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Resumo Materia Direito Tributário

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Direito Tributário

Fato gerador da obrigação


Lançamento
Espécies de lançamento
Suspensão do crédito tributário
Exclusão do crédito tributário
Extinção do crédito tributário

1) Obrigação Tributária

Definição: A obrigação tributária é o vínculo jurídico entre o Estado (sujeito


ativo) e o contribuinte (sujeito passivo), que surge com a ocorrência de um fato
gerador previsto em lei. É regulada pelo art. 113 do Código Tributário Nacional
(CTN).
Espécies:
Obrigação Principal: Visa ao pagamento de tributos ou penalidades
pecuniárias (art. 113, §1º, CTN).
Obrigação Acessória: Consiste na realização de prestações de fazer ou não
fazer no interesse da fiscalização tributária, como emitir notas fiscais ou
declarar rendimentos (art. 113, §2º, CTN).
Exemplo Prático:
Uma empresa que vende mercadorias tem a obrigação principal de recolher o
ICMS sobre as vendas e a obrigação acessória de emitir notas fiscais.

2) Fato Gerador da Obrigação


Definição: É o evento previsto em lei que dá origem à obrigação tributária. Está
regulado nos art. 114 e 115 do CTN:
Para a obrigação principal: O fato gerador é a situação descrita em lei que
enseja o pagamento de tributo.
Para a obrigação acessória: O fato gerador é qualquer situação que configure
deveres instrumentais (ex.: manter escrituração fiscal).
Exemplo Prático:
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel, conforme art. 32 do CTN.

3) Lançamento
Definição: Lançamento é o procedimento administrativo pelo qual a autoridade
fiscal verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o tributo devido, identifica o
sujeito passivo e formaliza a obrigação tributária (art. 142 do CTN).
Natureza Jurídica: O lançamento é declaratório, constitutivo ou híbrido,
dependendo da espécie tributária.
Exemplo Prático:
A Receita Federal realiza o lançamento do IRPF ao verificar as informações
declaradas e notifica o contribuinte do montante devido.

4) Espécies de Lançamento
Conforme o art. 149 do CTN, existem três modalidades de lançamento:
1. Lançamento Direto (de Ofício):
Realizado pela autoridade administrativa, independentemente da colaboração
do contribuinte.
Ex.: Multas de trânsito ou IPTU, quando a Prefeitura calcula o tributo e envia a
guia de pagamento.

2. Lançamento por Declaração:


Depende das informações fornecidas pelo contribuinte, mas é a autoridade que
formaliza o lançamento.
Ex.: Importação de mercadorias, em que o importador informa os dados à
Receita Federal.

3. Lançamento por Homologação:


O contribuinte apura e paga o tributo antecipadamente, sujeito à homologação
posterior pela autoridade.
Ex.: ICMS e IRPJ apurados por meio do Simples Nacional.
5) Suspensão do Crédito Tributário
Definição: É a interrupção temporária da exigibilidade do crédito tributário, sem
extingui-lo. Regulada no art. 151 do CTN.
Hipóteses:
1. Moratória (art. 152): Ex.: Prorrogação do prazo de pagamento do tributo em
situações excepcionais, como desastres naturais.

2. Depósito do Montante Integral (art. 151, II): Ex.: O contribuinte deposita


judicialmente o valor do tributo para discutir sua legalidade.

3. Parcelamento (art. 151, VI): Ex.: Parcelamento de débitos do Simples


Nacional.

4. Liminares em Mandado de Segurança ou outras ações judiciais (art.


151, IV): Ex.: Suspensão de cobrança de tributo declarado inconstitucional.

5. Consulta Fiscal (art. 151, III): Ex.: Empresa questiona a interpretação de


uma norma antes de pagar o tributo.

6) Exclusão do Crédito Tributário


Definição: São hipóteses em que o crédito tributário não é constituído, por
determinação legal. Está regulada no art. 175 do CTN.
Espécies:
1. Isenção (art. 176): Dispensa o pagamento do tributo para determinados
contribuintes ou situações.
Ex.: Isenção do IPTU para aposentados de baixa renda.

