TS 201 – Criação, Providência e Antropologia

Departamento de Teologia Sistemática

Prof. Dr. Alexandre Ribeiro Lessa

Aula 08

Revisão para a Prova 1

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Aula 01 - Introdução a Doutrina da Criação (1)

I - Razões para estudar a doutrina da criação

(1) A Bíblia confere grande significado a doutrina da criação

(a) Comparativo de Gênesis 1.1 com João 1.1-3
(2) A posição na doutrina da igreja
(a) Credo Apostólico “Creio em Deus Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra”
(3) Base de entendimento para outras doutrinas
(a) Sem ela compreenderemos as outras doutrinas de forma equivocada
(4) Base para diferenciação da doutrina cristã de outras religiões/cosmovisões
(a) Dias da criação
[1] Yom significa dia literal
[2] Dia de descanso, de 24 horas, no final da criação
[3] Êxodo 20.9-11 – imitamos a Deus
(b) A obra dos seis dias
[1] 1º dia: criação da luz.
[2] 2º dia: criação da expansão e separação das águas.
[3] 3° dia: separação de águas e terra seca, e desta para ser habitação dos animais
e do homem.
[4] 4° dia: criação dos luminares.
[5] 5° dia: criação dos pássaros do ar e dos peixes do mar.
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[6] 6° dia: criação dos animais do campo, gado e répteis e, finalmente, do

homem.

II – A criação a partir do nada

(1) A palavra bara´ e a criação a partir do nada

(2) A criação ex-nihilo
(a) A vontade do Deus eterno trazer a existência
(b) Deus chama à existência as cousas que não existem (Rm 4.17)
(c) Deus tem o poder simplesmente desejar que as situações ocorram, e elas ocorrem de
imediato, da maneira exata que ele desejou.
(d) A criação é um ato de sua vontade, não um ato a que ele foi levado por alguma força
ou consideração externa.
(e) Deus não se envolve, não envolve seu ser, no processo. A criação não é algo tirado
dele. Não é uma parte dele nem uma emanação de sua realidade.
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Aula 02 - Introdução a Doutrina da Criação (2) - Os significados

teológicos da doutrina da criação.

I – O significado teológico da doutrina da criação

(1) Elencando fatores

(a) Todos vieram a existir pelo poder de Deus
[1] Não há realidade última para além de Deus
[2] Não há dualismos
[3] Deus é diferente do restante da criação
[4] Deus é autoexistente, autossuficiente, infinito e eterno
[5] O mundo é dependente, finito e temporal
(2) O ato da criação divina é singular
(a) Temos aspectos que Deus que nos foram transferidos
[1] Conseguimos criar
a. Mas não conseguimos criar a partir do nada
[2] Já Deus é ilimitado em sua obra criadora
(3) Nada criado é intrinsicamente mal
(4) O homem é responsável
(a) Não podemos justificar o pecado culpando a esfera material
[1] Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios,
prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15.19 ARA).
(5) A doutrina da criação nos ajuda a entender a encarnação de Cristo
(a) Questão do dualismo platônico
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[1] “se o mundo material fosse de alguma forma inerentemente mau, seria muito
difícil aceitar o fato de que a Segunda Pessoa da Trindade assumiu a forma
humana, incluindo um corpo material” (Erickson, 2015, p. 370).
(6) A doutrina da criação também nos ajuda a evitar o ascetismo
(a) A crença na ideia de que a natureza física é má tem levado alguns, inclusive cristãos,
a se esquivar do corpo humano e de qualquer tipo de satisfação física.
[1] Mas a doutrina da criação afirma que Deus fez todas as coisas e as fez boas.
(7) Há ligação e afinidade entre as várias partes da criação – uma vez que ele foi feita por Deus
(8) A doutrina da criação exclui qualquer dualismo que entende o mundo como uma emanação
de Deus
(a) monismo
[1] o que temos é um transbordamento ou uma emanação da natureza divina,
como se fosse uma parte dele separada de sua essência.
a. Existe uma tendência de considerar que essa emanação ainda é divina;
b. O resultado final dessa concepção costuma ser o panteísmo.
(9) Além disso, a doutrina da criação destaca as limitações inerentes às criaturas
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Aula 3 - Introdução a doutrina da criação (03) - Criação ou evolução?

