LIDERANÇA (2)

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A LIDERANÇA NO CONTEXTO DA INFLUENCIA NA MOTIVAÇÃO1

Ana Karoline De Assis Rodrigues 2


Filipe Alves da Silva 3
Juliana Mota Vieira 4
Prof. Dr Oscar Omar Carrasco Delgado

RESUMO: Este trabalho aborda o tema liderança como fator motivacional, e tem
como objetivo demonstrar como um líder pode influenciar as pessoas ao seu redor,
incentivando o trabalho em equipe de forma que a organização alcance de maneira
mais rápida e eficaz seus objetivos. Portando, foram apresentados os principais
modelos de liderança: a autocrática e liberal, assim como, a diferença entre um líder
e um chefe. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, descritiva e
bibliográfica, por meio de livros, artigos científicos, e sites especializados. Com base
na pesquisa realizada percebeu-se que, uma liderança eficaz é capaz de motivar as
pessoas de maneira positiva ganhando confiança e credibilidade. Inspirando seus
liderados a vencer os obstáculos e possibilitando o alcance dos objetivos traçados
resultando no sucesso organizacional.

Palavras-Chave: Liderança, motivação, organização e incentivo.

ABSTRACT: This work addresses the theme of leadership as a motivational factor,


and aims to demonstrate how a leader can influence the people around him,
encouraging teamwork so that the organization reaches its goals more quickly and
effectively. Therefore, the main leadership models were presented: autocratic and
liberal, as well as the difference between a leader and a boss. The methodology used
was qualitative, descriptive and bibliographic research, through books, scientific
articles, and specialized websites. Based on the research, it was realized that effective
leadership is able to motivate people in a positive way, gaining confidence and
credibility. Inspiring your team members to overcome obstacles and enabling the
achievement of the objectives set resulting in organizational success.

1 Artigo desenvolvido para fins de conclusão do curso de Bacharel em Administração da Faculdade


Multivix-Serra sob orientação do Professor Dr. Omar Carrasco Delgado.
2 Bacharelanda do Curso de Administração da Faculdade Multivix-Serra.
3 Bacharelando do Curso de Administração da Faculdade Multivix-Serra.
4 Bacharelanda do Curso de Administração da Faculdade Multivix-Serra.
2

Keywords: Leadership, motivation, organization, incentive.

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata do assunto: a influência da liderança na motivação,


com foco nas organizações, pois são aspectos fundamentais para o sucesso das
empresas. Uma liderança forte e adequada leva a uma maior motivação, o que por
sua vez conduz a melhores resultados. Os líderes tem um lugar de destaque nas
organizações, seja na tomada de decisões estratégicas, seja na motivação dos
colaboradores. Motivar aumenta a capacidade dos colaboradores em se adaptarem
melhor às mudanças, orientando-os para condutas de adaptação e contribuindo para
criar um ambiente de desenvolvimento corporativo.

Em um cenário econômico cada vez mais competitivo, para que uma empresa
consiga bons resultados e se sobressaia, é imprescindível que a motivação dos
funcionários faça parte do cotidiano da empresa. E é neste cenário que o papel do
líder se destaca, pois cabe a ele criar um ambiente propicio onde os funcionários se
sintam motivados e engajados para executarem atividades que contribuam para o
alcance dos objetivos da organização como um todo.

Maximiano, explica que: A liderança é uma função, papel, tarefa ou


responsabilidade que qualquer pessoa exerce, quando é responsável pelo
desempenho de um grupo. Os líderes são essenciais para o desempenho,
crescimento e gerenciamento de equipes dentro de uma organização,
(MAXIMIANO, 2000).

