Resumo Ju Tal354 PDF
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FALTAS
T 2
Participantes:
- 14/03 a 15/04: Prof Monica (Tec. de Cereais e raízes) - Primeira prova
- 25/04 a 06/05: Prof Afonso/Daniela (Principios de conservação de alimentos / minimamente
processados)
- 09/05 a 20/05: Prof Edgard (Tec. de Laticínios) - Segunda prova
- 01/06 a 24/06: Prof Carlos Roberto (Tec. do Pescado) - Terceira prova
Bibliografia:
- Tec. de Alimentos (Evangelista)
Avaliação:
- 3 provas
- Primeira prova (34 pts): 19/04, 20:30 hrs
- Segunda prova (33 pts): 25/05, 20:30 hrs
- Terceira prova (33 pts): 27/06, 20:30 hrs
- Substitutiva 01/07 (somente quem perdeu prova, não é necessária justificativa)
CASCA:
Casca é uma estrutura presente apenas nas cariopses ditas “vestidas” (ou “cobertas”).
A mais comum é a casca do arroz (não tem nenhum valor alimentício, nem humano nem animal).
1 - Aspecto da casca de arroz: estrutura de proteção, rica em sílica, material abrasivo e combustível.
2 - Camada externa da casca (observar protuberâncias) - não pode nem ser usada para cama de
animais pois as protuberâncias microscópicas afetam a pele.
3 - Camada interna da casca é um pouco mais lisa.
PERICARPO:
Todo cereal possui pericarpo.
Pericarpo é considerado pela proteção que oferece ao endosperma:
1- Composto por diversas camadas de células: tecidos celulares diferentes - características distintas
das células. Pode conter 3 a 7 camadas de células recobrindo o endosperma.
2- Composição é basicamente fibras e minerais (algumas possuem tanino, é comum em cereais que
tem uma camada mais escura).
Coloração do cereal está no pericarpo, mas a maioria possui pericarpo transparente.
ENDOSPERMA:
Principal função é nutrir a planta; maior interesse comercial.
- Camada de aleurona (mais proteína) - conteúdo de proteína como enzimas, que vão participar dos
processos de produção de nova planta. Basicamente não possui amido; possui alguns açúcares.
- Endosperma amiláceo (mais amido) - Carboidratos. Teor de proteína é muito mais baixo mas tem
características totalmente diferente das proteínas da camada de aleurona. Amido = basicamente
glicose.
GÉRMEN:
É a estrutura que corresponde à “SEMENTE” do grão. É rico em óleo, proteína, açúcares simples e
diversos fitoquímicos, com funções específicas na formação da nova planta. Essa fração é muito rica
em óleo. São proteínas muito parecidas com as proteínas da camada de aleurona (proteínas não
muito usadas industrialmente, e sim para gerar a nova planta).
Componentes do Gérmen:
- Escutelo - Meristema apical
- Coleóptilo - Radícula
- Plúmula
O ENDOSPERMA NÃO FAZ PARTE DO GÉRMEN!!
PS: O gérmen possui muito mais óleo então o aspecto do armazenamento é mais significante e a
camada de aleurona o aspecto da quebra do amido é mais significante. Camada de aleurona tem
muita fibra e retém muita água.
Aula 2 e 3: ARROZ
Arroz: estrutura e composição do grão
Cariopse = “vestida”
CASCA: formada pela fusão de duas folhas modificadas, pálea e lema. Rica em sílica.
PERICARPO: camada mais rica em fibras, possui alguns minerais.
GERMEN: parte estrutural de maior valor nutricional. Rico em lipídeos (vit. D), proteínas (enzimas),
minerais e vitaminas do complexo B.
ENDOSPERMA: Camada de aleurona - rica em minerais, proteínas (enzimas) e algumas vitaminas.
Endosperma amiláceo - rico em AMIDO e proteínas de reserva.
Endosperma:
I. Principal parte = maior interesse como materia-prima industrial.
II. Vitreosidade - propriedade ótica, definida pela translucidez do endosperma (visto contra a luz):
1. Presença de “ar” no endosperma (mais ar = menos vítreo).
2. Afetada pelos tratos culturais (problemas no enchimento e maturação dos grãos; umidade
elevada na época da colheita).
III. Gessamento - opacidade no endosperma causada por problemas na maturação dos grãos
(desuniformidade), colheita de grãos muito úmidos (Acima de 26%) ou ainda ataque de pragas
(percevejos-dos-grãos).
1. Causa problemas no beneficiamento e no consumo:
(a) Produz aprox. 25% de perda no beneficiamento.
(b) Aparência é indesejável para o consumidor.
2. Influência genética:
(a) Algumas variedades mais susceptíveis.
(b) Não confundir com variedades cerosas (glutinosas).
IV. Dureza: determinada por características genéticas. Relação com as características de cozimento.
V. Presença de fissuras: diminuem a resistência do grão, aumentando as quebras durante o
processamento:
1. Podem ocorrer no campo (diferença de umidade dia/noite), mas são causadas
principalmente na secagem (quando muito rápida; reabsorção da umidade).