I – Criação ou evolução?

(1) Mudanças no mundo produzidas pelo século 18

(a) Humanismo do iluminismo
[1] Tenta assumir o lugar de Deus nas cátedras teológicas
[2] Tenta assumir o lugar de Deus nas cátedras filosóficas
[3] Ciência influenciada
a. Pelo panteísmo
b. Pelo materialismo
c. Ideologias modernistas
{1} Investiu com força sobre a doutrina da criação
[4] Teoria da Evolução
a. Mais furada que queijo suíço
b. Assume a expressão máxima da verdade
(2) O conceito evolucionista
(a) Popularizado por Charles Darwin
[1] Onde: sua obra “A Origem das Espécies” de 1859.
a. Houve muitos desenvolvimentos desta teoria
(3) Como funciona a teoria darwinista
(a) O mundo como estando em constante transformação, melhoramento e adaptação
[1] os seres humanos são um produto de milhões de anos de evolução, cuja
origem deve remontar a matéria inanimada
[2] Toda a vida, segundo a teoria da macroevolução, deve ter surgido de uma
única célula, que por sua vez, se originou de alguma possível transformação
química.
[3] os seres humanos são um produto de milhões de anos de evolução, cuja
origem deve remontar a matéria inanimada.
(4) Se a teoria evolucionista fosse verdadeira
[1] A vida seria um acidente cósmico
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a. o seres-humanos não passariam de “amebas” superdesenvolvidas

b. não seríamos criaturas criadas com um propósito
{1} mas criaturas (este termo nem poderia ser usado) existentes
1. a partir do acaso,
2. vindos do nada
3. voltando para o nada
4. portanto, nada sendo.
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Aula 04 - O propósito da criação (1) - A glória de Deus

I – Criados para Glória de Deus

(1) Deus nãos nos criou porque se sentia sozinho

(a) A Trindade Santa basta em si mesma
[1] Em seu perfeito relacionamento de amor (João 17.5-24)
[2] É o ser humano que está sozinho sem Deus
(2) Deus não nos criou por queria que alguém o amasse de livre-vontade
(a) A teoria tem furos, pois ensina que os anjos amavam a Deus por compulsão
[1] Boa parte dos anjos se rebelou contra Deus
a. 2Pedro 2.4 “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes,
precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-
os para juízo;”
b. Judas 6 “e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas
abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em
algemas eternas, para o juízo do grande Dia;”
c. Apocalipse 12.7 “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos
pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;”
(3) A resposta bíblica encontramos em Efésios 1.6
(a) “para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.”
[1] Nós existimos por causa dele
[2] Para o louvor de sua glória
(4) Qual o fim principal do homem?
(a) Tudo foi criado para o gozo de Deus
[1] Apocalipse 4.11 (ARA) “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a
glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua
vontade vieram a existir e foram criadas.”
(b) Todas as coisas existem para Deus
[1] Romanos 11.36 (ARA) “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as
coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
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(c) É nosso dever glorificar a Deus em tudo que fazemos

[1] 1Coríntios 10.31 (ARA) “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa
qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
(d) Deus nos ensina como devemos glorificá-lo e gozá-lo para sempre
[1] Salmo 73.24–28 (BEARA) “24Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes
na glória. 25Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na
terra. 26Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu
coração e a minha herança para sempre. 27 Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu
destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus;
no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.”
(e) O nosso supremo destino é gozar a Deus em glória
[1] João 17.21–24 (ARA) “21a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim
e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.22Eu
lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;
23
eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo
conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. 24Pai, a minha
vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam
a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.”
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Aula 05 - O propósito da criação (2) - Criação e relacionamento