2. Anistia (art. 180): Dispensa de penalidades, não do tributo.


Ex.: Perdão de multas tributárias em programas de regularização fiscal.
7) Extinção do Crédito Tributário
Definição: Ocorre quando o vínculo jurídico do crédito tributário é desfeito.
Regulada no art. 156 do CTN.
Hipóteses:
1. Pagamento: Forma mais comum.
Ex.: Pagamento do IPVA.
2. Compensação (art. 156, II): Utilização de créditos tributários para quitar
débitos.
Ex.: Empresa utiliza créditos de ICMS acumulados.
3. Transação (art. 156, III): Acordo entre o Fisco e o contribuinte.
4. Prescrição e Decadência (art. 156, V): O prazo para cobrar ou constituir o
crédito expira.
Ex.: IPTU não cobrado em cinco anos.
5. Remissão (art. 156, IV): Perdão total ou parcial do débito.
Ex.: Perdão de dívidas de pequeno valor.
6. Dação em Pagamento em Bens Imóveis (art. 156, XI): Transferência de
imóveis para quitar débitos tributários.

1) Crimes e infrações tributárias


2) elisão fiscal
3) elusão fiscal
4) evasão fiscal

1) Crimes e Infrações Tributárias


No direito tributário, os crimes tributários e as infrações tributárias têm natureza
distinta, mas ambos decorrem do descumprimento da legislação tributária.
1.1) Crimes tributários
São condutas previstas como ilícitos penais na legislação. Esses crimes estão
tipificados principalmente na Lei nº 8.137/1990 e no Código Penal.
Exemplos de crimes tributários:
A) Sonegação fiscal (art. 1º da Lei nº 8.137/1990):
Hipótese: Deixar de declarar parte dos rendimentos no Imposto de Renda.
Espécie: Omissão de receita para evitar o pagamento de tributo devido.
B) Fraude fiscal (art. 2º da Lei nº 8.137/1990):
Hipótese: Alterar documentos contábeis para reduzir artificialmente a base de
cálculo de tributos.
Espécie: Emissão de notas fiscais "frias" (inexistentes).
C) Apropriação indébita tributária (art. 2º, II, da Lei nº 8.137/1990):
Hipótese: Um comerciante que recolhe ICMS dos consumidores e não repassa
o valor ao Estado.
Espécie: Apropriação de tributo recolhido de terceiros.

1.2) Infrações tributárias


São violações de normas tributárias que não configuram crimes, sendo punidas
com penalidades administrativas, como multas e juros.
Exemplos de infrações tributárias:
A) Atraso no pagamento de tributos:
Hipótese: Não recolher o IPTU no prazo estabelecido.
Espécie: Multa e juros sobre o valor devido.
B) Erro formal na declaração tributária:
Hipótese: Preencher incorretamente o formulário da declaração do IR.
Espécie: Advertência ou multa por erro na escrituração.

2) Elisão Fiscal
É uma prática lícita e consiste em planejar operações ou organizar atividades
econômicas de forma a pagar menos tributos, utilizando-se dos meios previstos
na lei.
Exemplos de elisão fiscal:
1. Escolha da forma jurídica mais vantajosa:
Hipótese: Uma empresa opta por abrir como Simples Nacional, ao invés do
regime de lucro real, porque a carga tributária será menor.
Espécie: Planejamento tributário preventivo.

2. Aproveitamento de incentivos fiscais:


Hipótese: Uma empresa investe em uma área incentivada da Zona Franca de
Manaus para se beneficiar de isenção de IPI.
Espécie: Redução de tributos com base em legislação específica.
Limites:
A elisão fiscal é válida apenas enquanto não desrespeitar a legislação ou não
configurar simulação ou fraude à lei tributária.

3) Elusão Fiscal
A elusão fiscal está em um ponto intermediário entre a elisão (lícita) e a evasão
(ilícita). Consiste em utilizar mecanismos que, embora não sejam ilegais de
forma direta, desvirtuam a finalidade da norma tributária, configurando abuso
de direito.
Exemplos de elusão fiscal:
1. Operações artificiais para evitar tributos:
Hipótese: Uma empresa realiza cisão societária fictícia para fragmentar seu
faturamento e se enquadrar no Simples Nacional.
Espécie: Redução artificial da base tributável.

