M5_HpV_21.09.21
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M5_HpV_21.09.21
MÓDULO 5
Demonstrar compreensão sobre o ambiente do
mercado de trabalho
2021
Este manual foi desenvolvido para a Autoridade Nacional de Educação Profissional com o apoio da Essor,
International Youth Foundation, Muva e TechnoServe
Todos os direitos reservados são da Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP)
Índice
PLANO DO MÓDULO 5 3
INTRODUÇÃO AO MÓDULO 5 4
TEMA 7: DEMONSTRAR CONHECIMENTO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS QUE VIVEM COM
HIV/SIDA OU OUTRO TIPO DE DOENÇAS SUSCEPTÍVEIS DE ESTIGMA 96
SESSÃO 7.1 CONTRA A DISCRIMINAÇÃO DE PESSOAS QUE VIVEM COM O HIV/SIDA 96
2
Plano do Módulo 5
3
Introdução Ao Módulo 5
[Nota para o (a) formador (a): escreva numa folha de bloco gigante O QUE ESPERO APRENDER
NO TEMA….
Desenhe uma árvore numa folha de bloco gigante, escreva os títulos dos temas, 1 por cada ramo
principal da
árvore de acordo com o elenco a seguir. Pendure o bloco gigante. Os formandos deverão colar as
ideias registadas nos autocolantes como se fossem folhas da árvore.
O tempo total estimado para este módulo é de 40 horas, incluindo horas de contacto, avaliação e
de trabalho independente que serão dividas em 7 temas, que são os seguintes:
Em cada grupo devem pensar em três conhecimentos ou habilidades que esperam desenvolver
durante este percurso, escrever uma ideia por cada autocolante e colar cada autocolante em
baixo do tema correspondente. Podem concentrar-se nos temas que atraem mais a vossa
atenção.
RESPOSTAS ESPERADAS
TEMA 1
▪ Perceber melhor como os comportamentos que se esperam pelo facto de “ser homem” e
“o ser mulher” são influenciados por valores e modos de fazer que podem limitar as
nossas oportunidades de desenvolvimento.
▪ Explorar o que entendemos por papéis sociais e o papel da família na sua determinação.
▪ Reconhecer comportamentos no local de trabalho ou família que têm por base
discriminação ou preconceitos inconscientes de género.
▪ Reflectir sobre os benefícios de um mundo onde a igualdade é uma realidade.
TEMA 2
▪ Perceber a importância de ter um plano de carreira.
▪ Identificar as características de um bom plano de carreira.
4
▪ Elaborar um plano de carreira que reflicta sobre as minhas qualificações académicas,
história de emprego, competências, habilidades, e necessidades de formação e
desenvolvimento.
TEMA 3
▪ Familiarizar-me com a legislação laboral.
▪ Diferenciar os vários tipos de acordos ou contratos de trabalho.
▪ Conhecer os direitos e deveres dos trabalhadores e das organizações.
TEMA 4
▪ Perceber como comportar-me eticamente num ambiente de trabalho.
▪ Identificar estratégias para lidar com crises e dilemas éticos em diferentes cenários.
TEMA 5
▪ Compreender a importância de colocar o foco no cliente.
▪ Distinguir entre bom e mau atendimento do cliente.
▪ Aprender dicas e práticas úteis para melhorar o serviço ao cliente.
▪ Exercitar boas práticas de serviço ao cliente.
▪ Perceber os impactos negativos de não seguir as boas práticas de atendimento do cliente.
TEMA 6
▪ Aprender a estabelecer e manter relações positivas em que todos ganham.
▪ Reconhecer as vantagens de relações onde o ganho é para todos.
▪ Explorar em conjunto os vários tipos de relações alternativos: win-lose, lose-lose, lose-
win.
▪ Praticar o conjunto de competências e atitudes necessárias para estabelecer relações em
que todos ganham.
▪ Aprender as técnicas e tácticas para negociar com sucesso.
TEMA 7
▪ Melhorar a compreensão do que é o HIV/SIDA, métodos preventivos e tratamento.
▪ Reconhecer como a discriminação contra pessoas que vivem com HIV/SIDA e outras
doenças se manifesta
▪ Posicionar-se contra qualquer tipo de discriminação.
▪ Explorar em conjunto os direitos e deveres de quem vive com HIV/SIDA ou outras
doenças.
EXPLIQUE que cada tema terá a duração na maioria dos casos de aproximadamente 4 horas, com
a excepção dos TEMAS 4 e 7 que terão uma duração de 2 horas. EXPLIQUE que os formandos
serão avaliados através de um produto – Elaboração de um plano de carreira – através de uma
demonstração baseada num caso de estudo de caso e através de testes escritos ou orais.
5
Tema 1: Reconhecer E Ultrapassar Barreiras Impostas Por Normas Sociais E De Género
Duração 60 Minutos
Critérios de ▪ Explica como as normas e valores sociais influem no género
desempenho ▪ Demonstra compreensão sobre como as famílias influem na
determinação dos papéis do género
Material Bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas, cartões coloridos
necessário ▪ Quadro das fases da vida, 1 por cada formando
DIGA ALGO COMO damos inicio ao Módulo 5 introduzindo um tema muito importante onde
iremos começar por explorar normas e valores que influenciam no género. O tema responde ao
resultado de aprendizagem:
▪ Reconhecer e ultrapassar barreiras impostas por normas sociais e de género.
8 min
EXPLIQUE: Para introduzir os tópicos das três sessões do tema, vamos realizar uma actividade
que poderá nos ajudar para uma reflexão inicial.
[Nota para o(a) formador(a): Coloque os materiais numa mesa. Cartolinas, papéis A3]
EXPLIQUE que os membros dos grupos irão entrevistar-se uns aos outros; deixe claro que, no
plenário, um representante irá representar todo o grupo distinguindo entre as preferências dos
rapazes e das raparigas do grupo por cada área;
PEÇA que se entrevistem uns aos outros e escrevam as respostas a cada pergunta num cartão
diferente. Assim, cada trio terá doze cartões para afixar na parede.
[Nota para o(a) formador(a): cole por cada grupo um papel organizado como a informação a
seguir. Entregue cartões de cores diferentes para cada grupo, ex. verde representa comida,
amarelo qualidade e vermelhos tempos livres].
10 min
PEÇA a cada representante para colar as respostas em baixo da coluna da rapariga e se forem de
rapaz, colar na coluna dos rapazes.
Quando todos os formandos tiverem colado os cartazes, PEÇA para explorar o trabalho de cada
grupo dizendo que esse é o retrato das mulheres e dos homens / raparigas e rapazes desta turma,
portanto eles deverão apontar as principais diferenças entre as respostas das mulheres e dos
homens.
6
PERGUNTE: Que tipos de “qualidades” são típicas para raparigas e quais são típicas dos
rapazes? Quais são as diferenças entre as preferências da comida e do tempo livre dos rapazes e
as das raparigas?
POSSIVEIS RESPOSTAS
Raparigas Rapazes
COMIDA
TEMPO LIVRE
QUALIDADE
CONVIDE os formandos a apresentarem algumas diferenças que eles notaram e depois continue
perguntando:
DIGA ALGO COMO: Esta aprendizagem é a base para promover uma reflexão sobre as normas
que desfavorecem ou limitam o desenvolvimento pessoal e profissional de homens e mulheres,
identificar os preconceitos inconscientes no género e o poder discriminatório deles escondidos nos
nossos comportamentos. Isso abre-nos a possibilidade de incentivar as mudanças que gostaríamos
de difundir.
4 min
Explique que irão fazer um exercício que terá uma etapa individual muito rápida, uma em grupo e
mais uma em plenária.
7
Distribua o quadro das fases da vida a cada formando e PEÇA para pensarem nas suas vidas,
desde que nasceram até ao momento e preencherem o quadro individualmente, respondendo às
perguntas com os exemplos que mais lhes marcaram.
Quadro das fases da vida
Como eu reagia?
8 min
Depois de completarem o quadro individualmente, DIVIDA os formandos em 4 grupos: grupos
somente de rapazes e grupos somente de raparigas.
PEÇA aos(às) formandos(as) para confrontar as respostas individuais. Dê alguns exemplos por
cada faixa etária, observando:
▪ Qual o sexo das pessoas que foram mais importantes na vida dos jovens em cada faixa
etária? E qual é a relação com essas pessoas’ (Ex. Mãe, pai, tia, tio, irmã, irmão, amigo,
amigas, etc....)
▪ Há algumas respostas em comum no grupo? Quais são? Por exemplo, que coisas
aprenderam que era proibido, ou não ficava bem-fazer? Que tipos de proibições surgiram
e que reacções tiveram diante destas proibições?
12 min
Depois de terem completado a partilha de respostas em grupo, PEÇA 2 ou 3 exemplos de cada
um dos grupos das raparigas e anote no bloco gigante por cada faixa etária, e por cada pergunta.
Adolescência
▪ O papel da família através de ensinamentos e papéis que influem no género:
▪ às filhas se ensina “juízo” e cuidado com o que os outros vão falar e, também, se valoriza
o lugar da mulher junto à família.
▪ As raparigas não podem sair à noite, os rapazes podem.
▪ De um modo geral podemos dizer que as mulheres desde que nascem são educadas
para serem mães, para cuidar dos outros.
▪ Sentimentos, se vistos como "maus" ou "errados" pelo facto de ser rapaz ou rapariga,
podem ser reprimidos. O resultado é que os adolescentes são incapazes de canalizar
adequadamente estas emoções.
▪ É preferida a educação dos rapazes.
▪ Diferença na forma como é vivida a sexualidade.
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▪ A sociedade (através de comentários, comportamentos, atitudes...) valoriza a actividade
sexual para os rapazes, em contraponto à inexperiência sexual para das meninas.
▪ A sexualidade na mulher tem sido relacionada com a reprodução, ou seja, para a mulher o
centro da sexualidade é a reprodução e não o prazer.
▪ Os homens, ao contrário das mulheres, recebem mensagens e são preparados para viver
o prazer da sexualidade através do seu corpo, já que socialmente o exercício da
sexualidade no homem é sinal de masculinidade.
▪ A sexualidade da mulher é negada, reprimida e temida, em preparação para o seu papel
feminino principal: de mãe e esposa, podendo contribuir ainda para que ela se torne uma
pessoa dependente, sempre filiada a outros, na busca de apoio.
▪ As reacções de rapazes e raparigas face às proibições poderão ser diferentes, mostrando
aceitação ou passividade, ou em alguns casos submissão à autoridade, no lado das
raparigas, enquanto os rapazes poderão ter uma tendência mais rebelde ou agressiva.
18 em diante:
▪ O homem é o líder da família;
▪ O homem é o ganha-pão da família;
▪ O homem deve ser forte;
▪ A mulher deve ser protegida;
▪ A mulher é responsável por cuidar de todos e da casa;
▪ A mulher é a rainha do lar;
▪ Pelo facto biológico de que a mulher é quem engravida e dá de mamar, tem sido atribuído
a ela a totalidade do trabalho reprodutivo. Às mulheres, portanto, se atribui o ficar em casa,
cuidar dos filhos e realizar o trabalho doméstico, desvalorizado pela sociedade e que
deixava as mulheres “donas de casa” limitadas ao mundo do lar; com menos possibilidade
de educação, menos acesso à informação, menos acesso à formação profissional, etc.
12 min
PERGUNTE: De que formas é que a nossa família influencia os nossos valores e atitudes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pela forma como são distribuídos os papéis em nossa casa;
▪ Pela forma como pai e mãe se relacionavam um com o outro;
▪ Pela forma como pai e mãe se relacionavam com as crianças;
▪ Pelas coisas que nos foram ensinando ao longo da vida;
▪ Depende da fase da vida, e depende também do contexto todo no qual nascemos e
crescemos mas a família especialmente nos primeiros anos é um actor principal na
socialização das crianças;
▪ A nossa família reflecte os valores culturais e religiosos da comunidade na qual vive;
PERGUNTE: As regras aprendidas afectam de forma diferente a vida dos rapazes e das raparigas?
Como isso afecta o desenvolvimento profissional ao tornarmo-nos adultos?
RESPOSTAS ESPERADAS
[Nota para o(a) formador(a): é importante que fique claro para o grupo como algumas das normas
e papéis sociais aprendidos dificultam e limitam o desenvolvimento profissional de todos (mulheres
e homens)].
▪ A contradição existente entre as qualidades que são encorajadas nas raparigas no
processo de socialização, e as qualidades que lhes são exigidas no mundo do trabalho
podem resultar em fraco desempenho profissional.
▪ As raparigas são educadas para serem obedientes, submissas, passivas, não
questionarem; quando chegam ao mundo do trabalho, este exige que sejam dinâmicas,
activas, criativas e que façam perguntas.
▪ Pode acontecer também que as pessoas no ambiente de trabalho vejam a mulher com
aquele papel de dona de casa e esperem que ela prepare o chá para os colegas, que
decore e embeleze o ambiente de trabalho, que organize as festinhas de aniversário da
empresa.
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▪ Os rapazes por sua vez são encorajados a agir e a tomar decisões, e embora isso lhes dê
vantagem no mundo do trabalho, por outro lado não são encorajados “a escutar”, “a
partilhar”, e por isso poderão ter dificuldades em trabalhar em equipa. Da mesma forma,
os rapazes podem ter dificuldade em aceitar fazer trabalhos na cozinha de restaurantes e
hotéis por ser visto como um trabalho “menor”, trabalho de mulher.
▪ É preferida a educação dos rapazes à das raparigas. É comum receber telefonemas de
raparigas desistindo de estágios em hotéis e restaurantes, ou também de formações
porque o marido, o namorado ou a família as proibiu. Desta forma a rapariga pode perder
a oportunidade de se desenvolver profissionalmente, e a família perde oportunidade de
um membro do agregado ter uma fonte de rendimento.
PERGUNTE: A partir desta actividade, o que pensam que são normas e papéis sociais?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Normas Sociais são regras de comportamento, de convivência, seguidas pela maioria, e
que estabelecem o que um homem ou uma mulher podem ou não fazer em determinadas
situações e numa determinada sociedade.
▪ Papéis sociais são os comportamentos que se esperam dos indivíduos na sociedade. Para
desempenhar estes papéis as pessoas seguem normas estabelecidas por essa sociedade.
Por exemplo, é esperado da mulher que ela esteja “no lar”, e assim a regra é que ela deve
arranjar um homem e casar. Se a mulher não quiser casar e ter filhos, ela não será bem
vista pela sociedade, porque está a rejeitar o papel de dona de casa e mãe, que se espera
que ela desempenho.
SINTETIZE:
▪ Em princípio, as normas ajudam uma sociedade a viver melhor; no entanto, quando
começam a ter um impacto negativo na saúde física e emocional de indivíduos, no
desenvolvimento pessoal e profissional de determinados grupos e de comunidades, é sinal
que precisam ser revistas.
AGRADEÇA os formandos pela participação na sessão. PEÇA uma salva de palmas para todos.
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SESSÃO 1.2 DISCRIMINAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO
Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Explica como as atitudes e comportamentos no local de trabalho
desempenho podem ter potencial de discriminação
▪ Reconhece preconceitos inconscientes de género
Material ▪ Bloco gigante, marcadores de diferentes colores, canetas
necessário ▪ Bloco gigante para os resultados da sondagem
DIGA ALGO COMO: Vamos realizar uma actividade de resumo antes de dar continuidade ao TEMA
1 do Módulo.
EXPLIQUE aos(às) formandos(as) que devem formar uma fila, à medida que cada tarefa ou
actividade é chamada, os formandos têm que dar dois passos laterais para o lado direito, se pensam
que a tarefa é mais frequentemente realizada por homens, ou dois passos laterais para o lado
esquerdo se pensam que a tarefa é mais frequentemente realizada por mulheres. Salientar que não
existe uma categoria "ambos" ou "um ou outro”.
LEIA uma tarefa de cada vez, e envolva os formandos em debater as próprias opiniões quando
houver contradições.
[Nota para o(a) formador(a): Seleccione os exemplos mais apropriados para envolver os
formandos activamente]
▪ Limpar a casa;
▪ Acarretar água;
▪ Comprar roupa de criança;
▪ Comprar um novo carro;
▪ Comprar alimento para cozinhar;
▪ Dar banho às crianças;
▪ Trabalhar na sua empresa no turno nocturno;
▪ Ajudar as crianças a fazer o TPC;
▪ Organizar as férias;
▪ Ir falar com o professor(a) da própria criança;
▪ Organização das contas domésticas;
▪ Ir falar com o professor do filho;
▪ Varrer a casa;
▪ Pagar o aluguer da casa;
▪ Trocar de fralda a um bebé;
▪ Cozinhar;
▪ Fazer o churrasco;
▪ Conduzir para casa a partir de uma noite fora.
PERGUNTE: Porque houve tanto consenso? O que aprendemos na sessão passada que nos ajuda
a perceber o que acabamos de observar nesta actividade?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A divisão das tarefas responde aos papéis sociais e normas que começamos a aprender
desde crianças e que influem nas diferenças baseadas no género.
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▪ É esperado da mulher que ela deve arranjar um homem e casar. Se a mulher não quiser
casar e ter filhos ela poderá não ser bem vista pela sociedade porque está a rejeitar o
papel de dona de casa e mãe, que se espera que ela desempenhe.
▪ Os homens ficam com toda a pressão de gerar rendimento para si próprios em vez de a
partilhar, mas há vezes que podem esquecer-se de partilhar o dinheiro para despesas da
casa e dos filhos como propinas escolares, material, etc.
DIGA ALGO COMO: Temos que nos tornar mais atentos a reconhecer os estereótipos de género
e questionar a sua validade, porque no nosso modo de agir muitas vezes são escondidos
preconceitos inconscientes sobre o que é possível fazer e o que não é para homens e mulheres.
DIGA ALGO como: Há regras como, as mulheres cozinham, cuidam da limpeza da casa, da roupa
e das crianças mesmo que trabalhem fora, e os homens apenas trabalham fora. Isso significa que
a mulher tem de partilhar o seu tempo em várias actividades limitando o tempo que tem disponível
para actividades que geram rendimento. Isso gera percepções erradas de que mulheres são menos
capazes porque geralmente têm negócios mais pequenos ou ganham menos dinheiro do que os
homens.
EXPLIQUE: Hoje iremos aprofundar até que ponto essas ideias contribuem para as escolhas
profissionais das mulheres e dos homens e como algumas das normas e papéis sociais dificultam
o desenvolvimento profissional, em particular das mulheres, mas também as relações entre homens
e mulheres no lugar de trabalho. No fim da sessão os formandos serão capazes de:
▪ Reconhecer preconceitos inconscientes de género;
▪ Questionar comportamentos que têm um potencial discriminatório e de limitação para o
pleno desenvolvimento das nossas potencialidades.
8 min
DIGA ALGO COMO: Vamos continuar a nossa conversa pensando em diferentes profissões.
EXPLIQUE que você irá ler uma lista de profissões e eles deverão escrever individualmente o sexo
da pessoa que imaginam fazer este trabalho: não devem reflectir, mas decidir na base da primeira
pessoa que visualizam ao ouvir a profissão.
[Nota para o(a) formador(a): Seleccione os exemplos mais apropriados para envolver os
formandos activamente]
▪ Médico Cirurgião;
▪ Veterinário;
▪ Professor da escola primária;
▪ Astronauta;
▪ Motorista;
▪ Carpinteiro;
▪ Pescador;
▪ Chefe de Cozinha Profissional;
▪ Possuir um salão de beleza;
▪ Assistente social;
▪ Atleta profissional;
▪ Artista;
▪ Alfaiate;
▪ Trabalhar na alta moda;
▪ Alguém que ensina na universidade;
▪ Dentista;
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▪ Alguém que trabalha na secretaria de um hospital;
▪ Alguém que faz limpeza no hospital;
▪ Trabalhar na construção de prédios;
▪ Dirigir uma empresa importante de cosméticos.
10 min
DIGA: Vamos agora fazer uma sondagem trabalhando em grupos. Por cada profissão em cada
grupo vamos fazer duas listas, uma em baixo da palavra mulher, outra em baixo da palavra homem.
EXPLIQUE que irá fazer uma pergunta de cada vez e cada grupo irá calcular os seus resultados
para depois serem debatidos na turma.
PERGUNTAS:
▪ Qual foi o grupo em geral - masculino ou feminino - que totalizou o maior número de
profissões?
▪ Que empregos têm o maior estatuto, e, entre esses, quantos são desempenhados por
homens e quantos por mulheres?
▪ Que empregos oferecem o maior potencial salarial, e, desses, quantos são
desempenhados por homens e quantos por mulheres?
