gherkin fruits were, in average, 62 to 84% heavier than the Common
Gherkin ones. The line number 2 of Paulista Gherkin was as productive as the Common
type, considering the total weight of fruits. However, its average fruit weight was 75%
27

superior. Gherkin plants showed to be inadequate for being conducted as suggested by


the cucumber cultivation protocol. Gherkin plant presented strong suppression of its
apical dominance resulting a higher fruit concentration in the plants’ basal region,
making the pruning inefficient.

4.1 Introdução

As culturas protegidas tornaram-se um sistema de produção muito difundido


dentro da olericultura. A necessidade de fornecer produtos de boa qualidade durante
todos os períodos do ano levou os produtores à construção de abrigos para a proteção
das culturas das adversidades climáticas como vento, granizo, altas precipitações e
temperaturas extremas (Andriolo, 1999). Essa atividade propicia o cultivo fora de época
e em locais onde as condições climáticas são limitantes. Para culturas mais exigentes em
temperatura, como é o caso do maxixe, a utilização de ambientes protegidos não
restringe a época de plantio, uma vez que temperaturas mais altas podem ser obtidas
mesmo em épocas ou regiões com temperaturas amenas.
Vários autores destacaram as vantagens do cultivo em ambiente protegido
(Oliveira et al., 1997; Andriolo, 1999; Brandão Filho & Callegari, 1999; Martins, 2000).
Dentre elas, pode-se citar aumento de produtividade, sendo para algumas culturas de
duas a três vezes maior que a do cultivo convencional; colheitas na entressafra,
diminuindo a sazonalidade de produção e regularizando o abastecimento; precocidade na
colheita; maior qualidade dos produtos. Entretanto, o intenso uso de uma pequena área
no cultivo protegido acaba gerando problemas de salinização e de ordem fitossanitária.
Segundo Trani et al. (1997), devido a estes problemas, vem se observando uma
expansão menos acentuada do cultivo protegido no Estado de São Paulo. O cultivo em
substrato com fertirrigação pode ser uma alternativa para superar esses tipos de
problemas (Berjon & Murray, 1997; Carneiro Júnior et al., 2002). Blanc (1987), citado
por Andriolo et al. (1999), descreve as vantagens dessa modalidade de cultivo como:
manejo mais adequado da água, evitando a umidade excessiva em torno das raízes;
28

fornecimento de nutrientes em doses e épocas apropriadas; redução dos riscos de


salinização do meio radicular e da ocorrência de problemas fitossanitários.
Segundo Goto2, para se obter melhor resposta no manejo em ambiente protegido,
é imprescindível conhecer as condições básicas necessárias para que a planta tenha um
bom crescimento e desenvolvimento. As interações entre planta, ambiente e práticas
fitotécnicas utilizadas condicionam respostas quantitativas, em rendimento em kg.m-2 e
qualitativas, tais como melhoria das características organolépticas e nutricionais
(Martins et al., 1998). No cultivo de pepino, estas interações são bastante conhecidas.
Conseqüentemente, a tecnologia de produção em ambiente protegido promove altos
rendimentos por unidade de área com produtos de alta qualidade fazendo com que esta
hortaliça ocupe o segundo lugar em importância nesse sistema de cultivo (Trani et al.,
1997; Cañizares, 1998). No gênero Cucumis, além do pepino, o melão é uma opção para
os produtores em ambiente protegido. O melão apresenta como vantagens a produção de
frutos com excelente aspecto visual e grande teor de sólidos solúveis, apresentando boa
cotação e podendo, por isso, ser cultivado em pequenas áreas com boa lucratividade
(Brandão Filho & Vasconcellos, 1998).
Na cultura do Maxixe Comum o sistema de cultivo tradicional utiliza
pouquíssimas práticas fitotécnicas. Raramente esta cultura é submetida ao cultivo
convencional e, na maioria das vezes, é coletada a partir de populações subespontâneas
em roçados ou em plantios de subsistência (Paiva, 1984). No cultivo tradicional, a planta
de maxixe é conduzida rasteira com os frutos em contato com o solo que induz seu
estiolamento e depreciação, provocando um defeito denominado "barriga branca".
Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe derivado originalmente do
cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, com características distintas de
fruto e folhas. Modolo & Costa (2001b) ressaltam que a característica que melhor
diferencia o Paulista e o tipo Comum é a massa média do fruto. O Maxixe Paulista
apresenta massa média de 66 a 91% maior que o Comum. Esta nova hortaliça necessita
de uma adequação de tecnologia de produção usando protocolos utilizados em espécies

