Informativo Epidemiológico de Dengue

Ano 10, nº 41, novembro de 2015

Semana epidemiológica 46 de 2015

GOVERNO DO DISTRITO
FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO No Distrito Federal, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) registrou 12.501
DE SAÚDE casos suspeitos de dengue até a semana epidemiológica 46 de 2015, dos quais
11.826 (95%) são residentes do Distrito Federal e 675 (5%) de outras Unidades
Federativas.
Este informativo mostra também a situação epidemiológica da febre
Chikungunya e Zika no DF.

Gerência de Doenças Tabela 1 - Número de casos de dengue no Distrito Federal, segundo local de
Crônicas e Agravos
Transmissíveis (GEDCAT) residência, até a semana epidemiológica 46. DF, 2014 e 2015.

Núcleo de Controle de Residentes no Distrito Federal Residentes em Outras UF's

Endemias (NCE) Total de
Casos de dengue Variação Variação
2014 2015 2014 2015 Casos 2015
Endereço: (%) (%)
Setor Bancário Norte - SBN
Qd. 02, Lt 04, Bl. P, 1º Subsolo. Notificados 18.000 11.826 -34,30 2.119 675 -68,15 12.501
Brasília / DF
CEP: 70.040-020
Confirmados* 11.962 9.409 -21,34 1.830 574 -68,63 9.983
Tel.: 61 3322-0369 Fonte: SINAN/SES/DF
Email: endemias.df@gmail.com
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.
*Casos confirmados (todos os casos notificados, exceto os descartados), conforme definição do Ministério da Saúde.
Equipe de Elaboração

Dalcy Albuquerque Filho

(NCE)

Cristiane Resende Silva

(NCE)

Flávia Sodré Silva

(NCE)

Rachel Helen B. da Silva Bitar

(NCE)

Revisão Técnica

Teresa Cristina Segatto

(Diretora da DIVEP)
Quadro 1 – Distribuição dos casos confirmados de dengue de residentes no Distrito Federal,
segundo mês do início dos sintomas, até a semana epidemiológica 46. DF, 2015.

Sem ana epidem iológica de

Nº casos Mês de início de sintom as
sintom as
Semana 01 59
Semana 02 66
Janeiro
Semana 03 73
Semana 04 120
Semana 05 151
Semana 06 139
Fevereiro
Semana 07 173
Semana 08 174
Semana 09 233
Semana 10 245
Março
Semana 11 270
Semana 12 310
Semana 13 344
Semana 14 528
Semana 15 623 Abril
Semana 16 695
Semana 17 738
Semana 18 822
Semana 19 595
Maio
Semana 20 565
Semana 21 432
Semana 22 433
Semana 23 374
Junho
Semana 24 318
Semana 25 202
Semana 26 101
Semana 27 66
Julho
Semana 28 79
Semana 29 74
Semana 30 42
Semana 31 38
Semana 32 33 Agosto
Semana 33 40
Semana 34 25
Semana 35 28
Semana 36 20
Semana 37 12 Setembro
Semana 38 7
Semana 39 38
Semana 40 33
Semana 41 20
Outubro
Semana 42 20
Semana 43 17
Semana 44 18
Semana 45 15 Novembro
Semana 46 1
Total 9.409

Fonte: SINAN/SES/DF.

Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.

 A distribuição dos casos confirmados de dengue, por localidade de residência, até a
semana epidemiológica 46 de 2015 demonstra que Planaltina, Gama e Sobradinho II são as
Regiões Administrativas com maior número de casos, respondendo por 3.722 casos, um
percentual de 40% dos casos ocorridos no período.

Tabela 2 - Distribuição dos casos confirmados de dengue em residentes do Distrito Federal,

segundo localidade de residência, até a semana epidemiológica 46. DF, 2014 e 2015.

