Cg - Aulas Teorico-praticas - 2024-25 - Caderno de Apoio -1

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Instituto Politécnico do Porto

Instituto Superior de Contabilidade e Administração

CURSO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

CONTABILIDADE GERAL

2024/2025

CADERNO DE APOIO – I

1 – Introdução
2 – Meios financeiros líquidos
3 – Contrato de compra e venda
&
4 – Impostos sobre o valor acrescentado (IVA)
5 – Fornecimentos e serviços externos
6 – Pagamentos com retenção na fonte (IRS/IRC)
7 – Gastos com o pessoal

Responsabilidade pelos conteúdos:

Helena Santos de Oliveira


Benjamim de Sousa
Susana Gomes Neto

Os docentes agradecem toda a colaboração obtida na elaboração do presente caderno


1 – INTRODUÇÃO

A contabilidade como sistema de informação necessário à prossecução dos objetivos

de gestão das empresas, utiliza um conjunto de conceitos fundamentais cuja

compreensão se torna imprescindível para perceber a estrutura e conteúdo dos seus

output(s), que são as demonstrações financeiras.

De seguida estudaremos os conceitos:

PATRIMÓNIO

De uma forma muito simples e prática, podemos considerar como património de

uma entidade o conjunto dos bens, direitos e obrigações.

Analisemos o seguinte exemplo do património da empresa X:

Numerário 5.000 Depósitos Bancários 20.000

Mercadorias 80.000 Dívidas a Fornecedores 78.000

Viaturas 60.000 Empréstimos a pagar 200.000

Edifício 150.000 Dívidas a receber 120.000

Poderemos numa 1.ª abordagem organizar a informação do seguinte modo:

Elementos de caráter positivo Elementos de caráter negativo

Numerário 5.000 Dívidas a Fornecedores 78.000

Mercadorias 80.000 Empréstimos a pagar 200.000

Viaturas 60.000 278.000

Edifício 150.000

Dívidas a receber 120.000

Depósitos Bancários 20.000

TOTAL 435.000

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Considera-se que, de uma forma simplificada, os elementos patrimoniais de caráter

positivo (representando bens e direitos) constituem o Ativo, os elementos

patrimoniais de caráter negativo (correspondentes a obrigações) constituem o

Passivo e como Capital Próprio os valores abstratos que traduzem a diferença entre

o ativo e o passivo.

Assim, poderemos organizar a informação do seguinte modo:

BALANÇO* DA EMPRESA X em xx/xx/xx (valor em Euros)

ATIVO
Numerário 5.000,00
Mercadorias 80.000,00
Viaturas 60.000,00
Dívidas a recuperar 120.000,00
Edifício 150.000,00
Depósitos Bancários 20.000,00
Total do ativo 435.000,00

CAPITAL PRÓPRIO 157.000,00


PASSIVO
Dívidas a fornecedores 78.000,00
Empréstimos a reembolsar 200.000,00
Total do passivo 278.000,00
Total do capital próprio e do passivo 435.000,00

* Balanço – Expressão da relação existente entre Ativo, Passivo e a

Situação Líquida num determinado momento.

Valor do Património = 435.000 - 278.000 = 157.000

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Contudo, o património de uma empresa está em constante mutação, cabendo à

contabilidade quantificar e registar os múltiplos acontecimentos que nele ocorrem,

utilizando na relevação patrimonial (descrição ou colocação em evidência) as contas.

CONTA

Classe de valores patrimoniais e ideais com denominação própria (título) e valor ou

expressão numérica.

O título deve ser escolhido de forma a refletir o aspeto qualitativo da conta,

isto é das caraterísticas em comum que podemos encontrar nos elementos que

a integram, sendo fixo e imutável.

O valor ou extensão relaciona-se com o aspeto quantitativo da conta,

correspondendo ao seu valor, variando ao longo do tempo.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA:

Deve Título da Conta Haver

Débito Crédito

ou ou

Deve Haver

DEBITAR UMA CONTA – significa efetuar um lançamento do lado do débito.

CREDITAR UMA CONTA – significa efetuar um lançamento do lado do crédito.

SALDO DE UMA CONTA – corresponde à diferença entre o débito e o crédito ou

seja à sua extensão.

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Na análise dos saldos podemos encontrar três situações:

D > C  Sd – Saldo devedor

D < C  Sc – Saldo credor

D = C  S nulo  a conta está saldada

EXERCÍCIO: Determine o saldo das seguintes contas

Caixa Dep. à Ordem Financiamentos Obtidos

3.500 200 5.700 3.800 7.000 18.500

Ativos Fixos Tangíveis Fornecedores Outros Dev. e Cred.

30.000 3.000 7.000 9.000 9.000

Resolução:

Caixa Dep. à Ordem Financiamentos Obtidos

3.500 200 5.700 3.800 7.000 18.500

Sd=3.300 Sd=1.900 Sc=11.500

Ativos Fixos Tangíveis Fornecedores Outros Dev. e Cred.

30.000 3.000 7.000 9.000 9.000

Sd=30.000 Sc=4.000 S=0

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MÉTODO DE REGISTO CONTABILÍSTICO

O método adotado é o designado método das partidas dobradas (Século XIII),

consiste em fazer-se um registo em duas ou mais contas interligadas pelo mesmo

facto patrimonial. Todo o débito de uma conta origina um crédito noutra ou noutras

contas e vice-versa por forma que o valor de cada débito(s) corresponda um

crédito(s) de igual valor.

REGRAS DE DEBITAR E CREDITAR

CONTAS DO ATIVO - debitam-se pela sua extensão inicial (saldo inicial) e


pelos seus aumentos e creditam-se pelas suas diminuições:

Ativo

Saldo inicial Diminuições

Aumentos

CONTAS DO PASSIVO – creditam-se pela sua extensão inicial (saldo inicial) e


pelos seus aumentos e debitam-se pelas suas diminuições:

Passivo

Diminuições Saldo inicial

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Aumentos

CONTAS DO CAPITAL PRÓPRIO – creditam-se ou debitam-se pela sua


extensão inicial, se o saldo inicial for positivo ou negativo respetivamente e creditam-

se pelos seus aumentos e debitam-se pelas suas diminuições:

Capital próprio

Saldo inicial negativo Saldo inicial positivo

Diminuições Aumentos

EXERCÍCIO
Registe as seguintes operações, obedecendo ao método das partidas dobradas e

recorrendo às seguintes contas:

Caixa, depósitos à ordem, clientes, fornecedores de investimentos, equipamento

básico e financiamentos obtidos.

Demonstre as repercussões que estas operações terão no balanço.

1) Depósito em numerário no banco A no valor de 1.000,00 €.

Dep. à Ordem Caixa


1.000 1.000

Balanço

Ativo

Dep. à Ordem  1.000

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Caixa  1.000

Capital Próprio

Passivo

2) Compra de uma máquina no valor de 20.000,00 € com pagamento imediato de

50% através de um cheque.

Equip. Básico Dep. à Ordem Forn. Investimentos


20.000 10.000 10.000

Balanço

Ativo

Equip. Básico  20.000

Dep. à Ordem  10.000

Capital Próprio

Passivo

Forn. Investimentos  10.000

3) Pagamento ao fornecedor dos restantes 50% em dívida, através de um cheque.

Forn. Investimentos Dep. à Ordem


10.000 10.000

Balanço

Ativo

Dep. à Ordem  10.000

Capital Próprio

Passivo

Forn. Investimentos  10.000

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4) Recebimento de um cliente no valor de 3.000,00 €, por transferência bancária.

Dep. à Ordem Clientes


3.000 3.000

Balanço

Ativo

Dep. à Ordem  3.000

Clientes  3.000

Capital Próprio

Passivo

5) Empréstimo concedido pelo banco A no valor de 50.000 €

Dep. à Ordem Financiamentos Obtidos


50.000 50.000

Balanço

Ativo

Depósitos à Ordem  50.000

Capital Próprio

Passivo

Financiamentos Obtidos  50.000

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Nos exemplos dados, o valor do património não sofreu qualquer alteração, no

entanto, existem inúmeras operações com repercussões no seu valor, que envolvem o

registo em contas de gastos e perdas e de rendimentos e ganhos.

Classe de Gastos – onde se procede ao registo dos componentes negativos do

resultado do exercício. As contas desta classe são geralmente registadas a débito

apresentando um saldo devedor.

Gastos e Perdas

Classe de Rendimentos – onde se procede ao registo dos componentes positivos do

resultado do exercício. As contas desta classe são geralmente registadas a crédito

apresentando um saldo credor.

Rendimentos e Ganhos

EXERCÍCIO
Registe as seguintes operações, obedecendo ao método das partidas dobradas e

recorrendo às seguintes contas:

Caixa, depósitos à ordem, clientes, eletricidade, juros e vendas.

Demonstre as repercussões que estas operações terão no balanço, justificando as

alterações no capital próprio.

1) Pagamento da fatura da eletricidade no valor de 70 €, em numerário.

Caixa Eletricidade

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70 70

Note-se que a eletricidade é um gasto que a empresa tem de suportar no exercício da

sua atividade com consequências negativas nos resultados obtidos, reduzindo o

valor do património.

Balanço

Ativo

Caixa  70

Capital Próprio

Resultado Líquido do Período.  70

Passivo

2) Pagamento de juros do empréstimo bancário no valor de 500 €.

Dep. à Ordem Juros


500 500

Balanço

Ativo

Dep. à Ordem  500

Capital Próprio

Resultado Líquido do Período.  500

Passivo

3) Venda de mercadorias a crédito no valor de 10.000 €

Clientes Vendas
10.000 10.000

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Balanço
Ativo
Clientes  10.000
Capital Próprio
Resultado Líquido do Período.  10.000
Passivo

Nota: O impacto global de uma venda nos resultados será afetado pelo valor da venda e
também pelo custo da mercadoria vendida.

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2 - MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

De acordo com as notas de enquadramento do SNC, na classe 1 registam-se os meios

financeiros líquidos que incluem:

 Dinheiro;

 Depósitos bancários;

 Ativos financeiros mensurados ao justo valor;

 Passivos financeiros mensurados ao justo valor;

Cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados

Esta classe é constituída pelas seguintes contas (do 1.º grau = contas do razão →

contas de 2 dígitos):

 11-Caixa

 12-Depósitos à ordem

 13-Outros depósitos bancários

 14-Outros instrumentos financeiros

CONTA 11 – Caixa
Esta conta compreende o dinheiro em caixa (notas de banco e moedas metálicas de

curso legal, nacionais ou estrangeiros).