O papel do líder de uma empresa ou um setor, é conservar um clima


harmonioso e motivador dentro de seu grupo de trabalho. Pois nesse ambiente podem
surgir conflitos, sejam de interesse ou de opiniões. O gerenciamento dos conflitos
organizacionais envolve a análise dos processos que abrangem os conflitos e seus
motivos, podendo ser entendidos como nocivos às empresas, pois podem estabelecer
um clima organizacional improdutivo. De acordo com a pesquisa realizada em 2013
pelo Hay Group juntamente com a universdade de Havard avaliou-se que, entre os 95
mil gestores de 49 países, cerca de 50% criam climas desmotivadores contra 19%
que promovem locais de trabalho de grande desempenho. Já no Brasil, onde foram
entrevistados mais de 3 mil lideres, 63% criam um clima desmotivador contra 12% que
criam climas que motivam os colaboradores. (Disponível em:
3

https://sertms.com/blog/o-impacto-da-boa-lideranca-no-desempenho-da-equipe,
acesso em 20 de setembro de 2020.

O motivo para pesquisar sobre a influência da liderança na motivação se deu


ao fato de que muitas organizações não conseguem usufruir de boa parte da
capacidade produtiva de seus colaboradores devido à falta de experiência de um líder,
pois o mesmo se preocupa mais em comandar do que de fato colaborar para um
ambiente propicio a boas ideias e não se dedica nos trabalhos em equipe. Por muitas
vezes o líder se sente ameaçado e por esse motivo não repassa as informações
necessárias para um bom desenvolvimento das tarefas.

Diante de exposto o artigo tem como objetivo geral apresentar as


características mais comuns dos líderes e de que forma eles contribuem para a
motivação de uma pessoa ou um grupo. Tendo como objetivos específicos pesquisar
os tipos de liderança, analisar de que forma a liderança pode influenciar a motivação
e verificar quais fatores são necessários para a motivação.

Esse trabalho tem como finalidade responder a seguinte questão de pesquisa:


De que forma um líder pode influenciar na motivação de um colaborador? Esse
questionamento se dá ao fato de que as pessoas buscam além de bons salários,
empresas que as valorizem. E consequentemente isto será um combustível para que
elas se sintam cada vez mais motivadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O QUE SE ENTENDE POR LIDERANÇA

Dentre as teorias de liderança destaca-se a teoria comportamental que se volta


para o entendimento da liderança com base nos comportamentos dos indivíduos que
cumprem essa função. A ideia principal é que os comportamentos de um líder podem
ser aprendidos, ou seja, qualquer pessoa pode ser treinada para adquirir certas
condutas e se transformar em um líder.

Conforme Chiavenato, liderança é um acontecimento tipicamente social que


ocorre apenas em grupos sociais, definida como uma influência interpessoal exercida
numa situação e dirigida através do processo de comunicação humana com objetivos
específicos. Este mesmo autor afirma que:
4

“podemos definir liderança como uma influência interpessoal exercida numa


dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para
a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que
caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, a situação, o
processo de comunicação e os objetivos a alcançar” (Chiavenato 1999, p.
558).

Neste contexto Chiavenato (2005) completa esta definição assegurando que


ninguém pode ser um líder à menos que consiga que as pessoas façam aquilo que o
líder pretende que façam, e não será bem sucedido à menos que seus seguidores o
vejam como um meio de satisfazer seus próprios anseios pessoais ou atingir seus
objetivos. Um líder se torna um influenciador, o que lhe proporciona poder que quando
bem utilizado o torna cada vez mais capaz de fazer com que os seguidores cumpram
suas tarefas.

Desse modo o líder que está à frente e tem um lugar de destaque é notado
pelas outras pessoas, e suas ações passam a ser seguidas como exemplo e a partir
de então o líder passa a ser uma espécie de espelho dos colaboradores que fazem
parte da empresa, ou seja, os líderes se tornam os próprios espelhos das empresas
em geral, por isso devem ser cuidadosos em todas as suas atitudes e agir de maneira
ética de acordo com a cultura, os valores e as crenças da organização.

Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento


e a mentalidade de outras pessoas. Proximidade física ou temporal não é
importante no processo. Um cientista pode ser influenciado por um colega de
produção que nunca viu ou mesmo que viveu em outra época. Líderes
religiosos são capazes de influenciar adeptos que estão muitos longes e que
têm pouquíssima chance de vê-los pessoalmente”. Maximiano (2007, p. 277).