Armazenamento:
Os grãos de algumas cultivares de arroz, quando cozidos logo após a colheita, podem empapar. Para
ter boas qualidades culinárias, o arroz, antes de ser processado, quase sempre, necessita de um
período de armazenamento. O arroz pode ser armazenado a granel, em silos metálicos, de concreto
ou outro material, ou em sacos de juta ou de polietileno. Sempre que possível, o arroz deve ser
colocado nos silos já resfriado, para se evitar a necessidade de insuflar ar não aquecido para o
resfriamento. Depois que os silos estiverem carregados, é preciso monitorar, diariamente, a
temperatura da massa de grãos em vários pontos, para se evitar algum possível aquecimento do
arroz ensilado. É importante fazer a transilagem a cada 30-60 dias para aerar a massa de grãos e
reduzir os efeitos da compactação no interior dos silos. Para o armazenamento em sacaria, o arroz
deve sempre ser secado pelo menos um ponto porcentual a menos do que se fosse armazenado em
silos aerados, porque a possibilidade de o arroz absorver umidade da atmosfera é maior quando está
acondicionado em sacos. Deve-se manter uma boa ventilação entre as pilhas e utilizar estrados de
madeira com altura mínima de 12 cm, de forma que haja boa circulação do ar também por baixo das
pilhas. A altura das pilhas não deve ultrapassar 4,5 m. É importante lembrar que, para a boa
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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conservação dos grãos, deve-se realizar uma manutenção criteriosa da limpeza. Conforme a
necessidade, os expurgos devem ser realizados de acordo com o receituário agronômico e sob a
orientação, supervisão e responsabilidade técnica de um engenheiro agrônomo. Quando o arroz é
armazenado em silos, o produto químico para o expurgo é aplicado durante a operação de
enchimento do silo, no momento da transilagem ou através de sondas. Em grãos ensacados, o
expurgo pode ser feito com lençóis plásticos que permitem a fumigação de cada pilha
separadamente.
• Na maioria das variedades comerciais, os grãos recém colhidos tem baixa qualidade de cozimento:
• Grãos empapados (desmancham-se na água de cozimento)
• Baixo rendimento
• Grudentos
• Armazenamento (até 3 meses) - maturação pós-colheita
• Teor de proteína e de amido não muda, mas suas propriedades são alteradas:
• Propriedades de gelatinização e retrogradação do amido.
• Aumento da dureza (mudança na textura).
• Condições adequadas de armazenamento: melhoria e estabilização das propriedades culinárias
(Arroz cozido fica mais firme, solto, com maior volume e melhor sabor).
Tipos de arroz:
Existem aproximadamente 140.000 variedades de arroz no mundo.
Comercialmente, são plantadas cerca de 7-8 mil tipos de arroz.
Processamento (recepção):
• Recebimento: granel, descarregado em moegas —> pre-limpeza (peneiras)
• Verificar: umidade (12-13%) e % de quebrados
• Secagem: só quando grãos tem umidade > 12-13%.
• Secadores de ar quente —> movimentação dos grãos (combustível = casca de arroz)
• Armazenamento: em silos.
Parboilização:
Processo hidrotérmico, no qual o amido do arroz é parcialmente gelatinizado, mudando sua forma
cristalina para amorfa. No Brasil, processo foi introduzido nos anos 50.
Objetivo da parboilização é produzir modificações físicas, químicas e sensoriais nos grãos, com
vantagens econômicas nutritivas e práticas. Objetivo central: diminui % de quebras no
processamento. Aumenta o valor nutricional do produto polido.
Condições de processamento:
• Operações básicas: encharcamento, gelatinização, secagem.
• Água e calor —> elementos principais no processo.
• Qualidade, quantidade e temperatura da água são parâmetros essenciais para a obtenção de um
produto de alta qualidade.
Encharcamento:
Arroz em casca é colocado em tanques, e submersos em água aquecida; Temperatura do processo
pode variar, mas não é muito elevada (± 65ºC); Tempo de processo: muito curto (menor eficiência da
gelatinização) e muito longo (excessiva perda de nutrientes para água de encharcamento). Design do
tanque também é importante. A finalidade é a água chegar ao amido pois é necessária na fase da
gelatinização, pois se na gelatinização emitimos somente calor, não vai cozinhar o suficiente para
eliminar as fissuras.
A água aquecida solubiliza boa parte dos nutrientes das camadas mais externas; água com vitaminas
e sais minerais penetram no grão; absorção de água pelo grão é limitada. Após esta fase, a água do
tanque é drenada (só fica a água dentro do grão).
Gelatinização:
Cozedores à pressão (Autoclaves industriais). Grão encharcado —> cozimento à vapor (±75ºC).
Pressão exercida força a entrada de água no grão. Promove a gelatinização do amido. Solda fissuras
internas (no endosperna). Aumenta a incorporação de nutrientes.
Secagem:
A umidade ideal para a colheita do arroz é entre 18% e 23%, valores estes atingidos, geralmente, à
época em que os grãos se encontram no término de sua formação. Esta faixa de umidade, entretanto,
é muito alta para se armazenar. Depois que o grão estiver formado e amadurecido, se ocorrerem
Beneficiamento:
Conjunto de etapas que preparam o grão para o consumo e melhoram suas propriedades
tecnológicas. São beneficiados grãos em casca (parboilizados ou não) e são obtidos: arroz integral,
arroz polido (branco ou parboilizado), farelo de arroz e casca de arroz.
Descascamento:
Rolos de borracha pois a casca de arroz é muito abrasiva. Há um desgaste muito grande dessa
borracha, a indústria precisa trocar essas borrachas a cada 3 meses de uso. Velocidade diferencial.
Abertura entre os rolos: apertado = maior descascamento, com mais quebra; com folga = reduz a
quebra mas menor eficiência de descasque.
PS: arroz “marinheiros” (não descascados) - depois do processamento, volta para o descascador; ou
seja, quanto maior o número de “marinheiros”, maior a infeficiência.
Arroz integral:
Arroz em casca —> descascamento —> separação de cascas e marinheiros —> polimento brando
(escovas) —> classificação —> arroz integral (grãos inteiros).
Brunição:
Nesta etapa, o arroz já descascado, integral, é lixado por máquinas compostas por pedras abrasivas
que retiram o farelo de arroz e separam o arroz branco. Estas máquinas são chamadas de
brunidores. Cones de metal, com revestimento abrasivo. Operam em sequência (duplo cone):
aumenta o rendimento do grão inteiro (facilita ajustes e controle) e diminui o risco de
superaquecimento do grão. Arroz é forçado entre a superfície abrasiva e aparadores de borracha.
Cada conjunto é revestido por uma peneira metálica (farelo de arroz passa pela peneira e arroz
polido fica retido no interior).
