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A MEDIAÇÃO E O FUTURO DA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DO DIREITO

MEDIATION AND THE FUTURE OF THE LAW PROFESSIONAL'S


PERFORMANCE

RAILLAN DIAS DE SOUSA1


ANDREZA ALEXANDRA S. SOUSA2

RESUMO

O presente trabalho tem por tema principal a mediação e o futuro do profissional do Direito,
objetivando dissecar sobre os meios apropriados de resolução de conflito, especialmente
regulamentados na Resolução 125 do CNJ e também presente no Novo Código de Processo
Civil. Evidenciando a importância e a necessidade do estimulo pelas formas consensuais de
resolução de litígios, para sanar o problema de superlotação do judiciário e para dar ao cidadão
a oportunidade de ter uma participação mais ativa no tocante a busca de seus direitos, lhe
proporcionando mais qualidade de vida. Desta forma, ainda veremos que tal ordem jurídica
modificou a rotina e a forma de atuar dos profissionais do Direito. Também destaca-se que o
desafio da adoção dos meios apropriados de resolução de conflito, como melhor forma de
resolução de conflito é constante, já que se trata de um dispositivo legal relativamente novo.
Porém já é possível observar sua contribuição para o meio jurídico, como mostrou a pesquisa
realizada nos dois Cejuscs da cidade de Caxias-Ma. O resultado é conciso ao demostrar que os
estudos e números referentes aos meios apropriados de resolução de disputas são relevantes,
afirmando a crescente importância quanto aos novos meios de resolução de conflitos.
Palavras-chave: Mediação. Resolução de Conflitos. Litígio.

ABSTRACTC

The main theme of this work is mediation and the future of legal professionals, with the purpose
of dissecting on the appropriate means of conflict resolution, especially those regulated in
Resolution 125 of the CNJ and also present in the New Code of Civil Procedure. Highlighting
the importance and the need to stimulate consensual forms of dispute resolution, in order to
remedy the problem of overcrowding in the judiciary and to give citizens the opportunity to
have more active participation in the pursuit of their rights, providing them with a better quality
of life. Thus, we will still see that such legal system has changed the routine and the way of
acting of legal professionals. It is also important to highlight that the challenge of adopting the
appropriate means of conflict resolution, as the best way to solve conflicts, is constant, since it
is a relatively new legal device. However, it is already possible to observe its contribution to
the legal environment, as shown by the research conducted in the two Cejuscs in the city of
Caxias-Ma. The result is concise in showing that the studies and figures regarding the

1 Graduando em Direito pela Faculdade do vale do Itapecuru – FAI, Mediador Judicial. E-mail:
hayllan.heymonf@gmail.com
2 Advogada, mediadora e instrutora de mediação pelo CNJ, especialista em Direito e Processo do Trabalho,

professora na Faculdade do Vale do Itapecuru - FAI. E-mail: andrezaalexandra@hotmail.com


appropriate means of dispute resolution are relevant, affirming the growing importance of the
new means of conflict resolution.
Key-words: Mediation. Conflict Resolution. Litigation.

INTRODUÇÃO

O presente estudo parte da análise da estrutura e desenvolvimento da aplicabilidade


