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Jogos de Empresas

Material Teórico
Software de simulação

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Jean Carlos Cavaleiro

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Software de simulação

• Software de Simulação Estratégica


• Conhecendo o Jogo
• O Uso do SDE como Disciplina
• Fator 1 – Características do Mercado
• Demanda e Sazonalidade
• Avaliando

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Esta Unidade tem como objetivo abordar o uso de software de
simulação estratégica em ambiente acadêmico.
· Vamos abordar um dos modelos presentes no mercado e amplamente
utilizado no contexto empresarial, o SDE – Simulação de Estratégia,
da Empresa LDP, localizada em Santa Catarina.

ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos ampliar os estudos sobre Jogos de Empresas, mas
com o uso de software de simulação.

Para que você aproveite bem esta Unidade, é importante que entenda sua
aplicação no ambiente real e os conceitos em cada uma das etapas, pois a
aprendizagem por esse meio exige certa sistematização e, também, que as
etapas sejam respeitadas.

Leia as indicações complementares de estudos; leia esse conteúdo teórico


com muito afinco, e faça as atividades propostas somente após as leituras
necessárias; assim, vai poder refletir com maior clareza sobre o que está
sendo proposto.
UNIDADE Software de simulação

Contextualização
O mundo de hoje é digital, prova disso é o crescimento vertiginoso da educação a
distância. Aprendizagem com recursos de tecnologia, computador, internet etc. essa
realidade está presente no processo de aprendizagem organizacional. No processo
de qualificação de pessoas, é cada vez mais necessário treinar atitude, fazer com que
as pessoas ampliem sua visão holística sobre ambientes empresariais, melhorem a
capacidade de tomada de decisão e interação em grupo é uma necessidade.

O SDE vem justamente preencher essa lacuna, treinar através do uso de um


software habilidades e competências empresariais de forma a capacitar gerentes e
diretores a compreenderem melhor o ambiente empresarial.

A possibilidade de atuar remotamente faz com que um número maior de pessoas


tenha acesso e assim possam se desenvolver mesmo sem se deslocar das empresas
onde trabalham, ou mesmo fora das universidades.

Atividades de jogos de estratégias é amplamente utilizada hoje pela juventude em


seus celulares e redes sociais, transformar essa atuação em uma ação empresarial
que estimule a aprendizagem e desenvolva competências tidas como universais,
que seriam relevantes em qualquer organização no mundo.

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Software de Simulação Estratégica
A prática de Jogos de Empresas, em contexto de aprendizagem, começou a ser
utilizada a partir da década de 1950, nos EUA.

A partir daí, os que lidam com jogos e simulações vêm crescendo em diversos
países, tanto no ambiente acadêmico, como no empresarial (FARIA et al. 2009).

No Brasil, isso ocorreu somente após a década de 1970, intensificando-se a


partir dos anos 2000 (NEVES & LOPES, 2008).

As possibilidades de uso são inúmeras. Na Unidade anterior, vimos o uso de


alguns modelos de Jogos sem uso de tecnologia; nesta, vamos conhecer um
modelo do software aqui tratado como prática de simulação, o SDE – Simulador de
Estratégia, desenvolvido pela empresa LDP.

Lopes (2001) diz que o uso dessa ferramenta de simulação tem como benefício
o desenvolvimento de diversas habilidades gerenciais na formação de gestores,
como, por exemplo:
· Capacidade para a tomada de decisões;
· Reconhecimento do ambiente empresarial;
· Comunicação interpessoal, entre outras.

E afirma que o uso da tecnologia tem ampliado – e muito – os benefícios citados;


isso por ampliar a possibilidade de aplicações, pois, ampliando o número de pessoas
envolvidas, possibilita-se Jogo entre pessoas em ambientes diferentes, como, por
exemplo, nos cursos a distância, que estão em uso amplamente.

Poderíamos ter escolhido qualquer modelo para servir de exemplo aqui nesta
Disciplina, mas essa escolha se deu pela modelagem do Jogo, na qual os conteúdos
cobrados são conteúdos previstos como meio de desenvolvimento das competências
desejadas para o egresso de nosso Curso.

Observação
O objetivo aqui não é que o aluno jogue ou pratique a ferramenta, mas, sim, que
conheça os detalhes de como funciona um Jogo de Empresa com uso de software
de simulação.