Nota: Não devem fazer parte do saldo de caixa:

 Cheques pré-datados;

 Selos do correio;

 Vales de caixa.

Caso à data do balanço, existam notas de banco e/ou moedas metálicas de curso

legal, mas estrangeiras (diferentes do €) reconhecidas ao câmbio do dia da compra,


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devem ser convertidas, de acordo com a taxa de câmbio à data do balanço,

originando diferenças relativamente à taxa de câmbio do dia da compra que podem

ser:

 Diferenças de câmbio favoráveis ou

 Diferenças de câmbio desfavoráveis

Cheques disponíveis para depósito:


 Devem ser considerados como meios financeiros:

 Até ao momento que antecede o depósito, é prática registar o seu valor

a débito de uma subconta da classe 1, por exemplo,

118-Cheques para depósito;

 Após o depósito, dever-se-á creditar a referida subconta 118 por débito

de 12x - Depósitos à ordem.

Cheques não disponíveis, de imediato, para depósito (Cheques pré -


datados):

 Não devem ser considerados como meios financeiros

 Tratando-se de uma promessa de pagamento recomenda-se que o registo seja

efetuado em “Contas a Receber” (Classe 2)

Vales de caixa:
 Poderão constituir saldo de caixa quando se tratar de adiantamento para

gastos de conta da Entidade.

Poder-se-á movimentar várias contas-caixa:

 Depende das necessidades operacionais e da localização das unidades:

 Caixa da sede

 Caixa do departamento de vendas

 Caixa da loja de Lisboa

 Caixa da loja do Porto


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 Caixa da fábrica

 (…)

Movimentação da Conta 11-Caixa:


 DEBITA-SE:

 Pelas vendas a dinheiro

 Pelas prestações de serviços a dinheiro

 Pelos recebimentos de clientes

 Pelos levantamentos efetuados em bancos

 CREDITA-SE:

 Pelos pagamentos efetuados em dinheiro

 Pelos depósitos bancários efetuados

CONTA 12 - Depósitos à Ordem


Esta conta respeita aos meios financeiros disponíveis em contas à ordem nas

instituições financeiras.

Geralmente apresenta saldo devedor, tratando-se de um ativo corrente;

Caso o saldo seja credor, estamos em presença de um passivo corrente;

Movimentação:

 DEBITA-SE:

 Pelos depósitos efetuados;

 Pelas transferências recebidas de clientes;

 Pelos empréstimos obtidos;

 Pelos juros recebidos;

 Etc…..

 CREDITA-SE:

 Pelos pagamentos efetuados por cheque;

 Pelos pagamentos efetuados por transferência bancária;


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 Pela amortização de empréstimos;

 Pelos juros;

 Etc.

Situações a ter em conta:

 Conciliação de saldos:

 Comparação entre o saldo da contabilidade e o do extrato

bancário.

 Moedas diferentes do euro:

 Os saldos das contas bancárias expressos em moedas diferentes

do euro devem ser convertidos pela taxa de câmbio da data do

balanço.

 Apresentação:

 Os descobertos bancários devem ser registados na subconta

2512, sendo assim apresentados no balanço (Passivo) como

Financiamentos obtidos.

Caso à data do balanço, existam contas bancárias cujos saldos sejam expressos em

moedas diferentes do €, devem ser convertidos de acordo com taxa de câmbio à data

do balanço originando diferenças de que podem resultar:

 Diferenças de câmbio favoráveis ou

 Diferenças de câmbio desfavoráveis.

CONTA 13 - Outros depósitos bancários


Esta conta inclui depósitos a prazo e outros depósitos, nomeadamente, os depósitos

com aviso prévio.

 DEBITA-SE:

 Pela constituição desses depósitos


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 Pelo reforço desses depósitos

 CREDITA-SE:

 Pelo resgate total ou parcial desses depósitos

CONTA 14 - Outros instrumentos financeiros


Esta conta inclui todos os instrumentos financeiros que não tenham cabimento nas

contas anteriores e será abordada, no próximo semestre, em contabilidade financeira.

1 - EXERCÍCIO
A empresa MXT, Lda., com sede em Faro, durante o mês de Março do ano N,

realizou as seguintes operações:

Dia 1 – Guia de depósito n.º 667 do Banco X dos seguintes valores:

Cheque nº 6594554761 s/ Banco A 5 200,00 €

Cheque nº 8534973695 s/ Banco B 3 500,00 €

Numerário: 1 600,00 €

Dia 2 – Recebimento do n/ cliente Alves, do cheque n.º 5000600011 s/ Banco A, no

valor de 1.450,00 €, para regularização da n/ fatura n.º 20040896;

Dia 3 – Pagamento ao fornecedor Mendes da s/ fatura n.º 36911, através do cheque

n.º 234163 s/ Banco X, no valor de 1 800,00 €;

Dia 4 – Aviso de crédito n.º 566 do Banco Y, relativo ao pagamento do n/ cliente

Peres, no valor de 5 000,00 €;

Dia 5 – Pagamento, em numerário da fatura n.º 589, ao n/ fornecedor Silva, no valor

de 250,00 €;

Dia 6 – Levantamento de 1 500,00 € do banco Y, para reforço da caixa B;

Dia 7 – Aviso de débito n.º 469 do Banco X no valor de 96,00 €, relativo à comissão de

gestão;

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Dia 8 – Aviso de débito n.º 378 do Banco Y, relativo à n/ ordem de transferência de 4

600,00 € a favor do n/ fornecedor Santos, acrescido de 30,00 € para despesas

bancárias;

Dia 9 – N/ ordem de transferência ao Banco X no valor de 50 000,00 €, para

constituição de um depósito a prazo, nessa instituição;

Dia 10 - Aviso de débito n.º 568 do Banco X no valor de 25,00 €, relativo à n/

requisição de cheques.

PEDIDO: Lançamentos das operações acima referidas, no Diário, de acordo com o

SNC.

2 – EXERCÍCIO

A empresa “AAA” apresentava em 01/12/… os seguintes elementos disponíveis:

- Notas e moedas 1.250,00 €


- Cheques recebidos 12.100,00 €

Durante os primeiros dias de dezembro foram realizadas as seguintes operações:

Dia 2 – Receção do cheque n.º 23 do n/ cliente C2, s/ o Banco A, no valor de 2.350,00


€, para regularização da n/ fatura n.º 1155;

Dia 3 – Pagamento em numerário ao fornecedor F05, relativo à s/ fatura n.º 66, no


valor de 825,00 €;

Dia 5 – Aviso de débito n.º 55 do Banco Z, no valor de 25,00 €, relativo a uma


requisição de um grupo de cheques;

Dia 6 – Pagamento ao n/ fornecedor F09 através de transferência bancária s/ o Banco


Z, relativo à s/ fatura n.º 0055 no valor de 3.600,00 €.
O banco cobrou comissões no montante de 1,20 €;

Dia 9 – Aviso de crédito n.º 10099 do Banco X, relativo ao pagamento do n/ cliente


C015, no valor de 12 000,00 €;

Dia 10 – Levantamento no Banco Z do n/ cheque n.º 022, no valor de 2.000,00 € para


reforço do caixa B;
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Dia 11 – Constituição de um Depósito c/aviso prévio, por 90 dias, no valor de
10.000,00 €;

Dia 12 – Guia de depósito n.º 203 do Banco Z de todos os cheques em carteira.

PEDIDO: Lançamentos, das operações acima referidas, no Diário, de acordo com o

SNC.

3 – EXERCÍCIO

A empresa “BBB” durante os primeiros dias do mês de dezembro realizou as


seguintes operações:

Dia 2 – Guia de depósito n.º 562 do Banco Z dos seguintes valores;

- Numerário (notas e moedas) 2.620,00 €


- Cheques em carteira 12.620,00 €
- Vale do correio 850,00 €

Dia 3 – Nesta data venceu um Depósito a prazo, no montante de 25.000,00 €, cujos


juros ascendem ao montante de 560,00 €, conforme condições acordadas
inicialmente com o Banco Z;

Dia 4 – Aviso de débito n.º 3399 do Banco Z, relativo à n/ordem de transferência no


valor de 4.600,00 € a favor do n/ fornecedor C20, acrescido de 30,00 € relativo
a despesas bancárias;

Dia 5 – Aviso de crédito n.º 10201 do Banco Z, relativo ao pagamento do n/cliente


C019, no montante de 17.500,00 €.

PEDIDO: Lançamentos das operações acima referidas, no Diário, de acordo com o

SNC.

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3 - CONTRATO DE COMPRA E VENDA

É definido pelo artigo 874º do código civil como sendo um contrato pelo qual se

transmite a propriedade de uma coisa ou direito mediante um preço. São três os

elementos essenciais: os sujeitos (comprador e vendedor), o objeto e o preço.

Condições de um contrato de compra e venda:

Qualidade
Quantidade
Época de entrega
COMPRADOR Local de entrega VENDEDOR
Preço
Pagamento
Reclamação e devolução

FASES E DOCUMENTAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

Encomenda – Tem por objetivo especificar as condições do contrato. O documento


de suporte desta fase, emitido pelo comprador pode ser a nota de encomenda, uma

requisição ou uma ordem de compra.

Entrega – O documento de suporte desta fase é a guia de remessa, emitida pelo


vendedor e que acompanha a mercadoria até ao seu destino.

No mercado nacional estão previstas duas modalidades de entrega:

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No armazém do vendedor – em que as despesas e o risco de transporte são

por conta do comprador;

No armazém do comprador – em que as despesas e o risco de transporte são

por conta do vendedor.

Liquidação – Esta fase corresponde à emissão documental do contrato. Note-se que


embora esta expressão seja muitas vezes confundida com o pagamento, liquidar uma

fatura não é pagá-la mas sim determinar o seu valor. Os documentos de suporte são

usualmente a fatura, fatura-recibo ou ainda correções mediante a emissão de notas

de débito ou de crédito

Pagamento (Fluxo financeiro) – Com esta fase encerra-se o contrato de compra e


venda. O comprador paga ao fornecedor e este último poderá emitir o

recibo.

