0% acharam este documento útil (0 voto)
5 visualizações116 páginas

ANATOMIA HUMANA COMPLETO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 116

Anatomia

Humana
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Objetivos de Aprendizagem

● Apresentar a divisão anatômica das regiões do corpo humano.


● Descrever as diferenças morfológicas denominadas variações, e, a
terminologia associada a posição e direção.
● Abordar o sistema ósseo de acordo com a classificação por região do
corpo.
● Definir junturas através da descrição das particularidades morfológicas e
localização anatômica.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

● Divisão do corpo humano e variação anatômica


● Sistema ósseo: esqueleto axial
● Sistema ósseo: esqueleto apendicular
● Sistema articular: as junturas

INTRODUÇÃO
A ciência da Anatomia é fundamental para a compreensão das estruturas.
A anatomia (ana-= através de; -tomia= processo de corte) é a ciência que estuda
a estrutura e as relações entre estas estruturas.
A disciplina de Anatomia Humana tem por objetivo descrever a
morfologia, nomear e relacionar sua localização anatômica aos aspectos
estruturais do corpo humano.
Partindo de uma ideia elementar, as estruturas do corpo humano estão
organizadas em seis níveis de organização: químico, celular, tecidual, orgânico,
sistêmico e de organismo. Os elementos químicos se organizam estabelecendo
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

ligações ao ponto que as moléculas químicas formam organelas, que constituem


a unidade funcional do ser vivo, a célula.
A capacidade de totipotência das células as habilita a diferenciação em
forma e função, o que por sua vez, leva a constituição dos órgãos, e estes
formam os sistemas biológicos que juntos, formam o organismo.
São exemplos de órgãos o estômago, o coração, o fígado, os pulmões e
o cérebro. De acordo com alguns autores, é possível separar didaticamente o
estudo do corpo humano em onze sistemas biológicos: tegumentar, esquelético
(ossos e articulações), muscular, nervoso, glandular, circulatório, linfático,
respiratório, digestório, urinário e o genital.
Estudar o corpo humano a partir desses níveis de organização estrutural,
nos permite compreender como eles se relacionam entre si. Os sistemas do
corpo humano trabalham juntos para manter a saúde, proteger contra doenças
e permitir a reprodução da espécie.
Nesta unidade de estudos, vamos apresentar a divisão do corpo humano,
a variação anatômica e os aspectos estruturais relacionados ao sistema
locomotor. Também serão abordadas as terminologias adequadas para
referência a posição e direção.
Para iniciar, trataremos da divisão do corpo humano e em seguida do
esqueleto ósseo, que muito embora apresente aspecto estático, é um conjunto
de órgãos dinâmico, ativo que juntamente com tendões, ligamentos e cartilagem,
fornece sustentação no nosso modo bípede de se locomover.
Na sequência passaremos ao estudo das articulações que configuram
ponto de união entre um ou mais ossos, fornecendo mobilidade e amplitude de
movimento ao corpo humano.
A seguir, convido você a explorar esta Unidade, de modo que compreenda
melhor a organização do nosso organismo.
Bons estudos!

Aula 1: Divisão do corpo humano e variação anatômica

Há diferentes maneiras de estudar o corpo humano, de modo que, as mais


usuais são: divisão por região do corpo, ou, pelos sistemas biológicos ou, pela
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

sua fisiologia (funcionamento). Neste material iremos abordar as estruturas


conforme a região que ocupam, se cabeça e pescoço, tórax ou membros.

Iniciaremos os estudos retomando o princípio de construção dos sistemas


biológicos a partir dos órgãos, cujos quais são constituídos por tecidos que
compreendem um conjunto de células especializadas que realizam determinada
função no organismo. Estas células são as unidades fundamentais que realizam
o metabolismo no corpo humano, e estão delimitadas por membranas biológicas,
separadas ou não por líquidos e substâncias no meio interno (ALBERTS, 2017).

O corpo humano é dividido em diversas regiões principais: a cabeça, o


pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros inferiores (TORTORA,
2012). Nesta Unidade de estudos adotaremos essa anatomia regional, que
corresponde a organização das estruturas corporais conforme a região que
ocupam.

Na transição entre as regiões do corpo encontram-se junturas como o


joelho, cotovelo e punho. Já nas suas partes internas, encontram-se cavidades
fechadas que não se comunicam com o meio externo, são elas: cavidade
craniana, vertebral, torácica, abdominal e pélvica. Os órgãos podem perpassar
ao longo dessas cavidades que são revestidas por membranas serosas (KAPIT;
ELSON, 2004).
Superiormente na posição anatômica, a cavidade craniana contém o
encéfalo e o canal vertebral contém a medula espinal. A cavidade torácica é
subdividida em três cavidades menores: a cavidade do pericárdio, que contém o
coração, e duas cavidades pleurais, cada qual contendo um pulmão. A porção
central da cavidade torácica é o mediastino, região localizada entre os pulmões,
posterior ao esterno, anterior à coluna vertebral, limitado superiormente pelo
pescoço e inferiormente pelo diafragma (Figura 1).

Figura 1 - Cavidades do corpo humano.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de Tortora, 2012.

Conforme observa-se na Figura 1, a cavidade abdominopélvica está


separada da cavidade torácica pelo diafragma e é dividida em cavidade
abdominal, superior, e uma cavidade pélvica, inferior. Os órgãos na cavidade
abdominopélvica são chamados de vísceras. As vísceras da cavidade abdominal
incluem o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a
maior parte do intestino grosso. As vísceras da cavidade pélvica incluem a
bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos internos do sistema
genital (TORTORA, 2012).
De forma complementar a essa divisão pode-se admitir sub-divisões que
facilitam a localização e correlação entre as estruturas, como é o caso da região
do abdome que pode ser dividida em quatro quadrantes, a saber: quadrante
superior direito e esquerdo, quadrante inferior direito e esquerdo. Ou ainda, de
forma mais específica em nove quadrantes, partindo-se da ideia de que o
quadrante central situa-se sobre a cicatriz umbilical: linha superior - hipocôndrio
direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo; linha intermediária - região lateral
direita, região umbilical, região lateral esquerda; linha inferior - região inguinal
direita, hipogástrio, região inguinal esquerda (MARTINI, 2009).
Para evitar erros de direção, ao localizar uma estrutura ou órgão,
principalmente de direita e esquerda, adota-se a posição anatômica: corpo
ereto, face voltada para frente, membros superiores estendidos levemente
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

afastados do tronco, palmas das mãos voltadas para frente, membros inferiores
unidos com as pontas dos pés dirigidas para frente (Figura 2) (DRAKE, 2010).

Figura 2 - Posição anatômica.

Legenda: A) vista anterior da posição anatômica. B) vista posterior da posição


anatômica. Os nomes e termos anatômicos correspondentes (entre parênteses)
indicam a regiões específicas do corpo.
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

Assim, tanto as divisões do corpo quanto a descrição de alguma


estrutura, segue, por padrão, a posição anatômica, que é importante para
convencionar direções, ou seja, para que ao redor do mundo todo, seja possível
localizar uma estrutura, ou patologia, ou anormalidade, por exemplo.
Também é por essa razão que a anatomia enquanto ciência que estuda
e descreve macro e microscopicamente as estruturas dos seres vivos
(DANGELO; FATTINI, 2011), a presenta uma terminologia única, adotada
internacionalmente, denominada Nomenclatura Anatômica. Essa convenção
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

uniformiza a linguagem, cabendo apenas realizar a tradução dos termos para o


seu próprio idioma.

#SAIBA MAIS#
A forma mais tradicional para estudo da anatomia humana é a dissecação de
cadáveres para fins de comparação com o vivente. Dissecar quer dizer cortar,
separar em partes, e normalmente, faz-se a dissecação para manutenção de
peças em acervos de laboratórios.
As peças que podem corresponder à órgãos, tecidos ou regiões do corpo, são
mantidas em soluções de formol por exemplo, e, quando manuseadas para
estudo, precisam do apoio de um roteiro teórico-prático que oriente o estudante
sobre o que observar, identificar e relacionar com o vivente. Desta forma, a
posição anatômica é rotineiramente aplicada em cada estudo prático, para que
a observação da peça ocorra de forma correta e uniformizada, a fim de que
termos de direção como direita, esquerda, superior e inferior, sejam
adequadamente empregados.
Fonte: as autoras.
#SAIBA MAIS#

Agora que você já entendeu um pouco mais sobre a divisão do corpo


humano por regiões, como funciona a nomenclatura oficial e a posição
anatômica, vamos estudar os planos de secção e os eixos que delimitam o corpo
e nos permitem valer-se de termos de direção e posição.
Resumidamente, os principais planos de secção são: a) sagital: divide
longitudinalmente o corpo ou estrutura em direita e esquerda; b) coronal ou
frontal: divide longitudinalmente o corpo ou estrutura em partes anterior e
posterior (popularmente frente e costas); c) transverso: divide horizontalmente
o corpo ou estrutura em partes superior e inferior; d) oblíquo: passa através do
corpo ou de um órgão em um ângulo entre um plano transverso e um plano
sagital (Figura 3).

Figura 3 - Planos de secção através do corpo humano.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

#REFLITA#
Adicionalmente aos planos de secção mencionados, observa-se na Figura 3 o
plano oblíquo. Observando a indicação do desenho você consegue determinar
em que porções esta secção delimita um órgão ou região? Qual seria a aplicação
deste plano de secção?
#REFLITA#
Complementarmente aos planos de secção, temos os planos de
delimitação que consideram a posição anatômica e tangenciam os limites do
corpo ou objeto de estudo. Assim, tem-se: a) plano ventral ou anterior,
corresponde a frente, o rosto e é contrário ao plano dorsal ou posterior que
corresponde ao dorso, à parte de trás; b) plano lateral direito e esquerdo, levando
em conta o material estudado e não a ótica do observador; c) plano superior ou
cranial que é contrário ao plano inferior ou podálico que se relaciona com a planta
dos pés.
Para facilitar seu entendimento, as informações sobre os planos de
secção e de delimitação foram reunidos e resumidos no quadro a seguir.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Quadro 1 - Resumo sobre planos de secção e de delimitação.

Plano de Referência Plano de Referência


secção delimitação

Sagital Direita e Lateral direito e Direita e esquerda


esquerda esquerdo

Coronal ou Anterior e Ventral ou anterior Frente (ventre) e


frontal posterior Dorsal ou posterior trás (dorso)

Transverso Superior e Superior ou cranial Em direção a calota


inferior Inferior ou podálico craniana e planta dos pés
Fonte: As autoras.

Variação anatômica
Se você observar com atenção algumas estruturas anatômicas do seu
próprio corpo, irá concluir que não corresponde exatamente ao descrito em um
livro, ou mesmo é parecido com essa mesma estrutura em outra pessoa (SILVA;
ALBERTONI; FALOPPA, 2003) .
Isso se deve ao fato de que as pessoas e suas características são fruto
da sua genética e da influência do meio, não havendo portanto, nenhum
indivíduo exatamente igual ao outro. Neste sentido, se adotarmos a informação
de que um indivíduo adulto, de 1,80 m de altura, apresenta um fêmur (osso da
coxa) de 50 cm, notamos que nem todos os indivíduos seguirão esta mesma
medida. Esse fenômeno recebe o nome de variação anatômica, que consiste
em diferenças morfológicas, internas ou externas, que não acarretam prejuízo
funcional ao indivíduo (DANGELO; FATTINI, 2011).
De acordo com Dangelo e Fattini (2011), dentre os fatores que podem
causar variação anatômica, destacam-se: idade, sexo, raça, biotipo e aspectos
evolutivos.
Quando a variação morfológica causa algum prejuízo funcional ao
indivíduo, deixa de ser variação e passa a ser denominada anomalia. Exemplo
dessa situação pode-se mencionar a polidactilia (condição genética que leva a
presença de um dedo a mais). Em outra situação, quando a variação torna-se
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

incompatível com a vida, como os casos de não formação do encéfalo,


denomina-se monstruosidade e não mais variação anatômica (DRAKE, 2010).
Desse modo, você estudante pode esperar notáveis diferenças
morfológicas nas peças cadavéricas ou dissecadas que poderá examinar
durante seus estudos, ou mesmo em análise na estrutura de viventes ou atlas
anatômicos, pois, a descrição anatômica trabalha com as características mais
frequentes na população, condição essa que é denominada “normal”.

Aula 2: Sistema ósseo: esqueleto axial

É comum pensarmos em esqueleto como um conjunto de ossos sem vida,


duros, inertes, que servem apenas de forma estrutural ao nosso corpo. Pois bem,
o sistema ósseo não é isso não. Segundo Rizzo (2012), apresenta funções bem
definidas:
- Sustenta e fornece estabilidade a todo o corpo;
- Protege órgãos vitais, além de outros tecidos moles;
- Serve de ponto de ancoragem para diferentes estruturas como tendões
e ligamentos;
- É responsável por sintetizar células sanguíneas - hematopoiese.
- Armazena íons indispensáveis ao metabolismo, como por exemplo, o
cálcio.
- Assistência ao movimento, uma vez que a maioria dos músculos
esqueléticos está fixada aos ossos.
Todos os ossos apresentam uma membrana de revestimento, chamada
periósteo, e, é abaixo dessa membrana que o tecido ósseo se desenvolve

#REFLITA#
Denomina-se sistema esquelético o conjunto de ossos, músculos e articulações.
Quando estamos nos referindo apenas aos ossos, o modo correto de referenciar
é sistema ósseo.
Fonte: Adaptado de Dangelo; Fattini, 2011.
#REFLITA#
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Podemos classificá-los ainda quanto à forma e a posição. O quadro a


seguir resume a classificação baseada na morfologia externa do osso.

Quadro 2 - Classificação dos ossos quanto à forma.

Classificação Características

Osso longos O comprimento predomina sobre a largura. São exemplos


os ossos dos membros como rádio e fêmur.

