Antropologua

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1.

Introdução

A partir das ciências da metrópole mobilizam-se conhecimentos que fundam novas


subespecialidades (história e geografia coloniais, direito e economia coloniais, psicologia
indígena,medicina colonial…), conduzindo à criação de novas instituições de ensino e de
investigação coloniais.
Para tornar eficiente a ocupação científica do espaço colonial, de acordo com Conceição
(2006) e Costa (2013) criam-se na metrópole instituições de ensino que visam difundir as
ciências coloniais e formar agentes coloniais dotando-os de um saber localizado.
Para Costa (2013) a institucionalização dos saberes coloniais permite analisar conjuntamente
doisprocessos fundamentais: a profissionalização dos agentes da colonização e o movimento
daconstrução disciplinar. A maioria dos saberes coloniais são produzidos, ou pelo menos
“traduzidos” dentro do quadro do ensino superior da metrópole.
Daí que o ensino superior colonial de acordo com Geffray (1991) constitui um espaço de
encontro e de troca entre universitários e administradores, entre políticos e homens de
propaganda política.
Neste sentido, a ciência afigura-se como um elemento orgânico para a colonização,
assumindo-se aquela, como uma “missão civilizadora (COSTA, 2013).
A par de objectivos económicos, a “missão civilizadora” (tendo a ciência como essência)
torna-se, não apenas como um potente argumento para a ideologia da colonização e
imperialismo, mas também como uma forma radicalmente nova de olhar o mundo e de
(re)organizar a sociedade. Costa (2013) afirma que o facto de se identificar a ciência com o
progresso, permite o estabelecer e o partilhar duma rede social, dos valores coloniais pela
comunidade de cientistas.

A ciência, como “missão civilizadora” mobiliza o altruísmo individual e colectivo como base
moralda colonização, tornando-se esta perspectiva mais acentuada especialmente após a I
Guerra Mundial.

Sem se deixar de fora o conceito cultura, a influência do colonialismo numa determinado


cultura, até que ponto isso pode chegar, os seus efeitos e as diversas variedades de culturas.
2.O processo de formação do império colonial

O processo de formação do império colonial pode ser entendido como os meios, a


estratégia da implantação de uma colónia num determinado alvo de colonização.

2.1.Colonialismo é a política de exercer o controle ou a autoridade sobre um território


ocupado e administrado por um grupo de indivíduos com poder militar, ou por representantes
do governo de um país ao qual esse território não pertencia, contra a vontade dos seus
habitantes que, muitas vezes, são desapossados de parte dos seus bens (como terra arável ou
de pastagem) e de eventuais direitos políticos que detinham.

O colonialismo não é uma máquina de pensar, não é um corpo dotado de razão. É a violência
em estado de natureza(FENON,)

"Entre os diversos marcadores que caracterizam o colonialismo - a desigualdade relacional


e a descontinuidade territorial entre o país colonizador e o país colonizado, a disjunção
cultural e social entre colonizados e colonizadores, a eliminação da autonomia do
colonizado e a hegemonia sempre reforçada do colonizador -, deve registar-se, por um lado,
o exercício constante de desmemoriação das populações dominadas em relação à sua
própria história, introduzindo a história do colonizador e incentivando uma nova memória
que reorganiza a hierarquização dos homens de acordo com a norma do colonizador, e por
outro, a manipulação ideológica dos grupos que integram o espaço do colonizador,
confrontados com categorias legitimadoras – a nação, a civilização, a história – da
violências impostas pelo fenómeno colonial. A incomodidade do tema e a difícil tarefa de
‘descolonização’ ideológica da produção intelectual, particularmente historiográfica,
continua a atormentar ex-colonizadores e ex-colonizados "(HENRIQUES, 2013 e 2014).