do dispositivo jurídico dos meios apropriados de resolução de disputas, especialmente
regulamentados na Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ e também presente
no Código de Processo Civil de 2015. A partir desse ponto, será apresentado informações acerca
da mediação e da conciliação, pois ambas são vistos como meio efetivo e não apenas
alternativo, para resolução de conflitos.
Atentando para o fato de que nestas novas formas de solucionar litígios, o cidadão
comum poderá atuar ao lado do seu advogado e da equipe de mediadores, para composição de
um acordo. Posteriormente será homologado por um juiz e passível de execução, tornando mais
célere, prático e consecutivamente vantajoso para às partes conflituosas. Proporcionando aos
litigantes a responsabilidade de exercer pessoalmente a jurisdição, papel este do Estado.
Pois quando duas partes resolvem compor um acordo em relação aos seus direitos,
mesmo com ajuda do intermédio de um terceiro, estão estas praticando a jurisdição, pois o
caráter do consensualismo faz dos sujeitos divergentes, protagonistas na hora da formulação do
acordo. São eles que estarão determinando seus direitos, ou mesmo no sentido etimológico da
palavra “jurisdição”, estão dizendo o que lhes cabe legalmente.
A preferência pela escolha do tema se deu, após observar a importância de examinar
a eficácia das formas alternativas de resolução de conflitos, em resolver e ou amenizar o
problema de superlotação nos órgãos do poder judiciário, como também, a possibilidade de
inaugurar uma nova forma de como proceder o profissional do direito, pautada na ética
profissional deste e na educação do cidadão comum. Pois, a mediação e conciliação como meios
de solução de conflitos, proporcionam a população caminhar para o desenvolvimento e
discernimento sobre seus Direitos, para o fácil acesso à justiça, e abandonando a velha cultura
do litígio.
No tocante a problemática da pesquisa, se revela nos altos números de processos
que ingressam diariamente no judiciário, contribuindo para seu abarrotamento e demais
problemas encontrados hoje no órgão. Já no fim do estudo deverá ser respondida à seguinte
questão “Diante de um conflito é mais vantajoso utilizar a mediação ou conciliação do que
outras formas de solução?”.
Como objetivo geral do trabalho é analisar a mediação e o futuro da atuação do
profissional do Direito. Em se tratando de objetivos específicos, serão; expor a cultura do litígio
e o acesso à justiça como fator contributivo para o abarrotamento do poder judiciário; investigar
a mediação como a melhor forma de resolução de conflitos para as causas que forem possíveis;
investigar a importância da intervenção estatal na construção de políticas públicas para a
mediação e analisar a mediação dentro do município de Caxias- MA.
O presente trabalho está subdividido em seis seções, iniciando com uma introdução,
em seguida o trabalho aborda a solução de conflitos na história e a cultura do litígio. Logo
depois, irá tratar da efetividade da garantia constitucional do acesso à justiça como fator
contributivo para a judicialização. A quarta seção, dispõe sobre a mediação, a conciliação e o
profissional da advocacia depois da resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Para
encerrar o desenvolvimento, será explanado sobre a mediação e a conciliação no município de
Caxias- MA e por fim, as considerações finais.
A metodologia empregada ao estudo ocorreu por meio de levantamento
bibliográfico sobre o tema mencionado, onde foi utilizado posicionamentos literários cerca do
tema, desde artigos científicos, legislação pertinente do direito brasileiro, revistas científicas,
jornais e o ensinamento teórico de especialistas da área, podendo citar como exemplo
(SPENGLER, 2012), CABRAL (2017), VASCONCELO (2008). Bem como também uma
pesquisa de campo realizada nos dois Centros Judiciário de Métodos Consensuais de Solução
de Conflitos da cidade de Caxias no Estado do Maranhão. Quanto ao método utilizado nas
pesquisas que dizem respeito ao tema, pode ser observado o emprego do método dedutivo,
atentando para a pesquisa descritiva e quantitativa.

A SOLUÇÃO DE CONFLITOS NA HISTÓRIA E A CULTURA DO LITÍGIO.

Ao tratar da mediação e conciliação, inicialmente é preciso relacionar um paralelo


antecedente sobre as formas da solução de conflito. Em um determinado momento da história,
nas civilizações antigas, a responsabilidade de estabelecer o direito não partia do Estado, mas
sim das próprias pessoas conflitantes. Então, aqueles que de alguma forma se envolvessem em
qualquer conflito, deveriam soluciona-lo por conta própria e da forma que assim fosse possível,
por vezes, prevalecia a brutalidade sobre a razão.
Na medida em que a sociedade foi evoluindo, as relações humanas também foram.
Tendo em vista que o homem é um ser social por natureza e está destinado a conviver em
sociedade, onde deverá se organizar civilmente, devendo estabelecer suas relações sociais,
sejam ideológicas, de trabalho, de comércio, politicas, familiares, emocionais e etc. Toda essa
interação humana pode levar a protagonizar, deste evento muito comum e presente na nossa
sociedade, como também na sua formação como já citado, o litígio.
Antes de apresentar o entendimento sobre o litigio, é interessante começar pelo o
conceito. Segundo Douglas Yarn (1999 p. 113) “O litígio pode ser definido como um processo
ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos
individuais, percebidos como mutuamente incompatíveis”. Em outras palavras, pode-se afirmar
que litígio nada mais é do que uma disputa de interesses qualificada por uma pretensão resistida,
onde está pretensão resistida, nada mais séria do que o desejo de que outra pessoa se submeta
a sua vontade, em busca de um direito qual acredita lhe pertencer.
Para este fenômeno, surge a auto composição como forma de resolução de contendas,
para que se estabeleça a harmonia. Esta foi a primeira forma de resolução de litígios usada pelos
humanos, fundada no consensualismo, que denota a ideia de acordo bilateral de vontades, isso
significa dizer que prevalece a vontade de ambas as partes, por intermédio de uma terceira
pessoa imparcial, e com habilidades técnicas para tal mediador, excluindo o emprego de força
e da coercitividade.
Conforme as sociedades foram se tornando mais complexas, houve o aumento das
relações interpessoais, promovido pelo período de grandes navegações, de colonização.
Consecutivamente o desenvolvimento do mercado e das relações mercantis foram se resultando
naturalmente em conflito. Então, também observando o fato do surgimento de pretensões
contrarias e resistidas, e para a punição daqueles que de forma barbara atentassem contra a
civilidade, criou-se normas de convivência humana, concretizando-se o Poder Judiciário, onde
agora existe um Estado responsável por exercer uma jurisdição afim de zelar pela paz e a
harmonia de seus membros.
Mas isso só aconteceu posterior ao surgimento da teoria da repartição dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, muito bem explanada na obra “Espírito das Leis” de
Montesquieu, especificamente no Século XVII, foi aí que o Estado assumiu o papel de detentor
da jurisdição, ou seja, agente capaz de dizer e de aplicar o Direito, se firmando como uma
organização jurídica responsável por promover a ordem e a paz social, a segurança da
população e o desenvolvimento da sociedade.
As formas de lidar ou resolver os conflitos, configura característica importante para cada
sociedade, no que se refere a todas essas normas operacionais e instituições da própria
sociedade acerca da resolução de conflitos, compõe o que é conhecido por “cultura do litígio”.
Em outras palavras podemos dizer que é o conjunto de normas – individualizando as de cunho
processual - referidas ao manuseio dos conflitos no âmbito jurídico em consonância com os
institutos sociais e psicológicos, que se fazem integrantes de uma seara própria no âmbito
cultural.
Também pode ser entendido como cultura do litígio ou conflito, uma necessidade social
de antepor à análise dos conflitos através da intervenção de um terceiro, no caso da
judicialização o Estado, que se entende como o detentor do poder da coercitividade e da
violência legal. Outrossim, trazendo fidelidade literária à palavra “conflito”, como muito bem
aponta SPENGLER, 2012, p, 45.

