TurboScribe Recording (13_12_2024, 00_51_11)
TurboScribe Recording (13_12_2024, 00_51_11)
TurboScribe Recording (13_12_2024, 00_51_11)
Isso é bom e, ao mesmo tempo, me deixa um pouco assustada, assim, porque o meu
momento lazer vai perdendo espaço, né? E o único que resta a salvo nas trincheiras é o
TikTok, mas só porque a sua conta do aplicativo é trancada. O meu TikTok, eu sigo, sei lá,
umas 4 mil pessoas, sei lá, algo assim. Ninguém me segue, ela é trancada e eu não uso pra
nada, eu só uso pra ver coisas.
Então, eu acho que é onde eu relaxo mais, assim. Mesmo tendo que lidar com o ambiente
insalubre com frequência, a Dayan não fantasia em ter uma vida fora das redes sociais. Eu
não consigo imaginar viver num mundo, a gente está em 2024, sem internet, né? As coisas
todas evoluíram, né? Então, sei lá, desde uma caneta, uma roda, uma cadeira, tudo vai
evoluindo, né? E eu acho que a internet faz parte disso também.
É na internet que o trabalho dela acontece. Minhas redes sociais, elas são, sim, a minha
ferramenta de trabalho. Então, como que uma pessoa que vive em 2024 consegue não estar
na internet, ainda mais trabalhando com a internet? Eu acho que não dá, não sei.
Um trabalho que, queira ela ou não, está conectado com a sua imagem. Então, hoje, até em
termos de métricas, tem coisa que, mesmo eu não interferindo, né? Se eu postar no podcast
e na minha rede social depois de um tempo, eu consigo mais engajamento. Então, aí eu
começo a pensar também que o meu trabalho está 100% ligado a mim.
Então, de repente, eu não devia nem ter separado. Mas eu achei que foi válido pra mim, né?
Pro podcast, eu não sei, talvez tenha perdido um pouco. Mas, pra mim, foi válido.
Na verdade, ela fantasia com o caminho contrário. Ela pretende continuar cada vez mais
antenada digitalmente. Então, eu nunca fantasiei.
Eu gostaria de ser uma velhinha. Eu já, né? Ano que vem eu faço 50 anos. Então, sei lá,
daqui 20 anos, com 70, ser uma velhinha totalmente antenada mesmo.
Que sabe mexer nas coisas de internet, de rede social, sabe? Não quero ficar atrás. Eu acho
que não é um caminho que tenha volta. A única opção seria parar de trabalhar.
Algo que a Deia nem cogita. Mas foi exatamente o que a Júlia fez. Antes de romper com a
internet, a Júlia deixou um recado na bio do Instagram da JuJu.
E a Bia pergunta se essa promessa ainda vale. Eu sou bio do Instagram, tá, né? Voltando...
Em processo de retorno. Humildinho.
E aí, até entrou um comentário de... Ah, espero que esse retorno acabe logo. Ver como está
esse processo. Enfim.
Então, o que você tem gostado mais? Desde que você parou de trabalhar com a internet.
Uma coisa que você percebeu de novo na sua vida. Nossa... Cara... Tipo assim, o que eu
tenho gostado mais... É de ser dona de casa.
Tipo assim, exige coragem, mas é bom demais, né? Tipo assim, no final das contas, é cuidar
da sua casa, sabe? Tipo assim... É cuidar da sua casa, cuidar de você. Cuidar da sua família,
sabe? E perceber a sua família cuidando de você. Cuidando da casa, sabe? Todo mundo
cuidando da casa, cuidando de si.
Cuidando, sabe? Quando existe essa... Essa vontade de cuidar, sabe? Do que está em volta.
E todo mundo compartilha dela, né? Que é a experiência que eu tenho aqui, né? Ela está
voltando, mas não para o Instagram. Está se voltando cada vez mais para si mesma.
Tempo Offline tem feito Julia pensar mais sobre si. Entre altos e baixos, crises e muita
solidão, ela agora se sente segura para dizer que achou seu ponto de equilíbrio. Porque
antes de vir para essa casa, ela tinha passado um tempo sozinha no meio do mato.
Fui morar na floresta. E aí meu corpo ficou incrível. Saudável, sabe? Zero bala.
E com disposição. Porém, minha alma... Tipo assim, não tinha com quem falar, sabe? A
gente fez um monte de coisa. Meio isolada.
A alma meio murchando. E agora a minha ideia é juntar os dois. Botar uma alma se
expressando.
E alegre. Porque está fazendo o que é para fazer. No sentido de expressar o seu ser.
Saudável também. Saudável, né? Quando eu digo incrível, eu quero dizer saudável. Sou
sinônimo de saudável.
Tipo assim... Cocô lindo. Xixi transparente. Na cidade onde ela mora a metade do tempo, ela
ainda quer falar e ainda quer ouvir.
Sobre a vida e sobre estar viva. Só que agora num formato analógico. Vou na rua e falo... E
aí, como é que você está vivendo? Você está gostando de viver assim? Está sendo bom? Não
sei o que.