2
citado por Brandão Filho & Callegari (1999).
29

já cultivadas com sucesso em ambiente protegido, com poda e tutoramento. Para o


Maxixe Comum, poucos trabalhos têm sido feitos com relação a este sistema de cultivo,
porém, alguns autores já mostraram a potencialidade deste tipo cultivo. Leal et al. (2000)
verificaram que o cultivo tutorado do maxixe permitiu melhorar drasticamente a
qualidade dos frutos colhidos, reduzindo em mais de 95% a ocorrência de "barriga
branca". Leal & Rego (2001), estudando espaçamentos em cultivos de maxixe em
ambiente com 50% de sombra conduzidos de forma tutorada, verificaram produtividade
de 0,6kg.m-2. Marouelli et al. (2001), verificando o efeito residual de nitrogênio na
produção de maxixe em ambiente protegido, constataram uma produtividade de
4,44kg.m-2. Ambos os autores concluíram que o sistema de cultivo tutorado promoveu
melhoria na qualidade dos frutos. Vale ressaltar que a produtividade média para o
cultivo convencional varia de 4 a 16 t.ha-1, ou seja 0,4 a 1,6 kg.m-2.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de linhagens de Maxixe
Paulista cultivadas em substrato, com práticas de tutoramento e poda baseadas na
tecnologia de produção de pepino em ambiente protegido.

4.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado e conduzido em ambiente protegido, no período de


agosto a dezembro de 2000, no Departamento de Produção Vegetal, da Escola Superior
de Agricultura "Luiz de Queiroz", no município de Piracicaba. A estrutura foi do tipo
arco, com área de 154m2 (7 x 22m), coberta de plástico transparente de 150µ e laterais
revestidas com telado de 30% de sombreamento.
Foram avaliadas quatro linhagens elite de Maxixe Paulista denominadas L1, L2 e
L60 (Modolo et al.,1999) e uma cultivar de Maxixe Comum (A) como testemunha.
As mudas foram obtidas em bandejas de poliestireno expandido e, após 38 dias,
transplantadas para vasos de cinco litros contendo uma mistura de areia, vermiculita, e
húmus na proporção de 7:2:1, respectivamente. Foi feita desinfestação do substrato antes
do transplante com uma solução de hipoclorito de sódio a 3%. Os vasos foram colocados
em 5 linhas duplas, com espaçamento de 0,5m entre vasos e 1,0m entre linhas. Para o
tutoramento das plantas, na parte interna do túnel alto, foram instalados mourões de
30

madeira de 2,0 m de altura e distanciados 2,0 m um do outro, onde foram esticados ao


longo da linha de cultivo arames número 14 com auxílio de catracas. As plantas foram
conduzidas verticalmente, sendo presas em sua base a uma fita de ráfia e, na outra
extremidade, ao fio de arame. A poda adotada foi baseada no protocolo utilizado para o
cultivo de pepino, onde foram eliminadas as 7 primeiras brotações laterais (hastes
secundárias) a partir da base da haste principal. Nas próximas brotações, fez-se a poda
após o aparecimento do terceiro fruto na haste secundária. Não foi feita eliminação da
parte apical da haste principal após alcançar o fio de arame.
Para a irrigação, foi utilizado sistema de mangueiras de gotejamento do tipo
espaguete e a fertirrigação foi feita com o adubo N-P-K mais micronutrientes, na
dosagem recomendada para o cultivo de pepino (Tabela 8). A freqüência de irrigação e
os volumes de água fornecidos foram estimados de forma a repor o consumo pela
transpiração das plantas e, ao mesmo tempo, para restabelecer o volume retido na
capacidade máxima de retenção do substrato. Para que não houvesse salinização do
substrato, a condutividade elétrica (EC) da solução foi monitorada e ajustada a uma
faixa de 1,0 a 1,5 mS em cada fertirrigação. Em intervalos de fertirrigações sucessivas,
foi efetuada somente a irrigação das plantas.

Tabela 8. Cronograma de adubação


Período (dias) Estádio da planta Adubo (N-P-K) Dose (g.L-1)
1 – 15 Estabelecimento Formulação 13-40-13 0,3

