Analise Horizontal e Vertical

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Analise das Demonstrações Contábeis

Profa.: Fernanda M. F. Frossard

Analise das Demonstrações


Financeiras - 2023
INTRODUÇÃO

ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pela
empresa, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras.

Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição


passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

A análise de balanços é considerada por alguns autores como “uma arte”, pois, apesar
das técnicas desenvolvidas, não há um critério ou metodologia formal de análise válidos
nas diferentes situações e aceitos unanimemente pelos analistas. Dessa forma, torna-se
impossível estabelecer uma seqüência metodológica ou instrumental científico capazes
de fornecer diagnósticos sempre precisos da empresa (ASSAF NETO). Isso faz com que
os indicadores de análise sejam vistos de maneira particular por quem faz a análise,
sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do
analista.

Dois analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre a mesma empresa, mesmo
tendo trabalhado com os mesmos dados e utilizados as mesmas técnicas de análise. Isso
significa que cada analista concentra-se nas demonstrações financeiras da sociedade,
das quais extrai suas conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma
(ou influencia) decisões com relação a conceder ou não crédito, investir ou não em seu
capital acionário, alterar determinadas políticas financeiras, avaliar se a empresa está
sendo bem administrada, identificar sua capacidade de solvência (se irá falir ou não),
avaliar sua lucratividade ou se tem condições de saldar suas dívidas com recursos
gerados internamente etc.

INSUMOS BÁSICOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS

Os insumos necessários ao processo de análise de balanços são os relatórios contábeis


elaborados periodicamente pelas empresas.

Os relatórios contábeis distinguem-se em obrigatórios e não obrigatórios.

Obrigatórios são aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos
como “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.

A atual Lei das Sociedades por Ações determina que ao final de cada exercício social
(12 meses) toda empresa deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade,
as seguintes demonstrações contábeis:
 Balanço Patrimonial;
 Demonstração do Resultado do Exercício;
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou das Mutações do
Patrimônio Líquido;
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos ( atualmente opcional)
 Atualmente o Fluxo de Caixa se tornou obrigatório para as empresas S.As.
capital aberto

Todos que trabalham com análises, principalmente os contadores sabem que as


demonstrações financeiras geradas no departamento de contabilidade trazem um volume
muito grande de dados.

Esses dados representam a matéria-prima do setor p/o Administrador Financeiro que, de


posse deles os transformam em informações úteis para tomadas de decisões.

Os dados representam os números ou descrições de objetos ou adventos que,


isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor.

Ou seja, podemos defini-los como a matéria-prima necessária à obtenção de um


produto denominado informação.

As informações representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode


produzir reações ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito surpresa.

Em um exemplo podemos dizer que numa partida de futebol da sel. Brasileira x sel.
Boliviana teve uma renda de R$ 286.400,00 e 36.000 pagantes, isso seria um dado, já
com a divisão da arrecadação pelo n.º de pagantes obteríamos o preços médio por
ingresso o que já se transformou em informação.

As demonstrações financeiras publicadas no DCI, Gazeta Mercantil e outros podem


representar uma infinidade de números que são dados.

Na publicação vem o Balanço, o DRE, o DOAR, Demonstração das Mutações do P.


Líquido, todos eles com muitos números (dados) importantes, porém, em excesso uma
vez que nós, em uma análise muitas vezes desejamos saber apenas se a empresa poderá
ou não receber créditos.

Esse pode ser um importante e justificado motivo para se transformar parte desses
dados em informações capazes de levar os dirigentes da empresa a uma decisão.
O INÍCIO DA ANÁLISE

O Contador
A função básica do contador é compilar os dados decorrentes das operações da
empresa mediante os registros contábeis. E suas matérias-primas, são os fatos de
significado econômico-financeiro expressos em moeda e os seus produtos finais são as
demonstrações financeiras.

O analista
O analista de balanços por sua vez preocupa-se com as demonstrações financeiras, que
necessitam ser transformadas em informações, que permitam concluir se a empresa
merece ou não crédito, se é lucrativa, se possui dívidas acima de sua capacidade, se vem
evoluindo ou regredindo ou até mesmo se sobreviverá ou irá a falência.

Linguagem
O resultado da análise de balanços é demonstrado através de relatórios escritos em
linguagem descomplicada, com uso de gráficos representativos como auxiliares,
objetivando simplificar as conclusões mais complexas. Devem ser elaborados como se
fossem destinados a leigos mesmo que não o sejam.

Deve-se ter o cuidado de não elaborar relatórios cheio de dados ao invés de


informação, que é o produto esperado pela alta direção da empresa, estes sempre irão
querer decidir com base nas informações obtidas, fornecidas pelos analistas sem a
necessidade de interpretar índices ou gráficos mirabolantes.

O que realmente vai interessar à alta administração serão os comentários objetivos


sobre a situação da empresa.

O QUE INCLUIR NO RELATÓRIO

Ao invés de apresentar um relatório cheio de dados numéricos, devemos apresentar


informações como, por exemplo:

“O grau de endividamento da empresa encontra-se em nível razoável em relação ao


ramo de atividade; entretanto, vem crescendo de maneira indesejável, pois há dois anos
podia ser considerado bom”.

A composição do endividamento mostra um perfil de dívida insatisfatório devido à


excessiva participação das obrigações de curto prazo. Já a liquidez da empresa pode ser
considerada boa”.
PODE SE LISTAR INFORMAÇÕES DO TIPO:

- Situação financeira;
- Situação econômica;
- Desempenho;
- Eficiência na utilização dos recursos;
- Pontos fracos e fortes;
- Tendências e perspectivas;
- Quadro evolutivo;
- Adequação das fontes às aplicações de recursos
- Causas das alterações na situação financeira;
- Causas das alterações na rentabilidade;
- Evidência de erros da administração;
- Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

GRUPOS DE INTERESSE
- Diretores/Acionistas;
- Clientes;
- Fornecedores;
- Instituições financeiras (instituições de crédito, bancos, corretoras de valores,
etc.)
- Governo.

USO DA INFORMAÇÃO

A informação, produto da transformação dos dados obtidos através das demonstrações


financeiras fornecidas pelo departamento de contabilidade.

São utilizadas por todos os grupos de interesse relacionado para os mais diferentes fins.

EXEMPLOS:

Diretores/Acionistas – Estes se interessam pelo desenvolvimento geral da empresa,


mais precisamente no que diz respeito ao desempenho, aos resultados obtidos, ao grau
de endividamento, a lucratividade, aos prazos de pagamentos, aos prazos de
recebimentos etc.

Clientes – Estes se preocupam principalmente com nossa capacidade de dar


continuidade no processo de fornecimento de materiais necessários à fabricação de seus
produtos.
Fornecedores – A preocupação dos fornecedores reside na capacidade da empresa em
honrar seus compromissos nos prazos acertados.

Instituições Financeiras – Idem fornecedores.

Governos – Este é o sócio de todas as pessoas jurídicas e físicas, pelo menos na hora de
computar o lucro tributável (importo de Renda).

METODOLOGIA DE ANÁLISE

“Toda análise baseia-se no raciocínio científico”.

Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisão obedece alguma seqüência


como segue:

Etapas:
1. Escolha de indicadores
2. Comparação com padrões
3. Diagnóstico ou conclusões
4. Decisão

Obs.: Todos os tipos de profissionais têm um padrão estatístico ou não para comparar
níveis satisfatórios para dar sustentação a suas decisões. A análise se compõe através
das três primeiras etapas.

O médico, por exemplo, tem um padrão de reações estatisticamente elaborado para


suportar seus diagnósticos.

O advogado se ampara na lei, na jurisprudência e em comentários jurídicos para


defender suas causas.

Em análise de balanços, o raciocínio é aplicado da mesma forma:

1. Extraem-se índices das demonstrações financeiras.


2. Comparam-se os índices com os padrões;
3. Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusão;
4. Tomam-se decisões.

