Açao Acidente de Transito - Giovanni Henrique Peres (1)

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A)

DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO


CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA
DE MARINGÁ – ESTADO DO PARANÁ.

Autos:

GIOVANNI HENRIQUE PERES, brasileiro, solteiro, editor


de fotos, portador do RG nº 13562809-3 SSP/PR, inscrito no CPF sob o nº
103.225.509-98, nascido em 10/12/1995, filho de Maria Dolores dos
Santos e Benedito Peres, residente e domiciliado na Rua Cacatua, nº 362,
Vila Aparecida, na cidade de Arapongas-PR, CEP nº 86.707-580 vem,
através de seus Procuradores Judiciais, Paulo Henrique Lomas de
Oliveira, brasileiro, solteiro, advogado regularmente inscrito na Ordem
dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Paraná, sob o nº 71.896 e
Tiago Nazareth Martins, brasileiro, solteiro, advogado regularmente
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Paraná,
sob o nº 94.292, ambos com escritório profissional localizado na Rua São
Pedro, nº 2079, Apartamento nº 208, CEP nº 87.030-211, na cidade e
Comarca de Maringá, Estado do Paraná, endereço onde recebem
notificações e avisos; e-mail: phloadvogado@gmail.com e
tiagonmartinsadvogado@gmail.com, telefone/fax: (44) 99825-3752 e (44)
99104-0908, com o devido respeito, perante Vossa Excelência requerer
com fundamento nos artigos 5º, incisos V e X, da CRFB/1988, 187 e 926
do Código Civil Brasileiro:

AÇÃO DE EXECUÇÃO

Em relação a:

1
MATEUS FERNANDO SEGURA, brasileiro, solteiro,
administrador, portador do RG nº 9521221-2 SSP/PR, inscrito no CPF sob o
nº 066.101.069-40, residente e domiciliado na Rua Chile, nº 1673, Jardim
Alvorada, Apartamento nº 202-B, na cidade de Maringá-PR, CEP nº 87.035-
510, e
TOKIO MARINE SEGURADORA S/A, empresa inscrita no
CNPJ nº 33.164.021/0001-00, sediada na Rua Sampaio Viana, nº 44, Bairro
Paraiso, na cidade de São Paulo-SP, CEP nº 04.004-902, com base nos
fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

I. DOS FATOS

O executado em 07/05/2019 na Rua Mieko Imai Da Silva,


nº 537, Jardim Lice, em Maringá-PR, CEP nº 87.082-230, ao realizar a
manobra de marcha ré do seu veículo, placa ASN-5363, Renavam nº
00475940075, para estacionar, teria colidido no veiculo marca
Volkswagem, modelo Gol GL, ano e modelo 1989, placa AIL-2185,
Renavam nº 00522721354, de propriedade da genitora do exequente,
mas quem estava na posse e dirigindo no momento era o próprio
exequente.
Foi acionado o Juizado Especial Móvel da comarca de
Maringá-PR, ao qual o executado assumiu a responsabilidade pela colisão
entre os veículos e se comprometeu a pagar os danos ao exequente em
data máxima de 05 (cinco) dias, criando assim o acordo entre as partes
(conforme acordo em anexo).
O veiculo que o exequente dirigia possuía antes da
colisão, todas ou senão a grande maioria de peças originais, onde aquele
queria que permanecesse essa originalidade.
Ocorre que o executado possuía na época, cobertura de
plano de seguro pela empresa executada, e quando acionou o seguro a
empresa quis fazer o conserto do carro que o exequente dirigia com peças
não originais (conforme documento em anexo).

2
O exequente não aceitou dessa maneira, onde em
conversa com a empresa executada demonstrou o valor mínimo que
ficaria o conserto com as peças originais (conforme documento em
anexo), e empresa executada não quis fazer o conserto nesses termos.
O executado e a empresa executada não cumpriram o
acordo, pois até a presente data não realizaram o conserto do veiculo do
exequente e nem repassaram o valor mínimo para ser feito esse conserto.
È a síntese necessária.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO


DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CARIACICA – ESTADO
DO ESPÍRITO SANTO.

Ref. Ao processo de n. __________________

FULANA DE TAL, inscrita no CPF sob o n._______________,


devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, através de
seu advogado que ao final assina, vem, mui respeitosamente, a presença
de Vossa Excelência, requerer:

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

em face de PESSOA JURÍDICA S/A, inscrita no CNPJ sob o n.


____________________, devidamente qualificada nos autos do processo em

3
epígrafe, com fundamento nos artigos 513, § 1 c/c art. 524 ambos do
CPC/15, nos seguintes termos:

1. BREVE RESUMO DOS AUTOS

1.2. Conforme se depreende do evento de n. ___, este H.


Juízo julgou parcialmente procedente o pedido lançado na exordial e
condenou a empresa requerida, ora executada, no valor de R$ X mil reais,
a título de danos morais, atualizado monetariamente e acrescido de juros
legais a partir da sentença.