Casos de Dengue
Localidade de residência Variação%
2014 2015
Águas Claras 96 124 29,2
Asa Norte 173 265 53,2
Asa Sul 150 89 -40,7
Brazlândia 243 164 -32,5
Candangolândia 125 32 -74,4
Ceilândia 749 705 -5,9
Cruzeiro 33 110 233,3
Fercal 308 49 -84,1
Gama* 1062 824 -22,4
Guará 366 366 0,0
Itapoã 298 141 -52,7
Jardim Botânico 35 51 45,7
Lago Norte 117 70 -40,2
Lago Sul 100 148 48,0
N.Bandeirante 108 40 -63,0
Paranoá 388 270 -30,4
Park Way 43 25 -41,9
Planaltina* 2385 2180 -8,6
Recanto das Emas 319 275 -13,8
Riacho Fundo I 121 53 -56,2
Riacho Fundo II 79 42 -46,8
Samambaia 543 359 -33,9
Santa Maria 644 357 -44,6
São Sebastião 779 353 -54,7
Scia (Estrutural) 150 135 -10,0
SIA 5 0 -100,0
Sobradinho 645 513 -20,5
Sobradinho II* 1042 718 -31,1
Sudoeste/Octogonal 31 28 -9,7
Taguatinga 413 500 21,1
Varjão 102 42 -58,8
Vicente Pires 56 140 150,0
Em Branco 254 241 -5,1
Total 11.962 9.409 -21
Fonte: SINAN/SES/DF
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.
* Locais de residência com maior nº de casos.
 Em relação à incidência de dengue, as maiores taxas foram observadas,
respectivamente, nas Regiões Administrativas de Planaltina e Sobradinho II, bem como na
sequencia em Sobradinho e Gama.

Quadro 2 - Incidência de casos confirmados de dengue em residentes do Distrito Federal, por

localidade de residência, até a semana epidemiológica 46. DF, 2015.

Localidade de residência Coeficiente de Incidência*

Águas Claras 107,18
Asa Norte 188,90
Asa Sul 88,99
Brazlândia 253,05
Candangolândia 176,86
Ceilândia 155,23
Cruzeiro 273,90
Fercal 490,11
Gama 539,97
Guará 297,46
Itapoã 281,00
Jardim Botânico 225,09
Lago Norte 186,30
Lago Sul 424,92
N.Bandeirante 142,65
Paranoá 436,20
Park Way 112,65
Planaltina 1131,66
Recanto das Emas 196,45
Riacho Fundo I 130,44
Riacho Fundo II 104,29
Samambaia 160,25
Santa Maria 269,34
São Sebastião 371,78
Scia (Estrutural) 403,16
SIA 0,00
Sobradinho 585,30
Sobradinho II 872,42
Sudoeste/Octogonal 48,92
Taguatinga 214,59
Varjão 404,21
Vicente Pires 209,78
Total** 322,80
Fonte: SINAN/SES/DF
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46).
Sujeito a alteração.População residente no DF em 2015.
*Coeficiente de Incidência: nº de casos por 100 mil habitantes.
 Inserimos para análise o gráfico (figura 1) com a distribuição por faixa etária dos casos de
dengue, nas quatro RA, com maior incidência.
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
< 1 ano a 5 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 > 80 anos
4 anos anos anos anos anos anos anos anos anos

Gama Planaltina Sobradinho Sobradinho II

Figura 1: Distribuição dos casos confirmados de dengue por faixa etária, nas regiões com maior
incidência.

Até a semana epidemiológica 46 de 2015 a SES-DF confirmou 25 óbitos por dengue,

dos quais 21 eram residentes no DF, 3 em GO e 1 em MG. Não houve, portanto, alteração no
número de casos de óbitos em relação ao boletim anterior.

Quadro 3 – Número de casos confirmados de dengue grave e óbitos no Distrito Federal, por UF
de residência, até a semana epidemiológica 46. DF, 2014 e 2015.

Dengue Grave

UF de residência 2014 2015

Cura Óbitos Total Cura Óbitos Total

DF 18 18 36 5 21 26

Outras UF 8 9 17 1 4 5

Total 26 27 53 6 25 31
Fonte: SINAN/SES/DF
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.