Reduções no preço – Descontos

Podemos considerar descontos de duas naturezas:

Comerciais – os que derivam ou estão associados à natureza, qualidade e/ou


quantidade dos bens transacionados, tais como:

Descontos de revenda

Rappel

Bónus / Abatimentos

............

Financeiros – Os que derivam de condições específicas de pagamento, podendo


ser:

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Descontos por antecipação de pagamento – quando o pagamento ocorre antes

da data acordada;

Descontos de pronto pagamento – se o pagamento é efetuado num período

especificado após a receção da fatura.

Classe 3 — Inventários e ativos biológicos

“Esta classe inclui os inventários (existências):

Detidos para venda no decurso da atividade empresarial;

No processo de produção para essa venda;

Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de

produção ou na prestação de serviços.

Integra, também, os ativos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da

atividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da atividade, quer

de produção ou regeneração. Os produtos agrícolas colhidos são incluídos nas

apropriadas contas de inventários.

As quantias escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria

de mensuração se estabelece na NCRF 18 — Inventários, pelo que serão corrigidas

de quaisquer ajustamentos a que haja lugar, e na NCRF 17 — Agricultura.”

Nota de enquadramento à classe 3

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 18 – INVENTÁRIOS

Objetivo (parágrafo 1)
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1 — O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o

tratamento para os inventários. Um aspeto primordial na contabilização dos

inventários é a quantia do custo a ser reconhecida como um ativo e a ser escriturada

até que os réditos relacionados sejam reconhecidos. Esta Norma proporciona

orientação prática na determinação do custo e no seu subsequente reconhecimento

como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valor realizável líquido.

Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que sejam usadas para

atribuir custos aos inventários.

Considerando que nesta disciplina vamos apenas estudar empresas comerciais,

cujos inventários são mercadorias (compra e venda de mercadorias sem

transformação) e proceder ao registo de operações correntes, assumem especial

relevância, do SNC, os seguintes parágrafos da NCRF 18*:

Mensuração de inventários
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos

dois o mais baixo. NCRF 18, § 9

Custo dos inventários


O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão

e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição

atuais. NCRF 18, § 10

Custos de compra
Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de

importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das

entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros

custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens, de materiais e de serviços. Os

__________________________________________________________________________________________
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descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos

na determinação dos custos de compra. NCRF 18, § 11.

* Os tópicos de orientação das aulas não dispensam a leitura integral das NCRF 18 e

20.

do
Movimentação: conta
31 - COMPRAS -ativa

 AQUISIÇÃO DE BENS  DESCONTOS E ABATIMENTOS EM

ARMAZENÁVEIS COMPRAS 37 8 .

 DESPESAS ADICIONAIS DE  DEVOLUÇÕES DE COMPRAS34 7


.

COMPRA  TRANSFERÊNCIA DO SALDO PARA

3 A ADEQUADA CONTA DE

INVENTÁRIOS saldar a
Conta

Nota: Esta conta não é uma conta de balanço, é uma conta transitória, daí que o seu

saldo deva ser transferido para a conta respetiva (periódica ou sistematicamente).

FORNECEDORES:

22 — Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com exceção dos

destinados aos investimentos da entidade. Movimentação:

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-
conta
221 - FORNECEDORES C/C passiva

- PAGAMENTOS - SALDO INICIAL

- NOTAS DE CRÉDITO - FATURAS REFERENTES À

- TRANSFERÊNCIA PARA AQUISIÇÃO DE INVENTÁRIOS E

FORNECEDORES TÍTULOS A OUTROS BENS E SERVIÇOS

PAGAR - NOTAS DE DÉBITO

Sc ou So

NOTA: O estudo do IVA será abordado num capítulo próprio neste semestre, no entanto,

tendo em conta que a maioria das operações de compra e venda estão sujeitas a este imposto,

por agora vamos só referir que este é um imposto que se vai repercutindo ao longo de toda a

cadeia produtiva, sendo geralmente suportado pelo consumidor final. Este objetivo é alcançado

ao impor a obrigatoriedade por parte de quem vende de liquidação do IVA, mas permitindo ao

mesmo tempo a dedução do imposto suportado nas aquisições efetuadas, sendo apurado no

final de cada período o saldo destas operações. Iremos utilizar as seguintes subcontas:
2432 1 .
.
inventarios
- 2432 . 2. .
investimentos
2432 - IVA – Dedutível 2432 3 . - outros bens e
serviços
2433 - IVA – Liquidado - 2433 . .
1 Operações gerais
2433 . 2 .
autoconsumos e
2434 - IVA – Regularizações operações ativas

C
24341 - Mensais (ou trimestrais) a favor da empresa

24342 - Mensais (ou trimestrais) a favor do Estado


Mil
"
afinal

CONTABILIZAÇÃO DA COMPRA DE MERCADORIAS

__________________________________________________________________________________________
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Compra de mercadorias – A prazo (Fatura) ou a pronto (Fatura-recibo)

31 Compras 2432 IVA – Dedutível 221 Fornecedores C/C


311 Mercadorias 24321 Inventários 11 Caixa /12 Dep. à ordem
A B A+B

direito

Descontos Comerciais vista


conta
Contemplado na fatura: desjaß
Ex: Compra de uma mercadoria, v/ FT 345, no valor de 1000 u.m., sujeita a IVA à taxa

normal de 23%, com um desconto de revenda de 10%. Pagamento a 30 dias.


desconto comercial

Mercadoria – 1.000
Desconto 10% de 1000 – 100
IVA (23%) de (1.000-100) – 207
Total da factura = 1.000 – 100 + 207 = 1.107

31Compras
31 Compras 2432 IVA-Ded. 221 Fornecedores
318 Desc. abat.
311 Mercadorias 24321Inventários C/C
cmp.
A B C A+B-C
1.000 207 100 1.107

Nota: Nesta situação alguns autores optam por contabilizar a fatura pelo seu valor

líquido, não relevando o desconto comercial. Ou seja registariam o montante A-C na

conta compras – mercadorias.

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 26 de 76
Ex: Compra de uma mercadoria, v/ FT 564, no valor de 1000 u.m., sujeita a IVA à taxa

de 23%. Pagamento a 30 dias.

31 Compras 2432 IVA-Ded. 221 Fornecedores


311 Mercadorias 24321Inventários C/C
A B A+B
1.000 230 1.230

Posteriormente foi atribuído um desconto de 10% ao valor da mercadoria comprada.

V/ NC n.º 789 c/ regularização do IVA.

Não contemplado na fatura: Nota de crédito:

2434 - IVA
31 - Compras Regularizações
221 - Fornecedores c/c
318 - Desc. Abatim. Cmp. 24342 - M. Fav. do
Estado.
A B A+B
100 23 123

Descontos Financeiros

Normalmente reconhecidos na data do pagamento:

Rendimento
78 - Outros
24342 - M. a
221 - Fornecedores rendimentos 11 - Caixa
Favor do
C/C 782 - Desc. de p.p. 12 - Dep. à ordem
Estado
obtidos
A B C A-B-C
noo : Fatura pagar apenas
divida
99 % da Fatura
n %
soldada
__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 27 de 76
Nota: Pode ser reconhecido no ato da compra se for uma compra a pronto.

Devolução de Compras - Nota de crédito

317 - Devoluções de 24342 - M. a Favor do 221 - Fornecedores C/C


compras Estado
A B A+B

Exercício A
Registe em esquema de “razão” as seguintes operações, sujeitas a IVA à taxa normal,

realizadas pela empresa BTXP, com sede no Porto, no mês de Dezembro de N:

Dia 2) Fatura n.º 300 de F1, de 500 u.f. de mercadoria M, ao preço de 30€/u.f.

Condições: entrega no armazém do vendedor.

Dia 4) Fatura n.º 750 de F8, no valor de 172,20 € (IVA incluído à taxa de 23%),

referente ao transporte da mercadoria adquirida no dia anterior.

Dia 12) Fatura n.º 500 de F7 de “M”, no valor de 9.348,00 €, com um desconto de

revenda de 24%. Condições: entrega no armazém do comprador; desconto de

5% se o pagamento for efetuado em 10 dias.

Dia 15) Fatura – recibo n.º 623 de F10, no valor de 5.313,60 €, referente à compra de

150 u.f. com um desconto especial de 10% e um de pronto pagamento de 4%.

Pagamento efetuado por cheque n.º 6666 do Banco A.


__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 28 de 76
Dia 20) N/ cheque n.º 9999 s/ Banco B para regularização da fatura n.º 500 de F7.

Dia 27) Nota de crédito n.º 1000 de F55, no valor de 1.845,00 €, relativa à n/ devolução

de 30u.f. de mercadoria M (com regularização de IVA).

VENDA DE MERCADORIAS
Considerando que vamos abranger apenas empresas comerciais, assumem especial

relevância, do SNC, os seguintes parágrafos da NCRF 20:

“O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o

tratamento contabilístico de réditos, entendidos como os rendimentos que surgem no

decurso das atividades ordinárias de uma entidade, como, por exemplo, vendas,

honorários, juros, dividendos e royalties”…

NCRF 20, § 1

“Rédito: é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente

do decurso das atividades ordinárias de uma entidade quando esses influxos

resultarem em aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados

com contribuições de participantes no capital próprio.”

NCRF 20, § 7

“A quantia de rédito proveniente de uma transação é geralmente determinada por

acordo entre a entidade e o comprador ou utente do ativo. É mensurado pelo justo

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 29 de 76
valor da retribuição recebida ou a receber tomando em consideração a quantia de

quaisquer descontos comerciais e de quantidades concedidos pela entidade.”

NCRF 20, § 10

“O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido

satisfeitas todas as condições seguintes:

(a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens

significativos da propriedade dos bens;

(b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau

geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens vendidos;

(c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;

(d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam

para a entidade; e

(e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam ser

fiavelmente mensurados”. NCRF 20, § 14

71 — Vendas
“As vendas, representadas pela faturação, devem ser deduzidas do IVA e de outros

impostos e incidências nos casos em que nela estejam incluídos.”