1.3. Irresignada com a r. Sentença monocrática, a


executada interpôs recurso inominado que foi conhecido, porém, no
mérito, improvido, com sua condenação ao pagamento de custas
processuais e honorários advocatícios de sucumbência ao patrono da
exequente, fixados em 20% sobre o valor da condenação (evento 56).

1.4. Esgotadas/preclusas as vias recursais, restou


certificado nos autos que o trânsito em julgado do acórdão se deu no dia
31/05/2016, conforme se extrai do evento de n. 58 dos autos.

2. DECURSO DO PRAZO PARA PAGAMENTO VOLUNTÁRIO


DA CONDENAÇÃO

2.1. Imperioso registrar que no XXXIX Fonaje - Fórum


Nacional dos Juizados Especiais - realizado na cidade de Maceió - AL entre
os dias 08 e 10/06/2016, dentre vários assuntos, foi aprovado enunciado
que trata da contagem dos prazos processuais no sistema dos Juizados
Especiais Cíveis e de Fazenda Pública, DELIBERANDO-SE QUE A
CONTAGEM DEVE SER DE FORMA CONTÍNUA, OU SEJA, EM DIAS
CORRIDOS, DANDO-SE CUMPRIMENTO AO CRITÉRIO DE CELERIDADE
PREVISTO NA LEI Nº 9.099/95. O enunciado deverá valer para todos os
Tribunais de Justiça do país, preservando-se a uniformidade da atuação

4
dos magistrados e demais usuários do sistema, conforme se depreende do
documento anexo, retirado do próprio sitio do Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado do Espírito Santo[1].

2.2. Outrossim, conforme se extrai do evento de número


70 dos autos, no dia 06/06/2016, a patrona da executada tomou ciência
formal da data em que se deu o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

2.3. Considerando a contagem do prazo em dias corridos


conforme orientação do FONAJE e que até a presente data a executada
não realizou o pagamento voluntário do valor a que fora condenada por
este H. Juízo, infere-se que aquela deixou transcorrer o prazo de 15
(quinze) dias para fazê-lo; inércia que importará nas consequências
jurídicas que serão abordadas no tópico seguinte.

3. FUNDAMENTOS LEGAIS E JURÍDICOS QUE JUSTIFICAM A


INCIDÊNCIA DE MULTA E DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

3.1 Diante do não cumprimento voluntário da obrigação


imposta a parte adversária pela sentença, tem-se a necessidade de
continuação do processo para a completa satisfação do direito tutelado
judicialmente, e, via de consequência, realização de novo trabalho do
causídico para concretização da coisa julgada.

3.2 O Novo Código de Processo Civil de 2015 prevê em


seu art. 85:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar


honorários ao advogado do vencedor.

5
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção,
no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

3.3 Diante da previsão legal de arbitramento de


honorários advocatícios na fase de cumprimento de sentença conforme
estabelece o artigo supracitado, impõe-se a necessidade de examinarmos
a possibilidade jurídica da incidência de honorários no cumprimento de
sentença dos juizados especiais cíveis, pois, aos observamos a legislação
pertinente, Leis nº 9.099/95 e 10.259/01, tem-se como regra a não fixação
de remuneração advocatícia pela fase de conhecimento, passando a ser
devida na fase recursal, contudo, silente se cabível na fase de
cumprimento / execução de sentença.

3.4 Vejamos as disposições legais previstas na Lei nº


9.099/99:

“Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no


próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de
Processo Civil, com as seguintes alterações:

IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada


em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser
verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação;

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o


vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de
litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as
custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e
vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do
valor corrigido da causa.

6
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas,
salvo quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido


objeto de recurso improvido do devedor.”

3.5 Diante da não satisfação do direito assegurado


judicialmente, é que surge a necessidade de continuação do processo,
situação que se aplica perfeitamente nos processos oriundos dos juizados
especiais cíveis, exigindo a atuação do advogado para provocação do
Estado-juiz na instauração da fase de cumprimento / execução da
sentença para a satisfação do direito da parte credora.

3.6 Sendo o advogado constituído com poderes conferidos


pela parte para gerir a atividade processual de defesa judicial de seus
interesses e, não obstante exista a faculdade legal para a própria parte
requerer o início da execução no rito sumaríssimo dos juizados especiais,
na hipótese de atuação do advogado, como no presente feito, justifica-se
a incidência de honorários advocatícios na fase de cumprimento /
execução de sentença, principalmente em razão da inexistência de
vedação expressa na lei e por força da própria autorização legal de
aplicação subsidiária do CPC/15 (orientação expressa do caput do art. 52
da Lei nº 9.099/95) na forma do art. 85, § 1. Do NCPC.