Classificação:
Nesta etapa, o arroz passa por máquinas que separam os grãos inteiros, de valor comercial mais alto,
dos ¦ e đ grãos, que possuem valor comercial mais baixo, e dos demais subprodutos que serão
utilizados pela indústria cervejeira e de ração animal. Um dos parâmetros de qualidade mais
importantes no beneficiamento do arroz está relacionado com o seu rendimento industrial, que é
medido principalmente em função da quantidade de grãos inteiros obtidos ao final do
processamento. “TRIEURS”. Separar grãos quebrados (permitir a composição dos tipos de arroz).
Grãos são separados em inteiros, ¦, đ e 1⁄4.
Polimento:
Complementando o processo de brunição do arroz, faz-se a homogeneização, momento em que uma
máquina retira o farelo de arroz que ainda permanece aderido ao grão. Arroz de maior valor
comercial (inteiro e 3/4). OBJETIVO: remover pó (amido) aderido na superfície; maior propriedades
de cozimento. Basicamente, são empregados o polidor de escovas (grãos passam por rolos revestidos
em mantas de couro e em escovas) e o polidor por aspersão de água (fina camada de água ±0,4% m/m
recobre os grãos, jato de ar remove o pó umedecido).
Brilho:
Brilhador: semelhante ao polidor de escovas, porém recebe camada de glicose. (Polidor de aspersão a
água dispensa o brilhador). Melhor aparência —> produto mais atraente.
Operações finais:
- Color sorter: equipamento dotado de células fotoelétricas (identificam grãos com coloração fora do
padrão). Um dispositivo de ar comprimido é acionado pela célula fotoelétrica e “expulsa” o grão
indesejável. OBJETIVO: melhorar a aparência geral do produto acabado.
- Incorporação dos quebrados: composição dos tipos.
- Empacotamento: sacos de 60kg e varejo (sacos de polietileno 5kg, 2kg e 1kg).
Aula 4 e 5: MILHO
Estrutura do grão e grupos genéticos do milho:
Distribuição do endosperma córneo ou vítreo (relação entre amido e proteína “cimentação” +
AMARELO) x farináceo (amido está mais livre, não está “cimentado” pelas proteínas + BRANCO)
- Endosperma (farináceo, vitreo) 83%
- Casca
- Pericarpo (testa, células tubulares, células cruzadas, mesocarpo, epiderme) 5%
- Gérmen (plúmula, escutelo, radícula) 12%
- Ponta
Milho “QPM” - formados geneticamente com aparência e sabor similares ao do milho comum,
porém com valores de triptofano (0,09%) e lisina (0,40%) cerca de 50% maiores.
Grupo INDENTATA - mais produzidos e utilizados na indústria; utilizados para todos os alimentos
comuns: canjicas, grits (diferentes granulometrias), fubás e amido de milho; distribuição de
endosperma farináceo e vítreo: favorece a moagem e cozimento; permite adequada conservação.
Grupo EVERTA - grãos menores. Milho de pipoca (usado como grão inteiro; não serve para a
obtenção de fubás/amido pois é muito duro e não serve pra tirar amido pois ele é muito pequeno e o
rendimento seria muito pequeno); distribuição de endosperma vítreo x farináceo bastante similar ao
grupo indurata (confere capacidade de estourar “pop-ability” quando aquecido). Na transformação
em pipoca, o milho “inverte” sua estrutura: endosperma (mais brando) por fora e pericarpo e
gérmen (mais amarelos) por dentro. O milho estoura pois o grão do grupo everta possui ar dentro de
si, que expande quando aquecido e rompe as camadas do grão, formando a pipoca (invertendo o
grão).
Exercício: Sabendo que o milho “EVERTA” tem distribuição do endosperma vítreo e farináceo
muito similar ao milho “INDURATA”, responda: Se colocado na panela, com óleo quente, o
milho duro pode “estourar” como o de pipoca? Explique.
O milho duro, apesar de ter o mesmo “desenho”, ele é muito maior do que o milho de pipoca, então
precisaríamos de muito mais pressão para conseguir fazer ele estourar; logo, não conseguiríamos
essa pressão esquentando no óleo, ele queimaria na panela antes de estourar.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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Diferentes tipos de processamento:
- Processamento agroindustrial. Ex: pipoca doce, farinha de milho integral, etc.
- Processamento industrial via seca. Ex: fubá mimoso, flocos de milho pré-cozido, etc.
- Processamento industrial via úmida. Ex: amido de milho, corn gluten meal, etc.
Processamento agroindustrial:
- Recepção: caminhões; pré-limpeza.
- Armazenamento.
- Fubá comum (integral): milho integral; moagem fina (+ cizalhamento, granulometria variada);
maior teor de lipídeos; venda a granel.
- Canjica: remoção de pericarpo e gérmen é parcial (material remanescente na canjica produz
características peculiares dos produtos típicos do processamento agroindustrial). Processamento
= moinho de facas, remoção parcial por meio de impacto. Grão desgerminado e descorticado (tirar
o pericarpo); pode ser comercializada como tal, mas a canjica normalmente é a matéria-prima
básica da unidade da unidade de processamento. Remoção do pericarpo e gérmen é parcial
(pericarpo + gérmen —> farelo “gordo”).
- Fubá de canjica (“mimoso”): matéria prima = canjica/canjiquinha. Processamento = moinhos de
martelo (+ impacto devido à velocidade do rotor e design do martelo; ação limitada pela abertura
da peneira; granulometria do produto final é mais uniforme); ciclones (ar mantém as peneiras
sem entupir); vários moinhos, com peneiras de granulometrias (aberturas) diferentes, para
produzir diferentes tipos de fubás.
- Farinha torrada: processo artesanal, a partir do milho integral ou canjica; maceração - água
“morna” (temperatura início processo aproximadamente 50ºC), fermentação láctica e reduz pH;
água fria - reduz perda de sólidos; drenagem - água residual deve ser tratada. Processo:
maceração, moagem, peneiragem, torração e embalagem. A cimentação do endosperma vítreo é
quebrada com a fermentação (o ácido lático) formando um pó bem fino de endosperma.