2. Transformação artificial de receita tributável em outra menos onerada:


Hipótese: Um profissional liberal (médico) abre uma empresa apenas para
pagar menos imposto, embora preste os serviços como pessoa física.
Espécie: Alteração artificial da natureza da renda.
Consequências:
A elusão pode ser desconsiderada pelas autoridades fiscais por meio do abuso
de forma ou do uso da norma geral antielisiva (art. 116, parágrafo único, do
CTN).
4) Evasão Fiscal
É uma prática ilícita e consiste em atos ou omissões intencionais para reduzir,
omitir ou evitar o pagamento de tributos, sem amparo na legislação. Configura
infração tributária e pode ser crime.
Exemplos de evasão fiscal:
1. Omissão de receitas:
Hipótese: Um comerciante não registra vendas no sistema de notas fiscais.
Espécie: Deixar de pagar ICMS devido.

2. Uso de documentos falsos:


Hipótese: Apresentar comprovantes de despesas fictícias para reduzir o valor
do Imposto de Renda.
Espécie: Fraude documental.

3. Utilização de "caixa dois":


Hipótese: Uma empresa mantém parte de seus recebimentos em contas não
declaradas para evitar a tributação.
Espécie: Crime de sonegação fiscal.
Consequências:
A evasão fiscal gera penalidades administrativas (multas) e pode acarretar
processo penal, dependendo da gravidade da conduta.
Comparativo Resumido:

TERMO LICITO OU DESCRIÇÃO EXEMPLO


ILÍCITO
CRIME ILÍCITO Condutas Sonegação /
TRIBUTÁRIO tipificadas como fraude fiscal
crime
INFRAÇÃO ILÍCITO Descumpriment Atraso no
TRIBUTÁRIA o de obrigação pagamento de
acessória ou tributos
principal, sem
ser crime.
ELISÃO LÍCITO Planejamento Usar regime
FISCAL para reduzir a tributário mais
carga tributária vantajoso
dentro da lei
ELUSAO Questionável Atos que Cisão societária
FISCAL ILÍCITO abusam de fictícia para
formas legais pagar menos
para desvirtuar a impostos
finalidade da
norma
EVASAO ILÍCITO Atos ou Não emitir
FISCAL omissões notas fiscais ou
intencionais omitir receitas
para não pagar
tributos

Crime tributário: É uma conduta ilícita prevista como crime, geralmente


envolvendo fraude ou omissão para reduzir ou evitar tributos. Exemplos:
sonegação fiscal, fraude documental e apropriação indébita de tributos.

Infração tributária: É uma violação da legislação tributária que não configura


crime, mas gera penalidades administrativas como multas e juros. Exemplos:
atraso no pagamento de tributos e erros formais em declarações fiscais.

Elisão fiscal: É uma prática lícita de planejamento tributário para reduzir a carga
tributária, utilizando meios permitidos por lei. Exemplos: optar por regimes
tributários mais vantajosos ou aproveitar incentivos fiscais.
Elusão fiscal: É uma prática questionável ou ilícita que abusa de formas legais
para desvirtuar a finalidade da norma tributária, podendo ser desconsiderada
pelas autoridades fiscais. Exemplos: realizar operações artificiais para reduzir
tributos ou transformar rendas tributáveis em rendas menos oneradas.

Evasão fiscal: É uma prática ilícita que consiste em omitir ou fraudar


informações para evitar o pagamento de tributos. Exemplos: não emitir notas
fiscais, omitir receitas ou manter “caixa dois”.

1) Suspensão do crédito tributário – espécies, conceito, definições

2) Nascimento da obrigação tributária

3) nascimento do crédito tributário

4) fato gerador

5) obrigação principal e acessória – noções gerais, conceito, hipóteses,


consequências em caso de descumprimento - Hipótese de incidência –
definição

6) hipóteses de lançamento – características e consequências

7) Elisão, evasão e elusão – diferenças e consequências em caso de


prática

1) Suspensão do Crédito Tributário


Conceito: A suspensão do crédito tributário impede temporariamente a
exigibilidade do tributo, ou seja, a Fazenda Pública não pode cobrar o crédito
enquanto perdurar a suspensão.
Hipóteses previstas no art. 151 do CTN:
1. Moratória: Prorrogação do prazo de pagamento para
determinadas situações, como calamidades públicas. Exemplo:
concessão de moratória para agricultores afetados por seca
severa.

2. Depósito do montante integral: Quando o contribuinte deposita


judicialmente o valor devido para discutir a legalidade do tributo.