Ossos curtos Todas as dimensões são equivalentes, assemelha -se a um


dado. São exemplos os ossos do punho (ossos carpais).

Ossos planos São finos, pouco espessos. Exemplos: esterno, costelas.

Ossos irregulares Não apresentam formato definido. Exemplos: vértebras.

Ossos sesamóides Desenvolvem-se em pontos de estresse mecânico,


normalmente adjacentes à articulações. Exemplo: patela.
Fonte: As autoras.
Chama-se atenção para os ossos longos, pois, apresentam um eixo
longitudinal chamado de corpo ou diáfise do osso, e as extremidades são
denominadas epífises. No interior da diáfise há um canal medular que aloja a
medula óssea, tecido responsável pelo hematopoiese. Metáfise são as regiões,
onde a diáfise une-se às epífises.

Figura 4 - Morfologia de um osso longo.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de Tortora, 2012.


O esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos (sem considerar a
variação anatômica) agrupados em duas divisões principais: 80 no esqueleto
axial e 126 no esqueleto apendicular (TORTORA, 2012).
Esta divisão faz relação com a posição que os ossos ocupam no corpo
humano, e, nesta aula, iremos evidenciar o esqueleto axial que consiste em
ossos dispostos ao longo do eixo longitudinal (Figura 5).

Figura 5 - Sistema ósseo, com esqueleto axial evidenciado.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de Martini, et a, 2009.

Esqueleto axial
O esqueleto axial é constituído pelos ossos do crânio, osso hióide, coluna
vertebral e caixa torácica.
Os 28 ossos do crânio se subdividem em neurocrânio, aqueles que
protegem o encéfalo e o viscerocrânio distribuídos na região facial (Figura 6)
(RIZZO, 2012).

Figura 6 - Subdivisão do crânio: neurocrânio e viscerocrânio.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de Martini, et al, 2009.

Conforme observa-se na Figura 6, compõe o neurocrânio os seguintes


ossos: frontal (ímpar), parietal (par), occipital (ímpar), temporal (par), esfenóide
(ímpar), etmóide (ímpar). A região do viscerocrânio é composta pelos ossos:
lacrimal (par), nasal (par), zigomático (par), vômer (ímpar), maxila (par),
mandíbula (ímpar), conchas nasais (par), palatino (par) (MARTINI et al, 2009).

#REFLITA#
A Figura 7 corresponde a uma prancha anatômica, própria para estudos
de nomenclatura e localização. Convido você estudante a usar a figura para
relacionar o nome ao osso de forma correta, como um exercício de
aprendizagem.
Figura 7 - Ossos do crânio.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Legenda: 1 - Frontal; 2 - Parietal; 3 - Esfenoide; 4 - Temporal; 5 - Occipital; 6 -


Etmoide; 7 - Nasal; 8 - Lacrimal; 9 - Zigomático; 10 - Maxila; 11 - Concha nasal
inferior; 12 - Vômer; 13 - Mandíbula. Fonte: Adaptado de Netter, 2014.
#REFLITA#

O osso hióide não se articula com outros ossos axiais, estando suspenso
pelo processo estilóide do osso temporal, anteriormente ao final da faringe.
Apresenta formato de ferradura, fornece suporte para a laringe, para a língua e
músculos dessa região (figura 5).
Para você definir a posição do osso hióide, procure a laringe no seu
pescoço enquanto emite algum som, deslize a mão um pouco para cima e
encontrará uma projeção enrijecida que corresponde ao osso.

Figura 7 - Osso hióide, vista ântero-superior.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado: Martini, et al, 2009.

O termo tórax se refere a todo o peito, a parte esquelética do tórax, a


caixa torácica assume papel importante pois protege órgãos vitais: coração e
pulmões. É composta pelos seguintes ossos: esterno (superficial e central na
região anterior); 12 pares de costelas (unem-se às vértebras torácicas
posteriormente e ao esterno anteriormente, via cartilagem costal); 12 vértebras
torácicas (SOBOTTA, 2009).

Figura 8 - Ossos do tórax, vista anterior.

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

As costelas organizam-se como arcos com espaçamento entre elas


preenchidos majoritariamente por musculatura esquelética. Dividimos as
costelas em verdadeiras, que correspondem aos sete primeiros pares que
possuem ligação individual com o esterno pela cartilagem costal; três pares de
costelas falsas, suas cartilagens unem-se à cartilagem costal do 10º par; dois
pares de costelas flutuantes, que não estabelecem ligação com o esterno (Figura
8).
A coluna vertebral, que pertence ao esqueleto axial, também chamada
de espinha ou coluna espinhal, funciona como uma haste flexível e resistente
que permite o movimento, envolve e protege a medula espinal, sustenta a
cabeça e atua como um ponto de fixação para as costelas e músculos do dorso
(TORTORA, et al; 2012).
Esta região contém 26 vértebras, que são distribuídas como se segue: 7
vértebras cervicais (região cervical), 12 vértebras torácicas (posteriores a
cavidade torácica), 5 vértebras lombares (suportam a parte inferior do dorso), 1
sacro (consiste em 5 vértebras sacrais fundidas), 1 cóccix (sua forma é parecido
com o bico de um cuco, consiste em 4 vértebras coccígeas fundidas)
(TORTORA, et al; 2012) (Figura 9).

Figura 9 - Regiões da coluna vertebral - vista dorsal e lateral.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de:


https://stock.adobe.com/pt/search?load_type=search&is_recent_search=&search_type=usertyp
ed&k=coluna+vertebral&native_visual_search=&similar_content_id=&asset_id=209216687.
Acesso em: 28 out. 2020.

As vértebras torácicas que integram a caixa torácica também pertencem


à coluna vertebral, cujo canal medular central abriga a medula espinhal, parte
importante do sistema nervoso central.
As vértebras são similares em estruturas, cada uma consistindo em corpo,
arco vertebral e sete processos. As vértebras cervicais, torácicas e lombares são
bastantes móveis, mas o sacro e o cóccix são menos móveis, entre as vértebras
encontram-se os discos intervertebrais, esses formam articulações resistentes,
que permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem o choque
vertical (Figura 10).

Figura 10 - Vértebras/ Disco Intervertebral.

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

Aula 3: Sistema ósseo: esqueleto apendicular


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

O esqueleto apendicular consiste em os ossos da cintura ou cíngulos, que


são os pontos de união entre esqueleto axial e apendicular, sendo superiormente
o cíngulo escapular formado pela escápula e clavícula (Figura 11) e,
inferiormente o cíngulo pélvico formado pelo ílio (ísquio, ílio e púbis) (Figura 12).

Figura 11 - Ossos do cíngulo do membro superior: clavícula e escápula.

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

Há muitas referências quanto a nomenclatura do osso ílio que forma o


cíngulo inferior. Em algumas literaturas é possível encontrá-lo como ilíaco,
formado pela fusão do ílio (2/3 superiores); ísquio (1/3 inferior e posterior), e
púbis (1/3 inferior e anterior)

Figura 12 - Ossos do cíngulo do membro inferior.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

Cada membro superior possui 30 ossos: um úmero (osso no braço, é o


maior e mais longo osso no membro superior) a ulna e o rádio no antebraço, e
27 ossos na mão, desconsiderando a variação anatômica (onde podem haver
ossos sesamóides) (Figura 13).

Figura 13 - Ossos do esqueleto apendicular superior.

Fonte: Adaptado de NETTER, 2014.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Na mão há oito ossos carpais (ossos do punho: escafoide, semilunar,


piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato e hamato), cinco ossos
metacarpais (ossos da palma, numerados de I a V começando com o osso
lateral no polegar) e 14 falanges (ossos dos dedos, numerados de I a V na mão
(Figura 14) (TORTORA, et al; 2012).

Figura 14 - Ossos da mão.

Fonte: Adaptado de NETTER, 2014.

Cada membro inferior possui 30 ossos: um fêmur (osso da coxa, é o osso


mais resistente, pesado e longo do corpo) a patela (chamado de rótula no
passado), a tíbia, a fíbula, sete ossos tarsais (ossos do tarso: tálus, calcâneo,
navicular, 3 ossos cuneiformes, sendo medial, intermédio e lateral), cinco ossos
metatarsais (são numerados de I a V da posição medial para lateral) e 14
falanges (proximais, mediais e distais) no pé (Figura 15) (TORTORA, et al;
2012).

Figura 15 - Ossos do esqueleto apendicular inferior.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

#FATOS E DADOS#
Ao fazer uma comparação entre os esqueletos masculinos e femininos foi
observado, que os ossos masculinos são geralmente maiores e mais pesados
que os femininos e possuem características anatômicas mais proeminentes para
a fixação muscular. Existem várias diferenças na estrutura pélvica entre o
esqueleto masculino e feminino. A pelve feminina é adaptada para gravidez e
para o parto, o ângulo do arco púbico é maior que 90° das mulheres, sendo
menor nos homens.
Fonte: TORTORA, 2012.
#FATOS E DADOS#

Aula 4: Sistema articular: as junturas

A Artrologia é o ramo da ciência que se ocupa em estudar especificamente


as articulações, ou seja, o ponto de encontro entre ossos. Esses pontos de união
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

entre um ou mais ossos, também podem ser denominados junturas, e permitem


o movimento em maior ou menor grau, de nossa estrutura óssea (TORTORA;
GRABOWSKI, 2012).
Uma das maneiras de classificar as articulações presentes no corpo humano
é de acordo com o material celular presente na estrutura. Três são as classes de
articulações baseando-se no material celular interposto: fibrosas, cartilaginosas
(cartilagíneas) e sinoviais. Quanto ao critério da mobilidade, classificam-se em:
sinartrose, anfiartrose e diartrose.
Para prosseguirmos no estudo das junturas, tomaremos por base a
classificação quanto ao material interposto.

Articulações Fibrosas
Coincidem com as sinartroses, apresentam tecido conjuntivo fibroso como
material interposto, o que resulta em movimento quase nulo. Os exemplos de
ocorrência no organismo se dividem em três grupos:
a) Suturas: localizadas nos pontos de união dos ossos do crânio. De
acordo com a forma com que os ossos se unem em suas bordas, local onde está
o tecido conjuntivo fibroso, podem ser planas (bordas retas); escamosas (borda
em bisel) ou serreadas (borda denteada) (Vide Figura 16A).
b) Sindesmose: segundo a Nomenclatura Anatômica, considera-se
sindesmose apenas a articulação entre a tíbia e a fíbula (articulação tibiofibular),
cuja qual apresenta maior amplitude de movimento em relação às suturas, no
entanto, uma mobilidade ainda considerada reduzida (Vide Figura 16B).
c) Gonfose: são exemplos de sinartrose, isto é, apresentam movimento
quase nulo. O único exemplo de ocorrência é entre a raiz do dente e o alvéolo
da maxila e da mandíbula (Vide Figura 16C).

Figura 16 - Articulações fibrosas


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Legenda: A - Suturas: 1 - coronal; 2 - sagital; 3 - Lambdoide. B - Sindesmose


tibiofibular. C - Gonfose - mandíbula e alvéolos dentários. Fonte: Adaptado de
Netter, 2014.

a) Suturas
Se subdividem em planas, quando as margens de união são retilíneas,
como exemplo na união dos ossos nasais, a sutura internasal (Figura 17A);
serreadas ou denteadas, como é o exemplo na sutura sagital (Figura 17B); e,
sutura escamosa, se as margens de contato unem-se de maneira sobreposta,
como se fossem escamas de um peixe, como é o exemplo da sutura parieto-
temporal (Figura 17C).

Figura 17 - Exemplos de suturas.

Legenda: A - Sutura internasal; B - Sutura sagital; C - Sutura parieto-temporal.


Fonte: Adaptado de Netter, 2014.

Articulações Cartilagíneas
O tecido interposto corresponde a fibrocartilagem ou cartilagem hialina, e
os dois exemplos de ocorrência estão descritos a seguir.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

a) Sincondrose: apresenta cartilagem hialina, ou seja, é substituída por


tecido ósseo no adulto no caso do exemplo dos discos epifisários de crescimento
ou, são sincondroses permanentes, com é o exemplo da união do esterno e as
costelas, via cartilagens costais (RIZZO, 2012) (Figura 18A).
b) Sínfise: a mais conhecida é a sínfise púbica, localizada entre as
porções ilíacas, na parte anterior da pelve. A mobilidade das sínfises
corresponde à anfiartroses, e também pode ser encontrada entre as vértebras
da coluna (Figura 18B).

Figura 18 - Exemplos de articulações cartilaginosas.

Legenda: A - Articulação esfenoccipital; B - Sínfise púbica.


Fonte: Adaptado de Netter, 2014.

Articulações sinoviais
Constituem um tipo particular de articulação pois apresentam uma
cavidade, cujo tecido interposto é líquido sinovial. Pela ampla mobilidade que
conferem, correspondem às diartroses.
Estruturalmente apresentam uma cápsula articular que envolve a
cavidade, sendo essa cápsula formada por duas membranas, a externa fibrosa
e a interna sinovial (Figura 19).

Figura 19 - Cápsula articular.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de MOORE; DALEY, 2014.

É a camada externa - membrana fibrosa - que se fixa ao periósteo e é


estabilizada pela presença de ligamentos que mantém os ossos unidos e são
denominados ligamentos extracapsulares. Os ligamentos também podem estar
presentes internamente em algumas articulações, como é o exemplo do
ligamento cruzado anterior da articulação do joelho, que então serão
denominados ligamentos intracapsulares.
A membrana sinovial pode apresentar algum coxim gorduroso (camada
adiposa) e secreta a sinóvia ou líquido sinovial, um fluido de consistência viscosa
que tem como função diminuir o estresse mecânico entre as epífises ósseas e
fornecer nutrição para os condrócitos das cartilagens articulares.
As cartilagens articulares recobrem as epífises dos ossos, diminuindo o
atrito mecânico e fornecendo uma base lisa e plana para o deslizamento do osso
oposto durante um movimento.
Nas articulações com maior amplitude de movimento e mais exigidas
dentre as atividades diárias, como o joelho, cotovelo, ombro, há a presença de
discos ou meniscos de cartilagem fibrosa. Esses discos e meniscos ajudam a
manter a estabilidade da articulação.
De acordo com as características das faces articulares, as diartroses
podem se categorizar em: elipsóide, plana, gínglimo (dobradiça), selar e trocóide
(Figura 20).