Quando esta seqüência não é obedecida a análise fica prejudicada.

As vezes, por falta de padrões ou por não se saber construí-los, deixam-se de fazer
comparações e a análise fica comprometida por falta de elementos de referência.
TÉCNICAS DE ANÁLISE

Análise através de índices

As atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações


sobre a empresa.

Existem hoje, muitos índices surgidos de 1915 até então. Porém, com o passar do
tempo, seguindo a tendência natural da sociedade, as técnicas vêm se aprimorando,
sofrendo refinamentos como objetos de estudos nas universidades.

A principal preocupação dos índices de balanço é possibilitar avaliação de forma


genérica sobre diferentes aspectos da empresa em análise, sem profundidade, que é
alcançável através de outras técnicas adiante.

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

As duas devem ser utilizadas conjuntamente e servem para complementar as análises


por quocientes.

Elas são mais detalhadas, envolve todos os itens das demonstrações e revelam falhas
responsáveis por anomalias encontradas.

VERTICAL – também chamada por análise por coeficientes, é aquela através da qual
se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto.
Evidencia a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.

Exemplo:
Em uma DRE onde as Despesas Administrativas são R$ 257.000 e a Receita
Operacional é R$ 1.480.000:

X= R$ 257.000 x 100 = 17%


R$ 1.480.000

HORIZONTAL – também denominada por alguns analistas como análise por índices,
tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao
longo do ano.

Por meio deste tipo de análise, é possível acompanhar o desempenho de todas as contas
que compõe a demonstração analisada.

ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios, é possível construir um


modelo de análise dos investimentos e financiamentos do Capital de Giro, de grande
utilidade gerencial, bem como para avaliação da capacidade de administração do Capital
de Giro por parte da empresa.

MODELO DE ANÁLISE DE RENTABILIDADE


ANÁLISE DO ROI (RETORNO OPERACIONAL DOS INVESTIMENTOS)

Esse tipo de análise, desenvolvido há cerca de 50 anos, é ainda instrumento de grande


utilidade na análise interna ou externa da empresa.

Permite ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa de


rentabilidade de uma empresa e explicam quais os fatores que levaram ao aumento ou à
queda de rentabilidade.

Permite ainda, identificar as alternativas para modificações da rentabilidade quando esta


estiver em estudo.

ANÁLISE DA “ALAVANCAGEM FINANCEIRA”

O significado da “alavancagem financeira” (Financial Leverage, em inglês) está


correlacionado ao Capital de terceiros.

Quando a alavancagem ou o grau de alavancagem é maior do que 1, o endividamento


tem um efeito de alavanca sobre o lucro que é levado para o acionista.

Por comparar o custo das diferentes alternativas de capital de terceiros com o custo do
capital próprio, a análise da “alavancagem financeira” é imprescindível para as decisões
de subscrição de ações e muito recomendável nas decisões de financiamento de longo
prazo.

ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS E DO


FLUXO DE CAIXA.

A partir das demonstrações financeiras levantadas em 31.12.78, a Demonstração das


Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), começou a ser divulgada, no Brasil, por
determinação da Lei n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), atualmente é um
demonstrativo opcional, deixando de ser obrigatório e passando o fluxo de caixa para
um contexto obrigatório, devido o fluxo de caixa ser mais simples para os profissionais
de outras áreas conseguir analisar seus resultados.

Utilizando os dados da DOAR, pode-se construir a Demonstração do Fluxo Líquido de


Caixa, cuja análise é a última palavra sobre a situação financeira da empresa e sobre sua
gestão de caixa, de

ANÁLISE PROSPECTIVA
A análise de balanço é realizada com base em dados contidos em demonstrações
financeiras passadas.

O pensamento é de que analisando o passado, pode-se ter idéias do futuro, supondo-se


que o comportamento da empresa não se altere. Esse é um raciocínio dominante em
grande parte do mundo.

USOS E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS

Saber analisar balanços está se tornando uma necessidade para grande número de
pessoas.

Um dos elementos mais importantes na tomada de decisões relacionadas a uma empresa


é a análise das suas demonstrações financeira.

O Diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa Análise de
Balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de
imediato, apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas.

A política financeira de uma empresa tem reflexo nas demonstrações financeiras e é


através da sua análise que se pode conhecer os seus objetivos.

A análise de balanços é fundamental para quem pretende relaciona-se com a


empresa.

A análise de balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa


analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.

Cada usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa.

FORNECEDORES

O fornecedor de materiais ou serviços precisa conhecer a capacidade de pagamento de


seus clientes, ou seja, a sua liquidez.

A profundidade da análise do fornecedor depende da importância do cliente. (valor


negociado).
CLIENTES (COMPRADORES)

Raramente o comprador analisa a situação do fornecedor.

O cliente deve se preocupar mais é em caso de contrato de fornecimento de materiais ou


serviços considerados essenciais para a sua produção.

Nestes casos, preocupando-se com o aspecto de continuidade, deve proceder análise


mais aprofundada.

BANCOS COMERCIAIS

Esses bancos que trabalham com créditos de curto-prazo, preocupam-se com o grau de
endividamento do cliente e sua rentabilidade e capitalização.

BANCOS DE INVESTIMENTOS

Estes se preocupam muito mais com análise de tendência e fazer previsões, que é muito
mais importante para o banco de investimento. Ou seja, eles estão mais preocupados é
com a situação futura da empresa.

CORRETORAS DE VALORES

Concede empréstimos às construtoras e sua análise está entre um banco comercial e um


de investimento.

SOCIEDADES FINANCEIRAS

Créditos diretos a consumidores. Essas sociedades necessitam conhecer a capacidade


financeira de seus clientes (tomadores).

CORRETORAS DE VALORES E PÚBLICO INVESTIDOR

Esses, como agentes investidores, preocupam-se com o aspecto da valorização das


ações.

CONCORRENTES

Esta análise é de vital importância, para conhecimento profundo da situação de seus


concorrentes, e pode ser um fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado.
DIRIGENTES

A análise de balanços, para os administradores da empresa é instrumento importante


(complementar) para a tomada de decisão.

A análise de balanços pode servir de guia para os dirigentes.

GOVERNO

O governo utiliza análise de balanços em diversas situações. Por exemplo, as


concorrentes de concorrência pública.

ACOMPANHAMENTO DE CLIENTES E FORNECEDORES

Muitas empresas e até mesmo bancos, quebram simplesmente por não acompanhar a
situação de seus clientes/fornecedores periodicamente, faz análise inicial e depois
esquece.

QUESTÕES
1. Qual a diferença entre dado e informação?
2. Que relação se pode estabelecer entre a Contabilidade e a Análise de Balanços?
3. Que características devem ter um bom relatório de Análise de balanços?
4. Quais a etapas básicas do processo de Análise de Balanços?
5. Relacione os principais usuários de Análise de Balanços e por quê?
6. Quais as áreas internas de uma empresa que elaboram Análise de Balanços?
Detectar os objetivos a que se propõe tal análise.
7. Para que um fornecedor faria análise de balanços de nossa empresa? Justifique.
8. Quais os objetivos da análise de balanços?
9. O que análise vertical?
10. O que é análise horizontal?

EXERCÍCIO PRÁTICO

1. Faça um relatório sobre a história da Análise de balanços.

2. Quase toda a política financeira de uma empresa tem reflexo nas Demonstrações
Financeiras e é através destas que poderemos conhecer os objetivos de cada uma.
Estas informações são de especial relevância em mercados muito concorridos.
Suponha que você tivesse ingressado no cargo de assistente financeiro de uma
loja de departamentos e a sua função fosse a de acompanhar os concorrentes.
Elabore um breve relatório dizendo o que planeja realizar na sua atividade.
PADRONIZAÇÃO
DAS
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS –
“As demonstrações financeiras devem ser preparadas para análise, da mesma forma
que um terreno deve ser preparado e modelado para a construção de um prédio”.

Antes de iniciar a análise, deve-se examinar detalhadamente as demonstrações


financeiras.

