A Última Chama do Sol Negro

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A Última Chama do Sol Negro

Em uma era onde a magia e a ciência coexistiam, havia uma terra esquecida que os
mapas não ousavam tocar. Seu nome era Valkora, uma região marcada por antigas
florestas e montanhas flamejantes. Era uma terra de enigmas, onde o sol nunca brilhava
com força total e as estrelas pareciam estar sempre à beira de desaparecer. No entanto, o
mais peculiar de tudo era que, na região, existia uma lenda sobre o Sol Negro, uma fonte
de energia mágica capaz de dar poder absoluto àquele que o controlasse.

Elara, uma jovem viajante, tinha ouvido histórias sobre esse poder desde a infância.
Nascida em uma aldeia à beira da floresta de Valkora, ela sempre sentira uma conexão
profunda com o que havia além das montanhas. Sua mãe, uma renomada estudiosa da
magia, morrera misteriosamente quando Elara ainda era muito jovem, deixando-lhe apenas
um diário com pistas vagas sobre o Sol Negro.

Movida pela curiosidade e pela vontade de honrar a memória de sua mãe, Elara decidiu
partir em uma jornada para desvendar os mistérios do Sol Negro, mesmo sabendo dos
perigos que a aguardavam. Ela acreditava que, de alguma forma, a chave para entender a
morte de sua mãe estava conectada a esse poder ancestral.

Ao chegar em Valkora, Elara encontrou um lugar envolto em sombras e mistério. A terra


estava dividida entre tribos e magos, todos em busca do mesmo poder. O clima era
constante de um crepúsculo eterno, e as sombras das árvores se estendiam mais do que
deveriam, como se algo estivesse distorcendo o tempo. Elara soubera que precisava
alcançar o Templo do Sol Negro, o lugar onde, segundo as lendas, o poder do sol sombrio
poderia ser encontrado, guardado por séculos por uma ordem secreta de magos
conhecidos como Os Custódios.

Os Custódios eram conhecidos por seus poderes sobrenaturais e pela habilidade de


controlar as forças das trevas e da luz. Eles haviam feito um juramento de proteger o Sol
Negro, pois sabiam que, se fosse usado incorretamente, poderia destruir tudo o que existia.
O poder era vasto, mas corrompia qualquer um que se atrevesse a usá-lo sem sabedoria.

Ao adentrar o templo, Elara encontrou um guardião, um ancião mago que estava lá para
testá-la. Ele se apresentou como Keldros, e seus olhos eram profundos como o próprio
abismo. Ele perguntou a Elara: "Por que você busca o Sol Negro? Você sabe o que está em
jogo? Muitas almas foram perdidas ao longo dos milênios. Elas estão presas à vontade do
Sol."

Elara, com a determinação de quem buscava respostas, respondeu: "Eu não tenho medo do
que possa acontecer. Preciso entender o que aconteceu com minha mãe. Ela morreu, e
tudo o que ela deixou foi este diário. Eu preciso entender o que ela procurava."

Keldros, olhando profundamente para ela, viu algo que ele não esperava: verdadeiro
sacrifício. Elara não estava apenas buscando poder, ela estava buscando respostas, uma
forma de reconciliar a perda de sua mãe. Ele sabia que essa jornada seria a última
oportunidade de evitar o desastre que o Sol Negro poderia causar.
O ancião levou Elara até a sala principal do templo, onde uma esfera de luz negra
flutuava no centro. Era o Sol Negro, uma esfera de energia pulsante que emanava uma
radiação fria e intensa. No instante em que Elara olhou para ele, uma visão a atingiu como
uma onda. Ela viu sua mãe, Merian, que antes de morrer, estava tentando usar o poder do
Sol Negro para trazer equilíbrio ao mundo, mas foi corrompida pela energia destrutiva que
o Sol proporcionava. Merian tentava controlar a força, mas não conseguiu resistir,
sacrificando sua própria alma para proteger todos à sua volta.

"Ela se foi..." murmurou Elara, compreendendo a profundidade da dor de sua mãe. Ela
percebeu que não poderia seguir o mesmo caminho. Não poderia usar o poder do Sol
Negro da mesma forma.

Mas, ao mesmo tempo, uma voz misteriosa sussurrou em sua mente: "O poder está ao
seu alcance, Elara. O Sol Negro pode ser seu... se você desejar."

A tentação de se apropriar desse poder era forte. Elara sentiu a energia da esfera vibrar em
seus ossos, sentindo o potencial de criar um novo mundo. No entanto, ela soubera que a
verdadeira força não vinha da magia, mas da sabedoria de não usá-la sem entender
suas consequências.

Com um grande esforço, Elara resistiu à tentação e se afastou da esfera. Ela sabia que o
verdadeiro legado de sua mãe não estava em dominar o Sol Negro, mas em preservar o
equilíbrio do mundo ao redor dela.

Keldros, vendo a decisão de Elara, falou em um tom grave: "Você fez o que poucos seriam
capazes de fazer, Elara. Você escolheu o caminho da sabedoria e da renúncia. O Sol Negro
jamais será usado novamente."

Elara, então, fez um último gesto de despedida para sua mãe, sabendo que ela finalmente
poderia descansar em paz, sabendo que o poder que tanto buscava não era uma resposta,
mas uma prisão. Com a proteção de Keldros, Elara deixou o templo, levando com ela o
diário de sua mãe, agora completo com a sabedoria que ela buscava.

Ao sair de Valkora, a luz começou a voltar lentamente ao céu, e o crepúsculo eterno foi
finalmente rompido. A última chama do Sol Negro se apagou, e com ela, uma nova
esperança nasceu.

Se precisar de ajustes ou mais detalhes, é só avisar! 😊

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