Nota de enquadramento à conta 71

71 - VENDAS

- DEVOLUÇÕES VENDAS

- DESC. E ABATIMENTOS

- TRF. DO SALDO P/A

RESULTADOS

Sc ou So

21 — Clientes
__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 30 de 76
“Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de

serviços.”

Nota de enquadramento à conta 21

211 - Clientes C/C

Saldo inicial Recebimento de clientes

Faturação Notas de crédito relativas a

Faturação de encargos a suportar pelo descontos ou devoluções

cliente Trf. p/ Tít. a receber


Notas de débito corretivas ou clientes de Cob. Duvidosa
.......... .........

Sd ou So

Venda de mercadorias – a prazo (Fatura) ou a pronto (Fatura-recibo)

71 Vendas 2433 IVA Liquidado 211 Clientes C/C

711 Mercadorias 24331 Operações Gerais 11 Caixa/12 Dep.à ordem

A B A+B

Descontos Comerciais

Na fatura:

2433 IVA 71 Vendas


71 Vendas 211 Clientes
Liquidado 718 Desc. Abat.
711 Mercadorias C/C
24331 Oper. Gerais Vnds

A B C A+B-C

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 31 de 76
Em Nota de crédito:

71 Vendas 2434 IVA Regularizações

718 Desc. Abat. 24341 M. a Fav. da Emp. 211 Clientes c/c

Vnds

A B A+B

Descontos Financeiros

Na data do recebimento:

2434 IVA Regularizaç. 68 Outros gastos 11 Caixa

211 Clientes C/C 24341 M. a fav. da 682 Desc. de pp 12 Dep.à

Empr. conc. ordem

A B C A-B-C

NOTA: Pode ser reconhecido no ato da venda se for uma venda a pronto.

Devolução de vendas – Nota de Crédito

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 32 de 76
71 Vendas 2434 IVA Regularizações

717 Devoluções de 24341 M. a fav. da Empresa 211 Clientes c/c

vendas

A B A+B

DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA


Margem de lucro sobre o preço de custo:

PV  PC  %PC  PV  PC  (1  %)

Margem de lucro sobre o preço de venda:

PC
PV  PC  PV  %  PV 
1 %

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

72 — Prestações de serviços

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 33 de 76
“Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos

objetivos ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais

aplicados, no caso de estes não serem faturados separadamente. A contabilização a

efetuar deve basear-se em faturação emitida ou em documentação externa (caso das

comissões obtidas), não deixando de registar os réditos relativamente aos quais não

se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos.”

Nota de enquadramento à conta 72

A subdivisão desta conta deverá ser realizada segundo a natureza dos serviços. A

movimentação contabilística é idêntica à conta vendas.

EXERCÍCIO B
Proceda aos lançamentos, em esquema “razão”, das seguintes operações realizadas

no mês de abril pela empresa X, que pratica uma margem s/ pv de 20% (IVA a 23%):

Dia 7) N/ Fatura s/C2 relativo à venda de 500 u.f. com um Custo unitário de 100 € e

desconto de quantidade de 15%.

Dia 10) N / Nota de Crédito s/C7 de 3.198,00 € relativo à devolução de x uf (c/

regularização do IVA).

ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES OU DE CLIENTES

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 34 de 76
Por adiantamento entende-se a entrega antecipada de uma determinada quantia,

suportada pela emissão de uma fatura (alínea b) do n.º1 do art.º 29.º do CIVA).

Podemos considerar dois tipos de adiantamentos:

COM preço previamente fixado – pressupõe que o contrato de compra e venda já

está definido.

SEM preço previamente fixado – pressupõe uma entrega/recebimento por conta de

fornecimentos futuros.

Nota: O tratamento em termos de IVA de um adiantamento acompanha o do

contrato final, conforme o disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 8.º do CIVA

ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES

a) Com preço previamente fixado

“Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas feitas pela entidade, relativas a compras cujo preço esteja

previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para

a conta 221 - Fornecedores c/c.”

Nota de enquadramento à conta 39

Assim, pelo pagamento do adiantamento (o fornecedor deverá emitir fatura do

adiantamento):

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 35 de 76
39 Adiant. por conta de
2432 IVA Dedutível 11 Caixa
compras
24321 Inventários 12 Dep.à ordem
391 Mercadorias

A b a+b

Aquando da receção da fatura final teremos dois lançamentos:

1 - Registo da fatura

31 Compras 2432 IVA Dedutível


221 Fornecedores C/C
311 Mercadorias 24321 Inventários

A B A+B

2 - Anulação/regularização do adiantamento

39 Adiant. por conta de


2434 IVA Regularizações
compras 221 Forn. c/c
24342 M. a fav. da Estado
391 Mercadorias

a b a+b

Nota: em consequência destes lançamentos, a conta de fornecedores fica apenas com

o saldo correspondente ao valor que ainda falta pagar.

b) Sem preço previamente fixado

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 36 de 76
Obedecerá exatamente ao mesmo esquema contabilístico (adiantamento, fatura e

anulação) só que será utilizada a conta 228 - ADIANTAMENTOS A

FORNECEDORES e não a conta 39 - Adiantamento por conta de compras

mercadorias.

“Adiantamentos a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado)

a efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para as

respetivas subcontas da conta 221.”

Nota de enquadramento à conta 228

ADIANTAMENTOS DE CLIENTES

a) Com preço previamente fixado

“ Adiantamentos por conta de vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços

cujo preço esteja previamente fixado. Pela emissão da fatura, estas verbas serão

transferidas para as respetivas contas da rubrica 211 — Clientes c/c.”

Nota de enquadramento à conta 276

Pelo recebimento do adiantamento (para o qual deve ser emitida uma fatura):

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 37 de 76
276 Adiant. por conta de 2433 IVA Liquidado 11 Caixa

vendas 24331 Operações Gerais 12 Dep. à ordem

a b a+b

Pela emissão da fatura final teremos dois lançamentos:

- Registo da fatura:

71 Vendas 2433 IVA Liquidado


211 Clientes C/C
711 Mercadorias 24331 Operações Gerais

A B A+B

- Anulação (regularização) do adiantamento:

276 Adiant. por conta de 2434 IVA Regularizações


211 Clientes C/C
vendas 24341 M. a fav. da Empresa

a b a+b

b) Sem preço previamente fixado

Obedecerá exatamente ao mesmo esquema contabilístico (adiantamento, fatura e

anulação), sendo agora utilizada a conta 218 - ADIANTAMENTOS DE CLIENTES e

não a conta 276 - Adiantamento por conta de vendas.

“Adiantamentos de clientes

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço

fixado, a efetuar a terceiros. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas

para as respetivas subcontas da rubrica 211 — Clientes c/c.”

Nota de enquadramento à conta 218

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 38 de 76
EFEITOS NO BALANÇO:

BALANÇO

ATIVO

Ativo corrente

Inventários - Adiant.tos por conta de compras

(…)

Outros créditos a receber (Adiant. tos a Fornecedores)

PASSIVO

Passivo corrente

Outras dívidas a pagar (Adiant. tos de Clientes)

EXERCÍCIO C

Proceda aos lançamentos, em esquema razão, das seguintes operações realizadas no

mês de abril pela empresa X, que se dedica à comercialização de mercadoria M

sujeita a IVA à taxa normal:

Dia 12) Pagamento através do cheque nº x s/ Banco A no montante de 861,00 €, a

favor de F5, dum adiantamento relativo à aquisição de 75 uf ao preço de 95

€/uf.

Dia 15) N/ Fatura s/ C9 relativo à venda de 2.500 u.f. ao p.u. de 10 €. Este contrato já

tinha sido acordado no mês anterior, tendo sido nessa data recebido 20% do

seu valor.
__________________________________________________________________________________________
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Dia 18) Fatura de F5, relativo ao contrato do dia 12.

Dia 29) Recebimento de C4 de 2.460,00 € por Transferência Bancária relativa a um

adiantamento por conta de futuros fornecimentos de mercadoria.

SISTEMA DE INVENTÁRIO INTERMITENTE (SII)

Neste sistema, as contas de Inventários não refletem permanentemente o valor das

mercadorias em armazém, pois não são automaticamente atualizadas quando

ocorrem alterações na sua composição. Só periodicamente, depois de se determinar o

valor dos inventários, é que se efetuam os lançamentos de regularização:


ansferir
-31e38
a 32
para
1º Transferência dos saldos Compras e Regularização de Inventários para as contas
de Inventários apropriadas; Contas 31e39
vão Ficar saldadas
2º Apuramento do custo dos inventários vendidos e das matérias consumidas
(CMVMC):
adorias vendidas
mere consumidas
custos
t
e
matérias
~
CMVMC = Compras líquidas +/- Regularização de Inventários –
Variação de Inventários
mercadorialiquida
Lei
custo
= saldo 31 (677 + 315-317- 33-
em que:
-

Compras líquidas = Compras + Gastos adicionais – Devoluções –


Descontos e Abatimentos

Variação de Inventários = Existência final - Existência inicial

Movimentação contabilística numa empresa comercial:

__________________________________________________________________________________________
ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 40 de 76
311 Compras Merc. 321 -Mercadorias 317 Devoluções cmp.
E. Inicial
A A’ A’ C’ C’ C

315 Desp. Adicionais 318 Desc. Abatim. cmp


B B’ B’ D’ D’ D

382 Regul. Mercadorias 382 Regul. Mercadorias


E E’ E’ F’ F’ F

MUMC
>
-
611 Mercadorias

G G

S = E. Finais

Transferências, ao custo da compra, das compras líquidas realizadas no

período.

Transferências das variações (positivas e negativas) ocorridas no período.

Registo do CIVMC após a sua determinação extra-contabilística.

EXERCÍCIO D

Efetue, em esquema razão, a regularização da conta mercadorias da empresa Alfa

(com sede na Maia) à data de 31/12/N; sabendo que nessa data se apurou, através de

inventário físico, um valor de 50.000 € de mercadoria M e que as subcontas das

Inventários apresentavam os seguintes saldos:

321 Mercadorias Devedor 60.000,00


311 Mercadorias devedor 200.000,00
317 Devolução de Compras Credom 1.000,00
315 Despesas Adicionais em Comprasder20.000,00

__________________________________________________________________________________________
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APURAMENTO DO RESULTADO BRUTO DAS VENDAS (RBV)

Corresponde à diferença entre as vendas líquidas (vendas – devoluções – descontos)

e o CIVMC. Contabilisticamente este é obtido por transferência dos saldos dessas

contas para a conta Resultados.