3. Reclamações ou recursos administrativos: Enquanto pendente de


decisão final na esfera administrativa.

4. Concessão de liminares ou tutela antecipada: Decisões judiciais


que suspendem a cobrança.

5. Parcelamento: Quando o contribuinte firma acordo para pagar o


débito em parcelas.
Consequências:
Suspensão da exigibilidade do tributo.
Impede a inscrição na dívida ativa e o ajuizamento de execuções fiscais.

2) Nascimento da Obrigação Tributária


Conceito: A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador,
definido como o evento previsto na lei que gera a obrigação de pagar tributo ou
cumprir dever acessório.
Exemplos:
Obrigação de pagar IPTU (fato gerador: ser proprietário de imóvel em 1º de
janeiro).
Obrigação de emitir nota fiscal (fato gerador: realizar operação comercial).
3) Nascimento do Crédito Tributário
Conceito: O crédito tributário surge com o lançamento, que é o procedimento
administrativo destinado a verificar a ocorrência do fato gerador, identificar o
sujeito passivo e quantificar o tributo devido.
Exemplos:
Lançamento do ICMS após a apuração mensal da movimentação econômica.
Emissão de carnê de IPTU pelo município.

4) Fato Gerador
Conceito:
É a situação jurídica ou econômica descrita na norma tributária que, ao ocorrer,
gera a obrigação tributária. Divide-se em:
Fato gerador material: Exemplo: venda de mercadoria (ICMS).
Fato gerador temporal: Exemplo: 1º de janeiro (IPTU).
Fato gerador espacial: Exemplo: localização do imóvel em determinado
município (IPTU).

5) Obrigação Principal e Acessória


Conceito:
Obrigação principal: É o dever de pagar tributo ou penalidade pecuniária (art.
113, § 1º, do CTN). Exemplo: pagamento de IR.
Obrigação acessória: São deveres instrumentais para facilitar a fiscalização ou
arrecadação (art. 113, § 2º, do CTN). Exemplo: emissão de nota fiscal.
Consequências do descumprimento:
Obrigação principal: Multas e juros por atraso.
Obrigação acessória: Conversão em principal, gerando multa.
6) Hipótese de Incidência
Definição:
É a descrição abstrata, na lei, de um fato que, ao ocorrer, gera obrigação
tributária. Exemplo: “ser proprietário de imóvel” é a hipótese de incidência do
IPTU.

7) Hipóteses de Lançamento
Modalidades (art. 142 e seguintes do CTN):
1. De ofício: Realizado pela autoridade sem intervenção do
contribuinte. Exemplo: IPTU.
2. Por declaração: Depende de informações fornecidas pelo
contribuinte. Exemplo: IRPF.
3. Por homologação: O contribuinte apura e paga, e a autoridade
apenas homologa. Exemplo: ICMS.

Consequências:
Define o montante devido.
Autoriza a cobrança e inscrição em dívida ativa.

8) Elisão, Evasão e Elusão


Elisão Fiscal:
Conceito: Planejamento lícito para reduzir a carga tributária, realizado antes do
fato gerador.
Exemplo: Escolher um regime tributário mais vantajoso.
Consequências: Não gera sanção.

Evasão Fiscal:
Conceito: Fraude ou descumprimento de obrigação para evitar o pagamento.
Exemplo: Falsificação de notas fiscais.
Consequências: Multas e crimes tributários.
Elusão Fiscal:
Conceito: Uso de meios aparentemente legais para dissimular fatos geradores
e evitar tributos.
Exemplo: Simulação de operações para escapar da tributação.
Consequências: Penalidades após desconsideração pelo fisco.

1. Crime Tributário
Os crimes tributários configuram ilícitos penais e podem resultar em:

Consequências Penais:
Pena de reclusão, que pode variar de 2 a 5 anos, dependendo do crime (Lei nº
8.137/1990, artigos 1º e 2º).
Multa cumulativa, proporcional à gravidade do ilícito.

Consequências Administrativas:
Lançamento de ofício do tributo devido.
Multas tributárias que podem ultrapassar o valor do débito.
Exemplo: Um comerciante que sonega ICMS (crime de sonegação fiscal) pode
ser condenado à prisão e terá que pagar o tributo devido com acréscimos.