Nascido do antigo latim, a palavra conflito tem como raiz etimológica


a ideia de choque, ou a ação de chocar, de contrapor ideias, palavras,
ideologias, valores ou armas. Por isso, para que haja conflito é preciso,
em primeiro lugar, que as forças confrontantes sejam dinâmicas,
contendo em si próprias o sentido da ação, reagindo umas sobre as
outras (MORAIS; SPENGLER, 2012, p. 45).
Tanto é verdade que a expressão “vou te processar” não soa estranho quando ouvida.
Em qualquer que seja a relação, como mencionado a cima (profissional, contratual, emocional,
familiar etc.) esclareceu-se e disseminou-se a possibilidade de avocar o poder judiciário para a
apreciação de direitos, uma legítima forma de resolução de conflito. Por outro lado, levando em
consideração que muitas vezes são ínfimas as reclamações que chegam até o judiciário, é
possível notar a partir daí, a frustrante forma que as pessoas tem de resolver essas desavenças
em suas relações humanas comportamentais, por menores que sejam.
Por vezes, acontece que os meios de viabilidade ou efetividade da jurisdição e do acesso
à justiça, que por sinal será abordado um capítulo mais a frente, são meios pelos quais se tem o
fato transformado em direito (a ação e o processo) tem se tornado instrumento de vingança
pessoal, fazendo com que o judiciário não apenas sirva como mero aplicador de uma lei abstrata
e impessoal, como também de um palco para rixas personalíssimas, cárceres e odiosas. Sem
falar na visão que se instalou sobre a “loteria jurídica”, onde se observa o instituto do dano
moral como uma “indústria” ou melhor dizendo, como uma forma de enriquecimento sem
causa.
No Brasil, bem como nos outros Estados Democráticos de Direito, a garantia do acesso
à justiça ganhou natureza constitucional, se fazendo presente no ordenamento jurídico,
residindo no artigo 5º, inciso XXXV da Constituição da República Federativa do Brasil, que
reza da seguinte forma:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

Já numa seara internacional, também foi encontrado o acesso à justiça contido na


Convenção Interamenricana de Direitos Humanos, em seu Art. 8°, 1, que clara e
indiscutivelmente estabelece da seguinte forma;

Toda pessoa tem direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um
prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza
civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer natureza (Artigo 8º, 1, da Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos - São José da Costa Rica).
Além disso, também foi encontrado este dispositivo jurídico no corpo do Novo Código
de Processo Civil (2015), mais especificamente em seu Art. 3°, que diz” Não se excluirá da
apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, ressalvados os litígios voluntariamente
submetidos à solução arbitral, na forma da lei”.
Sendo assim, todo dispositivo jurídico citado, acerca da democratização da justiça e sua
inafastabilidade, bem como a implementação de normas processuais para estes fins que ainda
será visto, naturalmente compões o que pacificamente denominasse de cultura do litigio.

A EFETIVIDADE DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DO ACESSO A JUSTIÇA,


COMO FATOR CONTRIBUTIVO PARA A JUDICIALIZAÇÃO.