16 – 30 Crescimento Formulação 15-05-15 0,2


Nitrato de cálcio 0,1
Nitrato de Magnésio líquido 0,15

31 - 45 Até o primeiro Formulação 15-05-30 0,3


fruto Nitrato de cálcio 0,2
Nitrato de Magnésio líquido 0,15

46 - 60 Produção Formulação 06-12-06 0,4


Nitrato de cálcio 0,3
Formulação 12-12-36 0,9
31

O tratamento fitossanitário foi realizado de forma preventiva, visando ao controle


de doenças fúngicas como míldio (Pseudoperonospora cubensis) e pragas,
principalmente mosca branca (Bemisia spp.).
O maxixeiro é um planta alógama, monóica, que depende da polinização
principalmente entomófila para o desenvolvimento dos frutos. Como a estrutura de
plástico permaneceu totalmente fechada na fase de florescimento, no seu interior foi
colocada uma caixa com abelhas para promover a polinização.
A colheita iniciou-se 75 dias após a semeadura sendo realizada em 10 etapas, por
um período de 2 meses. A produção foi expressa em número total de frutos/parcela e
massa total de frutos/parcela, em quilograma. Posteriormente, calculou-se o massa
média de fruto, em gramas, e produtividade/área, em kg/planta. O delineamento
experimental foi blocos casualizados, com oito repetições e cada parcela constou de oito
plantas. Foi realizada análise de variância e as médias foram comparadas pelo Teste de
Tukey a 5%.

4.3 Resultados e Discussão

Houve diferentes picos de produção de linhagens de Maxixe Paulista e do tipo


Comum durante as etapas de colheita. No Maxixe Comum, o primeiro pico de produção
ocorreu já na segunda colheita (Figuras 3 e 4). Para as linhagens, este foi um pouco mais
tardio, ou seja, a partir da terceira colheita.
O desenvolvimento do fruto do Maxixe Comum é mais rápido que o do Paulista,
como observado por Modolo & Costa (2000), promovendo uma produção mais precoce.
Segundo Robinson & Decker-Walters (1997), algumas cucurbitáceas apresentam
características fisiológicas e genéticas de espécies silvestres. A formação rápida de
sementes nos frutos do tipo Comum pode ser considerada uma característica mais
primitiva, que contribui para disseminação e manutenção do cultivo subespontâneo ou
em condições silvestres. Nas linhagens de Maxixe Paulista, a distribuição da produção
ao longo das colheitas foi bastante similar, sendo observados dois picos de produção, na
terceira e quinta colheita. Este comportamento é esperado, pois os critérios seletivos ao
longo dos ciclos de melhoramento foram os mesmos, resultando em um grupo de
32

linhagens elites similares quanto às características de produção. Quanto às características


de hábito de florescimento e frutificação, observa-se, contudo, que as linhagens de
Maxixe Paulista são marcadamente mais tardias que o tipo Comum.

Peso total de frutos/parcela

30,0

20,0 L1
L2
10,0 A
L60

0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Colheitas

Figura 3 - Massa total (kg) de frutos/parcela de 8 plantas das linhagens L1, L2 e L60 de
Maxixe Paulista e do tipo Comum (A), durante as 10 etapas de colheita.
ESALQ/USP - Piracicaba, 2000.

600
Número de frutos/parcela

500
L1
400
L2
300
A
200 L60
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Colheitas

Figura 4 - Número total de frutos/parcela de 8 plantas das linhagens L1, L2 e L60 de


Maxixe Paulista e do tipo Comum (A), durante as 10 etapas de colheita.
ESALQ/USP - Piracicaba, 2000.
33

O Maxixe Comum apresenta maior prolificidade expressa em número total de


frutos, com valores entre 48,8% e 70,7% superiores às quatro linhagens do Paulista
(Tabela 9). A produção das linhagens com relação ao massa total em quilogramas foi
equivalente à do tipo Comum .

Tabela 9. Número total (NTF), massa total (MTF), massa média (MM) de frutos/parcela
de 8 plantas e produtividade estimada (PE) das linhagens de Maxixe Paulista
(L1, L2, L60) e do tipo Comum (A), após 10 etapas de colheitas.
ESALQ/USP - Piracicaba, 2000.
Tipos de maxixe NTF MTF (kg) PM (kg) PE (kg/planta)
A 270, 12 a 10,80 ab 39,80 c 1,4
L1 132,00 b 9,70 b 73,32 a 1,2
L2 191,00 b 13,50 a 69,77 ab 1,7
L60 154,37 b 10,10 b 64,79 b 1,3
C.V. 16,55% 19,63% 4,27%
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de
probabilidade.