- Pipoca expandida: matéria prima - canjica. Equipamento = retorta ou canhão (tubo de ferro com
tampa hermética) - corpo do canhão revolve continuamente, aquecimento com maçarico, pressão
de 20-22 kg/cm^2; abertura da tampa (lembra explosão de um canhão); temperador (cobertura de
açúcar e corantes).
Degerminação:
Retirada do gérmen.
Milho condicionado (umidade de 20-22%)
Degerminadores sofisticados = Degerminador Beall.
O material deve ser resfriado e seco após a degerminação (aprox. 15% de umidade).
Porque usar canjiquinha para fazer fubá? Pois se usa frações o mais próximo possível de tamanho
do produto final para evitar superaquecimento da matéria prima, gasto de energia, menor ajustes da
máquina, menor desgaste de máquinas, etc. Dependendo do produto final, utilizamos uma matéria
prima que seja mais compatível com o mesmo.
EXERCÍCIO: explicar 3 características que costumam ser diferentes no fubá mimoso produzido
por: agroindústria x processamento industrial via seca? um limpa completamente e o outro faz
somente uma pré-limpeza (agroindústria) logo, possui maior quantidade de sujidades. Um possui
degerminação (via seca) e o outro não, logo, a composição do produto final é diferente (lipídeos, etc)
o sabor fica diferente. Granulometria por cisalhamento deixa o fubá mimoso muito mais uniforme na
via seca que implica por exemplo no tempo de cozimento do mesmo pois na agroindústria por
exemplo, ele possui peneiras mas se a particula for menor do que a peneira, ela também passa junto
com a granulometria escolhida.
Aula 5 e 6: TRIGO.
O trigo é um dos cereais de maior importância no mundo. Produção mundial é menor do que de
consumo.
Processamento de trigo:
Normalmente grandes indústrias, poucas são pequenas.
Objetivo: produzir farinha de trigo, livre de farelo e gérmen.
Quatro estágios distintos:
- Recepção e armazenamento: processo de descarga, pesagem, limpeza preliminar, análises de
qualidade e secagem. Depois, armazenado em silos e mistura de grãos.
- Limpeza e condionamento: é baseada nas diferentes propriedades dos grãos e dos
contaminantes. Tamaho, forma, densidade, propriedades magnéticas, propriedades
aerodinâmicas, solubilidade, friabilidade, etc. No condicionamento, os grãos estão em constante
movimentação em equipamentos (atomizadores e rodas giratórias) e depois são colocados nos
silos de condicionamentos com os controles importantes (teor de água, temperatura, tempo de
tratamento, etc). Objetivo: obter separação eficiente farelo-endosperma com maior rendimento da
farinha e menor teor de cinzas.
É feita a mistura de grãos e não da farinha final pois misturar pó é muito difícil!!
- Moagem (propriamente dita): são quatro etapas distintas, mas que ocorrem simultaneamente .
São elas a quebra (3), peneiragem (8), purificação (3) e redução (5). Didaticamente, a moagem do
trigo pode ser descrita como uma raspagem de “dentro para fora”. Primeiro, o pericarpo é rompido
para expor o endosperma; em seguida, este endosperma é removido em “blocos” que
posteriormente são reduzidas à granulometria de farinha. Farinha com alto teor de pericarpo tem
a propriedade tecnológica diminuída. O endosperma que sai da quebra, pode ter granulometria de
farinha ou mais grosseira (que precisará ser reduzida em tamanho para virar farinha). Quando se
fala em “Propriedade tecnológica” no trigo, basicamente estamos falando de confecção de pães.
Farinha de primeira quebra (melhor qualidade para pães, endosperma mais puro) pois a medida
que vamos raspando e chegando mais perto da camada de aleurona, obteremos uma farinha com
menor qualidade. Objetivo: abrir o grão e “raspar” o endosperma. Moinho de rolos (2 a 3 pares).
Operam em sequência. Rolos ranhurados. Confeccionado em ferro fundido. Velocidade diferencial
nos rolos de quebra é elevada, o que leva ao maior cislhamento. Peneiragem: as frações de trigo
que saem dos moinhos têm tamanho e composição distintos. (a) Farelo (frações mais grossas)
(b) Endosperma aderido em farelo (frações intermediárias maiores) (c) Endosperma aderido de
gérmen (frações intermediárias menores) (d) Endosperma (frações mais finas). Partículas de
tamanho diferentes são separadas em peneiras planas (“plansifters”). Purificação: após a
separação por tamanho, cada fração é levada a uma nova etapa (separação por densidade ou nova
moagem). Partículas de mesmo tamanho, após a peneiragem, apresentam composição e
características distintas: farelo puro (mais leve), farelo com um pouco de endosperma,
endosperma com um pouco de farelo e endosperma puro (mais pesado). Estas frações são
separadas, por densidade, no purificador (também chamado sassor). Esses equipamentos operam
com fluxo de ar cuidadosamente controlados para estratificar as partículas de densidades
diferentes. Redução: objetivo - redução da granulometria do endosperma. Floculação do germen.
Operam com menor distância entre rolos. Na moagem de redução os rolos são lisos ou de superfície
levemente áspera, mais curtos ou de diâmetro maior (comparados à quebra) e a velocidade
diferencial é menor para obter maior compressão.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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EXERCÍCIO: É possível usar rolos ranhurados na moagem de redução? A fração que vai para a
redução é muito pura mas possui o gérmen logo, não é possível a utilização de rolos ranhurados pois
existe o risco de quebrar o gérmen e contaminar a farinha com o óleo do gérmen (péssimo para
armazenamento e para a panificação). O gérmen é encharcado em óleo e quando comprimido, ele
achata e vira uma partícula de tamanho maior, que pode ser separado na peneiragem (floculação do
gérmen).