SDE – Simulação de Estratégia


O foco aqui é fazer uma apresentação da visão geral sobre o simulador SDE e
sua dinâmica e detalhar como funcionam suas etapas e seus objetivos.

Aqui você vai conhecer os recursos disponíveis na Empresa simulada, o que é


importante para vencer e os principais benefícios que a simulação poderá proporcionar.

Você deverá gerenciar como se estivesse no ambiente real de uma Organização.

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UNIDADE Software de simulação

Conhecendo o Jogo
O SDE simula um oligopólio – e o desafio já começa aqui – em que você terá de
entender as características de competição em um cenário de oligopólio, o que é e
como se ajusta no processo competitivo.

Essa visão é amplamente explorada em diversas disciplinas da área de negócios,


tais como Administração, Processos Gerenciais e Recursos Humanos, entre outros.

Como o foco é proporcionar competição, o sistema está configurado para


que até sete empresas possam competir entre si por aproximadamente 2 anos,
separados por períodos trimestrais.

Na aplicação em ambiente acadêmico, os alunos se organizam em grupos; cada


grupo é uma Empresa e essas empresas vão atuar no mesmo cenário, competindo
na mesma região, explorando um produto comum às sete empresas. Esse produto
é o fictício RPB – Refrigerador Portátil de Bebidas.

Os grupos são organizados de forma que os participantes assumam a direção


de uma das empresas, tendo cada membro sua atuação em uma das áreas de uma
Organização.

Assim, haverá um presidente, um diretor de produção, um de marketing, um


para a área financeira, um para a logística etc. que, como gestores, irão competir
com outras empresas (seus colegas), tomando decisões estratégicas e táticas típicas
das empresas.
·· Estratégicas – De caráter macro, de longo prazo, envolvem toda a Empresa;
·· Táticas – Operacionais, de curto prazo.

O resgate desses conceitos teóricos por todo o Jogo é o que o torna único e de
grande valia no processo de aprendizagem, que por si só possibilita o enlace entre
teoria e prática.

Quando buscamos qualificação para desenvolver planos de negócios em locais


como o SEBRAE, por exemplo, um dos pontos iniciais que se estuda é a Pesquisa
de Mercado, para conhecer o ambiente, tanto de concorrentes, como de clientes,
e os fornecedores.

No uso dessa ferramenta, essa situação é suprida com o diagnóstico do ambiente


e as informações são fartas sobre o produto, sobre as regras e sobre o mercado,
entre outros.

Logo após o diagnóstico do ambiente de negócios, as empresas definem objetivos


econômicos e de mercado, para longo prazo (visão de futuro da Empresa).

A Empresa vencedora é a que mais se aproximar dos objetivos estabelecidos.

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Essa percepção é muito importante frisar, pois o gestor é doutrinado a planejar
e a executar o planejamento. Um dos maiores problemas de muitas empresas é
planejar uma coisa e praticar outra. Assim, o Jogo busca trabalhar a competência
de planejar e implementar a estratégia; no máximo, ajustar o plano.

Com essa percepção, o vencedor não será a Empresa que mais faturar ou mais
lucrar, mas, sim, aquela que mais tiver suas ações alinhadas aos planos traçados.

Para fazer essa análise, o SDE, por meio dos relatórios gerenciais projetados,
permite a análise de sensibilidade dos resultados econômicos e financeiros dos
diferentes planos de decisões.

Mas o que seriam relatórios de sensibilidade?

São relatórios que apontam os resultados a partir das ações tomadas. O sistema
é estruturado por algoritmos que pontuam as ações conforme previsões de cenários
previamente estipulados. Assim, em cada etapa, é possível que os participantes
saibam quais os resultados a partir das decisões tomadas.

Após o término dos ciclos trimestrais, é possível verificar os resultados reais da


Empresa em seus relatórios confidenciais e avaliar como está evoluindo a estratégia
em direção aos objetivos de longo prazo.

Portanto, ao vivenciarem o processo de análise e formulação de um Plano


Estratégico para um novo empreendimento e implementarem a estratégia, por
meio de ciclos sequenciais de decisões e resultados, os participantes ganham:
· Crescente compreensão sobre os fenômenos organizacionais – Enxergam
que várias vertentes interferem no ambiente e esse na Organização;
· Crescente compreensão sobre suas inter-relações internas – Percebem a
interdependência entre as áreas da Empresa;
· Sobretudo, desenvolve conhecimentos na perspectiva da eficácia
organizacional, sobre as relações da Organização com o ambiente de
negócios em suas múltiplas interfaces.