2. Infração Tributária
As infrações tributárias geram penalidades administrativas, mas não
configuram crime.

Consequências Administrativas:
Multa proporcional ao valor do tributo devido (variável conforme a infração).
Juros de mora e correção monetária sobre o valor devido.
Impedimento de obter certidões negativas de débito (CND).

Consequências Patrimoniais:
Inscrição do débito em dívida ativa.
Bloqueio judicial de bens em caso de execução fiscal.
Exemplo: Um contribuinte que atrasa o pagamento do IPTU será penalizado
com multa e juros sobre o valor em atraso.

3. Elisão Fiscal
Por ser lícita, a elisão fiscal não gera penalidades, desde que respeite os
limites da legislação.
Exemplo: Um empresário que opta pelo regime do Simples Nacional para
pagar menos impostos não sofre nenhuma sanção, pois está dentro da lei.

4. Elusão Fiscal
A elusão fiscal, embora não tipificada como crime, pode ser desconsiderada
pelas autoridades fiscais por meio de:
Desconsideração de atos jurídicos (art. 116, parágrafo único, do CTN):
A Receita Federal ou o fisco estadual pode invalidar operações que configurem
abuso de forma.
Lançamento de tributo devido com acréscimos legais (multa e juros).
Possibilidade de responsabilização judicial:
Dependendo do caso, o contribuinte pode ser responsabilizado por abuso de
direito.
Exemplo: Uma empresa que fragmenta receitas artificialmente pode ter suas
operações desconsideradas e os tributos recalculados.

5. Evasão Fiscal
A evasão fiscal é sempre ilícita e gera severas consequências administrativas,
civis e penais.

Consequências Administrativas:
Multa sobre o valor do tributo omitido, que pode variar de 75% a 150% (ou
mais, em casos de reincidência).
Juros de mora e correção monetária.
Inscrição na dívida ativa e cobrança judicial.

Consequências Penais:
Dependendo da gravidade, pode configurar crime tributário, levando à reclusão.
Exemplo: Omissão de receitas pode ser enquadrada como sonegação fiscal
(art. 1º da Lei nº 8.137/1990).

Consequências Patrimoniais:
Bloqueio e penhora de bens para quitar a dívida tributária.

Crime tributário: Gera consequências administrativas, como multa e juros, além


de impedimentos para obter certidões negativas. Penalmente, pode levar à
reclusão, com penas que variam de 2 a 5 anos, e multa cumulativa.
Patrimonialmente, pode resultar em execução fiscal e bloqueio de bens para
quitar a dívida.

Infração tributária: Resulta em penalidades administrativas, como multa e juros


sobre o tributo devido, mas não gera sanções penais. Patrimonialmente, pode
levar à inscrição do débito em dívida ativa e à execução fiscal.

Elisão fiscal: Por ser uma prática lícita, não há consequências administrativas,
penais ou patrimoniais, desde que respeite os limites da legislação tributária.
Elusão fiscal: Pode acarretar a desconsideração do ato jurídico pelo fisco, o
que leva à cobrança retroativa do tributo devido com multas e juros. Em casos
graves, pode ser interpretada como crime tributário, com sanções penais.
Patrimonialmente, pode gerar execução fiscal e bloqueio de bens.

Evasão fiscal: É a prática mais severamente punida. Administrativamente,


implica multas elevadas (de 75% a 150% do tributo omitido), juros e inscrição
em dívida ativa. Penalmente, pode levar à reclusão por crimes como
sonegação fiscal. Patrimonialmente, resulta em bloqueio e penhora de bens
para a quitação da dívida tributária.

Questões:

A Administração Tributária Federal lavrou auto de infração em face da


indústria Friozão Ltda., por ter recolhido o IPI a menor no ano de 2020, sob o
fundamento de que a sociedade empresária teria classificado seus produtos como
“geladeiras”, que possuíam alíquota de 5%, quando deveria tê-los classificado como
“adegas refrigeradas de vinhos”, que possuíam alíquota de 45%, embora tenham
fabricação e sistema de refrigeração similares. Aplicou também uma multa qualificada
de 100% por entender ter havido dolo e prestação de declaração falsa sobre o produto
para reduzir o imposto. A sociedade empresária impugnou administrativamente o auto
de infração, mas lhe foi exigido um depósito do montante integral cobrado para a
admissão e análise da defesa.