2.2.Império colonial portugues

Iniciado em 1415 com a conquista de Ceuta, o Império Colonial Português estendeu-se pela
África, pela Ásia e pela América do Sul. Pelo meio de inúmeras vicissitudes, chegou até à
segunda metade do século XX. A formação do Império Colonial Português iniciou-se com a
conquista de Ceuta em 1415, obedecendo a propósitos geo-estratégicos, políticos,
económicos e religiosos.

Já na década de 1870, os produtos agrícolas tradicionais de Portugal se confrontavam no


mercado com produtos semelhantes e a menor custo provenientes de longínquas paragens. A
crise da agricultura em Portugal levou a burguesia nascente a tentar um esforço político e
econômico no setor industrial, tendo sido obtidos os primeiros resultados positivos no ramo
têxtil, na indústria corticeira e na produção vinícola. Tendo perdido posições no mercado
brasileiro, em finais do século XIX, mas encorajada pelo sucesso dos investimentos na
produção de açúcar em SãoTomé, a burguesia mercantil (essencialmente concentrada na
cidade do Porto) adotou um novo enfoque empresarial e começou a olhar as colônias
africanas como a possibilidade de fontes de produtos agrícolas e de matérias-primas do
campo a baixo custo, beneficiando-se de uma mão-de-obra quase gratuita, e como mercados
privilegiados que compensassem a dificuldade de concorrência com as potências
industrializadas da Europa. Três quartos dos têxteis exportados por Portugal em 1870 eram
destinados às colônias (Newitt, 1997:325).

Os territórios de ultramar, em especial os africanos, surgiam como mercados privilegiados


para o escoamento do vinho de baixa qualidade, excedentário na metrópole: era o chamado
“vinho para o Preto”.
...Uma Alta inteligência técnica foi posta a serviço de Deus e do lucro. E o resultado foi um
assalto selvagem e pirático como o mundo nunca testemunhara (BOXER,1969).

2.3.Colonialismo em África

E difícil, se não impossível, falar do colonialismo sem invocar a África, pois se trata do
continente onde mais se fez notar a presença colonial na história.

Até 1880, em cerca de 80% do Seu território, a Àfrica era governada por seus próprios Reis,
Rainha, chefes de clãs e de linhagens. Estava organizada em impérios, reinos de comunidades
ou unidades políticas de Porte e natureza variados. Já no período entre 1880-1910, a África
foi assaltada na sua soberania, independência e valores culturais.

O colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e de dominação


política, podendo mesmo ser entendido como um modo de percepção do mundo e de
enquadramento da vida social.

Os estudos históricos sobre a presença europeia em África, bem como os eventos


contemporâneos que recorrentemente descortinam aos olhos do mundo as feridas abertas
deixadas no continente Africano pelos projetos imperialistas, não permitem minimizar a
violência explícita das ações de subjugação política e de extração de recursos que
acompanharam o colonialismo. O que os estudos coloniais e pós-coloniais têm demonstrado,
porém, sobretudo aqueles realizados a partir da década de 1990, é que tais dimensões dos
projetos imperialistas devem ser vislumbradas através de uma nova lente.

Num sentido mais amplo, o colonialismo passa a ser entendido como um evento que alcançou
os domínios mais insólitos das práticas cotidianas, os mais recônditos cantos da vida social.
Como produto de um complexo encontro que alterou a tudo e a todos (Comaroff & Comaroff,
1997). Trata-se de “um processo histórico totalizante, instituidor de uma hegemonia
orientadora da percepção e da experiência social” (Trajano Filho, 2004:23).

No século XIX, as nações europeias, como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha,
começaram a explorar de maneira efetiva o continente africano e o asiático. A Revolução
Industrial motivou esses países a explorar matérias-primas, especialmente minérios, dentre os
quais podemos destacar o ferro, cobre, chumbo, além de produtos de origem agrícola, como
algodão e borracha; todos fundamentais para a produção industrial. Segundo HUBSON, a
ocupação da África deveu-se aos excedentes de capitais, pois os Europeus pretendiam áreas
para investir.