O Uso do SDE como Disciplina


Essa ferramenta pode ser utilizada tanto em Treinamento Empresarial, quanto em
ambiente universitário como disciplina “Jogos de Empresas” ou como ferramenta
em alguma outra Disciplina, sendo os mais comuns:
· Planejamento Estratégico, pois trabalha todos os conceitos de planejamento:
estratégico, tático e operacional, e de curto, médio e longo prazos;
· Disciplinas de caráter prático, como projetos ou Trabalho de Conclusão de Curso.

Vamos, então, conhecer a dinâmica do Jogo!

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UNIDADE Software de simulação

O Jogo inicia-se com a inscrição dos alunos no Sistema. Pode ser inserção
individual ou em grupo de até seis pessoas. Cada membro de cada Grupo deve
atuar como um gerente ou diretor da Empresa, como se atuasse em uma de suas
áreas dela. No momento da inserção, o professor ou tutor mediador indica um
presidente, e os demais serão diretores.

Todas as empresas iniciam em condições iguais, de tempo, de recursos e regras;


vão produzir um mesmo produto e atuar num mesmo mercado. Assim,o jogo evolui
em 4 etapas, descritas a seguir.

Primeira etapa
Preparação
Nesta etapa, o aluno não decide nada; em uma analogia com o cotidiano,
seria a Pesquisa de Mercado realizada para execução de um plano de negócio.
Quanto mais o participante se integrar na busca de informação, melhor vai tomar
as decisões. Como ocorre no dia a dia, a informação é a matéria-prima para a
tomada de decisão.

O participante deve:
·· Inteirar-se das regras de investimentos e ou solicitação de recursos,
quando necessário;
·· Inteirar-se do produto a ser produzido;
·· Inteirar-se dos processos de produção e de compras;
·· Inteirar-se dos processos de contratação;
·· Inteirar-se da política de vendas;
·· Inteirar-se dos processos de tomada de decisão.
Explor

Veja link explicativo disponível em: https://youtu.be/JFQLOdF3z4A

Ou seja, nesta etapa de pesquisa, o participante irá buscar informação e, quanto


mais se aprofundar nessa questão, melhores decisões tomará.

Como gestor, com esse modelo ou outro proposto por qualquer Empresa,
considere esta etapa como o momento da Pesquisa de Mercado: você está em
busca de informações para poder agir com segurança; em qualquer negócio, é a
etapa mais importante.

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Segunda etapa
Planejamento
Após obter as informações necessárias, estamos preparados para começar o
planejamento. Em uma atuação real, seria o início das ações, o famoso “colocar
no papel” os caminhos desejados.

Assim como ocorre em um ambiente real, o planejamento deve levar


em consideração tudo que cerca o ambiente empresarial, como variáveis
econômicas, financeiras e operacionais, com o intuito de reduzir riscos nos
planejamentos propostos.

Um conceito importante para o bom aproveitamento de um software é a


usabilidade e a funcionalidade, ou seja, tem de ser de fácil uso e manuseio.
· Usabilidade – Refere-se à facilidade de uso, de manuseio pelo usuário;
deve ser de fácil entendimento e autoinstrução. Isso dá autonomia de uso,
maior segurança e, por consequência, resultados melhores;
· Funcionalidade – Atende o fim para o qual foi proposto; é resultante da
tecnologia, da Engenharia aplicada e planejada.

Neste sentido, a cada etapa, na Plataforma, há uma direção para que o


participante saiba o que fazer, não veja no uso do software mais uma barreira
a ser vencida e foque somente nos conceitos necessários para as decisões que
deve tomar.

Como gestor, no dia a dia, antes de escolher uma ferramenta qualquer para
uso ou para desenvolvimento de pessoal, leve em consideração esses dois fatores:
usabilidade e funcionalidade.

Fonte: extraído do sistema de simulação

Em cada etapa, temos informações como as acima. Nesse caso, estamos


iniciando a etapa do planejamento.

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UNIDADE Software de simulação

A etapa do planejamento, mais especificamente, a elaboração do planejamento,


ocorre em três fases:
·· Diagnóstico;
·· Macroestratégia;
·· Estratégias funcionais.

Vamos entender cada uma delas, mas, acima de tudo, associá-las o tempo todo
ao cotidiano de uma Empresa.