Figura 20 - Características das diartroses.


UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Fonte: Adaptado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Diartrose. Acesso em: fevereiro


2022.

ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
Localização: Aula 2
1- A caixa torácica é a região do esqueleto axial composta por ossos
responsáveis pela proteção aos órgãos considerados vitais, além disso esses
ossos auxiliam na mecânica respiratória, atuam na produção de células
sanguíneas, fornecem suporte para regiões ósseas apendiculares.
Sobre este assunto, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa
correta:
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

a) A caixa torácica é delimitada anteriormente pelo osso esterno e


cartilagens costais, ântero-lateralmente pelas costelas,
posteriormente pelas vértebras torácicas.
b) Fazem parte do esqueleto axial juntamente com a caixa torácica, a coluna
vertebral, a cabeça e os ossos dos pés e das mãos.
c) As costelas da caixa torácica são divididas em apenas duas regiões:
costelas verdadeiras e falsas.
d) São dez vértebras torácicas que compõem a caixa torácica e todas são
consideradas ossos irregulares.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO
MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 1, p. 18].
A alternativa correta é a letra A, já que a caixa torácica apresenta-se limitada
anteriormente (à frente) pelo osso esterno e pelas cartilagens que ligam-no às
costelas. As costelas formam um arco da região anterior até a posterior (atrás)
onde se ligam às doze vértebras torácicas.

Localização: Aula 3
2 - O esqueleto ósseo humano é composto por duzentos e seis ossos
desconsiderando a variação anatômica. Este conjunto ósseo para fins didáticos,
pode ser agrupado nos grupos axial e apendicular.
Com relação a este assunto assinale a alternativa correta.
a) O osso sacro, juntamente com o ílio, forma a pelve, e ambos pertencem
ao esqueleto axial.
b) O osso cóccix é um diminuto osso da audição, portanto, pertence ao
esqueleto axial.
c) Os ossos que compõem a coluna vertebral são classificados como
irregulares, e, pertencem ao esqueleto apendicular.
d) O cíngulo pélvico é formado pelo ílio e pertence ao esqueleto
apendicular.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO


MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 1, p. 22].
A alternativa correta é a letra D, pois o esqueleto apendicular é formado pelas
cinturas ou cíngulos sendo o cíngulo pélvico formado pela ílio e o cíngulo
escapular pelos ossos da escápula e clavícula. Ainda pertencem ao esqueleto
apendicular os ossos dos membros superiores e inferiores.

Localização: Aula 4
3 - As articulações são consideradas importantes para a movimentação corpórea
além de configurarem ponto de união entre dois ossos ou mais. É possível
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

classificar as articulações do corpo humano em três grandes grupos, de acordo


com seu material interposto e mobilidade: fibrosa, cartilaginosa e sinovial.
Sobre as articulações fibrosas, são informações corretas o conteúdo da
alternativa:
a) São classificadas como sinartroses e diartroses.
b) São classificadas em sincondrose e sínfises.
c) São classificadas como coronal, plana e sínfises.
d) São classificadas em suturas, sindesmoses e gonfoses.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO
MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 1, p. 27]
A letra D é a alternativa correta, haja vista que as articulações fibrosas são
classificadas em suturas (que podem ser planas, serreadas ou em bisel;
sindesmose (articulação tibiofibular); e, gonfoses (entre os alvéolos dentários e
a mandíbula ou maxila).

RESUMO
A partir do estudo desta unidade é importante que você tenha compreendido os
principais assuntos abordados: Divisão do corpo humano em cabeça e pescoço,
tronco e membros. A posição anatômica e a nomenclatura anatômica que devem
ser sempre consideradas para compreensão e universalização do material
relacionado ao corpo humano. A variação anatômica é utilizada para designar
estruturas ou órgãos que não atendem à média apresentada pela maioria da
população. O esqueleto ósseo é formado por aproximadamente 206 ossos que
desempenham funções como armazenamento de íons, sustentação, proteção,
locomoção e produção de células sanguíneas. Pode-se classificar os ossos de
acordo com seu formato em curto, longo, sesamóide, plano e irregular. De
acordo com a posição que ocupam no corpo, os ossos são divididos em axiais:
crânio, coluna vertebral e caixa torácica; e, apendiculares: membros superiores
e inferiores e cinturas. As articulações são pontos de união entre dois ossos ou
mais, sendo classificados quanto ao material interposto e mobilidade em:
fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. Articulações fibrosas correspondem às
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

suturas do crânio, sindesmose tibiofibular e gonfoses. Articulações cartilaginosas


apresentam um pouco mais de mobilidade em relação ao grupo anterior e,
correspondem às sincondroses e sínfises. A articulação sinovial apresenta
líquido sinovial como material interposto e é encontrada em locais de amplo
movimento como joelho, cotovelo e ombro.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Apresentação: A medula óssea concentra-se nos ossos, principalmente nos
ossos longos do corpo e é responsável por produzir células sanguíneas. Muitas
doenças, congênitas ou adquiridas, acometem esse tecido, e vale a pena você
explorar o site do REDOME - Registro Nacional de Doadores Voluntários de
Medula óssea, que foi criado em 1993, em São Paulo , para reunir informações
de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante. O
REDOME é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo e
pertence ao Ministério da Saúde, sendo o maior banco com financiamento
exclusivamente público.
Link: Disponível em http://redome.inca.gov.br/

REFERÊNCIAS

ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. [recurso eletrônico]. 6° ed.


Porto Alegre: Artmed, 2017.

DANGELO, J. G. FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2 ed. São Paulo:


Atheneu, 2011.

DI DIO, L. J. A. Lançamento oficial da Terminologia Anatômica em São Paulo:


um marco histórico para a medicina brasileira. Rev. Assoc. Med. Bras., São
Paulo, v. 46, n. 3, p. 191-193, set. 2000. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302000000300001&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 26 out. 2020.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302000000300001.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray´s,


anatomia para estudantes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

KAPIT, W.; ELSON, L. M. Anatomia: um livro para colorir. 3 ed. São Paulo: Roca,
2004.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed.


Porto Alegre: Artmed, 2009.

MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição.


Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014.

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2014.

RIZZO, D. C. Fundamentos de anatomia e fisiologia. Revisão técnica: Miguel


Arcanjo Areas. 3 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

SILVA J. B, ALBERTONI W. M., FALOPPA F. Estudo anatômico da


vascularização cutânea do dorso dos dedos e sua aplicação no retalho
desepidermizado homodigital. Rev Bras Ortop, v. 38, n. 6, 2003.

SOBOTTA, J. Atlas da anatomia: órgãos, sistemas e estruturas. São Paulo:


HF Hullmann, 2009.

TORTORA, G. J. et al. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia


[recurso eletrônico]. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

APROFUNDANDO
Para complementar o estudo da divisão do corpo humano, e compreender a
aplicação dos planos de secção, vamos imaginar que eixos atravessem o corpo
ou estrutura anatômica em estudo, e a partir destes eixos alguns movimentos
podem ser realizados. Observe a tabela a seguir:
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares

Vamos ilustrar as informações da tabela com alguns exemplos: imagine um eixo


imaginário atravessando o corpo de modo a cruzar o plano de secção sagital, ou
seja, da direita para a esquerda ou, da esquerda para a direita. Este eixo
denominamos de eixo látero-lateral pois atravessa o corpo de uma lado para o
outro. Neste exemplo, o corpo conseguirá realizar flexão de tronco ou membros
inferiores, ou ainda o movimento contrário chamado extensão.
Em um segundo exemplo, o eixo imaginário é o ântero-posterior, ou seja,
atravessa da parte anterior para a posterior, ou da posterior para anterior
atravessando o plano de secção frontal. Desse modo, os movimentos possíveis
são de abdução de membros (afastar os membros lateralmente) e adução.
No terceiro exemplo, o eixo imaginário atravessa longitudinalmente o plano de
secção transversal ou transverso. Ou seja, atravessa de cima para baixo ou de
baixo para cima, possibilitando o movimento de rotação do corpo.
Conhecer os movimentos possíveis a partir dos eixos e planos permite
compreender a ação das articulações, a estabilidade e a direção proporcionada
pelos tendões e ligamentos, bem como atuar na reabilitação caso seja
necessário.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CORPO
HUMANO Profa. Ms. Talita Cristina Moreira Moraes Profa. Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Objetivos de Aprendizagem

● Apresentar a morfologia das estruturas que formam o Sistema Nervoso


Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), relacionando-os às
vias somática e visceral.
● Apresentar a morfologia das principais glândulas e detalhar sua
localização anatômica.
● Descrever a morfologia e a localização anatômica dos órgãos
reprodutivos.
● Diferenciar as estruturas sensoriais do tato, paladar, audição, visão e
olfato.

Plano de Estudo

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

● Divisão anatômica do sistema nervoso: SNC e SNP;


● Sistema glandular;
● Sistemas reprodutores masculino e feminino;
● Receptores sensoriais e órgãos dos sentidos.

INTRODUÇÃO

Caro(a) estudante, seja bem vindo(a) a esta unidade de estudos da


disciplina de Anatomia Humana, que tem como objetivo principal apresentar a
morfologia das estruturas, nomear e relacionar sua localização anatômica aos
aspectos estruturais do corpo humano.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Você encontrará nas páginas iniciais as informações sobre as estruturas


de comando do nosso organismo, o sistema nervoso e todas as segmentações
que o acompanham.
Será discutido como se dá a organização e a divisão do sistema nervoso
central e periférico, além de serem fornecidas suas classificações em relação ao
nível de funcionamento.
Na sequência será abordada a morfologia do sistema glandular que,
através da liberação de secreções e de hormônios, participa ativamente da
regulação do metabolismo corpóreo.
Em se tratando de reprodução, o material apresenta os detalhes do
dimorfismo sexual entre os sistemas reprodutores masculino e feminino, bem
como a descrição morfológica das estruturas envolvidas.
Por fim, diante do fato de que o organismo humano interage ativamente
com o meio e com outros seres vivos, os órgãos dos sentidos serão
apresentados sob o aspecto de morfologia e localização.
Ao final dos estudos nesta unidade, espera-se que você se aproprie do
conhecimento sobre estes conhecimentos e que seja capaz de relacionar estas
estruturas e o funcionamento do corpo humano.
Bons estudos!

Aula 1: Divisão anatômica do sistema nervoso: SNC e SNP

O Sistema Nervoso (SN) é uma rede complexa e altamente organizada


de bilhões de neurônios e a neuróglia. Anatomicamente, o SN consiste em duas
subdivisões principais: o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso
Periférico (SNP).
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Os componentes do SNC incluem o encéfalo e a medula espinhal, já o


SNP inclui 12 pares de nervos cranianos, 32 pares de nervos espinhais e seus
ramos, receptores sensitivos, gânglios e plexos entéricos, além de nervos
cranianos, conforme apresenta a Figura 1 (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Figura 1 - Divisão anatômica do Sistema Nervoso.

Fonte: As autoras (2022).

O Sistema Nervoso é responsável pela coordenação das ações


voluntárias e involuntárias, por meio da transmissão de sinais que garante o
funcionamento do organismo. Possui três funções básicas: detectar os estímulos
(função sensitiva), analisar, integrar e armazenar a informação sensitiva (função
integradora) e responder às decisões integradoras (função motora). Sendo
assim, o SN é responsável pela mobilidade e sensibilidade, pelas funções
superiores do organismo, como processamento e armazenamento da memória,
capacidade de aprendizado, funções intelectuais, processos de pensamento e
características de personalidade (MACHADO, 2014).
As atividades do SN dependem das células nervosas, conhecidas como
neuróglia e neurônios. Os neurônios são especializados na condução do impulso
nervoso e fornecem a maioria das funções exclusivas do SN, como sentir,
pensar, lembrar, controlar a atividade muscular e regular as secreções
glandulares.
Observe a Figura 2, que apresenta um neurônio típico, evidenciando suas
regiões principais: dendritos, corpo celular e axônios. Os dendritos
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

correspondem à principal região receptora ou “entrada” das informações. O


corpo celular é o centro metabólico da célula (integração) e o axônio conduz o
impulso nervoso em direção ao outro neurônio, a uma fibra muscular ou uma
célula glandular (KOEPPEN; STANTON, 2009).

Figura 2 - Regiões de um neurônio típico.

Fonte: As autoras (2022).

A neuróglia sustenta, nutre e protege os neurônios e mantém a


homeostase do líquido intersticial que banha o tecido.
No que diz respeito à divisão do SNC, iniciaremos a descrição com a
estrutura do encéfalo: é protegido pelos ossos do crânio, meninges e líquido
cerebrospinal. O encéfalo é bem suprido com oxigênio e nutrientes, qualquer
interrupção de suprimentos de oxigênio pode debilitar, lesar permanentemente
ou matar células encefálicas. Comparativamente, déficit de glicose pode
acarretar em tonturas, convulsões e inconsciência (TORTORA; DERRICKSON,
2012).
A divisão anatômica do encéfalo compreende: cérebro, tronco encefálico
(consiste no bulbo, ponte e mesencéfalo) e o cerebelo, conforme Figura 3A. O
cérebro apresenta giros e vascularização específica, podendo ser reconhecidos
os lobos: parietal, frontal, occipital e temporal. Medialmente apresenta fissura
sagital, que divide esse órgão em dois hemisférios, direito e esquerdo. Unindo
os dois hemisférios encontra-se o corpo caloso que corresponde a um conjunto
de comissuras (MACHADO, 2014).

Figura 3 - Estruturas do sistema nervoso central.