Esquematicamente:

611 Mercadorias 81 -Resultados 711 Mercadorias

A A’ A’ C’ C’ C

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717 Devoluções de

vendas

B B’ B’

* Se o saldo for credor

 RBV > 0

718 Desc. e Abat. em

vendas

D D’ D’ * Se o saldo for devedor

 RBV < 0

Saldo = RBV

Podemos então concluir que utilizando o SII:

a) A conta 32 Mercadorias só é movimentada periodicamente, correspondendo

o seu saldo ao longo do período, ao valor dos Inventários iniciais desse

período;

b) A conta 61 CIVMC, também só é movimentada quando se efetuam os

lançamentos de regularização.

Note-se que, em SII, embora a regularização das contas de existências só seja

obrigatória no final do ano, nada impede uma empresa de a efetuar com uma outra

periodicidade (trimestral, mensal, etc.) e nesse caso o saldo da conta 32 Mercadorias,

antes de cada uma das regularizações, corresponderá ao valor das existências no

início do período em análise e o saldo da conta CIVMC refletirá o custo verificado até

essa data.

DIÁRIO
Breves notas

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ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 43 de 76
É o registo contabilístico segundo uma ordem cronológica, dos atos que modificam

ou possam vir a modificar o património de uma unidade económica.

Dado existirem vários modelos de traçados de diário, adotou-se na presente unidade

curricular o seguinte modelo simplificado:

Movimento com duas contas a débito e duas contas a crédito


Descrição Débito Crédito
Data do 1º registo
Nome da conta de razão a debitar (código da subconta) Valor a débito
Nome da conta de razão a debitar (código da subconta) Valor a débito
Nome da conta de razão a creditar (código da subconta) Valor a crédito
Nome da conta de razão a creditar (código da subconta) Valor a crédito
Histórico do lançamento
Total dos valores a débito Total dos valores a crédito
_______________________ dia de lançamento _______________________________
(a) (b)

Nota: (a) = (b)

Exemplo:
Descrição Débito Crédito
Maia, 16 de Dezembro de 20XX
Compras (311) 4.444,44
Estado e Outros Entes Públicos (24321) 920,00
Fornecedores (221..x) 4.920,00
Compras (318) 444,44
S/fatura nº 210
5.364,44 5.364,44
________________ 19 __________________

__________________________________________________________________________________________
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EXERCÍCIOS
1. A empresa EEE, Lda., com sede em Guimarães, dedica-se à comercialização de

mercadorias no mercado interno.

Efetuou já durante o mês de fevereiro do ano de N, aquisições de existências e

outros bens e serviços, com IVA à taxa normal de 23%.

Sabe-se que os descontos de natureza comercial são relevados em contas próprias.

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ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 45 de 76
Ainda durante o mês de fevereiro do mesmo ano, realizaram-se entre outras, as

seguintes operações:

Dia 12 Fatura n.º 44 de F1 de Coimbra, referente à aquisição de 2.100 unidades

da mercadoria X, ao preço unitário de 22 €, beneficiando de um

desconto de quantidade de 5%.

Condições de compra:
- Entrega da mercadoria no armazém do vendedor;

- Pagamento a 10 dias com 5% de desconto.

Dia 15 N/Fatura n.º 84 s/C1 do Porto, relativa à venda de 1.400 unidades da

mercadoria X, ao preço unitário de 30 €.

A encomenda desta mercadoria havia sido discutida e acordada em

todos os seus pormenores em dezembro, com a entrega de 20% do

valor da mesma.

Dia 20 Fatura n.º 60 de F8, no montante de 615,00 € (IVA incluído à taxa de

23%), relativa ao frete Coimbra-Guimarães, da mercadoria adquirida

no dia 12.

Dia 22 N/nota de crédito n.º 26, s/C1, relativa à devolução de 200 unidades da

mercadoria X, vendida no dia 15.

PEDIDO:

Efetue no Diário Geral, os lançamentos referentes às operações atrás

mencionadas, segundo o SNC.

2. A Empresa AAA, Lda., com sede na Maia, comercializa, no mercado nacional, a

mercadoria M, sujeita à taxa normal de IVA, praticando uma margem de

comercialização de 25% sobre o preço de venda. Do balancete de situação,

referido a 15/12/N, extraíram-se os seguintes elementos (em euros):

CONTA
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ContabilidadeGeral / ISCAP/IPP/ Página 46 de 76
SALDOS
311 – Mercadorias 110.000,00
317 - Devolução de Compras 8.000,00
318 - Descontos e abatimentos em compras 14.000,00
321 - Mercadoria M 12.000,00
382 – Mercadorias (Quebras) 2.500,00
711 – Mercadorias 180.000,00
717 - Devolução de vendas 15.000,00
718 - Descontos e abatimentos em vendas 9.000,00

Nota: A empresa releva todos os descontos nas contas apropriadas.

Na última semana de dezembro de N, a empresa efetuou, entre outras, as seguintes


operações:

Dia 16 – Fatura n.º 210, de F2, no valor de 4.920 €, relativa à compra de 100 unidades
>

da mercadoria M. Condições da transação: local de entrega – armazém do

vendedor; Bónus de quantidade – 10%;

Dia 19 – Fatura n.º 417, de F2, no montante de 36,90 € (IVA incluído à taxa normal),

relativa ao transporte para os n/armazéns da mercadoria adquirida no dia 16;

Dia 23 – C3 – s/cheque n.º 4110, para pagamento da n/fatura n.º 139 no valor de

38.000,00 €, à qual foi feito um desconto de 2,5% por antecipação do pagamento

(com regularização de IVA);

Dia 27 – N/Fatura n.º 140, s/C8, relativa à venda de 20 unidades da Mercadoria M


=

adquirida no dia 16, com desconto de revenda de 10%;

Dia 30 – C8 – N/nota de Crédito n.º 823 relativa à s/devolução de 5 unidades –

referente à transação do dia 27 (com regularização do IVA).

PEDIDOS:

2.1. Lançamentos, no Diário Geral, das operações acima referidas, de acordo com o

SNC.

2.2. Lançamentos em esquema Razão, ou seja dispositivo bilateral (“T”), relativos à

retificação da conta “32 – Mercadorias” e ao apuramento do resultado bruto

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das vendas, sabendo que a variação de stocks foi negativa no montante de

5.000,00 €.

3. A empresa BBB, Lda., com sede em Aveiro, dedica-se à comercialização da

mercadoria M no mercado interno, sujeita a IVA, à taxa normal de 23%. Do

balancete de situação, em 12 de julho de N, extraíram-se os seguintes valores

em euros:
Código Conta Saldos

311 Mercadorias 1.240.200,00


315 Despesas adicionais de compras 16.720,00
317 Devoluções de compras 35.220,00
318 Desc. e abatimentos em compras 5.510,00
321 Mercadorias 33.100,00
711 Mercadorias 1.682.100,00
717 Devolução de vendas 45.120,00
718 Desc. e abatimentos em vendas 6.450,00

Ainda durante o mês de julho, do mesmo ano, realizaram-se, entre outras, as

seguintes operações:

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Dia 14 Fatura n.º 320, de F2 de Beja, referente à aquisição de 3.800 unidades da

mercadoria M, ao preço unitário de 20 €, beneficiando de um desconto

especial de 5%. Condições de compra: -


- Entrega da mercadoria no armazém do vendedor;

- Pagamento a 30 dias com 5% de desconto.

Dia 16 N/nota de crédito n.º 222, s/C4, relativa à devolução de 200 unidades

da mercadoria M, vendida ao preço unitário de 46 € (c/regularização

de IVA).

Dia 22 N/Fatura n.º 333 s/C3 de Bragança relativa à venda de 2.100 unidades

da mercadoria M, com uma margem comercial de 30% sobre o preço

de custo unitário, à data em 23 €, tendo beneficiado de desconto de

revenda de 5%.

Aquando da encomenda da mercadoria no mês de maio, o cliente

entregou um cheque de 20% do valor da mesma.

Condições de venda:

- Mercadoria entregue no armazém do comprador.

Dia 25 Fatura n.º 444 de F8, no montante de 369 € (IVA incluído à taxa de

23%), relativa ao frete Aveiro-Bragança, da mercadoria vendida no dia

22.

PEDIDOS:

3.1. Efetue no Diário Geral, os lançamentos referentes às operações atrás

mencionadas, segundo o SNC.

3.2. Calcule o Resultado Bruto das Vendas, em 31 de julho, sabendo que naquela

data a variação de stocks era de 3.200 €.

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4 - IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA)

CARATERÍSTICAS DO IMPOSTO LIVA)


a) Imposto indireto – incide sobre o consumo de bens e serviços e não sobre o

rendimento.

b) Imposto plurifásico – incide sobre todas as fases do circuito económico.

c) Imposto que garante uma igualdade tributária – uma vez que dois bens com o

mesmo preço final terão o mesmo montante de IVA, independentemente do

número de fases porque tenham passado. Imposto Lega

d) Imposto que assenta na compensação nas fronteiras – visto geralmente ser


étributado no pais
a que
tributado no país de consumo ou país destino. mercadorias
Chegam as

e) Imposto com pagamentos fracionários – ao longo de toda a cadeia.

f) Imposto geralmente suportado pelo consumidor final.

CÓDIGO DO IVA (CIVA)

INCIDÊNCIA (artigos 1.º a 8.º)

O IVA incide sobre todas as transmissões de bens e prestações de serviços, incluindo

as importações e as operações intracomunitárias. Os sujeitos passivos de imposto são

pessoas singulares ou coletivas que exerçam atividades de produção, comercialização

ou prestação de serviços, ou seja as que realizam operações tributáveis.