Conforme relatado por Modolo & Costa (2001b), a característica que melhor
diferencia o Maxixe Paulista do Comum é a massa média do fruto. Isto também foi
constatado no sistema de cultivo em ambiente protegido, pois a massa média de fruto
das linhagens foram de 62 a 84% superiores ao tipo Comum.
A linhagem L2 destaca-se pelo seu desempenho em duas das três características
observadas. Quanto à produção total, ela é tão produtiva quanto o tipo Comum, porém,
seu massa média de fruto é 75% maior.
A produtividade estimada de Maxixe Comum neste sistema de condução e
cultivo em ambiente protegido foi de 1,4 kg/planta. Com a densidade de plantas utilizada
no experimento, estima-se uma produtividade de 3,6 kg.m-2. Marouelli et al. (2001),
estudando o efeito residual de fontes de nitrogênio no cultivo de maxixe tutorado em
rede agrícola, sem podas e em ambiente protegido, obteve produtividade de 4,4 kg.m-2.
Estes resultados são superiores aos encontrados por Leal et al (2001) que, no cultivo
34

tutorado em ambiente com 50% de sombra, obtiveram produção variando de 0,19 a 0,6
kg.m-2 .
O manejo da planta de maxixe tutorada, com podas e em ambiente protegido,
trouxe algumas dificuldades na condução do experimento. A planta de maxixe, embora
sendo do mesmo gênero que o pepino, não teve a mesma resposta ao protocolo de podas
das suas hastes laterais. Tanto no Maxixe Paulista como Comum, há uma forte supressão
da dominância apical e forte estímulo da brotação lateral na parte basal da planta. Sendo
assim, à medida que se efetuava a poda das hastes secundárias, o crescimento apical da
planta não era estimulado e sim ocorria o surgimento de uma nova brotação lateral
secundária, terceária ou até quaternária (Figura 5). A concentração de brotação e
frutificação na região basal da planta fez com que houvesse pisoteamento das ramas
laterais nas etapas finais de colheita. Isto mostra a dominância do caráter silvestre e
pouco domesticado do maxixe em relação ao pepino, que, aliás, é a espécie de Cucumis
mais domesticada e submetida a intensivos processos de melhoramento. Nas modernas
variedades ginóicas de pepino, a frutificação ocorre principalmente na haste principal,
com domínio sobre as brotações laterais (Maroto, 1995).
35

A grande vantagem do cultivo em ambiente protegido e condução com


tutoramento e podas é a regularidade de produção, com o máximo de qualidade dos
frutos. Uma das possibilidades de adequar a planta de maxixe neste sistema seria o
tutoramento em rede agrícola sem o uso de podas. Neste caso, a rede facilitaria o
tutoramento vertical e horizontal das hastes secundárias e terceárias, retirando os frutos
do contato com o solo, melhorando sua qualidade e facilitando a colheita.
Outra dificuldade encontrada em ambiente protegido foi o manejo da caixa de
abelhas para a polinização. Esta prática tem sido descrita por vários autores, tanto na
polinização de pepino quanto na de melão, quando cultivados em ambiente protegido
(Maroto, 1995; Robinson & Decker-Walters, 1997; Cañizares, 1998). No cultivo de
pepino, o uso de híbridos partenocárpicos dispensa a necessidade de agentes
polinizantes. No cultivo de melão, o período de polinização é feito de maneira
concentrada, pois são deixados de 3 a 4 frutos/planta. Neste caso, a presença de
polinizadores ocorre por um período curto de tempo. No cultivo de maxixe, como são
realizadas colheitas múltiplas, o período de florescimento e frutificação pode se estender
por meses. As abelhas colocadas no interior do ambiente protegido foram eficientes na
polinização, porém, com o tempo, houve uma redução considerável no número de
indivíduos da colmeia, o que provocou a má formação de frutos pela falta de polinização
no final do ciclo da cultura. Segundo Marchini3, o manejo da caixa de abelhas em
ambiente fechado ainda precisa ser melhor elucidado, uma vez que abelhas africanizadas
não possuem o mesmo comportamento das européias, quanto ao hábito de vôo,
agressividade e comportamento de polinização. Uma alternativa para contornar
problema da polinização seria a abertura das cortinas e/ou telados laterais nos horários
propícios para permitir a entrada de abelhas externas, sem a necessidade de colocação de
caixas no interior do ambiente protegido.

3
Marchini, L.C. Comunicação pessoal, 2002.
36

4.4 Conclusões

♦ A produção total em massa de frutos não diferiu entre os dois tipos de maxixe;

♦ As linhagens de Maxixe Paulista apresentaram um massa média de fruto de 62 a


84% maior que o tipo Comum;

♦ A planta de maxixe mostrou ser inadequada para condução no protocolo de


tutoramento e o das da cultura do pepino.
5 CONDUÇÃO DE HÍBRIDOS DE MAXIXE PAULISTA EM REDE AGRÍCOLA

Autora: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Orientador: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Resumo