Este trabalho consiste em uma crítica às contas das demonstrações financeiras e na


transcrição delas para um modelo previamente definido. A isto, dá-se o nome de
“Padronização”.

A padronização tem como objetivo, trazer as demonstrações financeiras a um padrão de


procedimentos e ordenamento na distribuição das contas, visando diminuir as diferenças
nos critérios utilizados pelas empresas, na apresentação de tais demonstrações. Outro
objetivo é fazer com que as demonstrações atendam às necessidades de análise e sejam
apresentadas de forma simples de visualizar e fácil de entender, isto é, de correlacionar
os diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que
esteja procedendo a análise.

O primeiro passo para análise é verificar se estamos de posse de todas a DF’s (inclusive
notas explicativas). Também seria desejável Df’s de três períodos. Com as publicações
em colunas comparativas teremos, de posse de uma única publicação, dois períodos
(exercício atual e anterior).

Em seguida devemos averiguar a autenticidade das DF’s. O Parecer da Auditoria nas


DF’s dá uma satisfatória margem de confiabilidade para o analista. Não havendo
Parecer de Auditoria, recomenda-se ao analista uma maior dose de conservadorismo,
uma vez que, nem sempre as DF’s refletem a realidade (principalmente as pequenas
empresas)

O segundo passo é preparar as DF’s de forma conveniente para a análise. Esta etapa
denomina-se Reclassificação de itens nas Demonstrações Financeiras.

Muitas vezes o contador visa, através do seu agrupamento de contas nas DF’s melhorar
a situação econômico-financeira da empresa usando de uma certa subjetividade.

Exemplo:
Se a empresa se dispõe a vender um imóvel que está classificado do Ativo Permanente,
a atitude do contador visando melhorar a situação financeira da empresa reclassifica este
imóvel no Ativo Circulante. Neste caso, estaria melhorando a situação de liquidez da
empresa a curto prazo.

Reclassificação das Contas

Significa uma nova classificação, um novo reagrupamento de algumas contas nas DF’s,
sobretudo no Balanço Patrimonial e DRE. São alguns ajustes para melhorar a eficiência
da análise.
É necessário que o analista responsável por esta tarefa conheça bem o que representa
cada uma das contas das demonstrações financeiras, que tenha domínio do mecanismo
contábil utilizado pelas empresas, sabendo como aqueles valores surgiram, o que eles
representam e como serão liquidados. Precisa ainda saber interpretar a nomenclatura
utilizada pelas empresas, convertendo-a para planilhas internas. É fundamental que o
analista tenha condições de avaliar a relevância de cada item, à medida que tal item
possa apresentar dificuldade. Os fatores mais importantes devem ser esclarecidos,
enquanto os menos relevantes muitas vezes não justificam tempo que podem absorver.

A leitura do relatório da diretoria, das notas explicativas e do parecer da auditoria é


tarefa obrigatória no processo de análise das demonstrações financeiras.

Motivos de se fazer a Padronização

Simplificação – Um balanço aberto em uma S/A, contem um nº. elevado de contas, o


que dificulta a visualização do balanço como um todo. Quando se faz cálculos fazendo
análise vertical e horizontal, por exemplo, chega-se a aproximadamente 500 a 600
números o que é um complicador na vida do analista.

Comparabilidade – A análise é baseada em comparação e só faz sentido analisar um


balanço após o seu enquadramento num modelo que viabilize comparação com outros
balanços.

Adequação aos objetivos da análise – O exemplo de duplicatas descontadas


contabilmente demonstrada como redutora do ativo circulante. Para efeito financeiro,
em nada difere de um empréstimo bancário, uma vez que se trata de uma forma de
captação de recurso.

Precisão na classificação das contas – Consiste na adequação das contas segundo suas
próprias naturezas. Ë comum encontrarmos falhas de classificação de contas tanto no
balanço como nas demais demonstrações.

Descoberta de erros – existe caso de erros que podem ser intencionais ou não:

a) Estoques finais ou iniciais da DRE, diferentes do balanço.

b) PDD apontado no balanço não coincide com a constituída na DRE.

c) Dificuldade de conciliar PL inicial com PL final.

Obs.: Uma padronização rigorosa deveria sempre ser precedida da elaboração de um


fluxo de caixa, uma vez que, tanto as saídas como as entradas de caixa são bem
identificadas o que dá uma boa base para análise.

Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa – a


padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações e a decidir
sobre sua consistência com outras contas, suas classificações enquanto as transcreve
para o modelo padronizado.
Modelo padronizado de balanços de DRE, que serve aos propósitos do curso.

Vale informar que as características do modelo padronizado são:

 Ativo apresenta somente contas essenciais.

 Passivo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as


“Duplicatas Descontadas” fazem parte deste último.

 No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capital de Terceiros


(Passivo Circulante + Passivo exigível a longo prazo).

 No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzido de


eventuais “Capital a Realizar”a soma às “Reservas”.

 A “DRE” evidencia apenas os valores fundamentais para análise.

 A Receita Líquida de vendas está deduzida das “Deduções, Abatimentos” e


“Impostos”.

 As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários.


Modelo do Balanço Padrão
BALANÇOS EM:
19x1 19x2 19x3
VA AV AH VA AV AH VA AV AH
ATIVO
CIRCULANTE
FINANCEIRO
 Disponível
 Aplicações Financeiras
SOMA
OPERACIONAL
 Clientes
 Estoques
 Outros Créditos
SOMA
Total do Ativo Circulante
REALIZÁVEL A L. P.
PERMANENTE
 Investimentos
 Imobilizado
 Diferido
Total do Ativo Permanente
TOTAL DO ATIVO

PASSIVO
CIRCULANTE
OPERACIONAL
 Fornecedores
 Outras Obrigações
SOMA
FINANCEIRO
 Empréstimos Bancários
 Dupl. Descontadas
SOMA
Total do Passivo Circulante
EXIGÍVEL A L. PRAZO.
 Empréstimos
 Financiamentos
Total do Exig. A L. Prazo
P. LÍQUIDO
 Capital e Reservas
 Lucros Acumulados
Total do P. Líquido
TOTAL DO PASSIVO
Modelo do DRE Padrão

DEMONSTRAÇÃO DO 19x1 19x2 19x3


RES. EXERCÍCIO VA AV AH VA AV AH VA AV AH
RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo dos P. Vendidos
= Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
(±) Outras Rc/Dp Operac.
= Lucro Operacional
(antes dos Res. Financeiros)
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
= Lucro Operacional
(±) Res. Não Operacional
LUCRO ANTES DO IR E DA
CONTRIB. SOCIAL
LUCRO LÍQUIDO
Simbologia: VA = Valores Absolutos
AV = Análise Vertical
AH = Análise Horizontal

Obs.:
A partir deste ponto, todos as análise exemplificadas, serão feitas com base nos dados
(através de demonstrações e dados adicionais) da empresa hipotética denominada Cia.
BIG, cujos dados foram adaptados a um caso real.