ISENÇÕES (artigos 9.º a 15.º)

As isenções podem ser:

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Simples – Quando o sujeito passivo não liquida o imposto mas também não

tem o direito a deduzir o imposto suportado (ex. médicos, creches, escolas,


(Ex quando vamos do dentista não pagamos Iva
etc.). .

mas os aparelhos comprados não irão ter Retorno de IVA)

Completas – Quando o sujeito passivo não liquida o imposto mas não perde o
A
empre 100 Lendeespanha-PY
direito à dedução (ex. exportadores) +
PC =100
IVA

B-CHVA-Bragh
I
VALOR TRIBUTÁVEL (artigos 16.º e 17.º) PX + IVA

90 + Margem + IVA

É o valor que serve de base ao cálculo do IVA, é sobre este valor que é aplicada a

taxa. Corresponde ao valor da contraprestação obtida ou a obter do destinatário. Por

isso é que devem ser deduzidos todos os descontos e abatimentos.

TAXAS (artigo 18.º)

Continente Açores Madeira

Taxa normal 23% 16% 22%

Taxa intermédia (lista II) 13% 9% 12%

Taxa reduzida (lista I) 6% 4% 5%



Bens essenciais

OBRIGAÇÕES ADMINISTRATIVAS E CONTABILÍSTICAS


Ivadedutivel -

direito
Iva liquidado -

obrigação
DECLARAÇÕES PERIÓDICAS (artigo 41.º)

Periodicidade mensal – Entrega da declaração (enviada por transmissão


eletrónica de dados), atualmente o prazo é até ao dia 20 do 2.º mês seguinte a que

respeita e o respetivo pagamento até ao dia 25. Por exemplo a declaração de Julho

deverá ser enviada até ao dia 20 de Setembro.

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Periodicidade trimestral – Para o sujeitos passivos que apresentam um volume
de negócios anual inferior 650.000 € no ano civil anterior, em que a declaração deverá

ser enviada até ao dia 20 do 2.º mês seguinte ao trimestre. Por exemplo a declaração

correspondente ao 1.º trimestre deverá ser enviada até 20 de maio e respetivo

pagamento até ao dia 25.

OBRIGAÇÕES DE FATURAÇÃO (artigos 36.º a 40.º)

Nestes artigos encontramos os requisitos que uma fatura ou documento equivalente

devem obedecer, por exemplo serem datados e numerados sequencialmente,

identificar os intervenientes, a denominação e quantidade dos bens, o preço, a taxa a

aplicar, o IVA, etc.

A fatura deverá ser emitida até ao 5.º dia útil da colocação do bem à disposição do

adquirente ou de o serviço ser prestado.

OBRIGAÇÕES CONTABILÍSTICAS (artigos 44.º a 48.º)

A contabilidade deve ser organizada de forma a possibilitar o conhecimento claro e

inequívoco dos elementos necessários ao cálculo do imposto, bem como permitir o

seu controlo; comportando todos os dados necessários ao preenchimento da

declaração periódica de imposto.

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DIREITO À DEDUÇÃO

Regra Geral os sujeitos passivos podem deduzir o IVA suportado nas aquisições que

sejam utilizadas para a realização de operações sujeitas a imposto e dele não isentas

(artigo 20.º do CIVA). Ou seja:

 Quem liquida IVA nas operações que realiza, tem o direito a deduzir o IVA

que suportou para que essas mesmas operações pudessem ser realizadas.

Atividades sujeitas a IVA.

 Quem realiza operações isentas perde o direito à dedução do IVA; caso das

isenções simples (artigo 9.º) *. Atividades isentas.

 Quem realiza ambos os tipos de operações só poderá deduzir o IVA

suportado parcialmente (artigo 23.º). Atividades Mistas.

*Já no caso das isenções completas, como os exportadores, embora as operações

sejam isentas, o sujeito passivo mantém o direito à dedução.

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TRANSAÇÕES MO MERCADO INTERNACIONAL
Nas relações comerciais com outros países podemos contemplar as seguintes

situações:

Países
Mercado Terceiros
Nacional

Zona Euro

Mercado Intracomunitário

ver

TRATAMENTO EM TERMOS DE IVA


tem
- no
que
je
No Mercado  Transmissão intracomunitária  Operação isenta
Intracomunitário (14.º RITI)
VENDAS
No Mercado  Exportação  Operação isenta
c/ Países 3ºs (14.º CIVA)

No Mercado  Aquisição intracomunitária  Operação sujeita


Intracomunitário (1.º RITI)
COMPRAS Mas com direito a dedução (19.º RITI)

No Mercado  Importação  Operação sujeita


c/ Países 3ºs (1.º CIVA)
Mas com direito a dedução (20.º CIVA)

O desaparecimento do conceito de importação/exportação no seio da união europeia

teve como consequência o fim de cobrança de IVA nas fronteiras. Numa aquisição

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fornecedoresd Iva intracomunitário
compro pode a

FATURA 32 9 .
2299 24321 24339
1000 1000 230 230

intracomunitária é o próprio sujeito passivo adquirente que tem a obrigação de

liquidar o IVA, tendo também direito a deduzi-lo simultaneamente.

Já numa importação, o IVA é liquidado pela alfândega, tendo o sujeito passivo

também o direito à dedução (desde 1 de março de 2018, as empresas com

periodicidade mensal, poderão por opção tratar o IVA das importações como tratam

o IVA das aquisições intracomunitárias).

ESQUEMA DO APURAMENTO DO IVA Ajustamento de

contas com o Estado

2432 IVA – Dedutível 2435 IVA - Apuramento 2433 IVA - Liquidado

IVA IVA

suportado liquidado

e dedutível no no período

período

24341 M. a Fav. da 24342 M. A Favor do

Empresa Estado

IVA a IVA a

regularizar no regularizar

período a no período a

favor da favor da

empresa Estado

2437 IVA - A recuperar

IVA a

recuperar de

períodos

anteriores

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Saldo Devedor  A favor da Empresa

Saldo Credor  A favor do Estado iva a pagar

Se o saldo for devedor procede-se à sua transferência para a conta IVA – A recuperar
quando há
IVA a Receber

2437 IVA – A recuperar 2435 IVA – Apuramento aiempresen

Daga menos
X X PRÓX
IVA no .

más do que
pagaria
Se o saldo for credor procede-se à sua transferência para a conta IVA - A pagar

2435 IVA – Apuramento 2436 IVA – A pagar

X X

Havendo IVA a recuperar existem duas possibilidades:

a) Reporte para o período seguinte – Isto é, irá ser deduzido nos períodos

seguintes, transferindo-se o seu saldo para a conta IVA apuramento quando se

fizer o próximo apuramento. É a regra geral.

b) Pedido de reembolso – Só poderá ser requerido se observados determinados

requisitos, nomeadamente quando esta situação persistir ao longo de doze meses

ou antes desse período se atingir montantes elevados (superior a 3.000 €) – n.º 5 e

6 do artigo 22.º do CIVA.

2438 IVA – Reembolsos pedidos 2437 IVA – A recuperar

X X

Depois de exercida esta opção esta conta só será movimentada (saldada) quando se

receber a respetiva quantia de dinheiro.

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Exercícios

1.

A Sociedade A&A, Lda., com sede no Porto, comercializa a mercadoria A sujeita a

IVA à taxa normal.

Do balancete de verificação, extraíram-se os seguintes elementos referentes a

31.12.20XX (mas antes do apuramento do IVA):

(em euros)
Descrição Débitos Créditos
2432 – IVA dedutível 19 500 16 000
2433 – IVA liquidado 26 156 30 556
2434 – IVA regularizações 22
2435 – IVA apuramento 26 156 26 156
2436 – IVA a pagar 9 000 10 000
2437 – IVA a recuperar 12 000 11 000
2438 – IVA reembolsos pedidos 9 000 5 000

PEDIDO:

Apuramento do IVA, em Razão – dispositivo “T”, em contas do 3.º grau relativo ao

mês de Dezembro.

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2.

A Sociedade B&B, Lda., com sede em Matosinhos, comercializa a mercadoria B

sujeita a IVA à taxa normal.

Do balancete de situação em 31.7.20XX extraíram-se os seguintes dados.

(em euros)
Descrição Valores
Saldos
Acumulados
Código Nome Débito Crédito Devedor Credor
243 Imposto s/ o Valor Acrescentado
2432 IVA Dedutível 20.080 16.784 3.296
24321 Inventários 10.523 8.630 1.893
24322 Investimentos 2.634 2.334 300
24323 Outros bens e serviços 6.923 5.820 1.103
2433 IVA Liquidado 11.206 15.230 4.024
24331 Operações gerais 11.206 15.230 4.024
2434 IVA Regularizações 995 1.256 261
24342 Mensais a favor do estado 995 1.256 261
2435 IVA apuramento 23.596 23.596
2436 IVA a pagar 1.950 1.950
2437 IVA a recuperar 850 850
2438 IVA reembolsos pedidos 1.500 1.500

PEDIDO: Apuramento do IVA, em Razão – dispositivo “T”, do mês de Julho.

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5 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS (FSE)

Conta 62
Esta conta será movimentada a débito pelos gastos relativos à aquisição de bens de

consumo imediato e de serviços prestados por terceiros. Será movimentada a crédito,

aquando do apuramento dos resultados, pela transferência do respetivo saldo.