Tudo isso fez com que, a busca da efetividade da garantia constitucional do acesso à
justiça, o Estado tomasse providência, na construção de ações afirmativas capazes de tornar
fácil e célere o ingresso das pessoas no Poder Judiciário, bem como a efetividade à tutela
jurisdicional.
A título de exemplo, pode ser citado algumas leis que foram criadas com essa intenção.
a) Lei Complementar nº 80/94: que criou a Defensoria Pública, permitindo a assistência
jurídica, a garantia da busca pelos direitos humanos e a defesa, em qualquer que seja o grau de
jurisdição, judicial ou extrajudicial, tanto dos seus direitos individuais quanto coletivos, de
forma gratuita aos necessitados (art. 1º); b) Lei nº 1.060/50: que possibilita as pessoas em
situação de extrema pobreza, acessarem o judiciário de forma gratuita, através da concessão da
assistência judiciária (art. 1º); c) Lei nº 9.099/95: qual compõe os Juizados Especiais Cíveis, no
intuito de que sejam processadas e julgadas as causas cíveis que sejam de menor complexidade,
também de forma gratuita etc.
Tendo em vista essas ponderações, pode ser afirmado que a efetividade da garantia
constitucional de acesso à justiça, somada a cultura do litígio, esplanada na seção anterior, estão
intrinsicamente ligadas ao abarrotamento do poder judiciário. Na medida em que a justiça
brasileira está cada vez mais de fácil acesso, reflete facilmente nos números de ações que são
ajuizadas periodicamente.
Números esses que são demostrados no próprio portal do Concelho Nacional de Justiça-
CNJ, que a título de exemplo publicou em seu relatório anual os números de novas ações
ajuizadas no ano de 2018 “Em média, a cada grupo de 100.000 habitantes, 11.796 ingressaram
com uma ação judicial no ano de 2018” (2019, p.84). É importante ressaltar que “Neste
indicador, são computados somente os processos de conhecimento e de execução de títulos
extrajudiciais, excluindo, portanto, da base de cálculo as execuções judiciais iniciadas” (2019,
p. 84)
Perceba que não estamos aqui criticando a efetividade ou a democratização da garantia
constitucional do acesso à justiça, ou a ela tão somente atribuindo todos os problemas que são
hoje encontrados nos órgãos do Poder Judiciário. Na verdade, será abordado a cronologia, indo
desde os primeiros passos, que ocorreram no fim da década de 80, com a promulgação da
Constituição da República Federativa do Brasil, até hoje. Com a necessidade de aprimoramento
pelas outras leis citadas, é possível perceber que também foi um desafio para o Estado, bem
como para os construtores do Direito, tornar efetivo tal dispositivo jurídico, em uma sociedade
tão desigual.
Através da criação de novas leis com a finalidade de aprimorar tal garantia
constitucional, visando sua efetividade, deverá ocorrer a diminuição dos números exorbitantes
de processos que hoje são encontrados no judiciário para despacho. Como exemplo claro de
que, com a intervenção do Estado, através de ações afirmativas e de políticas públicas, que caso
usadas da mesma forma, pode ser elevado ainda mais o reconhecimento destes meios
apropriados de solução de disputas.
Exemplo claro e relevante sobre a necessidade da intervenção estatal, quanto a
modificação dos mecanismos jurídicos, dando ênfase à matéria da mediação, foi a do próprio
Código de Processo Civil de 73 (CPC/73) que em sua vigência, era preciso que o juiz atentasse
para o rito processual legal, não podendo flexibilizar a atuação dos sujeitos processuais. Desta
forma, as partes não tinham maior possibilidade de interação para negociação dentro do
processo, pois este não poderia alterar seu curso processual legal.
Trocando em miúdos, o processo, ou meio judicial em que se transforma o direito em
fato, deveria sempre ser regido pelo Estado, com pouco espaço para modificação pelas partes e
até mesmo pelo juiz, restando evidente a necessidade de alteração da legislação processual,
caso a intenção do legislador fosse algum dia dar vez às formas apropriadas de resolução de
disputas.
Mais tarde, com a criação da lei de número 9.307 de 23 de setembro de 1996,
proposta por Marcos Maciel, decretada pelo Congresso e sancionada Fernando Henrique
Cardoso de Melo, na época Presidente da República, em seguida validada pelo STF, por maioria
absoluta, vigorando efeito em 60 dias. Isso começou a se flexibilizar, era a criação da lei da
Arbitragem, que obteve relevância no direito brasileiro, pois o laudo arbitral ganhou status de
sentença judicial, isso significa que não carecia mais de homologação pelo judiciário, para sua
validade.

A MEDIAÇÃO, A CONCILIAÇÃO E O PROFISSIONAL DA ADVOCACIA DEPOIS


DA RESOLUÇÃO 125 DO CNJ.