Em todos os capítulos abordados adiante será abordado a Cia. BIG para efeito de
conformidade das técnicas de análise e como elas se relacionam.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA EXEMPLOS
EM US$
BALANÇOS EM
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
ATIVO
CIRCULANTE
FINANCEIRO
 Disponível 34.665 26.309 25.000
 Aplicações Financeira 128.969 80.915 62.000
SOMA 163.634 107.224 87.000
OPERACIONAL
 Clientes 1.045.640 1.122.512 1.529.061
 Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514
SOMA 1.796.846 2.161.947 2.846.575
Total do Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 2.933.575

 Investimentos 72.250 156.475 228.075


 Imobilizado 693.448 1.517.508 2.401.648
 Intangível 0 40.896 90.037
Total do Ativo não circulante 765.698 1.714.879 2.719.760
TOTAL DO ATIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335
PASSIVO
CIRCULANTE
OPERACIONAL
 Fornecedores 708.536 639.065 688.791
 Outras Obrigações 275.623 289.698 433.743
SOMA 984.159 928.763 1.122.534
FINANCEIRO
 Empréstimos Bancários 66.165 83.429 158.044
 Duplicatas Descontadas 290.633 393.885 676.699
SOMA 356.798 477.314 834.743
Total do Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 1.957.277
Passivo Não Circulante
 Empréstimos 314.360 792.716 1.494.240
 Financiamentos 0 378.072 533.991
Total Passivo Não Circulante 314.360 1.170.788 2.028.231
TOTAL DE CAPITAIS DE TERCEIROS 1.655.317 2.576.865 3.985.508
P. LÍQUIDO
 Capital e Reservas 657.083 1.194.157 1.350.830
 Lucros Acumulados 413.778 213.028 316.997
Total do P. Líquido 1.070.861 1.407.185 1.667.827
TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

Exercício
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586
 Custo dos Produtos Vendidos (3.621.530) (3.273.530) (4.418.671)
Lucro Bruto 1.171.593 1.152.336 1.632.915
 Despesas Operacionais (495.993) (427.225) (498.025)
 Outras Receitas Operacionais 8.394 17.581 27.777
Lucro Oper. Antes do Imposto de Renda 683.994 742.692 1.162.667
 Receitas Financeiras 10.860 7.562 5.935
 Despesas Financeiras (284.308) (442.816) (863.298)
Lucro Operacional 410.546 307.438 305.304
 Resultado não Operacional 1.058 0 0
Lucro antes do Imposto de Renda 411.604 307.438 305.304
Lucro Líquido 223.741 167.116 165.956

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Reserva Legal +
Capital Social e
lucros Total
reservas
Acumulados
Saldo em 31.12.x0 577.605 244.222 821.827
 Lucro líquido do Exercício de 19x1 0 223.741 223.741
 Aumento de Capital 79.478 (30.000) 49.478
 Dividendos 0 (24.185) (24.185)
Saldo em 31.12.x1 657.083 413.778 1.070.861
 Lucro Líq. Do Exercício de 19x2 0 167.116 167.116
 Aumento de Capital 537.074 (281.634) 255.440
 Dividendos 0 (86.232) (86.232)
Saldo em 31.12.x2 1.194.157 213.028 1.407.185
 Lucro Líq. Do Exercício de 19x3 165.956 165.956
 Aumento de Capital 156.673 0 156.673
 Dividendos 0 (61.987) (61.987)
Saldo em 31.12.x3 1.350.830 316.997 1.667.827
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Exercício
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
ORIGENS
DAS OPERAÇÕES
 Lucro Líquido 223741 167.116 165.956
 Depreciação 20.300 101.511 167.477
 Resultado da Equivalência Patrimonial (5.508) (10.541) (20.277)
DOS ACIONISTAS
 Aumento de Capital 49.478 255.440 156.673
DE TERCEIROS
 Novos Empréstimos e Financiamentos 124.756 906.528 857.443
Total das Origens 412.667 1.420.054 1.327.272
APLICAÇÕES
 Dividendos 24.185 86.232 61.987
 Reduções Emp. Longo Prazo 0 50.100 0
 Aquisição Investimentos 6.104 73.684 51.323
 Aquisição Imobilizado 0 40.896 49.141
Total das Aplicações 64.769 1.176.483 1.214.068

VARIAÇÃO DO CAPITAL
CIRCULANTE LÍQUIDO 347.898 243.571 113.204

MOVIMENTAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO


19x0 19x1 19x2 19x3
Ativo Circulante 1.500.889 1.960.480 2.269.171 2.933.575
Passivo Circulante 1.229.264 1.340.957 1.406.077 1.957.277
Capital Circulante Líquido 271.625 619.523 863.094 976.298

Aumento ou Dim. Do Cap. C. Líqu. 347.898 243.571 113.204

DADOS ADICIONAIS:
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
1- Receita Bruta de Vendas 6.113.052 6.227.390 8.069.229
 (-) Devoluções e Abatimentos 152.825 184.276 249.086
Vendas Realizadas 5.960.227 6.043.114 7.820.143
 (-) Impostos 1.107.104 1.617.248 1.968.557
Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586

2- Outras Rec./Desp. Operacionais


 Receita de Equiv. Patrimonial 5.508 10.541 20.277
 Ganhos com a Inflação 2.886 7.040 7.500
8.394 17.581 27.777
3- Despesas Operacionais
De Vendas 269.560 225.310 284.021
 Administrativas 206.323 180.422 192.698
 Gerais 20.110 21.493 21.306
495.993 427.225 498.025
3.001.587 2.766.402 3.387.266
4- Compras

5- Estoques
 Matérias-primas 264.132 269.385 317.413
 Produtos em Processo 263.713 386.643 466.271
 Produtos Acabados 223.361 383.407 533.830
751.206 1.039.435 1.317.514

6- Aumento de Capital nas seguintes datas:


30/04/x1 49.478
31/06/x2 255.440
02/02/x3 156.673
7- Os Dividendos são provisionados no encerramento de cada exercício.

8- Balanço Sintético de 19x0

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante
Operacional 1.378.133 Operacional 839.522
Financeiro 122.756 Fornecedor 570.520
1.500.889 Outras Obrigações 269.002

Financeiro 389.742
1.229.264

Exigível a L. Prazo 189.604


Permanente 739.806 Patrimônio Líquido 821.827
TOTAL 2.240.695 TOTAL 2.240.695
ATIVIDADES
TESTES:

1- A Provisão para Devedores Duvidosos no Balanço é considerada como


(a) Acréscimo de Patrimônio Líquido.
(b) Dedução de Ativo Permanente.
(c) Acréscimo de Passivo Circulante.
(d) Dedução de Contas a Receber de Clientes.
(e) Nenhuma das Alternativas anteriores.

2- A Depreciação Acumulada é:
(a) Uma Reserva.
(b) Uma provisão somada às demais contas do P. Líquido.
(c) Uma conta retificadora de Ativo Permanente.
(d) Um fundo para reposição de máquinas.
(e) Nenhuma das alternativas.

3- Duplicatas descontadas no balanço padronizado:


(a) Fazem parte do Passivo Circulante Operacional.
(b) Devem ser deduzidas de contas a Receber.
(c) Não precisam figurar no balanço.
(d) São incluídas no Passivo Circulante Financeiro.
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

4- Vendas Líquidas representam:


(a) As vendas totais da empresa.
(b) As vendas totais menos devoluções.
(c) As vendas totais menos as despesas de vendas.
(d) As vendas totais menos impostos e menos devoluções e abatimentos s/vendas.
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

5- Ao elaborar a padronização das demonstrações financeiras, o analista deve:


(a) Condensar as contas das demonstrações publicadas, examinando a classificação
dada pelo contador em cada conta e numa crítica e transposição para um modelo
previamente definido.
(b) Simplificar e alterar os totais de Ativo Circulante e Passivo Circulante.
(c) Manter inalterado o resultado líquido – lucro ou prejuízo -, ainda que possa alterar
a classificação das contas.
(d) Efetuar os ajustes necessários sempre que tiver indicações inequívocas de fraude.
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.
QUESTÕES

1- O que é Ativo Circulante Operacional?

2- O que é Passivo Circulante Operacional?

3- O que é Capital de Terceiros?

4- Como se obtém o valor de vendas realizadas?

5- O que é padronização?

6- É conveniente extrair índices diretamente das demonstrações financeiras publicadas?

7- Que tipo de problemas o analista pode encontrar no trabalho de padronização?

8- Indique qual a classificação adequada das seguintes contas na padronização de


demonstrações financeiras:
(a) Impostos sobre Renda a Pagar.
(b) Capital a Realizar
(c) Imóveis em construção (empresa comercial).
(d) Ações de Cias. Controladas.
EXERCÍCIOS
1- Coloque o Balanço da Cia. Salim – Tecidos dentro do modelo de padronização
(substitua os títulos que você julgar inadequado).