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Legenda: A - Vista lateral esquerda do encéfalo: 1 - Cérebro; 2 - Cerebelo; 3 -


Tronco encefálico. B - Vista lateral esquerda do tronco encefálico: 1 -
Mesencéfalo; 2 - Ponte; 3 - Bulbo. Fonte: Adaptado de http://freepik.com. Acesso
em: fev. 2022.

Conforme já mencionado (Figura 3B), o tronco encefálico divide-se em:


a) Mesencéfalo: conecta-se ao cérebro por meio dos pedúnculos
cerebrais, conecta-se ao cerebelo através do núcleo rubro, o que resulta em
importante atividade motora, postural e reflexa (JACOB; FRANCONE; LOSSOW,
2011).
b) Ponte: situada anteriormente ao cerebelo e inferiormente ao
mesencéfalo, é ponto de partida de alguns nervos cranianos.
c) Bulbo: também chamado de medula oblonga, consiste na parte terminal
do tronco encefálico, de onde partem os nervos cranianos de VI a XII.
O cerebelo ocupa as porções inferior e posterior da cavidade do crânio,
se liga ao tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares. Ele coordena os
movimentos e ajuda a manter o tônus muscular normal, a postura e o equilíbrio.
Lesões na região cerebelar resultam em distúrbios associados à coordenação
motora (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 2011).

a) Meninges, Líquor e Ventrículos

O cérebro, bem como a medula espinal, é envolto por três camadas de


membranas: as meninges. As meninges encefálicas são contínuas com as
meninges espinhais e são assim organizadas: uma camada externa que
compreende a dura-máter, uma camada intermediária que chama-se aracnoide
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

e uma camada interna firmemente aderida à superfície do encéfalo chamada pia-


máter (Figura 4) (GUYTON; HALL, 2002; DRAKE, 2010).

Figura 4 - Vista coronal superior das meninges encefálicas.

Fonte: Adaptado de Tortora e Derrickson (2012).

As meninges cranianas são contínuas com as meninges espinais e


semelhantes a elas. As meninges espinais atravessam o forame magno no osso
occipital e têm uma importante distinção — a dura-máter craniana consiste em
duas camadas e somente uma destas é contínua após o forame magno (Figura
5) (DRAKE, 2010).

Figura 5 - Continuidade das meninges espinais.

Fonte: Adaptado de Tortora e Derrickson (2012).


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Os ventrículos são cavidades do encéfalo preenchidas por líquido


cerebrospinal ou líquor. São conhecidos como espaços que se interligam no
encéfalo, e essa interligação se dá através do líquor. Podemos descrever os
ventrículos como laterais, terceiro ventrículo e quarto ventrículo.

O líquido cerebrospinal circula continuamente por meio do espaço


subaracnoide, dos ventrículos e do canal central da medula espinhal. Esse
líquido protege, servindo como um absorvedor de choque, além de transportar
substâncias nutritivas do sangue e remover resíduos (GUYTON; HALL, 2002).

#SAIBA MAIS#

A barreira hematoencefálica (BHE) limita a passagem de certas substâncias do


sangue para o encéfalo. A nível capilar a BHE situa-se nas células endoteliais,
células epiteliais escamosas, membrana basal, pés perivasculares dos astrócitos
fibrosos e astrócitos protoplasmáticos, ou seja, no sistema vascular adjacente
aos neurônios.

Fonte: Guyton e Hall (2002).

Aula 2: Sistema Glandular

O organismo humano possui um sistema biológico importante que,


comandado pelo sistema nervoso, auxilia no controle do equilíbrio do
metabolismo. Trata-se do sistema glandular e, de acordo com o tipo de excreção
que a glândula realiza, pode ser dividido em parte endócrina e parte exócrina.
As glândulas endócrinas produzem substâncias conhecidas como
hormônios. Hormônios atuam sobre órgãos e sistemas, como por exemplo, a
insulina, que regula a quantidade de açúcar no nosso sangue. São substâncias
formadas por proteínas, que são compostos orgânicos importantes que podem
viajar o corpo através da corrente sanguínea ou atuar nas próprias glândulas
produtoras (GUYTON; HALL, 2012).
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

As glândulas exócrinas, por seu turno, enviam substâncias para locais


fora do sangue que não alcançam órgãos. Estas substâncias são chamadas de
secreções, que podem assumir aspecto líquido como as lágrimas ou mais
viscoso como o leite materno (DANGELO; FATTINI, 2011).
Outra diferença anatômica entre glândulas endócrinas e exócrinas é a
presença ou ausência de ductos. Glândulas endócrinas não possuem ductos,
lançando sua excreção na corrente sanguínea. Glândulas exócrinas, por sua
vez, apresentam ductos que lançam as secreções na luz de órgãos ou para fora
do organismo.
Há várias glândulas distribuídas no organismo e apresentaremos agora
aquelas que pertencem ao sistema endócrino.

a) Tireoide e paratireoides
Localizada na região anterior do pescoço, a tireoide recobre parcialmente
a laringe e a traqueia, de modo que forma a letra “H” na sua organização, onde
cada metade é denominada lobo e é mantida unida pelo istmo. Produz
hormônios importantes para o metabolismo denominados T3 (triiodotironina) e
T4 (tetraiodotironina).
As paratireoides repousam na metade medial da face posterior de cada
lobo da tireoide, onde cada uma das quatro paratireoides mede
aproximadamente 6 (seis) milímetros (DANGELO; FATTINI, 2011). Produzem o
PTH (paratormônio), que atua sobre ossos e rins controlando os níveis de cálcio
e fósforo.

b) Supra-renais

Também chamadas de adrenais, são bilaterais e localizadas sobre os


rins. Dividem-se em duas porções, onde a porção medular produz adrenalina e
noradrenalina e a porção cortical produz cortisol e aldosterona.

c) Hipófise

Localizada abaixo do hipotálamo, repousa sobre a sela túrcica, uma


escavação no osso esfenoide. A hipófise possui duas porções. A porção anterior,
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

chamada de adeno-hipófise, é responsável pela produção de hormônios como:


GH (hormônio do crescimento), ACTH (hormônio corticotrófico), FSH (folículo
estimulante), LH (luteinizante), LTH (prolactina), entre outros. Já a porção
posterior é chamada de neuro-hipófise e produz ADH (hormônio antidiurético),
ocitocina, entre outros.

d) Ovários

São bilaterais, presentes em indivíduos do sexo feminino, têm função


gametogênica ao produzir óvulos, no entanto, sua parte glandular é endócrina,
pois libera os hormônios responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres
sexuais secundários, e atuam sobre o útero para preparação do
desenvolvimento do embrião.
Os ovários não estão envolvidos pelo peritônio, estão fixos próximo às
fímbrias das tubas uterinas por meio do ligamento largo do útero. Medem
aproximadamente 3 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1,5 cm de espessura,
têm aspecto rosado e liso no vivente (DANGELO; FATTINI, 2011).

e) Testículos

São bilaterais, presentes em indivíduos do sexo masculino e também têm


função gametogênica, pois produzem os espermatozoides, que são os gametas
masculinos. Sua função glandular endócrina produz testosterona, responsável
pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.
São de aspecto ovoide, o testísculo esquerdo é mais inferior ao direito,
ambos situam-se na bolsa escrotal ou escroto, divididos por um septo interno.
São revestidos por uma membrana fibrosa chamada túnica albugínea e,
internamente, são melhor estudados na histologia (DANGELO; FATTINI, 2011).

f) Pâncreas (mista)

Além dessas glândulas e suas interligações com seus órgãos de


comunicação, temos uma glândula conhecida por pâncreas, que produz
hormônios que regulam o açúcar no sangue, a insulina e o glucagon.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

O pâncreas localiza-se no quadrante superior esquerdo do abdome,


posterior ao estômago, retroperitoneal, é um órgão alongado e achatado,
conhecido por ser uma glândula mista, pois, além de hormônios produz a
secreção suco pancreático, que auxilia no processo digestivo ao ser conduzido
pelo ducto pancreático até o duodeno.
A extremidade direita é dilatada e chama-se cabeça, a parte central
transversal é o corpo e a extremidade esquerda, mais afilada, compreende a
cauda.

e) Fígado (mista)

É a maior glândula do corpo humano, localiza-se no quadrante superior


direito, sendo que parte de sua extremidade esquerda ocupa parcialmente o
quadrante superior esquerdo do abdome, com aproximadamente 20 cm de
diâmetro, 17 cm de altura e peso médio de 1,4 quilos (DRAKE, 2010).
Inferiormente ao órgão situa-se a vesícula biliar que armazena a bile
produzida pelo fígado e que dispensa seu conteúdo, através do ducto cístico, no
duodeno.
A parte endócrina do fígado produz angiotensinogênio (hormônio que atua
no controle da pressão arterial), porém realiza outras funções importantes no
metabolismo como síntese, armazenamento e quebra de glicogênio, lipogênese,
síntese de colesterol, desintoxicação, entre outros.
Apresenta duas faces distintas: porção diafragmática (em direção ao
diafragma) e porção visceral (em direção às vísceras abdominais). Confira, na
Figura 6, alguns detalhes da morfologia deste órgão.

Figura 6 - Anatomia do fígado.


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Legenda: A) A1 - lobo esquerdo; A2 - lobo direito; B - ligamento falciforme; C -


ligamento redondo; D) ligamento coronário; E) vesícula biliar; B) A1 - lobo
esquerdo; A2 - lobo direito; A3 - lobo caudado; A4 - lobo quadrado; C) ligamento
redondo; E - vesícula biliar; F - porta hepática; G - ducto biliar comum; c - veia
cava inferior; d) veia porta hepática; e) artéria hepática. Fonte: adaptado de Kapi
e Elson (2004).

#SAIBA MAIS#

O corpo pineal ou epífise, localizado abaixo do do corpo caloso do cérebro


também é considerado glândula endócrina, pois produz a melatonina. Não se
sabe com certeza o papel deste hormônio no organismo, no entanto, acredita-se
que esteja relacionado com o ciclo circadiano, ou seja, regula o sono.

Fonte: As autoras (2022).

Quanto às glândulas exócrinas, vale ressaltar que estão distribuídas no


organismo e sua principal característica é a presença de ductos ou canais
secretores. Alguns exemplos são: glândulas lacrimais, salivares, sudorípara,
sebáceas e caliciformes.

Aula 3: Sistemas reprodutores masculino e feminino

a) Sistema reprodutor masculino

O sistema genital nos homens (sistema reprodutor masculino) possui


componentes no abdome, na pelve e no períneo (figuras 1 e 2). Os principais
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

componentes são os testículos, os epidídimos, os ductos deferentes e os ductos


ejaculatórios, de cada lado do corpo, e a uretra e o pênis, na linha mediada. Além
disso, estão associados ao sistema três tipos de glândula acessória: a próstata,
um par de glândulas seminais e um par de glândulas bulbouretrais. A estrutura
do sistema genital nos homens consiste basicamente em uma série de ductos e
túbulos.

A descrição a seguir baseia-se na obra de Tortora e Grabowski (2006).


São estruturas externas:

a) Escroto (saco escrotal): bolsa de fáscia superficial contínua à parede


abdominal, de musculatura lisa (dartos), recoberta por esparsos pêlos pubianos
a partir da puberdade, que abriga os testículos. Internamente apresenta um
septo, dividindo cada um dos testículos.
Devido ao controle de temperatura necessário à viabilidade dos
espermatozoides, durante decaimento de temperatura os dartos contraem-se
elevando os testículos para mais próximos da pelve, a fim de restabelecer uma
temperatura ótima que fica em torno de 35º C.

b) Pênis: órgão da cópula, pode ser dividido em três regiões: raiz, ligada
à porção isquial do ílio; corpo, dividido em fáscias denominadas corpos
cavernosos (laterais) e corpos esponjosos (centrais); glande, extremidade distal,
onde acha-se o óstio da uretra, recoberto por epitélio frouxo denominado
prepúcio.
O corpo constitui tecido erétil e é fortemente vascularizado a nível de
corpos cavernosos. Durante o estímulo sexual, esses vasos sofrem dilatação por
controle do sistema nervoso autônomo e o volume de sangue promove a
expansão do tecido erétil (ereção).

Agora vamos detalhar as estruturas internas:

a) Testículos: par de estruturas respo nsáveis pela produção de


espermatozoides (gametas). Situam-se no interior do escroto, envolvidos por
uma túnica albugínea. Apresentam formato oval, cerca de 5 cm de comprimento,
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

são divididos internamente por septos que formam lojas ou lóbulos, sendo que
no interior dos lóbulos localizam-se os túbulos seminíferos. Os túbulos
seminíferos enovelados progridem em direção ao dorso testicular, onde tornam-
se túbulos retos, que se anastomosam formando uma rede reticular. Ductos
partem desta rede para formar o epidídimo.
Os testículos também são responsáveis pela liberação do hormônio
sexual masculino, a testosterona.

b) Epidídimo: Consiste em um ducto espiralado localizado dorsalmente no


testículo onde os espermatozoides são armazenados para passarem por
maturação. É dividido em cabeça, corpo e cauda, esta última sendo marcada por
uma porção ascendente do túbulo que dá início ao canal deferente.

c) Ducto ou canal deferente: a partir da cauda do epidídimo passa pelo


canal inguinal em direção à cavidade pélvica. Na passagem pelo canal inguinal
localizam-se nervos, veias e artérias juntamente do canal deferente, formando o
funículo espermático. Cada canal deferente ladeia a bexiga e ambos unem-se
na altura da glândula seminal.

d) Glândula seminal: par de vesículas localizadas próximas à base da


bexiga, correspondendo a um túbulo enovelado que secreta o líquido seminal,
contendo nutrientes para o espermatozoide. Inferiormente essa glândula forma
um ducto que une-se ao canal deferente formando o ducto ejaculátório.

e) Ducto ejaculatório: conduz, por peristalse, os espermatozoides em


direção à uretra. Quase toda sua extensão está situada na próstata.

f) Glândulas bulbouretrais: par de estruturas localizadas abaixo da


próstata, à direita e à esquerda da uretra. Secretam substância alcalina que
neutraliza a acidez uretral para passagem dos espermatozoides

g) Próstata: seu tamanho aproxima-se ao tamanho de uma amêndoa, é


constituída de musculatura lisa, tecido fibroso e glandular. Libera um líquido de
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

aspecto leitoso com substâncias usadas pelo espermatozoide para produção de


ATP.

h) Uretra: tubo de musculatura lisa, pertence ao sistema urinário por


conduzir a urina e ao sistema reprodutor por conduzir o sêmen. Mede
aproximadamente 20 cm e divide-se em: uretra prostática ‒ quando parte da
próstata; uretra membranosa ‒ quando passa pelo assoalho da pelve; uretra
esponjosa ‒ quando passa na altura do corpo esponjoso do pênis (Figura 7).