Contudo exercer liderança não será de responsabilidade direta daquele que


está em um cargo de comando, o conceito de líder muitas vezes pode ser confundido
com o de chefe que controla, que dá ordens. Porém, ser um líder é transmitir
mensagens de forma tão clara que consiga ressoar na mente de outras pessoas,
fazendo com que o sigam, que o admirem. É uma pessoa capaz de resolver conflitos
por meio de seus atos e pulso firme. Os líderes causam impacto na vida das pessoas
e das organizações, razão pela qual há tanto interesse nos estudos e teorias acerca
da liderança (CHIAVENATO, 1999).
5

2.2 CHEFIA VERSUS LIDERANÇA

Tradicionalmente, a liderança é ligada a uma gestão descentralizada, ágil, que


dá vazão às decisões dos atores envolvidos na ação. De outro lado, há o chefe que
manda e alguém obedece. Com isso, podemos dizer que existem dois tipos de
comando. O primeiro é baseado no medo e na obediência, e dificilmente consegue
motivar e obter comprometimento dos funcionários. O comando é apoiado na
autoridade, que frequentemente é lançada por meios de instrumentos como medo e
intimidação. Portando fica clara a compreensão do conceito de chefe sendo
autoritário, pois: “Chefe é aquele que dispõe de autoridade formal, mediante a
investidura de um cargo, cujas atribuições outorgam capacidade para representar a
empresa, deliberar e decidir, dentro das limitações de sua competência.” (Disponível
em: https://administradores.com.br/artigos/voce-e-um-chefe-ou-um-lider-veja-qual-e-
a-diferenca-entre-eles, acesso em 17 de outubro de 2020.)

Machado (2010, p. 07) caracteriza os tipos de chefes, esclarecendo que: -

O primeiro é o chefe “CORDA NO PESCOÇO”. Está sempre nervoso e


colocando a sua equipe, ou melhor, os subalternos para trabalhar a todo
custo e sem reconhecimento. - Outro chefe é o “CADEIRA DE BALANÇO”.
Seu discurso é sempre o mesmo: “antigamente era muito melhor, hoje tudo
está mais difícil”, 4 “antigamente nós tínhamos mais liberdade e autonomia,
mas hoje não posso nem comentar, se não sou demitido”. - Há outro ainda
que é o “CADEIRA DE PRAIA”, este gosta mesmo é de uma mordomia. Não
quer fazer nada e tudo fica nas costas da sua equipe. Para ele tudo está bem,
o negócio é ir “tocando o barco”. Frases do tipo: “mês que vem a gente vê
isso...”, ou, “não mexe com isso aí...” são palavras típicas deste chefe (grifos
do autor).

O segundo estilo de comando é baseado na liderança e competência. Quando


ocorre, tende a proporcionar os melhores ambientes e resultados em suas áreas. O
comando fundamentado na liderança requer um ambiente de respeito, admiração e
competência. O exercício da liderança exige, também, uma constante busca de
autoconhecimento. Chin-Ning-Chu (2003) indica que: “A liderança está no espírito do
indivíduo, e não no cargo. Liderança não é força, mas firmeza e orientação, não é
comportamento, é foco. Podemos ser líderes gentis em casa e liderar com mão firme
no trabalho” (p. 32).

Krauzer (1999, p. 45) ainda acrescenta que a:


6

Liderança pode ser definida como o desejo de controlar eventos, a sabedoria


de indicar uma rota a ser seguida e o poder de fazer com que uma ação seja
5 realizada, usando cooperativamente as capacidades e habilidades de
outras pessoas. Os objetivos e os requisitos de uma liderança forte e efetiva
são hoje os mesmos de há 2.500 anos, quando viveram Sun Tzu e Confúcio.