3.7 Seguindo nessa linha de raciocínio, outro não é o


entendimento firmado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça que já
editou súmula sobre a questão:

7
Súmula 517 do STJ: “São devidos honorários advocatícios
no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado
o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
advogado da parte executada” (STJ, Corte Especial, aprovada em
26/02/2015).

3.8 Diante de todos os argumentos antes citados, seja na


fase de cumprimento de sentença (procedimento ordinário e/ou sumário
do CPC) ou na fase de execução de sentença (procedimento sumaríssimo
da Lei nº 9.099/95), pode-se asseverar a obrigatoriedade de fixação de
honorários advocatícios nesta fase satisfativa do direito tutelado
judicialmente, mesmo diante do prévio arbitramento em decorrência de
julgamento de Recurso Inominado que encerrou a fase cognitiva.

4. VALOR ATUALIZADO DO DÉBITO COM INCIDÊNCIA DA


MULTA

4.1. Conforme cálculo anexo realizado no sitio do Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, a empresa executada deve
à exequente o valor total de: R$ _________________, sendo: R$
____________________, relativos ao valor atualizado da condenação
acrescido da multa de 10% prevista no art. 523, § 1 do CPC e R$
________________________ a título de honorários advocatícios de
sucumbência fixados pelo Colégio Recursal no julgamento do Recurso
Inominado interposto pela executada.

4.2 Em atendimento ao que estabelece o art. 524, incisos


I ao IV, o índice de correção monetária utilizado na realização do cálculo
do valor devido pela executada foi o estabelecido no sitio do Egrégio
Tribunal de Justiça do E. S. Os juros aplicados são de 1% ao mês conforme
a lei que rege a matéria e o termo inicial e final de incidência dos juros e
da correção monetária levados a efeito no cálculo, compreende o período

8
que a executada tomou ciência da sentença 26/02/2016 (evento 38) até a
presente data (22/06/2016).

4.3 Na hipótese de Vossa Excelência endossar a tese de


condenação da executada nos honorários advocatícios decorrentes da
necessidade de atuação do patrono da exequente no presente
cumprimento de sentença, conforme estabelece o art. 85, § 1. C/c art.
523, § 1., deve incidir o percentual de 10% sobre o valor de R$ __________,
que resultará no valor de R$ _____________________ que se referirá
ahonorários advocatícios arbitrados em razão do cumprimento de
sentença.

5. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) Seja inaugurada a fase de EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO


DA SENTENÇA, segundo os ditames do art. 52, IV da Lei nº 9.099/95 c/c
art. 513, § 1 e 523, § 1 do CPC/15, para que seja deferida a realização de
penhora on line através do sistema Bacen-Jud em desfavor da empresa
executada, no valor de R$ ________________________

b) Seja a executada condenada em honorários


advocatícios decorrentes da atuação deste patrono na fase de
cumprimento de sentença no valor de __________________________,
conforme fundamentação retro, e, no caso de deferimento, seja o valor
penhorado através do sistema bacen jud;

c) seja intimada a executada para, caso queira,


apresentar impugnação ao presente cumprimento de sentença;

c) seja julgada procedente a presente execução;

Termos em que,

9
pede e espera deferimento.

Vitória/ES, 22 de Junho de 2016.

Primeiramente se vislumbra que o autor era titular de um


plano telefônico junto com a empresa ré, e dentre os produtos e serviços
utilizados, e desde aproximadamente 2016 tinha a assinatura “oi velox
residencial” de 5 MB (cinco megabytes) de velocidade. Enquadra-se,
assim, no conceito de consumidor.
Há nítidas falhas no serviço da empresas ré, pois esta em
momento algum informou o autor que o máximo de velocidade de internet
que esse teria em sua região de moradia seria de 2MB (dois megabytes).
A empresa ré por essa falta de informação falhou
seriamente na prestação dos serviços prestados ao autor, tratando o
consumidor com descaso e indiferença, inclusive cobrando muito acima do
que deveria ser cobrado pelo serviço de internet, visto que só chegava na
residência do autor o máximo de 2MB (dois megabytes) de velocidade de
internet.
Evidencia-se, portanto, a falha na prestação do serviço
pela ré, vez que não adotou diligência alguma, ou ao menos necessárias
para informações ao seu cliente e a resolução desse problema.

II.A – Da responsabilidade pelo Fato do Serviço

De acordo com o art. 14, do CDC: “O fornecedor de serviços


responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos” .

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Com relação a serviço defeituoso, de se observar o art. 14,
§ 1º, do CDC: “O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os
riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido.