CIA. SALIM - TECIDOS


ATIVO
DISPONIVEL
Caixa/Bancos 27.500 27.500
REALIZÁVEL
Fregueses 110.000
Mercadorias 165.000
Ações de Empresas Coligadas 27.500
Investimentos de Incentivos Fiscais 33.000 335.500
IMOBILIZADO
Máquinas e Equipamentos 275.000 275.000
TOTAL 638.000
PASSIVO
EXIGÍVEL
Fornecedores 137.500
Empréstimos Bancários 137.500 275.000
NÃO EXIGÍVEL
Capital 220.000
Reserva Legal 11.000
Fundo de Reservas P/Depreciação 44.000
Reserva P/Imp. De Renda 22.000
Dividendos a Pagar 38.500 335.500
PENDENTES
Antecipação de Clientes 27.500 27.500
TOTAL 638.000
ANÁLISE
VERTICAL
E
HORIZONTAL
Profa. Fernanda M. F. Frossard
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL (Cap. 09 – MATARAZZO)

Os métodos de análises vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na


interpretação da estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda
auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos de análise.

ANÁLISE VERTICAL (coeficientes)

Conceito
É um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar
uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no
mesmo demonstrativo, ou seja, o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a
participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a
determinado referencial.

De maneira mais simples podemos ver que a AV mostra a importância que cada conta
em relação o valor total do conjunto. No balanço calcula-se o percentual de cada conta
em relação ao ativo total e ao passivo total, dentro de suas respectivas naturezas.

A Análise Vertical, também denominada por alguns analistas como “Análise por
Coeficientes”, é aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto
em relação ao total do conjunto. Ela evidencia a porcentagem de participação de cada
elemento no conjunto.

Através desse tipo de análise, pode-se conhecer pormenores das demonstrações


financeiras que escapam à análise genérica através dos índices.

O cálculo do percentual que cada elemento ocupa em relação ao conjunto é feito por
meio de regra de três, em que o valor-base é igualado a 100, sendo os demais calculados
em relação a ele.

No caso do Balanço, podemos saber qual o percentual do ativo circulante em relação a


ativo total, ou ainda a relação percentual entre o disponível e ativo total, como o
exemplo a seguir.

Exemplo: % do disponível em relação ao ativo total


At. Total : 2.726.178 = 100
Disponível: 34.665 = x

x = 34.665 x 100 = 1,27%


2.726.178

A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de participação do disponível em


relação ao volume do Ativo Total.
É evidente que nos casos referentes ao DRE, calcula-se o percentual de cada conta em
relação às vendas, onde o valor das vendas é igualado a 100.

Exemplo: x = 10.860 x 100 =


0,23%
4.793.123
“O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”.

OBJETIVO DA ANÁLISE VERTICAL

O principal objetivo da AV é mostrar a importância de cada conta na demonstração


financeira a que pertence.

Embora a AV possa ser feita em qualquer demonstração financeira, alcança sua


plenitude quando efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício.

A redução do Lucro Líquido de um período para outro pode ser resultado do aumento
indesejado de alguns itens de despesa, o que é facilmente verificado através da análise
vertical.

É conveniente acompanhar constantemente o percentual de participação de cada despesa


em relação ao valor da Receita Líquida de Vendas para evitar que esses percentuais, que
tem influência direta o Resultado do Exercício, ultrapassem os limites orçados.

ANÁLISE HORIZONTAL (índices)

Conceito

É a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em
diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal,
desenvolvido por meio de números-índices.

A Análise Horizontal, também denominada por alguns analistas como “Análise por
meio de números-índices”, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das
demonstrações financeiras ao longo do tempo.

O objetivo da Análise Horizontal é permitir o exame da evolução histórica de uma série


de valores ao longo do tempo.

Os índices extraídos da análise horizontal representam a evolução de cada conta no


decorrer do tempo, e mostram os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis
tendências. A análise é feita geralmente de no mínimo três exercícios.

Este tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho de cada uma das


contas que compõem a demonstração em questão, ressaltando as tendências
evidenciadas em cada uma delas, sejam de evolução ou retração.
Através da AH, o analista poderá verificar a evolução normal desta conta e compará-la
com a evolução das demais contas da Demonstração e concluir sobre o comportamento
da mesma durante o período.
Enquanto a Análise Vertical é feita pela comparação de cada elemento do conjunto em
relação ao total, em um mesmo período, a Análise Horizontal compara a evolução dos
valores de cada conta das demonstrações em análise ao longo de vários períodos.

O analista não pode desprezar em sua análise a influência da inflação, que pode
concorrer para um crescimento ou redução dos valores em análise.

A Análise Horizontal é feita por meio de números-índices.

Número-índice é uma operação estatística, utilizada pela análise de Balanços, que


consiste em substituir os valores constantes das contas de cada exercício por um
número percentual que facilita a comparação entre eles.

Na construção dos percentuais para cada elaboração de análise horizontal se usa a


técnica dos números índices em que no primeiro ano todos os valores são considerados
iguais a 100.

O mecanismo consiste em escolher um exercício – geralmente o mais antigo como base,


atribuindo aos seus valores o percentual 100 e, a partir desse exercício, calcular os
demais valores dos outros exercícios por meio de regra de três, sempre em relação ao
primeiro.

REPETINDO
 Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes;
 A variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.

Exemplo:
Suponhamos que a Demonstração do Resultado do Exercício de uma determinada
empresa apresente os seguintes valores da Receita Operacional Líquida:

Exercício de x1 = 4.280.000
Exercício de x2 = 8.200.000
Exercício de x3 = 9.680.000
Escolhendo o exercício de x1 como base, faremos:

Cálculo de índice para o exercício de x2;


R$ 4.280.000 = 100%
R$ 8.200.000 = x logo

x = 8.200.000 x 100 = 191,59%


4.280.000

Cálculo do índice para o exercício de x3


R$ 4.280.000 = 100%
R$ 9.680.000 = x logo
x = 9.680.000 x 100 = 226,17%
4.280.000

Para fins de Análise Horizontal, podemos elaborar uma tabela com base nos dados
apurados. Veja:

Demonstração de resultado do exercício da empresa exemplo S/A.


CONTAS x1 x2 x3
Receita Operacional Líquida 100% 191,59 226,17

VEJAM QUE:
 Na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a
técnica dos números-índices, onde no 1º. Ano todos os valores são considerados
iguais a 100.

 Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes (índices).

 A variação é o que excedera 100 ou o que faltar para 100.

De posse da tabela devidamente elaborada, basta analisar a evolução ou a retração de


cada conta em relação ao exercício escolhido como base.

A análise pode ser feita inicialmente comparando-se os índices obtidos em cada ano
sempre em relação ao ano-base. Pode ser feita especificamente em cada item e depois
em conjunto, possibilitando verificar a influência de cada item um sobre o outro.

“A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as


possíveis tendências”.

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA X ANUAL


A análise horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação a um
ano-base - quando será denominada Análise Horizontal encadeada- ou em relação ao
ano anterior – quando será denominada Análise Horizontal Anual.

Nota:
A anual não deve ser feita em substituição a encadeada, uma vez que pode causar
alguma confusão. Veja exemplos:

Suponha que uma conta Estoques de determinada empresa tenha a seguinte


evolução:
19x1 19x2 19x3 19x4
Estoques 2.890.143 1.156.058 1.926.764 2.890.143

A análise horizontal encadeada apresenta os seguintes cálculos:


19x1 19x2 19x3 19x4
Estoques 100% 40% 67% 100%
X2  (1.156.058 x 100) / 2.890.143 = 40%
X3  (1.926.764 x 100) / 2.890.143 = 67%
X4  (2.890.143 x 100) / 2.890.143 = 100%

Conclui-se que a empresa teve uma redução de estoques em 19x2; tal redução passou a
representar 40% dos estoques iniciais. Em 19x3 os estoques subiram para o nível de
67% dos iniciais e em 19x4 voltaram exatamente ao nível inicial.