O líder demonstra sua liderança a partir de sua maneira de pensar e de se


expressar. E isso pode levar o líder a se aproximar das pessoas que o rodeiam, sua
forma de agir afeta diretamente em sua forma de liderar. Neste sentido, para liderar é
preciso ser uma pessoa coerente. Para Chin-Nig-Chu (2003), o líder deve ser sensato,
confiável benevolente, corajoso e rigoroso.

Sendo assim, o perfil do líder se baseia no diálogo, em saber ouvir, admitir seus
erros, oferecer feedbacks constantes, reconhecer o trabalho de sua equipe nos
resultados, motiva e engaja seus colaboradores pelo exemplo e aceita opiniões
contrárias à sua. Já o chefe se baseia na autoridade, e se utiliza dela para coordenar,
centraliza as informações e principais responsabilidades dos projetos, focando apenas
nos processos e não nas pessoas. Coloca a culpa pelos fracassos e erros em sua
equipe e não admite as próprias falhas, faz cobranças excessivas e muitas vezes
desnecessárias por querer tudo do seu jeito.

2.3 ESTILOS DE LIDERANÇA

Entre as teorias de liderança abordadas ao longo do tempo por diferentes


autores, será apresentada aqui apenas a Teoria Comportamental e seus principais
estilos de liderança. Sabe-se que a teoria administrativa mostrou seu interesse pela
liderança de maneira mais enfática a partir das primeiras escolas, que começaram a
analisar a liderança como um campo de conhecimento. Para Taylor, o ser humano era
preguiçoso, e cabia aos líderes manipular os empregados, como se estivessem
operando máquinas. Por isso se faz necessário entender o que significa estilo de
liderança. Segundo Maximiano:

“estilo de liderança é a maneira como o líder se relaciona com os integrantes


de um grupo, seja em interações coletivas ou pessoa a pessoa. O estilo pode
ser autocrático, democrático ou liberal, dependendo de o líder centralizar ou
compartilhar a autoridade com seus liderados”. Maximiano (2000, p.343)

De acordo com a Teoria Comportamental, Bonome conceitua liderança


autocrática como:
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Supervisão cerrada com a chefia determinando o que deve fazer, escolhendo


os membros, elogiando ou criticando, não se envolvendo pessoalmente com
os indivíduos. Os indivíduos mostraram-se frustrados, tensos e
consequentemente agressivos. Bonome (2008, p.60)

Já Maximiano diz que no comportamento autocrático:

Quanto mais concentrada a autoridade no líder, mais autocrático seu


comportamento ou estilo. Muitas formas do comportamento autocrático
abrangem prerrogativas da gerência, como as decisões que independem de
participação ou aceitação. Infelizmente, o estilo autocrático pode degenerar
e tornar-se patológico, transformando-se no autoritarismo. Arbitrariedade,
despotismo e tirania, que representam violências contra os liderados, são
exemplos de comportamentos autoritários. Maximiano (2000, p. 344)

Portando de acordo com estes conceitos entende-se que o líder autocrático


define os objetivos de seus subordinados, é centralizador, não permite que os
liderados participem das decisões adotadas, além de escolher o método de trabalho.

Quanto à liderança democrática, Bonome diz que:

O líder portou-se de modo impessoal – orientação e decisão em grupo,


tarefas previamente decididas e bem comunicadas em que o grupo escolhia
e dividia o trabalho por si mesmo. O líder elogiava o grupo e não o indivíduo.
Facilidade de comunicação, franqueza, amizade e responsabilidade
predominavam. Bonome (2008, p.60)

Já Maximiano diz em sua afirmação referente ao comportamento democrático


que:

Quanto mais as decisões forem influenciadas pelos integrantes do grupo,


mais democrático é o comportamento do líder. Os comportamentos
democráticos envolvem alguma espécie de influência ou participação dos
liderados no processo de decisão ou de uso da autoridade por parte do
dirigente. Maximiano (2000, p.344)

Dessa forma, observa-se que o líder democrático toma suas decisões em


harmonia com o grupo estimulando a participação de todos na tomada de decisões.
Aceita as decisões do grupo, não esquecendo de utilizar o feedback e delega
autoridade para que seus liderados cumpram os objetivos traçados.