A) É válida a exigência de depósito do montante cobrado para a apreciação da


impugnação na esfera administrativa?

Não, pois é inconstitucional a exigência de depósito prévio de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo ou para a apreciação da impugnação na
esfera administrava, conforme entendimento consignado na Súmula Vinculante nº 21:
“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.”

A sociedade empresária Faz Tudo Ltda., localizada no estado Ômega, sempre cumpriu
regularmente com suas obrigações tributárias. Entretanto, entre os meses de janeiro e
junho de 2023, apesar de ter mensalmente encaminhado eletronicamente para a
Fazenda Estadual a sua Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (EDF/ICMS), tudo de acordo com o Sistema Público de
Escrituração Digital – SPED, por um lapso do seu setor financeiro, as guias de
recolhimento deste imposto foram emitidas e pagas com valores bastante inferiores ao
efetivamente declarado. Em agosto do mesmo ano, ao requerer uma certidão fiscal,
foi-lhe fornecida uma certidão positiva de débito. Seu departamento jurídico recorreu
administrativamente daquele ato, sob a alegação de não ter ainda sido notificada para
o pagamento da diferença do tributo recolhido a menor, e requereu que ao menos
naquele momento lhe fosse fornecida uma certidão positiva com efeitos de negativa
(CPEN), até que fosse quitada a dívida tributária.

Está correto o argumento da necessidade de notificação fiscal pela


administração tributária estadual para fins de constituição do crédito tributário
relativo à diferença recolhida a menor?

Não está correto, porque a entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo


débito fiscal já constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por
parte do Fisco, segundo a Súmula 436 do STJ OU Art. 150 do CTN.

O Município ABC instituiu, por meio de lei ordinária, uma taxa de serviços públicos
exclusivamente de coleta domiciliar, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos domiciliares, com base de cálculo atrelada à área do imóvel, e previu a
isenção da referida taxa para funcionários públicos municipais. Diante de tal quadro,
responda aos itens a seguir.

A) O fato gerador da taxa está de acordo com a Constituição? Justifique.


B) Pode o Município instituir tal isenção?

A) Sim. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta


domiciliar, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos domiciliares
provenientes de imóveis é específica e divisível e, portanto, está de acordo
com o Art. 145, inciso II, da CRFB/88, conforme Súmula Vinculante nº 19 do
STF ou Art. 77, caput do CTN.

B) Não. Viola o princípio da isonomia instituir tratamento desigual entre


contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos, conforme o Art. 150, inciso II, da CRFB/88.

João, residente no estado X, é proprietário de veículo licenciado no município Y,


situado no estado X. João não pagou o IPVA do carro, com vencimento previsto para a
data de 11/05/2017, data esta publicada no Diário Oficial, pelo ente público, em
calendário específico para recolhimento do IPVA. Considerando que não houve envio
de correspondência à residência de João, responda aos itens a seguir

A) Ocorreu a constituição definitiva do crédito tributário?


B) Qual será o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento da
Execução Fiscal, na hipótese de constituição definitiva do crédito de IPVA?

A) Sim. Tendo sido publicado calendário específico para recolhimento do IPVA


divulgado pelo ente, ocorreu a notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA,
a qual perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, nos termos do Artigo
142 do CTN, conforme entendimento específico fixado pelo STJ, em Recurso
Repetitivo (REsp nº 1.320.825-RJ).
B) Na hipótese de constituição definitiva do crédito de IPVA, o prazo prescricional
deverá ser contado a partir do dia seguinte à data estipulada como vencimento do
imposto, ou seja, a partir de 12/05/2017, conforme entendimento específico fixado pelo
STJ, em Recurso Repetitivo. (REsp nº 1.320.825-RJ).

João dos Santos, em abril de 2016, declarou, à Receita Federal do Brasil, os


rendimentos que auferiu no exercício financeiro anterior, reconhecendo o débito
tributário do Imposto sobre a Renda (IR). Apesar de a declaração ter sido regular, o
contribuinte não pagou o Imposto sobre a Renda devido. No mês seguinte ao
vencimento do tributo, antes do início de qualquer procedimento administrativo ou
medida de fiscalização, João emite a respectiva guia e faz o recolhimento do tributo ao
Fisco.

Diante de tal quadro, responda aos itens a seguir.

A) Em que momento o crédito tributário foi constituído definitivamente?