II.B – Da Indenização por Dano Material

É sabido que as empresas operadoras de telefonia usam e


abusam do seu poder de império frente aos usuários prestando serviços
de má qualidade e se utilizando de má-fé, onde muitas vezes, como no
caso, se deixa consequências, e uma destas são os danos materiais.

É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido.


Assim é que Sérgio Severo afirma: “Dano patrimonial é aquele que
repercute, direta ou indiretamente, sobre o patrimônio da vítima,
reduzindo-o de forma determinável, gerando uma menos-valia, que deve
ser indenizada para que se reconduza o patrimônio ao seu status que
ante, seja por uma reposição in natura ou por equivalente pecuniário.” (In
Os Danos Extrapatrimoniais. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).

Ainda quanto ao poderio desses Impérios, é notório que os


montantes obtidos a titulo de indenizações por usuários frente às novas
“Companhias das Índias” – ou seja, as Operadoras de Telefonia - são
muitas vezes tacanhas, tímidas, irrisórias, não causando qualquer
sentimento de preocupação em tais empresas, o que contribui para que
essas mesmas empresas multinacionais continuem a oferecer
incessantemente um péssimo serviço ao consumidor brasileiro.

No que concerne ao quantum indenizatório, temos que o


mesmo deva não só garantir à parte que o postula a compensação do
dano em face da lesão experimentada, como, de igual modo, servir de
reprimenda àquele quem efetuou a conduta reprovável, de tal forma que o
impacto se mostre hábil a dissuadi-lo da repetição de procedimento

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análogo, devendo ser sublinhado aqui o efeito punitivo-pedagógico que se
pretende.

A nossa jurisprudência assim tem firmado entendimento:

INDENIZATÓRIA. CONSUMIDOR. TV A CABO. INCLUSÃO DE VALORES


ABUSIVOS NAS FATURAS. ADESÃO À PROMOÇÃO NÃO OBSERVADA.
DESCONSTITUIÇÃO DEVIDA. OFENSAS VERBAIS LANÇADAS PELA ATENDENTE DO
CALL CENTER DA REQUERIDA. ATITUDE INCONCEBÍVEL. DANO MORAL
EVIDENCIADO. QUANTUM MANTIDO. 1. Não há falar em complexidade da causa,
pois o CD de áudio juntado aos autos possibilita a perfeita oitiva da mensagem
nele constante, sendo certo que a ré não nega a titularidade do número de
telefone apontado, inexistindo, ademais, motivos para se acreditar que o autor
esteja arquitetando provas ilegais contra a empresa. 2. No mérito, tem-se que a
documentação trazida com a contestação é incapaz de legitimar o agir da ré,
pois os documentos das fls. 43, 45 e 92 nada esclarecem, sendo certo que a
própria demandada confessou ter emitido as faturas em desacordo com
a promoção aderida pelo cliente, fl. 23, impondo-se a desconstituição. 3.
Ademais, está configurado o dano moral, não só pelo incômodo experimentado
pelo consumidor, que tentou, inutilmente, resolver o problema na via
administrativa, mas, especialmente, pela ofensa perpetrada pela preposta da ré,
que, em atitude injustificável e que merece severa reprovação, chamou o
demandante de "mal-educado e mal-comido". 4. Diante de tal panorama, sendo
certo que a ré responde pelos atos de seus prepostos, tendo restado
demonstrado o defeito inconcebível no serviço de call center, o quantum
indenizatório está adequado às peculiaridades da espécie, merecendo
manutenção. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71004206819, Segunda
Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Fernanda Carravetta Vilande,
Julgado em 30/01/2013)(negritamos).

Os danos materiais neste caso seriam evitados com uma única


diligência da reclamada, avisando o autor que a velocidade máxima que
poderia chegar a internet em sua moradia seria de 2 MB (dois megabytes),
e por isso seria ressarcidos a diferença dos valores já cobrados como
sendo de velocidade de 5MB (cinco megabytes), e sendo cobrado após

12
essa ligação (ou após o mês seguinte) em sua fatura o valor
correspondente a velocidade máxima de internet de 2MB (dois
megabytes).

Mas isso nunca aconteceu e por isso evidencia-se, assim, o


desrespeito a seus direitos de consumidor, bem como o descaso da
empresa ré e o desrespeito à lei.

Se utilizando de cálculos quanto ao valor de danos


materiais, o “oi velox residencial” de 2 MB (dois megabytes) de velocidade
no período do inicio de 2016 estava com o valor de R$ 59,90 (cinquenta e
nove reais e noventa centavos) (conforme o contrato de permanência e
regulamento da promoção em anexo); já o “oi velox residencial” de 5 MB
(cinco megabytes) de velocidade, neste mesmo período seria pago o valor
de 69,90 (sessenta e nove reais e noventa centavos) (conforme o contrato
de permanência e regulamento da promoção em anexo).