Aula 6: RAÍZES.
Partes estruturais da raíz:
Objeto de desejo: POLPA (câmbio, parenquima amiláceo, vasos de xilema).
+
ENTRECASCA (esclerenquima, parenquima cortical, vasos de floema).
+
Nervura central.
Qual outro aspecto que a indústria precisa se preocupar para o processamento da mandioca?
Distância. Não é possível uma fabrica em SP processar raizes vindas do Goiás, por exemplo. Pois o
deslocamento é demorado e, como visto anteriormente, não é possível armazenas raizes de
mandioca fresca para a indústria.
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Qualidade da raiz para uso industrial:
• Características morfológicas: tamanho de médio a grande para favorecer o rendimento; formato
regular para facilitar o descascamento por atrito na indústria; película de fácil remoção durante o
descascamento; a entrecasca de fácil remoção para processamento da farinha (pois a
concentração de cianeto é muito elevada na entrecasca) e de cor branca ou clara, aderido à polpa
para aumentar o rendimento do amido de mandioca (não pode ser colorida pois afeta a coloração
do produto final); polpa firme, lisa e uniforme, sem manchas e com nervura central pouco
lignificada (indica estágio de maturação adequado).
• Composição: teor elevado de matéria seca de pelo menos 28-30% (máximo teor de amido no
estágio adequado de maturação, baixo teor de carboidratos simples para maior rendimento do
amido, sabor característico da farinha e menor absorção de óleo na fritura, etc). Teor de glicosídeos
(Acima de 100mg CN-/kg de raíz fresca somente para o processamento industrial em farinhas e
amido).
EXERCÍCIO: Considere a queixa de um jovem fabricante de mandioca chips, que está tendo
problemas no corte, com rápido desgaste nas lâminas de corte. Explique por que isso está
acontecendo. Estágio de maturação da colheita não estava correto e a nervura central lignificada
dificulta o corte.
Operações iniciais:
• Tratos na colheita: época correta de maturação da planta; corte adequado visa diminuir injúrias
nas raízes; remoção de pendúnculo no próprio campo reduz sujidades na empresa; transporte e
descarregamento no dia da colheita e processamento até 48 horas após a colheita.
• Na empresa: recepção das raízes e processamento no mesmo dia; distribuição no pátio (secagem
preliminar auxilia as operações de lavagem e descascamento); seleção do material para
uniformizar e remover raízes fora do padrão.
• Área suja: lavagem e descascamento por atrito que pode ser contínuo ou descontínuo (se usa
máquinas de madeira no método descontínuo pois de inox é muito caro e não se pode usar de ferro
pois aumenta o processo de deteriorização).
• Repinicagem: segunda seleção das raízes, feita manualmente. O objetivo é remoção mais refinada
de casca e entrecasca.
• Trituração: raladores manuais ou mecânicos/cevadeiras. O objetivo é triturar a polpa sem ruptura
celular intensa (evitar perda excessiva de amido durante a prensagem).
• Prensagem: massa triturada é muito úmida (alto teor de água) então, se utiliza prensas mecânicas
ou hidráulicas. Os filtros-prensa são equipamentos mais rápidos. O tempo de prensagem é muito
importante pois deve ser o suficiente para remover o excesso de água (eliminar a toxidez) e não
pode ser muito longa para evitar a fermentação da massa prensada. A água da prensagem
necessita de intenso tratamento para a eliminação do HCN.
• Secagem/Torração: inicialmente, é feito o desmembramento da massa triturada prensada (forma
blocos compactados) e depois, ela precisa ser “re-triturada” antes da secagem. Essa “re-trituração”
pode ser feira por esfarelamento manual (uso de peneiras), equipamentos especiais
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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(desmembradores) ou sistemas de rosca sem fim. A torração é muito importante pois as
características do produto final dependem muito desta etapa; o tempo do processo determina se a
farinha será seca ou torrada e a movimentação durante a secagem determina se o produto final
serão farinhas finas ou grossas. Os fornos utilizados para a torração podem ser manuais, rotativos
(mesmo do milho) ou mecanizados.
O produto seco/torrado precisa ser resfriado antes da classificação.
• Classificação: farinhas finas ou grossas. As frações retidas nas peneiras superiores voltam para o
moinho de martelo e depois são re-classificadas.
• Embalagem: classificação, tipificação (segundo a legislação) e embalagem em sacos de 45 kg, 500g
ou 1 kg.
Amido é o principal componente da polpa. A entrecasca também possui teores elevados. A extração
desse componente pode ser feita por processos artesanais ou totalmente automatizados. Os produtos
originários dessa matéria prima são o polvilho doce, polvilho azedo e a fécula de mandioca.
EXERCÍCIO: Qual a diferença entre a fécula de mandioca, polvilho doce e polvilho azedo? O
processamento. Fécula precisa ser feita artificialmente e o polvilho tem que ser feita naturalmente
(secar no sol). A fécula não possui fermentação, o polvilho doce possui fermentação não desejável e o
azedo uma fermentação intencional. A fécula não expande (não é possível fazer biscoito de polvilho
com fécula). A expansão é um junção das características da secagem natural e da fermentação. A
fermentação do polvilho doce não é desejável mas pode ocorrer (ex. num dia nublado).
Operações iniciais:
As etapas iniciais são as mesmas para farinha de mandioca:
- Cuidados na colheita.
- Recepção.
- Seleção.
- Lavagem e descascamento (não deve remover entrecasca = maior rendimento). Entrecasca não
pode ter coloração. Industrias não fazem contratos com produtores que possuem variedades com a
entrecasca colorida.
- Repinicagem não é necessária.
Extração:
Na etapa de extração, o material triturado é uma mistura aquosa de amido + fibras + compostos
solúveis + proteínas. Objetivos = separação por tamanho (peneira centrífuga). Na separação por
tamanho, ocorre a remoção do material fibroso e a obtenção do “leite” de amido.