A partir do cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, obtiveram-se,


com ciclos de seleção massal intercalados a ciclos de endogamia, linhagens de maxixe
que diferem do tipo comum pelas suas características de ausência de espiculosidade,
maior tamanho de fruto e formato de folha não-lobulada semelhante ao pepino. Foram
avaliadas quatro destas linhagens e seis híbridos simples, quanto ao comportamento e
produção de frutos no sistema de cultivo tutorado em rede agrícola. As mudas foram
obtidas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células e, posteriormente,
transplantadas para linha central de canteiros de 1,20 m de largura. As plantas foram
conduzidas sem podas e tutoradas em rede agrícola com malha de 0,10m x 0,10m. O
delineamento experimental foi blocos casualizados, com quatro repetições e parcela de
sete plantas. A produção foi expressa em número e massa total de frutos/parcela.
Avaliaram-se características de fruto como comprimento, largura e espessura de polpa,
em amostragem de 5 frutos/parcela, em duas colheitas. A produção e a qualidade dos
frutos dos híbridos foram equivalentes à das linhagens. A rede agrícola se mostrou
adequada para o cultivo de Maxixe Paulista na forma tutorada. A concentração da
frutificação ocorreu nas hastes secundárias e terceárias, cujas gavinhas mantiveram as
plantas presas à rede. Esta técnica de condução facilita a colheita e melhora a qualidade
dos frutos.
38

HYBRID PAULISTA GHERKINS GROWN ON TRELLISED NET

Author: VALÉRIA APARECIDA MODOLO


Adviser: Prof. Dr. CYRO PAULINO DA COSTA

Summary

New gherkins lines were obtained from the crossbreeding between Cucumis
anguria x Cucumis longipes through mass selection intercalated with inbreeding cycles.
New lines differ from the common type by their absence of prickles, greater fruit size
and non-lobular shaped leaves, similar to cucumber ones. Four of such lines and six
simple hybrids were evaluated for their yield and fruit production under the trellised net
cultivation system. Seedlings were produced in expanded polypropylene trays,
containing 128 cells, and then transplanted to the center of 1,20m beds. Plants were
conducted without pruning on a 0,10m x 0,10m trellised net. A randomized blocks
experimental design with four replicates and seven plants per plot was used. The
production was expressed as the number and total weight of fruits/plot. Length, width
and pulp thickness fruits were evaluated, with five sampled ones per plot for two
harvests. Hybrids and lines were equivalent for production and fruits qualities. The
trellised net showed to be suitable for the growing of Paulista Gherkin to support plants.
Fruit concentration occurred in the secondary and tertiary lateral branch and their
tendrils hold plants on the net. It is a trellis technique that mate harvest easier and
improved fruit quality.

5.1 Introdução

Maxixe Paulista é um novo tipo de maxixe derivado originalmente do


cruzamento de Cucumis anguria x Cucumis longipes, com características distintas de
fruto e folhas. Segundo Modolo & Costa (2001ab), a característica que melhor o
diferencia das variedades comuns é a massa média de fruto, sendo até 91% superior.
Apesar das linhagens elites apresentarem comportamento semelhante em termos de
39

produção total e massa média de frutos, algumas características são peculiares a cada
uma delas. Dentre estas, pode-se destacar formação lenta de semente, maior espessura de
polpa de fruto, prolificidade e dormência de sementes. As cucurbitáceas são conhecidas
por não apresentarem depressão do vigor quando submetidas à endogamia (Robinson &
Decker-Walters, 1999; Maluf, 2001). Contudo, a utilização de híbridos é amplamente
difundida na cultura do pepino, onde a combinação de genes de qualidade de frutos ou
de resistência a doenças é mais vantajoso que a heterose. A combinação de
características através de produção de híbridos de Maxixe Paulista poderia ser uma
alternativa para aumentar a qualidade de frutos e/ou a produção.
No cultivo tradicional a planta de maxixe desenvolve-se de maneira prostrada,
com baixa produtividade e seus frutos, devido ao contato com o solo, apresentam-se
danificados, desuniformes e estiolados, conhecidos como "barriga branca", o que
deprecia sua qualidade (Martins 1986). Sendo o Maxixe Paulista um novo produto
destinado aos segmentos de consumo in natura na forma de salada, em conserva ou
cozido como abobrinha, existe a necessidade de adequar sua tecnologia de produção.
Segundo Filgueira (2000), a condução tutorada apresenta algumas consideráveis
vantagens: favorece o controle fitossanitário, facilita alguns tratos culturais, melhora a
qualidade do fruto, aumenta a longevidade da planta, alonga o período produtivo,
favorece a colheita parcelada e possibilita produtividade mais elevada. Diversos
protocolos de podas e tutoramento são utilizados em culturas hortícolas como pepino,
melão e tomate, tanto em ambiente protegido ou não. Na cultura do pepino, o
tutoramento tem grande importância para maximizar a produção e qualidade de frutos.
Nesta cultura, esta prática promove um aumento de 3 a 5 vezes na produção quando
comparada ao cultivo rasteiro (Alvarenga, 1982; Illescas & Vesperinas, 1989). No caso
do Maxixe Paulista, não houve resposta positiva quando a cultura foi submetida a um
dos protocolos de tutoramento e podas da cultura de pepino (Modolo & Costa, 2001b).
Esta inadequação foi devido à forte supressão da dominância apical e estímulo da
ramificação basal, concentrando a maior produção de fruto nas hastes secundárias e
terciárias do terço basal da planta. No entanto, Leal et al. (2000) verificaram que, no
cultivo tutorado do Maxixe Comum com fio de ráfia, a total distribuição da luz por todos
40