A análise horizontal anual mostra os seguintes números (observe-se que neste processo
em cada ano só aparece o percentual de variação em relação ao ano anterior).

19x2 19x3 19x4


Estoques -60% +66% +50%
X2  40 – 100 = -60%
X3  [(1.926.764 x 100) / 1.156.058] – 100 = 66%
X4  [(2.890.143 x 100) / 1.926.764] – 100 = 50%
Conclusões do cálculo:

A empresa sofreu uma redução de 60% no seu estoque no 1º ano e apresentou aumento
de 66% e 50% respectivamente, nos dois seguintes.

Isto sugere que a redução inicial teria sido inteiramente compensada em 19x3 e ainda
havido um aumento dos estoques em 19x4, o que não corresponde a realidade.

Ou seja, a redução de 60% de 19x2 foi calculada sobre uma base muito maior do que a
base usada para o crescimento em 19x3 e 19x4.

Relação entre Análise Vertical e Horizontal

É recomendável que estes dois tipos de análise sejam usados em conjunto.

Não se deve tirar conclusões exclusivamente da análise horizontal, pois determinado


item, mesmo apresentando variação de 2.000%, por exemplo, pode continuar sendo
irrelevante dentro da demonstração financeira a que pertence.

É desejável que as conclusões baseadas na análise Vertical sejam completadas pelas da


análise Horizontal.

Na DRE, pequenos percentuais podem ser significativos, visto que o lucro líquido
costuma representar também percentuais pequenos em relação as vendas em análise
vertical, porém em uma análise horizontal pode representar variações de grandes
proporções.

Relação entre Análise Vertical/Horizontal e Análise através de Índices.

A análise através de índices Financeiros é genérica; relaciona grandes itens das


Demonstrações Financeiras e permite dar uma avaliação à empresa.

A análise Vertical/Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite essa visão
ampla da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas e
características da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em determinada
situação.

Objetivos da Análise Vertical/Horizontal:

Análise Vertical:

Mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que


pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria
empresa em anos anteriores e permitir inferir se há itens fora das proporções normais.

Análise Horizontal:
Mostrar a evolução de cada conta das Demonstrações. Financeiras e, pela comparação
entre si, permitir conclusões sobre a evolução da empresa.

“Em sentido específico, destacam-se os seguintes objetivos da análise


Vertical/Horizontal conjuntamente”.

 Indicar A Estrutura De Ativo E Passivo, Bem Como Suas Modificações.

 Analisar Em Detalhes O Desempenho Da Empresa.

Estudem a bibliografia complementar e resolvam as questões a seguir:

QUESTÕES

1) Que é análise vertical? E horizontal?

2) Quais são os objetivos genéricos da Análise Vertical/Horizontal?

3) Como a inflação afeta a Análise Vertical/Horizontal?

4) Quais as vantagens e desvantagens da Análise Horizontal de todos os valores


convertidos?

5) Pode se dizer que a falta de dinheiro a curto prazo se deve a cinco motivos básicos.
Quais são eles?
EXERCÍCIOS RESOLVIDO E COMENTADOS.

ANÁLISE VERTICAL

1- Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas


a análise vertical das demonstrações abaixo:

BALANÇO DA CIA. FUTURISTA S/A.


Ativo/Passivo 31.12x1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV
Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0
Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2
Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8
TOTAL 560.000 100,0 684.000 100,0 732.000 100,0
Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5
Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1
Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4

DRE DA CIA . FUTURISTA S/A


31.12x1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2
(-) Desp. Operacion (139.500) 16,8 (190.000) 15,1 (277.500) 13,5
(-) Desp. Financeiras (88.000) 10,6 (140.000) 11,1 (186.000) 9,1
(=) Resultado Oper 78.333 9,4 89.500 7,1 (8.100) -0,4
(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 3,8 (35.800) 2,8 - -
(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE VERTICAL:

- Os investimentos de curto prazo sofreram pequenas reduções no período, passando


de 17,8% do total do ativo em X1, para 13,0% para X3.

Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0

- Em contrapartida, de forma desequilibrada, as dívidas de curto prazo (representadas


pelo passivo circulante) apresentaram uma participação maior ao longo dos
períodos. Em X1, 12,5% do total dos financiamentos da empresa era representado
por passivo circulante, subindo para 14,5% em X3.

Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5

- Essa situação, conforme se comentou, produziu uma redução da liquidez da empresa


que deve administrar um volume maior de dívidas vencíveis a curto prazo sem
apresentar um incremento correspondente em seus ativos circulantes. Situação
semelhante também pode ser verificada em relação ao Realizável a Longo Prazo X
Exigível a Longo Prazo:

Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2


Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1

- O único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos foi o
ativo permanente:

Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8

Os demais grupos de contas do Ativo sofreram decréscimos do exercício X1 ao X3.

A maior preocupação por investimentos produtivos pode ser derivada do crescimento


dos níveis de vendas da empresa, tendo atingido 51,8% em X2 em relação a X1 e 62,7
em X3 em relação a X2, conforme quadro da DRE.

Da mesma forma, observa-se que em X1 60,7% dos ativos da empresa eram financiados
por capital próprio. Em X3, esse percentual caiu para 53,4%, significando que a
empresa deve a terceiros os outros 46,6% (100%-53,4) de seus ativos.

Na verdade a empresa, conforme se comentou, não produziu melhores níveis de


capitalização no período (> participação de capital próprio), diminuindo inclusive a
participação do P. Líquido;

Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DA DRE PELA ANÁLISE VERTICAL:

Através da Demonstração de Resultados, confirma-se a necessidade de um volume


maior de receitas de vendas para cobrir os custos. Em X1, 63,2% das vendas eram
destinados a reporem os custos incorridos, elevando-se para 66,7 em X2 e 77,8% em
X3. Como conseqüência, reduz-se a parte das vendas que representam o lucro bruto.

Vejam:
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2

.Nota-se também que apesar de haver ocorrido uma redução proporcional das despesas
operacionais e financeiras na estrutura de resultados, a empresa teve de assumir um
prejuízo de $8.100 em X3 equivalente a 0,4 de suas vendas.

Nos exercícios de X1 e X2 apesar de ter apresentado um lucro líquido crescente em


valores absolutos, houve uma redução proporcional às vendas.
Vejam:

(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4

Ou seja, em X1, 94,4% da receita de vendas foram para cobrir os custos e despesas, no
exercício seguinte esse percentual foi de 96,7% e em X3 a empresa utilizou toda a sua
receita e mais 0,4 do P.L (representado por prejuízo).

EXERCÍCIOS

ANÁLISE HORIZONTAL
Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas a
análise horizontal das demonstrações abaixo:

BALANÇO DA CIA . FUTURISTA S/A


Ativo/Passivo 31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH%
Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0
Real. A L. Prazo 160.000 100,0 184.000 115,0 192.000 120,0
Ativo Permanente 300.000 100,0 390.000 130,0 445.000 148,3
TOTAL 560.000 100,0 684.000 122,1 732.000 130,7
Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0
Exig. A L. Prazo 150.000 100,0 200.000 133,3 235.000 156,7
Patrimônio Líquido 340.000 100,0 393.700 115,8 390.600 114,9

DRE DA CIA. FUTURISTA S/A.


31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH%
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 151,8 2.050.000 247,0
(-) Custos (524.167) 100,0 (840.500) 160,3 (1.594.600) 304,2
(=) Lucro Bruto 305.833 100,0 419.500 137,2 455.400 148,9
(-) Desp. Operac. (139.500) 100,0 (190.000) 136,2 (277.500) 146,1
(-) Desp. Financ (88.000) 100,0 (140.000) 159,1 (186.000) 198,9
(=) Resultado Oper 78.333 100,0 89.500 114,3 (8.100) (10,3)
(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 100,0 (35.800) 114,3 - -
(-) Result. Líquido 47.000 100,0 53.700 114,3 (8.100) (17,2)
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE
HORIZONTAL:

A- No balanço, é possível observar um deterioração na capacidade de pagamento a


curto prazo da empresa, tendo como contra-partida uma evolução mais que
proporcional de suas obrigações de curto prazo.