Secagem:
Determina a principal diferença entre polvilho e fécula. A secagem do polvilho é natural feita no sol
em jiraus. E a da fécula é artificial feita em atomizadores ou sem secadores pneumáticos (se
diferencia do atomizador pois usa uma massa de amido mais concentrada = 45% de amido em água).
Resíduos do processamento:
Por kg de amido produzido = 3 kg de resíduos sólidos e 12 kg líquidos. Destino bagaço: cobertura de
matéria morta do solo, produto alimentício humano (farofa pronta light), produtos fibrosos, etc.
Tratamento do resíduo:
• Tratamento físico: servem como pré-tratamento.
• Tratamento biológico:
• Aeróbico: lagoas tem as vantagens da simplicidade e do baixo custo de energia porém necessita
de uma grande área de construção e condições adequadas (topografia, temperatura/clima e
bombas para movimentação da água nas lagoas).
• Anaeróbico: hidrólise dos compostos mais complexos em ácidos carboxílicos, alcoóis, CO2 e H2.
• Aw = atividade de água: É o índice que informa a presença de água na forma livre (disponível para
ser utilizada em reações químicas, bioquímicas e crescimento de microorganismos); os
microorganismos são altamente dependentes do teor de água livre ou disponível; logo, é um meio
importante para controlar a deterioração, principalmente a deterioração causada por
microorganismos. Definição: relação existente entre a pressão de vapor de equilíbrio parcial da
água contida na solução ou no alimento (p) e a pressão de vapor de equilíbrio parcial da água pura
(po), a uma dada temperatura. Aw = p/po e, Aw varia de 0 a 1. Quando adicionamos solutos, a
pressão de vapor da solução ou alimento (p) diminui, logo, o Aw também diminui. Em relação aos
microorganismos, o Aw para a maioria das batérias é ≥ 0,91 e a maioria dos fungos cessa o
crescimento a 0,80.
Aa x Umidade:
Umidade = Água ligada + Água livre (Aa) = conteúdo de água.
• pH e acidez: o pH exerce maior efeito seletivo sobre a microflora capaz de se desenvolver. A acidez
expressa a quantidade de ácido presente no alimento. Ex: 0,16% de ácido lático (leite). Quando o
ácido é forte, a dissociação em solução é sempre completa e irreversível e para ácidos fracos, a
dissociação não é total, balanceamento entre duas formas, uma chamada de dissociada e a outra de
não dissociada (a proporção entre essas duas formas depende do pKa. Ácidos em sua forma não
dissociada exercem efeito inibidor ou letal sobre microorganismos.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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• Potencial de oxi-redução (E): processos de oxidação e redução são definidos em termos de troca
de elétrons entre compostos químicos. Quando ocorre a transferência de elétron de um composto
para outro onde se estabelece uma diferença de potencial entro os mesmos, sendo expressa em
milivolts (mV). OXIDAÇÃO é a perda de elétrons e REDUÇÃO é o ganho de elétrons. Quanto mais
oxidado for um determinado composto, maior potencial positivo e, quanto mais reduzido for
determinado composto, maior potencial negativo. A presença de O2 gera um potencial de oxi-
redução positivo e a ausência, potencial de oxi-redução negativo.
Composição do alimento:
1. Hidratos de carbono (carboidratos): fonte de energia para o desenvolvimento de
microorganismos. Açúcares redutores são substratos para reações de escurecimentos não
enzimáticos.
2. Proteínas: utilização como fonte de energia para o desenvolvimento do alimento em questão.
Pseudomonas em carnes causam deterioração da carne com formação de limosidade na sua
superfície; pseudomonas em creme de leite produzem proteases que levam ao sabor amargo do
mesmo. Gropos aminas (NH2) livres de proteínas e aminoácidos participam de reações de
escurecimentos não-enzimáticos.
3. Gorduras (lipídeos): utilização como fonte de energia para o desenvolvimento do alimento em
questão. Pseudomonas —> lipases —> ranço.
4. Vitaminas.
5. Minerais: relacionados com a atividade de enzimas de importância vital no metabolismo
microbiano (catalisadores de reações de oxidação - ranço).
6. Água.
7. Enzimas: Peroxidases e Catalases. Peroxidases causam a destruição da vitamina C e a
descoloração de carotenóides e antocianinas; catalisam a degradação de ácidos graxos
insaturados com formação de compostos voláteis (sabor oxidado); associada ao aparecimento de
sabores estranhos em alimentos termicamente processados de maneira inadequada, sem que
ocorra a inativação da enzima. Catalases tem função de proteger os tecidos animal e vegetal
contra efeitos tóxicos da H2O2 formada durante o metabolismo celular.
8. Constituintes antimicrobianos: substâncias que apresentam a capacidade de retardar ou
impedir a multiplicação microbiana. Podem ser naturais, produzidas pelos microorganismos ou
adicionadas aos alimentos.
• Umidade relativa (UR): desempenha papel fundamental na microflora que pode se desenvolver
no alimento; tendência do alimento equilibrar seu próprio conteúdo de umidade como aquela do
ambiente; migração de água livre da atmosfera para a composição do alimento. Quando maior o
teor de água livre (Aw), maior o crescimento microbiológico. Alimentos armazenados em
embalagens que permitem migração de água, necessitam de rigoroso controle de UR da atmosfera
de estocagem. Locais com UR elevada podem levar ao crescimento de bactérias, bolores e leveduras
nas paredes, teto e pisos com circulação levando a sérias contaminações do alimento armazenado.
Tipo e número de microorganismos: quando maior a carga microbiana inicial, maior será o tempo
necessário para reduzir esta população a níveis seguros para qualidade e saúde do consumidor.
Quando ocorre manipulação inadequada dos alimentos um aumento excessivo no número de
microorganismos, o que afeta seriamente a efetividade do processo térmico aplicado.
Porque conservar alimentos? Maior vida útil e preservação das características nutritivas,
sensoriais e microbiológicas.