O terceiro estilo de liderança da Teoria Comportamental é a liderança liberal,


onde, segundo Bonome:

O grupo permaneceu à vontade no trabalho. O líder deu completa liberdade,


nada fez para interferir no trabalho do grupo. Não houve crítica, elogio ou
orientação ao grupo. Os indivíduos mostram-se confusos, porém com muita
atividade. Embora não tivesse ocorrido interferência do líder, o respeito deu
lugar a atitudes agressivas. Bonome (2008, p.60)
8

Maximiano (2000, p.344) em seu conceito sobre comportamento liberal explica


que “o líder transfere sua autoridade para os liderados, entregando-os o poder de
tomar decisões”. Diz ainda, que “quanto mais o líder delegar decisões para os
liderados, mais liberal é seu comportamento”. Sendo assim é possível perceber que
esse estilo de liderança toma poucas decisões, já que seus liderados possuem
liberdade o suficiente para tomarem as decisões sem a necessidade de o consulta-lo.

Quadro 1. Comparação entre os três estilos de liderança.

Fonte: Chiavenato (2000, p.138).

2.4 MOTIVAÇÃO: CONCEITOS E CONTEXTOS

De acordo com Maximiano (2004, p. 267) a palavra motivação deriva do latim


motivus, que significa mover e originalmente seu sentido indica o processo pela qual
o comportamento humano é incentivado, estimulado ou energizado por algum tipo de
razão. Entretanto Vergara (2009, p. 42) afirma que “motivação é uma força, uma
energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa [...] isto é, está dentro de nós,
nasce de nossas necessidades interiores [...]”

Walker diz que:


“Motivação é a arte ou processo de iniciar e dirigir o comportamento na
direção de certas metas e objetivos. Ela tem a ver com inspirar alguém a fazer
alguma coisa pelo desejo genuíno de realizá-lo, não porque foi obrigado a
fazê-la.” Walker( 2002, p.471)

Já Salgado define motivação como:


“A disposição de exercer um nível elevado e permanente de esforço, em favor
das metas da empresa, sob a condição de que o esforço seja capaz de
satisfazer alguma necessidade individual.” Salgado (2005, p. 20)

E para Vergara:
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Motivação é uma força, uma sinergia que nos impulsiona na direção de


alguma coisa, absolutamente ela é intrínseca, isto é, está dentro de nós,
nasce de nossas necessidades interiores. Vergara (2009, p.42)

Além disso uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas é manter
seus funcionários motivados e comprometidos com os objetivos da organização. Isso
é uma tarefa difícil e torna-se um desafio para o líder. Sendo assim, é muito importante
que o líder tenha informações e conhecimento sobre motivação humana e empenho
profissional. Mas qual o significado de motivação? Segundo Nascimento (2008, p.49)
“motivação é uma força que nos impulsiona em busca de alguma coisa”.

Motivação abrange as causas ou motivos que produzem determinado


comportamento, seja ele qual for. No campo da administração, pessoa
motivada usualmente significa alguém que demonstra alto grau de disposição
para realizar uma tarefa ou atividade de qualquer natureza. Maximiano (2000,
p.297)

Nas teorias científica e clássica, o enfoque motivacional era baseado na


remuneração do funcionário, porém, ao decorrer do processo foi possível observar,
uma maior preocupação pelo empregado em manter seu trabalho do que na sua
remuneração. Isso demonstra que o aspecto financeiro é somente um dos fatores
motivacionais, existindo outros fatores que também tem sua importância, como
reconhecimento, comprometimento, responsabilidade, crescimento, autonomia e
realização. Baseado em conceitos de diferentes autores, a motivação pode ser
definida, como múltiplos fatores que impulsionam as pessoas a determinadas ações,
ou tomada de decisões. Numa organização, motivar é incentivar pessoas e equipes a
trabalharem da melhor maneira possível, através da construção de um ambiente
favorável ao desempenho das aptidões de cada um. Nenhum fator por si só é capaz
de motivar o indivíduo, principalmente porque os motivos humanos variam de pessoa
para outra.