Posso te fazer visita surpresa? Aqui na cidade em que eu moro, de vez em quando eu
encontro uma pessoa na rua que eu quero conversar mais, e aí eu falo assim... Você aceita
visita surpresa? Posso chegar na sua casa a qualquer hora dessa? Num horário qualquer. E
bater no portão. E aí, se você estiver disponível de conversa? Pode.
Ou se não, a pessoa fala... Eu prefiro que você venha às três. Na quarta-feira. Sabe assim? Aí
eu falo... Tá bom.
Aí eu chego lá, sabe? Boto o neném na rua, vou lá na casa da pessoa. E aí... Falo... E aí, como
é que você... Como é que está? Como está sendo viver aí pra você? E aí é muito bom, né?
Falar com as pessoas que você está vendo. Eu vou fazer isso.
Eu vou fazer isso. A minha pergunta é... Como a Júlia se sente com a cobrança pra voltar? Os
fãs que comentam todos os dias na última foto que ela publicou no seu Instagram. Pedindo
pra ela voltar.
Dizendo que o mundo precisa dela. Falando que sentem saudade. Eu vejo isso com bons
olhos, sabe? Não como cobrança, mas como porta aberta, sabe? Acho que essa é a
resposta, sabe? Eu vejo isso com bons olhos.
Eu não vejo como cobrança. Eu vejo como porta aberta. Júlia diz que não sente qualquer
pinguinho de cobrança.
Mesmo porque ela não vê nada disso. Mal tem contato com esses comentários. Ou com os
cortes dos seus vídeos que viraram virais no TikTok.
Os relatos que eu recebo presencialmente, né? Que são os que eu realmente recebo. No
final das contas, os que eu sou só recebo, né? Assim... Às vezes, eu... Quando eu tô com
alguém que tá com o Instagram aberto e aí acontece da gente entrar no meu perfil. Aí eu
dou uma olhadinha, assim, vejo umas coisas.
Ou quando alguém me manda alguma coisa. Às vezes me mandam, né? Você tá super ativa
no TikTok, não sei o quê. Aí eu falo, é... São os altruístas da internet espalhando a palavra.
Não sei quem são essas pessoas, mas vão demais. Fiz a minha parte. Ela olha pouco pra
essas mensagens saudosas.
Bem pouco. Mas quando olha, olha com felicidade. As pessoas ainda querem ouvi-la.
Diz que é como se fosse uma porta que ainda tá aberta, caso ela queira voltar pra essa
casinha. Mas ela não deve querer, não. De vez em quando, alguém no mundo real também
vem com o mesmo pedido.
Volta. Mas os que eu recebo, que são os ao vivo, geralmente são muito bons, sabe? Porque
é uma parada que envolve um abraço longo, sabe? Uma coisa tipo assim, cara, eu vou te
falar aqui, porra. Foi importante, hein? Não sei o quê, caraca.
Nossa, você sabe? Você tem ideia do que foi? Eu não tenho ideia. Mas, sabe? E aí, qual um
momento de gratidão, assim, sincera, sabe? Eu acho maravilhoso. Nossa, eu recebo
totalmente de olhinho fechado.
Aqui, ó. Recebo, sabe? Depois de uma hora e meia de conversa, a Bia questiona se a Júlia já
tá cansada de responder perguntas. Se prefere terminar a entrevista por ali, quem sabe, e
marcar outro dia. Mas talvez a Bia tenha esquecido que a Júlia vive de falar, que faz anos
que ela não fala.
Nossa, cara, mas era isso. Enfim, é isso, eu não quero tomar seu tempo também de novo. O
meu filho tá dormindo.
Você é outra pessoa com quem eu posso falar que não é o pai do meu filho. Você é uma
presença imonstrua nessa casa. Ela quer continuar o papo.
A casa tá em paz. A Júlia ainda tem horas para falar sobre as escolhas do passado e também
sobre os planos para o futuro. Quer, inclusive, falar sobre um vício.
Um vício chamado internet. No próximo episódio de Dia e Saída... Eu passo muito tempo
dos meus dias fazendo vídeos na minha cabeça. Nossa.
Eu não sei se eu fico fazendo vídeos ou se eu fico assistindo vídeos que aparecem na minha
cabeça, como se eu estivesse fazendo, sabe? Às vezes parece que eu não tô nem fazendo,
que eu tô só vendo algo que tá feito, sabe? Como se eu estivesse vendo um vídeo, só que só
na minha cabeça. O que tá passando? Quer ouvir agora os quatro episódios de Dia e Saída, A
Vida Fora da Internet? Agora e sem anúncios? Pois você pode. É só apoiar o podcast por R$
9,90.
Quem apoiar vai conseguir ouvir a série inteira agora, no Spotify, inclusive. E vai poder
baixar todos os episódios pra ouvir offline. O link pra apoiar tá no texto de descrição desse
episódio.
Dia e Saída, A Vida Fora da Internet é um podcast da Pachorra Felice, áudios, livros e filmes.
Eu sou Chico Felice, criador e roteirista. A Beatriz Trevisan fez a reportagem e assina o
roteiro junto comigo.