Ana Cristina - conteúdo psicologia
Ana Cristina - conteúdo psicologia
Ana Cristina - conteúdo psicologia
• Um indivíduo doente no nordeste do país sem dúvida terá necessidades emocionais e sociais
bastante diferentes daquelas de um paciente situado no sul do pais.
Histórico e Evolução
• Na década de 1950, em especial nos EUA e em países da Europa Ocidental, suas práticas
profissionais foram expandidas para o sistema de saúde de forma mais ampla, extrapolando
ações limitadas à esfera da psiquiatria, voltadas para os transtornos mentais.
• Em 1970 , a tendência de expansão para o sistema único de saúde como um todo foi seguida
por outros países, incluindo o Brasil.
• Ações voltadas para a promoção de saúde e prevenção de agravos (na atenção primária)
• Redução de riscos de doenças, bem como de sua duração e severidade (no nível
secundário)
• Modelo biopsicossocial.
Modelo biopsicossocial
• Este modelo foi proposto por George Engel em 1977 como uma alternativa ao modelo
biomédico tradicional, que focava quase exclusivamente nos aspectos biológicos das
doenças.
• Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no Corpo Médico do Exército dos Estados
Unidos.
• Essas experiências moldaram sua visão crítica do modelo biomédico tradicional, que ele
considerava excessivamente reducionista.
• Após a guerra retornou à Johns Hopkins, onde trabalhou ao lado de John Romano, um
psiquiatra que compartilhava de suas preocupações sobre as limitações do modelo
biomédico.
• É mais conhecido por seu artigo de 1977, publicado na revista Science, intitulado "The Need
for a New Medical Model: A Challenge for Biomedicine".
• Engel aplicou e expandiu esse modelo em suas pesquisas e na prática clínica, influenciando
profundamente a educação médica e as práticas de saúde em todo o mundo. Ele também
foi um defensor da comunicação médico-paciente e da importância de um cuidado centrado
no paciente.
• Engel faleceu em 1999, mas suas ideias permanecem influentes, moldando o modo como a
medicina moderna aborda a saúde e a doença, e como os profissionais de saúde são
treinados para tratar seus pacientes como seres humanos completos, cujas experiências de
saúde são moldadas por uma ampla gama de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
• Fatores Biológicos:
• Incluem todos os aspectos físicos que afetam a saúde, como genética, fisiologia, doenças,
e respostas corporais a tratamentos.
• Fatores Psicológicos:
• Por exemplo, uma pessoa com alta resiliência pode lidar melhor com uma doença crônica
do que alguém que tem pouca habilidade de enfrentamento.
• Fatores Sociais:
• O contexto social pode afetar a saúde, como o impacto de uma rede de suporte familiar forte
em comparação a uma situação de bisolamento social.
• O modelo biopsicossocial destaca que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas o
resultado de uma interação complexa entre os componentes biológicos, psicológicos e
sociais.
• Por exemplo, uma pessoa com uma predisposição genética para uma doença (fator
biológico) pode nunca desenvolver essa doença se tiver um estilo de vida saudável (fator
psicológico) e forte apoio social (fator social).
Exemplo Prático
• Doença cardíaca
• Um paciente com doença cardíaca pode ser tratado de maneira mais eficaz considerando-
se os três componentes do modelo biopsicossocial:
• Social: Consideração de fatores como isolamento social e falta de suporte familiar, que
podem impactar negativamente a recuperação.
• Prevenção e Promoção de Saúde: Ajuda a criar programas de prevenção mais eficazes que
consideram múltiplos fatores de risco.
Desafios:
• Complexidade: A análise de todos os fatores envolvidos pode ser complexa e exigir mais
tempo e recursos.
Limitações
• Requer uma abordagem interdisciplinar, que pode ser desafiadora devido a diferenças de
formação e perspectiva entre profissionais de saúde.
• Foco na Prevenção
• Durante as décadas de 1940 e 1950, o governo dos Estados Unidos lançou várias
campanhas de saúde pública, como as campanhas de vacinação e de rastreamento de
doenças (por exemplo, tuberculose).
• Isso gerou uma preocupação em entender por que as pessoas não estavam aderindo a
essas práticas de saúde, mesmo quando elas poderiam prevenir doenças graves.
• Na época, havia uma carência de modelos teóricos que explicassem de forma sistemática
os comportamentos de saúde.
• Os psicólogos sociais queriam criar uma estrutura teórica que pudesse ser usada para prever
e modificar o comportamento de saúde, indo além das simples campanhas informativas.
• Eles queriam entender os processos cognitivos que influenciam as decisões das pessoas
sobre sua saúde.
• O HBM foi parcialmente inspirado por teorias da psicologia social, como a Teoria da Ação
Racional, que enfatiza que o comportamento humano é o resultado de intenções conscientes
e racionais.
Foco na Prevenção
• Na década de 1950, a medicina estava começando a focar mais na prevenção do que apenas
no tratamento de doenças.
• O HBM foi uma resposta a essa mudança, oferecendo um modelo para entender como as
pessoas tomam decisões sobre práticas preventivas, como vacinação, exames de
rastreamento, e adoção de hábitos saudáveis.
• Eles queriam criar um modelo que capturasse as crenças e percepções que influenciam a
forma como as pessoas avaliam as ameaças à sua saúde e as ações que podem tomar para
se proteger.
• O modelo foi construído em torno de quatro componentes principais, que refletem as crenças
individuais que afetam as decisões de saúde:
• 3. Benefícios Percebidos: A crença de que uma ação específica (por exemplo, vacinar-se,
usar preservativos) reduzirá o risco ou a gravidade da doença.
• Ou seja, a crença nos benefícios de tomar uma ação preventiva específica ou seguir um
tratamento. As pessoas ponderam se o comportamento ou tratamento trará resultados
positivos, como a prevenção de uma doença ou a melhora na saúde.
Impacto e Evolução
• Ele foi expandido ao longo dos anos para incluir conceitos como:
Auto eficácia
• Esse modelo continua sendo relevante porque oferece uma estrutura para entender como
as percepções individuais podem ser alteradas para promover a saúde pública e melhorar a
adesão a comportamentos preventivos e terapêuticos.
Aplicações do HBM na Prática
Exemplos de Aplicação
• Vacinação Infantil: Análise das barreiras percebidas que podem influenciar a hesitação
vacinal entre os pais.
• Campanhas de Vacinação: Tem sido utilizado para analisar a hesitação vacinal, destacando
a importância das pistas para ação e da auto eficácia para melhorar as taxas de vacinação.
• Controle do Diabetes: Estudos que aplicam o HBM para entender a adesão ao tratamento e
mudanças de estilo de vida em pacientes com diabetes, considerando as barreiras e
benefícios percebidos.
Críticas e Limitações
• Simplicidade Excessiva: O modelo pode ser considerado simplista ao não considerar fatores
emocionais e contextuais que influenciam os comportamentos de saúde.
• Foco Individual: O HBM concentra-se nas percepções individuais, muitas vezes ignorando
influências sociais e culturais mais amplas.