Construção do indivíduo
Construção do indivíduo
Construção do indivíduo
Ao nascer, a criança entra num cenário cuja construção não participou. Este cenário é
o mundo social, a realidade objetiva, que se constitui de um modo de organização econômica,
política e jurídica da sociedade, de uma cultura, de instituições como a família, a igreja, a
escola, o exército, os partidos políticos, etc. Tudo isto produto da construção humana, de
homens que antecederam esta criança que agora se introduz nas relações sociais.
Estas relações sociais ocorrem, num primeiro momento na família. É aí que começa
sua preparação para participar, posteriormente, das relações sociais mais amplas. A preparação
do indivíduo significa que ele, ao longo de sua vida, irá internalizando, apropriando-se da
realidade objetiva, e esta será constitutiva de sua formação psíquica, o que lhe possibilitará sua
ação no mundo, isto é, contribuir na construção deste cenário social que está sempre inacabado.
2 – PERSONALIDADE
2.1 - INTRODUÇÃO
2.2 – CONCEITO
Em primeiro lugar é preciso deixar bem claro que a hereditariedade não se constitui em
causa direta do comportamento. Sua influência se dá de forma indireta, através das estruturas
orgânicas pelas quais respondemos aos estímulos.
Para se compreender melhor a influência da hereditariedade, é útil distinguir entre
hereditariedade da espécie e hereditariedade individual.
Parece ser útil a divisão do conceito de ambiente em ambiente físico e social. O primeiro
se refere às influências da nutrição, temperatura, altitude; o segundo às influências das relações
interpessoais.
Pode-se, portanto, incluir sob o rótulo “ambiente”, um número enorme de fatores que
influem na formação da personalidade. Entre eles estão: a situação pré-natal, as primeiras
experiências infantis, a constelação familiar, as relações entre pais e filhos, as variadas
influências culturais e institucionais e muitos outros.
Já são amplamente conhecidos os resultados de alterações no ambiente pré-natal. Dieta
inadequada, ingestão de drogas e tratamento de raio X durante a gravidez podem alterar
profundamente a personalidade do futuro bebê. Emoções fortes e prolongadas, neste período,
podem fazer o mesmo. Isto se deve, provavelmente, às alterações hormonais que passam
através da placenta para o feto, tornando-o excessivamente ativo. Depois do nascimento, esta
criança pode continuar a sofrer os efeitos destas alterações, sendo hiperativa e irritável.
A nutrição é um fator dos mais importantes no desenvolvimento da personalidade em
muitos, senão em todos os aspectos, como, inteligência, constituição física, coordenação
motora, atenção, memória, etc., sem se falar nas características derivadas destas, como é o caso
do auto-conceito.
As primeiras experiências na vida de uma pessoa são as mais importantes. Freud e a
maioria dos estudiosos acreditavam que a estrutura da personalidade é fixada nos primeiros
anos de vida; o que ocorre ou deixa de ocorrer nesse período é decisivo.
Tem-se pesquisado bastante, recentemente, sobre os efeitos das privações de
estimulação nos primeiros momentos da vida. Vários estudos envolvendo crianças criadas em
orfanatos, comparadas com crianças criadas em ambientes familiares, apontam, naquelas, uma
série de problemas como saúde fraca, declínio intelectual progressivo e desajuste social e
emocional.
As privações sensoriais iniciais têm uma influência marcante no desenvolvimento da
criança, que não é facilmente superada mesmo que depois se lhes ofereça um meio estimulante.
Os estudos efetuados com as chamadas “crianças selvagens” ilustram bem este ponto. Com
animais, muitas são as pesquisas sobre privação sensorial ou qualquer condições especiais do
ambiente no início da vida.
Harlow e Zimmermann estudaram macacos criados por mães verdadeiras e mães
substitutas feitas de pano e arame. Em situações de emergência, os filhotes recorriam a mãe
substituta de pano, independentemente de qual delas havia amamentado o animal. Ficou claro
que o contato macio e aconchegante representa uma estimulação importante. Mesmo os filhotes
criados com a mãe de pano, comparados aos criados com a mãe verdadeira, apresenta, na vida
adulta, comportamentos peculiares e anormais. São mais agressivos e anti-sociais, apresentam
desenvolvimento psicomotor deficiente e tem grande dificuldade de manter relações sexuais
normais.
Freud foi um dos primeiros estudiosos a chamar a atenção para as experiências
traumatizantes, principalmente na primeira infância. Atribuiu grande importância a certas
atividades como a de alimentar a criança, o treinamento para o controle dos esfíncteres,
educação sexual e o controle da agressividade.
Alfred Adler procurou na constelação familiar uma explicação para a personalidade.
Cada membro da família tem uma posição diferente que é determinada pelo sexo e pela ordem
de nascimento. Essa posição no contexto familiar gera certas características peculiares.
Rosenthal estudou a relação existente entre expectativas dos pais e o nível de aspiração
e desempenho dos filhos.
Além das primeiras experiências e do meio familiar, a sociedade exerce poderosa
influência sobre a personalidade, particularmente no período da adolescência, quando os
grupos de amigos, a escola e a cultura tornam-se poderosos agentes determinantes da
personalidade.
- Biográficos – que faz uma investigação na vida pregressa do testado, mas não oferece
fidelidade por omissão de certos fatos;
- Projetivos – aquele que de uma forma sutil faz com que o testado projete características de
sua personalidade que ocultaria se o teste fosse de forma direta.