B) O Fisco poderá cobrar multa de João pelo pagamento feito após o
vencimento, mesmo à luz do Art. 138 do CTN, que prevê o benefício da
denúncia espontânea?

A) O crédito tributário foi constituído com a entrega de declaração pelo contribuinte (ou
com o vencimento do tributo, o que ocorrer por último), reconhecendo o débito fiscal,
dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco, nos termos da Súmula 436
do Superior Tribunal de Justiça.

B) Sim. O benefício da denúncia espontânea (Art. 138 do CTN) não se aplica aos
tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, mas pagos
após o vencimento, conforme Súmula 360 do Superior Tribunal de Justiça.
Confira quais as causas da suspensão da exigibilidade do crédito tributário

O que é a suspensão da exigibilidade do crédito tributário?

A suspensão da exigibilidade do crédito tributário, como o próprio nome sugere, é o


instituto de direito tributário pelo qual, verificada alguma das hipóteses de suspensão
previstas no art. 151, do CTN, o Fisco fica impedido de constranger o contribuinte
ao pagamento do tributo.

Dessa forma, ocorrida alguma dessas hipóteses de suspensão do crédito tributário, o


Fisco não pode utilizar de quaisquer meios coercitivos para a exigir o tributo
supostamente devido.

Sendo assim, trata-se de uma garantia conferida ao contribuinte nos casos em


que:
 Foi conferido algum prazo extraordinário para o pagamento do tributo;

 Há incerteza suscitada administrativamente ou judicialmente quanto higidez de


sua exigência;

 O crédito – e, consequentemente, o interesse do fisco – está integralmente


garantido por depósito em dinheiro.

Qual legislação regulamenta a suspensão da exigibilidade do crédito tributário?

Nos termos do art. 141, do CTN:


“crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem
sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais
não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei,
a sua efetivação ou as respectivas garantias”.
Por essa razão, as hipóteses de suspensão do crédito tributário são apenas aquelas
previstas taxativamente no art. 151, do CTN, quais sejam:
 A moratória;

 O depósito do montante integral;

 As reclamações e os recursos administrativos;

 A concessão de medida liminar em Mandado de Segurança;

 A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada;


 O parcelamento.

Quais as causas da suspensão da exigibilidade do crédito tributário?

Conforme mencionado anteriormente, nos termos do art. 151 do Código Tributário


Nacional, são 6 as causas de suspensão do crédito tributário. Vejamos cada uma
delas a seguir.

Moratória

Trata-se de prorrogação extraordinária do prazo para pagamento do tributo


(vencimento). Nesse caso, como postergar o vencimento, não pode o Fisco exigir o
tributo enquanto não decorrido o novo prazo conferido para pagamento.

Ao curso da pandemia causada pelo novo coronavírus, diversas foram as moratórias


concedidas aos contribuintes para que recolhessem tributos devidamente apurados
em momento posterior.

Depósito do montante integral

No que tange a essa hipótese, é importante ressaltar que o depósito deve ser em
dinheiro, isto é, não pode se dar na forma de bens ou outras garantias; e integral,
considerado o valor exigido pelo Fisco e não aquele entendido como devido pelo
contribuinte.

Além de suspender a exigibilidade do crédito tributário, o depósito integral afasta, a


partir daquele momento, os efeitos da mora, de forma que o valor será corrigido de
acordo com os índices de correção do ente correspondente (na esfera federal, por
exemplo, atualização e juros ficam a cargo da SELIC).

Reclamações e os recursos administrativos

Quando tempestivos, os recursos, impugnações e reclamações relativos ao


lançamento tributário suspendem a exigibilidade do crédito tributário até o seu
julgamento definitivo. Trata-se de efeito automático aplicado às defesas
administrativas apresentadas tempestivamente.

Interessa observar que consultas administrativas realizadas junto ao ente federativo


competente não possuem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Concessão de medida liminar em mandado de segurança

Em sede de mandado de segurança, assim como em outras ações, é possível


requerer ao magistrado que suspenda a exigibilidade do crédito tributário.

Para tanto, o impetrante deve, nos termos do art. 7º da Lei n. 12.016/09, expor
fundamento relevante e possibilidade de ineficácia da medida caso mantido o ato
coator.

Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada

Representa caso muito similar àquele descrito no item anterior.