▪ Quais os trabalhos que requerem mais/menos educação, e, entre esses, quantos são
desempenhados por homens e quantos por mulheres?
PEÇA um voluntário que irá traçar os resultados da sondagem no quadro a seguir depois de cada
pergunta.
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Resultado
Pergunta 1
Resultado
Pergunta 2
Resultado
Pergunta 3
Resultado
Pergunta 4
[Nota para o(a) formador(a): Questionar os formandos sobre como e por que razão responderam
da forma como o fizeram. A turma deverá discutir quaisquer questões relativas ao género, à medida
que estas surgirem. O foco deve ser sempre dirigido para "PORQUÊ?].
12 min
DÊ 1 minuto aos(às) formandos(as) para individualmente pensarem em alguns exemplos.
A seguir, DÊ 2 minutos aos(às) formandos(as) para trocarem ideias em pares dentro do grupo
anterior.
CONVIDE alguns voluntários a apresentarem as respostas.
PERGUNTE: Qual é o resultado chave da nossa sondagem? E porquê obtivemos este resultado?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Nas nossas visões alguns empregos são designados para homens e alguns empregos para
mulheres;
▪ As normas e regras que foram transmitidas pelas famílias e da sociedade na qual vivemos
influenciaram o resultado da nossa sondagem;
▪ As regras que influem no nosso pensamento podem resultar em preconceito sobre o
desempenho de uma mulher na esfera profissional;
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▪ Somos levados a justificar que um homem tenha um salário mais alto, à paridade de tipo
de emprego, sem o questionar;
▪ Existe uma iniquidade de salário, estatuto, qualificações, ou competências exigidas em
função do ser homem ou de ser mulher.
PERGUNTE: O preconceito sobre o facto de que o lugar da mulher deveria ser o seu “lar” e que a
mulher deveria ficar em casa a cuidar da família que discriminação pode gerar no mundo do
trabalho?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Os homens tornam-se avessos a trabalhar com mulheres que são igualmente capazes;
▪ Os homens podem sentir-se desconfortáveis face a uma mulher com cargo superior ao
seu;
▪ Espera-se que seja sempre a mulher a largar o seu trabalho para atender a temas da casa
e dos filhos o que prejudica a sua assiduidade ou foco no trabalho;
▪ As mulheres muitas vezes têm falta de autoconfiança, o que prejudica o seu desempenho
profissional ou oportunidades - muitas vezes a falta de auto-estima impede-as de ser
seleccionadas para um emprego ou mesmo candidatar-se ou permanecer no mesmo;
▪ As mulheres muitas vezes não sonham ou fazem planos para o seu futuro porque o
homem é que deve sonhar e ter um futuro profissional;
▪ Às mulheres é atribuído o papel de ficar em casa, cuidar dos filhos e realizar o trabalho
doméstico, desvalorizado pela sociedade e que deixava as mulheres “donas de casas”
limitadas ao mundo do lar; com menos possibilidade de educação, menos acesso à
informação, menos acesso à formação profissional, etc.;
▪ Ao mesmo tempo, estes pressupostos afectam tanto as mulheres como os homens no que
diz respeito à parentalidade.
5 min
EXPLIQUE: Os estereótipos de género – por exemplo, a mulher deveria ficar em casa a cuidar da
família – podem levar à discriminação no local de trabalho, incluindo a desigualdade salarial e
podem também influenciar as escolhas de trabalho. As mulheres ainda ganham menos do que os
homens em praticamente todas as indústrias devido aos estereótipos de género e à discriminação
salarial.
EXPLIQUE: Vamos agora trabalhar juntos com “histórias soltas”, ou seja vamos continuar até
completar algumas histórias para aprofundar o tópico da discriminação baseada no Género, no
lugar de trabalho.
EXPLIQUE: Um voluntário irá começar a história com uma ou duas frases e a pessoa a seguir
continua, acrescentando a sua parte até a história ficar completa.
DIGA: Iremos explorar nestas histórias as diferentes formas que a discriminação pode tomar no
local de trabalho pelo simples facto de se ter nascido homem ou mulher...
20 min
Exemplos de início de histórias soltas e seguimentos, podem ser:
História solta n.1
▪ O João Trabalha numa empresa agrícola...
▪ Um dia ele precisava sair mais cedo do trabalho...
▪ Pediu licença ao seu chefe...
▪ O chefe lhe perguntou a razão de ter que sair mais cedo…
▪ O João disse que queria sair para ir buscar os seus filhos,
▪ O chefe começou a rir-se…
▪ Perguntou-lhe porque é que a sua mulher não o podia fazer…
15
▪ O João explicou que a sua mulher tinha saído em missão de serviço…
▪ O chefe disse “Está bem, pode ir, mas da próxima vez tem que explicar à sua mulher que
esta não é tarefa de homem e que isso não volte a acontecer ... cuidar das crianças é
papel de mulher…
15 min
PERGUNTE: Que preconceitos existem atrás dessas histórias?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Preconceitos sobre o papel da Laila como chefe de RH;
▪ Preconceitos sobre o papel de um homem como cuidador;
▪ Como é mulher vai querer ter filhos e por isso não será uma boa trabalhadora.
PEÇA aos(às) formandos(as) que em 4 minutos escrevam nos seus cadernos pelo menos duas
coisas que foram significativas para eles, ou que pretendem mudar a partir de hoje nas mensagens
transmitidas aos próprios filhos e filhas ou sobrinhos/sobrinhas, meninos/meninas mais jovens ao
seu redor para começar a questionar os preconceitos inconscientes de género e quebrar
comportamentos que podem ter um potencial de discriminação.
EXPLIQUE que este tempo de reflexão é somente para que eles reflictam, eles não serão
convidados a compartilharem suas ideias, ao menos que queiram.
AGRADEÇA os formandos pela participação na sessão. PEÇA uma salva de palmas para todos.
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SESSÃO 1.3 OS BENEFÍCIOS DE UMA SOCIEDADE IGUALITÁRIA
Duração 30 Minutos
Critérios de ▪ Explica os benefícios de uma sociedade igualitária
desempenho
Material ▪ Bloco gigante , marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Foto da águia
DIGA ALGO COMO: Vamos fazer uma actividade rápida antes de pensar num mundo mais justo,
onde quebramos muitas barreiras de género e podemos viver os benefícios de uma sociedade
igualitária.
PEÇA aos(às) formandos(as) para formarem dois círculos concêntricos, um em frente do outro e
PEÇA para circular em
direcções opostas. Poderá pedir aos homens para estarem no círculo interior e mulheres no
exterior.
Após alguns segundos, PEÇA que parem e façam par com a pessoa que se encontra em frente a
elas no outro círculo. Pode usar música para sinalizar quando é altura de se mover e quando deve
parar.
LEIA uma declaração sobre o género e PEÇA aos(às) formandos(as) para reagirem a ela, falando
sobre a mesma em pares, durante cerca de um minuto cada.
PEÇA que se movam de novo e repita o exercício até que tenham falado sobre as principais
declarações.
PEÇA aos(às) formandos(as) para formar novamente um grande grupo e comentar o exercício.
EXPLIQUE: Hoje iremos concluir o TEMA do módulo dedicando o nosso tempo a reflectir sobre os
benefícios de uma sociedade igualitária.
18
EXPLIQUE: Esta imagem mostra uma águia com duas asas voando no céu. A águia simboliza a
nossa sociedade. Nesta actividade, terão a oportunidade de ver como a águia funciona na
sociedade, quando ambas as asas são fortes e iguais e quando estão enfraquecidas.
CONVIDE os formandos a:
▪ Esticar os braços;
▪ Escolher um braço como sua asa feminina e abaná-lo;
▪ Identificar o outro braço como sua asa masculina e abaná-lo.
EXPLIQUE: Às vezes nas famílias, ou sociedade, uma asa é forte enquanto a outra é
enfraquecida. Agora, vamos pensar no que acontece quando as normas decididas pela sociedade
danificam estas asas.
DIGA: Quando os homens fazem isso, eles não podem investir nos seus negócios e famílias e,
portanto, não se tornam bem-sucedidos porque sempre que ganham dinheiro gastam-no todo.
19
▪ Tornar mais fraca a asa masculina através de pressões sociais;
▪ Tornar mais fraca a asa feminina através de falta de acesso a oportunidades, educação e
finanças;
▪ Tentar abanar as asas enfraquecidas.
EXPLIQUE: Agora vamos representar o que acontece quando mudamos as normas definidas pela
sociedade, abandonando as normas que nos prejudicam.
DIGA ALGO COMO A nossa sociedade tem duas asas, uma asa representa os homens e a outra
asa representa as mulheres. Quando as duas asas são fortes e equilibradas, quando tanto os
homens como as mulheres participam por inteiro e trabalham juntos é que chegamos à altura
máxima possível. Para consolidar e aplicar esta aprendizagem vamos ler uma história e depois
retirar as devidas conclusões.
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possam ir à escola e receber uma educação livre de prejuízos, ajudando as
famílias mais vulneráveis.
DIGA ALGO COMO: Imaginem os benefícios de uma sociedade mais justa, com duas asas, onde
meninas e meninos possam ter uma educação de qualidade e livre de preconceitos. O que
aconteceria se depois de 20 anos esses meninos se tornassem adultos e lutassem todos para
promover a igualdade de género?
Depois dos alunos terem tido as suas discussões, PEÇA-LHES que reflictam brevemente sobre
as respostas:
▪ Observaram ou discutiram alguma coisa interessante?
▪ Estimulou alguma pergunta nas suas mentes?
▪ Há alguma coisa que queiram partilhar ou discutir como turma?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Sociedades igualitárias promovem a justiça social ou seja:
o Garantem as liberdades fundamentais para todos;
o A igualdade de oportunidades – Educação de qualidade para todos e formação
profissional de mulheres, Direitos ao trabalho e remuneração conforme o trabalho
desenvolvido, cargos de chefia para as mulheres sem passar por processos de
discriminação;
o Ao permitir que as mulheres passem a fazer parte do trabalho remunerado existe
uma maior percentagem da população activa que contribui para a economia do
país, mas existe também a possibilidade de ultrapassar dinâmicas que actualmente
contribuem para relações desequilibradas de poder entre homens e mulheres;
o A integração da mulher na economia contribui indirectamente para a educação das
crianças e melhor nutrição;
o Saúde, segurança e fim da violência.
DIGA ALGO como: Chegámos ao fim deste primeiro TEMA do Módulo 5 de Habilidades para a
vida.
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EXPLIQUE também que nós devemos ser os primeiros a agir para a mudança que gostaríamos
de ver (Citação de Gandhi).
22
Tema 2: Criar Um Plano De Carreira
Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Realiza a auto-avaliação para a carreira
desempenho
Material ▪ Papéis, bloco gigante, marcadores de diferentes cores, canetas, notas
necessário adesivas (autocolantes)
▪ Ficha sobre Inquérito aos Interesses
▪ Ficha de auto-avaliação os 8 quadrantes
▪ Lista de conjunto de competências
DIGA ALGO COMO: Antes de introduzirmos o TEMA 2 do módulo 5 do curso de Habilidades para
a vida, vamos fazer uma actividade para partilharmos as principais aprendizagens que trazemos
relacionadas com o TEMA sobre Reconhecer e ultrapassar barreiras impostas por normas sociais
e de género.
EXPLIQUE que quando disser "DÊ UM a um colega" os formandos devem formar pares e cada um
deve "dar" um dos papéis que escreveu com uma das suas principais aprendizagens ou ideias
importantes sobre o tema ao outro. Cada pessoa "dá uma" e "recebe uma”.
Após cerca de 30 segundos, DIGA "DÊ UM a um parceiro". DIGA que devem evitar repetir o par
anterior.
No fim, CONVIDE alguns formandos a partilharem algumas das ideias que leram nos papéis dos
seus pares e colarem as notas nos seus cadernos.
DIGA ALGO como: Vamos hoje começar um TEMA que nos ajudará a delinear um caminho paro
o nosso futuro profissional. O TEMA responde ao resultado de aprendizagem:
▪ Criar um plano de carreira.
PERGUNTE: Com base na vossa experiência de elaboração de planos, quais são os passos que
teremos que dar para criarmos um plano de carreira nas duas sessões de trabalho neste tema?
RESPOSTAS ESPERADAS:
23
▪ Reflectir sobre quem sou eu e o que quero para o meu futuro;
▪ Fazer uma auto-avaliação dos seus pontos fortes e fracos;
▪ Identificar o percurso profissional que espero para mim;
▪ Perceber como chegar aí;
▪ Planificar como chegar aí definindo metas, actividades para concretizar as metas,
cronogramas e prazos.
10 min
Trace uma linha vertical no meio de uma folha do Bloco gigante , ou do quadro branco/ preto. Intitule
um lado como “Empregos Mais Interessantes” e o outro como “Empregos Menos Interessantes”.
PEÇA aos(às) formandos(as) para sugerirem trabalhos que achariam interessantes fazer em
algum momento das suas vidas. Registe as ideias deles por baixo do título “Empregos Mais
Interessantes”.
PEÇA as formandos para partilharem as suas razões para pensarem que alguns trabalhos em
particular são interessantes.
Pergunte aos(às) formandos(as) se existem alguns trabalhos que eles não gostariam de ter ao
longo da sua vida.
Registe as ideias deles por baixo do título “Empregos Menos Interessantes”.
PEÇA aos(às) formandos(as) para partilharem as suas objecções aos trabalhos listados.
24
ACTIVIDADE: Visualizar a minha carreira de sonho 25 Minutos
5 min
DIGA ALGUMA COISA COMO... Para realizarem os vossos sonhos têm de definir pequenos
objectivos para os ajudar a chegar onde queiram chegar. É importante que saibam que tudo é
possível para todos nós!
CONVIDE todos os formandos a FECHAREM os seus olhos, se se sentirem confortáveis com isso.
PEÇA aos(às) formandos(as) para imaginarem que estamos projectados 15 anos no futuro e que
se sentem realizados. Use as seguintes afirmações, de acordo com o que for culturalmente
adequado, para ajudar a direccionar a reflexão dos formandos sobre a sua vida profissional daqui
a 15 anos.
▪ Agora tens 30 anos.
▪ Tiveste algumas dificuldades, mudaste de emprego várias vezes, mas agora pareces
satisfeito com aquilo que conquistaste.
▪ Você é um(a) profissional bem-sucedido(a) na sua carreira, deu todos os passos
necessários, através de anteriores empregos e qualificações profissionais e académicas,
para chegar onde está.
▪ Qual é a carreira profissional que desenvolveste?
CONVIDE os formandos a reflectirem por 30 segundos a pensar como irão partilhar a própria visão
sem usar palavras.
DIVIDA os formandos em pares.
PEÇA aos pares que se coloquem à frente um do outro.
EXPLIQUE que se vai jogar advinhas. Cada formando terá 30 segundos para simular a sua carreira
da qual teve visão, sem falar ou fazer qualquer som, enquanto o outro formando adivinha a carreira
ou emprego. O primeiro par que adivinhar com sucesso a carreira ou emprego favorito do seu
companheiro, ganha!
PEÇA aos(às) formandos(as) que reconheçam a equipa vencedora com um aplauso especial.
PEÇA aos(às) formandos(as) para voltar aos seus lugares.
[Nota para o(a) formador(a): Respostas no bloco gigante. Facilitar a discussão até que toda folha
do bloco gigante esteja cheia. Encorajar os formandos a serem criativos].
EXPLIQUE: Existem mais de 100 diferentes tipos de carreiras que você pode escolher, mas você
será bem sucedido se identificar uma carreira que maximiza seus gostos, habilidades e interesses
e se você reconhecer quais são as suas forças e fraquezas e e que trabalhe para minimizar as
fraquezas.
DIGA ALGO como: Agora que já criamos uma imagem da carreira profissional que gostaríamos de
ter, vamos aprofundar algumas questões para ver como essas visões combinam com o que somos.
DISTRIBUA a ficha abaixo. Use os comentários seguintes para ajudar os formandos a pensarem
sobre as suas respostas às perguntas.
26
5. Já alguma vez paraste para observar alguém a fazer um trabalho que te pareceu interessante?
O que era?
7. Quais são alguns dos teus lugares preferidos? Que trabalhos é que vês quando estás lá?
LEIA: Se sim, isso pode influenciar o tipo de carreira que queres prosseguir. Por exemplo, se gostas
de falar com pessoas, podes não querer ter um trabalho no qual trabalhes sozinho e preferir
trabalhar com vendas ou serviços sociais. Seguem-se algumas características que podem
influenciar o tipo de trabalho que queres. Assinala aquelas que são importantes para ti ou enuncia
outras características que são importantes num trabalho para ti e que não estejam aqui
representadas.
▪ Trabalhar com outras pessoas;
▪ Trabalhar ao ar livre;
▪ Ganhar muito dinheiro;
▪ Fazer horas extraordinárias;
▪ Usar o teu cérebro;
▪ Viver em comunidade;
▪ Trabalhar sozinho;
27
▪ Trabalhar num espaço fechado;
▪ Ajudar outras pessoas;
▪ Não fazer horas extraordinárias;
▪ Trabalhos manuais;
▪ Andar pela cidade.
PERGUNTE: 5. Já alguma vez paraste para observar alguém a fazer um trabalho que te pareceu
interessante? O que era?
▪ Comentário adicional: Às vezes as pessoas ficam fascinadas por um trabalho que nem
sabiam que existia. Vêem alguém a fazer algo e pensam, “Aqui está um trabalho que
realmente gostava de fazer e no qual eu seria bom.”
PERGUNTE: 6. Que pessoas é que admiras? Que carreira é que elas têm?
PERGUNTE: 7. Quais são alguns dos teus lugares preferidos? Que trabalhos é que vês quando
estás lá?
▪ Comentário adicional: Se gostas de passar tempo num parque, poderias gostar de vender
artigos no parque ou de ser a pessoa que cuida da relva. Ou, se gostas de comprar
roupas, poderias gostar de trabalhar numa loja de roupas, ser costureiro(a) ou mesmo
estilista.
PEÇA aos(às) formandos(as) que dediquem 10 minutos para fazer uma actividade e partilhar,
escutar as suas respostas às 7 perguntas de auto-avaliação. Para reflectir se as carreiras escolhidas
na actividade anterior e as reflexões desenvolvidas até agora combinam bem com as suas
personalidades, as suas aptidões e as características que gostam.
PEÇA aos(às) formandos(as) para identificarem quem vai falar primeiro nas duplas. Incentive
aquele que está a escutar para prestar muita atenção à informação partilhada pelo colega e para
fazer perguntas para clarificar dúvidas.
PEÇA ao formando que escutou para resumir ao colega aquilo que ouviu e para lhe dizer que
trabalhos parecem entusiasmar mais. Usar os seguintes inícios de frase pode ajudar.
▪ Alguns dos trabalhos que te ouvi mencionar foram...
▪ Parece-me que estavas mais entusiasmado quando estavas a discutir os trabalhos de...
28
Quadrante 1: suas Quadrante 2: seus Quadrante 3: quais Quadrante 4: maiores
maiores qualidades, maiores objectivos habilidades, defeitos (pelo menos
características de que pessoais de carreira. competências ou 3), aspectos que
tem orgulho positivo. características está a precisam de ser
utilizar para alcançar melhorados. Chame-
os objectivos descritos os de “inimigos”.
anteriormente? Como
as suas qualificações
académicas e história
de emprego actual
podem contribuir para
a carreira desejada.
[Nota para o(a) formador(a): preencha todos os quadrantes em preparação do plano para a
carreira. Pendure a lista a seguir]
EXPLIQUE que para preencherem os quadrantes devem dedicar um tempo para rever a lista de
um conjunto de competências e reflectir nos conhecimentos e atributos pessoais que tornam uma
pessoa mais eficaz profissionalmente. Devem identificar as próprias forças e fraquezas.
▪ Comunicação verbal - a capacidade de falar clara e articuladamente com os seus
colegas de trabalho, supervisores, bem como clientes, permite-lhe ser mais eficiente e
eficaz em qualquer papel;
29
▪ Comunicação escrita - a capacidade de escrever de forma clara e precisa aos seus
colegas de trabalho, supervisores, bem como a terceiros, permite-lhe comunicar de forma
eficaz por escrito;
▪ Escuta Activa - capacidade de compreender as necessidades e feedback do um colega
de trabalho, ou de um cliente;
▪ Resolução de problemas - ser capaz de identificar e implementar soluções para
problemas emergentes e pensar criativamente para ter o maior impacto, permite lidar com
os desafios de forma eficaz;
▪ Organização - capacidade de gerir a sua agenda, equipamento e trabalho, permite-lhe
trabalhar com menos supervisão, reduzindo a duplicação de esforços;
▪ Trabalho de equipa - a capacidade de trabalhar bem com outros, permite-lhe aprender e
crescer como indivíduo e também permite à organização ser mais eficaz;
▪ Apresentação pessoal - ter orgulho na própria aparência e apresentação pessoal torna-o
um candidato mais atraente para qualquer organização;
▪ Liderança e negociação;
▪ Outros...