Como já mencionado, a mediação e a conciliação, como também a arbitragem, são


comumente conhecidas como meios alternativos, ou extrajudiciais, de resolução de conflitos,
ou até meios extrajudiciais de resolução de contendas.
As formas de resolução consensual de conflito já é uma realidade em todo o país, e para
que haja compreensão sobre as formas de solucionar as divergências, é necessário conceituar
cada uma delas. Como delimita está seção, será explanado o conceito da mediação e a
conciliação. Então, para VASCONCELOS, que se refere a Mediação e Conciliação como
“Meios de Resolução Apropriada de Disputas” (2008, p. 36). Cabe esclarecer que os conceitos
e diferenciações aqui apresentados sobre a mediação e conciliação, certamente são aqueles que
demonstram ser mais completos e adequados.
A Mediação “É uma forma de autocomposição dos conflitos, com o auxílio de um
terceiro imparcial, que nada decide, mas apenas auxilia as partes na busca de uma solução.
(BUITONI, 2006.) Ou como bem menciona NAZARETH:

Um método de intervenção de litígios, aplicado por uma terceira pessoa, de


quem se espera imparcialidade e conhecimento adequando quanto as técnicas
usadas, onde se visa restabelecer a conversa progressiva entre os agentes
litigiosos que se mostram em um impasse, auxiliando-as a chegarem a
composição de um acordo (NAZARETH, 1998. p. 45)

Ao passo que a Conciliação, tem conceito inclusive parecido ao da Mediação, pode-se


dizer que é um esforço das partes para a resolução de litígios, usando também da intervenção
de um terceiro, o conciliador, que de forma imparcial apontará uma solução ao conflito,
opinando propostas quando as partes não conseguirem um entendimento.
A diferença básica é a intervenção do conciliador na proposição da solução, o que não
tem na mediação, onde as partes são responsáveis na determinação das soluções. Neste método,
as partes continuam com sua autonomia no que diz respeito à solução proposta, ou seja, aceitam
se quiserem, pois, o conciliador apenas propõe saídas, quem decide são as partes de acordo com
a conveniência para as mesmas.
A mediação vem do latim “mediare”, que significa dividir, repartir em duas partes de
maneira igual, ou seja, dá a ideia de que quem media divide ganhos e perdas em partes iguais;
logo, o conceito mais utilizado de mediação estabelece que ela é um meio extrajudicial de
resolução de conflitos, em que um terceiro é chamado para tentar auxiliar as partes a chegarem
a uma solução ou a um acordo (CACHAPUZ, 2006).
Para VASCOCELOS, a Conciliação:

É um modelo de mediação focado no acordo. É apropriada para lidar com


relações eventuais de consumo e outras relações casuais em que não prevaleça
o interesse comum de manter um relacionamento, mas apenas o objetivo de
equacionar interesse material. (VASCOCELOS, 2008 p, 39)

A etimologia é uma palavra que origina do termo concílio, advindo do latim concilium
que, segundo os romanos, significa um grupo de pessoas reunidas, uma reunião de conselheiros.
Concilium que origina dos termos latinos “com”, que é o mesmo que “juntos”, e “calare”, que
é o mesmo que “chamar”, de “convocar” ou de “conclamar”. Para SOARES:

É um método alternativo utilizado para a resolução de conflitos, presidida por


um conciliador, imparcial que deverá auxiliar as partes, sugerindo propostas de
acordo, devendo controlar as negociações para que haja uma boa solução do
litígio. O conciliador tem por objetivo fazer sugestões de acordo que melhor
atendam às necessidades das partes (SOARES; PEREIRA, 2012)

Na mediação, o que se quer é recuperar o diálogo entre as partes, sanar possíveis ruídos
que podem estar impedindo a conversa delas. Desta forma, elas são quem tem o poder de
decisão. As técnicas da abordagem do mediador devem primeiramente reestabelecer o diálogo
para que em outro momento o conflito possa ser tratado. Na mediação não carece de
interferência ou intervenção, as partes conflitantes chegam a um acordo por elas mesmas, se
fazem construtoras de suas próprias soluções.
Os conflitos que envolvem família e vizinhança, a título de exemplo, por vezes são
resolvidos simplesmente por se sanar os ruídos de comunicação que há entre elas, estabelecendo
um diálogo respeitoso entre as partes.
Ao passo que a conciliação é mais adequada quando se tem uma vista mais clara quanto
ao litígio, ao problema que assola os envolvidos. A consequência é indiscutivelmente e
visivelmente a real causa do conflito, não havendo ruídos na comunicação, as partes têm
conversa estabelecida, não é isto que as impede de terem uma conduta positiva. Ao contrário
do mediador, o conciliador deve ter e usar de sua prerrogativa para sugerir um acordo entre
elas, sempre usando de imparcialidade. Sugestão de acordo está, que poderá ser acatada pelas
partes ou não.
É importante ressaltar que apesar de inicialmente à lei de nº 13.105 de 16 de março de
2015, ter sido o mecanismo jurídico que veio estabelecer de fato e regulamentar os meios
apropriados de resolução de disputas, porém na própria Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, em seu Preambulo, já trouxe de forma sutil o assunto.