Figura 7 - Vista medial da região urogenital masculina.

Fonte: Adaptado de Tortora (2012).

#SAIBA MAIS#

Vasectomia

O canal deferente transporta espermatozoides da cauda do epidídimo, no


escroto, para o ducto ejaculatório na cavidade pélvica. Como tem uma parede
de músculo liso espesso, pode facilmente ser palpado no cordão espermático
entre os testículos e o anel inguinal superficial. De igual modo, como pode ser
acessado através da pele e da fáscia superficial, é passível de dissecção
cirúrgica e de secção cirúrgica. Quando é realizada bilateralmente (vasectomia),
o paciente torna-se estéril — este é um método útil para contracepção masculina.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

b) Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino (sistema genital da mulher) está situado na


cavidade abdominopélvica, inferiormente suas aberturas e estruturas externas
situam-se no períneo (região entre as coxas e as nádegas), e pode ser dividido
em genitália externa e genitália interna. Sua função principal está relacionada à
reprodução, no entanto, o tecido endócrino dos ovários é responsável pela
produção dos hormônios estrógeno e progesterona, a partir da puberdade.
Pertencem à genitália externa (vulva):

a) Lábios maiores: pregas cutâneas constituídas de gordura e recobertas


por pelos pubianos a partir da puberdade, que se estendem do monte púbico
que corresponde à elevação de tecido adiposo anterior a sínfise púbica. Os
lábios maiores com os lábios menores recobrem os óstios da vagina e da uretra.

b) Lábios menores: pregas cutâneas localizadas medialmente aos lábios


menores. Anteriormente suas camadas formam o prepúcio do clitóris e
inferiormente o frênulo.

c) Clitóris: projeção de tecido erétil, repleto de nervos e vasos sanguíneos,


sendo portanto, sensível à estimulação. Ocupa a região superior do vestíbulo,
anterior à vagina.

d) Vestíbulo: corresponde à fenda entre os lábios menores, onde


localizam-se o óstio da uretra e o óstio da vagina. Separando a vagina do
vestíbulo pode estar presente uma membrana vascularizada chamada hímen.

As estruturas internas do sistema reprodutor feminino incluem: canal


vaginal (vagina), útero, tubas uterinas e ovários. A descrição a seguir baseia-se
nas obras de Tortora (2006) e Drake (2010).

a) Canal vaginal (vagina): canal de musculatura lisa de 10 a 15 cm de


comprimento, revestido internamente por mucosa, estende-se posteriormente à
bexiga e anteriormente ao reto, sendo o canal da cópula, da saída do fluxo
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

menstrual e da passagem do feto durante o parto. A decomposição do glicogênio


presente na mucosa vaginal em ácidos orgânicos provoca a acidez característica
que inibe a proliferação bacteriana (Figura 8).

Figura 8 - Vista medial da região urogenital feminina.

Legenda: A - Tuba uterina; B - Ovário; C - Útero; D - Canal vaginal; E - Clítóris;


F - óstio da uretra; G - Lábio menor; H - Lábio maior; I - óstio da vagina.
Adaptado de: Netter (2014).

b) Útero: órgão muscular piriforme, de parede espessa, com cerca de 7,5


cm de comprimento longitudinal e 5 cm de largura no plano transversal. Projeta-
se de forma súpero-anterior à bexiga e conecta-se à vagina e às tubas uterinas.
Superiormente situa-se o fundo do útero, a parte central chama-se corpo do útero
e o estreitamento de ligação com a vagina chama-se colo do útero. O
desenvolvimento placentário e a implantação do óvulo fecundado ocorrem na
cavidade uterina, na região do corpo do útero.
A parede intermediária do útero corresponde ao miométrio, já o
revestimento interno é o endométrio, que possui vascularização e suas células
são influenciadas pelos hormônios estrógeno e progesterona, preparando-se
periodicamente para a implantação de um zigoto.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

c) Tubas uterinas: projetam-se bilateralmente a partir do útero, com


aproximadamente 12 cm de comprimento sendo sustentadas pelo ligamento
largo ou mesossalpinge. São constituídas de tecido conjuntivo e musculatura
lisa, contraindo-se ritmicamente, auxiliando o deslocamento do óvulo de sua
extremidade até o útero.
As tubas uterinas dividem-se em três regiões principais a partir do útero,
a saber: istmo, ampola (parte mais ampla) e o infundíbulo, cuja abertura para a
cavidade abdominal se dá por projeções digitiformes denominadas fímbrias. As
fímbrias auxiliam na captura do óvulo, uma vez que não há ducto fazendo a
ligação entre o ovário e a tuba.
Geralmente, é na tuba que o espermatozoide encontra o ovócito
secundário promovendo a fecundação.

d) Ovários: gônadas que amadurecem ovócitos, de forma alternada e


cíclica, além de sintetizar hormônios. Apesar de serem descritos com formato
ovalado, apresentam cerca de 4 cm de diâmetro, e ficam presos ao ligamento
largo do útero pelo mesovário (prega peritoneal) (Figura 9).

Figura 9 - Vista posterior do útero, ovários e estruturas associadas.


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Fonte: Adaptado de Tortora (2012).

Aula 4: Receptores sensoriais e os órgãos dos sentidos

Sensação é a percepção consciente ou subconsciente de estímulos


internos e externos. A maioria de nós tem consciência da informação sensitiva
para o sistema nervoso central (SNC) a partir das estruturas associadas ao
olfato, paladar, visão, audição e tato. Esses cinco sentidos são conhecidos
como sentidos especiais.
Os sentidos somáticos incluem as sensações táteis (toque, pressão e
vibração), sensações térmicas (calor e frio), sensações de dor e sensações
proprioceptivas (sentido de posição da articulação e do músculo e movimentos
dos membros e da cabeça). Os sentidos viscerais fornecem informações sobre
as condições dos órgãos internos (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
As condições para uma sensação ocorrer são a recepção de um estímulo
por um receptor sensitivo, a conversão do estímulo em um ou mais impulsos
nervosos, a condução dos impulsos ao encéfalo e a integração dos impulsos por
uma região do encéfalo.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Um receptor é uma terminação de um neurônio sensitivo, que pode variar


quanto à complexidade (terminações livres, sensitiva), e pode variar quanto ao
estímulo (dor, visão, audição, temperatura) (JACOB; FRANCONE; LOSSOW,
2011).

Olfato

A cavidade nasal contém de 10 a 100 milhões de receptores para o


sentido do olfato ou ato da olfação (olfactu = cheirar). Uma vez que alguns
impulsos nervosos para o olfato e a gustação se propagam ao sistema límbico,
certos odores e sabores podem evocar fortes respostas emocionais ou um fluxo
de memórias (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Os sensores olfativos correspondem a neurônios sensitivos, cujos


axônios com inúmeros dendritos finos atravessam o osso etmoide em uma
região crivosa denominada “lâmina cibriforme” e ficam expostos na cavidade
nasal, apenas encobertos por uma camada de muco (Figura 10).

Figura 10 - Sensores olfativos na cavidade nasal ‒ vista lateral.

Fonte: As autoras (2022).

#FATOS E DADOS#
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Bettina Malnic é bioquímica do Instituto de Química de São Paulo (IQ - USP) e


especialista no funcionamento molecular do olfato. Em entrevista à Revista
FAPESP, em agosto de 2020, falou sobre a alta incidência de anosmia em
pacientes infectados com Sars-Cov-2. Ou seja, falta de percepção de odor em
pacientes com a Covid-19.
A especialista comentou que diariamente novas informações são publicadas a
respeito do vírus, no entanto, suas percepções são de que a anosmia pode
ocorrer por obstrução dos sensores olfativos na cavidade nasal, como o acúmulo
de muco, por exemplo. No entanto, nos casos relatados a perda de sensibilidade
do olfato não ocorreu por obstrução, mas sim pelo comprometimento das células
do epitélio que dá suporte aos receptores neuronais, ou seja, a lesão não é no
neurônio sensitivo, mas de alguma forma a lesão epitelial que o vírus provoca
acaba influenciando a percepção dos cheiros.
Não sendo muito conclusivas, as pesquisas seguem tentando compreender
como a morte de células epiteliais pode comprometer a ação de neurônios do
olfato.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/a-pandemia-chamou-a-atencao-para-o-
sentido-do-olfato/.Acesso em: 28 out. 2020.

Paladar

O gosto ou gustação (gust = gosto) pode ser sentido através de cinco


sabores primários: ácido, doce, amargo, salgado e umami (descrito como picante
ou “carnudo”).
As estruturas especializadas na percepção do gosto são os botões
gustativos, localizados na língua com receptores que se assemelham a “cebolas”
(Figura 11), os quais apresentam um poro por onde passam os cílios de cerca
de 5 a 18 células ciliadas internas (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 2011).

Figura 11 - Receptores gustatórios.


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Fonte: Adaptado de Netter (2014).

Visão

A retina é uma estrutura que contém células especializadas em captar luz,


os bastonetes, e cores, os cones. Desta forma a retina é responsável em
converter as imagens (estímulos) em impulsos nervosos, que são transmitidos
para células ganglionares cujos axônios formam o nervo óptico (Figura 12)
(JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 2011).

Figura 12 - Estruturas da visão.

Fonte: As autoras (2022).

Audição
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

A orelha é uma estrutura sensitiva e pode converter as vibrações sonoras


em sinais elétricos. Além dos receptores para as ondas sonoras a orelha também
tem receptores para o equilíbrio (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
As regiões da orelha são: Orelha externa: orelha, meato acústico e
membrana timpânica; Orelha média: tuba auditiva, ossículos da audição,
vestíbulo e cóclea; Orelha interna: labirinto ósseo e labirinto membranáceo,
contém o órgão espiral, o órgão da audição (DANGELO; FATTINI, 2011).
As ondas sonoras entram no meato acústico externo, atingem a
membrana timpânica, passam através dos ossículos da audição, atingem a
janela do vestíbulo, produzem ondas de pressão na perilinfa, atingem a parede
vestibular do ducto coclear e a rampa do tímpano, aumentam a pressão na
endolinfa, vibram a parede timpânica do ducto coclear e estimulam as células
ciliadas no órgão espiral (Figura 13).
As células ciliadas liberam moléculas neurotransmissoras que podem
iniciar os impulsos nervosos nos neurônios sensitivos. Os neurônios sensitivos,
no ramo coclear do nervo vestibulococlear, terminam no bulbo. Os sinais
auditivos então passam para o mesencéfalo, o tálamo e os lobos temporais
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Figura 13 - Estruturas da audição.

Fonte: Adaptado de Netter (2014).


UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Tato

As sensações do tato geralmente resultam da estimulação de receptores


táteis na pele ou tela subcutânea. As sensações táteis (tact- = toque, tato)
incluem as de tato, de pressão, de vibração, de prurido e de cócegas.
Os receptores para o tato incluem os corpúsculos de Meissner, os plexos
das raízes dos pelos, os discos de Merkel e os corpúsculos de Ruffini (Figura
14). Os receptores de pressão e vibração são os corpúsculos de Pacini e
também estimulação de terminais livres.

Figura 14 - Estruturas do tato.

Fonte: https://media.istockphoto.com/vectors/skin-anatomy-layers-epidermis-
derma-and-fat-vector-
id1159417451?b=1&k=6&m=1159417451&s=612x612&w=0&h=2o3otzk9bC4yq
52pXG9dB76goSXwO1ycTWynpmb4Cv8=. Acesso em: 28 out. 2020.

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

UNIDADE 3
Localização: Aula 1 Nível: Fácil.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

1- Do ponto de vista anatômico ou morfológico, é possível dividir o sistema


nervoso humano em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico
(SNP).
Com relação às particularidades desse sistema biológico, análise as proposições
a seguir e assinale a que julgar correta:

a) O cerebelo faz parte do SNC e ocupa posição inferior ao cérebro e


posterior ao tronco encefálico.
b) O mesencéfalo faz parte do tronco encefálico, por consequência, pertence
ao SNP.
c) O cérebro é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo.
d) O encéfalo é formado pelo cérebro e medula espinhal.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO


MATERIAL:

MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia


Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 3, p. 5 e 6].
A alternativa A está correta, já que ícones representam um ou mais aspectos da
informação.

UNIDADE 3
Localização: Aula 3 Nível: Fácil

2 - O sistema reprodutor feminino está localizado na cavidade pélvica e no


períneo, sendo que a maior parte das estruturas e órgãos compõem a genitália
interna.
A respeito da anatomia do sistema reprodutor feminino, analise a figura a seguir
e indique a alternativa correta:
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Fonte: Adaptado de Netter (2014).


a) O número 1 indica o ovário, glândula produtora de óvulos e hormônios; o
número 4 indica o útero e o número 3 indica o colo do útero, local
constituído de musculatura lisa.
b) O número 4 indica a vagina ou canal vaginal, órgão de musculatura
lisa; o número 3 indica o colo do útero e o número 6 apresenta as
fímbrias, projeções digitiformes.
c) O número 5 indica a tuba uterina; o número 2 indica o útero, órgão de
musculatura lisa distensível e o número 4 indica o colo do útero, canal que
se abre superiormente em direção ao útero.
d) O número 6 indica as fímbrias, estruturas digitiformes localizadas na
extremidade do canal vaginal representado pelo número 5; o número 1
indica o ovário.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO


MATERIAL:

MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia


Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 3, p. 16 e 17].
A alternativa correta é a letra B, sendo que a correlação correta das estruturas
é: 1 - ovário; 2 - útero; 3 - colo do útero; 4 - vagina ou canal vaginal; 5 - tuba
uterina; 6 - fímbrias.