Vejam:
Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0
Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0

Nota-se que está decaindo de ano a ano a diferença entre ativo circulante e passivo
circulante tanto em valores absolutos como em valores relativos o que provoca uma
redução em sua capacidade de liquidez, tanto que em X3 essa diferença assume valores
negativos.

B- A participação de recurso próprios (PL) na estrutura de financiamentos vem


decaindo proporcionalmente ao longo dos exercícios, notando-se um crescimento
mais que proporcional das dívidas (capital de terceiros). No exercício de X3,
enquanto as exigibilidades totais cresceram 55,2% em relação ao ano de X1, o
capital próprio evoluiu apenas 14,9% no mesmo período, o que vem demonstrar
maior dependência da empresa aos credores e, conseqüentemente, maior risco
financeiro.

C- Nos últimos dois exercícios, os custos de venda da empresa apresentara um


crescimento maior que suas receitas, proporcionando uma redução na evolução do
lucro bruto.

Em outras palavras, em X2, para auferir um crescimento de 37,2% no lucro bruto, a


empresa elevou suas vendas em 51,8%. No entanto, em X3 para uma elevação de
apenas 8,6% (((455.400x100)/419.500)-100) no lucro bruto, as receitas precisaram
crescer 62,7% (((2.050.600 x 100)/1.260.000)-100).

As despesas operacionais e as financeiras mantiveram nos três anos uma evolução


próxima à da receitas, não chegando a onerar o lucro com a mesma intensidade dos
custos.

Como conseqüência, o resultado líquido da empresa apresentou um crescimento


moderado em X2, chegando a um prejuízo no ano seguinte.

Em resumo, pode-se concluir que os investimentos da empresa foram


prioritariamente dirigidos para ativos de longo prazo, notadamente o ativo
permanente, em prejuízo dos itens circulantes.

Sua estrutura de financiamentos, além de atribuir maior preferência por fontes de


terceiros, deu ainda grande destaque a dívidas de curto prazo.
Apesar de ter chegado a conclusões semelhantes com os resultados da análise
vertical, é importante que se acrescente que uma não deve necessariamente excluir a
outra. Ou seja, ao ser processado um estudo comparativo das demonstrações
financeiras de uma empresa, é importante que sejam utilizadas tanto análise vertical
como horizontal, a fim de melhor identificar as várias mutações sofridas por seus
elementos contábeis.

Observações importantes:

Gostaria de lembrar que os cálculos são importantes para se construir a estrutura da


demonstração analisada através de números índices, porém, o maior importante é a
interpretação dos índices feita através de um bom relatório como no exemplo acima
exposto.

Vejam que coloco junto a informações levantadas partes dos quadros apenas para
que tenham a visão que está sendo informado.

Espero que este material complemente os esclarecimentos para que façam, por
exemplo, o exercício solicitado na última aula.
OUTRO EXERCÍCIO COM SOLUÇÃO

NÚMEROS-ÍNDICES (onde o Período-base, é o mais antigo).

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA

19X5 19X6 19X7 19X8


Vendas Líquidas 104.899 100.434 103.044 113.925
(-) Custos e Despesas 73.122 76.538 53.894 60.267
(=) Lucro Líquido 31.777 23.896 49.150 53.658
ANÁLISE HORIZONTAL 100% 95,7% 98,2% 108,6%
ENCADEADA 100% 104,7% 73,7% 82,4%
100% 75,2% 154,7% 168,9%

Tomando-se como o ano base de 19X5, os números-índices das vendas, custos e


despesas, e lucro líquido em X5, X6, X7 e X8 são calculados da seguinte forma:
Cálculos:

19X6/19X5 19X8/19X5
Vendas: 100.434 x 100 = 95,7 Vendas: 113.925 x 100 = 108,6
104.899 104.899

Custo 76.538 x 100 = 104,7 Custo 60.267 x 100 = 82,4


73.122 73.122

Lucro Líquido 23.896 x 100 = 75,2 Lucro Líquido 53.658 x 100 = 168,9

31.777 31.777

19X7/19X5

Vendas: 103.044 x 100 = 98,2


104.899

Custo 53.894 x 100 = 73,7


73.122

Lucro Líquido 49.150 x 100 = 154,7

31.777
NÚMEROS-ÍNDICES (onde o exercício-base, é o exercício anterior).

ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL


ANÁLISE HORIZONTAL - (4,3%) 2,6% 10,6%
ANUAL - 4,7% (29,6%) 11,8%
- (24,8%) 105,7% 9,2%

Neste sistema de análise verifica-se a variação percentual de uma conta ou grupo de


conta de um período para outro. Logo, o período base para calcular a variação X6/X5 é
o ano X5, já a variação de X7/X6 o ano base é o X6 e a variação X8/X7 a base é o X7.

Obs.: A variação é o que ultrapassa ou falta para 100.

Calculo:

19X6/19X5
Vendas: 100.434 x 100 - 100 = (4,3%)
104.899

Custo 76.538 x 100 - 100 = 4,7%


73.122

Lucro Líquido 23.896 x 100 - 100 = (24,8%)

31.777
19X7/19X6

Vendas: 103.044x 100 - 100 = 2,6%


100.434

Custo 53.894 x 100 - 100 = (29,6%)


76.538

Lucro Líquido 49.150 x 100 - 100 = 105,7%

23.896
19X8/19X7

Vendas: 113.925 x 100 - 100 = 10,6%


103.044

Custo 60.267 x 100 - 100 = 11,8%


53.894

Lucro Líquido 53.658 x 100 - 100 = 9,2%

49.150
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS:

Através destas análises podemos ver que as vendas diminuíram 4,3% em X6 em relação
a X5. Em X7, apesar de terem crescido em relação ao ano imediatamente anterior,
regrediram em relação ao ano X5. A redução das vendas de X7 foi de 1,8% (98,2 – 100)
em relação a X5. Entretanto, no exercício de X8 observou-se um crescimento de 8,6%
nas vendas em relação a X5, ou seja, estão 1,086 vezes maiores que as obtidas em X5

Os custos e despesas tiveram um acréscimo de 4,7% em X5, uma queda de 26,3% em


X7 e uma diminuição de 17,6%, tudo em relação a X5.

O lucro Líquido mostrou um decréscimo de 24,8% em X6 e um crescimento de 54,7%


em X7 e de 68,9%, em X6, também, tudo em relação a X5.

Ilustrando melhor a análise horizontal, comentemos agora, a mesma com base


anual.

As vendas registraram decréscimos de 4,3% em X6 em relação a X5, acréscimo de


2,6% em X7 em relação a X6 e acréscimo de 10,6% em X8 em relação a X7. Podemos
verificar que embora tenha tido um acréscimo significativo em X8 em relação a X7, o
acréscimo de X7/X6 foi bastante modesto apresentando apenas 2,6%.

Os custos e despesas tiveram o seguinte comportamento: aumentaram 4,7% em X6 em


relação X5 diminuíram 29,6% em X7 em relação a X6 e tiveram um aumento de 11,8%
em X8 em relação a X7.

O Lucro Líquido comportou-se da seguinte forma nos períodos analisados:


Podemos ver que a empresa apresentou em X6 diminuição de 24,8% em relação a X5,
porém, obteve um acréscimo de 105,7% em X7 em relação a X6 onde podemos
verificar que pelo menos parte deste resultado pode ser conseqüência da diminuição dos
custos em 29,6% no mesmo período. Em X8 teve acréscimo de 9,2% em relação a X7
enquanto as vendas evoluíram 10,6%, podemos salientar ainda que os custos e despesas
aumentaram 11,8% no mesmo período.