Nós representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir em Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacifica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."
(BRASIL, 1988, Vade Mecum, Saraiva, 2018. P. 4) (grifo nosso)
Apesar das discussões que giram em torno da não incidência do Preambulo da CRFB/88
como dispositivo legal, por se tratar apenas de um Preambulo e não do corpo da lei, não se
pode desconsiderar o fato inicial da sua necessidade e de sua preocupação como legislador,
de voltar os olhos dos construtores do Direito, bem como, da sociedade em geral para as
formas apropriadas de resolução de disputas, que mais tarde se moldariam na resolução 125
do CNJ e na lei do Código de Processo Civil de 2015.
Desta forma, deve ser observada a possibilidade de doutrinadores vir a escrever sobre a
mediação e conciliação posterior ao ano de promulgação da nossa CRFB/88, teve como base
ou escopo está parte do Preambulo da Constituição Federal, traçando uma linha do tempo das
formas apropriadas de resolução de disputas no país.
A mediação/conciliação, começou a ganhar visibilidade legislativa no ano de 1998, por
intermédio de um Projeto de Lei da Deputada Zulaiê Cobra, que se desenvolveu e acabou
resultando em um Projeto de Lei, no Senado Federal. Esse marco acabou se concretizando em
2010, com a edição da Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça, versando sobre a
política judiciária nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do
Poder Judiciário, como ainda mencionaremos nesta seção. Para Marcato:

Tamanha foi a importância da Resolução, que passou a ser considerada como


marco legal para a política pública judiciária, pela qual a resolução consensual
dos conflitos seria paulatinamente organizada na sociedade civil a partir do
próprio Poder Judiciário. (MARCATO, 2016, p 17)

A Resolução supracitada estabeleceu que os Tribunais devem criar Centros Judiciários


de Solução de Conflitos e Cidadania, ou mesmo como foram chamados de Centros, onde deve
acontecer as audiências de conciliação e mediação que estão a cargo dos profissionais da
conciliação e mediação judicial, ou seja, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, visou que estas
audiências de autocomposição conduzidas por conciliadores e mediadores judiciais, fossem
feitas em um local diverso da sede das Varas ou Juizados Especiais.
Isso pode ser encontrado no caput do artigo 8º da Resolução nº 125/2010:

Para atender aos Juízos, Juizados ou Varas com competência nas áreas cível,
fazendária, previdenciária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis e
Fazendários, os Tribunais deverão criar os Centros Judiciários de Solução de
Conflitos e Cidadania (“Centros”), unidades do Poder Judiciário,
preferencialmente, responsáveis pela realização das sessões e audiências de
conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, bem
como pelo atendimento e orientação ao cidadão.(BRASIL, 2010)

É importante trazer ao texto que o CPC de 2015, atento à Resolução nº 125/2010, em


seu artigo 165, caput, também estabeleceu que “Os Tribunais devem criar Centros Judiciários
de Solução Consensual de Conflitos responsáveis pela realização das sessões de conciliação e
mediação” onde os chamou de (CEJUSCs). E determinou que a composição e a organização
dos CEJUSCs fossem definidas pelo respectivo Tribunal (TJ ou TRF), observadas as normas
do Conselho Nacional de Justiça (Art. 165, § 1º)

Isso porque, especialistas afirmam que a existência de um espaço físico destinado