De acordo com o SNC, esta classe tem os seguintes desdobramentos:

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62 FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS
621 SUBCONTRATOS empresas de construção civil
622 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
6221 TRABALHOS ESPECIALIZADOS
6222 PUBLICIDADE E PROPAGANDA
6223 VIGILÂNCIA E SEGURANÇA
6224 HONORÁRIOS Iretenção nors)
6225 COMISSÕES de venda a pessoas fora da empresa
6226 CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO

6228 OUTROS

623 MATERIAIS
6231 FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS DE DESGASTE RÁPIDO
6232 LIVROS DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA Lirs iva) ,

6233 MATERIAL DE ESCRITÓRIO


6234 ARTIGOS PARA OFERTA Serviços que as empresas
em

não tem direito deduzir a iva


… a

6238 OUTROS

624 ENERGIA E FLUÍDOS


6241 ELECTRICIDADE
6242 COMBUSTÍVEIS
6243 ÁGUA

6248 OUTROS

625 DESLOCAÇÕES, ESTADAS E TRANSPORTES


6251 DESLOCAÇÕES E ESTADAS-tudo melhoadia
6252 TRANSPORTE DE PESSOAL
só e utilizado para
6253 TRANSPORTES DE MERCADORIAS mercadorias vendidas


6258 OUTROS

626 SERVIÇOS DIVERSOS


6261 RENDAS E ALUGUERES
6262 COMUNICAÇÃO
6263 SEGUROS(l movel carro
,

6264 ROYALTIES
6265 CONTENCIOSO E NOTARIADO
6266 DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO loferta de bilhetes (
6267 LIMPEZA, HIGIENE E CONFORTO
6268 OUTROS SERVIÇOS

Registo contabilístico de algumas das operações relativas a FSE

- Pelo registo relativo a gastos suportados com eletricidade, água e comunicação

Exemplo genérico:

Eletricidade/ Água/ EOEP_ D. Ordem/ Fornecedores


Comunicação, etc IVA c/c
Dedutível_OBS
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EOZP
Iva decutivel -

Eletricidade/Água/Comunicação outros bens e servicos Dordem/Fornecedores

A B A+B

- Pelo registo relativo a gastos de representação


Sem direito a deduzir d IVA

Exemplo:

Fatura-recibo n.º X, no valor de 246,00 €, relativa a gastos com o alojamento do cliente

Y. Este cliente foi convidado a assistir a uma apresentação dos nossos novos

produtos. (IVA não dedutível conforme CIVA)

6266 - Despesas de 11x - Caixa


representação
246,00 246,00

- Pelo registo relativo a gastos suportados com combustíveis

Exercício: Fatura-recibo n.º X referente ao consumo de combustíveis:

 Gasolina – 246,00 € (IVA incluído à taxa normal - não dedutível)

 Gasóleo – 1 230,00 € (IVA incluído à taxa normal – dedutível em 50%)

6242 - Combustíveis 24323 - EOEP_ 11x - Caixa


(Gasóleo) IVA Dedutível_OBS
1.115,00 115,00 1.230,00

6242 - Combustíveis 11x - Caixa


(Gasolina)
246,00 246,00

- Pelo registo relativo ao transporte de mercadorias vendidas a clientes/terceiros

 Se o valor do transporte for suportado pela empresa;

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24323 - EOEP_ 12x - D. Ordem/
6253 - Transportes de IVA Dedutível_OBS 221Fornecedores c/c
mercadorias
100,00 23,00 123,00

Se o valor do transporte for suportado pelo cliente/terceiro, posteriormente, esse

valor será debitado ao cliente.

Retomando o exemplo anterior, débito do cliente através de uma fatura:

24331 IVA – 78 - Outros rendimentos e ganhos


211 - Clientes
Liquidado 7816 Outros rendimentos
C/C
Operações gerais suplementares

123 23 100

6 - PAGAMENTOS DE RENDIMENTOS C/RETENÇÕES NA FONTE


EM SEDE DE IRS/IRC:

No pagamento de rendimentos do trabalho e pensões, todas as entidades devem

proceder à “Retenção de impostos sobre rendimentos”. Na aquisição de alguns

serviços, as entidades com contabilidade organizada, devem igualmente proceder à

referida retenção aquando do respetivo pagamento:


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Artigo 98.º CIRS - RETENÇÃO NA FONTE

1- Nos casos previstos nos artigos 99.º a 101.º e noutros estabelecidos na lei, a entidade

devedora dos rendimentos …. são obrigadas, no ato do pagamento, … a deduzir-lhes as

importâncias correspondentes à aplicação das taxas neles previstas por conta do imposto
Y ajustar contas com
respeitante ao ano em que esses actos ocorrem. O
>
-

Estado

2- As quantias retidas devem ser entregues em qualquer dos locais a que se refere o artigo

105.º, nos prazos indicados nos números seguintes.

3- As quantias retidas nos termos dos artigos 99.º a 101.º devem ser entregues até ao

dia 20 do mês seguinte àquele em que foram deduzidas.

Na contabilidade, a conta “242 - Retenção de impostos sobre rendimentos” será

movimentada a crédito pelo imposto que tenha sido retido e debitada quando se

proceder à sua entrega ao Estado. Subdivisão:

2421 Trabalho dependente processamento de salários

2422 Trabalho independente (pagamento de honorários)

2423 Capitais

2424 Prediais Rendas

2429 Sobre outros rendimentos

Estas subcontas ainda poderão ser subdivididas pela natureza do imposto (IRS/IRC)

e também de acordo com as taxas aplicadas.

Algumas situações sujeitas a retenção:

RENDAS
As rendas de imóveis, regra geral, estão isentas de IVA (artigo 9.º do CIVA), no

entanto como rendimentos da categoria F estão sujeitos a retenção na fonte à taxa de

25% (al. e) do n.º1 do artigo 101.º do CIRS), quando pagas por entidades coletivas.

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Exemplo: Pagamento da renda das instalações relativa ao mês X, através do cheque

n.º XXXX sobre o BB no valor de 750,00 €. Retenção na fonte (IRS) à taxa de 25,0%.

2424 - EOEP_ 12x - D. Ordem - BB


6261 - Rendas e alugueres Ret. Imp. S/Rend. -
Prediais
1.000,00 250,00 750,00
obrigação
de entrega do
Estada

HONORÁRIOS
As prestações de serviços estão geralmente sujeitas a IVA (artigo 6.º CIVA) e a

retenção na fonte à taxa de 25% (alínea b) do n.º1 do artigo 101.º do CIRS).


IVA (23 % ) = 0 .
23H débito

Irs (25 % ) = 0 . 25 H crédito

H = 1 -Lirs-IVA)
- Pelo registo (Diário Geral) relativo a honorários

Exemplo: Cheque n.º YYY sobre o BA, no valor de 980,00 € para pagamento

de honorários ao contabilista. Retenção na fonte (IRS) à taxa de 25%; IVA à

taxa de 23%.

242 Ret. de imp. s/ rend. 2432 IVA Dedutível


6224 12x Dep. à
2422 Trab. 24323 Outros bens e
Honorários ordem
independente serv.

1000 250 230 980


obrigação direito de
Re ave r &IVA

cheque : 0
. 9817980 : 0 , 98 = 1000

1000 + 230-250 =
990

EXERCÍCIO:

A empresa HIP, Lda., com sede mo Porto, durante o ano N, realizou entre outras as

seguintes operações:

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Dia 05/1/N – Fatura n.º 698 de F6 no valor de 369,00 €, relativa à aquisição de papel

para impressora para o escritório. Operação sujeita a IVA, à taxa de normal

de 23%.

Dia 17/1/N – Fatura-Recibo n.º 723 do Hotel BIG no valor de 230,00 €, relativa a

alojamento do gerente em Lisboa em serviço pela empresa. Pagamento

efetuado através de cartão de débito do banco AA (operação sujeita a IVA à

taxa de reduzida de 6%, não dedutível).

Dia 15/2/N – Fatura n.º 420 de F7 no valor de 270,60 €, relativa ao transporte da

mercadoria vendida ao n/cliente C22 de Lisboa. Operação está sujeita a

IVA, à taxa de 23%.

Dia 19/2/N – Fatura-recibo n.º 270 no valor de 25,00 € do IRN (Instituto de Registos e

Notariado) relativa à emissão de uma Certidão Permanente (operação

isenta de IVA). Pagamento efetuado por Multibanco.

Dia 20/2/N – Fatura-Recibo n.º 740 do Hotel BANG no valor de 360,00 €, relativa a

alojamento do nosso Cliente de França em Lisboa. Pagamento efetuado por

banco on-line (Banco AA) (operação sujeita a IVA à taxa de reduzida de 6%,

não dedutível).

Dia 1/3/N – Nota de débito do Banco BIG relativa a despesas de manutenção de

conta 20,00 €.
do
renda po cheque
valor
Dia 2/3/N – Pagamento da renda das instalações no valor de 800,00 €, relativa ao mês

de Abril, através do cheque n.º 3456, sobre o Banco AA. Operação isenta de

IVA e sujeita a retenção na fonte (IRS) à taxa de 25,0%.

Dia 10/3/N – Fatura n.º 315 de F15 no valor de 246,00 €, relativa à reparação de um

computador. Operação está sujeita a IVA à taxa normal de 23%.

Dia 15/3/N – Pagamento de honorários ao advogado XP no valor de 500,00 €, relativa

a um serviço de consulta fiscal, através do cheque n.º 3485, sobre o Banco

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AA. Operação sujeita a IVA à taxa normal de 23% e sujeita a retenção na

fonte (IRS) à taxa de 25,0%.

PEDIDO: Lançamentos das operações acima referidas, no Diário Geral Analítico.

7 - PROCESSAMENTO DE REMUNERAÇÕES

Norma contabilística e de relato financeiro NCRF 28 - Benefícios dos empregados

(versão parcial)

Objetivo (§ 1)

1 — O objetivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever a

contabilização dos benefícios dos empregados. A Norma exige que uma entidade

reconheça:

(a) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de benefícios

de empregados a serem pagos no futuro; e

(b) Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do

serviço proporcionado por um empregado em troca dos benefícios dos empregados.

Âmbito (§§ 2 a 6)

2 — Esta Norma deve ser aplicada por um empregador na contabilização dos

benefícios do empregado.

3 — Os benefícios de empregados aos quais esta Norma se aplica, incluem aqueles

proporcionados:

(a) Segundo planos formais ou outros acordos formais entre uma entidade e

empregados individuais, grupos de empregados ou seus representantes;

(b) Segundo requisitos legais, ou através de acordos setoriais, pelos quais se exige às

entidades para contribuírem para planos nacionais, estatais, sectoriais ou outros

multi-empregador; ou

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(c) Pelas práticas informais que dão origem a uma obrigação construtiva. Práticas

informais dão origem a uma obrigação construtiva quando a entidade não tiver

alternativa realista senão pagar benefícios aos empregados. É exemplo de uma

obrigação construtiva, uma alteração nas práticas informais da entidade que cause

um dano inaceitável no seu relacionamento com os empregados.

