Dramaturgia_. Caminhos de Aristóteles, Shakespeare
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Dramaturgia:
Caminhos de Aristóteles, Shakespeare e Bertolt Brecht
Raízes da Dramaturgia
Segundo o Wikipédia, a palavra drama vem do grego e significa ação e assim, a
dramaturgia seria a representação dessa ação. Ao longo dos anos, essa área da arte
vem sendo estudada sob diversas perspectivas, desde suas origens nos espetáculos
gregos até as intervenções pós-dramáticas da contemporaneidade. Três estudiosos se
destacam nessa discussão: Aristóteles, Shakespeare e Bertolt Brecht. A seguir iremos
apontar as principais características de seus estudos.
Do drama clássico ao moderno, esses teóricos contribuíram de forma substancial para o desenvolvimento
da dramaturgia como a conhecemos na contemporaneidade.
Aristóteles
O relato ocidental mais antigo que se tem notícia e que trata do drama são as anotações
de Aristóteles que compõem A Poética. Não
2 existe consenso quanto aos seus estudos,
até porque muitas das partes de seus escritos ficaram perdidos no tempo e o que
chegou em A Poética é fragmentado. Apesar disso, Aristóteles é uma importante
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TEMPO:
Para o filósofo grego, a unidade de tempo
na dramaturgia não deve ultrapassar “uma
revolução solar”. A história deve acontecer
no espaço de tempo da apresentação, deve
ser em tempo real.
LUGAR:
Uma tragédia deve acontecer em apenas
“O tempo” — Salvador Dali um lugar, um cenário.
AÇÃO:
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Todas as cenas devem convergir para a trama central da obra. Todos os acontecimentos
devem se encadear de forma que a sequência criada pelo autor não altere o conflito
principal, a ação dramática.
Aristóteles aponta que o drama é a imitação de uma ação que tem como consequência
um efeito de catarse. Essa imitação é o que se chama de mimesis.
“Contudo há entre estes gêneros três diferenças: seus meios não são os mesmos, nem os
objetos que imitam, nem a maneira de os imitar.
Assim como alguns fazem imitações em modelo de cores e atitudes —uns com arte, outros
levados pela rotina, outros com a voz –, assim também, nas artes acima indicadas, a
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A catarse que deve ser a consequência final da ação dramática é uma espécie de
mergulho na história contada, é a criação de um sentimento de identidade e
pertencimento que o espectador desenvolve ao assistir um espetáculo. A tragédia deve
provocar no expectador um gozo que dê ideia de libertação, como se a obra servisse
para escoar as emoções.
Um exemplo de filme que faz o espectador mergulhar no drama da personagem: Dançando no Escuro de
Lars Von Trier.
Shakespeare
“ A arte dramática de Shakespeare pode ser dividida em três fases. Numa primeira, que vai
de 1590 a 1602, o dramaturgo escreveu comédias alegres e ligeiras, dramas históricos e
tragédias no estilo renascentista. a segunda fase, iniciada em 1602 e que vai até
aproximadamente 1610, caracteriza-se por tragédias grandiosas e comédias amargas;
enquanto na terceira fase, que vai até o fim de sua vida, foram produzidas peças feéricas
com finais conciliatórios.” (http://www.paralerepensar.com.br/shakespeare.htm)
totalmente bom e nem totalmente ruim. É um ser humano contraditório, como todos
os outros.
Na tragédia grega também tínhamos como centro de conflito a relação entre a vontade
humana e a vontade divina, em Shakespeare esse conflito dramático será tensionado
na relação entre homem versus homem, trazendo uma visão mais humanista para o
drama inglês do século XVI. Porém, a natureza do humanismo shakespeariano é
niilista, cético, sempre traz um lado negativo.
https://www.youtube.com/watch?v=pitSJF1pG3c
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Bertolt Brecht
Dessa forma, o drama em Brecht passa a ser visto como a crise da emoção e a arte
passa a ser um espaço de problematização. Suas obras provocam uma emoção, mas
antes de qualquer liberação de carga emotiva por parte do espectador, Brecht avisa a
estes que eles estão diante de uma ficção. Aquilo que eles assistem não é real, não é
uma imitação da realidade.
O teatro épico e didático caracteriza-se, em Brecht, pelo cunho narrativo e descritivo cujo
tema é apresentar os acontecimentos sociais em seu processo dialético: Diverte e faz pensar.
Não se limita a explicar o mundo, pois se dispõe a modificá-lo. É um teatro que atua, ao
mesmo tempo, como ciência e como arte.” (MESQUITA, José. In:
http://www.biografia.inf.br/bertold-brecht-dramaturgo.html)
Para além de mudar com a função do espectador, Bertolt Brecht rompe com a
necessidade aristotélica de construir dramaturgias baseadas na mimesis e na catarse.
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REFERÊNCIAS:
http://www.paralerepensar.com.br/shakespeare.htm