Outras observações análogas podem ser descritas em função das variações


apresentadas pelos grupos de contas em análise.
Exercícios

1) Complete o quadro abaixo:

X1 X2 X3 X4
Disponibilidade 3.000 4.300 7.400 18.400
Ativo Total 70.000 120.000 170.000 350.000
Anál. Vertical
Anál. Horizontal
Anual
Anál. Horizontal
Encadeada
2) Na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal usa-se a técnica
conhecida pelo nome de números-índices onde no primeiro ano todos os valores são
considerados iguais a 100.

Demonstre essa técnica através do seguinte exemplo:

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Duplicatas a Receber 7.300 8.700 15.300
Resultado:

Comente o resultado:
3- Construa a Análise Horizontal da conta Lucro Bruto sabendo-se que:

31/12/X1 31/12/X2 31/12/X3


Lucro Bruto 240.000 370.000 480.000
RECEITA TOTAL 410.000 925.000 2.081.000

RESOLUÇÃO COM COMENTÁRIOS:


Lucro Bruto 19X1 19X2 19X3
- Análise Horizontal Encadeada
- Análise Horizontal Anual
- Análise Vertical

RECEITA TOTAL
- Análise Horizontal Encadeada

Comente o resultado:
4- Prepare a Análise Vertical/Horizontal completa das demonstrações da
COTRADE S/A COMERCIAL EXPORTADORA.
Comente aspectos relevantes, com hipóteses, quando for necessário.

Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/X3 31/12/X2
CIRCULANTE 370.856 360.546
- Disponivel 755 299
- Dupl. A Receber 131.240 155.247
- Estoques 160.000 140.000
- Outros Créditos 37.861 28.000
- Desps do Exercício Seguinte 41.000 37.000

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - 560


- Investimentos Temp.de L. Prazo - 560

PERMANENTE 159.650 69.244


- Investimentos 12.332 -
- Imobilizado 37.000 17.640
- Diferido 110.318 51.604
TOTAL DO ATIVO 530.506 430.350

PASSIVO 31/12/X3 31/12/X2


CIRCULANTE
- FINANCEIROS
Empréstimos 88.000 510.000
- OPERACIONAL
Fornecedores 40.000 23.000
Obrigações e Impostos a Recolher 21.000 18.000
Contas a Pagar 680 722
Total Circulante 149.680 551.722

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 400.000 100.000
Reservas 800.000 200.000
Prejuizos Acumulados (819.174) (421.372)
Total do P. Líquido 380.826 (121.372)

TOTAL DO PASSIVO 530.506 430.350


RESOLUÇÃO:
Balanço Patrimonial 31/12/X3 31/12/X2
ATIVO AV AH AV AH
CIRCULANTE 100
- Disponivel 100
- Dupl. A Receber 100
- Estoques 100
- Outros Créditos 100
- Desps do Exercício Seguinte 100
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 100
- Investimentos Temp. de L. Prazo 100
PERMANENTE 100
- Investimentos 100
- Imobilizado 100
- Diferido 100
TOTAL DO ATIVO 100
PASSIVO
CIRCULANTE
- FINANCEIROS
Empréstimos 100
- OPERACIONAL 100
Fornecedores 100
Obrigações e Impostos a Recolher 100
Contas a Pagar 100
Total Circulante 100
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 100
Capital Social 100
Reservas 100
Prejuizos Acumulados 100
Total do P. Líquido 100
TOTAL DO PASSIVO 100
Execute pelo menos duas memórias de cálculo:
COTRADE S/A - COMERCIAL E EXPORTADORA
Demonstração de Resultados
Exercícios findos em 31/12
ATIVO 31/12/X3 31/12/X2
Receita Bruta 500.000 400.000
( - ) Deduções (50.000) (40.000)
( = ) Receita Líquida 450.000 360.000
( - ) Custo Mercadorias Vendidas (400.000) (300.000)
( = ) Lucro Bruto 50.000 60.000
Despesas Administrativas (86.667) (60.000)
Despesas Financeiras (1.052) (29.000)
( = ) Resultado Operacional (37.719) (29.000)
+ Receita não Operacional 41.000 150.000
( = ) Resultado do Exercício 3.281 121.000

CONTRADE S.A COMERCIAL E EXPORTADORA


Demonstração de Resultados 31/12/X3 31/12/X2
ITENS AV AH AV AH

RECEITA BRUTA 100


( - ) Deduções 100
( = ) RECEITA BRUTA 100

( - ) Custo Mercadorias Vendidas 100


( = ) LUCRO BRUTO 100

Despesas Administrativas 100


Despesas Financeiras 100

( = ) Resultado Operacional 100


( + ) Receita não Operacional 100
( = ) RESULTADO DO EXERCÍCIO 100
Comente os resultados no balanço:

Comente os resultados na Demonstração de Resultados:


5- Façam as análises abaixo e extraiam as informações, através dos números-índices
obtidos.

Façam análise do balanço a seguir:


Balanço
19X0 19X1 19X2
Ativo Circulante 1.842 3.262 3.735
Ativo Realizável a Longo Prazo - - 1.015
Ativo Permanente 277 802 900
ATIVO/PASSIVO TOTAL 2.119 4.064 5.650
Passivo Exigível a Longo Prazo 1.749 3.199 4.578
Patrimônio Líquido 370 865 1.072

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA


19X0 19X1 19X2
Ativo Circulante 100
Ativo Realizável a Longo Prazo 100
Ativo Permanente 100
ATIVO/PASSIVO TOTAL 100
Passivo Exigível a Longo Prazo 100
Patrimônio Líquido 100

ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL


19X0 19X1 19X2
Ativo Circulante -
Ativo Realizável a Longo Prazo -
Ativo Permanente -
ATIVO/PASSIVO TOTAL -
Passivo Exigível a Longo Prazo -
Patrimônio Líquido -

Comente o Ativo Circulante, o Realizável a Longo Prazo e o Exigível a Longo


Prazo:
6- ANÁLISE VERTICAL

Analise a Demonstração de resultados abaixo:

19X1 19X2 19X3


VA AV VA AV VA AV
Receita líquida de vendas 7.394 5.342 12.977
(-) Custo dos produtos vendidos (5.169) (4.292) (9.060)
(=) Lucro Bruto 2.225 1.050 3.917
(-) Despesas Operacionais (2.266) (2.546) (3.984)
(-) Desp/Rec. financeiras (238) 1.679 1.277
(+) Resultados não operacionais 26 39 51
(=) Lucro Antes do I. Renda. (253) 222 1.328
(-) Prov. P/I. Renda 0 (13) (240)
(=) Lucro Líquido (253) 209 1.088

Analise os resultados e comente através de comparações entre os exercícios, OS


ITENS: Receita líquida de vendas; Custos e Lucro líquido.
7- Uma empresa apurou os seguintes valores de receitas de vendas e patrimônio líquido
ao final dos exercícios sociais de 19X3, a 19X6. Pede-se apurar a evolução anual destas
informações contábeis.

19X3 19X4 19X5 19X6


Vendas 147.000 262.400 302.300 250.100
Líquidas
Lucro Líquido 180.000 200.120 228.300 247.400

8- Os resultados operacionais referentes aos últimos seis exercícios sociais de uma


empresa varejista são apresentados abaixo. Calcular a evolução anual destes
indicadores.

ANO RESULTADOS
OPERACIONAIS
19X4 663.200
19X5 759.400
19X6 129.700
19X7 44.900
19X8 98.000
19X9 210.100

9- A seguir, é apresentada a evolução anual dos lucros líquido e vendas do balanço


consolidado das 500 maiores empresa. Com isso nestas informações, pede-se calcular a
evolução anual destes dados absolutos. Desenvolva alguns comentários sobre o
comportamento destas medidas financeiras. Os valores encontram-se expressos em
moeda de mesmo poder de compra.

ANO Lucros Líquidos Vendas


Em R$ milhões Em R$ milhões
19X2 581 230.592
19X3 4.467 257.486
19X4 13.813 273.499
19X5 8.000 268.275
19X6 7.668 281.118
19X7 6.864 297.683

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