o lados do fruto proporcionou menor percentual de frutos com "barriga branca", com
incremento de sua qualidade. Marouelli et al. (2001), avaliando o efeito residual de
nitrogênio na produção de maxixe em ambiente protegido, utilizou rede agrícola para
tutoramento das plantas. Estes autores verificaram porcentagem média de 6,4% de frutos
com "barriga branca" e 0,1% de frutos refugo.
O tutoramento em rede agrícola, sem o uso de podas, poderia ser uma alternativa
de manejo nesta cultura. Neste caso, a rede facilitaria o tutoramento vertical e horizontal
das hastes secundárias e terciárias, evitando o contato dos frutos com o solo o que
melhoraria sua qualidade e facilitaria a colheita.
O objetivo desta pesquisa foi comparar a produção de linhagens e híbridos de
Maxixe Paulista cultivadas em campo, com práticas de tutoramento em rede agrícola.

5.2 Material e Métodos

O experimento foi instalado e conduzido no período de julho a dezembro de


2001, no campo experimental do Departamento de Produção Vegetal da ESALQ/USP,
no município de Piracicaba - São Paulo. Segundo a classificação de Köppen, o clima da
região é Cwa: subtropical úmido, com três meses mais secos (jun./jul./ago.), chuvas de
verão e seca de inverno, temperatura do mês mais quente maior que 22oC e média de
21,4oC.
Linhagens elite de maxixe foram obtidas com ciclos de seleção massal
intercalados com ciclos de autofecundação, a partir da população F2 avaliada por Koch
& Costa (1991). Estas linhagens foram avaliadas por Modolo & Costa (2001a) e
denominadas Maxixe Paulista. Suas características são: ausência de espiculosidade,
maior tamanho de fruto e formato de folha não-lobulada semelhante ao pepino. Foi feita
hibridação entre quatro linhagens elite, num esquema dialélico que resultou em seis
combinações híbridas. As linhagens foram designadas como L1, L2, L4 e L60 e suas
respectivas combinações H3 (2x1), H5 (4x1), H6 (2x4), H61 (1x60), H62 (2x60) e H64
(60x4).
As mudas foram obtidas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células
e após 33 dias da semeadura foram transplantadas para linha central de canteiros de 1,20
41

m de largura. O preparo do solo constituiu em subsolagem, uma gradagem e


encanteiramento. A condução das plantas foi em rede agrícola com malha de 0,10 x 0,10
m. Para sua instalação, foram colocados mourões com altura de 1,5m, amarrados através
de catracas com dois arames distanciados de 0,30 a 1,30 do nível do solo, onde foi presa
a rede. Adotou-se espaçamento de 1,0 m entre plantas e estas foram conduzidas sem
podas e com irrigação por aspersão. Adotou-se a adubação recomendada para a cultura
do pepino com base na análise do solo.
A produção foi expressa em número e massa total de frutos/parcela. O
comprimento e a largura de frutos, e a espessura de polpa foram determinadas com base
na amostragem de 5 frutos/parcela, em duas etapas de colheitas. As medições foram
feitas com paquímetro e, no caso da espessura de polpa, considerou-se somente a polpa
da parte externa até a placenta, sendo tomado o valor médio entre duas medidas
determinadas em seção transversal da parte mediana do fruto. Calculou-se massa média
de fruto e relação C/L, obtida pela divisão entre as médias de comprimento (C) e largura
(L). Esta relação revela o formato do fruto, sendo que valores próximos a 1 determinam
frutos mais arredondados e aqueles mais distantes demostram frutos mais alongados.
A colheita dos frutos iniciou-se 80 dias após a semeadura, sendo realizadas
durante quarenta dias num total de 6 etapas. O delineamento experimental foi blocos
casualizados, com quatro repetições e parcela de sete plantas. Foi realizada análise de
variância e as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5%.