Atue como gestor em ação!

Diagnóstico
O diagnóstico é indispensável. Nenhum empreendedor realiza investimentos
sem antes construir visão panorâmica e compreensão em relação ao ambiente no
qual a Empresa irá atuar.

Deverá, então, buscar informações de mercado, de tecnologia, pessoas,


financeiras e informações gerais.

Na ferramenta, vai identificá-las pelos ícones a seguir:

Ao observar o Mercado, você deve observar todos os fatores relevantes, tais


como mercado, demanda e logística.

Então, vejamos o tipo de informações que recebe e como o auxiliam na tomada


de decisão.

Região 1

Região 2
Região 3

Região a ser considerada

Essa é uma informação importante para iniciar o planejamento: conhecer as


regiões em que a Empresa será montada. E essa será a missão número um do
Jogo: escolher um local para instalar a Fábrica, e as opções são as acima.

Observe que há diferença já nas dimensões geográficas, no tamanho e na localização.

Assim, se a missão é montar uma fábrica, percebe que precisamos de


mais informações?

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Fator 1 – Características do Mercado
Os mercados, conforme a seguir, apresentam características distintas entre si
em relação a aspectos demográficos.

Região 1 – Tem a menor população comparada às demais; tem a menor


extensão territorial e a maior renda per capita.

Você, como participante, como poderia avaliar essa informação?

Menos pessoas, menos volume de consumo, maior renda e maior possibilidade


ou disposição em pagar mais pelo produto pode gerar percepção de preço diferente.

Pode ser uma região de clientes mais seletivos na escolha de seus produtos, que
leve mais em consideração questões de valores, princípios e atuação humana.

Pergunto a você aluno(a): concorda com isso?;

Região 2 – Possui uma população maior que a população da Região 1, mas


menor que a população da Região 3. A renda média também é menor que a renda
da Região 1; sendo assim, um público mais sensível a preço, e se pode ter na
região um consumo maior, pois há mais pessoas;

Região 3 – É a maior região no que se refere à população e ao território, mas


possui a menor renda das três.

Então, como você agiria? É suficiente para começar a planejar?

Veja que é um passo importante, mas você ainda vai continuar a seguir em busca
de informações que facilitem a tomada de decisão e o Planejamento Empresarial.

Essas diferenças farão, por exemplo, que uma região considere coisas diferentes
entre os fatores de decisão na escolha de um produto.

Por exemplo, uma região pode considerar mais importante o fator qualidade
como primeira opção, rapidez a segunda e preço a última. Já outra região pode
considerar preço o fator mais importante.

Essa visão é crucial na hora de desenhar a forma de ação, de comunicação e de


política de preço em cada uma das áreas.

Você percebeu a importância dessas informações para um planejamento


eficiente?

O aprofundamento nessas informações se dará na etapa da preparação, que é


a etapa anterior. Assim, no planejamento, você já terá as informações necessárias.

Veja mais informações relevantes de mercado.

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UNIDADE Software de simulação

Demanda e Sazonalidade
O produto RPB é um produto sazonal, tendo maior procura no segundo e
terceiro trimestres do ano, com quedas expressivas no primeiro e quarto trimestres
e, observe ainda, pois pode ser importante, que há diferenças dessa sazonalidade
por região.

Observação
Olhe a grandiosidade dessa ferramenta chamada Jogos de Empresas: faz você
resgatar diversos conceitos, como, por exemplo, sazonalidade.
O que é? É um termo comum?
Veja uma definição dada pelo SEBRAE-SP: “É o termo que se refere ao período
em que a demanda tem grande variação e que representa desafios e oportunidades
para o varejo”.
Por que apresenta desafios e oportunidades?
Por ser um período curto e de consumo intenso, deve ser aproveitado o máximo
possível, pois outro período ocorrerá somente no ano seguinte.
Então, estratégias de comprar mais, buscar novos parceiros e contratar mão de
obra adicional são exemplos de ações.
Mas a sazonalidade não é o único fator que interfere na demanda. As ações de
marketing desenvolvidas pelas empresas também têm seu papel.
As ações de marketing não garantem resultado, mas, uma coisa é certa: sem
marketing é mais difícil obter resultados.
Cada segmento tem uma sensibilidade em relação às ações de marketing. Isso
também é previsto nesse Jogo Empresarial: com marketing fraco, a demanda cairá;
mas se houver investimento forte em marketing, a demanda subirá.
Como intervenção na demanda, haverá também uma oscilação conjuntural
aleatória que poderá afetar a demanda, que será algo em torno de – 1,5% e 1,5%.
Essa oscilação levará em consideração o cenário, se positivo ou negativo.