DIGA aos(às) formandos(as) que após ter conseguido transformar o inimigo em amigo e/ou eliminá-
lo, em casa, devem seleccionar mais um “inimigo” da lista e proceder da mesma maneira.
ENFATIZE que as melhorias das pessoas dependem, primeiro, da identificação do que se quer
modificar; depois, da iniciativa e da disciplina para mudar, da prática do querer individual. As
mudanças dependem de cada um, não do outro.
PERGUNTE se houve algum tipo de medo? dúvida? surpresa?
PEÇA aos(às) formandos(as) que dediquem 3 minutos cada um a partilhar o seu trabalho individual
uns com os outros, com o colega ao seu lado, concentrando-se na auto-avaliação dos seus pontos
fortes e fracos, suas competências e qualificações.
30
PEÇA aos(às) formandos(as) para que na sessão seguinte tragam já seleccionada uma carreira
que gostariam de planear para a tornar realidade. EXPLIQUE que para fazer isso é necessário
elaborar um plano de carreira.
31
SESSÃO 2.2 PLANO DE CARREIRA
Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Estrutura e elabora um plano de carreira utilizando objectivos
desempenho SMART
Material ▪ Papéis bloco gigante, marcadores coloridos, canetas
necessário ▪ Ficha de Metas SMART
▪ Ficha plano de acção
▪ Modelo de Plano de Carreira
DIGA ALGO COMO: Antes de continuarmos o nosso caminho para elaborar um plano de carreira,
convide alguns voluntários a partilharem o que descobriram sobre a sua carreira de sonho, o que
fazem bem e as qualidades que têm para fazer isso bem, como a carreira de sonho se encaixa com
os próprios pontos fortes, as suas qualidades, e o que é preciso fazer para melhorar os pontos
fracos.
A seguir convide alguns voluntários a apresentar o TPC que desenvolveram sobre a listagem das
suas qualificações académicas e história de emprego até hoje.
DIGA ALGO como: A sessão de hoje é dedicada à criação de um plano de carreira, que irá incluir
metas SMART de longo, médio e curto prazo, as acções, cronogramas e/ou prazos para alcançar
as suas metas.
EXPLIQUE: No final do resultado de aprendizagem, vocês serão capazes de:
▪ Elaborar planos de curto, médio e longo prazo para a vossa carreira
▪ Compreender o conceito e a importância de ter um plano de carreira definido
DIGA aos(às) formandos(as) que criar uma imagem da sua carreira profissional tal como fizemos
na sessão anterior é o primeiro passo para tornar os seus desejos em realidade. Lembre aos(às)
formandos(as) que o próximo passo para conquistar o que queremos é fazer um plano para atingir
os nossos objectivos.
EXPLIQUE que um plano de acção é uma ferramenta usada para preparar uma pessoa para atingir
uma meta.
DIGA que algumas pessoas aparentam atingir as suas metas com maior frequência e outras têm
dificuldades em atingir as suas metas. Um factor que tem impacto sobre se uma pessoa atinge ou
não as suas metas é a forma como ele(a) planeia e trabalha para alcançar a meta.
DEBATA com os formandos as consequências de não planificar para alcançar uma meta.
PERGUNTE: Na vossa opinião o que pode acontecer se uma pessoa não planifica para atingir as
suas metas?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pode sentir-se desesperado sobre atingir a sua meta;
▪ Pode subestimar o tempo necessário para atingir a sua meta;
▪ Pode perder oportunidades por não estar à procura delas;
▪ Pode criar desculpas para não progredir no alcance da sua meta.
PERGUNTE: Quais pensam serem os benefícios quando uma pessoa cria um plano para atingir as
suas metas?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Consegue-se manter o foco na meta a atingir;
▪ Consegue-se usar o tempo de forma sensata;
▪ Pode-se procurar pessoas que possam ajudar a alcançar a tua meta. * Pode-se poupar
tempo, dinheiro e esforço para alcançar a meta;
▪ Sentes-te encorajado(a) quando vires progressos para alcançar a tua meta.
▪ Enfatize que a planificação permite que as pessoas “façam acontecer” em vez de
“esperarem que aconteça”. Quando as pessoas esperam que aconteça, elas podem
nunca atingir as suas metas.
[Nota para o(a) formador(a): Certifique-se que os formandos estejam familiarizados com o
processo de estabelecimento de metas/objectivos SMART/EMRRT. Use a seguinte informação se
for necessário rever o conceito de METAS SMART- foi ensinado na aula, “Estabelecimento de
Metas: Como Torná-las Realidade” ]
5 min
PERGUNTE: Quem é que sabe dizer quais é que no geral são as características de uma boa meta?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Ser razoável e não demasiado sonhadora
▪ Dizer-nos o que devemos fazer exactamente
▪ Ter um prazo para ser alcançada.
33
10 min
DIGA ALGO como Uma boa meta deve responder às características do modelo SMART/EMRRT,
onde cada inicial descreve uma característica de uma boa meta.
Específica
Mensurável
Realista
Relevante
Limitada no tempo
IDENTIFIQUE em conjunto com os formandos quais são as 5 características de uma boa meta:
▪ E = Específica
34
▪ M = Mensurável
▪ R = Realística
▪ R = Relevante
▪ T = Limitada no Tempo
▪ E = Específica
RESPOSTAS ESPERADAS
o Deve ser simples e clara.
o Responde à pergunta: O que será alcançado?
o Define exactamente o que se pretende alcançar, por exemplo: tipo de carreira,
estudos que temos de fazer, cursos de desenvolvimento profissional que
queremos procurar, etc...
o Por exemplo, dizer que quero ser um empreendedor de empresas pequenas que
trabalham no sector do turismo é específico, do que dizer que quero ter uma
carreira de empreendedor.
▪ M = Mensurável
RESPOSTAS ESPERADAS
o A meta deve ser passível de ser medida, ou calculada.
o Para determinar se a meta é mensurável fazemos perguntas como: Quanto?
Quantos?
o Por exemplo “Quero concluir os meus estudos de engenharia em 10 meses até
Dezembro de 2021” é uma meta mensurável, enquanto a meta “Quero concluir o
meu curso” não é mensurável.
▪ R = Realística
RESPOSTAS ESPERADAS
o A Meta que é honesta com a minha situação actual, tem em conta aquilo que pode
ser feito e o que pode provavelmente acontecer.
o Responde à pergunta, “Existem realmente as condições para que eu possa
alcançar isso?”
o Por exemplo, posso ter como meta fazer um investimento para a minha empresa
em 2 máquinas para produzir móveis de uma marca barata e não um número ou
marca acima das minhas capacidades financeiras.
▪ R = Relevante
RESPOSTAS ESPERADAS
o Responde à pergunta: Esta meta é coerente com o que eu disse que quero ser
daqui a 5 anos? ou irá ajudar-me no alcance do meu objectivo?
o Por exemplo, se o meu objectivo é ser gestor de uma escola, uma meta não
relevante seria fazer desporto todos os dias durante um ano, que apesar de poder
ser relevante quando tenho um objectivo pessoal relacionado com ter boa saúde,
não seria relevante neste caso específico.
o
▪ T = Limitada no Tempo
RESPOSTAS ESPERADAS
o Responde à pergunta: Quando é que a meta será atingida?
o Define um prazo para a meta: para o próximo mês, em oito semanas, até ao meu
aniversário, etc.
35
o Por exemplo, ter um lucro de 10,000 MNZ até daqui a 3 anos é uma meta
vinculada no tempo, enquanto que se a meta fosse ter lucro de 10,000 MZN
apenas não o seria.
PEÇA aos(às) formandos(as) para procurarem um colega que tenha seleccionado uma carreira
semelhante para trabalhar numa actividade de preparação do seu plano de acção.
Plano de Acção
SUPERVISIONE os pares e circule na sala enquanto eles completam os seus Planos de Acção.
Aperceba-se que pares estão a fazer um trabalho excepcional. Posteriormente vai pedir a um ou
dois pares que partilhem um dos seus planos com o grande grupo.
ESCREVA numa folha de bloco gigante as palavras chave acompanhando as intervenções dos
formandos.
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Metas SMART a curto prazo (6 meses).
▪ Actividades que tem que realizar nos próximos 6 meses para alcançar a meta a curto
prazo, por exemplo passos que podemos dar em cada mês, semana, dia, para começar a
avançar na direcção das nossas metas/objectivos.
▪ Cronograma e/ou prazos para alcançar as suas metas, limite de tempo para a execução
das actividades, ou alcance das metas.
Possuo
Se for não,
todas as
Cronogram quais são as
competênci
a e/ou actividades
Metas a Metas a as e
prazos adicionais ou
Metas ao médio curto habilidades
Acções para complementar
longo prazo (2 a prazo(6 necessárias
alcançar es para
prazo 5 anos) meses) para realizar
as suas alcançar as
cada
metas minhas
actividade e
Prazo metas?
alcançar as
metas?
Actividade
s que tem
(Longo-
que se
prazo) Metas
realizar
Daqui a intermédia
Metas que para
5/10 anos - s que
contribue concretiza
aquilo que contribue Data de
m para r as metas
pretendem m para início e fim
alcançar Ex.
os alcançar alcançar das
as metas Mensais
na nossa as metas actividades
intermédia Semanais
vida a longo
s Diárias
profissional prazo
ou
empresarial
37
20 min
EXPLIQUE que terão 20 minutos para definir individualmente as suas metas a curto prazo,
actividades e prazos para o plano de carreira.
CIRCULE pela sala certificando-se que os formandos estão a preencher de forma correcta e
completa a matriz. Caso identifique que algum formando está a ter dificuldades explique-lhe
novamente o que se pretende com a actividade.
Após 20 minutos convide os formandos a formarem pares e trocar ideias e conselhos sobre os seus
planos. Terão 4 minutos por formando.
CONVIDE dois voluntários a apresentarem uma breve síntese do seu plano.
EXPLIQUE que deverão sempre acompanhar e actualizar o progresso do seu plano para ser útil e
medir o alcance das metas.
38
Tema 3: Interpretar Os Fundamentos E Dispositivos Principais Da Legislação Laboral
Básica
Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Demonstra conhecimentos sobre os dispositivos que regem as
desempenho relações individuais e colectivas de trabalho
▪ Demonstra conhecimento sobre os deveres e direitos dos
trabalhadores nomeadamente nas relações colectivas de trabalho
▪ Explica as normas relativas à admissão de trabalhadores
▪ Lista os principais dispositivos de códigos de conduta e os seus
objectivos
▪ Avalia as condições básicas de trabalho de acordo com a legislação
laboral
Material ▪ Bloco gigante , marcadores de diferentes cores, canetas, autocolantes
necessário ▪ Bloco gigante t para a REVISÃO do TEMA 2
▪ 4 Cópias da Lei do Trabalho
▪ Ter acesso a uma lista de direitos legais e às políticas da empresa,
por exemplo: Organização Internacional do Trabalho (OIT),
Leis/regulamentos laborais nacionais
▪ Cartolinas com direitos e deveres
▪ duas folhas de bloco gigante afixadas na parede, uma intitulada
direitos e outra intitulada deveres
[Nota para o(a) formador(a): Prepare e afixe uma folha de bloco gigante dividida em duas colunas:
1. Lições mais importantes aprendidas 2. Acções prioritárias].
DIGA ALGO como: no TEMA anterior aprendemos que o primeiro passo para criar um plano de
carreira é fazer uma auto-avaliação das suas próprias qualidades, forças e competências para
tomar uma decisão informada no seu percurso profissional e definir as diferentes etapas. Vamos
rever juntos algumas lições aprendas na criação de um plano de carreira.
CONVIDE os formandos a colarem os autocolantes na frente da sala nas duas diferentes colunas
preparadas numa folha do bloco gigante .
39
INTRODUÇÃO 3.1 2 MINUTOS
EXPLIQUE: Como futuros trabalhadores preparados para enfrentar o mercado do trabalho temos
que ter conhecimento sobre os documentos legais que regem as relações de trabalho e devemos
estar cientes dos deveres e direitos que como trabalhadores teremos.
ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de continuar.
5 min
DIGA ALGO COMO: Vamos iniciar com uma actividade introdutória sobre direitos e privilégios.
EXPLIQUE que irá ler uma lista de exemplos e eles deverão levantar a mão se consideram o
exemplo como um direito. Se for privilégio não devem fazer nada.
[Nota para o(a) formador(a): metade das afirmações deve expressar direitos e a outra metade
privilégios. Seleccione exemplos de entre os seguintes que se apliquem ao seu país, ou acrescente
exemplos semelhantes.].
5 min
40
EXPLIQUE aos(às) formandos(as) que para qualquer trabalho – seja isso independente ou
assalariado, como gestor ou trabalhador de uma empresa, funcionário do Estado ou empregado –
é essencial conhecer as regras do terreno – ou seja, as leis que governam as relações individuais
e colectivas de trabalho.
PERGUNTE: Quais são exemplos de dispositivos (Leis e regulamentos) que regem as relações
individuais e colectivas de trabalho?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ A Lei do Trabalho;
▪ Contrato de trabalho;
▪ Regulamentos internos da Instituição (como o código de conduta ou mecanismos internos
de protecção e salvaguarda do trabalhador em casos de assédio e abuso sexual).
41
PEÇA aos(às) formandos(as) para trabalharem com um colega ao lado para trocar alguns ideias
e depois de 2 minutos convide alguns voluntários a partilhar as ideias com a turma.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Regras para a contratação dos trabalhadores (ou seja, regulamenta os Contratos de
trabalho, a admissão dos trabalhadores, a renovação do contrato, período probatório,
etc...);
▪ Determinar os deveres do empregador;
▪ Remuneração do trabalho;
▪ Direitos colectivos e relações colectivas de trabalho;
▪ Determinar os direitos do trabalhador. Os direitos às férias, licenças, dispensas, descanso
semanal, remuneração por férias não gozadas;
▪ Protege a dignidade do trabalhador;
▪ Protecção da maternidade e da paternidade.
DIGA ALGO COMO: As normas de admissão de trabalhadores são estabelecidas por cada
empregador, mas devem obedecer aos dispositivos gerais da lei de trabalho. Vamos rever juntos
os seus princípios.
PEÇA aos(às) formandos(as) depois de cada pergunta para trabalharem com um colega ao lado
para trocar alguns ideias e depois de 2 minutos convide alguns voluntários a partilhar as ideias
com a turma.
PERGUNTE: O que entendemos por não discriminação? Que exemplos concretos podemos dar?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Toda a pessoa tem direito de ter acesso ao trabalho, desde que reúna os requisitos
exigidos ao posto.
▪ Os empregadores não podem vedar o trabalho de um candidato, pelo facto de pertencer a
uma certa religião, etnia, tribo, raça, estado social, origem ou qualquer outro critério que
não seja de competência profissional.
EXPLIQUE: De Acordo com o artigo 35 da Constituição, “todos os cidadãos são iguais perante a lei
e gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor,
raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado
civil dos pais, a sua profissão ou a sua preferência política”.
PERGUNTE: O que entendemos portanto por Igualdade de Direitos de trabalho? Quais são
exemplos concretos?
42
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ o empregador não deve diferenciar o tratamento dos seus trabalhadores, baseando-se em
critérios pouco dignos, tais como, ser pobre ou ser rico, pertencer a uma tribo, etnia, ou
raça, deficiência, ou qualquer outro critério que não seja de competência e qualificação
académica ou profissional. Diferenciar na base desses critérios é discriminação porque
tira o principio de Igualdade de direitos.
DIGA ALGO COMO: Com o artigo 112 da Constituição de Moçambique, o princípio da igualdade
de remuneração por igual trabalho é reconhecido. Todos os funcionários, sem qualquer distinção
têm o direito de receber um salário e desfrutar de benefícios iguais para trabalho igual.
PERGUNTE: Como este ponto se relaciona com um dos aspectos que debatemos acerca da
discriminação baseada no género?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ As mulheres têm o direito de ganhar o mesmo salário de um homem, se o trabalho for
igual;
▪ As mulheres têm os mesmos direitos de ser contratadas para cargos que a sociedade
considera de homens e vice-versa, se tiver as qualificações e experiências necessárias.
DIGA ALGO COMO: Em geral, um trabalhador tem sempre os seus direitos e deveres. Os direitos
são redigidos com base nos princípios constitucionais e nos princípios da lei do trabalho. Vimos que
ao trabalhador é assegurada a igualdade de direitos no trabalho, mas este é somente um dos seus
direitos. Agora vamos fazer uma actividade para distinguir entre os deveres e direitos mais comuns
dos trabalhadores.
[Nota para formador(a): Cartolinas com direitos e deveres, duas folhas de bloco gigante
afixadas na parede, uma intitulada direitos e outra intitulada deveres] .
EXPLIQUE aos dois grupos que irão tirar um depois do outro, uma cartolina da caixa. Cada
membro em cada grupo irá ler em voz alta o conteúdo da cartolina e colocar no lugar certo no
cartaz posto na parede.
CONVIDE um formando para dar inicio ao sorteio das cartolinas. E permita cada grupo a ler. Se
todos(as) os membros do grupo concordarem, uma SALVA DE PALMAS.
43
Obedecer a ordens legais e as instruções do
Ser remunerado em função da quantidade e empregador, dos seus representantes ou dos
qualidade do trabalho que presta; superiores hierárquicos do trabalhador, e cumprir
Receber remuneração igual para trabalho igual – as demais obrigações decorrentes do contrato de
homens e mulheres. trabalho, excepto as ilegais ou as que sejam
contrárias aos seus direitos e garantias;
Não ser discriminado pelo facto de pertencer a
Utilizar correctamente e conservar em boas
uma certa religião, etnia, tribo, raça, estado
condições os bens e equipamentos de trabalho que
social, origem ou qualquer outro critério que não
lhe forem confiados pelo empregador;
seja de competência profissional
Ter assegurada a estabilidade do posto de
trabalho desempenhando as suas funções, nos
termos do contrato de trabalho, do instrumento Comparecer ao serviço com pontualidade e
de regulamentação colectiva de trabalho e da assiduidade
legislação em vigor;
Trabalhar em segurança sem coerção física de Ser leal, respeitar o empregador e os colegas,
outras pessoas.
Ter acesso a um contrato que disponha sobre
remunerações, gratificações, horas Prestar o trabalho com zelo e diligência
extraordinárias, licença de maternidade,
paternidade, etc...
Ter assegurado o descanso diário, semanal e Guardar sigilo profissional, não divulgando, em
férias anuais remuneradas. caso algum, informações referentes à sua
organização, métodos de produção ou negócios da
empresa ou estabelecimento;
RESUMA que estes eram exemplos. Os contratos definem os direitos e deveres dos contractados
e do contratante. Portanto, podem ter outros direitos e deveres para as partes. Por isso, é importante
ler com muita atenção o contrato e sempre perguntar ao departamento de Recursos Humanos
quando precisa esclarecimento relativo a um artigo. É o seu direito!
EMFATIZE que as condições básicas de trabalho são determinadas de acordo com a legislação
laboral e acompanhe as informações com exemplos concretos quando necessário:
1. Garantir a higiene, segurança e saúde do trabalhador
2. Proporcionar condições físicas, ambientais e morais de trabalho
44
3. Proporcionar medidas de segurança para todos os postos de trabalho e acessos
4. Providenciar equipamento de protecção individual de acordo com o tipo de actividade
PERGUNTE aos(às) formandos(as) se precisam de esclarecimentos sobre algum dos direitos dos
trabalhadores.
Informações complementares
▪ Os direitos dos trabalhadores se baseiam numa relação de respeito mútuo entre
empregador e empregado.
▪ No âmbito da protecção dos direitos da personalidade e da dignidade do trabalhador: é
proibido ao empregador exigir ao trabalhador durante o trabalho ou contratação,
informações da vida privada, a utilização de meios de vigilância à distância com o fim de
controlar o desempenho profissional do trabalhador, a violação de correspondência do
trabalhador efectuada por qualquer meio de comunicação privada.
▪ Existe um sistema para proteger os direitos dos trabalhadores. Dirigir-se à inspecção do
Trabalho ou aos órgãos da jurisdição laboral, sempre que se sentir prejudicado nos seus
direitos. Se os direitos dos trabalhadores forem violados, o sistema pode punir o
empregador e proteger o trabalhador.