Para o monitoramento da circulação dos vírus da dengue, o LACEN analisou até a

46ª semana epidemiológica de 2015, 296 amostras para a identificação dos sorotipos circulantes
no Distrito Federal. Das amostras analisadas, 65 (22%) foram positivas e identificaram os
sorotipos DENV 1 e DENV 3 (Quadro 4). Os pacientes que adoeceram pelo sorotipo DENV 3
são residentes no Guará (1) e na Estrutural (2).
Observa-se que tais valores se mantêm inalterados em relação aos três últimos
boletins, o que se infere ser decorrente ao reduzido número de casos registrados nesse período.

Quadro 4 – Monitoramento dos sorotipos de dengue circulantes no Distrito Federal, até a

semana epidemiológica 46. DF, 2015.

Nº de amostras Sorotipos identificados

Analisadas Isoladas DENV1 DENV2 DENV3 DENV4

296 65 62 0 3 0

Fonte: Trakcare/SES/DF
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.

Diagrama de controle de dengue do DF

30,00

Limite superior
25,00
Média móvel
20,00
Coeficiente de incidência

Incidência 2014/2015

15,00

10,00

5,00

0,00
46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46

Semana epidemiológica de sintomas

Fonte: SINAN/SES/DF
Dados atualizados em 23/11/2015 (até a semana epidemiológica 46). Sujeito a alterações.

Figura 2 – Diagrama de Controle e curva de incidência anual de casos confirmados de dengue

em residentes do Distrito Federal, por semana epidemiológica de início de sintomas, da semana
46 de 2014 até a 46ª semana epidemiológica de 2015.
 Febre Chikungunya
Em 2015, até a SE 46, foram registrados pela SES-DF 234 casos suspeitos de febre
Chikungunya. Duzentos e vinte casos foram descartados e 14 confirmados em residentes do Distrito
Federal (DF) que se deslocaram para outros países e estados do Brasil, até 15 dias antes do início
dos sintomas (Tabela 1). Houve o registro de 11 casos importados, 2 deles provenientes do Suriname
e Panamá e 9 casos de outros Estados do Brasil com predominância dos municípios da Bahia, são
eles: 4 casos de Salvador - BA, 2 de Ipirá-BA, 1 de Feira de Santana-BA e 1 Santaluz, e 1 caso
proveniente de Oiapoque no estado no Amapá.
Registra-se 2 casos autóctones do DF, e 1 indeterminado, ou seja, sem fonte de infecção
determinada (Tabela 2). Todos os suspeitos (descartados e confirmados) realizaram a sorologia de
CHIKV (MAC ELISA IgM) no LACEN-DF, ou seja o critério foi 100% laboratorial.

Quadro 1- Total de casos suspeitos, confirmados, descartados de febre Chikungunya no DF, até
a SE 46 de 2015

Confirmados Em
Suspeitos Descartados
Laboratorial Clínico Epidemiológico investigação
234 14 0 220 0
Fonte: SINAN-NET. Dados atualizados em 23/11/2015 (até a SE 46). Sujeito a alterações.

Quadro 2- Total de casos confirmados de Febre Chikungunya autóctones e importados segundo

local provável de infecção em residentes do Distrito Federal em 2015 (até a SE46).

2015
Casos Confirmados de
Chikungunya Nº % Local provável de infecção
*Autóctone 2 14,3 Ceilândia (1); Taguatinga(1)
Panamá(1); Suriname (1); Oiapoque- AP (1); Salvador- BA (4);
** Importado 11 78,6
Ipirá- BA(2); Feira de Santana-BA (1) e Santaluz- BA (1)