As nações americanas que foram descolonizadas se tornaram um mercado promissor para os


produtos industrializados europeus, tendo em vista que a procura na Europa por tais
mercadorias estava em queda.

As potências europeias, para garantir matéria-prima, ocuparam os territórios contidos no


continente africano. Logo depois, promoveram a partilha do continente entre os principais
países europeus da época(Conferência de Berlin) dando direito de explorar a parte que coube
a cada nação.

A divisão do continente africano foi consolidada através de um acordo realizado em 1885.


Esse evento contou com a participação da Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália,
Portugal e Espanha. Esse acordo foi executado na Conferência de Berlim(1884-1885).

Porém, o processo de exploração da África aconteceu antes mesmo de haver a partilha do


território, isso porque diversos países enviaram delegações de cientistas para o continente.
Segundo eles, os cientistas tinham o propósito de realizar pesquisas de caráter científico, mas
na verdade esses coletavam dados acerca do potencial mineral, ou seja, as riquezas do
subsolo.
Anos depois, grande parte do território africano estava colonizada. Os europeus introduziram
culturas que não faziam parte da dieta do povo nativo. Os colonizadores rapidamente
promoveram as plantations, com destaque para a produção de café, chá, cana-de-açúcar e
cacau.

Outra atividade desenvolvida foi o extrativismo mineral, com destaque para a extração de
ouro, ferro, chumbo, diamante, entre outros. Assim, os europeus conseguiram garantir por um
bom tempo o fornecimento de matéria-prima para abastecer as indústrias existentes nos
países europeus industrializados.

2.4.Colonialismo em Moçambique

Nos primeiros dias do ano de 1498 da era cristã, os habitantes da costa sul de Moçambique,
em algum lugar situado entre as atuais cidades de Inharrime e Inhambane, viram chegar
estranhas embarcações, enormes em relação às que até então já tinham visto. Delas desceram
outros barcos menores transportando gente de pele pálida e vestida de modo insólito. Não se
compreendeu o que eles diziam, mas não pareceram agressivos pelo que as gentes locais os
acolheram sem animosidade. Os forasteiros recolheram água fresca, trocaram alguns objetos
e regressaram às grandes embarcações que voltariam a desaparecer no mar profundo.
Ninguém sabia quem eram os visitantes, muito menos podia imaginar que testemunhava um
momento histórico: os primeiros contatos da África oriental com a Europa na viagem de
Vasco da Gama em demanda da rota do Oriente

Na busca do ouro, prata e marfim, ou no esforço de estender suas redes comerciais a


potentados do interior, esses aventureiros europeus (e, no caso de Moçambique, também
indianos) bem como alguns missionários religiosos iniciaram a penetração dos territórios,
preferencialmente subindo os rios, e esporadicamente por lá se fixavam. Eram iniciativas de
natureza individual, e os europeus, isolados ou acompanhados de um punhado de homens
armados a seu soldo, usavam diferentes estratégias de sobrevivência que iam de alianças com
os potentados locais, muitas vezes através de casamentos com filhas de linhagens
predominantes, à diplomacia, ao comércio etc. Embora com menor freqüência, dada a
correlação de forças desfavorável, fizeram também recurso ao uso da força, normalmente
emaliança com outros chefes locais. Por outro lado, os próprios Africanos, facilitaram o
processor de integração dos forasteiros dentro da sua sociedade, Tal como afirma Alexandre
lobatos, explicando a situação comum a grande parte da África subsariana.
"Os homens do sertão (...) eram desertores, homens que fugiam das naus e das fortalezas e
iam servir os régulos e governar a vida”(Lobato, 1953, p.20).