▪ Os empregadores devem assegurar esses direitos a todos os empregados, mas os
trabalhadores devem respeitar as próprias obrigações para beneficiar-se dos próprios
direitos.
PERGUNTE: Quais são os procedimentos que os empregados podem adoptar se os seus direitos
forem violados?
RESPOSTAS ESPERADAS
Empresa pequena
▪ Fale com o seu chefe acerca da situação. Explique que acha que se trata de uma violação
dos seus direitos enquanto trabalhador.
▪ Se o seu chefe não remediar a situação, denuncie a violação ao organismo local de
protecção dos trabalhadores.
Empresa grande
▪ Fale com o seu supervisor acerca da situação. Explique que acha que se trata de uma
violação dos seus direitos enquanto trabalhador.
▪ Se o seu supervisor não remediar a situação, discuta-a com um elemento do
departamento de recursos humanos ou com o representante do seu sindicato, caso esteja
filiado num.
▪ Se o departamento de recursos humanos ou o sindicato não ajudarem a remediar a
situação, denuncie a violação ao organismo local de protecção dos trabalhadores.
4 min
PERGUNTE: O que é um contrato individual de trabalho?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Acordo entre duas partes, trabalhador e empregador;
▪ o contrato indica as normas ou regras de ambas as partes.
EXPLIQUE que o contrato indica as normas ou regras de ambas as partes. O contrato de trabalho
rege-se pelo princípio de liberdade: o trabalhador e entidade empregadora são livres de fixar, alterar,
modificar as cláusulas que regem o contrato, desde que não violem os princípios e regras
estabelecidas na Lei do Trabalho.
8 min
DIVIDE a turma em 2 grupos.
ENTREGUE a cada grupo os artigos da lei do trabalho referente aos contratos, um tipo de
contrato (entre tempo certo e indeterminado) e o Contrato de trabalho por tempo parcial.
PEÇA aos grupos para evidenciarem as características de cada tipo de contrato e reflectir sobre as
vantagens e desvantagens de cada um para o contractado.
PEÇA cada grupo para apresentar um tipo de contrato, a sua caracterização, vantagens e
desvantagens.
RESPOSTAS ESPERADAS
Tipo de Características Vantagem para Desvantagem para
Contrato contratado(a) contratado(a)
5 min
RESUMA e esclareça se ainda houver questões sobre os principais tipos de contratos.
5 min
EXPLIQUE a ligação entre direitos e responsabilidades.
DIGA ALGO COMO: Embora os direitos sejam atribuídos às pessoas, estas têm a
responsabilidade de não abusar dos seus direitos e de respeitar os direitos dos outros.
Exemplo: tem o direito de caminhar por qualquer lugar da cidade. Presume-se que não irá
incomodar outras pessoas enquanto caminha. Contudo, se incomodar ou agredir outras
pessoas enquanto caminha, será detido e perderá o direito de andar por onde quiser.
Chama-se a isso um “contrato social”.
EXPLIQUE: Este conceito de direitos e responsabilidades pode aplicar-se igualmente aos direitos
dos trabalhadores. Abusar dos direitos atribuídos aos trabalhadores seria injusto para o
proprietário/empresa.
ATRIBUA um ou dois direitos dos trabalhadores abordados na actividade anterior. EXPLIQUE que
os formandos deverão encontrar formas pelas quais um trabalhador deve ser responsável e não
abusar do(s) direito(s) dos trabalhadores atribuído(s) à equipa.
47
▪ Trabalhar num ambiente seguro com equipamento de protecção apropriado e
periodicamente inspeccionado
▪ Receber remuneração igual para trabalho igual – homens e mulheres
▪ Trabalhar somente o número de horas permitido em função da idade
▪ Trabalhar num ambiente isento de assédio e abuso físico, verbal e sexual
▪ Ter acesso a unidades de cuidados de saúde se sofrerem consequências de um acidente
de trabalho.
PEÇA ao porta-vos de cada equipa que partilhe com o grupo o(s) direito(s) dos trabalhadores
atribuído(s) à sua equipa, as responsabilidades dos trabalhadores associadas a esse(s) direito(s) e
o que pode ser feito se o(s) direito(s) for(em) violado(s).
CONCLUA a actividade partilhando com o grupo a noção de que o conceito de direitos dos
trabalhadores se baseia no respeito mútuo entre empregador e empregado. Para que os direitos
dos trabalhadores sejam eficazes, nenhum dos dois deve abusar do outro.
2 min
DIGA ALGO COMO: Empresas e organizações com muitos trabalhadores costumam desenvolver
um código de conduta.
PERGUNTE: O que é um código de conduta? E por que é importante ter um código de conduta
em todas as organizações?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Expressa as práticas e os comportamentos exigidos por uma organização.
▪ O código estabelece as regras reais, pelo que define o que um empregado pode e não
pode fazer.
▪ o código de conduta é um conjunto de directrizes que deveriam influenciar positivamente
as acções dos empregados.
10 min
PERGUNTE: Porque é importante que o empregador tenha um código de conduta?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Saber o que é aceitável fazer, e o que não é, quais são as consequências e sanções
previstas para não respeitar o código de conduta;
▪ O código ajuda a prevenir os conflitos entre os trabalhadores e a empresa;
▪ Dar orientação sobre o tipo de comportamentos esperados dos trabalhadores;
▪ Determinar práticas legais e ilegais;
▪ Construção de um ambiente de trabalho saudável, através da promoção de valores éticos,
morais e legais, com respeito pelos valores da não discriminação e de combate contra o
assédio moral e sexual no trabalho.
PERGUNTE: Que tipo de comportamentos proibidos podem constar num código de conduta?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Discriminação, intimidação ou assédio de outra pessoa;
▪ Incumprimento de normas de segurança que ponham em risco a vida do pessoal ou bens
da empresa;
▪ Denúncia infundada e de má fé de uma pessoa inocente;
▪ Consumir, distribuir, transportar, vender e possuir qualquer tipo de droga;
▪ Comprometer legalmente a empresa sem ter autorização ou provas para tal;
▪ Distorcer registos contabilísticos;
48
▪ Comunicar transacções fictícias, incluindo mas não se limitando a vendas, compras,
empréstimos, créditos e despesas;
▪ Fazer compras desnecessárias de bens e serviços em detrimento da empresa.
PERGUNTE: Se alguma vez tiver dúvidas sobre um comportamento, quais são as perguntas que
pode fazer a si mesmo para não violar as regras da sua empresa?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ É consistente com o Código?
▪ É ético?
▪ É legal?
▪ Irá reflectir-se bem em mim e na Empresa?
▪ Gostaria de ler sobre o assunto no jornal?
DIGA: Se a resposta for "Não" a qualquer uma destas perguntas, não o faça. Se ainda tiver
dúvidas, PEÇA conselhos. O Código tenta abordar muitas das situações que os empregados irão
enfrentar, mas não pode considerar todas as circunstâncias.
6 min
EXPLIQUE: Prevenir e combater a prática de assédio sexual no trabalho é tão importante que as
organizações paralelamente ao código de conduta adoptam políticas de protecção e salvaguarda
em casos de assédio e abuso sexual posicionando-se contra um conjunto de comportamentos
indesejados, percepcionados, ou entendidos como abusivos, de natureza física, verbal ou não
verbal.
PERGUNTE: Que tipo de comportamentos indesejados devem ser sancionados por uma política de
protecção e salvaguarda, em casos de assédio e abuso sexual?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Tentativas de contacto físico perturbador;
▪ Pedidos de favores sexuais com o objectivo ou efeito de obter vantagens;
▪ Chantagem e mesmo uso de força ou estratégias de coacção contra a vontade da outra
pessoa.
▪ Comportamentos de carácter explícito e ameaçador;
▪ Piadas ou comentários sobre o seu espeto que o(a) tenham ofendido;
▪ Atenção sexual não desejada;
▪ Convites para encontros indesejados;
▪ Propostas indesejadas de carácter sexual através de e-mail, SMS, ou através de sites e
redes sociais;
▪ Telefonemas, cartas, SMS, e-mails ou imagens de carácter sexual ofensivos.
ENFATISE: o assédio sexual pode tornar o local de trabalho num lugar de vulnerabilidade social
por causa das desigualdades estruturais de género e o carácter hierarquizado do mundo do
trabalho.
PEÇA aos(às) formandos(as) para escreverem 3 aprendizagens chave ou ideias importantes sobre
as aprendizagens desta sessão. PEÇA para que escrevam rapidamente cada ideia num autocolante
para dar aos seus parceiros.
Os formandos formam pares, cada um "entrega" uma das suas principais aprendizagens ao colega
e os formandos misturam-se novamente. Repita a partilha para tantas ideias quantas as pessoas
tiverem de partilhar.
49
CONVIDE os formandos a partilharem as notas recebidas.
PERGUNTE: Por que motivos acham que alguns empregadores não honram todos os direitos que
discutimos hoje?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Podem não conhecer a lei e os seu dispositivos;
▪ Podem aproveitar-se do facto que os seu trabalhadores não conhecem os seu direitos, ou
sabem que não irão reclamar porque precisam de manter o trabalho;
▪ Acham que algumas situações são injustamente negociáveis.
ABRA ESPAÇO para questões e RESPONDA às questões que surgirem antes de fechar.
50
Tema 4: Explicar Os Fundamentos Principais Da Ética Profissional
Duração 90 minutos
Critérios de ▪ Lista e explica os principais valores éticos das organizações
desempenho ▪ Identifica áreas de conflito num determinado contexto
EXPLIQUE: Antes de falarmos sobre a nossa agenda para hoje, vamos rever as nossas
experiências da
sessão passada.
PEÇA aos(às) formandos(as) para levarem 2 minutos a discutir com os seus colegas do que se
lembram, em particular dos tipos de contrato e do código de conduta.
ESPECIFIQUE que gostaria de ouvir sobre exemplos específicos dos possíveis elementos de um
contrato e de um código.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Um contrato a tempo determinado ou certo é celebrado e renovado por um período
máximo de 2 anos e deve ser renovado apenas 2 vezes e celebrado por escrito e
assinado por ambos os intervenientes.
▪ Existem tipos de comportamentos indesejados que devem ser sancionados por uma
políticas de protecção e salvaguarda em casos de assédio e abuso sexual, por exemplo
tentativas de contacto físico perturbador, pedidos de favores sexuais com o objectivo, ou
efeito de obter vantagens.
▪ Se tiver dúvida sobre um comportamento tenho que perguntar-me se é consistente com o
Código da organização? É legal?
▪ Contrato de trabalho por tempo parcial não pode superar as 25 horas de trabalho
semanal.
▪ É meu direito pedir clarificações sobre os termos do contrato que não percebo.
▪ Existe um sistema para proteger os direitos dos trabalhadores. Dirigir-se à Inspecção do
Trabalho, ou aos órgãos de jurisdição laboral, sempre que se vir prejudicado nos seus
direitos. Se os direitos dos trabalhadores forem violados, o sistema pode punir o
empregador e proteger o trabalhador.
CONVIDE voluntários(as) para partilharem o que o que foi discutido com os seus colegas.
DIGA ALGUMA COISA COMO... Durante a sessão de hoje, terão oportunidade de:
▪ Compreender os principais valores éticos das organizações
▪ Identificar áreas de conflito num determinado contexto
51
ACTIVIDADE: O que você faria? 12 Minutos
6 min
DIGA ALGO: Para enquadrar o TEMA de hoje, vamos começar com a actividade “O QUE VOCÊ
FARIA”. Vamos ter algumas hipotéticas situações e individualmente reflectir o que você faria se se
encontrasse nesta situação.
EXPLIQUE Todos temos que ter o cuidado de não fazermos “juízo de valor” sobre as respostas dos
formandos. Alguém poderá, com a sua resposta, apenas ser hipotético. As situações podem já ter
sido reais para alguém do grupo.
ORIENTE a formação de um círculo (se o grupo for pequeno) – no chão, ou nas cadeiras.
DISTRIBUA aleatoriamente, uma situação para cada pessoa.
INFORME que, se alguém quiser trocar o seu cartão , tem apenas UMA chance.
DIGA que eles irão ler a situação que está escrita no cartão e dizer como lidariam com ela – o grupo
poderá pedir esclarecimentos.
ABRA espaço para o caso de alguém querer contestar, ou acrescentar algo sobre a resposta do
colega.
6 min
OBSERVAÇÃO: outras situações podem ser criadas conforme o número de alunos e situações
mais prováveis.
PERGUNTE: O que estas actividades nos dizem?
RESPOSTAS ESPERADAS:
52
▪ Existem diferentes modos de pensar e agir;
▪ Quando agimos usamos sempre o nosso julgamento para avaliar a situação;
▪ As nossas acções são influenciadas por valores morais e éticos.
EXPLIQUE: Por detrás da forma como agimos e pensamos existem os nossos valores, que
aprendemos ao longo da nossa vida, interagindo na nossa família, comunidade e sociedade.
DIGA ALGO COMO: Usando como ponto de discussão os exemplos da actividade anterior e os
comportamentos hipotéticos. PERGUNTE: Quais são as características de comportamento ético
que observamos na actividade “Você o que faria?”
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Agir com Honestidade: Quando é verdadeiro e leal nas suas palavras e acções com as
pessoas que estiveram ao seu redor.
▪ Agir com Integridade moral : Não aceitar presentes caros como forma de ser subornados é
a qualidade de ser honesto e ter princípios morais fortes; integridade moral.
▪ Agir com Responsabilidade: denunciar as violações de direitos, não comportar-se de forma
ilegal.
DIGA ALGO COMO: Agora pensa que a maioria dos indivíduos trabalhará, em média, mais de 40
anos antes de se reformar. O que é ética profissional e como se relaciona com a obtenção e
manutenção de um emprego, ou com o ser bem sucedido no local de trabalho?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ A ética profissional é um conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente
de trabalho.
PERGUNTE: Qual é na vossa opinião a diferença principal entre um código ético e código de
conduta?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ O código de ética é um conjunto de princípios que influenciam o julgamento e o
julgamento por sua vez influencia as acções que realizamos;
▪ Código de Ética e Código de Conduta ambos são as normas a que um grupo deve aderir
para poder continuar a ser membro da organização;
▪ Estabelecem directrizes gerais para ajudar as pessoas a aplicar o seu próprio julgamento
relativamente ao comportamento adequado numa dada situação.
PEÇA aos(às) formandos(as) para darem alguns exemplos de comportamentos que são éticos no
ambiente de trabalho.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ser honesto(a);
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▪ Ser pontual;
▪ Ser respeitoso(a) com colegas;
▪ Transparência (uso apropriado dos recursos da organização);
▪ Não discriminação;
▪ Inclusão;
▪ Profissionalismo: A capacidade de mostrar respeito por todos à sua volta, enquanto
desempenha as suas responsabilidades o melhor que pode;
▪ Responsabilidade;
▪ Tratamento justo.
PEÇA agora aos(às) formandos(as) para darem exemplos de alguns comportamentos que não são
éticos no ambiente de trabalho.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Assediar colegas sexualmente ou verbalmente;
▪ Aceitar subornos (qualquer tipo!);
▪ Trocar favores (incluindo sexuais) em troca de promoção, etc.
[Nota para o(a) formador(a): Entregue a ficha com as frases sobre exemplos de atitude éticas;
prepare o Cartaz com regras da ética laboral e abra-o somente depois da actividade dos formandos;
entregue a ficha]
10min
DIVIDA os formandos em 2 grupos: cada grupo deve elaborar os seus códigos de ética profissional
e dar exemplos concretos de como o código de ética se traduz em acções e comportamentos
adequados, em qualquer situação laboral. Antes de elaborar o seu código, cada grupo deverá
reorganizar 4 das frases que contêm exemplos de atitudes éticas num ambiente de trabalho,
notando que elas se encontram mal formuladas.
g) A exige honesto que integridade você seja e seus colegas com sempre
consigo os
RESPOSTA CORRECTA: A integridade exige que você seja sempre
honesto consigo e com os seus colegas.
6min
CONVIDE alguns voluntários a apresentar as frases correctas e os valores da Ética profissional,
explicando porque os consideram importantes.
15 min
EXPLIQUE que quando falamos de grupos, quando indivíduos têm de trabalhar em conjunto,
haverá sempre conflitos.
55
PERGUNTE: Já assistiram ou foram protagonistas de conflitos éticos no vosso local de trabalho,
na família ou na escola? Que exemplos gostariam de partilhar?
RESPOSTAS ESPERADAS
ESCREVA alguns exemplos mais relevantes:
▪ Desentendimento sobre o objectivo de um trabalho em comum;
▪ Alguém chegou atrasado, ou não chegou, então todo o trabalho ficou para a outra pessoa;
▪ Alguém usa o carro da empresa como se fosse o seu pessoal e se sente autorizado em
fazer isso;
▪ Despedimento de trabalhadores de uma organização de forma injusta, mesmo sabendo
que a pessoas a serem despedidas precisavam desesperadamente de trabalhar.
RESUMA: um conflito ético ocorre quando você ou um colega tomam uma decisão que poderia ser
vista como ilegal ou inapropriada para um terceiro. Muitos conflitos pessoais podem surgir a partir
de dilemas éticos, dos diferentes modos das pessoas verem e interpretarem determinadas
situações, ou de opiniões ou ideias conflituantes.
DÊ 1 minuto para cada grupo pensar no porquê da sua escolha e deixe algum tempo para a
discussão depois de cada cenário.
CONVIDE um grupo de cada vez a apresentar a sua posição e envolva os outros a fim de debater
o que eles teriam feito, naquele cenário específico .
LEIA
Tornar-se rico O teu amigo oferece-te uma oportunidade de ganhar muito
dinheiro muito rapidamente. Ele criou uma conta para os seus lucros. Ele
não te dirá exactamente como está a ganhar esse dinheiro, mas fica-se com
a impressão de que não é exactamente legal. Ele só quer um investimento
de 500 dólares e promete que receberás o suficiente do teu investimento
mínimo, que nunca mais precisarás de trabalhar.
LEIA
Um roubo no escritório: Tu és responsável pela pequena soma de dinheiro
do dia-a-dia, no escritório. Contudo, um colega é responsável por fazer uma
ida semanal ao banco para fazer o depósito dos fundos da empresa e
levantar dinheiro para a semana seguinte. Numa conversa com o vosso
supervisor comum, este pergunta-te se o aumento da pequena quantia
habitual, em dinheiro, foi suficiente. No entanto, tu não viste nenhum
dinheiro adicional. Percebes que o teu colega de trabalho tem estado a
embolsar o dinheiro adicional.
LEIA
O amigo infiel está a jantar com o teu marido num novo restaurante onde
nunca esteve antes. É numa parte da cidade que raramente se visita. Fica
chocado por ver a mulher do seu amigo a jantar com uma pessoa muito
jovem e atraente. Da forma como agem, é óbvio que são mais do que
amigos. O casal termina a sua refeição e sai sem os verem.
10 min
DIGA: Agora vamos ouvir uma história e vamos a seguir tentar dar algumas dicas para tornar um
conflito numa situação positiva.
Diga algo como: Imaginemos agora que o Ernesto e Alice começaram a se acusar um ao outro
com modos de comunicação destinados a procurar culpados, acusar, defender, estar certo.
E: Não só decidiu a versão final sem mim, como também a comunicou a
todo o grupo e vendeu algo que agora me coloca em dificuldades com outros
colegas!
A - Marco, estás sempre ausente, esta é a consequência lógica da tua
maneira de fazer!
Alice sente-se atacada e instintivamente, em vez de suavizar o seu tom, ela
contra-acusa o seu colega.
E- não se esconda atrás de desculpas porque está errado e tem sido injusto!
Não é a primeira vez que isto acontece. A versão final não demorou muito a
57
chegar. Tem o mau hábito de não falar!
A - Se não apareceres!
M - Mas ontem estive fora!
PERGUNTE a todos(as): Quais são as estratégias que podem adoptar para resolver os conflitos
de maneira construtiva?
[Nota para o(a) formador(a): Escreve as respostas abaixo no bloco gigante].
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Não ataque a pessoa, mas o problema em si: isso nos ajuda a não alimentar os
conflitos com frases que podem magoar a outra pessoa; ao invés de atacar,
concentramo-nos no problema e procuramos soluções para que ambas as partes
possam melhorar a situação.
▪ Não tente ganhar fazendo perder o(a) outro(a). Seria apenas uma solução temporária.
Em vez disso, quando duas pessoas trabalham juntas para encontrar uma solução que
tenha em conta as preocupações e as necessidades de ambas, os resultados podem ir
mais ao longo termo.