I – Os mandatos criacionais

(1) Mandato Espiritual

(a) Dado como parte da ordem da criação
[1] Deus desejava ter um relacionamento íntimo com o homem
a. O homem foi criado à imagem de Deus
{1} Semelhança – possibilidade de relacionamento
{2} Deus elegeu o ser humano para espelhar Sua própria grandeza
b. Deus deu o Dia do Descanso
{1} Dia de relacionamento íntimo com a divindade
c. A ordem divina para não comer da árvore do conhecimento do bem e
do mal
{1} Obediência mantida, relacionamento mantido
(b) O alvo principal de obedecer ao mandato espiritual consiste em
[1] gradualmente conhecer,
[2] aceitar e
[3] crer na realidade da presença do Deus triúno em todas as áreas da vida.
(c) O aspecto espiritual visto acima precisava transbordar para todos os demais aspectos
da vida humana,
[1] especialmente para o próximo relacionamento que Deus instituiu na criação:
o relacionamento familiar, que também é chamado de Mandato Social.
(2) Mandato Social
(a) É uma bênção de Deus para a vida do homem “Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e
lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra...” (Gn 1.22).
[1] Deus lhes deu a bênção de serem fecundos,
[2] de poderem se multiplicar e povoar a terra,
[3] de dominá-la
[4] Deus deu ao homem a bênção do companheirismo
[5] Deus também concedeu a bênção de ter filhos
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[6] Deus concedeu a bênção do relacionamento sexual

(b) O papel do marido e da mulher no cumprimento do mandato social é crucial.
[1] O desempenho correto desses papéis
a. sendo o homem o cabeça que deve amar sua esposa,
b. e a esposa a auxiliadora que deve respeitar o marido
{1} é de vital importância para que haja
1. estabilidade na família,
2. para que os filhos sejam criados dentro dessa
estabilidade
3. e assim sejam pessoas equilibradas que irão influenciar
positivamente a sociedade.
(c) A família é a unidade básica mais importante e ordenada por Deus dentro da
sociedade,
[1] mas ela precisa ser equilibrada para cumprir seu papel.

(3) Mandato Cultural

(a) engloba a vida chamada “comum”, mas que, de comum não tem nada. Deus disse
para o homem que sujeitasse a terra, dominando sobre “os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28).
[1] Nessa ordem vemos a imensa responsabilidade que o homem tem com
relação a esse mundo.
[2] Cabe a ele ser o administrador de todos os bens que Deus lhe confiou.
[3] Isso tem implicações sociais, econômicas, culturais e ecológicas.
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Aula 6 e 7 – O homem como ser criado (1 e 2)

A primeira ideia é a de personalidade. Deus é um ser pessoal, e o homem feito à sua

imagem dispõe dessa mesma personalidade. Isso não faz o homem ser “algo mais” que os
animais, mas faz o homem ser “ímpar”. A personalidade pressupõe consciência, conhecimento
e responsabilidade.
A segunda ideia é a da espiritualidade. Deus é um ser espiritual, e os seres humanos
também são personalidades espirituais. Apesar de ser criatura num sentido material, pois faz
parte da matéria criada, o homem é também extra material, pois tem em si o elemento espiritual,
que o impele a viver uma vida além da matéria. Quando Deus fez o homem à sua imagem,
colocou nele um senso insuperável da eternidade (Ec 3.11). É aquilo que Paulo fala aos
atenienses: “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17.28). A imagem de Deus nos
faz pessoas espirituais capazes de se relacionar e se comunicar com Deus.
A terceira ideia que a imagem de Deus delega ao ser humano é a da liberdade.
Como ser pessoal e espiritual Deus é um ser livre. Deus criou o homem com liberdade para
amar, conhecer, confiar, desejar, obedecer e também para se recusar a fazer essas coisas.
A quarta característica pode ser chamada de expressividade. Deus tem a capacidade
de se expressar, de fazer sua vontade conhecida e de executá-la. Deus expressa sua
personalidade porque tem capacidade para isso. A Bíblia diz que Deus tem olhos, nariz, boca,
ouvidos, mãos, cabelo, etc. Evidentemente que esse é um linguajar antropomórfico, pois são
qualidades humanas aplicadas à divindade, para sugerir que ele consegue se expressar. O ser
humano se expressa igualmente através de partes de seu corpo, e pode transmitir sua
personalidade, espiritualidade, virtudes, etc.