Dentro das teorias gerais da administração umas das mais importantes e


conhecidas como teoria da motivação, é a teoria de Maslow. Segundo ele, as
necessidades das pessoas obedecem a uma hierarquia. Isto significa que no
momento em que o indivíduo alcança uma necessidade, aparece outra em seu lugar,
exigindo sempre que as pessoas procurem meios para satisfazê-la. Poucas pessoas
buscam status e reconhecimento pessoal se suas necessidades básicas estiverem
insatisfeitas.
10

Maslow apresentou uma teoria da motivação, onde as necessidades humanas


estão organizadas em níveis, numa hierarquia de importância, cuja base estão as
necessidades mais baixas e no topo, as necessidades mais elevadas. Segundo ele,
são 5 níveis de necessidades. Robbins (2002) define cada um dos níveis de
necessidade da seguinte forma: A primeira a necessidade é a fisiológica. De todas as
necessidades essa é uma das mais importantes, pois são as necessidades de manter-
se vivo, de respirar, de descansar, de comer, beber, dormir, etc. A segunda é a de
segurança, que são aquelas que estão ligadas as necessidades de segurança, de
conservar o emprego, de viver sem perigo etc. A terceira e a necessidade social, de
manter relações humanas, sentir-se parte de um grupo, receber carinho e afeto dos
amigos e familiares. A quarta é a de estima, que abrange as necessidades de
autoestima.

Nesse contexto, existem dois tipos de reconhecimento, o reconhecimento dos


outros da nossa capacidade de adequação e o próprio reconhecimento. Em geral é a
necessidade de se sentir respeitado por si e pelos outros. A quinta necessidade é a
de autorrealização. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser
aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-
se com as necessidades de estima, a autonomia, a independência e o autocontrole.
Sendo assim demonstradas na figura abaixo:

Figura 02: Hierarquia das necessidades de Maslow

Fonte: Chiavenato, 2003 p.331.

Cada pessoa tem a sua necessidade particular, seus projetos e sonhos. Diante
disto, elas precisam se sentir realizadas. O colaborador motivado será mais eficiente
e produtivo e consequentemente fará com que a empresa atinja maiores resultados
11

(SAMPA, 2009). As necessidades de Maslow abordam de forma muito precisa aquilo


que é vivenciado no dia a dia das organizações. As pessoas precisam ter suas
necessidades sanadas. O modelo antigo de administração precisa ser reavaliado,
pois os funcionários estão cada vez mais questionadores. Portanto, é preciso
implantar o modelo de gestão mais eficiente em que os colaboradores são tratados
como parte integrante da empresa.

Contudo, é possível perceber que o colaborador precisa de incentivos que o


motivem a desempenhar melhor suas funções. Isso pode ser uma oportunidade de
crescimento, um curso de reciclagem, plano de carreira e a estabilidade tão esperada
por profissionais de diversas áreas nos dias atuais. Já o topo da pirâmide é para
aqueles funcionários que desejam participar e contribuir diretamente dos resultados
da empresa e se sentirem parte integrante do grupo. Quem está no topo busca por
reconhecimento e status. No entanto, na prática, nem todas as pessoas alcançam o
topo da pirâmide ou outros níveis desejáveis, pois, as mesmas podem apresentar
dificuldades em satisfazer as necessidades básicas, e assim, ficam retidas nos níveis
baixos da pirâmide e deste modo, sentem-se insatisfeitas e desmotivadas (RAMOS,
2007).

A partir daí é possível observar que as pessoas não fazem as mesmas coisas
pelos mesmos motivos, cada ser humano tem suas e metas e seus objetivos, todos
são diferentes e possuem necessidades diferentes que podem mudar com o tempo.
Andrade (2017) corrobora a teoria de Maslow ao analisar que o comportamento
motivacional das pessoas é demonstrado pelas necessidades humanas que cada
indivíduo possui ou realiza em determinadas ações. E para que disponha de qualquer
ação é necessário que haja um novo desejo para início do ciclo motivacional, sendo
ele do próprio ser ou de seu meio externo.

3. LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO

Para liderança, a comunicação é fundamental na motivação do grupo ou do


colaborador individual. Como afirma CHIAVENATTO (1979), a comunicação é
essencial tanto para coordenação efetiva das atividades do grupo, como para a
execução das funções administrativas deste. Portanto, o sucesso de um líder depende
da sua capacidade em se comunicar efetivamente com os membros da organização.
12

A troca de informações de maneira clara por parte dos líderes e seus


subordinados pode fazer surgir relacionamentos positivos no ambiente
organizacional. O poder de empatia do líder com seus subordinados pode agregar
valores dentro da organização para a solução de conflitos e para diminuir a resistência
às mudanças. Romani e Dazzi apontam características para que se tenha um
ambiente mais participativo dentro das organizações:

O líder deverá inspirar a confiança das pessoas por meio do desenvolvimento


das competências de cada um e do envolvimento mútuo entre todo o grupo;
deve ainda: desenvolver um processo contínuo de aprendizagem que
possibilite a geração e o compartilhamento do conhecimento; ser capaz de
ouvir seus colaboradores e ser comunicativo. Para tanto, é preciso propiciar
um ambiente favorável ao diálogo, à liberdade de criação e expressão,
respeitando a diferença entre as pessoas. (ROMANI; DAZZI, 2002, p. 54).

De acordo com Vieira (2007), a comunicação empresarial segue normas e


procedimentos específicos e claros, desde a forma de usar a marca, os cartões de
visita, a papelaria, os brindes, pois os colaboradores vestem a marca da empresa para
representá-la nas mais diversas situações.

Lacombe (2011) afirma:

Existem muitos tipos de comunicação na empresa, como ordens para


subordinados, prestação de contas para superiores, informações para
coordenação de atividades, sugestões espontâneas, comunicações oficiais
da empresa para todos os funcionários, comunicação gerais para o pessoal,
sugestões estimuladas por meio de programas da empresa, queixas dos
subordinados, relações com sindicatos, além de uma infinidade de tipos de
comunicações informais com diversas finalidades, inclusive as já inumeradas.
Todos esses tipos de comunicação compõem o ambiente interno em que
opera a empresa, o qual é caracterizado principalmente por sua cultura, que
proporciona o quadro de referências para a forma como são efetuadas as
comunicações. (LACOMBE, 2011, p. 295).

A comunicação é um dos processos essenciais da gerência e do


comportamento organizacional. Sob um ponto de vista organizacional, a comunicação
13

pode ser avaliada em termos de três funções amplas de acordo com Chiavenato
(2003, p.129):
• Produção e controle: comunicação dirigida à realização do trabalho e ao
cumprimento de objetivos de produção da organização, tais como controle a
qualidade;
• Inovação: mensagens sobre novas ideias e mudanças de procedimentos
que ajudam a firma a se adaptar e responder ao seu meio ambiente;
• Socialização e manutenção: comunicação voltada para os meios de
realização do trabalho e não o trabalho em si, e para o envolvimento pessoal,
as relações interpessoais e a motivação das pessoas na empresa.

4. METODOLOGIA DE PESQUISA

Para a realização desse artigo optou- se pelo método descritivo e a técnica


utilizada foi à pesquisa bibliográfica, realizada a partir de livros, artigos científicos,
Google Acadêmico e revisão de literatura. Pois segundo Vergara (2000), a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida a partir de material já formado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos e é importante para o levantamento de dados básicos
sobre os aspectos direta e indiretamente ligados a temática proposta, através do
método de pesquisa bibliográfica foi possível analisar o perfil que um líder deve ter
para ser um motivador, embasados teoricamente nos estudos histórico-social de
Maslow.

Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica:

“abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado,


desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, materiais cartográficos, e sua finalidade é colocar o
pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto”.