▪ Não tente dominar, intimidar, manipular, mas dialogue de forma honesta, directa e
assertiva. Dominar e manipular pertencem a estratégias do estilo “eu-ganho-tu-perdes”,
mas a forma melhor para ter resultados satisfatórios é de expor de forma simples e clara o
nosso ponto de vista, respeitando as opiniões dos outros. Ser honestos, ser sinceiros e
ter respeito produzem sempre os melhores resultados.
▪ Não tente enterrar o problema, mas deixe os problemas manifestarem-se de modo
que possam ser resolvidos colaborativamente. Muitas pessoas não gostam de conflitos e
por isso tentam evitá-los, mas assim acumulam ressentimento. Ressentimento pode
sabotar a cooperação entre pessoas e dar origem a comportamentos passivos,
agressivos, atrasos e outros conflitos pessoais. É melhor reconhecer que o problema
existe para depois decidir como chegar à solução.
▪ Não nos concentremos só nas nossas necessidades sem ter em consideração as
necessidades dos outros. Tentamos ver o mundo com os olhos dos outros, escutando
activamente. Um dos problemas dos pontos de vista é a sua visão ‘unilateral’, só vemos
um caminho e só uma saída. É fácil concentrar-se sobre o que temos e o que precisamos,
sem considerar o que quer a outra pessoa. Dedique tempo para dialogar e ouvir
activamente a outra pessoa para melhor compreender o conflito e chegar a uma
conclusão.
[Nota para o(a) formador(a): Prepare duas folhas de bloco gigante, uma com o título “Ideias
importantes a reter” e outra com o título “perguntas” e afixe-as na parede.]
EXPLIQUE: Em 2 autocolantes de diferentes cores escrevam uma ideia importante que retiveram
da sessão de hoje e uma pergunta com que tenham ficado na cabeça por causa da sessão.
Devem colar cada autocolante no bloco gigante correspondente. Explique que devem ser rápidos.
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SINTETIZE as ideias mais importantes coladas no bloco gigante.
59
Tema 5: Demonstrar Boas Práticas De Serviço Ao Cliente
Duração 75 Minutos
Critérios de ▪ Demonstra compreensão sobre a importância de pôr o foco no cliente
desempenho ▪ Explora as diferenças entre mau e bom atendimento e como melhorar
(I PARTE)
Material ▪ Bloco gigante , marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪ Ficha Boas práticas de atendimento a clientes
DIGA que vão começar por rever as principais aprendizagens do tema passado.
PEÇA aos(às) formandos(as) para pensarem na primeira letra do seu nome. Se tiverem dois nomes,
Peça-lhes para usarem aquele de que gostam mais. Aqueles com nomes começados por “A” até
“M” vão ficar numa ponta da sala e os que têm nomes começados pelas letras “N” até “Z” vão ficar
na outra ponta da sala.
[Nota para o(a) formador(a): Lembre-se de usar os mesmos elementos do protocolo no local de
trabalho que apresentou na sessão anterior]
EXPLIQUE as seguintes regras para o jogo. A equipa com menos pessoas no seu grupo vai
começar. O(a) formador(a) irá ler uma explicação ou dar um exemplo de um elemento típico do
protocolo ético no local de trabalho. A primeira equipa a dar um exemplo e explicação do elemento,
recebe um ponto. A equipa com mais pontos ganha.
COMECE o jogo. Registe um ponto por cada resposta correcta debaixo do nome da equipa em
questão.
Quando tiver abordado todos os elementos do protocolo, pare o jogo e anuncie a equipa vencedora.
PARABENIZA as duas equipas pelo seu bom trabalho.
DIGA ALGO COMO: Hoje vamos dar inicio ao TEMA 5: Demonstrar boas práticas de serviço ao
cliente.
60
O tema terá a duração de 3 sessões onde juntos iremos explorar a importância de atender da
melhor forma possível as necessidades dos nossos clientes, fornecendo e prestando uma
assistência, ou um serviço profissional de alta qualidade, também nas situações mais difíceis e
com os clientes mais complexos.
15 min
DIGA ALGO COMO: Antes de atender os pedidos ou sugestões do cliente, vamos perceber bem o
conceito de pôr o foco no cliente.
EXPLIQUE: Isto implica sentir o que o seu cliente está a sentir, pensar no que o cliente está a
sonhar e no que ele aspira alcançar ou a tornar-se. Em resumo, significa colocar o cliente no lugar
de condutor e concentrar-se nas suas necessidades, desejos, aspirações e sonhos - ao contrário
de se concentrar em si próprio e no seu negócio.
[Nota para o(a) formador(a): escreva as respostas no bloco gigante . Depois de cada pergunta
deixe um minuto aos(às) formandos(as) para pensarem individualmente em algumas respostas e
um minuto para partilhar os seus pensamentos com o colega ao lado, depois convide alguns
voluntários a partilhar as suas ideias. ]
PERGUNTE: Porque acham que é importante colocar-se no lugar do cliente e ver as coisas na
perspectiva dele?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Ajuda a compreender melhor o cliente e encontrar a solução mais certa para ele/ela.
▪ Ajuda a colocar o vendedor na mesma página com o comprador/cliente.
▪ O cliente vai sentir e ver que você está a fazer um esforço extra para compreender a
situação em que ele se encontra.
▪ Garante a satisfação dos clientes para que continuem a comprar e preferir os seus
produtos ou serviços.
▪ Terá provavelmente mais vendas do que os seus concorrentes.
▪ Será mais frequentemente do que antes contactado por clientes que querem a sua ajuda,
em vez de ter de os procurar para oferecer o seu apoio. O poder do boca-a-boca não deve
ser subestimado.
PERGUNTE: Mas como podemos tornar-nos mais aptos para pôr o foco nos clientes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Deixe de se concentrar nas suas próprias necessidades e desejos e concentre-se nas
necessidades do seu cliente. Pergunte a si mesmo: Como posso ajudar o meu cliente?
▪ Mudando a minha atitude e comportamento em relação ao cliente (Por exemplo não quero
vender a todo o custo, mas quero perceber as necessidades do cliente e oferecer a opção
melhor).
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▪ Quando estiver a vender ou a servir um cliente, concentro-me no comportamento do
cliente, assim nas sensações transmito (é relaxado, tem pressa, é confuso ou tem ideias
claríssimas).
▪ Ser honesto e sincero. Caso contrário, os clientes sentirão a sua desonestidade e
falsidade.
EXPLIQUE: Você pode treinar e praticar as suas capacidades de foco no cliente ao reverso, ou
seja, PEÇA aos(às) formandos(as) para se lembrarem de uma vez na qual eram clientes.
DIGA ALGO COMO: Por exemplo, você é um cliente, que está aqui para adquirir a melhor
aprendizagem possível. Eu hoje cheguei sem preparar-me, vocês fazem perguntas, eu mudo de
tópico, não fiz nenhuma pergunta para perceber se estão ou não a acompanhar a explicação. Como
se sentiriam? Que perguntas nascem sobre de mim, como “vendedor” desta sessão?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Me faz sentir que não sou importante.
▪ Não está interessado nas minhas necessidades de aprendizagem e os meus desejos em
participar nesta formação.
▪ Será que está a prestar atenção no que eu disse?
▪ Será que é alguém que conhece o que está a fazer? Não quero mais voltar a ter uma
sessão destas.
▪ Estou a perder tempo, aqui não há o que preciso.
PERGUNTE: Que habilidades e competências são necessárias para um bom serviço ao cliente?
RESPOSTAS ESPERADAS
Complemente as ideias dos formandos com os exemplos a seguir:
▪ Empatia. As suas interacções podem começar com alguém que esteja frustrado ou infeliz.
É importante que compreenda e se identifique com os sentimentos dos outros e que
comunique em conformidade.
▪ Comunicação Eficaz. Terá de responder de forma atempada. Precisará de comunicar
com eles de uma forma clara e fácil de compreender para resolver o problema.
▪ Paciência. Os clientes podem fazer várias perguntas, ser infelizes ou pedir-lhe que repita
instruções várias vezes. A paciência é importante para manter a conversa no bom
caminho, permanecer afável e proporcionar uma experiência positiva.
▪ Conhecimentos técnicos/ Conhecimento do seu produto ou serviço. Para resolver
eficazmente os problemas, provavelmente precisará de ter um pouco de conhecimentos
técnicos ou industriais para os ajudar a resolver o problema em questão.
▪ Após a sua conversa, é provável que utilize a capacidade de escuta activa para gravar
itens de acção e completar quaisquer tarefas de seguimento.
▪ Adaptabilidade: Cada cliente terá o seu modo de fazer e a sua forma de ser:
▪ Resolução de conflitos
▪ Criatividade
▪ Pensamento rápido
▪ Tomada de decisões
▪ Leitura de sinais físicos e emocionais
RESUMA: Embora o serviço ao cliente seja frequentemente visto como uma competência em si
mesma, existem muitas competências associadas. O conjunto de competências inclui, dentre
outras, empatia, paciência, flexibilidade, uma presença calma, bem como capacidades de
comunicação, escuta activa e persuasão. Trabalhar eficazmente com muitos clientes, cada qual
com as suas características, exigirá competências diferentes para ajudar a criar uma solução eficaz
62
para todos. Iremos exercitar algumas dessas competências para melhorar a nossa capacidade de
lidar com clientes.
DIGA: Vamos ler as histórias da Dona Vânia e Dona Elisabete para aprender sobre o que estão a
fazer de bem ou mal quando atendem seus clientes.
EXPLIQUE: Mau atendimento pode traduzir-se em frieza e apatia no trato do cliente, enquanto bom
atendimento se traduz em cortesia, boa comunicação, credibilidade, competência, iniciativa,
flexibilidade nos pedidos feitos pelo cliente e disponibilidade para ajudar.
PERGUNTE: Se um produto estiver indisponível não diga que “Não temos”, o que pode dizer?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Desculpe actualmente esgotou, eu poderia sugerir...
▪ Desculpe actualmente esgotou, mas já requisitei, e daqui a x dias estará disponível...
DIGA: Agora, vamos rever uma lista onde misturamos boas e más práticas de atendimento ao
63
cliente. Vocês irão colocar (x) somente se for um bom atendimento, no caso de não ser deverão
pensar num comportamento alternativo.
ENTREGUE uma ficha de Controlo das boas práticas do atendimento ao cliente a seguir e LEIA
cada linha das melhores práticas de atendimento ao cliente.
RESPOSTAS ESPERADAS
Boas práticas de atendimento a clientes Coloque (x) somente se
for um bom atendimento
1 Dar a cada cliente uma saudação amigável
2 Chamar as/os clientes pelo nome, se forem conhecidos
3 Trata clientes de forma respeitosa
4 Entregar um serviço rápido
5 Informar ou mostrar seus produtos/serviços que podem
ser interessantes para as/os clientes
6 Se um produto estiver indisponível diga que “Não
temos”
7 Tomar nota de produtos/serviços que a/o cliente pediu
para acrescentar ou repor
8 Verificar a qualidade do produto antes de entregar à(a)o
cliente
9 Não preste atenção ao seu cliente quando chegar na
loja, poderia sentir-se pressionado, deixe ele explorar e
se precisar de ajuda será ele a pedir esclarecimentos
10 Não ter em consideração as ideias do cliente porque
somente você sabe quais são os produtos com melhor
qualidade
11 Verificar o valor total a ser pago e, se aplicável, o valor
de trocos
12 Despedir de forma amigável e convidar as/os clientes a
voltar novamente em breve
DIGA algo como: Esta actividade promove a discussão em grupo para explorar o
profissionalismo criativo de cada indivíduo. Desperta a consciência de que não deve haver
desculpas dadas para não prestar um serviço excelente.
EXPLIQUE que devem partilhar e listar três a cinco desculpas comuns que são dadas ao cliente
por estar a oferecer um serviço de atendimento deficiente. E na coluna o que deveria ter
acontecido eles deverão dar espaço à sua criatividade e pensar numa acção que dever-se-ia
realizar no lugar da desculpa.
Exemplos de desculpas
▪ O meu computador está desligado.
▪ Estou a ter uma segunda-feira terrível.
▪ Esse não é o meu cliente! Acabei de receber a última chamada!
▪ Esse cliente é problemático, não sou eu a não saber lidar com ele.
#2
#3
#4
#5
CONCLUA que não deverá haver qualquer desculpa para não prestar um excelente serviço ao
cliente.
AVALIE as situações reais em que foram dadas desculpas e determine o que deveria ter
acontecido.
PERGUNTE:
▪ Qual é a importância de pôr o foco no cliente?
▪ Qual é a importância de oferecer um bom atendimento aos clientes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Ajuda a compreender melhor o cliente e encontrar a solução mais certa para ele/ela.
▪ Garante a satisfação dos clientes para que continuem a comprar e preferir os meus
produtos ou serviços.
▪ Terá provavelmente mais lucros.
CONVIDE os formandos a levarem algum tempo para reflectir sobre as principais lições de hoje e
como podem usá-las para melhorar a maneira como gerem a relação com os clientes.
DIGA: ESCREVAM pelo menos duas coisas da sessão que foram significativas para vocês e que
gostariam de implementar nos vossos negócios, ou em preparação da próxima sessão onde
iremos praticar o atendimento ao cliente.
65
REVEJA ou RESPONDA qualquer questão pendente ou perguntas.
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SESSÃO 5.2 BOAS PRÁTICAS DE SERVIÇO AO CLIENTE (I PARTE)
Duração 90 Minutos
Critérios de ▪ Explora as diferenças entre mau e bom atendimento e como melhorar
desempenho (II Parte)
▪ Identifica boas práticas de serviço ao cliente (1 parte)
Material ▪ Meios visuais para registo de ideias (papel, folha de bloco gigante ou
necessário quadro branco/de giz e marcadores/giz)
▪ Guião para “Demonstração dos passos para lidar com reclamações de
clientes”
▪ Dois sacos de papel ou outros recipientes
▪ Papel para etiquetar os sacos ou recipientes
▪ Uma caneta ou um lápis para cada formando, caso devam escrever os
seus nomes em tiras de papel
▪ Tira de papel, uma para cada formando
PERGUNTE: Quais as boas práticas de serviço ao cliente que observamos na sessão passada?
RESPOSTAS ESPERADAS
[Nota para a Formador: Dê espaço aos(às) formandos(as) discutirem e escreva as respostas na
folha de a bloco gigante ]
▪ Tratar de maneira respeitosa as/os clientes, saudar sempre e agradecer para melhorar a
sua experiência de compra.
▪ Sempre sorrir e ser bem-educado(a) com os clientes, mesmo as/os mais difíceis.
▪ Conhecer o produto/serviço que os(as) clientes precisam e disponibilizá-lo onde e quando
eles/elas precisarem.
▪ Saber como lidar com clientes difíceis e como agir com diferentes clientes.
▪ Aplicar técnicas de comunicação interpessoais para atrair e reter clientes.
▪ Realizar actividades de comunicação como anúncios de novas mercadorias, quando
os(as) clientes comprarem outros produtos.
DIGA ALGO COMO: A nossa sessão de hoje é dedicada à pratica. Vamos trabalhar com situações
que nos irão permitir observar o ponto de vista do cliente, assim como de praticar algumas
competências chave para lidar com o cliente.
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▪ Praticar a mudança de respostas inadequadas dos empregados para respostas
construtivas.
▪ Identificar o modo de fazer apropriadamente uma reclamação e praticar o modo de fazer
uma reclamação apropriada.
DIGA ALGO COMO: Na posição de futuros empreendedores, mas também como trabalhadores de
uma empresa, vocês poderão encontrar-se em situações em que terão de lidar com clientes
insatisfeitos. É importante saber como lidar com elas/eles para que possam mudar o
comportamento deles, torná-los clientes fiéis, que promovam os vossos negócios e que comprem
sempre os vossos produtos.
DESCREVA situações nas quais um cliente de uma loja ou empresa esteja transtornado.
DÊ 5 minutos
5 min
CONVIDE alguns voluntários.
EXPLIQUE que cada grupo receberá um cenário de um cliente difícil e que alguém do seu grupo
desempenhará o papel do cliente, enquanto os outros desempenham o papel de donos de
negócios e tentam lidar com o cliente.
DISTRIBUA para cada grupo um dos cartões com cenário de clientes difíceis.
Cenário Um:
Há uma cliente que pela primeira vez trata do seu cabelo no teu salão.
Depois de tu começares a lhe trançar o cabelo, ela diz que não está a
gostar e que quer que desmanches tudo e recomeces, se não, não vai
pagar. Como irias lidar com essa situação de cliente difícil para ter certeza
de que ela volte e pede outro serviço novamente?
Cenário Dois:
Um cliente regular que todos os dias compra as suas refeições para o
almoço no teu estabelecimento, um dia reclama que o frango está frio e as
batatas fritas não têm gosto. Tu descartas esse cliente porque achas que
ele é desonesto e está sempre a reclamar.
INFORME-OS que só têm um minuto para a representação por isso eles devem ser breves e
simples.
CONVIDE cada grupo, um de cada vez, para apresentar a sua encenação da situação de cliente
difícil.
PERGUNTE: Entre o cenário 1, 2 e 3 quem terá mais chances de reter a/o cliente?
[Nota para o(a) formador(a): Depende da encenação, mas como ponto de partida o Cenário 2
não tem nenhuma chance e o Cenário 3 tem mais probabilidades de resolver o problema.]
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DIGA: A maioria dos clientes que reclama volta ao estabelecimento, se o problema for resolvido
com tranquilidade.
PERGUNTE: Por que razão devemos ouvir atentamente e acomodar os clientes difíceis?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Os clientes são RAINHAS e REIS. Mesmo com clientes difíceis, é importante ouvi-los
com cuidado, procurar entendê-los e responder-lhes de maneira educada e clara. Às
vezes os clientes difíceis ou insatisfeitos podem ajudá-lo a melhorar o seu negócio, pois
destacam áreas sobre produtos ou prestação de serviços que devem ser melhoradas.
▪ Se as reclamações dos clientes forem verdadeiras, podemos aprender o que estamos a
fazer de errado e impedir que isso aconteça novamente.
▪ Problemas não resolvidos com clientes insatisfeitos podem comprometer a reputação da
loja, portanto tem de se solucionar as queixas.
▪ Perde 1 cliente perde 100 (família, vizinhos, amigos, etc.).
DIGA aos(às) formandos(as) que você, o(a) formador(a), vai demonstrar como desempenhar o
papel de empregado. PEÇA a um dos formandos que desempenhe o papel de cliente.
PEÇA ao formando que se aproxime da parte da frente da sala. Use o guião abaixo para demonstrar
boas práticas para lidar com reclamações de clientes.
EXPLIQUE que os formandos deverão tomar notas das estratégias que você irá usar para lidar com
a reclamação do cliente.
Cliente: “Um dos sacos que me deu para levar as minhas compras rasgou-
se a meio do caminho para casa e as quatro garrafas de vidro partiram-se.”
Empregado: “Oh, isso é horrível. Pisou algum dos vidros?”
Cliente: “Não, mas foi uma grande confusão.”
Empregado: “Lamento que lhe tenha acontecido isso.”
Cliente: “Está bem, mas quero que substitua os quatro artigos sem custos,
já que foi o vosso saco que se rasgou.”
Empregado: “Antes de falarmos disso, deixe-me ver se compreendo
exactamente o que se passou, porque vou ter de explicar a situação ao meu
chefe. Comprou os artigos e eu pu-los em dois sacos, duas garrafas em
cada um deles. Na sua ida para casa, um dos sacos rasgou-se e todas as
quatro garrafas de vidro se partiram. Não compreendo como passaram a
estar as quatro garrafas num só saco.”
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Cliente: “Bem, parei noutra loja e juntei todos os artigos num só saco,
porque teria de transportar três sacos. Mas continuo a achar que deve
substituir as quatro garrafas.”
Empregado: “Então acha que um só saco devia ter suportado todos os
artigos e, como isso não aconteceu, quer que a nossa loja substitua as
garrafas?”
Cliente: “Exactamente. ”
Empregado: “Muito bem, deixe-me dizer-lhe o que posso fazer. Não estou
autorizado a substituir tantos produtos sem a aprovação do meu chefe. Pode
esperar até que o meu chefe regresse dentro de cerca de duas horas e falar
com ele, ou levar já três garrafas de substituição, que ficam abaixo do
montante que ele me autorizou a substituir.”
Cliente: “Quero todas as quatro garrafas substituídas já, não quero esperar
pelo seu chefe.” Empregado: “Lamento, mas não posso fazer isso.”