UNIDADE 3
Localização: Aula 4 Nível: Fácil

3 - O tato é um importante sensorial para que os humanos possam realizar


inúmeras tarefas e ainda, prevenir-se de acidentes, como queimaduras
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

proveniente de chamas de fogão, ou ainda, perfurações com objetos


pontiagudos como uma agulha.
Sobre o tato, componente do sistema sensorial, assinale a alternativa correta:

a) As cócegas correspondem a uma das sensações possíveis de serem


vivenciadas devido aos estímulos nos receptores táteis na derme ou
tela subcutânea.
b) Há várias classes de receptores táteis, entre eles: receptores livres e
corpúsculos de bastonetes.
c) A pressão, seja interna ou externa (cutânea), não corresponde a uma
sensação tátil, pois é controlada pelo encéfalo.
d) A maioria dos receptores sensoriais está localizada na região do sistema
nervoso central.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO


MATERIAL:

MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia


Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 3, p. 23].
A alternativa correta é a letra A, porque a estimulação dos receptores sensoriais
do tato dispostos na derme ou tela subcutânea pode resultar em diferentes
sensações táteis, incluindo pressão, vibração, prurido e cócegas.

RESUMO

O Sistema Nervoso é responsável pela integração com o ambiente, pela


cognição e funções superiores como os sentimentos. Do ponto de vista
anatômico divide-se em: sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP).
Pertencem ao SNC: encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula
espinhal. O SNP é formado pelos nervos e gânglios distribuídos pelo organismo.
O sistema glandular atua como controlador da homeostase, principalmente
através dos hormônios. Hormônios são proteínas, sintetizadas e liberadas por
glândulas. De acordo com a morfologia as glândulas são exócrinas, que
apresentam ducto e a secreção será conduzida sem contato com o sistema
sanguíneo e as endócrinas, que não apresentam ducto, liberando hormônios que
são transportados pelo sistema sanguíneo. Sobre os sistemas reprodutores
feminino e masculino, as estruturas reprodutivas femininas são: lábios maiores
e menores, clitóris, vestíbulo, canal vaginal, útero, tubas uterinas e ovários. No
processo de surgimento de um novo organismo a mulher produz o gameta
feminino, o óvulo e, enquanto gestante, seu corpo desenvolve o feto. As
estruturas reprodutivas masculinas são: escroto, pênis, testículos, epidídimo,
canal deferente, ducto ejaculatório, uretra, próstata, glândulas seminais e
bulbouretrais. O homem produz o espermatozoide, gameta masculino
responsável pela fecundação do óvulo para viabilização do desenvolvimento de
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

um novo organismo. Sensação é a percepção consciente ou subconsciente de


estímulos do meio ambiente e fica a cargo dos receptores sensoriais distribuídos
nos sistemas sensoriais: olfato, paladar, visão, audição e tato. Cada um destes
é dependente de estímulos diferentes como o som, o sabor e as imagens, além
de apresentar morfologia diferenciada.

MATERIAL COMPLEMENTAR

Apresentação: pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos identificaram uma


estratégia que talvez um dia possa ser usada para reduzir a perda de memória
característica do mal de Alzheimer, doença neurodegenerativa que atinge quase
35 milhões de pessoas no mundo e permanece sem tratamento eficiente. O
trabalho indica que, em princípio, é possível usar um fármaco para restaurar a
síntese de proteínas em um cérebro afetado pelo Alzheimer. Confira o artigo
completo publicado em fevereiro de 2021, ou ainda, outras informações na
página da Revista FAPESP.
Artigo científico: OLIVEIRA, M. M. et al. Correction of eIF2-dependent defects in
brain protein synthesis, synaptic plasticity and memory in mouse models of
Alzheimer’s disease. Science Signaling. 2 fev. 2021.
Link: https://revistapesquisa.fapesp.br/neuronios-de-volta-a-atividade-normal/.

REFERÊNCIAS

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo:


Atheneu, 2011.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray´s,


anatomia para estudantes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

JACOB, Stanley W.; FRANCONE, Clarice Ashworth; LOSSOW, Walter J.


Anatomia e fisiologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2011.

KAPIT, Wynn; ELSON, Lawrence M. Anatomia: um livro para colorir. 3 ed. São
Paulo:
Roca, 2004.
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

KOEPPEN, Bruce M.; STANTON, Bruce A. Berne e Levy: fisiologia. 6. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2009.

LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de


neurociência. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

MACHADO, Angelo. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu,


2014.

NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2014.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos


de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

APROFUNDANDO

A compreensão do funcionamento do corpo humano, em especial do cérebro,


bem como sua morfologia, é motivo de curiosidade e move investigações desde
o tempo das cavernas. O estudo de cadáveres, ou seja, corpos post mortem
muito contribuiu para a descrição criteriosa de estruturas, órgãos e continua
contribuindo para a elucidação de variações anatômicas ou para investigação de
casos não compreendidos na medicina.
A doação de corpos post mortem no Brasil é regulamentada por legislação
federal, contudo é pouco conhecida. A seguir, apresentam-se resumidamente as
etapas para a doação:
UNIDADE III: MECANISMOS DE CONTROLE, DE INTERAÇÃO COM O MEIO E
DE REPRODUÇÃO Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares
Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

A decisão pessoal e o esclarecimento para a família são fundamentais para que


após a morte ocorram os procedimentos legais e de forma ética. Há carência de
divulgação do assunto, o que pode justificar os baixos índices de doações. Uma
maior exposição da temática levaria a um esclarecimento da comunidade em
geral, o que refletiria num aumento da taxa de doação de corpos para tal fim,
ainda em vida.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Objetivos de Aprendizagem
● Descrever a morfologia das estruturas do sistema renal e relacionar à sua
localização anatômica.
● Apresentar a morfologia e localização anatômica das estruturas do
sistema respiratório.
● Apresentar as particularidades anatômicas das estruturas do sistema
digestório e sua localização anatômica.
● Identificar as divisões do sistema tegumentar e descrever seus anexos.

Plano de Estudo

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

● Anatomia do sistema renal.


● Sistema respiratório: morfologia e localização das estruturas.
● Anatomia do sistema digestório.
● O tegumento (pele).

INTRODUÇÃO

Ao pensarmos no estudo do corpo humano as funções e órgãos vitais são


os primeiros que nos vem à mente, tal qual o “bater” do coração e a respiração
pelos pulmões.
Nesta unidade trataremos exatamente desses sistemas biológicos,
concentrando-nos naqueles situados na região do tronco: Sistema renal,
respiratório, digestório e também tegumento (pele).
Iniciando pelos sistemas renal e respiratório, que contrariamente ao que
pensamos, não realizam apenas a filtração do sangue e a captura de oxigênio,
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

mas sim, participam de mecanismos reguladores importantes para manter a


saúde dos indivíduos.
Na sequência será abordado o sistema digestório, meio de aquisição de
fonte de energia para que todos os outros mecanismos e órgãos possam
trabalhar.
Por fim, será abordado o tegumento, a pele e o pêlo fornecem barreiras
que protegem todos os órgãos internos de agentes nocivos no ambiente externo.
A pele ajuda na ativação da vitamina D, necessária à absorção do cálcio e do
fósforo na dieta para formar e manter os ossos.
Esse material foi preparado para servir de apoio para seus estudos, sendo
assim, recomenda-se que ao entrar em contato com o conteúdo você explore as
figuras e faça exercícios de aprendizagem significativa, como associações,
utilização de grifos, sublinhados e destaques.
Boa leitura!

Aula 1: Anatomia do sistema renal

O sistema renal, também chamado de sistema excretor ou urinário, tem


por função primordial a remoção de íons e metabólitos do sangue, processo
conhecido como filtração.
Anatomicamente o sistema renal é formado por dois rins, dois ureteres,
uma bexiga e uma uretra. Os rins são órgãos bilaterais, de formato similar a
grãos de feijão, situados retroperitoneais, na altura de TXII (12ª vértebra torácica)
a LIII (3ª vértebra lombar), entre a parede posterior e o peritônio parietal (DRAKE,
2010).
O rim direito encontra-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido a
presença do fígado, apresenta tamanho aproximado de 11 cm de comprimento
longitudinalmente, 5 a 7 cm de largura na sua maior porção, e em torno de 2,5
cm de espessura, pesa cerca de 180 gramas em um indivíduo adulto (JACOB;
FRANCONE; LOSSOW, 2011).
Suas extremidades superior e inferior são normalmente chamadas de
polos, sendo que no polo superior repousa a glândula supra-renal, pertencente
ao sistema glandular endócrino (DANGELO; FATTINI, 2011).
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Externamente os rins estão envolvidos por uma cápsula fibrosa e


comumente, ainda por outra membrana com característica adiposa, chamada de
cápsula adiposa. Na sua porção medial apresenta uma abertura chamada hilo,
por onde penetram os vasos sanguíneos (artéria e veia renal), vasos linfáticos,
nervos e o ureter.
Internamente, apresenta três estruturas principais: córtex, medula e pelve,
sendo o córtex a parte mais próxima à cápsula renal, onde se encontram a
maioria dos néfrons, unidades funcionais deste sistema (Figura 1).

Figura 1 - Estrutura do rim direito seccionado.

Fonte: Adaptado de Netter, 2014.

Medialmente (ao centro) localiza-se a medula, dividida em projeções


denominadas pirâmides renais. As pirâmides renais possuem aparência
estriada, pois são formadas quase inteiramente por feixes paralelos de
microscópicos túbulos coletores de urina (HOEHN; MARIEB, 2008). Na base das
pirâmides encontram-se os cálices menores e maiores, que desembocam na
pelve renal.
Ao atingir a pelve renal o filtrado recebe a denominação de urina e é
conduzido aos ureteres. Os ureteres são tubos de musculatura lisa que drenam
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

a urina dos rins até a bexiga, onde desembocam através do óstio ureteral. De
acordo com a posição que ocupam, distinguem-se as porções abdominal e
pélvica.
Os ureteres apresentam cerca de 30 cm de extensão, a variar de acordo
com o biotipo do indivíduo, inicia na altura da vértebra LII, a partir da pelve renal
deslocando-se por trás do peritônio e obliquamente através da parede da bexiga,
dessa maneira impede o fluxo retrógrado da urina durante o enchimento da
bexiga (HOEHN; MARIEB, 2008).
A bexiga é uma vesícula muscular, em formato de triângulo invertido
(Figura 2), onde a urina fica acondicionada até o limiar em que os receptores
neuronais indicam a necessidade da micção. A parede posteroinferior interior da
bexiga demonstra uma área lisa denominada trígono da bexiga, demarcada
pelos dois óstios do ureter superiormente e pelo óstio interno da uretra na base
da bexiga. Estima-se que a capacidade da bexiga seja até 1000 mL, podendo
variar de um indivíduo para outro (KAPIT; ELSON, 2004).

Figura 2 - Vista anterior da bexiga em pelve feminina.

Legenda: 1 - Músculo detrusor da bexiga feminina; 2 - Trígono da bexiga; 3 -


Uretra; 4 - Músculo esfíncter externo da uretra. Fonte: Adaptado de Netter, 2014.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

A uretra é o canal de excreção da urina, sendo ponto de dimorfismo entre


mulheres e homens. Nas mulheres ela mede de 3 a 5 cm e é exclusiva para o
sistema renal. Nos homens, a uretra situa-se ao longo dos corpos esponjosos
penianos, tendo portanto, o tamanho do pênis (cerca de 20 cm) e divide-se em
três partes distintas:
- Parte prostática: porção proximal da uretra masculina que passa através
da próstata.
- Parte membranácea: porção média e curta que é envolvida pelo músculo
esfíncter externo da uretra.
- Parte esponjosa: flui através do bulbo do pênis, do corpo do pênis e da
glande do pênis, abrindo-se no óstio externo da uretra.

Néfron
Cada rim apresenta cerca de dois milhões néfrons, que apresentam uma
cápsula glomerular que envolve o glomérulo, seguido de um túbulo contorcido
proximal (TCP), que descende através de uma longa alça, a alça de Henle,
prossegue pelo túbulo contorcido distal (TCD) e termina no ducto coletor
(GUYTON, 2011).
O glomérulo corresponde ao enovelado de capilares sanguíneos que
ramificam-se a partir da arteríola aferente, que por sua vez ramifica das artérias
interlobulares, a partir da artéria renal, trazendo o fluido a ser filtrado. Após ser
filtrado, o sangue segue pela arteríola eferente que circunda os túbulos de modo
a formar os capilares peritubulares. Analise a Figura 3 que apresenta as regiões
e principais funções do néfron:

Figura 3 - Néfron e etapas da formação da urina.


UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Fonte: As autoras.

São quatro as etapas envolvidas no processo de formação da urina:


Filtração: primeiro estágio que ocorre na cápsula glomerular, através da
membrana semipermeável da estrutura, que através de seus poros, permite a
passagem do filtrado do plasma (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 2011).
Reabsorção: Algumas substâncias como aminoácidos e glicose podem
ser ainda úteis ao organismo, ocorrendo a reabsorção que corresponde ao
retorno dessas substâncias à corrente sanguínea.
Secreção: Retirada de substâncias desnecessárias, como resíduos,
fármacos e excesso de íons do sangue, ocorrendo principalmente no túbulo
contorcido proximal (TCP) (HOEHN; MARIEB, 2008).
Excreção: corresponde à liberação da urina do órgão renal, ocorre a partir
do ducto coletor.