unicamente para a realização dessas atividades conciliatórias, acaba por dilatar as chances de
sucesso da solução da disputa, tendo em vista que minimiza o aspecto de litigância e dispensa
todas as formalidades conhecidas pelas audiências que são feitas dentro das paredes dos órgãos
do Poder Judiciário, desarmando as partes até mesmo de forma psicológica, afim de facilitar a
resolução consensual da controvérsia.
Isso claramente muda a rota dos advogados, literalmente, bem como sua forma de
proceder, já que antes da referida Resolução, era ao judiciário que estes se dirigiam e ou se
deslocavam para iniciarem um trâmite processual, devendo agora se dirigirem aos
Centros/CEJUSCs, para assistirem a seus clientes em audiências pré-processuais como
estabelecido na redação da referida Resolução.
A profissão da advocacia e suas restrições éticas de exercício, são guiadas pela Lei de
nº 8.906/1994, que versa sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil
(EAOAB).
Prevendo que a advocacia fosse utilizada em desprestígio do anseio da coletividade,
através de práticas como a de tráfico de influência e captação indevida de clientela e para evitar
tais práticas, os artigos 27 a 30 do EAOAB, dispuseram sobre um mecanismo de vedação a
atividade da advocacia em dois graus divergentes: impedimentos e incompatibilidades.
O artigo 27 do EAOAB basicamente versa sobre incompatibilidade, determinando a
proibição total da advocacia, e o impedimento, que estabelece proibição parcial da atividade da
advocacia.
As causas de incompatibilidade estão postas no artigo 28, e as de impedimento no artigo
30, também do EAOAB.
Sobre as hipóteses de incompatibilidade, é importante destacar a parte primeira do
inciso IV do artigo 28, que reza sobre a proibição do exercício da advocacia aos “ocupantes de
cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário”. Já
que a Resolução 125/CNJ denominou os mediadores como Auxiliares da Justiça. Desta forma,
surgindo um questionamento a respeito da possibilidade ou não, do profissional da advocacia
pode também ocupar o cargo de conciliador/mediador judicial, fazendo com que a Ordem dos
Advogados do Brasil, o Concelho Nacional de Justiça e o Poder Judiciário se manifestassem a
respeito disso, já que antes da vigência do NCPC/2015, não havia nenhuma lei que
regulamentasse sobre a possibilidade da atividade da advocacia em consonância com o posto
de mediador e conciliador judicial.
O único medidor jurídico que poderia neste caso, ser avocado para embasar tal tese,
eram as leis que regulamentavam os Juizados Especiais, que permitiam o exercício da advocacia
aos juízes leigos, (Art. 7° § Ú, da Lei n° 9.099/1995 e Art. 15, § 2° da Lei n° 12.153/2009).
Porém, obviamente, omissas quanto a sintonia da atividade advocatícia e da mediação.
Tornando questionável a vedação da atividade advocatícia para os mediadores que diferente de
um Juiz leigo, ocupam posto mais simples e que menos se moldam nas características de
incompatibilidade disposta no artigo 28 do EAOAB.
Então veio a redação do CPC/2015, que levando em consideração a regulamentação e a
importância da matéria da mediação, exposta na Resolução 125/2010, logo em seus artigos
primeiros (art.3º, §§ 2º e 3º), o CPC/2015, iluminou sobre a obrigação do Estado de promover,
sempre que possível, a solução consensual dos conflitos, Além do que, discriminou um capítulo
inteiro (Capítulo V, Título I, do Livro I da Parte Especial) somente para dissecar sobre audiência
de conciliação e mediação. Posteriormente no corpo do CPC/2015, reforçou o Art. 139. “A
solução consensual dos conflitos deve ser promovida pelos juízes” (Art. 359, caput) também
reza que “devem eles inclusive, ao instalar a audiência de instrução e julgamento, tentar
conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outras formas de
autocomposição de litígios”. Mas foi em seu artigo 167, parágrafo 5º, que com relação ao
impedimento tratado no Código de Ética da OAB discriminou sobre o tema nos seguintes
moldes: “Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados,
estarão impedidos de exercer a advocacia nos Juízos em que desempenhem suas funções”.
Esclarecendo então, a vedação apenas parcialmente do exercício da advocacia aos
conciliadores e mediadores judiciais, impossibilitando-os da advocacia apenas na unidade em
que atuarem como conciliadores e mediadores. Esta regra cuidou de evitar que a convivência
laboral do conciliador e mediador judicial com o juiz togado e sua equipe, proporcione-lhe
qualquer tipo de favorecimento no exercício da advocacia. Além do mais, também buscou evitar
a captação indevida de clientela e o que chamado de concorrência desleal na advocacia.

A MEDIAÇÃO DENTRO DO MUNICIPIO DE CAXIAS-MA

Em 20 de outubro do ano de 2013 foi firmado um convênio entre o Tribunal de Justiça