Cliente: “Não vou ficar à espera durante duas horas. Levo as três garrafas
de substituição agora e talvez fale com o seu patrão mais tarde.”
Empregado: “Muito bem. Vou arranjar-lhe as três garrafas. E, por favor,
mantenha apenas duas delas num dos sacos. Estes sacos não foram
concebidos para suportar o peso de três ou quatro garrafas.”
Cliente: “Está bem.”
Quando acabar de representar com base no guião, agradeça ao formando que desempenhou o
papel de cliente.
EXPLIQUE aos(às) formandos(as) que, se fosse o empregado, diria ao seu chefe o que acontecera
quando ele voltasse. Perguntar-lhe-ia se a substituição pelas três garrafas era aceitável, ou se teria
preferido que não as entregasse até ele voltar, dado que a cliente tinha posto todos os artigos no
mesmo saco.
PEÇA aos(às) formandos(as) que acrescentem quaisquer sugestões para melhorar a tentativa do
empregado de lidar com a reclamação de uma cliente difícil.
PERGUNTE: Acham que a cliente ficaria satisfeita com esta resposta? Expliquem os vossos
motivos.
EXPLIQUE: Para melhorar o atendimento é fundamental saber lidar com clientes difíceis.
10 min
APRESENTE os passos usando o modelo abaixo somente depois de ter envolvido os formandos
na apresentação I II I das informações que apontaram.
DIGA ALGO COMO: Quais são os passos ou as estratégias que eu usei para responder à
reclamação da cliente?
RESPOSTAS ESPERADAS (a ordem pode mudar na base das intervenções dos formandos),
complemente as respostas com as seguintes informações.
EXPLIQUE: Este passo tem duas partes. Pergunte ao cliente como gostaria de ver o problema
resolvido.
▪ Se achar a sugestão legítima e tiver poderes para a aceitar, faça-o.
▪ Se achar que o pedido não é legítimo ou não tiver poderes para o aceitar, diga-o ao
cliente e encaminhe-o para o seu supervisor.
EXPLIQUE que:
▪ Manter a calma e responder de forma construtiva nem sempre é fácil. Exige prática;
▪ A repetição dos negócios com clientes satisfeitos pode ajudar uma empresa a aumentar
as vendas;
▪ Os clientes satisfeitos podem partilhar opiniões positivas sobre vocês com a gerência da
loja, o que pode conduzir ao reconhecimento pelo bom trabalho.
5 min
PEÇA a todos os formandos que escrevam os seus nomes em pedacinhos de papel.
PONHA metade dos nomes no envelope com o nome “Porta-vozes” e a outra metade no envelope
com o nome “Verificadores”.
FORME um par tirando um nome do saco “Porta-vozes” e outro nome do saco “Verificadores”.
Continue a formar pares tirando um nome de cada saco até todos os formandos terem um parceiro.
Depois, volte a pôr os nomes nos sacos. PEÇA aos pares que se sentem juntos.
EXPLIQUE que você, o(a) formador(a), descreverá uma situação e apresentará uma resposta
inadequada de um empregado a um cliente queixoso.
Cada par criará uma resposta construtiva usando os cinco passos. TIRE um nome do saco “Porta-
vozes”.
EXPLIQUE: O formando cujo nome seja extraído dirá ao grupo a resposta que criou com o seu
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parceiro. Em seguida, tire um nome do saco “Verificadores”. O formando cujo nome seja extraído e
o seu parceiro dirão ao grupo se acham que o comentário segue os cinco passos e se acham que
o comentário satisfaria a cliente e porquê.
Depois de os dois pares terem respondido, você e o grupo podem contribuir com comentários
adicionais. Você, o(a) formador(a), descreverá situações adicionais com respostas inadequadas de
empregados e, para cada uma delas, será usado o mesmo processo.
Os formandos podem consultar os passos registados no bloco gigante enquanto preparam as suas
respostas.
DESCREVA a situação seguinte ou outra que possa ser cultural e contextualmente mais apropriada
ao grupo:
O empregado, Fabião, trabalha numa loja. A loja está aberta das 9h00 às
19h00. O Fabião começou a trabalhar ao meio-dia. O chefe dele saiu para
almoçar, dizendo que voltaria dentro de uma hora. Uma cliente, Giselle, que
o Fabião nunca viu antes, entra na loja e começa a reclamar acerca de
artigos em falta no seu saco. Um outro trabalhador dá-lhe uma resposta que
só serve para a irritar.
EXTRAIA um nome do saco “Porta-vozes” e PEÇA ao formando que diga ao grupo a resposta que
criou com o seu parceiro.
Quando o formando terminar, extraia um nome do saco “Verificadores” e PEÇA a esse formando e
ao respectivo parceiro que digam ao grupo se o comentário segue os cinco passos e se satisfaria
a cliente.
Situação 2: após uma longa espera numa clínica com escassos recursos
humanos, uma pessoa decide ir-se embora sem ser atendida e a sentir-se
irritada. Ao sair, a pessoa exclama: “Isto é ridículo! Não vou esperar mais.
Venho cá noutra altura.”
10 min
DIGA ALGO COMO: a maioria das pessoas já reclamou por algum motivo. Há ocasiões em que é
apropriado defendermos a nossa posição e reclamarmos. Porém, uma pessoa deve exprimir a sua
reclamação de uma forma tão positiva quanto possível.
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PERGUNTE aos(às) formandos(as) o que acham que deve ser dito para fazer uma reclamação
perante alguém de forma positiva.
Mantendo os pares, PEÇA aos(às) formandos(as) que elaborem uma declaração verbal que
pudessem usar para reclamar perante as situações acima.
Reclamação possível do cliente, S2: “Parece que vai demorar mais uma
hora até me chamarem para tratamento. Não posso esperar tanto tempo.
Podem ver-me nos próximos 30 minutos ou devo ir embora e recorrer a uma
clínica diferente mais tarde?”
PEÇA aos(às) formandos(as) que reflictam sobre as questões seguintes e registem as suas
respostas no seu caderno.
PERGUNTE:
▪ Que acham que aconteceria se os empregados respondessem aos clientes de uma forma
negativa?
▪ Quais são os benefícios do uso dos cinco passos e das respostas construtivas?
▪ Se quiserem apresentar uma reclamação acerca de algo, quais são as duas coisas que
podem dizer para a exprimirem de uma forma positiva?
▪ Que outras competências aprenderam que poderão ajudar uma pessoa a exprimir uma
reclamação de forma positiva ou a responder a alguém que faça uma reclamação de forma
negativa?
Se o tempo o permitir, PEÇA a alguns voluntários que partilhem as suas respostas com todo o
grupo.
Acrescente às respostas dos formandos o seguinte:
▪ Manter uma atitude positiva.
▪ Competências de gestão de conflitos.
▪ Competências de escuta.
▪ Lidar eficazmente com as críticas.
▪ Ter autoconfiança.
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SESSÃO 5.3 BOAS PRÁTICAS DE SERVIÇO AO CLIENTE (II PARTE)
Duração 25 Minutos
Critérios de ▪ Explora as diferenças entre mau e bom atendimento e como melhorar
desempenho (II Parte)
▪ Identifica boas práticas de serviço ao cliente (2 Parte)
Material ▪ Meios visuais para registo de ideias (papel, folha de bloco gigante ou
necessário quadro branco/de giz e marcadores/giz)
▪ Guião para “Demonstração dos passos para lidar com reclamações de
clientes”
▪ Dois sacos de papel ou outros recipientes
▪ Papel para etiquetar os sacos ou recipientes
▪ Uma caneta ou um lápis para cada formando, caso devam escrever os
seus nomes em tiras de papel
▪ Tiras de papel, uma para cada formando
PERGUNTE: o que aprendemos sobre como lidar com as reclamações dos clientes na sessão
passada?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Manter a calma.
▪ Não fique nervoso(a) ou irritado(a) nem eleve o tom de voz
▪ Evite interromper a outra pessoa
▪ Ainda que ache que o cliente está errado, não o corrija nesta fase;
▪ Escutar toda a queixa sem ficar na defensiva;
▪ Resuma a reclamação do cliente. Se possível, tenha o cuidado de personalizar o diálogo,
usando o nome do cliente;
▪ Na maioria, os clientes não querem saber quem cometeu o erro. Só querem ver o
problema resolvido;
▪ Mantenha a calma e prepare o passo seguinte para resolver o problema e, se possível,
exceder as expectativas do cliente;
▪ Agir com rapidez para tentar resolver o problema.
DIGA ALGO COMO: A nossa sessão de hoje é dedicada à escuta e comunicação que são
fundamentais para o atendimento aos clientes.
DIGA ALGO como: Vamos fazer um jogo, em que um de nós começa uma história sobre
atendimento ao cliente e deveremos sempre ser fiéis ao que o colega antes de nós diz. É preciso
construir sobre o que foi dito pelo último
colega e sempre de forma positiva.
Exemplo:
Penso que lidar com os clientes é difícil.
....Sim, concordo mas vale sempre a pena porque saber lidar com eles melhora o nosso trabalho...
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...Claro, assim é ser um bom empreendedor…
....Isso significa também ter mais clientes e crescer como negócio.
EXPLIQUE: Para além da diversão de ver a história seguir nas direcções mais estranhas, este
jogo ensina algumas competências cruciais de serviço ao cliente. Uma delas é a capacidade de
ouvir. Um hábito de conversa desagradável é estar excessivamente concentrado no que se quer
dizer. Enquanto a outra pessoa fala, muitas pessoas perdem muita coisa do que foi dito.
EXPLIQUE: Um elemento do atendimento ao cliente é ser capaz de comunicar de forma eficaz. Por
isso, vamos treinar
nesta sessão formas de transmitir mensagens.
DIGA aos(às) formandos(as) que vão fazer uma actividade para entenderem melhor este
conceito.
EXPLIQUE que vão ter de partilhar uma mensagem da primeira à última pessoa na linha. A primeira
pessoa vai partilhar a mensagem com a pessoa do lado e assim sucessivamente até que a
mensagem seja passada por todos da linha.
DIGA Cada pessoa só pode repetir a mensagem ao seu colega uma vez!
[Nota para o(a) formador(a): Caso a aula tenha muitos formandos pode dividir em 2 grupos e ao
outro grupo transmitir outra frase, por exemplo: “Um empregado preguiçoso e dorminhoco acusou
injustamente o cliente que não trouxe o recibo para trocar um presente”.]
PEÇA para a primeira pessoa da linha repetir a frase que lhe disse à pessoa seguinte na linha.
Quando a mensagem chegar ao fim da linha, PEÇA à última pessoa para partilhar que ouviu.
Depois PEÇA à primeira pessoa da fila para transmitir a mensagem que lhe foi transmitida por si.
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PERGUNTE: A mensagem foi a mesma que a transmitida ao primeiro formando? Em que ponto da
linha a mensagem mudou?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Não, alguns detalhes foram alterados ou perdidos.
PERGUNTE: Por que é que acham que a nossa mensagem não chegou correctamente ao destino?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Baseou-se na comunicação verbal e teria sido mais eficaz ter sido por comunicação escrita
porque era uma mensagem complexa;
▪ Havia ruído externo – foi difícil de ouvir;
▪ A pessoa sussurrou ou não falou claramente;
▪ Não houve tempo ou permissão para fazer perguntas quando não percebemos a
mensagem;
▪ A informação não foi breve nem concisa;
▪ Não estava concentrado na mensagem.
EXPLIQUE: A Comunicação eficaz não é fácil porque há muitos componentes que influenciam a
transmissão correcta da nossa mensagem!
PERGUNTE: Quem é que quer partilhar uma história onde a comunicação falhou? O que
aconteceu como resultado disso?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Pedi ao meu marido que ele fosse no dia seguinte buscar as crianças à escola mas pelos
vistos ele não me ouviu porque estava a ver televisão e as crianças tiveram de esperar
muito tempo na escola até termos percebido o mal entendido.
▪ Pensei que era o meu colega a pessoa responsável por certa tarefa e pelos vistos ele
achava que era eu então acabou por ninguém a fazer durante vários dias até nos
apercebermos desse problema de comunicação.
PERGUNTE: Por que é que é então importante comunicarmos de forma eficaz especialmente
com os nossos clientes?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Impede mal-entendidos e possíveis conflitos entre os empregados que atendem um cliente
e o cliente e o empregado;
▪ Aumenta a confiança e torna as relações mais fortes;
▪ Fortalece relações positivas que contribuem para um ambiente de cooperação;
▪ Economiza tempo e melhora a produtividade;
▪ Evita erros resultantes de má interpretação;
▪ Conseguimos o que queremos.
EXPLIQUE que irá atirar a bola e quem a recebe deverá responder à pergunta que lhes será feita
e por sua vez fazer uma pergunta a quem irá atirar a bola.
DIGA que gostaria de rever o que aprendemos nessas sessões e podem ser muito criativos em
colocar as perguntas, como por exemplo: Sou um cliente muito chateado, acabo de comprar uma
televisão, cheguei a casa e a televisão não funciona, que fazes?
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Tema 6: Estabelecer Relações Positivas E Mutuamente Vantajosas (Win-Win)
Duração 60 minutos
Critérios de ▪ Interage de acordo com as características essenciais em negociações
Desempenho ▪ Estabelece o âmbito e limites da negociação
▪ Explora opções em que ambas partes saiam a ganhar e conseguem
chegar a um acordo
Material ▪ “Cinco Passos para uma Boa Negociação”
necessário ▪ Guiões de Dramatização da Negociação
DIGA ALGO COMO: Aprendemos no TEMA 5 que precisamos de viver uma experiência
semelhante para nos colocarmos verdadeiramente no lugar dos nossos clientes. Pôr-se no lugar do
cliente em termos de perceber as suas necessidades como consumidor e como pessoa é uma das
boas práticas para atender melhor o cliente.
PERGUNTE: Que outras boas práticas pode utilizar para atender melhor o cliente?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Comunicar de forma correcta usando a linguagem do cliente e transmitindo autenticidade
devendo a comunicação ser clara, segura, com objectividade e transparência;
▪ Antecipar o problema, o que significa procurar resolver os problemas antes que afectem
os clientes.
DIGA ALGO COMO: Hoje vamos dar início ao TEMA que responde ao resultado de aprendizagem:
▪ Estabelecer relações positivas e mutuamente vantajosas (win-win)
EXPLIQUE: O tema terá a duração de 3 sessões onde iremos explorar juntos vários tipos de
interacções e situações, nas quais temos tendência a estar, mas que às vezes não são vantajosas
para todos. Isso nos ajudará a perceber a importância e as vantagens de construir relações onde
todos ganham. Iremos juntos praticar as atitudes e as técnicas para estabelecer este tipo de
relações. Portanto, nos fim destas sessões vocês serão capazes de ...
78
▪ Usar as cinco etapas de negociação;
▪ Interagir de acordo com as características essenciais em negociações;
▪ Estabelecer o âmbito e limites da negociação;
▪ Explorar opções em que ambas as partes saiam a ganhar e conseguem chegar a um
acordo.
PEÇA aos(às) formandos(as) para fazerem uma roda de pé. PEÇA a cada pessoa para se juntar
à pessoa ao seu lado, formando pares ou um grupo de três no caso de haver um número ímpar
de formandos.
Dê a cada par um dos cenários seguintes. Se houver mais grupos do que cenários, crie mais
cenários semelhantes.
Diga aos(às) formandos(as) que eles terão 3 minutos para discutirem como fazer um jogo de
papéis com o seu cenário e uma sugestão de solução.
5 min
PERGUNTE: Quem gosta de negociar, porquê ou por que não?
RESPOSTAS ESPERADAS
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PORQUÊ SIM:
▪ É natural;
▪ É engraçado;
▪ Pode ajudar a sair de situações complicadas ou desfavoráveis;
▪ Pode ajudar a poupar dinheiro.
POR QUE NÃO:
▪ Medo;
▪ Falta de competências;
▪ Falta de confiança.
EXPLIQUE: A realidade é que negociamos por quase tudo o que temos na vida. Algumas pessoas
pensam que negociar é difícil e assim entram numa situação de negociação com medo ou tornam-
se defensivas, acreditando que alguém tem de ganhar e o outro perde. No entanto, há sempre muito
mais sobre a mesa do que a maioria das pessoas imagina.
PERGUNTE: Quais foram na vossa opinião algumas das características essenciais das
interacções que observamos?
RESPOSTA ESPERADA
▪ Honra/compromisso/responsabilidade;
● Liberdade;
● Honestidade;
● Respeito/Moralidade;
● Justiça;
● Tolerância para as ideias do outro;
● Empatia – saber-se pôr-se nos sapatos dos outros;
● Mostrar-se positivo;
● Solidariedade.
[Nota para o(a) formador(a), ESCREVA os pontos mencionados acima num flipchart]
PEÇA aos(às) formandos(as) para se virarem para o seu vizinho e discutirem as perguntas que
você irá fazer.
EXPLIQUE que existem alguns passos chave para se ser um bom negociador. MOSTRE aos(às)
formandos(as) o cartaz previamente preparado com os “Cinco Passos para uma Boa Negociação”
ou ESCREVA as palavras-chave no quadro.
▪ Preparar;
▪ Entender;
▪ Saber;
▪ Negociar;
▪ Fechar.
Preparar:
RESPOSTA ESPERADA
▪ Decidir antecipadamente qual é a tua proposta inicial e o limite mínimo, especialmente
quando as suas negociações envolvem dinheiro, como no momento de negociar preços,
um contrato ou um salário.
Entender:
RESPOSTA ESPERADA
▪ Entender as áreas em que tens flexibilidade e onde não tens. Dependendo do tipo de
negociação, pode ser importante investigar o produto/ serviço oferecido pela outra parte e
possivelmente tentar entender a sua posição/motivações
Saber
RESPOSTA ESPERADA
▪ Estar preparado com propostas e contrapropostas. Percebe antecipadamente onde é que
poderás ceder, fazendo pesquisa e munindo-te com factos. Certifica-te que a
contraproposta que ofereces te irá ajudar a atingir o teu objectivo geral, ou o limite
mínimo.
Negociar
RESPOSTA ESPERADA
▪ Ser confiante, mas não excessivamente agressivo. Deves defender a tua proposta, mas
também, através do teu discurso e linguagem corporal, demonstrar que estás preparado
para ceder.
Fechar
RESPOSTA ESPERADA
▪ Estar preparado para identificar um compromisso que satisfaz as necessidades de todos
e, mais importante, que te irá fazer sentir bem-sucedido. Lembra-te que a negociação não
é um jogo de “ganhar ou perder”. Estar preparado para finalizar a negociação reafirmando
e escrevendo o que foi acordado pelas partes.
Diga ao grupo que iremos ver como funcionam essas regras na prática, na próxima actividade.
Guião da encenação
PEÇA aos(às) formandos(as) para agradecer aos seus colegas com aplausos
especiais.
DÊ 5 minutos.
CONVIDE um grupo de cada vez para discutir uma resposta.
RESPOSTAS ESPERADAS
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▪ Preparação: A cada duas semanas, a Carla conversa com a Júlia e aprende
sobre ela e seu negócio. Ela define um objectivo de lhe pedir para abrir uma
conta. /Planificação: Ela compreende os interesses da Júlia e constata que pode
oferecer-lhe um benefício através de abertura de uma conta poupança.
▪ Entender: Definição de regras básicas.
▪ Saber Carla forneceu esclarecimentos e justificação de abertura de uma conta
poupança e seus benefícios – é segura, fácil de abrir e também gera juros.
▪ Negociação: Ela permaneceu calma e manteve um diálogo respeitoso com a
outra pessoa durante as negociações.
▪ Encerramento: Carla “fechou” o negócio pedindo que ela abrisse uma conta.
DIGA aos(às) formandos(as) que você irá ler uma série de situações e que eles devem decidir, com
o seu colega, se indicam um bom resultado da negociação mostrando os seus polegares para cima,
ou um mau resultado, mostrando os polegares para baixo. Diga-lhes para estarem preparados para
saber quais dos “Cinco Passos para uma Boa Negociação” é usado ou violado.
Após cada situação, dê alguns minutos para discussão para assegurar que todos na turma
concordam. Concentre-se em qual dos “Cinco Passos para uma Boa Negociação” é usado ou
violado:
Situações
A Dra. Helena está a contratar novos funcionários. Ela consegue pagar
apenas 18.600 MZN por mês; no entanto, encontra um candidato fantástico
que diz que apenas irá trabalhar por 21.500 por mês. A Dra. Helena aceita
e contrata-o.
RESPOSTAS ESPERADAS Polegares para baixo, não se preparou.