Juliana O. Dória - Agronomia 2012
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Processos pioneiros: calor, frio, salga, defumação, exposição ao sol, uso de vinagre e mel.
Processos atuais: pasteurização, esterilização, atmosfera controlada, preparo de conservas,
aditivos, altas pressões e radiações ionizantes.
PASTEURIZAÇÃO:
Tem como objetivo principal a destruição dos microorganismos patogênicos e a inativação
enzimática para aumentar a vida útil do produto. Temperatura não ultrapassa os 100°C; pode ser
obtida por água quente, calor seco, vapor, corrente elétrica e por radiação ionizante. Aplicação: leite,
creme de leite, manteiga, frutas, sorvetes, embutidos, compotas, cervejas e ovos líquidos enlatados.
Tratamento térmico: efeito conservador ao destruir enzimas, insetos, parasitas e microorganismos.
Propriedades sensoriais podem ser mais importantes ao se estabelecer a intensidade de tratamento
térmico. Em alimentos com pH abaixo de 4,5 os tratamentos térmicos são menos rigorosos. Porque
4,5? Pois a grande preocupação da indústria é o Clostridium botulinum, que produz uma toxina
muito perigosa ao ser humano e sobrevive em pH acima de 4,5. Podemos, por exemplo, utilizar a
diminuição o pH em produtos que as altas temperaturas provocam danos em sua qualidade.
Clostridiu botulinum: microorganismo patógeno esporulado eventualmente presente em alimentos;
é capaz de crescer em condições de anaerobiose em embalagens hermeticamente fechadas, elimina
no meio uma exotoxina muito potente; muito perigoso; alimentos em que existe risco de
contaminação por esse microorganismo são submetidos a processos de esterilização para reduzir 12
ciclos log no número de esporos do patógeno. O tratamento frequentemente utilizado é realizado, no
mínimo, à temperatura de 121°C por 15 minutos, sendo que todas as partes do alimento devem
receber esse tratamento.
Produtos pasteurizados: após o tratamento térmico, ainda há grande presença de microorganismos
vivos deterioradores, o que limita a vida útil e o período de estocagem do produto; logo, deve haver
combinação da pasteurização com outro método de conservação.
Tipos de processos:
1. Produtos embalados:
1. Pasteurizadores de água aquecida: descontínuos (banho de água em que as embalagens,
contidas em cestas, são aquecidas e mantidas a uma temperatura e durante um tempo
preestabelecido; seguida de um resfriamento para completar o tratamento térmico).
2. Túnel de pasteurização: processo contínuo (dividido em uma série de zonas de
aquecimento onde passam as embalagens; elas são submetidas a um jato que os aquece
progressivamente; depois as embalagens são resfriadas de forma idêntica em uma outra
seção do túnel).
2. Líquido a granel:
1. Pasteurização por placas: indicado para fluidos menos viscosos (ex: leite, produtos
lácteos, ovo líquido, cerveja, vinho); placas verticais de aço inoxidável mantidas juntas
em uma armação de metal; canais paralelos onde o alimento líquido e o meio de
aquecimento são bombeados em fluxo contracorrente.
2. Pasteurização por tubulares: indicado para fluis mais viscosos (Ex: produtos lácteos,
maionese, ketchup, alimentos para bebês); consiste de várias serpentinas de aço
inoxidável concêntricas feitas de tubo de parede duplas ou triplas; o alimento passa pelo
tubo e a água de aquecimento ou de resfriamento é recirculada pelas paredes do tubo.
ESTERILIZAÇÃO:
O objetivo principal é eliminar os microorganismos patogênicos e alteradores. Vida útil é superior a 6
meses. A esterilidade total é impossível de se alcançar, ainda que o tempo de tratamento seja infinito.
Embalagens:
Tipo de embalagem (a penetração de calor é mais rápida em metal do que em vidro).
Maior demanda por produtos minimamente processados devido a mudanças no estilo de vida do
consumidor (redução das famílias, busca por conveniência, conscientização da necessidade de uma
dieta alimentar saudável, exigências de segurança alimentar). O principal produto minimamente
processado hoje em dia é a alface, além de frutas, verduras e legumes.
Colheita: requer alguns cuidados para evitar danos e perdas na pós-colheita (estádio de maturidade
vegetal, horário, temperaturas elevadas e acondicionamento do produto). Bom padrão de higiene no
campo, equipamentos e instrumentos utilizados na colheita. São produtos facilmente danificados
(insetos, microorganismos e danos mecânicos) e devem ser transportados o mais rápido possível
para o processamento.
Seleção manual e classificação: a remoção dos produtos injuriados deve ser feita com rigor.
Separação em diferentes graus de maturação e tamanho. Bom controle de qualidade. Os produtos
padronizados são mais fáceis de serem manuseados. Na recepção a matéria prima deve ser
submetida à inspeção de qualidade.
A sequência das etapas é similar. As etapas críticas da cadeia de processamento são: lavagem,
corte, sanitização e embalagem.
Contaminação biológica:
Descascamento e corte causa injúria nos tecidos e a utilização de utensílios contaminados pode
causar contaminação biológica pois ocorre o extravasamento do suco celular, aumentando a chance
da proliferação de microorganismos e contaminação cruzada.
Escurecimento enzimático:
O descascamento e corte causam injúrias no tecido e extravasamento do suco celular, liberando
substrato para as enzimas (polifenoloxidase PPO + O2) que agem principalmente em compostos
fenólicos, causando o escurecimento do produto. Em batata, maçã e banana, mesmo a baixas
temperaturas e curto espaço de tempo, ocorre este processo. Não se encontra esses produtos
minimamente processados pois controlar esse escurecimento é difícil. Existem produtos mais
adaptados ao processamento mínimo, com menor oxidação e menor escurecimento enzimático (ex:
manga, couve, cenoura, etc.).