2.4.1Educação colonial e o Cristianismo (Catolicismo)

É válido afirmar que o cristianismo em África, é resultado da colonização do mesmo(África),


uma vez que eram as ceitas religiosos cristãs (Católica)que se encarregavam pela educação
dos indígenas à mando dos colonos. Oque nos leva a afirmar que o cristianismo colonial foi,
ao mesmo tempo, um elemento importantei no processo de desestruturação da ordem
existente nas sociedades Africanas, e um gerador de mobilidade social levada adiante pelos
próprios Africanos. O conteúdo esprimido pela educação colonial (Igreja católica), pode de
algum modo tirar o seu mérito, pois esprimia-se de um modo etnocéntrico, uma vez que os
Africanos eram considerados, pela religião Cristã, como descendentes de Cam, que terá visto
a nudez do pai e o mesmo foi punido com uma maldição e seus descendentes das próximas
gerações.

O mesmo cristianismo servia como um método de adormecer o oprimido de modo com que o
mesmo não fique lúcido o suficiente ao ponto de pensar na resistência. Tal como afirma o
Karl Marx "A religião é o ópio do povo", pois dá ao oprimido a possibilidade de projectar um
futuro distante-A via após a morte- e a não se importar com as coisas terrenas. Nem se
importando com a felicidade, Paz, Dignidade que têm Direito ainda em vida.

2.4.2Religiões Africanas

Assim, quando se fala de religiões tradicionais africanas, refere-se às crenças e práticas


culturais que constituem a religiosidade e vida da África Bantu ou Subsaariana, a conhecida
também como “África Negra” (por ser majoritariamente de origem negra diferentemente da
África do Norte que é majoritariamente branca e muçulmana, representada pela minoria dos
países que constituem o continente africano – Egito, Líbia, Marrocos, Argélia, Tunísia e
Saara Ocidental). “As religiões tradicionais africanas são, de fato, as religiões naturais dos
povos da África subsaariana que foram conservadas e transmitidas oralmente de geração em
geração até aos nossos dias”(MARTINEZ,2009,p.100).”.

Segundo P.Miguel de Olivera Gomes apud Couceiro (2004), define feitiçaria como acusação
moral, em qualquer sociedade, que funda uma relação social de desconfiança entre pessoas
que se sentem prejudicadas por alguém que elas acusam de lhes fazer mal, com auxílio de
poderes mágicos. A origem das religiões tradicionais africanas é datada de um tempo
longínquo. Não tendo fundadores estas são uma herança dos antepassados passada de geração
em geração através da oralidade, portanto, se fundam num tempo ancestral.

Com influências das teorias antropológicas clássicas do século XIX, as religiões tradicionais
africanas foram denominadas pejorativamente de “animistas”, “feiticismo” (feitiçaria),
superstição, magia, e demais classificações preconceituosas (Martinez, 2009; Altuna, 2014).
E tais teorias antropológicas serviram em parte para legitimar a colonização européia no
continente africano sob o argumento de cristianizar e civilizar os africanos.

2.5.Impactos culturais e sociais do colonialismo em África

John Iliffe, encarar o colonialismo como um agente destruidor de toda a tradição Africana é
subistimar a resistência dos próprios Africanos. Por outro lado, vê-lo como um simples
episódio na longa história do continente é subistimar todas as mudanças que ele proporcionou
na vida dos mesmos Africanos.

"A constituição de uma identidade social é um ato de poder (...) pois se uma identidade
consegue se afirmar é apenas por meio da repressão daquilo que a ameaça”.(Hall, 2000,
p.110)

A cultura Africana actual tem as suas raízes irrigadas pela cultura Europea pelo colonialismo,
isto é, o colonialismo tem um grande impactos n'oque a África é hoje(sócio-cultura), a partir
da religião, a religião cristã é a principal praticada no continente Africano actualmente, mas
não que o Africano não tenha raízes religiosas, mas porque o mesmo sofreu transformações
durante o colonialismo e bebeu muito da cultura Europea sem se esquecer da maneira de
vestir , a gastronomia, a estrutura organizacional das sociedades Africanas actuais, a
tendência do Africanos é de europeizar-se, aos poucos, mesmo sem se aperceber.