Abdul quer colocar uma publicidade na parede da sua loja. Quer pagar no
máximo 1500 MZN. Quando negocia pelo preço de 1200 MZN, fica contente.
No entanto, depois da publicidade estar afixada, descobre que a empresa
que fica na rua seguinte faz cartazes por 1000 MZN e está aberta à
negociação.
RESPOSTAS ESPERADAS Polegares para baixo, Não Entende.
PERGUNTE: Se a senhora Maria não tivesse entendido a situação e reagido de forma agressiva?
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Poderiam ter perdido os dois a possibilidade: 1. O dono de ter duas lojas arrendadas, 2. A
Sra. Maria de fazer crescer o seu negócio.
EXPLIQUE uma boa negociação não envolve simplesmente um bom preço ou um bom acordo, mas
também seguir os passos delineados acima assim como também estabelecer relações em que
todos ganham.
PEÇA aos(às) formandos(as) para voltarem a juntar-se com os seus colegas da actividade
anterior. Peça-lhes para discutirem qualquer uma das questões seguintes, certificando-se que os
dois colegas têm tempo para falar.
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SESSÃO 6.2 COMUNICAÇAO ASSERTIVA, ESCUTA ACTIVA E LINGUAGEM CORPORAL
Duração 75 minutos
Critérios de ▪ Comunica assertivamente e demonstra escuta activa
Desempenho ▪ Demonstra uma boa linguagem corporal
DIGA: Para rever as características de relações positivas e os elementos fundamentais de uma boa
negociação vamos fazer uma actividade prática.
PREPARE previamente vinte fichas com competências diversificadas e alguns incidentes críticos –
cada um com um valor determinado que varia de 700 a 800 meticais (Veja a lista de competências
no anexo A); oito fichas de crédito, sendo duas fichas no valor de 700 meticais, duas no valor de
750 meticais e quatro fichas no valor de 800 meticais; quatro fichas de perfil de quatro
empreendedores diferentes, sendo um para cada equipe.
Resolução de Gestão de
Liderança 700 Criatividade 700 Comunicação assertiva 750
problemas 800 conflitos 700
meticais meticais meticais
meticais meticais
Dificuldade de Dificuldade em se
Autoconfiança Determinação
comunicação Escuta activa 700 meticais relacionar 750
700 meticais 800 meticais
750 meticais meticais
Falta de Falta de
Negociação Atenção 750 Comprometimento 800
organização 700 optimismo 750
800 meticais meticais meticais
meticais meticais
Dificuldades
Inovação 800 Proactividade 800
em cumprir Planificação 750 Organização 750 meticais
meticais meticais
prazos 700 meticais
meticais
Fichas de crédito:
700 meticais 750 meticais 800 meticais 800 meticais
85
Atribuições: negociar com fornecedores, liderar funcionários, organizar o
stock, compras e vendas, produtos; lidar com colaboradores, fornecedores
e clientes; receber reclamações; criar novas soluções para aumentar as
vendas dos seus produtos; atendimento aos clientes.
EXPLIQUE que depois de esgotar as possibilidades entre os grupos, é permitida a compra directa
com o facilitador (cada grupo só pode comprar uma ficha de competências do facilitador).
EXPLIQUE que a actividade acaba quando um grupo conseguir reunir o maior número de fichas de
competências que tenham relação directa com a descrição do cargo na ficha de perfil de
empreendedores.
DIGA aos(às) formandos(as) para consultarem a folha de bloco gigante com os “Cinco Passos para
uma Boa Negociação” para estruturarem a sua discussão.
EXPLIQUE que cada pequeno grupo é responsável por negociar uma solução para a situação em
questão. Diga aos(às) formandos(as) que eles têm 3 minutos para negociar e 10 para negociar. Se
eles terminarem antes dos 5 minutos, PEÇA aos(às) formandos(as) para prepararem as razões
pelas quais eles pensam que a sua solução é boa para ambas as partes.
Se os formandos pedirem outros preços, deixe-os inventá-los, de forma razoável, para o bem da
negociação. Recorde aos(às) formandos(as) para serem criativos com concessões não-monetárias
e para não se esquecerem de usar os “Cinco Passos para uma Boa Negociação”.
Após 5 minutos voltem a juntar-se, faça as seguintes perguntas e modere uma discussão no tempo
restante à volta das mesmas:
86
PERGUNTE: A que tipo de solução chegaram para conseguir um perfil o mais possível ideal ao
……
PEÇA a alguns dos formandos para partilharem. DIGA que o objectivo desta actividade foi de
estimular a atitude de negociação e cooperação.
PERGUNTE: A negociação foi fácil? Houve alguma das partes a dominar a negociação? Se sim,
porquê? A solução foi uma boa solução? Usaram os “Cinco Passos para uma Boa Negociação”
durante a vossa conversa? Se sim, quais? Se não, por que não?
DIGA ALGUMA COISA COMO… Como futuros jovens empreendedores, não é só importante
perceber as características de uma boa negociação e os seus 5 passos, mas também temos que
desenvolver habilidades para comunicar de forma eficaz e escutando activamente, reconhecer o
significado de uma boa comunicação não-verbal ou expressão corporal, praticar a observação dos
gestos do outro, que incluem a posição e gestos das mãos, tronco, cabeça e membros, expressões
faciais e postura física. Portanto, a preparação destas conversas ou negociações, deve ser
combinada com a escolha das técnicas e tácticas a serem usadas.
PEÇA aos(às) formandos(as) para pensarem numa vez em que uma pessoa fez algo que feriu os
seus sentimentos ou fez com que se zangassem. Peça-lhes para levantarem a mão se tiverem
tido uma destas duas respostas:
▪ Não fizeram nada, mas sentiram-se mal.
▪ Fizeram algo para ferir a pessoa, tal como gritar ou ameaçar a pessoa.
TRAGA duas cadeiras para a frente da sala. Sente-se na cadeira e diga aos(às) formandos(as)
para imaginarem uma pessoa sentada na outra cadeira. Explique que vai demonstrar uma forma
de comunicação com a pessoa imaginária na cadeira vazia.
Descreva a situação.
Um amigo seu pediu dinheiro emprestado. Pediste o amigo para devolver o
dinheiro e nada. Precisas muito que devolva o dinheiro. Ele acabou de
entrar na sala e sabes que não tem o teu dinheiro.
Demonstre ser agressivo perante a pessoa imaginária na cadeira ao gritar,
ou chamar nomes feios à pessoa, bater com o punho na mão, bater com
os pés e/ou gritar “Seu idiota! É melhor ires buscar o meu dinheiro! Vou
contar a todos que não és de confiança”.
DIGA aos(às) formandos(as) que este tipo de comunicação chama-se “agressiva”. Quando uma
pessoa fala ou age como se fosse dominante, mais poderosa ou superior do que as outras
pessoas, ou quando faz uma coisa para responder à pessoa, está a ser agressiva.
RESPOSTAS ESPERADAS
VERBAL
▪ Grita;
▪ Ameaça;
▪ Dá ordens;
▪ Faz perguntas para pressionar;
▪ Espalha rumores, Encoraja os outros a difamarem a pessoa, Usa a palavra “Eu” com
frequência por causa do foco egocêntrico.
RESPOSTAS ESPERADAS
NÃO VERBAL
▪ Mata com o olhar;
▪ Usa gestos agressivos com as mãos;
▪ O rosto tem ar zangado;
▪ Bate com os pés;
▪ Bate com o punho na mesa;
▪ Confronto violento, isto é, Bater ou Empurrar;
▪ Aproxima-se muito da outra pessoa até ser desconfortável.
PERGUNTE: O que pode acontecer com a tua relação com uma outra pessoa se um de vocês
responder agressivamente quando os teus sentimentos forem feridos ou sentir-se zangado?
RESPOSTAS ESPERADAS
Acrescente os seguintes pontos se os formandos não mencionarem:
▪ Guarda ressentimento;
▪ Demonstra falta de respeito;
▪ Demonstra falta de cooperação;
▪ Perde a confiança.
EXPLIQUE que vai demonstrar outra forma de comunicação. Sente-se numa cadeira e lembre
aos(às) formandos(as) para imaginarem uma pessoa sentada na outra cadeira. PEÇA aos(às)
formandos(as) para estarem atentos à sua própria reacção na mesma situação. Um amigo teu pediu
dinheiro emprestado. Pediste ao amigo para devolver o dinheiro e nada. Precisas muito que te
devolva o dinheiro. Ele acabou de entrar na sala e sabes que não tem o teu dinheiro.
DEMONSTRE ser passivo(a) perante a pessoa imaginária na cadeira ao evitar contacto visual,
parecer nervoso ou ansioso e murmurar “Gostaria que devolvesses o meu dinheiro um dia quando
o tiveres. Se não o devolveres, tenho a certeza que não faz mal”.
Diga aos(às) formandos(as) que este tipo de comunicação chama-se “passiva”. Quando uma
pessoa não se sabe defender, sente-se inferior ou pouco importante, ou não faz nada mesmo
quando se sente mal, está a ser passiva.
VERBAL
▪ Não diz exactamente aquilo que quer;
▪ Desculpa-se;
88
▪ Não dá opiniões;
▪ Não discorda;
▪ Cede facilmente;
▪ Não vai directo ao problema.
DIGA aos(às) formandos(as) que existe uma forma de comunicar mais eficaz do que ser
agressivo ou passivo. Chama-se “comunicação assertiva”.
DIGA aos(às) formandos(as) que uma frase assertiva tem três partes quando se pretende dizer a
alguém que feriu os nossos sentimentos ou aborreceu-nos. Exiba o meio visual com a lista das
três partes de uma afirmação assertiva.
PEÇA aos(às) formandos(as) para reflectir em duplas sobre como usariam uma comunicação
assertiva para resolver a situação inicial.
PEÇA aos pares para desenvolverem uma frase assertiva para a situação abaixo, ou outra
situação relevante à sua escolha.
Depois de os pares terem criado as frases assertivas, PEÇA para voluntários virem apresentar as
frases. PEÇA aos outros formandos para escutarem as três partes de uma frase assertiva.
CLARIFIQUE ou corrija as frases quando necessário.
CHAME alguns pares para ouvir as suas frases.
PEÇA à plenária para ajudar a verificar as partes de uma frase assertiva. Clarifique quando
necessário.
EXPLIQUE que usar as três partes de uma frase assertiva permite comunicar os teus sentimentos
de forma educada, mesmo que pareça estares a “responder” à pessoa. Ter as três partes da frase
na cabeça ajudará a manter a tua comunicação positiva.
PERGUNTE: Porque acham que esta situações são importantes e precisam de ser resolvidas ou
discutidas?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ este tipo de situação pode ter impacto sobre como as pessoas se dão.
▪ Se os conflitos não forem resolvidos ou geridos, as pessoas sentem-se zangadas umas
com as outras e a sua cólera vai prejudicar a amizade e a capacidade de trabalharem
juntas.
90
ACTIVIDADE: Linguagem corporal 17 Minutos
REALIZE uma curta introdução de dois minutos ao tópico da linguagem corporal demonstrando o”
que não fazer” como se estivesse a apresentar um tema do módulo.
Durante a apresentação, certifique-se de que utiliza linguagem corporal e gestos com as mãos de
forma que os membros do público se sintam aborrecidos, confusos, nervosos pelo seu
comportamento. Seguem-se alguns exemplos de linguagem corporal negativa para usar na sua
introdução:
DIGA por exemplo: Hoje iremos (não estabelecer contacto visual) introduzir também algo
(contorcer as mãos com nervosismo) também importante…hum…aham… na comunicação,
(postura desleixada, por exemplo, sentado, dando as costas aos(às) formandos(as) enquanto
continua a falar). Acredite ou não, a compreensão das pessoas sobre as nossas mensagens (use
gestos excessivos ou inadequados com as mãos), vem de apenas 7% de conteúdo (as palavras
que dizemos), mas os restantes 55% vêem da nossa linguagem corporal (postura, gestos, contacto
visual, orientação, proximidade/contacto, aparência/espaço, expressões faciais) e 38% para a
linguística (como o dizemos: tom de voz, timing, velocidade, sotaque, inflexão.
PERGUNTE: O que eu fiz que captou a vossa atenção? O que causou distracção?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Os gestos;
▪ Não olhar para nós;
▪ Sentar de forma desleixada;
▪ Dar-nos as costas sem razão.
PERGUNTE: Imagine que estivesse a responder a uma pergunta, ou estivesse a negociar contigo
sobre um contrato de trabalho, como te sentirias ao tentar falar comigo enquanto eu não estava a
prestar atenção?
Complemente as suas respostas encenando os seguintes “Gestos a Evitar” para a turma, caso os
formandos não os mencionem:
▪ Manter as mãos nos bolsos;
▪ Ou como que algemadas atrás das costas;
▪ Ou os braços cruzados;
▪ Ou as mãos nas ancas;
▪ Ou contorcer as mãos com nervosismo.
DIVIDA os formandos em cinco grupos. DÊ a cada grupo uma das tiras de papel previamente
preparadas sobre “Linguagem Corporal” com os seguintes cenários: Postura, Movimento e
Orientação Corporal, Contacto Visual, Expressões Faciais, Proximidade e Distância Física e, por
fim, Gestos com as Mãos.
DIGA aos grupos que têm dois minutos para elaborar uma pequena encenação silenciosa, que
demonstre a utilização adequada destes tipos de linguagem corporal durante uma apresentação,
com base na sua própria experiência pessoal e também nas suas observações de boas
apresentações.
91
EXPLIQUE que A linguagem corporal que convida à discussão inclui manter o seu corpo, braços e
mãos "abertos" e manter o contacto visual.
No final de cada apresentação, PEÇA ao público que partilhe os bons comportamentos de
linguagem corporal que observaram e quais as reacções.
NUMERE as suas respostas numa folha de bloco gigante com o título “Sugestões de Linguagem
Corporal para uma Boa Negociação”.
COMPLEMENTE as respostas com os seguintes elementos:
▪ Postura: mantenha-se de pé e com o corpo direito, caminhe com confiança até ao palco
com a cabeça erguida com um andar suave e regular.
▪ Movimento e Orientação Corporal: controle o seu espaço e mantenha o seu corpo
orientado para a pessoa com a qual fala.
▪ Contacto visual: tente estabelecer contacto visual
▪ Expressão facial: não se esqueça de sorrir, levantar as sobrancelhas e abrir ligeiramente
os olhos – uma expressão facial relaxada e aberta transmite confiança.
▪ Proximidade e Distância Física: movimente-se à vontade, mas não se aproxime de mais
nem circule demasiado!
▪ Gestos com as mãos: utilize vários gestos com as mãos que lhe sejam naturais e que
sirvam para sublinhar os seus argumentos e não para distrair o público dos mesmos.
EXPLIQUE Quando não é a sua vez de falar, a coisa mais importante que pode fazer é transmitir à
pessoa com a qual está a negociar que está activamente atento e interessado em tudo o que ele
tem a dizer. Esteja atento à sua linguagem corporal e tom de voz (timing, velocidade, sotaque,
inflexão, estrutura, erros, tiques).
DIGA aos(às) formandos(as) que terão uma oportunidade para praticarem as suas habilidades de
escuta usando amostras de situações. Diga aos(às) formandos(as) que um(a) voluntária(o)
ofereceu-se para ajudá-la(o) na demonstração. PEÇA à(o) voluntária(o) para vir para a frente da
sala.
Diga aos(às) formandos(as) que a(o) voluntária(o) vai falar sobre uma actividade de que ela(e)
gosta, do seu prato preferido ou de um tópico à escolha da(o) voluntária(o). Certifique-se de
seleccionar um tópico com que a(o) voluntária(o) se sinta confortável para falar à frente do grupo.
À medida que a voluntária(o) fala consigo, demonstre comportamentos de falta de atenção. Por
exemplo:
▪ Interrompa a(o) voluntária(o) quando estiver a falar;
▪ Envie SMS ou interrompa a conversa para fazer uma chamada telefónica;
▪ Boceje e faça outros gestos para indicar que está entediado;
▪ Ignore a(o) voluntária(o);
▪ Fale sobre si própria(o) ou mude de assunto;
▪ Evite estabelecer contacto visual com a voluntária(o).
PERGUNTE: Comportei-me como um péssimo ouvinte e vocês não querem ser como eu: o que é
que as pessoas fazem ou dizem para nos levar a pensar que não estão a prestar atenção?
PEÇA para os formandos conversarem em duplas, um de cada vez para 1 minuto cada, sobre um
tópico à escolha deles. O ouvinte deve comportar-se como um excelente ouvinte e manifestar
todo o seu interesse.
93
SESSÃO 6.3 TÁCTICAS E ATITUDES DE NEGOCIAÇÕES WIN-WIN
Duração 40 minutos
Critérios de ▪ Coloca questões para identificar os factores que motivam a outra
Desempenho pessoa, interesses comuns e divergentes
▪ Estabelece o âmbito e limites da negociação
▪ Explora opções em que ambas partes saiam a ganhar e consegue
chegar a um acordo
Material ▪ Folha de bloco gigante marcadores de diferentes cores, canetas
necessário ▪
ENCORAJE os formandos a partilharem o que notaram acerca do impacto nas situações que
experienciaram desde a última sessão, sobre o uso de uma comunicação assertiva, escutar
atentamente as outras pessoas, uso da linguagem corporal.
PERGUNTE:
▪ Quais julgam ser os benefícios de se escutar atentamente as outras pessoas?
▪ Como é que escutar aos outros pode ter um impacto sobre as nossas relações com eles?
▪ O que pode acontecer às tuas relações com outras pessoas se não escutares com
atenção e se não usar uma comunicação assertiva?
INTRODUÇÃO 5 MINUTOS
DIGA ALGO como: Saber ouvir, saber comunicar, saber usar uma linguagem corporal adequada
são habilidades fundamentais para criar relações positivas e ao mesmo tempo são técnicas
essenciais para usar nas nossas negociações em qualquer âmbito.
EXPLIQUE: Hoje iremos aprofundar técnicas para identificar os factores que motivam a outra
pessoa, interesses comuns e divergentes e a seguir iremos pôr em prática tudo o que aprendemos
para estabelecer relações win-win.
5 minutos
PERGUNTE: Como definimos uma boa negociação na primeira sessão deste tema?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ um processo que procura o GANHO MÚTUO (WIN-WIN), quando duas ou mais pessoas
concordam em como cada um pode oferecer um recurso que tem e que a outra pessoa
precise e onde cada um se beneficia.
25 minutos
DIVIDA os formandos em dois grupos, um para regatear e outro para negociação com a fornecedora
de lâmpadas de baixo consumo.
94
▪ Grupo 1: Tem que Regatear, procurando o maior lucro possível, na melhoria das condições
de trabalho e independentemente do dano que possa provocar à empresa;
▪ Grupo 2: Trabalhando em grupo, uma representante usa o seu poder de negociação para
negociar com o empregador para se comprometer a fornecer-lhes o produto. INSTRUA
cada grupo para encenar o que irão dizer ao fornecedor para que ele/ela escolha vender as
suas lâmpadas àquele grupo. DÊ 5 minutos. CONVIDE de volta para cada grupo encenar
o encontro com o fornecedor e engajar-se no processo de negociação.
PEÇA aos(às) formandos(as) para permanecerem nos 2 grupos da actividade anterior. Peça-lhes
para discutirem qualquer uma das questões seguintes:
▪ Como se sentiram quando a negociação era mais virada para o ganho apenas de um dos
lados?
▪ Como se sentiram quando a negociação foi feita na base da abordagem win-win?
95
Tema 7: Demonstrar Conhecimento Sobre Os Direitos Das Pessoas Que Vivem Com
HIV/SIDA Ou Outro Tipo De Doenças Susceptíveis De Estigma
Duração 90 minutos
Critérios de ▪ Reconhece a existência de discriminação contra as pessoas que
Desempenho vivem com o HIV/SIDA ou outras doenças
▪ Posiciona-se contrariamente a esta exclusão
▪ Conhece a lei relativamente ao HIV/SIDA e outras doenças e sua
aplicação no local de trabalho
▪ Lista os métodos preventivos e as alternativas para o tratamento de
infecções de Transmissão Sexual, do HIV/SIDA e outras doenças
▪ Discute e descreve atitudes solidárias na defesa dos direitos das
pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou outras doenças
Material ▪ Folha de bloco gigante, marcadores de várias cores,
necessário ▪ Texto sobre os efeitos de álcool e outras drogas
▪ Preparar os cartões “Dores de Cabeça e Aspirina”
DIGA ALGO COMO: No tema anterior aprendemos que negociar é uma arte, não é algo que se
possa improvisar, é preciso preparar-se, saber o que se quer. Para negociar temos que estar
preparados a usar com propriedade algumas habilidades fundamentais; é importante para ajudar
as pessoas a gerir amizades e relações de forma positiva, assim como melhorar as relações com
os clientes, ou também melhorar as próprias vendas.