Os valores foram alterados no período de 2017, ou seja, o “oi


velox residencial” de 2 MB (dois megabytes) de velocidade no período do
inicio de 2016 estava com o valor de R$ 49,90 (quarenta e nove reais e
noventa centavos) (conforme dados informados via internet em anexo); já
o “oi velox residencial” de 5 MB (cinco megabytes) de velocidade, neste
mesmo período seria pago o valor de 59,90 (cinquenta e nove reais e
noventa centavos) (conforme dados informados via internet em anexo).

Conforme se pode analisar, os valores dos planos oi velox


residencial” de 2 MB (dois megabytes) de velocidade e o “oi velox
residencial” de 5 MB (cinco megabytes) de velocidade possuem uma
diferença, tanto no período de 2016 quanto no período de 2017, de R$ 10
(dez reais), onde se calcular o valor a ser ressarcidos, com juros e
correção monetárias, totalizará o valor de 204,13 (duzentos e quatro reais
e treze centavos) (conforme planilha de cálculo em anexo) a ser pago pela
empresa ré por utilizar de má-fé contra o autor.

II.C – Da Indenização por Dano Moral

13
Instituições financeiras como a ré, que conglobam milhares
de empregados em seus quadros, não podem tratar os consumidores com
tal descaso. Pelo contrário, espera-se que haja presteza, eficiência e
celeridade no atendimento aos usuários, o que não ocorreu no caso em
comento.

Deixar de informar que na região de moradia do autor a


velocidade da internet não supera os 2MB (dois megabytes), manter essa
redução e cobrar o valor de internet ao autor como se fosse à velocidade
de 5MB (cinco megabytes) são coisas que jamais podem ocorrer.

Tal situação, aliás, não pode ser atribuída a qualquer ocaso,


se não má prestação dos serviços e má-fé da empresa ré. O autor
expressa assim o grande desrespeito a ele impingido, bem como o
desconforto a que foi sujeito, além do sentimento de afronta aos seus
direitos por se mostrar impotente diante da situação.

Tais casos deixaram o autor muito insatisfeito com a


empresa ré, pois desde 2010 sempre pagou as faturas da dívida com a
empresa ré corretamente, sempre foi uma pessoa cumpridora de seus
deveres junto a sociedade, e por erros, má prestação de serviço e má-fé
pela empresa ré o autor perdeu seu respeito, sua moralidade e sua
dignidade junto a família e a sociedade.

Também no âmbito do dano moral, ou seja, todos os


dissabores, o desconforto, a vergonha e, especialmente a sensação de ser
trapaceado durante tantos anos, seriam evitados com uma única
diligência da reclamada, avisando o autor que a velocidade máxima que
poderia chegar a internet em sua moradia seria de 2 MB (dois megabytes),
e por isso seria ressarcidos a diferença dos valores já cobrados como
sendo de velocidade de 5MB (cinco megabytes), e sendo cobrado após
essa ligação (ou após o mês seguinte) em sua fatura o valor
correspondente a velocidade máxima de internet de 2MB (dois
megabytes).

14
E como já dito no tópico acima, isso nunca aconteceu,
demonstrando o caráter desestimulante, trapaceiro, e senão imundo, da
reclamada.

Há, portanto, prova concreta da falha na prestação do


serviço.

O dano moral contra o autor está na má-fé e na má prestação


de serviço da empresa ré. O autor ficou muito entristecido, abatido e
revoltado por esse desrespeito contra ele, pois tem duas filhas em idade
de adolescência, e como sabemos a juventude possui uma afinidade muito
grande com a tecnologia de computação, e quando sua filhas precisavam
da internet para trabalhos escolares ou pra contato social, essas não
conseguiam pela lentidão da internet ou por nem funcionar a internet, e
seu pai via isso, se entristecia, mas impotente no caso, não podia fazer
nada (além de contatar o assistente de manutenção), o autor acreditava
fielmente que sua internet era rápida, pois pagava o plano com a empresa
ré para isso.

A desilusão e o desânimo do autor foram tão grandes devido


ao ocorrido, que este cancelou em outubro de 2017 seu plano com a
empresa ré, não acreditando mais que esta iria lhe proporcionar
momentos de felicidades.

Como o dano moral consiste em ofensa a valores humanos,


os quais se identificam por sua imaterialidade, a demonstração do ato
ilícito da ré, consubstanciado na narrativa fática exposta, evidencia prática
ilícita que enseja a devida reparação em favor do requerente. Assim, a
gravidade da conduta da ré deve ser devidamente valorada, porque o
autor suportou prejuízo de natureza moral, previsto no art. 5o, incisos V e
X, da Constituição Federal.