Demanda Global - Pesquisa ano anterior


Trimestre 1º 2º 3º 4º

Demanda Global - Pesquisa ano anterior


Região 1 15.750 16.900 16.100
Região 2 30.450 43.300 27.800
Região 3 32.300 50.050 38.650
TOTAL 78.500 110.250 82.550

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Preço de venda
No processo de planejamento, é importante ter informações sobre a prática de
preço utilizada. O preço pode ter papel crucial no planejamento; ele não direciona
o plano, mas é o plano que o utiliza, conforme estratégia traçada.

Por exemplo, na Região 1, de alto poder aquisitivo, você faria a competição


por preço?

O que você acha?

Aqui, nesse modelo de Jogo Empresarial, são as empresas que decidem o preço
que praticam para a venda do seu produto, mas ter a referência é importante.
Nesse sentido, o Jogo aponta que uma pesquisa realizada mostrou que o Mercado
está disposto a pagar um preço máximo de R$ 110,00.

Pergunto a você, aluno(a):


· Como você usaria essa informação?;
· Seria sua base de preço?;
· Venderia a seguir dessa marca?;
· Venderia acima dessa marca?

Percebeu que não daria para responder a essa questão?

Por que não?

Porque para definir qualquer coisa de preço de venda, temos de ter a visão
dos custos.

Assim, sob a ótica dos custos variáveis, o preço percebido pelo Mercado parece
ser interessante, mas, por quê?

Cada unidade de matéria-prima utilizada custa R$ 10,00. E cada unidade


do RPB utiliza três unidades de matéria-prima, dando um custo de material de
R$ 30,00.

Mão de obra direta


Cada unidade de RPB consome 1,5 horas de trabalho e cada hora de trabalho
custa R$ 8,50.

Assim:

Hora trabalho/Unidade Custo hora trabalho Custo MOD/unidade


1,5 8,50 1,5x8,50=12,75

Por que, como professor, gosto de trabalhar com esta Disciplina?

Porque a partir de um conceito buscamos outro conceito.

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UNIDADE Software de simulação

A partir dessas informações, que conclusão podemos tirar?

Podemos, aqui, construir a MC – Margem de Contribuição:


·· MC = PV – CV;
·· MC – Margem de Contribuição;
·· PV – Preço de Venda;
·· CV – Custo Variável;
·· MC = 110 – 42,75 = 67,25.

Isso se for adotado o preço apontado pela Pesquisa. Assim, tem-se conhecimento
da MC e se decide se se quer reduzi-la ou ampliá-la.

Outro ponto importante em relação a preço é a sensibilidade do Mercado.

Aqui neste modelo de Jogo, caso a Empresa exceda em 25% o preço médio de
Mercado em determinada região e em determinado período, a demanda irá cair
fortemente; cairia a ponto de não ser considerada pelos clientes como possível
fornecedora.

Vendedores
Outro ponto importante no planejamento é a política de pessoas; contratar
vendedores, por exemplo. A contratação não deverá ser a esmo. Devem ser
considerados pontos importantes, como:
·· Demanda por região;
·· Capacidade de venda de cada vendedor;
·· Custo de contratação.

Já na etapa de planejamento, o participante pode planejar a contratação de


vendedores para todos os períodos e, caso perceba mudanças no cenário, como é
planejamento, pode alterar conforme as direções desse cenário.

Propaganda
É conhecido o discurso de que a propaganda é a alma do negócio e aqui no SDE
não é diferente. O sistema prevê que uma campanha para o seu produto custará de
R$ 3 a 27 mil reais. São definidos por região e por trimestre.

Como efeito, o resultado é modesto já no primeiro período; atinge o pico de


retorno nas vendas no segundo período, e o impacto desaparece no terceiro.

O que isso significa para as vendas?

Veja que se você tiver interesse em ampliar resultados no período três, terá o
momento certo para o investimento em marketing. Caso erre o período, não terá
o resultado esperado.

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Logística
Outro fator importante no planejamento, a logística dará fluidez para o
planejamento proposto, pois não adianta ter produção planejada, funcionários
contratados e marketing realizado se a matéria-prima não chegar no tempo Certo.