do Estado do Maranhão e a Faculdade do Fale do Itapecuru-FAI, visando a instalação e
funcionamento do 1° Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, na
cidade de Caxias no Estado do Maranhão, atendendo as exigências previstas no provimento
n°1892/2011, do Conselho Superior de Magistratura, bem como em consonância com a
Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça. Em seu ano de criação o órgão esteve sob
supervisão da professora mediadora e instrutora de mediação pelo CNJ, Andreza Alexandra
Soares Sousa.
Apenas no ano de 2019, já sob a supervisão da Bacharela em Direito e mediadora,
Rafaela Rodrigues Alves Costa de Alencar, o relatório anual do 1° CEJUSC da Faculdade do
Vale do Itapecuru-FAI, em Caxias no Maranhão, demostrou a realização de 276 (duzentas e
setenta e seis) audiências de mediação e conciliação realizadas com acordo.
Em seguida, em 21 de outubro do mesmo ano (2013), foi a vez da implantação do 2°
Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, no mesmo município,
também através de um convênio firmado entre o Tribunal do Estado juntamente com o Centro
Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão-UniFacema. O órgão contou inicialmente
com a supervisão dos professores mediadores, Samuel Pereira Sousa (manhã) e Patrícia
Fernanda Soares Ximenes (tarde).
Já no ano de 2019, sob a supervisão exclusiva da professora Patrícia Fernanda Soares
Ximenes, o relatório anual do 2° CEJUSC de Caxias-Ma, apresentou o resultado de 116 (cento
e dezesseis) audiências realizadas com acordo.
Diante dos números expostos, pode ser afirmado a importância da criação dos
Centros/CEJUSCs, como também a efetividade dos meios apropriados de resolução de disputas,
almejada pela legislação aqui apresentada, já que na Cidade de Caxias no Estado do Maranhão
apenas no ano de 2019, os dois Centros Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos, realizaram juntos 392 (trezentas e noventa e duas) audiências de mediação e
conciliação com sucesso.
Desta forma, a partir dos números aqui mostrados, com relação as audiências de
mediação e conciliação realizadas no município de Caxias-Maranhão no ano de 2019, podemos
notar a crescente mudança que vem ocorrendo na cultura do litígio dentro do município,
fazendo com que as pessoas busquem os meio apropriados de resolução de disputas antes de
optarem pela judicialização.

Com base na pesquisa vimos que, foram quase 400 (quatrocentos) processos que não
tramitarão no judiciário, quantidade essa de processos que foram resolvidos em sua fase pré
processual como prevê a resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça, o que nos leva as
vantagens que os novos meios de resolução de conflitos podem trazer a uma sociedade,
distanciando as partes conflituosas do ambiente do poder judiciário, as poupando dos gastos
econômico, da morosidade e de todo e qualquer desgaste físico e emocional que envolvem este
processo de judicialização, as tornando protagonistas na hora da resolução de seu conflito,
contribuindo significativamente para a não superlotação do Poder Judiciário, consecutivamente
proporcionando qualidade de vida para seus munícipes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo aponta para a conquista de novas formas de agir através dos meios
culturais de solucionar conflitos, diante de uma sociedade que se estruturou com a visão de uma
cultura litigiosa e posterior de fácil acesso à justiça, contribuindo para a abarrotamento do
judiciário. Como apresentado, agora, é mais interessante no processo de busca por Direitos, no
momento em que se está diante de pretensões contrarias, que as próprias partes, possam optar
por meios mais apropriados de resolução de disputas, numa escolha civilizada e vantajosa na
hora de resolver contendas, dispensando a morosidade, os gasto econômico demasiado, bem
como o desgaste físico e psicológico de um processo judicial, afirmando a mediação como
melhor forma de resolução de disputa.
Da mesma forma os profissionais do Direito também possam a direcionar aqueles que
os avocarem, para o caminho da mediação sempre que possível, ou no mínimo informar para
os clientes sobre todas as formas de resolver conflitos deixando que o seu cliente escolha por
qual via seguir, cumprindo assim o disposto na legislação aqui apontado.
Diante da evolução histórica da mediação e conciliação foi possível ver que a CRFB/88,
mostrou iniciativa para o desenvolvimento destes meios, bem como posteriormente a Resolução
125 do Conselho Nacional de Justiça surgiu como marco legal para a matéria, tratando de
regulamentar a profissão de mediador judicial e intitulá-los auxiliares da justiça, estabelecendo
a criação dos Centros, demostrando cuidado separado do judiciário. Em seguida reafirmado no
Código de Processo Civil de 2015, desta forma, o construção legal do instituto da mediação
obriga os advogados bem como os demais profissionais do Direito, a promoverem essas
modalidades de solucionar contendas, para que se familiarizem a criar instrumentos próprios,
ou em consonância com a mediação, para a melhoria do desempenho do exercício da profissão.
Restando estabelecida denotada mudança necessária e exigida, para o engajamento do
profissional do Direito, para o futuro das formas de resoluções apropriadas de disputa. Drástica
mudança de comportamento, advinda da aceitação destas novas normas que conduzirão os
procedimentos no judiciário, agindo de forma menos formalista, e atentos à relevância das
novas técnicas de solução de disputas elencadas pelo Conselho Nacional de Justiça e pela
legislação brasileira, que estabeleceram uma nova maneira de proceder para estes profissionais.
Também restou clara a necessidade e importância do Estado, com relação a sua
necessidade e responsabilidade de realizar ações afirmativas adequadas e o suporte financeiro
preciso para que o novo sistema de resolução apropriada de disputas alcance os pontos
propostos, no constante anseio da construção de uma sociedade igualitária, pacificadora e com
qualidade de vida, em consonância com os preceitos pacifica e indiscutivelmente estabelecidos
na Constituição da República Federativa do Brasil, sobre cidadania e a dignidade da pessoa
humana.
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