Os próprios nomes, os nomes dos Africanos Sao nomes de origem Europeia, e nota-se
também a tendência de europeizar-se os nomes de origem Africana como no caso de Mandla-
>Mandate.
3.Diversidade Cultural

Diversidade cultural são os vários aspectos que representam particularmente as diferentes


culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de
organização familiar, a política, entre outras características próprias de um grupo de seres
humanos que habitam um determinado território.

A diversidade cultural é um conceito criado para compreender os processos de diferenciação


entre as várias culturas que existem ao redor do mundo. As múltiplas culturas formam a
chamada identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade; uma "marca" que
personaliza e diferencia os membros de determinado lugar do restante da população mundial.

As culturas diversificam-se por vários motivos, mas por ab initiu, divisionismo, isto é, por
separação de uma cultura,(antes) maior deja por rivalidade, permanência, etc... Actualmente
verifica-se um fenômeno contrário à diversidade cultural, a homogeinização cultural, que se
traduz na integração entre sociedades que resulta na aculturação e assimilação de culturas
assimilação oque é realizado na adocção de usos e custumes entre diferentes culturas.

3.1.Diversidade cultural no brasil

O Brasil é um país incrivelmente rico em diversidade cultural, devido a sua extensão


territorial e a pluralidade de colonizações e influências que sofreu ao longo do processo de
construção da sociedade brasileira.

As diferenças são bastante visíveis mesmo entre as diferentes regiões do país: norte, nordeste,
centro-oeste, sudeste e sul.

Nas regiões norte e nordeste, a predominância é das tradições indígenas e africanas,


sincretizadas com os costumes dos povos europeus, que colonizaram o país.

Na região centro-oeste, onde predomina o Pantanal, existe ainda uma grande presença da
diversidade cultural indígena, com forte influência da culinária mineira e paulista.
No sudeste e sul destacam-se costumes de origem europeia, com colônias portuguesas,
germânicas, italianas e espanholas que, ainda hoje, mantêm a cultura típica de seus países de
origem.

Diversidade cultural e religiosa

A diversidade religiosa está intrinsecamente relacionada com a cultura. O chamado


sincretismo religioso conceitua o processo de mistura e diversificação de várias religiões
reunidas dentro de uma sociedade.

No Brasil, por exemplo, a diversidade religiosa está na presença das várias crendices
coabitando em um mesmo território, como os católicos, judeus, muçulmanos, hindus, etc.

3.2.Diversidade cultural em Moçambique

Moçambique, e como a maioria dos países da África, não possui uma identidade cultural
específica, apresentando aspectos que o ligam a outros países vizinhos e mesmo a outros
continentes (Santiago, 2019). Ao conquistar a independência, em 1975, após quase onze anos
de guerra contra os portugueses, os líderes moçambicanos buscaram eliminar a língua do
colonizador, mas isso se tornou impraticável línguas presentes no país, que possuem
importância regional, mas não alcance nacional (UNESCO, 2010).

Reza a história que os primeiros habitantes em Moçambique, eram pequenos grupos de


caçadores e colectores, os Bosquímanos (os Khoi e os San), um grupo nómada que acabou se
mudando e contraindo matrimónio com os povos bantu.

Segundo Santiago (2019), Moçambique é um país de grande diversidade cultural, com um