Deve se preocupar, ainda, com os custos envolvidos, pois o tamanho da


FÁBRICA gera custo, material parado gera custo e a escolha do local de instalação
gera custo de distribuição, pois o custo unitário de transporte é por trecho.

Veja o exemplo:
· Entre a região 1 e 2 = R$ 5,00;
· Entre a região 1 e 3 = R$ 13,00;
· Entre a região 2 e 3 = R$ 11,00.

Vejo o quanto será importante na hora de decidir sobre a localização da Empresa


e qual a região principal para atendimento.

Mas, lanço aqui outra pergunta: e se o dimensionamento do Mercado for


equivocado e a demanda confirmada for acima do esperado, ou mesmo se
a produção não ocorreu conforme o esperado, e de alguma forma você não
poderá atender a demanda das três regiões? O que você faria? Qual seria seu
critério de decisão?

Isso também pode ser planejado no modelo de jogo SDE. Assim, cada empresa
decide a ordem de importância no atendimento, apontando 1 – 2 e 3 de acordo
com seus interesses.

Todas essas direções aqui indicadas: mercado, demanda, preço de venda, pessoas
e logística são analisadas no diagnóstico de mercado, no qual as informações são
necessárias para o conhecimento profundo do cenário e, assim, para poder planejar.

Em relação à tecnologia, vamos buscar também todas as informações


necessárias, que envolvem:
· Processos;
· Tecnologia;
· Fábrica;
· Insumos;
· Compras;
· Estoque.

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UNIDADE Software de simulação

Processo
O SDE propõe um Jogo no qual o produto tem tecnologia inovadora e um
único fornecedor de instalações habilitado para implantar a fábrica das empresas
do setor.

Desenvolveu uma tecnologia em módulos que possibilita flexibilidade às empre-


sas quanto ao dimensionamento e à construção das plantas.

Como o processo de construção funciona em módulos, pode escolher o porte da


fábrica em módulos de 500 unidades como capacidade de produção, e possibilita
diferentes níveis de qualidade sem interferir na capacidade de produção.

Tecnologia
Planejar Investimentos em P&D pode gerar avanços na qualidade; isso é o que
vemos na realidade. Os impactos são variáveis, darão maior ou menor retorno na
melhoria de produto conforme os investimentos realizados.

Fábrica
Como no diagnóstico, a regra é buscar informação. Quais as regras para a
construção da Fábrica?

As empresas do SDE construirão apenas 1 planta produtiva, que será instalada


em uma das regiões do Mercado 1 – 2 ou 3, mas poderá vender para as três.

Em termos de capacidade, cada participante deverá montar a Fábrica com


módulos pré-montados, fornecidos por fornecedor específico, com capacidade de
produção máxima de 30 mil unidades, e a menor fábrica deve ter capacidade de 2
mil unidades. Os lotes de produção serão de 500 unidades.

Os custos para a construção da fábrica serão de R$ 35,00 a unidade, ou seja, se


for uma estrutura de 10 mil unidades, teremos como custo 10.000 x 35 = 350.000,
pagos da seguinte forma: 50%, 25 e 25, respectivamente, sem incidências de juros.

Insumos
Planejar a aquisição de insumos é crucial para que os demais planos funcionem.
Então, faz-se necessário conhecer a estrutura do produto.

Para produzir 1 unidade de RPB, são necessárias 3 unidades/kits da matéria-


prima básica e 1,5 horas de MOD padrão.

Nessa etapa, o participante deve olhar para a capacidade produtiva, para a


programação de produção e para a demanda, e assim organizar as compras para

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cumprir as vendas programadas. Deve observar os custos envolvidos na compra e
nos critérios de custos de excesso de estoque.

Na etapa do diagnóstico, faz-se estudo de todas essas áreas e se explora cada


item no sistema; quanto mais informação, melhores serão as decisões.

Com posse dessas informações, você estará agora pronto para planejar as
questões macro, que seria a definição da missão e dos valores.

Missão
A missão deve ser uma frase que indique o que a empresa se propõe a fazer,
onde, como, para quem e com que resultados.

Valores
Os valores são crenças e atitudes que dão uma personalidade à Empresa,
definindo uma “ética” para a atuação das pessoas e da Organização como um todo.

Esse planejamento macroestratégico aborda questões amplas da Empresa,


questões de longo prazo.