5.3 Resultados e Discussão

Segundo Maluf (2001), uma das vantagens da utilização de híbridos de hortaliças


em relação a cultivares é o aumento da produtividade precoce devido à heterose. No
caso do Maxixe Paulista, não houve precocidade de produção dos híbridos em relação às
linhagens (Figuras 6 e 7). A tendência de comportamento das linhagens parentais é
semelhante à dos híbridos tanto para número quanto para massa de frutos/parcela nas
diferentes etapas de colheita. Ambos, linhagens e híbridos apresentaram dois picos de
produção, o primeiro na segunda colheita e o segundo entre a quarta e quinta.
42

180

Número de frutos/parcela
L1
160
L2
140 H3
120 L4
100 H5
80 H6
60 L60
H 61
40
H 62
20 H 64
0
1 2 3 4 5 6
Etapas de colheita

Figura 6 - Número total de frutos/parcela de 7 plantas das linhagens L1, L2, L4 e L60 e
híbridos H3, H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista, durante as 6 etapas
de colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 2001.

12,00
L1
Massa total (kg/parcela)

10,00 L2
H3
8,00 L4
H5
6,00 H6
L60
4,00
H 61
2,00 H 62
H 64
0,00
1 2 3 4 5 6
Etapas de colheita

Figura 7 - Massa total (kg) de frutos/parcela de 7 plantas das linhagens L1, L2, L4 e L60
e híbridos H3, H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista, durante as 6
etapas de colheita. Piracicaba, ESALQ/USP, 2001.
43

Na avaliação quanto aos componentes de produção, híbridos e linhagens


apresentaram comportamento semelhante. Quanto à produção total em termos de
número de frutos, destacaram-se os híbridos H3, H5 e H62 e a linhagem L2, porém,
somente em relação à linhagem L1 (Tabela 10). Para massa total, em quilogramas,
novamente houve destaque para os híbridos H3 e H62 em relação à linhagem L1. Com
relação ao massa média de fruto, não houve diferença entre híbridos e linhagens.

Tabela 10. Número total (NTF), massa total (MTF) e massa média (MM) de
frutos/parcela de 7 plantas, de linhagens L1, L2, L4 e L60 e híbridos H3,
H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista, após 6 colheitas. Piracicaba,
ESALQ/USP, 2001.
Maxixe Paulista NTF MTF (kg) MM (g)
L1 221 b 16,29 b 74,59 a
L2 497 a 34,40 ab 69,52 a
H3 480 a 37,84 a 72,63 a
L4 461 ab 31,23 ab 67,79 a
H5 496 a 35,28 ab 71,98 a
H6 465 ab 36,05 ab 77,20 a
L60 410 ab 29,34 ab 71,13 a
H61 360 ab 28,18 ab 77,13 a
H62 517 a 39,35 a 76,27 a
H64 443 ab 32,50 ab 72,70 a
C.V. 23,02% 27,71% 10,43%
Dentro de cada coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%.

Quanto às características de fruto, não houve diferença entre híbridos e linhagens


em massa média, comprimento, largura, relação C/L (Tabela 11). A relação C/L é uma
característica importante para processamento de frutos em conserva, sendo que o valor
ideal varia de acordo com o tipo de produto a ser embalado, frutos inteiros ou retalhados.
Na cultura de pepino, o tipo ideal de fruto para processamento em conserva apresenta
formato cilíndrico, com relação C/L de cerca de 3,0 (Ribeiro & Melo, 1989). A relação
C/L depende da característica do fruto e principalmente do ponto de colheita. No
Maxixe Paulista, Modolo & Costa (2000) atribuíram escala de notas conforme grau de
maturidade de semente para definição do ponto de colheita ideal para processamento,
44

porém, não foram feitas relações entre este parâmetro e relação C/L. Os frutos de
Maxixe Paulista são mais arredondados que compridos, quando comparados aos do
pepino. Portanto, são necessários estudos mais detalhados quanto ao ponto de colheita e
relação C/L para que sejam definidos valores ideais para processamento.
Para o consumo in natura na forma salada é desejável que o fruto apresente
maior espessura de polpa.

Tabela 11. Comprimento (C), largura (L), espessura de polpa (EP) e relação
comprimento/largura (C/L) de linhagens L1, L2, L4 e L60 e híbridos H3,
H5, H6, H61, H62, H64 de Maxixe Paulista. Piracicaba, ESALQ/USP,
2001.
Maxixe Paulista C (cm) L (cm) C/L EP (cm)
L1 7,25 a 4,71 a 1,54 a 0.57 a
L2 6,85 a 4,75 a 1,44 a 0.46 ab
H3 6,19 a 4,65 a 1,44 a 0.53 abc
L4 7,01 a 4,82 a 1,46 a 0.50 abc
H5 6,98 a 4,75 a 1,47 a 0.50 abc
H6 7,26 a 4,76 a 1,52 a 0.50 abc
L60 6,86 a 4,69 a 1,46 a 0.45 c
H61 7,24 a 4,86 a 1,49 a 0.53 ab
H62 7,13 a 4,83 a 1,47 a 0.49 bc
H64 7,22 a 4,87 a 1,48 a 0.51 abc
C.V. 6,48% 3,66% 3,94% 5.98%
Dentro de cada coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%.