total de 43 idiomas, dos quais se destacam o macua, tsonga (shangana), sena, lomwe,
chuwabu e o nianja. O tsonga, por exemplo, é falado pela etnia de mesmo nome, que está
espalhada por Moçambique, África do Sul, Zimbábue e Suazilândia. Já a língua nianja, por
sua vez, é falada pela etnia chewa e mais alguns povos próximos a eles, em Zâmbia,
Zimbábue, Moçambique e Malawi, sendo que neste último país ela é oficial. Para o INATUR
– Instituto Nacional do Turismo de Moçambique (2016)
A sul, encontram-se os povos patrilineares congregados nos seguintes grupos: Shona, Tsonga,
Chope e Bitonga. Entre os povos patrilineares figura também o grupo Nguni, cujos núcleos se
encontram espalhados pelo País. No Vale do Zambeze, uma zona de transição, situam-se
povos de simbiose das influências matrilinear e patrilinear, dos quais se destacam: Chuwabo,
Sena e Nyungwe. Para além dos grupos identificados, existem outros localizados na costa
norte, cuja característica particular é a influência patriarcal islâmica que apresentam: são os
Mwani.
Segundo Ferreira (1982), os Makondes localizados no extremo norte, junto ao rio Rovuma,
bem como no sul da Tanzânia, apresentam como traços culturais particulares a escultura em
madeira, o uso de máscaras nas cerimónias relacionadas com os ritos de iniciação e a
execução da dança tradicional conhecida por “mapico”.

Os Yao, também conhecidos por Ajaua, ocupam a região junto ao lago Niassa e o norte da
província com o mesmo nome, são encontrados no Malawi e no sul da Tanzânia, eram povos
bastante activos no comércio à distância, ligando as regiões do interior com a costa do Índico:
Quílua, na Tanzânia, e Ilha de Moçambique. Antes dos finais do século XVIII eram os
principais fornecedores de marfim e no primeiro quartel do século XIX transformaram-se nos
maiores fornecedores de escravos exportados para Mossuril (Ferreira, 1982). Tendo se
islamizados mais cedo que outros povos do interior devido o seu contacto regular com a
costa.Os Makhuwa, por vezes considerados como duas entidades diferentes, constituem a
etnia de Moçambique dispersa por um vasto território que no passado se estendia, do rio
Zambeze ao rio Messalo, a Sul e Norte, respectivamente, do Oceano Índico, a Este, até à
actual fronteira com o Malawi, a Oeste. Na actualidade, com o centro em Nampula, os
Makhuwa-Lomwe espalham-se para partes das províncias de Cabo Delgado, Niassa e
Zambézia. Importantes agrupamentos se encontram também no Madagáscar, no sul da
Tanzânia e no Malawi, também a sul (Ferreira, 1982).

Os Maraves, povos localizados a norte do rio Zambeze, na Província de Tete e na parte


ocidental da Província do Niassa, tomam a designação de Nyanja, enquanto os de Malawi são
chamados Chewa.
Conclusão

Pode se dizer seguramente, que cultura se torna mais rica quando passa da colonização, pois
o povo tem a possibilidade de provar o quão forte e culto e e quão oportuno é quanto ao
aproveitamento dos modos de ser. Tal como afirma o John Iliffe, encarar o colonialismo
como um agente destruidor de toda a tradição Africana é subistimar a resistência dos próprios
Africanos. Por outro lado, vê-lo como um simples episódio na longa história do continente é
subistimar todas as mudanças que ele proporcionou na vida dos mesmos Africanos. Claro, em
termos culturais o colonialismo enriqueceu oque já era rico, trazendo novos hábitos, costumes
e usos. Sobretudo na África, hoje o Africano Se identifica como os outros por ter sido
elucidado e monstrado o mundo "lá fora". Pode-se, Também, afirmar que o colonialismo foi a
melhor forma de mostrar ao outro oque vale e oque não vale <<so valorizamos quando
perdemos>> .

Se se implantasse uma ideologia que visasse o investimento Na educação e civilização d'oque


foi colonizado, seria um processo moroso e ineficaz. Notaria-se uma clara escassez da
história. Tal como geralmente Se diz "Só você pode fazer por você."

A Diversidade cultural chega a ser um factor vantajoso no que concerne a esfera cultural de
um povo tendo diversas culturas e consequentemente muito à explorar e conhecer. E que com
o tempo verifica-se o fenômeno de homogeinização cultural que se traduz na integração
entre sociedades de culturas que resulta na aculturação e assimilação de uma cultura.
Referências Bibliográficas

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