Visão
O planejamento inclui ainda a visão, na qual são pontuados por indicadores
conforme o grau de importância.

O aviso proposto na plataforma como orientação é:

Visão de futuro – objetivos estratégicos


Atribua pesos aos objetivos de longo prazo, considerando que os com pesos
mais altos são os prioritários da Empresa.

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UNIDADE Software de simulação

O espaço a ser trabalhado está a seguir:

Fonte: extraído do sistema de simulação

Veja que são decisões que nortearão outras decisões futuras da Empresa. Aqui se
deve decidir se se pretende ser líder e em qual região, dando pontuação.

Nessa etapa, deve-se ainda definir o porte da Fábrica. As informações


presentes são:

Fonte: extraído do sistema de simulação

Para auxiliar no planejamento, deve-se justificar, ainda, o motivo da capacidade.


Por exemplo, montei uma fábrica com capacidade de 30 mil unidades. Por qual
motivo? E a escolha do local? Por exemplo: Região 3, por quê?

E, por último, trabalhará as estratégias funcionais, nas quais se planeja a


capacidade de produção e a expansão da fábrica, caso se considere necessário.

Fonte: extraído do sistema de simulação

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Veja que houve aqui uma expansão de 10 mil unidades no período 6,
ampliando a capacidade produtiva no período seguinte.

Depois de planejada a capacidade, pode-se programar a produção para todos os


períodos, sendo possível alterá-la quando necessário.

Essa etapa de produção será start para outras decisões. Por exemplo: se produzo
10.000, quantos operários preciso? E quantos vendedores?

O Plano de Marketing abordará:


· Investimento em P&D;
· Propaganda;
· Preço de venda;
· Alocação de vendedores;
· Previsão de vendas;
· Ordem de distribuição nas regiões.

Fará ainda os planejamentos de pessoas. Ao contratar operários e vendedores,


você vai planejar finanças, decidindo sobre aplicações, empréstimos e factoring.

Observa-se bem a ordem depois de obter as informações. Com posse dessas


informações, inicia-se o planejamento e depois se faz a implementação do Plano.

Essa implementação ocorre por ciclos. Seria como a implantação, em uma


situação real, por etapas, sempre sintonizada com o mercado e com as notícias
econômicas e financeiras.

Caso não haja alterações, confirma-se que o Plano está implementado; se houver
alteração, ajusta-se e se implementa o Plano.

Feita as implementações, efetuam-se as rodadas, nas quais se torna possível


verificar os resultados dos planos traçados e implementados.

Após cada rodada, é possível obter relatórios gerenciais e financeiros e se


verificar o planejado e o executado.

Vejamos alguns exemplos de relatórios:

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UNIDADE Software de simulação

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Fonte: extraído do sistema de simulação

Avaliando
Cada relatório indica se o caminho seguido está correto ou não, possibilitando
ajustes no decorrer do processo. E é justamente nesse ponto que se dá o melhor
processo de aprendizagem, que é o envolvimento de forma prática nas decisões.
Mesmo quando há decisões erradas, só em se perceber qual foi o erro e planejar a
mudança, já se tem um ganho importante.

Os relatórios gerenciais não podem ser observados sozinhos e buscar


informações nos noticiários também vai contribuir para melhor direcionamento.

Ao final da simulação, a avaliação qualitativa do desempenho permite


compreender os conceitos envolvidos, os acertos e os erros da estratégia. A avaliação
quantitativa dos resultados apresenta a pontuação e o ranking das empresas.

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UNIDADE Software de simulação

O processo, ao findar, é avaliado em duas dimensões: quantitativa e qualitativa.


Os participantes podem refletir sobre as razões do resultado obtido e compreender
os conceitos chaves envolvidos no processo de simulação.

Quantitativa
Apresenta o desempenho relativo das empresas nos 9 indicadores/objetivos
estratégicos que constituem a visão de longo prazo.
Nessa dimensão, são totalizados os pontos obtidos por cada uma das empresas
competidoras e o ranking final da simulação.

O sistema, de forma lúdica, apresenta os resultados com as pontuações e


os vencedores:

Fonte: extraído do sistema de simulação

Qualitativa
Análise das decisões tomadas frente aos conceitos relevantes de formulação e
implementação de Estratégia Empresarial.

Na dimensão qualitativa, são apresentadas as decisões seguidas de discussão


conceitual e avaliação, relativamente aos seguintes aspectos: foco estratégico,
consistência interna dos objetivos e consistência meio/fim da estratégia.