O método utilizado para a pesquisa foi o qualitativo, pois apresenta


propriedades que correspondem às necessidades do tema proposto, que não
necessitam ser representativas de grandes populações e utiliza uma variedade de
técnicas de coleta de dados. Além disso a análise foi empregada para aprofundar o
tema motivação e liderança através de ideias de autores que abordam esses
conceitos afim de contribuir para o entendimento do assunto estudado.
14

A pesquisa qualitativa, em geral, trabalha com pequenas quantidades/números,


já que não tem como preocupação central generalizar os resultados, mas, sim, lançar
possibilidades de generalizar novos conceitos e pressupostos apontados em seu
início (Turato, 2003).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme evidenciado na pesquisa, foi possível compreender que uma boa


solução para as empresas é investir em motivação para seus colaboradores, pois essa
se trata de uma maneira eficaz de alcançar os resultados que as empresas almejam.
É necessário que as empresas ofereçam treinamentos adequados para que seus
funcionários permaneçam preparados e se sintam motivados em suas funções. O
mundo está lidando com mudanças de forma acelerada, e com isso, as empresas
estão cobrando cada vez mais dos líderes, pois estes precisam estar atentos à
modernização, para desenvolver um trabalho de qualidade juntos aos seus
funcionários.

Esta pesquisa buscou demonstrar a relevância da motivação como um fator


decisivo dentro das empresas. Para tal fim, apresentou-se o papel de um líder como
fundamental, pois a maioria dos liderados sente-se mais estimulados e motivados
quando obtém reconhecimento de seu superior. A humanização da liderança e a
harmonia das relações entre o líder e seus subordinados pode contribuir para criação
de um sentimento de segurança e motivação, gerando cada vez mais produtividade e
isto, no médio e longo prazo, refletirá na longevidade da empresa.

Liderar é inspirar pessoas, ajudar a desenvolver suas competências, e acima


de tudo é criar um ambiente harmonioso com sua equipe. Não é fácil manter a
motivação dos funcionários, mas podem ser criados programas de incentivos
baseados nas necessidades de cada um, já que à partir das pesquisas aqui abordadas
foi possível perceber que o dinheiro não é o único fator determinante para motivar
alguém, envolvendo também o reconhecimento pessoal de cada um.

Conforme apresentado, não existe uma fórmula única, uma solução geral para
a motivação dos funcionários dentro das empresas, pois as pessoas possuem
necessidades, motivações e expectativas diferentes umas das outras e que precisam
ser conhecidas pelos seus líderes, cabendo a ele entender a importância do
15

reconhecimento, de proporcionar um ambiente agradável e valorizar cada colaborador


individualmente. Os líderes são aqueles que têm o poder de atuarem como reais
agentes da mudança organizacional, diferente do chefe, o líder é um profissional com
perfil diferenciado que cumpre, além das atribuições do seu cargo, o papel de inspirar
pessoas, alavancar resultados, resolver conflitos e trabalhar para motivação de sua
equipe. Suas características peculiares o tornam referência para seus subordinados.

Uma pessoa motivada não desiste facilmente diante das dificuldades, ela segue
firme e dá o melhor de si para conquistar seus objetivos. Não se pode comprar
entusiasmo ou dedicação e ainda não foi inventada nenhuma fórmula que mostre
como conquistar essa difícil tarefa, e hoje, um dos principais desafios do líder é inspirar
os funcionários, não apenas cobrar resultados.

Por fim, é possível dizer que a pesquisa alcançou os objetivos, pois foi
analisado que a liderança democrática pode contribuir de forma direta na motivação
dos colaboradores. Já a liderança autocrática pode influenciar negativamente na
motivação e na produtividade dos mesmos. Um líder engajado, que possui bom
relacionamento e explora as ferramentas de motivação proporciona maior
produtividade para a organização.

6. REFERÊNCIAS

ANDRADE, S. A. J. Motivação, uma necessidade intrínseca do ser humano. 2017.


Psicologia, O portal dos Psicólogos. Disponível em:
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