#SAIBA MAIS#
A forma e o tamanho da bexiga pode variar de acordo com as fases de
vacuidade, ou seja, se em plenitude ou intermediária. Podem variar também de
acordo com as formas dos órgãos vizinhos ou ainda com a idade e sexo do
indivíduo.
No adulto, quando vazia, a bexiga se achata contra a sínfise púbica (união ilíaca
anterior), quando preenchida toma a forma ovóide e fica evidente (saliente) na
cavidade abdominopélvica.
Fonte: baseado em Dangelo e Fattini (2004).
#SAIBA MAIS#
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Aula 2: Sistema respiratório: morfologia e localização das estruturas

A respiração é um processo vital para os organismos humanos, devido a


necessidade de aquisição de oxigênio para processos de metabolismo na célula.
Em resumo, a respiração humana consiste na absorção do oxigênio a partir da
atmosfera e eliminação do gás carbônico por meio de um sistema biológico
denominado sistema respiratório.
Para que você compreenda melhor a morfologia dessas estruturas,
iremos dividi-lo em duas partes:
1) Porções condutoras: nariz e cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia
e brônquios.
2) Porções respiratórias: brônquios principais, brônquios lobares,
bronquíolos e alvéolos pulmonares. A figura a seguir ilustra algumas dessas
estruturas.

Figura 4 - Estruturas do sistema respiratório.

Fonte: Adaptado de Netter, 2014.

Descrição sumária de estrutura e função:


UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Nariz: corresponde a parte externa formada por osso, cartilagem, pele,e


gordura. As partes anatômicas do nariz são base, ápice e dorso. A cavidade
nasal, interna ao nariz, apresenta revestimento de membrana mucosa e alguns
pelos denominados vibrissas. Entre os pelos situam-se glândulas produtoras de
muco. O esqueleto do nariz e ósteo-cartilaginoso, havendo um septo que separa
a cavidade nasal em duas narinas. A abertura no crânio para o estabelecimento
do esqueleto ósteo-cartilaginoso chama-se abertura piriforme.

#SAIBA MAIS#
A forma das narinas é um exemplo de variação anatômica pois é variável de
acordo com os grupos raciais. A raça negra, por exemplo, apresenta narinas
quase horizontais, enquanto a raça branca, apresenta as narinas com maior eixo
antero-posterior.
Fonte: adaptado de Dangelo e Fattini, 2011.
#SAIBA MAIS#

Faringe: órgão muscular comum ao sistema digestório e respiratório. A


porção exclusiva da faringe ao sistema respiratório é a nasofaringe. Destaca-se
na sua última porção a presença da válvula epiglote, que declina a cada
deglutição a fim de impedir que alimentos ou líquidos se dirijam ao trato
respiratório.
Na parede lateral da nasofaringe apresenta-se o óstio da tuba auditiva, ou
seja, uma abertura que comunica a tuba auditiva através da cavidade timpânica
e a faringe. Tal abertura serve para igualar a pressão do ar externo daquele
contido na cavidade timpânica (DANGELO; FATTINI, 2011).
Laringe: constituída essencialmente de cartilagem, é anterior na região
cervical, no plano sagital mediano. Além da função de condução do ar,
transversalmente situa-se a prega vocal, onde encontram-se as cordas vocais,
que vibram quando da passagem de ar. É, portanto, também responsável pela
fonação.
A maior parte da estrutura que mantém a laringe unida ao osso hióide e
musculatura da região cervical, é cartilaginosa, sendo assim, confira na figura 5,
detalhes da laringe.
Figura 5 - Morfologia da laringe.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Legenda: 1 - Cartilagem epiglótica (epiglote); 2 - Cartilagem tireóidea; 4 -


Cartilagem cricóidea; 5 - Traqueia. Fonte: A daptado de Netter, 2014.

#SAIBA MAIS#
A laringite aguda é uma inflamação das pregas vocais, que tem como
consequência um edema (inchaço) da mucosa da prega vocal; em geral é
resultado do ato de fumar, da doença de refluxo gastroesofágico, da rinossinusite
crônica, da tosse, do uso exagerado da voz (gritar muito alto, conversar ou cantar
por períodos muito longos), do mixedema e de infecções.
Fonte: Baseado em Netter, 2014.

#SAIBA MAIS#

Traquéia: tubo constituído de anéis de cartilagem em formato de letra “c”,


ou seja, incompletos, sobrepostos e unidos por ligamentos anulares. Se estende
da região cervical até o mediastino onde bifurca-se em brônquios principais. Sua
porção posterior é desprovida de cartilagem, constituindo a parede
membranácea deste órgão, apesar de ser formada pelo músculo traqueal.
(DANGELO; FATTINI, 2011).
Apresenta um ligeiro desvio para a direita na altura de sua extremidade
inferior, antes de sua bifurcação no mediastino. O epitélio interno da traquéia é
ciliado e contém glândulas produtoras de muco (JACOB; FRANCONE;
LOSSOW, 2011).
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Brônquios principais: ramificações da traquéia com mesmo aspecto


morfológico e função. Perfundem os pulmões através do hilo pulmonar. O
brônquio direito é mais curto e largo que o esquerdo e cada um dos dois
brônquios principais, dá origem aos brônquios lobares (JACOB; FRANCONE;
LOSSOW, 2011).
Brônquios lobares: também denominados brônquios de segunda ordem,
no lado direito correspondem a três projeções a partir dos brônquios principais,
direcionadas a cada um dos lobos pulmonares, têm papel de conduzir o ar. Do
lado esquerdo são dois. Os brônquios lobares se subdividem em brônquios
segmentares ou de terceira ordem, e na sequência, em segmentos
broncopulmonares.
Bronquíolos: constituídos de músculo liso, dão continuidade aos
segmentos broncopulmonares. Dividem-se em bronquíolos terminais, que
dividem-se em bronquíolos respiratórios que dão continuidade aos alvéolos
pulmonares.
Alvéolos pulmonares: sacos membranosos envolvidos por capilares,
através dos quais os gases respiratórios se difundem por diferença de pressão.
Pulmões: órgãos bilaterais, localizados na caixa torácica, apresentam
formato cônico, com a extremidade superior (ápice) ultrapassando a altura da
clavícula e a extremidade inferior (base) apoiada no diafragma (Figura 6).

Figura 6 - Características dos pulmões.


UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Fonte: As autoras.

Olhando para a Figura 6, o que você observou de diferença entre os


órgãos? Se respondeu o número de divisões, você é um bom observador(a). O
pulmão esquerdo apresenta três lobos ou lóbulos divididos pela fissura oblíqua
e horizontal. O pulmão direito divide-se em dois lobos através da fissura oblíqua.
Os pulmões apresentam uma face costal, em direção às costelas, e uma
face medial, em direção ao mediastino. Na face medial situa-se o hilo do pulmão,
fenda em que penetram vasos sanguíneos, nervos e os brônquios.
A pleura consiste de uma membrana serosa que envolve o pulmões,
organizada em duas camadas: pleura parietal que reveste as paredes internas
do tórax e a pleura pulmonar, que reveste diretamente o tecido pulmonar. Entre
essas camadas, local chamado de cavidade pleural, há presença de líquido que
diminui o atrito durante a inspiração e a expiração (DANGELO; FATTINI, 2011).

Aula 3: Anatomia do sistema digestório


A energia necessária para as nossas tarefas diárias provém da dieta
alimentar e o sistema biológico responsável por absorver nutrientes, digerir e
excretar as substâncias inúteis, é o sistema digestório.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

O sistema digestório consiste de um conjunto tubular de estruturas


compostas de musculatura lisa, que se iniciam na boca, seguindo pela faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado e grosso, reto e ânus. Fígado, pâncreas e
glândulas salivares configuram como glândulas acessórias, pois, participam do
processo de digestão.
A seguir, a figura 7 ilustra as estruturas, que são descritas no texto
subsequente.

Figura 7 -órgãos do sistema dige stório e glândulas anexas.

Fonte: Adaptado de Netter, 2014.

Boca: O interior da boca chama-se cavidade bucal, estruturas como a


língua, dentes, saliva, participam do processo de digestão, sendo considerados
anexos desta estrutura. A fenda que comunica o meio externo com a cavidade
bucal chama-se rima bucal e é limitada pelos lábios. Lateralmente a cavidade
bucal é delimitada pelas bochechas (coxins gordurosos), superiormente pelo
palato duro (ossos maxilar e palatinos) e palato mole (tecido conjuntivo e
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

muscular), inferiormente delimitada pelo assoalho da boca constituído por


músculos. Do palato mole projeta-se a úvula que limita a abertura da faringe.
A língua é um órgão muscular revestido por mucosa que se ocupa em
revolver o bolo alimentar, aumentando o contato com a saliva, e enviando-o para
a faringe, através da deglutição. Três pares de glândulas salivares secretam a
saliva, responsável pela digestão química na cavidade bucal, enquanto a
digestão mecânica fica sob responsabilidade dos dentes.
Faringe: órgão tubular com cerca de 4 cm de diâmetro, conecta a
cavidade bucal ao esôfago (KAPIT; ELSON, 2004). Através de movimentos
peristálticos conduz o bolo alimentar, sem que ocorra qualquer alteração química
ou mecânica. Divide-se em três partes: nasofaringe (comunica-se com a
cavidade nasal), orofaringe (comunica-se com a cavidade oral) e laringofaringe
(próxima a laringe).
Esôfago: estende-se a partir da faringe até a transição entre o tórax e o
abdômen, conectando-se ao estômago. Devido a esse trajeto divide-se em
partes cervical, torácica e abdominal. Conduz o bolo alimentar através de
contrações rítmicas a partir de suas fibras musculares longitudinais (KAPIT;
ELSON, 2004).
Está relacionado topograficamente com a artéria aorta e a traqueia, sendo
anterior à coluna vertebral, posterior à traqueia, e muito próximo à artéria aorta.
Atravessa o músculo diafragma pelo hilo esofágico, comunicando inferiormente
com o estômago (Figura 8).

Figura 8 - Relação do esôfago e estruturas vizinhas.


UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Legenda: 1 - parte cervical do esôfago; 2 - Parte torácica do esôfago; 3 -


estômago. Fonte: Adaptado de Kapit e Elson, 2004.

Estômago: Ocupa o quadrante superior esquerdo da cavidade


abdominal, é parcialmente encoberto pelo fígado, superiormente apresenta uma
curvatura maior, inferiormente uma curvatura menor. Entre o esôfago e
estômago situa-se a válvula cárdia, esfíncter de passagem que evita o refluxo do
ácido estomacal. Na extremidade oposta, situa-se outra válvula denominada
pilórica, com igual função. Pode-se dividir o estômago em regiões: fundo, corpo
ou antro, região pilórica. O processo de digestão química é intensificado na
região estomacal pela ação das enzimas do suco gástrico.
Intestino delgado: É dividido em duodeno, jejuno e íleo. A primeira
porção, o duodeno, localiza-se inferiormente ao pâncreas, é capaz de realizar
digestão, no entanto, nesta altura do trato gastrintestinal (TGI), inicia-se o
processo de absorção. O duodeno termina em uma brusca angulação
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

denominada flexura duodeno-jejunal. Na luz do duodeno desembocam o ducto


colédoco (da vesícula biliar) e o ducto pancreático.
A porção jejuno-íleo é a parte móvel do intestino e está presa á parede
posterior pelo mesentério, uma prega do peritônio.Internamente, o intestino
delgado apresenta digitações em forma de dedo de luva, cujas quais apresentam
microvilosidades vascularizadas (presença de veias, artérias e vasos linfáticos)
para passagem dos nutrientes (DANGELO; FATTINI, 2011).
Intestino grosso: Apresenta diâmetro superior ao intestino delgado,
dispõe-se em torno das vísceras (em forma de “U” invertido), sendo responsável
pela formação das fezes e absorção de água. Sua primeira porção é denominada
ceco, situado no quadrante inferior direito, da onde parte o apêndice vermiforme,
órgão vestigial nos humanos (Figura 9).

Figura 9 - Anatomia do intestino grosso.

Legenda: 1 - Ceco; 2 - Cólon ascendente; 3 - Cólon transverso; 4 - Cólon


descendente; 5 - Sigmóide; 6 - Reto; 7 - Ânus. Fonte: adaptado de Kapit e Elson,
2004.

Na sequência o cólon ascendente projeta-se em direção ao fígado, sendo


que nesta altura encontra-se a flexura hepática, sequencialmente o cólon
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

transverso é responsável pela absorção de água e atravessa o abdome


tangenciando o diafragma até a altura da flexura cólica. O cólon descendente
situa-se na porção esquerda do abdome e encontra o cólon sigmóide, última
porção do intestino grosso.
Reto e ânus: O reto é constituído por fibras longitudinais e é acessado
durante a evacuação das fezes. O ânus marca a porção final do trato digestório
e corresponde a um esfíncter muscular.
Conforme já mencionado, a digestão conta com a ação de glândulas
anexas ou acessórias, são elas:
Glândulas salivares: os três pares de glândulas salivares são parótida
sublingual e submandibular. A saliva secretada por essas é composta em sua
maioria por água (99%) e enzimas, principalmente amilase salivar.
Fígado: maior glândula do organismo, desempenha inúmeras funções
metabólicas, dentre elas a secreção da bile (SOBOTTA, 2009). A morfologia
deste órgão é detalhada na unidade que trata do sistema glandular.
Pâncreas: glândula oblonga encoberta parcialmente pelo estômago,
divide-se em cabeça, corpo e cauda. A morfologia detalhada deste órgão
também é detalhada na unidade que trata do sistema glandular.

Aula 4: O tegumento (pele).

De todos os órgãos do corpo humano, nenhum é mais facilmente


inspecionado ou mais exposto à infecção, doenças e ferimentos do que a pele.