Recursos disponíveis
Todas as empresas iniciam em condições idênticas e recebem capital inicial dos
investidores o projeto do RPB – Refrigerador Portátil de Bebidas.

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Projeto do rpb
No ambiente da indústria do SDE, as empresas irão produzir e vender o RPB.
O produto foi desenvolvido por um cientista que, após pesquisar o Mercado com
um protótipo, concedeu a investidores o direito de exploração. É uma inovação
com características de bem de consumo durável e será o único produto produzido
pelas empresas.

A versão original do RPB, nível 1 de qualidade, está disponível na área


de produção.

Capital inicial
Fundos de investimentos capitalizaram as empresas igualmente, com
$ 2.500.000,00, investimento mínimo estabelecido pelo cientista concedente do
direito de exploração.

Como vencer o jogo


Individualmente ou em equipe, você assume a direção de uma das empresas
do oligopólio SDE. Como executivo, vivencia a formulação e a implementação da
estratégia, tomando decisões típicas das empresas.

Para vencer, você ou sua equipe devem tomar decisões consistentes, em ciclos
trimestrais, que conduzam a Empresa para os objetivos estratégicos estabelecidos
na visão de futuro da empresa, no início da simulação.

Detalhes sobre a construção da visão de futuro são apresentados na próxi-


ma sessão.

A ideia central é maximizar o desempenho da Empresa, relativamente aos


concorrentes, especialmente nos objetivos prioritários.

Decisões
São 21 decisões empresariais, de curto, médio e longo prazos, distribuídas em
5 áreas:
· Estratégia;
· Produção;
· Marketing;
· Pessoas e
· Finanças.

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UNIDADE Software de simulação

Algumas decisões são tomadas uma única vez, no início da simulação, e outras
podem ser tomadas em todos os períodos.

Seguem, agrupadas por área funcional, as descrições da natureza de cada


decisão. Exceto a visão, na área de estratégia, os detalhes de cada área de decisão
serão apresentados no Modelo do Negócio.

No todo, são 21 decisões a tomar:


1. Missão – Define-se a qualquer tempo; é estratégica. É a razão de ser da
Empresa;
2. Visão – Aonde a Empresa pretende chegar em determinado período. Aqui
se pondera numericamente para indicar prioridades, conforme tratado
anteriormente;
3. Capacidade inicial – Capacidade de produção trimestral;
4. Localização – Regiões 1 –2 – 3;
5. Expansão – Não é obrigatória;
6. Compra de matéria-prima;
7. Programação de produção;
8. P&D;
9. Propaganda;
10. Preço de venda;
11. Distribuição de vendedores;
12. Previsão de vendas;
13. Ordem de entrega;
14. Contratação de operários;
15. Contratação de vendedores;
16. Demissão de vendedores;
17. Demissão de operários;
18. Comissão de vendedores;
19. Aplicação financeira;
20. Empréstimos.
21. Factoring.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Para aprofundamento, consulte:
Leitura
Aplicação da simulação empresarial no ensino da graduação
http://goo.gl/uCVlOs
Simulação Empresarial no Processo de Ensino-Aprendizagem
https://bit.ly/2ze3bvS
Software de Simulação Empresarial: Ferramenta de Apoio ao Ensino da Administração
https://bit.ly/2Hf2Q0H

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UNIDADE Software de simulação

Referências
ALMEIDA, Fernando C. Experiências no uso de Jogos de Empresas no ensino
de Administração. Disponível em: <www.ead.fea.usp.br/semead/3semead/pdf/
ensino>. Acesso em: 28 maio 2016.

BARTH, Peter; MARTINS, Roberto. Aprendizagem vivencial em treinamento e


educação. Petrópolis: Intercultural, 1996.

COSTA, E. A.; BOTTURA, C. P. A Matriz de Jogos Estratégicos (MJE) como uma


nova ferramenta para gestão estratégica via teoria dos jogos. 2006. Sistemas &
Gestão, v.1(1): p.17-41. Disponível em: <http://www.latec.com.br/sg/arevista/
Volume1/Numero1/V1_1_index.htm>. Acesso em: 28 maio 2016.

ELGOOD, C. Manual de jogos de treinamento. São Paulo: Siamar, 1987.

GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresa. São Paulo: Makron


Books, 1993.

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