4 — Os benefícios dos empregados incluem:

(a) Benefícios a curto prazo dos empregados, tais como salários, ordenados e

contribuições para a segurança social, licença anual paga e licença por doença paga,

participação nos lucros e bónus (se pagáveis dentro de doze meses após o final do

período) e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação,

automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) relativos aos empregados

correntes;

(b) Benefícios pós -emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro

de vida pós emprego e cuidados médicos pós emprego;

(c) Outros benefícios a longo prazo dos empregados, incluindo licença por serviço

prolongado ou licença sabática, jubilação ou outros benefícios por serviço

prolongado, benefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis

completamente dentro de doze meses após o final do período, a participação nos

lucros, bónus e remunerações diferidas;

(d) Benefícios de cessação de emprego; e

(e) Benefícios de remuneração em capital próprio.

5 — Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados quer a

empregados quer aos seus dependentes e podem ser liquidados por pagamentos (ou

o fornecimento de bens e serviços) feitos quer diretamente aos empregados, aos seus

cônjuges, filhos ou outros dependentes quer a outros, tais como empresas de seguros.

6 — Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de

tempo completo, de tempo parcial, permanente, eventual ou temporária. Para os fins

desta Norma, os empregados incluem diretores e outro pessoal de gerência.

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7 — Esta Norma não trata do relato dos planos de benefícios dos empregados.

Benefícios a curto prazo dos empregados (§§ 9 a 23)

9 — Os benefícios a curto prazo de empregados incluem itens tais como:

(a) Salários, ordenados e contribuições para a segurança social;

(b) Ausências permitidas a curto prazo (tais como licença anual paga e licença por

doença paga) em que se espera que as faltas ocorram dentro de doze meses após o

final do período em que os empregados prestam o respetivo serviço;

(c) Participação nos lucros e bónus pagáveis dentro de doze meses após o final do

período em que os empregados prestam o respetivo serviço; e

(d) Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação, automóvel e

bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os empregados correntes.

10 — Uma entidade não precisa de reclassificar um benefício a curto prazo dos

empregados se as suas previsões quanto à data de liquidação se alterarem

temporariamente. Todavia, se as características do benefício se alterarem (por

exemplo, quando um benefício não acumulável passa a ser um benefício acumulável)

ou se a alteração das previsões quanto à data de liquidação não for temporária, a

entidade deve considerar se o benefício ainda corresponde à definição de benefício a

curto prazo dos empregados.

Reconhecimento e mensuração (§§ 11 a 23)

Todos os Benefícios a Curto Prazo de Empregados (§ 11)

11 — Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um

período contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de

benefícios a curto prazo de empregados que espera ser paga em troca desse serviço:

(a) Como um passivo (acréscimo de gasto), após dedução de qualquer quantia já

paga. Se a quantia já paga exceder a quantia não descontada dos benefícios, uma

entidade deve reconhecer esse excesso como um ativo (gasto antecipado) na extensão

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de que o pré -pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futuros

pagamentos ou a uma restituição de dinheiro; e

(b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro exigir

ou permitir a inclusão dos benefícios no custo de um ativo (ver, por exemplo, NCRF

18 — Inventários e a NCRF 7 — Ativos Fixos Tangíveis).

Os parágrafos 12, 15 e 18 explicam como uma entidade deve aplicar este requisito a

benefícios a curto prazo dos empregados na forma de ausências permitidas e de

planos de participações nos lucros e de bónus.

63 - Gastos com pessoal

Nesta conta registam-se as remunerações atribuídas aos elementos que constituem o

pessoal da empresa, os encargos sociais por conta da empresa, os seguros de

acidentes de trabalho e de doenças profissionais, os gastos de caráter social de

natureza obrigatória ou facultativa e o de formação profissional, etc.

631 - Remunerações dos órgãos sociais


Nesta subconta registam-se as verbas ilíquidas correspondentes às remunerações dos

órgãos sociais ou do empresário em nome individual. Podendo dizer respeito a

vencimentos, gratificações, ajudas de custo, senhas de presença, verbas para

representação, etc.

A designação de órgãos sociais, consoante a estrutura organizativa, abrange entre

outros os gerentes, os membros do conselho de administração, do conselho fiscal, da

direção, do conselho geral e da mesa da assembleia-geral.

632 - Remunerações do pessoal


Registam-se nesta subconta as verbas ilíquidas dos trabalhadores da empresa

relativas a:

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- Ordenados e salários (remuneração de trabalho correspondente a uma

importância mensal no primeiro caso e diária ou horária no segundo).

- Remunerações adicionais como ajudas de custo, horas extraordinárias,

gratificações, verbas para representação, prémios e incentivos, abonos para

falhas, comissões a vendedores da empresa, subsídios de refeição e de

deslocações, etc.

242 - Retenção de impostos sobre rendimentos

O n.º 1 do artigo 99.º do CIRS refere que:

“1 - São obrigadas a reter o imposto no momento do seu pagamento ou colocação à

disposição dos respetivos titulares as entidades devedoras:

a) De rendimentos de trabalho dependente,…”

Assim, as empresas são obrigadas a reter uma parte das remunerações, aplicando a

cada trabalhador a respetiva percentagem prevista nas tabelas de retenção. Tal

retenção deverá ser entregue nos cofres do Estado até ao dia 20 do mês seguinte em

que foram deduzidos (n.º 3 do artigo 98.º do CIRS).

Este registo será efetuado na conta:

2421 - Retenção de impostos sobre rendimentos - Trabalho dependente

245 - Contribuições para a segurança social


A movimentação desta subconta tem duas origens:

- Uma à semelhança da anterior, é resultante de uma retenção efetuada à

remuneração do trabalhador sendo, por isso, por ele suportada;

- A outra é já suportada pela entidade patronal que, por lei, é obrigada a

fazer contribuições a favor dos trabalhadores. Este custo é registado na

subconta
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“635 - Encargos sobre remunerações”.

Qualquer uma das importâncias terá como contrapartida a conta “245 -

Contribuições para a segurança social” e como já referido, deverá ser paga até ao dia

20 do mês seguinte a que respeita.

Atualmente a Taxa Social Única é calculada aplicando sobre o valor ilíquido das

remunerações as seguintes taxas:

Descontos do Encargos da

pessoal empresa

Trabalhadores

11,0% 23,75%
Órgãos sociais

Sindicatos
Por solicitação de cada funcionário individualmente, uma entidade deverá reter uma

importância para pagamento das respetivas quotas de sindicato. Para o efeito, poderá

criar-se na conta “278 - Outros devedores e credores” uma subconta para sindicatos,

que será registada a crédito pelos descontos efetuados às remunerações dos

trabalhadores respeitantes à quotização da sua filiação sindical. Esta filiação do

trabalhador é facultativa.

23 - Pessoal
231 - Remunerações a pagar

2311 - Aos órgãos sociais

2312 - Ao pessoal

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O movimento destas contas insere-se no seguinte esquema normalizado:

1.ª Fase - pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro

do mês a que respeitem:

2311 Aos órgãos sociais 63 Gastos com Pessoal

2312 Ao pessoal 631 Rem. dos órgãos sociais

632 Remunerações do pessoal

X1  Xα

2421 Trabalho dependente

X2

245 Contribui. para a Segurança Social

X3

278 Outros devedores e credores

X4

2321/2 Adiant. órgãos sociais/pessoal *

X5

* Quando por qualquer motivo as entidades adiantam dinheiro aos trabalhadores,

por conta de remunerações ou despesas futuras, procede-se à sua regularização no

processamento das remunerações.

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2.ª Fase - pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal),

dentro do mês a que respeitem:

63 Gastos com Pessoal 24 EOEP

635 Encargos sobre remunerações 245 Contr. p/a a Segurança social

Y
Y

3.ª Fase – Pelos pagamentos aos órgãos sociais e pessoal e às outras entidades:

11 Caixa 2311 Aos órgãos sociais


12 Depósitos à ordem
2312 Ao pessoal
Dia x) X1
Dia (final mês) X1
Dia y) X2

Dia w) X3

Dia v) X4 2421 Trabalho dependente

Dia (dia 20 do mês

seguinte) X2

245 Contrib. para a segurança social

Dia (dia 20 do mês

seguinte) X3

278 Outros devedores e credores

Dia (final do mês

seguinte) X4

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EXERCÍCIOS

1.

Considere a seguinte operação, ocorrida em Novembro do ano N, na Sociedade da

Beira Litoral, Lda., com sede em Aveiro.

28/12 – Aviso de lançamento n.º 141/N referente ao processamento de ordenados do

mês de Dezembro:

Valor ilíquido: 50.000,00 €, dos quais 10.000,00 € são relativos aos órgãos sociais.

Descontos de conta do pessoal:

Taxa Social Única 11 % (Trabalhadores e órgãos sociais)


I.R.S. (Taxa Média) 15 %

Descontos de conta da Empresa:

Taxa Social Única 23,75 % (Trabalhadores e órgãos sociais)

Pedido: Elabore os lançamentos completos correspondentes às operações acima

referidas, no Diário Geral.

2.

Da contabilidade da Sociedade Comercial do Douro, Lda., com sede no PORTO,

extraiu-se o Aviso de Lançamento n.º 42, em 30 de Novembro do ano N:

Conhecem-se os seguintes dados, relativos ao processamento:

Descontos:
SEGURANÇA SOCIAL IRS
- Administração 11 % - Administração 975,00 €
- Pessoal 11 % - Pessoal 4.320,00 €

Encargos Patronais SINDICATOS


- Administração 23,75% Pessoal 500,00 €
- Pessoal 23,75%

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A taxa de retenção de IRS referente às remunerações da administração foi de 15% e

do pessoal, 8%.

Pedido: Elaboração dos lançamentos de processamento e pagamento de

remunerações, por transferência bancária, no Diário Geral.

3.

Do processamento de remunerações efetuado pela Empresa Alfa, Lda.,

relativamente ao mês de Outubro do ano N, consta o seguinte resumo:

Remunerações Órgãos Sociais Pessoal

Vencimento base 4 000 44 000

Diuturnidades 200

Isenção de horário de trabalho 600

Prémio de produtividade 300

Subsídio de refeição não sujeito a imposto 400

Descontos Órgãos Sociais Pessoal

Segurança Social (TSU) 11%

IRS 100 1100

Reembolsos de adiantamentos 250

Sindicatos 52

Os encargos sociais patronais estão sujeitos às contribuições normais à taxa de

23,75% relativamente aos Órgãos Sociais e Pessoal, não beneficiando a empresa de

quaisquer dos benefícios previstos na lei.

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