PERGUNTE: Quem gostaria de dar alguns exemplos das habilidades envolvidas numa
negociação?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Assertividade;
▪ Comunicação corporal adequada;
▪ Escuta activa.
DIGA: Vamos realizar uma activada engraçada para por em prática o que verdadeiramente
aprendemos sobre uma boa negociação: a actividade chama-se a “Negociação da Laranja”.
Cada equipa recebe um cenário explicando porque devem comprar esta fruta especial e é-lhes
dito que só pode contactar o vendedor, um porta-voz de cada vez.
O Grupo B aprende que precisam da polpa da laranja para produzir um sumo que proteja de uma
doença que está a devastar a área. Sem este sumo, muitas pessoas ficarão tragicamente
doentes.
96
Nota para o(a) formador(a): Muito provavelmente as equipas não tomarão a iniciativa de negociar
entre elas, uma com a outra e não irão perceber de que cada uma delas precisava de componentes
diferentes da laranja para se tornarem colaboradoras e resolverem a questão de forma satisfatória,
chegando ao ponto de partilhar os custos.
É uma actividade como o objectivo de lembrar que uma boa negociação não significa ganhar a todo
custo.
EXPLIQUE: A sessão de hoje responde ao TEMA demonstrar conhecimento sobre os direitos das
pessoas que vivem com HIV/SIDA ou outro tipo de doenças susceptíveis de estigma. É o ultimo
TEMA do nosso percurso juntos.
DIGA ALGO COMO: hoje iremos reflectir sobre as formas de discriminação que existem contra as
pessoas que vivem com o HIV/SIDA, ou outras doenças. Iremos nos posicionar contra esta
exclusão. Baseando-nos no principio de que a não discriminação tem como fundamento a igualdade
de tratamento para todos e em todos os contextos.
PEÇA a cada formando para retirar um cartão colorido da pilha de cartões nas suas mãos. Depois
de distribuir os cartões, explique que, durante o dia de hoje, o grupo “roxo” irá receber um tratamento
especial porque o “roxo” é a sua cor favorita. Os membros do grupo “verde” não irão receber
tratamento especial porque você não gosta de “verde”.
Nota para o(a) formador(a): esteja à vontade para mudar os nomes dos grupos com base nas cores
dos cartões disponíveis.
DIGA aos(às) formandos(as) que seleccionaram a mesma cor para se sentarem em conjunto.
Certifique-se de que os lugares melhores e mais confortáveis da sala sejam reservados ao seu
grupo “favorito”, isto é, o grupo “roxo”.
97
DIGA aos(às) formandos(as) que serão responsáveis por criar um curto resumo de tudo o que
conhecem sobre o HIV/SIDA para partilhar com o grupo.
INFORME-os que, durante o resto da actividade, as regras da sala de aula serão as seguintes:
▪ O grupo “roxo” tem a liberdade de fazer o que quiser, isto é, de entrar e sair da sessão à
vontade. O grupo “verde” deve permanecer na sala de aula e só pode sair no final da aula,
ou com a autorização do(a) formador(a).
▪ O grupo “roxo” pode trabalhar em conjunto e cooperar para concluir as tarefas exigidas.
Os membros do grupo “verde” devem trabalhar individualmente e não estão autorizados a
pedir ajuda aos seus colegas.
▪ Primeiro, iremos responder às perguntas do grupo “roxo” e depois, se o tempo o permitir,
poderemos responder a algumas perguntas do grupo “verde”.
▪ O grupo “roxo” está autorizado a sair mais cedo. O grupo “verde” deve ficar durante mais
tempo até que o(a) formador(a) dê autorização para sair.
▪ O grupo “roxo” pode pedir aos membros do grupo “verde” que o ajude de qualquer forma
que desejar, isto é, ajudando-o a criar o resumo, pedindo-lhe um copo de água, etc.
▪ Os membros do grupo “verde” devem fazer tudo o que os membros do grupo “roxo” lhes
pedirem, assim como certificarem-se de concluir as suas próprias tarefas.
ENTREGUE uma tarefa, por exemplo, escrever as formas de discriminação que assistiram na
própria comunidade.
DIGA aos(às) formandos(as) que toda a gente terá cinco minutos para concluir a tarefa.
DEIXE a situação desenrolar-se durante dois a três minutos. No final, interrompa todos os
formandos e explique-lhes que a actividade seguinte era apenas uma demonstração e que não
terão de partilhar as sínteses que desenvolveram com a turma nem de continuar a cumprir as novas
“regras” da sala de aula partilhadas no início da aula.
PERGUNTA: Para os membros do grupo roxo, qual foi a sensação de fazer parte do grupo
“favorecido”? E para os membros do grupo verde, qual foi a sensação de fazer parte do grupo
“marginalizado”?
RESPOSTAS ESPERADAS
● Favorecido: Alguns poderão responder que por exemplo não se sentiram confortáveis
nesta posição porque parecia uma injustiça, outros que se sentiram com poder
● Marginalizado: Senti que estava a ser tratado de forma injusta
PERGUNTA: Será que algumas das minhas acções ou declarações foram injustas ou
discriminatórias? Em caso afirmativo, quais?
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Por exemplo: Os membros do grupo “verde” devem fazer tudo o que os membros do
grupo “roxo” lhes pedirem, assim como certificarem-se de concluir as suas próprias
tarefas, ou O grupo “roxo” pode trabalhar em conjunto e cooperar para concluir as tarefas
exigidas. Os membros do grupo “verde” devem trabalhar individualmente e não estão
autorizados a pedir ajuda aos seus colegas;
98
▪ Todas as afirmações que tinham por efeito destruir a igualdade de oportunidades que
cada grupo tinha para concluir a actividade foram discriminatórias.
PERGUNTA: Como acham que o grupo favorecido deveria ter-se posicionado contra a esta
exclusão?
RESPOSTAS ESPERADAS
Negar de se comportar como o facilitador disse;
Questionar as instruções do(a) formador(a).
RETIRE os cartões.
EXPLIQUE que esta actividade foi utilizada para demonstrar de que forma uma pessoa pode sentir-
se discriminada com base em critérios determinados e aleatórios.
Tranquilize os formandos afirmando que NÃO irá utilizar estas novas regras discriminatórias na sala
de aula e que todos serão tratados de forma igual durante o resto do programa. Sublinhe que gosta
e aprecia cada um deles exactamente como é!
EXPLIQUE: Na sociedade existe geralmente discriminação de pessoas que vivem com doenças,
por exemplo com HIV/SIDA, com síndroma de Dawn, com albinismo, com alcoolismo, etc.
DIGA aos(às) formandos(as) que para nos afastar desta discriminação é necessário identificar
primeiro os comportamentos que reflectem falta de respeito pelos outros.
Depois dos três minutos, CONVIDE os formandos a conversarem com um colega e partilhar uma
nota. Atribua 2 minutos.
Depois de dois minutos, trocar de colega e partilhar mais uma outra nota. Atribua 2 minutos.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Atitudes desrespeitosas;
▪ Utilizar uma linguagem corporal inapropriada ou ameaçadora (isto é, evitar contacto
visual ou utilizar gestos ameaçadores);
▪ Linguagem / comentários agressivos ex. quando dizemos coisas como “ela é promíscua e
ele merece”;
▪ Comportamentos injustos;
▪ Preconceitos na inteiração com pessoas portadoras de doenças;
▪ Exclusão ou marginalização na vida social;
▪ Violência contra essas pessoas;
▪ Fazemos julgamentos morais: pessoas que revelem serem seropositivas são conotadas
com promiscuidade e/ou homossexualidade, etc.;
▪ Numa pessoa com HIV/SIDA vemos um doente terminal e negamos-lhe emprego e/ou
promoções;
▪ Num embriagado vemos um irresponsável e nunca um doente;
▪ Agir de forma arrogante ou superior ao falar com alguém diferente de si;
▪ Gritar com alguém ou humilhar essa pessoa pelo facto de ser diferente de si;
▪ Ignorar alguém por ser diferente de si;
▪ Utilizar calão ou terminologia inapropriada ao falar sobre uma pessoa ou um grupo de
pessoas.
99
DIGA ALGO COMO: Comportamentos discriminatórios são formas de estigma.
PERGUNTE: Que métodos funcionam melhor para desafiar o estigma? Seja específico.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ As respostas mais poderosas são aquelas que fazem as pessoas parar e pensar;
▪ Documentar-se e Basear-se nas informações certas em vez de usar as superstições ajuda
a combater atitudes e comentários desrespeitosos baseados na ignorância.
CONCLUA dizendo: Devemos sempre orientar-nos pela defesa das liberdades e direitos da
humanidade denunciando e combatendo essas posturas, palavras, atitudes e comportamentos
discriminatórios. Temos todos os mesmos direitos e merecemos iguais oportunidades e
tratamento.
100
DIVIDA a turma em dois grupos. DIGA que terão três minutos para preparar um discurso sobre o
que se pode fazer para se afastarem de comportamentos e atitudes discriminatórias no trabalho.
PERGUNTE: Que elementos ou características que o discurso do novo chefe deve sublinhar para
Combater o Estigma neste contexto?
10 min
DIVIDA os formandos em 5 grupos e PEÇA para prepararem em 5 minutos um discurso curto, de
60 segundos, no qual o novo líder/chefe da organização posiciona-se contra essas formas de
estigma no lugar de trabalho.
AFIXE na parede um papel dividido ao meio: uma coluna é intitulada “direitos das pessoas que
vivem com HIV/SIDA”, enquanto a outra coluna intitula “deveres das pessoas que vivem com
HIV/SIDA”.
5 min
DIGA ALGO COMO: A lei 12/2009 estabelece os direitos e deveres das pessoas que vivem com
HIV/SIDA.
PERGUNTE: Quais é que pensam que são os principais direitos das pessoas que vivem com
HIV/SIDA de acordo com a lei?
PEÇA aos(às) formandos(as) para trabalhar 1 minuto nos grupos e pensar em dois direitos e nos
seus exemplos concretos.
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ O direito de ter à assistência médica e medicamentosa;
▪ Não ser negado o direito à educação – prossecução dos seus estudos;
▪ Candidatar-se a cargos públicos;
▪ Protecção contra a violência;
▪ Não ser afectadas no recrutamento devido à sua doença;
101
▪ Não ser despedidas devido à sua doença
▪ Serem reconhecidos iguais direitos face aos outros trabalhadores;
▪ Ausentar-se por motivos relacionados com a doença;
▪ Utilização dos espaços comuns.
PERGUNTE: Quais é que pensam que são os principais deveres das pessoas que vivem com
HIV/SIDA de acordo com a lei?
PEÇA os formandos para trabalhar 1 minuto nos grupos e pensar em dois deveres e nos seus
exemplos concretos.
RESPOSTAS ESPERADAS:
▪ Adoptar hábitos, comportamentos e atitudes que evitem a transmissão do HIV para os
outros;
▪ Cumprir com a prescrição médica.
5 min
DISTRIBUA uma cópia da lei em cada grupo e PEÇA aos(às) formandos(as) para ler a parte
dedicada aos direitos e deveres e evidenciar os pontos que ainda não foram levantados.
EXPLIQUE que terão 5 minutos para identificar os direitos e deveres em falta, encontrados na lei
e acrescentá-los na folha de bloco gigante.
Possiveis exemplos dependendo das respostas que os formandos irão dar anteriormente e na
base da lei. Entre os principais direitos destacam-se:
▪ O direito à assistência médica e medicamentosa;
▪ participação na tomada de decisões no fórum familiar;
▪ trabalho e formação profissional;
▪ respeito pela sua condição serológica;
▪ solidariedade e assistência da família e da comunidade;
▪ direito a alimentos;
▪ Direito a não revelar o seu estado serológico salvo nos casos previstos na lei;
▪ As crianças e pessoas vulneráveis têm os mesmos direitos e mais os decorrentes da sua
vulnerabilidade;
▪ Receber compensações se a doença for provocada por acidente de trabalho;
▪ Ter um trabalho compatível com as reais capacidades físicas.
EXPLIQUE que irá ler algumas afirmações. Para cada declaração, quem pensa que a declaração
é um mito deve ir ao lado esquerdo da sala, quem pensa que a declaração é realidade deve ir ao
lado direito.
Declaração: 1. Alguém pode apanhar HIV ao partilhar piscinas e banheiras quentes com pessoas
seropositivas.
RESPOSTA ESPERADA
▪ Mito 1: O químico utilizado em piscinas e banheiras quentes mataria instantaneamente
qualquer vírus do HIV/SIDA, se a água não o tivesse já morto. No entanto, algumas
102
pessoas pensam que isto significa que não precisam de usar preservativo se estiverem a
fazer sexo numa piscina, ou numa banheira quente, o que não é verdade. Se os fluidos
sexuais se encontrarem no interior do corpo (sexo vaginal, ou anal), podem transmitir o
HIV/SIDA, mesmo na água.
Declaração: 2. Alguém é muito susceptível de contrair o HIV/SIDA por ter uma transfusão de
sangue.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mito 2 É altamente improvável.
Declaração: 4. Pode-se saber se alguém tem HIV/SIDA ou SIDA só de olhar para ele
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mito 4: Pode-se saber se alguém tem HIV/SIDA ou SIDA só de olhar para ele. A maioria
das pessoas não apresenta quaisquer sintomas externos durante cerca dos primeiros 8-
10 anos de contracção do vírus. E mesmo assim, é quase impossível dizer se alguém tem
SIDA só de olhar para ele.
Declaração 7: Não é possível contrair o HIV/SIDA a partir de insectos que tenham mordido uma
pessoa infectada.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Facto 7: Mosquitos, moscas, carraças, pulgas, abelhas ou vespas não transmitem o
HIV/SIDA. Se um insecto sugador de sangue morder alguém com HIV/SIDA, o vírus morre
quase instantaneamente no estômago do insecto enquanto este digere o sangue. O
HIV/SIDA só pode viver em células humanas.
Declaração 8:
RESPOSTAS ESPERADAS O "período de janela" para a detecção do HIV/SIDA pode ser de 2
semanas a 6 meses.
▪ Facto 8. O "período de janela" para a detecção do HIV/SIDA pode ser de 2 semanas a 6
meses. O "período de janela" é a quantidade de tempo que leva para que o HIV/SIDA seja
103
detectável depois de alguém ter sido infectado. Isto pode durar de 2 semanas a 6 meses
após a exposição, por isso é importante fazer o teste logo após uma possível exposição
Declaração 9: O HIV/SIDA pode ser transmitido através do suor, das lágrimas ou do cuspo.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mito 9. o HIV/SIDA pode ser transmitido através do suor, lágrimas, ou cuspo. Nenhum
destes fluidos pode transmitir o HIV/SIDA. O contacto casual com alguém que seja
seropositivo não representa qualquer risco de transmissão do HIV/SIDA.
Declaração 10: Há uma cura para o HIV/SIDA. Seja Real. Esteja Pronto.
RESPOSTAS ESPERADAS
▪ Mito 10. Existe uma cura para o HIV/SIDA. Neste momento, não há cura para o HIV/SIDA,
mas há avanços médicos que nos estão a aproximar de vacinas, medidas de prevenção
médica e uma possível cura. Há muitos medicamentos e tratamentos disponíveis para
gerir a infecção por HIV/SIDA de alguém - mas estes não são curas. Nota do Professor:
Aqui está mais informação se os alunos perguntarem sobre histórias recentes, ou notícias
sobre pessoas que estão a ser curadas do HIV/SIDA.
EXPLIQUE: Vamos fazer um jogo para aprender ou conhecermos melhor outras doenças
Sexualmente Transmissíveis para além de o HIV/SIDA/SIDA.
DIVIDA a turma em dois grupos iguais. Distribua os cartões baralhados com as Perguntas das
Dores de Cabeça ao Grupo 1 e os cartões com as Declarações da Aspirina ao Grupo 2.
PEÇA a ambos os grupos para lerem os respectivos cartões e certifique-se de que todos os
compreenderam antes de iniciar o jogo.
Depois, PEÇA ao Grupo 1 que comece por ler uma Pergunta de Dor de Cabeça de cada vez.
O Grupo 2 deve procurar o formando com a declaração (Aspirina), que responda à Dor de Cabeça
em questão.
Quando o Grupo 2 conseguir encontrar a Aspirina correspondente, PEÇA ao formando seguinte
do Grupo 1 que leia a sua Dor de Cabeça. Este jogo deve continuar até o total das sete Dores de
Cabeça terem sido abordadas
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Os sintomas mais frequentes causados por
essas infecções são, na mulher, corrimento
vaginal com dor no baixo ventre na mulher, e
nos homens, corrimento no pénis e dor ao
urinar. No entanto, é muito comum que as
infecções causadas por essas bactérias sejam
assintomáticas na maioria dos casos.
Como se manifesta a Sífilis? É uma Infecção Sexualmente Transmissível
(IST) curável e exclusiva do ser humano,
causada pela bactéria Treponema pallidum.
Pode apresentar várias manifestações clínicas
e diferentes estágios (sífilis primária,
secundária, latente e terciária). Nos estágios
primários e secundários da infecção, a
possibilidade de transmissão é maior.
Quais os métodos de prevenção de Infecções Os métodos de prevenção de Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST)? Sexualmente Transmissíveis entre as quais o
HIV, a Gonorreia, Sífilis, hepatite viral B e C,
herpes, clamídia, etc. são:
▪ Abstinência;
▪ Uso do preservativo;
▪ Evitar a troca de fluidos corporais
▪ Não partilhar instrumentos perfuro-
cortantes como lâminas e seringas,
material de tatuagens e de tratamento
corporal e de beleza;
▪ Usar com cuidado as sanitas e
banheiros, descarregando antes e
depois de usar a sanita.
Quais são as alternativas de tratamento de As alternativas de tratamento são: Consultar
Infecções Sexualmente Transmissíveis? um médico e seguir a prescrição recomendada
e os cuidados recomendados. A Gonorreia,
Sífilis, Hepatite têm curativos; imunização ex:
Hepatite B; tratamento anti-retroviral para HIV;
A prevenção e diagnóstico precoce é a melhor
medida.
OBJECTIVO: Reconhecer que todas as pessoas estão em risco de contrair o HIV/SIDA, pelo que
não vale a pena estigmatizar aqueles que já têm HIV/SIDA, OU é portador de uma outra doenças.
EXPLIQUE: Gostaria de concluir esta sessão com um simples jogo que nos possa ajudar a reflectir
sobre as aprendizagens de hoje.
PEÇA aos jogadores que fiquem numa linha todos virados para a mesma direcção.
Em seguida, explique o jogo.
DIGA: "Onde está de pé é o banco. Quando eu disser: "No rio", deve dar um passo em frente. Se,
contudo, eu disser "dentro do rio", não se deve mover.
Quando eu disser: "Na margem", deve dar um passo atrás até ao ponto de partida.
Se, no entanto, eu disser "Sobre a margem", não se deve mexer. Se alguém cometer um erro, será
eliminado do jogo.
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COMECE o jogo. Jogue por alguns minutos, e aumente a velocidade do jogo até que todos estejam
eliminados.
DIGA ALGO COMO: Todos se riram quando a primeira pessoa cometeu um erro.
PERGUNTE à pessoa que cometeu o erro - "Como é que isso o fez sentir?". [envergonhado,
zangado, estigmatizado, as gargalhadas fizeram-me sentir mal!....]
▪ Atitudes solidárias devem ser as de conviver normalmente com os colegas que estejam
doentes, ou a realizar tratamento, pois revelam coragem e responsabilidade.
▪ Depois explique que este jogo nos mostra que "estamos todos no mesmo barco”. Não
existe uma separação entre "nós e eles". Estamos todos a enfrentar e a viver juntos com
esta epidemia. Todos nós somos afectados - todos nós assumimos riscos ao mesmo
tempo nas nossas vidas e muitos de nós ainda o fazemos e todos nós temos familiares e
amigos que morreram de SIDA.
▪ Muitas pessoas gostam de rir, culpar e julgar os outros, mas um dia poderão também "cair
no rio" - e outros irão rir-se deles. Lembre-se: o HIV/SIDA afecta a toda a gente.
▪ Todos nós corremos o risco de contrair o HIV/SIDA, pelo que não vale a pena estigmatizar
ou culpar aqueles que já estão infectados. Poderemos juntarmo-nos a eles a qualquer dia!
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