O art. 5º, inciso V, da CF, interpretado em consonância


com o histórico preceito contido no art. 927 do Código Civil, trouxe fim a
antiga querela doutrinária e jurisprudencial acerca da indenização do dano
moral. O dano indenizável pelo art. 927 do Código Civil compreende não
só a lesão patrimonial, mas também outros direitos e valores

15
fundamentais, como a honra, a dignidade pessoal, o sentimento religioso,
afetivo e familiar, cuja lesão traz à vítima dor e sofrimento maiores do que
o simples dano material.

Assim, em relação ao montante a ser arbitrado pelos danos


morais sofridos, este é o entendimento deste Tribunal, vejamos:

APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C.


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TELEFONIA MÓVEL. [...] CONSUMIDORA QUE
FICOU IMPOSSIBILITADA DE REALIZAR E RECEBER CHAMADAS, SEM QUALQUER
MOTIVO APARENTE. IRREGULARIDADE DA SUSPENSÃO DO SERVIÇO INDERRUÍDA.
CIRCUNSTÂNCIA QUE, POR SI SÓ, CONFIGURA DANO MORAL. CONSIDERAÇÃO,
ADEMAIS, DE QUE A PACTUANTE, AO QUE TUDO INDICA, NÃO FOI PREVIAMENTE
INFORMADA ACERCA DO BLOQUEIO. AFRONTA À RESOLUÇÃO Nº 477/07 DA
ANATEL. INÚMERAS TENTATIVAS PARA ENCERRAMENTO DO VÍNCULO
CONTRATUAL PELO CALL CENTER. DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA
REFORMADA. "[...] O abalo é presumido, mormente em se considerando que a
linha telefônica permaneceu desativada por vários dias, gerando incômodos que
certamente ultrapassaram o mero dissabor [...]" (Apelação Cível nº 2015.014548-
9, de Chapecó. Rel. Des. Subst. Paulo Henrique Moritz Martins da Silva. J. Em
27/01/2016). FIXAÇÃO DO IMPORTE COMPENSATÓRIO EM R$ 10 MIL,
MONETARIAMENTE CORRIGIDO A PARTIR DO ARBITRAMENTO, E ACRESCIDO DOS
JUROS DE MORA A CONTAR DO EVENTO DANOSO. PRECEDENTES. SÚMULAS Nº
362 E Nº 54, DO STJ. ÔNUS SUCUMBENCIAIS QUE, EM RAZÃO DA ATRIBUIÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL, DEVEM INTEGRALMENTE RECAIR SOBRE A
CONCESSIONÁRIA OFENSORA. VERBA HONORÁRIA FIXADA EM 15% SOBRE O
VALOR DA CONDENAÇÃO. ART. 85, § 2º, DO NOVO CPC. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. (TJSC, Apelação n. 0500280-57.2013.8.24.0019, de Concórdia, rel. Des.
Luiz Fernando Boller, j. 17-05-2016). (grifou-se)

II.C.1 – Do Dano Moral Presumido / in re ipsa

Ainda que eventualmente se adote o entendimento


segundo o qual não há qualquer meio de prova capaz de evidenciar o

16
sofrimento experimentado pelo indivíduo, vez que o mesmo se processa
no âmago, na alma da pessoa, de se considerar que o alegado dano moral
prescinde de prova oral porque o sofrimento, a angústia e a dor
impingidas ao autor são notórias e efetivas, reservados ao recôndito da
alma, ao íntimo da pessoa. Tanto que, na seara doutrinária, denomina-se
dano in re ipsa, que se presume pelo simples fato de acontecer.

II.C.2 – Do Valor a ser arbitrado

A quantificação do dano moral é tarefa de grande


dificuldade, pois cabe ao julgador, segundo critérios de razoabilidade e
proporcionalidade, analisar a repercussão do dano à pessoa e atentar para
a possibilidade econômica dos envolvidos.

Assim, embora seja tarefa delicada que envolve múltiplos


aspectos, considere-se ser imperioso que: 1. A reparação não se presta,
meramente, a promover enriquecimento da parte autora mas, antes, em
substituição de valores de modo a minorar o prejuízo suportado porque,
evidentemente, nunca poderá recompor o dano sofrido. Inclusive,
enquanto pena pecuniária e pedagógica que é, deve repercutir no
patrimônio do ofensor de tal modo a ponto de ele redimir-se do ato faltoso
praticado, além de compensar o ofendido, em pecúnia, pelo prejuízo
moralmente experimentado; 2. Cabe ao juiz fixar reparação razoável - em
respeito aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade - e não
meramente simbólica, de modo a evitar a repetição de eventos
semelhantes; 3. Os critérios de arbitramento da quantia indenizatória
levem em consideração a intensidade/gravidade do dano sofrido (art. 944
do CC), o grau de culpa do causador do dano (parágrafo único do art. 944
do CC e art. 945 do CC), a condição econômico-financeira do ofensor e do
ofendido, bem como o caráter pedagógico da indenização fixada; 4. Seja

17
examinada a intensidade do sofrimento, a capacidade econômica do
ofensor e seu comportamento em relação ao fato.