Indeterminado 1 7,1 Não sabe o local de infecção

TOTAL 14 100% --------

Fonte: SINAN-NET. Dados atualizados em 23/11/2015 (até a SE 46). Sujeito a alterações.
* A transmissão ocorreu no DF, ** A transmissão ocorreu em outra UF ou outro país.
 Febre pelo vírus ZIKA
Em relação a SE anterior, não houve alterações dos dados no boletim epidemiológico da
Febre pelo vírus ZIKA, portanto as informações são as mesmas da SE 45.
A Febre pelo Zika vírus é uma doença tropical, causada por vírus, emergente nas
Américas, de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de exantema maculopapular de
início agudo (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos) podendo ser acompanhada de
febre baixa, olhos vermelhos (sem secreções ou prurido), artralgia ou artrite, mialgia, cefaleia e dor
nas costas. Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente após 3-7 dias. A principal via de
transmissão do Zika Vírus é vetorial, por meio da picada do mosquito Aedes Aegypti. Após um período
de incubação de cerca de 4 dias, o paciente poderá apresentar os primeiros sinais e sintomas. O
tratamento é sintomático para o prurido, febre e dores. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico
e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre
com a dengue. Não há vacina contra o Zika vírus.
No Brasil, os primeiros casos foram na região Nordeste e todos eles apresentaram
evolução benigna com regressão espontânea mesmo sem intervenção clínica. No DF, foram
registrados pela SES-DF 12 casos suspeitos de febre pelo Vírus Zika, sendo dez casos descartados
e 02 confirmados (Tabela 1). Os casos confirmados ocorreram no mês de julho de 2015 (SE 30).
Os dois casos confirmados foram importados de residentes do DF, que se deslocaram
para a região do Nordeste provenientes de Salvador- BA e de Teresina-PI. Todos os suspeitos
(descartados e confirmados) realizaram o exame PCR no LACEN-DF, ou seja, o critério foi 100%
laboratorial.
Existe a suspeita que a febre pelo vírus Zika aumente o risco de síndrome de Guillain
Barré em pessoas que tiveram a doença e de casos de microcefalia em crianças, cujas mães tiveram
a doença durante a gravidez. Esta suspeita é baseada no grande aumento da incidência em estados
do Nordeste, onde estão ocorrendo epidemia pela doença. O aumento dos casos de microcefalia em
motivou o Ministério da Saúde a declarar estado de Emergência Sanitária no território nacional, na
primeira quinzena de novembro de 2015.

Quadro 1- Total de casos suspeitos, confirmados, descartados por Febre pelo Vírus Zika, até a
SE 46 de 2015.

Confirmados Em
Suspeitos Descartados
Laboratorial Clínico Epidemiológico investigação
12 2 0 10 0
Fonte: SINAN-NET. Dados atualizados em 23/11/2015 (até a SE 46). Sujeito a alterações.
Quadro 2- Total de casos confirmados de febre pelo Vírus Zika autóctones e importados,
segundo local provável de infecção em residentes do Distrito Federal em 2015 (até a SE 46).

2015
Casos confirmados
de Febre pelo vírus Nº % Local provável de infecção
Zika
*Autóctone 0 0 -----------------
** Importado 2 100 Salvador (1) e Teresina(1)
TOTAL 2 100 ------------------
Fonte: SINAN-NET. Dados atualizados em 23/11/2015 (até a SE 46). Sujeito a alterações.
* A transmissão ocorreu no DF, ** A transmissão ocorreu em outra UF ou outro país.

A suspeita de febre do Chikungunya e febre pelo Zika Vírus devem ser notificadas
imediatamente (em até 24 horas) utilizando a ficha notificação / investigação individuais
disponível em:
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/novo/Documentos/SinanNet/fichas/Ficha_conclusa
o.pdf
De acordo com o ANEXO I, da Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014, do Ministério
da Saúde, os dados clínicos e epidemiológicos complementares devem ser inseridos no campo
“observações adicionais”.

Brasília, 23 de novembro de 2015.

Dalcy Albuquerque Filho

Núcleo de Controle de Endemias

Rosa Nancy Urribarri Runzer Sallenave

Gerência de Doenças Crônicas e Agravos Transmissíveis
Gerente

Teresa Cristina Vieira Segatto

Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Diretora

Tiago Araújo Coelho de Souza

Subsecretaria de Vigilância à Saúde
Subsecretário

Dalcy Albuquerque Filho

Núcleo de Controle de Endemias