Alterações metabólicas:
O descascamento e corte, causando injúrias no tecido resulta na produção de etileno e maior taxa
respiratória (libera calor, aumenta temperatura do produto, não é desejável). A maior taxa de
respiração diminuição de carboidratos e ácidos orgânicos e o produto fica com sabor e aroma de
podres, já a maior produção de etileno causa o escurecimento e amaciamento do produto.
Entre as três maneiras para revestir os alimentos, as de imersão e aspersão podem ser facilmente
adaptadas à indústria. São elas imersão, aspersão e filme.
Tecnologia de Laticínios:
Aula 12: Matéria prima.
Definição: o leite é o produto integral da ordenha ininterrupta de uma fêmea sadia, bem nutrida e
não fatigada. Deve ser produzido de uma forma adequada, isento de substâncias estranhas e não
conter colostro. É um líquido brando, opaco, mais viscoso que a água, de sabor ligeiramente
adocicado. É uma suspensão coloidal de pequenas partículas de Caseína; emulsão de glóbulos de
gordura e vitaminas lipossolúveis e solução de lactose, proteínas solúveis em água, sais minerais.
A água (principal componente do leite) ajuda a definir o processo e a vida de prateleira (Aw); é
também utilizada pelos microorganismos para as reações químicas.
Água ligada x Água livre (reações química, bioquímica e atividade microbiana) —> Água livre é
medida pela “atividade da água” (Aw).
Proteínas: fonte de aminoácidos para todos os tipos de organismos. Há diferentes tipos quanto a
capacidade de absorção. As proteínas são complexas pois é difícil de se retirar do leite, diferente dos
carboidratos (ex: lactose). Um problema dessa complexidade é que existe intolerância à algumas.
Parâmetros:
I. Proteínas a principal proteína do leite é a caseína. Existem proteínas solúveis e insolúveis no
leite; a caseína é uma proteína termoestável (não se degrada pela ação do calor) mas se degrada
pela ação de ácidos (quando o pH diminui, há uma alteração na estrutura dessa proteína).
Proteínas do soro são solúveis e podem ser reaproveitadas como fonte de proteína (whey
protein). As proteínas podem aumentar com o aumento da concentração de ácidos orgânicos.
Proteases degradem as proteínas.
II. Acidez é uma medida de qualidade do leite e pode aumentar quando aumenta a concentração de
ácidos orgânicos no leite (as vezes como resultado da ação microbiana). Faixa de 0,14 - 0,18.
III.Ponto de congelamento do leite deve estar em torno de - 0,52ºC. Se esse ponto de congelamento
se aproximar de zero, quer dizer que tem muita água e é uma maneira de fraudar o leite (leite
diluído).
IV. pH em leite de boa qualidade está normalmente na faixa de 6,6 - 6,8.
V. Capacidade calorífica difusividade do leite (velocidade de aquecer e resfriar). Essa informação é
importante pois afeta na escolha correta do método a ser utilizado no processamento do leite.
VI.Tensão superficial capacidade das moléculas se “juntarem”.
VII.Massa específica medida de qualidade para analisar se o leite não foi adulterado. ≈ 1,03 kg/mƎ.
VIII.CCS contagem de células somáticas. Verificar se existe alguma alteração na glândula mamária.
IX.Gorduras são muito importante para os subprodutos. Microorganismo lipolíticos que degradam
os lipídeos. O problema de rancificação (alteração das características sensoriais) dos produtos é
enzimático (lipase) e não microbiano.
X. Enzimas existem uma infinidade presentes no leite. As principais são as enzimas sintetizadas
pelos microorganismos. Fosfatase e peroxidase são utilizadas para verificar o processo e se o leite
foi pasteurizado corretamente (se ocorreu superaquecimento, fraude, etc).
Quanto menor o uso do calor, maior será a conservação dos nutrientes do alimento. Porém,
precisamos garantir a segurança do consumidor.
1) Pasteurização HTST (High temperature, short time): 72 a 78ºC por pelo menos 15 segundos.
2) Pasteurização LTH (Low temperature holding): 62 a 65 ºC por 30 minutos.
Produzir queijo frescal recomenda-se que o leite seja pasteurizado utilizando o processo lento.
Porque? A produção de queijo frescal é feita por um tipo de coagulação enzimática, na produção o
queijo, também é acrescentado alguns sais minerais que são importantes para a formação do
coágulo. A parteurização rápida provoca um certo grau de desnaturação das proteínas, logo, as
enzimas que irão trabalhar nesse processo, não terá tanta proteína para realizar esse coágulo,
fazendo com que o processo de coagulação seja muito lento. Ou seja, quando a produção de queijo
envolve a ação enzimática, é recomendada a pasteurização lenta.
Pasteurização lenta: descontínua, demorada, consumo alto de energia e reduz 95% das bactérias.
Pasteurização rápida: processo rápido e contínuo…
Creme obtido: matéria prima para fabricação de manteiga, sorvete, creme de leite, etc.
Homogeneizador: reduz as micelas. Melhora o sabor, evita a formação de camada de gordura na
superfície, melhora a digestibilidade e auxilia na desnaturação das proteínas do soro.
Leite UHT: no processo de UHT produz-se um fluxo contínuo antes do acondicionamento mediante
trocadores de calor (UHT indireto) ou por injeção de vapor (UHT direto) a temperaturas de 140 a
150ºC durante 2 a 4 segundos. Esquema de fabricação: controle de matérias primas —> eliminação de
impurezas —> preaquecimento —> UHT direto ou indireto —> resfriamento rápido —>
acondicionamento asséptico —> armazenamento, transporte e comercialização. Alta eficiência
99,99%. Porque é possível obter esse tipo de produto? Porque os parâmetros cinéticos quando
comparados com os microorganismos, os valores de D são muito maiores que dos microorganismos. O
produto é esterilizado com calor. O equipamento de processo e de envase é esterilizado com calor e
agentes químicos. O material de embalagem é esterilizado por calor, agentes químicos ou irradiação.