O tegumento comum que é composto por pele, pêlo, tecido adiposo,


glândulas sudoríparas, unhas e receptores sensoriais. A pele ou membrana
cutânea cobre a superfície do corpo, e é o maior órgão do corpo em superfície e
peso. Em adultos, a pele cobre uma área de cerca de 2 metros quadrados e pesa
de 4,5 a 5 quilos, cerca de 16% do peso total do corpo humano (TORTORA,
2012).
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

A estrutura da pele consiste em duas partes principais: epiderme


(camada mais fina e superficial, que é formada pelo tecido epitelial) e a derme
(camada mais grossa e profunda, formada pelo tecido conjuntivo) (Figura 10).

Figura 10 - Estrutura da pele.

Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012.

Abaixo da derme fica a tela subcutânea, também chamada de hipoderme


(camada formada pelos tecidos conjuntivos adiposo e areolar), que une a derme
aos órgãos adjacentes, essa região é um local que serve de armazenamento de
gordura e contém vasos sanguíneos que irrigam a pele. essa região e às vezes
a derme contém terminações nervosas chamados de corpúsculos lamelados (de
Pacini), os quais são sensíveis a pressão (TORTORA, 2012).

#SAIBA MAIS#
Embora sejam descritas as três camadas da pele: epiderme, derme e hipoderme,
em algumas regiões como as pálpebras e o prepúcio, a presença de hipoderme
é quase inexistente.
Fonte: baseado em Dangelo e Fattini, 2011.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

#SAIBA MAIS#

As principais funções da pele são: regular a temperatura do corpo,


armazenar sangue (essas funções ocorre ao liberar o suor em sua superfície e
ao ajustar o fluxo sanguíneo na derme); proteger o corpo do meio ambiente (a
pele oferece barreiras físicas, químicas e biológicas que ajudam a proteger o
corpo), detectar sensações cutâneas (inclui sensações táteis, térmicas e dor),
excretar e absorver substâncias e sintetizar a vitamina D.

Na epiderme, as células epidérmicas incluem os queratinócitos, os


melanócitos, as células de Langerhans e as células de Merkel. As camadas
epidérmicas, da mais profunda à mais superficial, são o estrato basal (passa por
processo de divisão de células e produz todas as outras camadas), estrato
espinhoso (promove força e flexibilidade), estrato granuloso (contém queratina e
grânulos lamelares), estrato lúcido (presente apenas nas palmas das mãos e na
sola dos pés) e estrato córneo (libere pele morta).

A derme é formada por duas regiões: a superficial é de tecido areolar


contendo vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, papilas dérmicas e
corpúsculos de toque (corpúsculos de Meissner), a profunda é densa, composta
por tecido conjuntivo desorganizado que contém tecido adiposo, nervos, folículos
pilosos, glândulas sebáceas, ductos e glândulas sudoríferas (de suor)
(TORTORA, 2012).

Também estão presentes na derme os vasos linfáticos, organizados em


sistema de redes e que aumentam de diâmetro à medida que se tornam mais
profundos.

A cor da pele se deve aos pigmentos de melanina, caroteno e


hemoglobina. As estruturas acessórias da pele incluem pêlos, glândulas da pele
(sebáceas, sudoríferas e ceruminosas) e unhas.

a) Pelos - são feixes de células queratinizadas mortas e fundidas que


funcionam como proteção, é pelo é formado por uma haste que fica acima da
superfície, uma raiz que penetra na derme e na tela subcutânea, e um folículo
piloso. São ausentes em algumas regiões do corpo, onde denominamos regiões
de pele glabra, como a palma das mãos e a planta dos pés.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Os pelos que desenvolvem-se primariamente são chamados de lanugem,


e, previamente ao nascimento, se desprendem do corpo quase que totalmente
(DANGELO; FATTINI, 2011).

b) Glândulas Sebáceas - estão geralmente conectadas aos folículos pilosos


e produzem sebo, que umidifica o pelo e deixa a pele à prova d'água, conferindo
a hidratação que distingue os pelos dos homens ao de outros mamíferos como
os porcos ou cavalos, por exemplo.

c) Glândulas Sudoríferas (écrinas e apócrinas) - de suor, tem distribuição


extensa à nível de derme, e, seus ductos terminam em poros na superfície da
epiderme.

d) Glândulas Ceruminosas - glândulas que secretam cerume, são


encontradas no canal auditivo externo.

e) Unhas - são células epidérmicas queratinizadas mortas e duras, que


cobrem as partes terminais dos dedos, as principais partes das unhas são corpo,
borda livre, raiz, lúnula, cutícula e matriz. a divisão celular das células da matriz
produz novas unhas.

#FATOS E DADOS#
Câncer de pele
A exposição excessiva ao sol causa praticamente todos os câncer de pele, cerca
de 1 milhão por ano, diagnosticadas nos Estados Unidos. Existem três formas
comuns de câncer de pele: carcinomas basocelulares totalizam 78% de todos
os cânceres de pele. Carcinomas de células escamosas (tem uma tendência
variável a formar metástases), Esses carcinomas também são conhecidos como
câncer de pele não melanoma. e também existe os melanomas malignos
totalizam a 2% de todos os cânceres de pele. Entre os fatores de risco para o
câncer de pele, estão os seguintes: tipo de pele (clara e/ou escura), exposição
ao sol, histórico familiar, idade, estado imunológico.
#FATOS E DADOS#

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
UNIDADE 4
Localização: Aula 1 Nível: Fácil
1- Sobre a morfologia e a fisiologia do sistema renal, analise a figura abaixo e
em seguida assinale a alternativa correta:
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Adaptado de: NETTER, 2014.

a) O número 1 corresponde ao ducto coletor, que conduz a urina até à


bexiga.
b) O número 2 corresponde à uma pirâmide renal, estruturas cujas
bases se aprendem nos cálices menores e maiores.
c) O número 3 corresponde a medula renal, parte mais externa do rim.
d) O número 4 corresponde a artéria renal, que traz o sangue ao rim para
filtração.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO
MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 4, p. 4].
A alternativa correta é a letra B, pois a legenda correta da figura é: 1 – artéria
renal; 2 – pirâmide renal; 3 – córtex renal; 4 – pelve renal; 5 – ureter.

UNIDADE 4
Localização: Aula 3 Nível: Médio
2- O sistema digestório apresenta função de digestão, absorção de nutrientes e
eliminação de substâncias não utilizadas pelo organismo.
Sobre este sistema, observe o esquema abaixo e em seguida assinale a
alternativa correta:
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

a) Na boca inicia a digestão química e física, sendo a química mediada por


enzimas presentes na saliva.
b) Na faringe estão presentes cílios e flagelos que auxiliam no processo de
filtração de substâncias, evitando engasgamentos.
c) No esôfago há a ação de enzimas advindas principalmente do suco
pancreático produzido no pâncreas.
d) No estômago, há a ação de enzimas produzidas pelas glândulas anexas que
atuam na digestão, como por exemplo, ação do fígado com o líquido hepático.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.

FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO


MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 4, p. 13 e 14].
A alternativa correta é a letra A, porque a faringe não apresenta cílios e flagelos;
no esôfago não há ação enzimática; o fígado atua como glândula acessória
produtora de bile, que será derramada no intestino delgado, não no estômago.

UNIDADE 4
Localização: Aula 4 Nível: Médio
3- A pele cobre a superfície do corpo, e é o maior órgão do corpo em superfície
e peso. O tegumento comum é formado pela nossa pele, também chamada de
cútis e é composto por epiderme, derme e estruturas associadas como unhas,
pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas. Sobre a derme é correto afirmar que:
a) A camada papilar é profunda e formada por tecido conectivo frouxo.
b) A camada reticular é profunda, composta por fibras que estão em
uma estrutura emaranhada de tecido denso irregular.
c) É formada por um epitélio escamoso estratificado e por um estrato córneo.
d) Na camada papilar não existem vasos sanguíneos, apenas melanócitos.
e) Possui de quatro a cinco camadas de queratinócitos.
FEEDBACK, JUSTIFICATIVA DE RESPOSTA E REFERÊNCIA DO
MATERIAL:
MORAES, Talita Cristina Moreira; SOARES, Kelly Cristina Nogueira. Anatomia
Humana. Guarapuava: UniGuairacá, 2022. [Unidade 4, p. 18 e 19].
A alternativa correta é a letra B, porque a camada reticular é profunda, composta
por fibras que estão em uma estrutura emaranhada de tecido denso irregular. A
camada papilar é superficial é formada por tecido conectivo frouxo, onde estão
os vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio para epiderme. Epitélio
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

escamoso estratificado, ausência de vasos sanguíneos, e camadas de


queratinócitos são características da epiderme.

RESUMO
O sistema renal é formado por dois rins retroperitoneais, dois ureteres de
musculatura lisa, bexiga e uretra. Sua função principal é a filtração sanguínea e
excreção de produtos do metabolismo. A unidade funcional do rim é o néfron,
que apresenta as capacidades de filtração, reabsorção, secreção e excreção de
solutos. O sistema respiratório divide-se em vias condutoras (nariz, faringe,
laringe, traqueia, brônquios principais) e a porção respiratória brônquios lobares,
bronquíolos e alvéolos pulmonares. Os pulmões são órgãos bilaterais,
localizados na caixa torácica, com a extremidade superior (ápice) ultrapassando
a altura da clavícula e a extremidade inferior (base) apoiada no diafragma. As
funções do sistema digestório são: digestão, absorção e excreção. O sistema
digestório consiste de um tubo de musculatura lisa, com duas aberturas, a boca
e o ânus. Detalhadamente pode-se evidenciar: cavidade bucal, faringe, laringe,
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. São
glândulas acessórias do processo de digestão: fígado, pâncreas e as glândulas
salivares. A pele cobre a superfície do corpo, e é o maior órgão do corpo em
superfície e peso. A pele é constituída por uma camada mais fina e superficial,
chamada de epiderme e por uma camada mais grossa e profunda, chamada de
derme. Abaixo da derme situa-se a tela subcutânea ou hipoderme, que une a
derme aos órgãos adjacentes. As estruturas acessórias da pele incluem pêlos,
glândulas da pele (sebáceas, sudoríferas e ceruminosas) e unhas.

MATERIAL COMPLEMENTAR
#LIVRO#

Título: Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia

Autor: Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson

Editora: Artmed
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

Sinopse: Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia, 10ª edição,


mantém as características que o tornaram uma referência da área: texto claro,
objetivo e amplamente ilustrado sobre os fundamentos de anatomia e fisiologia,
com ênfase na homeostasia. O corpo humano – com sua graça, força e
adaptabilidade tão bem expressas, nesta obra, pela relação entre estrutura e
função – às vezes é marcado pelo desequilíbrio, levando à ocorrência de
distúrbios. Estes são aqui contemplados pelas correlações clínicas apresentadas
ao longo de cada capítulo e de quadros que fornecem ao leitor informações sobre
distúrbios comuns, terminologia e condições médicas relacionadas ao tema
estudado.

REFERÊNCIAS
CINGOLANI, H. E.; HOUSSAY, A. B. Fisiologia humana de Houssay. 7. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2004.

DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo:


Atheneu, 2011.

DRAKE, R. L.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray's, anatomia para


estudantes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2011.

HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2017.

HOEHN, K.; MARIEB, E. N. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,


2008.

JACOB, S. W.; FRANCONE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e fisiologia


humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

KAPIT, W.; ELSON, L. M. Anatomia: um livro para colorir. 3. ed. São Paulo:
Roca, 2004.

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2014.

RIZZO, D. C. Fundamentos de anatomia e fisiologia. 3. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2012.
UNIDADE IV
SISTEMAS BIOLÓGICOS: RENAL, RESPIRATÓRIO,
DIGESTÓRIO E TEGUMENTAR
Profª Dra. Kelly Cristina Nogueira Soares Profª Ms. Talita Cristina Moreira Moraes

SOBOTTA, J. Atlas da anatomia: órgãos, sistemas e estruturas. São Paulo: HF


Hullmann, 2009.

APROFUNDANDO

Após a descrição da morfologia dos órgãos do sistema digestório você


deve estar se perguntando: em que etapa é gerada a energia?
Bem, a digestão é justamente a quebra de substâncias grandes presentes
nos alimentos, em nutrientes que possam atravessar a parede intestinal e atingir
a corrente sanguínea. Energia é liberada a partir dessa quebra e é armazenada
em ligações de fosfato. Esse fosfato servirá para a formação de ATP (adenosina
trifosfato - a molécula de energia), nas membranas das mitocôndrias. Confira no
quadro abaixo, as principais ações do TGI desde a digestão até a eliminação de
substâncias não utilizáveis.

Quadro 1 - Resumo do processo digestório:

Estrutura Principais funções

Cavidade bucal Digestão mecânica por ação dos dentes e língua.


Digestão química por ação da saliva.

Esôfago Peristaltismo controlado pelo sistema nervoso propulsiona o


bolo alimentar.

Estômago Formação do quimo pela ação química do suco gástrico que


contém principalmente ácido clorídrico e pepsinogênio
(conversor da pepsina). A secreção estomacal é controlada por
mecanismos hormonais e neuronais. Dentre os hormônios
reguladores, destaca-se a gastrina.

Intestino delgado A porção duodenal conclui o processo de digestão com o auxílio


do suco pancreático e bile. Destacam-se as seguintes enzimas
digestivas: maltase, sucrase, lactase e lipase. As porções do
jejuno e íleo são responsáveis pela absorção dos nutrientes
para a corrente sanguínea.

Pâncreas Além do controle do sistema nervoso (nervo vago), os


hormônios secretina e colecistocinina, controlam a secreção
pancreática que contém enzimas importantes para a digestão
no duodeno.

Fígado Na digestão, secreta continuamente a bile, de modo que o


hormônio secretina pode influenciá-lo.

Intestino grosso Secreta muco para lubrificação da passagem das fezes. Cólon
transverso absorve água.

Fonte: As autoras.

Você também pode gostar