Ainda quanto ao valor ou critério de seu estabelecimento, já


se firmou a jurisprudência: “Na indenização a título de danos morais, como é
impossível encontrar um critério objetivo e uniforme para a avaliação dos
interesses morais afetados, a medida da prestação do ressarcimento deve ser
fixada a arbítrio do juiz, levando-se em conta as circunstâncias do caso, a
situação econômica das partes e a gravidade da ofensa, de modo a produzir, no
causador do mal, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo atentado,
sem, contudo, significar um enriquecimento sem causa da vítima, visto que quem
está enriquecendo ilicitamente é a empresa UOL ao se apropriar indevidamente
dos recursos financeiros da Autora. (TJ-MG – Ac. da 2ª Câm. Cív. julg. em 22-5-
2001 – Ap. 000.197.132-4/00-Divinópolis – Rel. Dês. Abreu Leite; in ADCOAS
8204862).

O emérito Dr. Magnus Venicius Rox, Juiz Substituto de


Segundo Grau Convocado Relator nos autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº
841.908-3, cita em seu voto SÉRGIO CAVALIERI FILHO (Programa de
responsabilidade civil. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. P. 90), a respeito da
quantificação do valor atribuído ao dano moral. Observe-se:

"Para que a decisão seja razoável é necessário que a conclusão nela estabelecida
seja adequada aos motivos que a determinaram; que os meios escolhidos sejam
compatíveis com os fins visados; que a sanção seja proporcional ao dano.
Importa dizer que o juiz, ao valorar o dano moral, deve arbitrar uma quantia que,
de acordo com o seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade da
conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela
vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do
ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes.

Assim, se de um lado não se deve fixar um valor demasiadamente elevado, a


permitir o enriquecimento ilícito, também não se pode aceitar um valor que não
represente uma sanção efetiva (função repressora e educativa do dano moral)."

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O D. Juiz destaca os balizamentos traçados pelo Superior
Tribunal de Justiça:

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO


INDENIZATÓRIA. DANO MORAL. PUBLICAÇÃO EM REVISTA SEMANAL DE
CIRCULAÇÃO NACIONAL DE INFORMAÇÃO QUE ATINGE A IMAGEM DE EMPRESA
COMERCIAL. DANO AFERIDO NA ORIGEM A PARTIR DOS ELEMENTOS FÁTICO-
PROBATÓRIOS CARREADOS NOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. SÚMULA
07/STJ. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 165, 458 E 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
QUANTUM DA INDENIZAÇÃO. VALOR EXORBITANTE. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE.
[...] 3. O critério que vem sendo utilizado por essa Corte Superior na fixação do
valor da indenização por danos morais, considera as condições pessoais e
econômicas das partes, devendo o arbitramento operar-se com moderação e
razoabilidade, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de
forma a não haver o enriquecimento indevido do ofendido, bem como que sirva
para desestimular o ofensor a repetir o ato ilícito. [...] 9. Recurso especial
parcialmente conhecido e, nessa extensão, Provido (Superior Tribunal de Justiça.
Recurso Especial nº 334.827/SP, 4ª Turma, Relator Honildo Amaral de Mello
Castro Desembargador Convocado do TJ/AP - julgamento ocorrido em
03.11.2009, publicação no DJe 16.11.2009).

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. MORTE DE FAMILIAR. FALHA NA


PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DEMORA INJUSTIFICADA PARA O FORNECIMENTO DE
AUTORIZAÇÃO PARA CIRURGIA. MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
PROVIMENTO. I. O valor indenizatório deve ser compatível com a intensidade do
sofrimento do recorrente, atentando, também, para as condições sócio-
econômicas das partes, devendo ser fixado com temperança. [...] Recurso
especial provido (Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.119.962/RJ,
3ª Turma, Relator Ministro Sidnei Beneti, julgamento ocorrido em 01.10.2009,
publicação no DJe de 16.10.2009).

Na Apelação Cível nº 327.605-5, tendo por Relator o MM.