Demonstrado pela parte Autora a presença dos requisitos autorizadores da concessão


do pleito liminar, o magistrado poderá suspender a exigibilidade do crédito tributário
até momento posterior.

Parcelamento

Assim como ocorre com a moratória, no parcelamento há a dilatação do prazo para


pagamento, porém com vencimentos sucessivos. Pode-se distinguir o parcelamento
da moratória também pela natureza da dívida, uma vez que o parcelamento pressupõe
dívida vencida, enquanto a moratória é concedida antes do vencimento.
Ainda, de acordo com o art. 155-A, do CTN, o parcelamento será concedido na forma
e condição estabelecidas em lei específica, bem como não exclui, a priori, a incidência
de juros e multas.

A suspensão da exigibilidade do crédito tributário produz efeitos?

Sim, uma vez suspensa a exigibilidade do crédito tributário, não pode o Fisco utilizar
de meios coercitivos para exigir o pagamento do tributo.

Inclusive, a rigor, caso o Fisco proponha Execução Fiscal posteriormente à causa de


suspensão da exigibilidade, esta deveria ser extinta por carecer o título executivo
(CDA) do requisito de exigibilidade.

Todavia, o judiciário tem optado, sob o argumento de economia processual, por


simplesmente suspender a Execução Fiscal enquanto pendente a hipótese de
suspensão.
A suspensão do crédito tributário, por outro lado, não impede o lançamento por parte
do Fisco, de modo que se não o fizer, pode estar sujeito ao decurso do prazo
decadencial.

Assim, ainda que haja, por exemplo, medida liminar determinando que o fisco se
abstenha de exigir determinado tributo, é possível que o Fisco lance o tributo, sem,
contudo, utilizar medida para demandar o pagamento.

Por fim, interessa ressaltar que o crédito tributário suspenso permite que o contribuinte
obtenha Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, isto é, que atesta sua regularidade
fiscal e possui os mesmos efeitos de uma Certidão Negativa de Débitos (CND).

Excluir o débito tributário significa retirar a obrigação de pagar um tributo, total ou


parcialmente, antes que ele se constitua ou seja exigível. Essa exclusão não elimina a
obrigação tributária em si (ou seja, o dever de pagar tributos em situações regulares),
mas impede sua cobrança em casos específicos previstos em lei.

No Código Tributário Nacional (CTN), as hipóteses de exclusão do crédito tributário


estão disciplinadas nos artigos 175 a 179 e compreendem duas figuras principais:

1. Isenção (Art. 175, inciso I)

A isenção é a dispensa legal do pagamento de tributo devido em determinadas


situações. Por meio dela, o legislador pode criar incentivos fiscais ou proteger
determinados grupos ou atividades. Apesar de isentar o pagamento, o fato gerador do
tributo pode ocorrer, mas o débito não se constitui.

Exemplos:

Isenção de IPTU para imóveis de baixa renda.

Isenção de imposto de renda para determinados rendimentos, como aposentadorias


abaixo de um limite.

Características:

A isenção deve estar prevista em lei específica (Art. 176 do CTN).

Pode ser concedida de forma geral ou condicionada ao cumprimento de requisitos


(isenção onerosa ou condicional).
Não se confunde com imunidade tributária, que é uma limitação constitucional ao
poder de tributar.

2. Anistia (Art. 175, inciso II)

A anistia é o perdão de infrações tributárias, excluindo a responsabilidade do


contribuinte pelas penalidades aplicáveis (multas), mas sem atingir o tributo em si.
Diferente da isenção, a anistia aplica-se a débitos já existentes, relacionados a
infrações cometidas.

Exemplos:

Perdão de multas por atraso na entrega de declarações fiscais.

Programas de regularização fiscal que reduzem ou eliminam multas aplicadas.

Características:

Também depende de lei específica (Art. 178 do CTN).

Pode ser geral (para todos os contribuintes) ou restrita (limitada a categorias ou


situações específicas).

Não abrange infrações decorrentes de dolo, fraude ou simulação (Art. 180 do CTN).
Conclusão

A exclusão do crédito tributário é um instrumento relevante para promover justiça


fiscal, incentivar setores estratégicos ou aliviar situações de inadimplência. No entanto,
deve sempre respeitar os princípios constitucionais, como o da legalidade e da
igualdade.

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