Os resultados de comparação de híbridos com suas respectivas linhagens não


mostram nenhuma superioridade dos híbridos quanto aos seus componentes de
produção. Isso pode ser devido à falta de heterose, pois as linhagens são derivadas do
mesmo cruzamento e têm similaridade genética. É importante ressaltar que, mesmo
sendo simples a técnica de polinização controlada em cucurbitáceas, devido ao tamanho
das flores e grande quantidade de sementes em cada cruzamento, a obtenção de híbridos
é sempre mais trabalhosa que a manutenção de linhagens (Cardoso, 2001). Nas empresas
produtoras de sementes, a produção de híbridos de algumas cucurbitáceas é realizada
pela aplicação de reguladores de crescimento. Na cultura do pepino, a aplicação de
45

ethephon em plantas monóicas, quando a planta apresenta duas folhas verdadeiras,


promove a indução do aparecimento de flores femininas, facilitando a produção de
sementes híbridas (Castro, 1998). No maxixe, propõe-se a aplicação deste produto em
plantas ainda em estádio cotiledonar ou até o aparecimento da quarta folha definitiva
(Abreu, 1988).
Na cultura do pepino, a prática do tutoramento aumentou de 3 a 5 vezes a
produção quando comparada ao cultivo rasteiro (Alvarenga, 1982; Illescas &
Vesperinas, 1989). Para Maxixe Comum, Leal et al. (2000) compararam sistemas de
cultivo rasteiro e tutorados verificando que não houve diferenças em termos de
produtividade entre eles, porém, a qualidade dos frutos foi superior no cultivo tutorado.
No cultivo de Maxixe Paulista em canteiros cobertos com polietileno e fertirrigação,
Modolo & Costa (2001b) encontraram produtividade média entre linhagens elite de 41
t/ha-1, num período de colheita de dois meses. No presente experimento, considerando-se
uma população de 6.500 plantas/ha, estima-se uma produtividade média entre híbridos e
linhagens de 36,5 t.ha-1, para um período de colheita de quarenta dias.
A rede agrícola se mostrou um ótima opção para o cultivo de Maxixe Paulista na
forma tutorada. Devido à forte supressão da dominância apical a planta de maxixe
concentra sua frutificação nas ramificações laterais. Como a rede agrícola apresenta fios
verticais e horizontais, as hastes secundárias e terciárias da planta foram distribuídas ao
longo da rede não deixando os frutos em contato com o solo. Isto possibilitou melhora
na qualidade dos frutos e facilidade na colheita, além de dispensar o uso de podas
promovendo uma redução do custo de mão-de-obra. É importante ressaltar que, devido
ao Maxixe Paulista apresentar frutos lisos, com casca sem espículos, sua fragilidade e
sensibilidade a ferimentos é maior, sendo comum a exsudação de goma quando o fruto
sofre alguma batida. A condução em rede facilita a visualização dos frutos durante a
colheita, diminuindo os riscos de danos e de não-colheita.
46

5.4 Conclusões

♦ A produção dos frutos dos híbridos foi equivalente a das linhagens;

♦ As linhagens são similares aos híbridos quanto ao comprimento e largura de frutos;

♦ A rede agrícola se mostrou adequada para o cultivo de Maxixe Paulista na forma


tutorada.
6 CONCLUSÕES GERAIS

♦ O cultivo em canteiros com cobertura de polietileno e fertirrigação por gotejamento


proporcionou produtividade estimada de 51,89t.ha-1;

♦ A planta de maxixe mostrou ser inadequada na condução utilizando o protocolo de


tutoramento e podas da cultura do pepino, quando cultivada em ambiente protegido;

♦ A produção e a qualidade dos frutos dos híbridos de Maxixe Paulista foram


equivalentes as das linhagens utilizando a técnica de cultivo em rede agrícola;

♦ A utilização de rede agrícola para o tutoramento mostrou ser adequada para o cultivo
de Maxixe Paulista;

♦ O Maxixe Paulista apresenta peso médio de fruto superior ao Maxixe Comum no


sistema de cultivo em canteiros cobertos com polietileno preto e em ambiente
protegido.
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