Desembargador J. S. Fagundes Cunha, em julgamento realizado em 04 de
março de 2010, tem-se:

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“[...]. PEDIDO DE REPARAÇÃO DE DANO MORAL. DIREITO DA PERSONALIDADE.
RELAÇÃO DE CONSUMO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. FUNCIONÁRIO DA
EMPRESA QUE FORNECE DADOS DA CONTA DE TELEFONE UTILIZADO PELA PARTE
AUTORA A DETETIVE PARTICULAR. VIOLAÇÃO DO DIREITO À INTIMIDADE. DEVER
DE REPARAR O DANO MORAL. VALOR DA REPARAÇÃO FIXADO EM R$ 25.000,00
(VINTE E CINCO MIL REAIS) CORRIGIDO MONETARIAMENTE E ACRESCIDO DE
JUROS A PARTIR DA DATA DO PRESENTE JULGAMENTO. INVERSÃO DO ÔNUS
SUCUMBENCIAL. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.”

Ante o exposto, dada a peculiaridade de sua situação, requer


seja as requeridas condenadas ao pagamento de indenização por danos
morais em favor do promovente, no importe mínimo de R$ 20.000,00 ou
sucessivamente outro, ainda que maior.

A devida quantia indenizatória a ser paga pela empresa ré, a


meu ver, será fielmente analisado e sopesado conforme a
responsabilidade e parcela de culpa daquela, pelo(a) Douto(a)
Magistrado(a) que brilhar mente julgará a causa.

II.D – Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

É muito importante destacar, ainda, conforme estabelece o


art. 6º, VI, do CDC, deve haver a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Portanto, o
fornecedor se obriga na prevenção à ocorrência de danos, não praticando
condutas causadoras de lesão aos consumidores no mercado de consumo.
Em segundo momento, se ainda assim ocorreu o dano, deve haver a
efetiva reparação.

Há, no caso em tela, direito ao ressarcimento da parte autora,


via indenização por danos morais, pelo descaso e desatenção da ré e de
prática de má-fé no trato ao consumidor, consubstanciados nas práticas

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supra descritas. Isso porque o requerente enfrentou situação de aflição
psicológica e de impotência ao não ver o seu conflito solucionado agindo
por conta própria. Não se trata, portanto, de mero dissabor nem de
aborrecimento, mas sim de situação suficientemente grave e apta a
ensejar a reparação indenizatória, o que fica desde já requerido.

Evocando aqui a responsabilidade civil objetiva, tem-se que,


como regra, nas ações de reparação de danos, restam configurados em
favor do consumidor o dano, o nexo de causalidade e o defeito. Ainda,
conforme a teoria do risco da atividade desenvolvida no mercado de
consumo, toda pessoa que exerce alguma atividade empresarial cria um
risco de dano para terceiros e deve ser obrigada a repará-lo, ainda que
sua conduta seja isenta de culpa.

O fornecedor, que tem por objetivo auferir lucro, deve arcar


com os riscos da atividade desenvolvida, reparando o consumidor dos
eventuais danos. Aquele que aufere os cômodos deverá arcar com os
incômodos.

E mais, conforme a teoria da responsabilidade pelo Fato do


Serviço, de acordo com o art. 14, do CDC: “O fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

II.E – Da Inversão do Ônus da Prova

Deve ocorrer a inversão do ônus da prova, o que fica desde


já requerido, por figurar o reclamante como a parte mais fraca e destituída
de condições econômicas.

Nesse sentido, colaciona o seguinte julgado:

“REsp 435572 / RJ 03/08/2004. PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO. OMISSÃO.


OCORRÊNCIA. CONSUMIDOR. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. INTELIGÊNCIA DO

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ART. 6º, VIII DA LEI N. 8.078/90. 1 – A inversão ou não do ônus da prova, prevista
no art. 6º, VIII da Lei n. 8.078/90, depende da análise de requisitos básicos
(verossimilhança das alegações e hipossuficiência do consumidor), aferidas com
base nos aspectos fático-probatórios peculiares de cada caso concreto.”

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

A) A citação da reclamada para apresentar a sua defesa,


caso queira, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia e à pena de
confissão quanto à matéria fática;

B) A procedência da presente ação, para que a requerida


seja condenada ao pagamento total de indenização por danos materiais
no valor de R$ 204,13 (duzentos e quatro reais e treze centavos) ou
sucessivamente outro, que guarde consonância com os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, ainda que maior;

C) A procedência da presente ação, para que a requerida


também seja condenada ao pagamento total de indenização por danos
morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ou sucessivamente
outro, que guarde consonância com os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, ainda que maior;

Protesta comprovar o alegado por todos os meios de


prova admissíveis em direito, especialmente por meio juntada de novos

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documentos, sem a exclusão de quaisquer outras que não tenham sido,
por ora, mencionadas.

IV. DO VALOR DA CAUSA

Valor estimativo da causa: R$ 20.204,13 (Vinte mil duzentos


e quatro reais e treze centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Marialva, 03 de abril de 2018.

PAULO HENRIQUE LOMAS DE OLIVEIRA


ADVOGADO - OAB/PR 71.896

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