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Assistência de enfermagem à saúde da mulher.

Prof. Enf. Ana Bianco

Iª Unidade-Gravidez: conceito e perspectiva histórica

• A gravidez é entendida como o resultado do processo de fecundação de


um ovulo por um espermatozoide e posterior fixação do zigoto na
cavidade uterina. E a mesma tem uma duração de 40 semanas.
• A gravidez envolve o desenvolvimento do feto no interior do útero da
mulher e é um processo que s estende até a expulsão do bebê no
momento do parto.
• A gravidez é um momento bastante delicado na vida da mulher, pois
envolve uma série de modificações no corpo da mesma, bem como
alterações psicológicas.
• Sinais e sintomas de uma gravidez:
• Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de
mudanças para se adaptar à chegada de uma nova vida que por sinal,
se desenvolve dentro de si. Inicialmente, essas modificações podem
desencadear alguns sinais e sintomas que fazem com que a mulher
suspeite da existência de uma gravidez. Entre os principais sinais e
sintomas destacam-se:
• Atraso menstrual Aumento do volume dos seios
• Hipersensibilidade dos mamilos Aumento do volume abdominal
• Náuseas e vômitos Sonolência
• Aumento do apetite Tonturas e cansaço

Diagnóstico da gravidez

Uma gestação pode ser detectada com base ao diagnóstico clínico, diferencial
e laboratorial.

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.

Pré-natal e sua importância

• É fundamental que a mulher inicie as consultas pré-natais (à partir da


12ª semana) para que a mãe e o bebê tenham o devido
acompanhamento, com vista a identificar, tratar e prevenir as possíveis
patologias que possam decorrer durante este processo, de modos a
garantir o bem estar de ambos.
• A grávida deve ser submetida aos seguintes exames:
• Glicémia VS Falsiformação PP R.
Vidal
• Grupo sanguíneo V HB Hemoglobina
• VDRL HIV

Cálculo da IG, DPP e Altura uterina

Para saber a idade gestacional, é necessário ter em conta a data da última


menstruação da gestante. A partir dali, calculamos somando os dias que
faltavam para que o mês da última menstruação terminasse, tendo em conta o
dia da última menstruação, com os dias dos meses sucessores, até o dia
enque se realiza o cálculo ou a consulta. Depois de somar, dividimos o valor
achado por 7 (constante do nº de dias que a semana leva). O resultado
achado, será a idade gestacional.

• Ex.: Uma mulher teve a sua última menstruação no dia 20/01/20201.

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• 11(nº de dias que faltavam p o mês de janeiro terminar) +28(nº de dias
que o mês de fevereiro leva) +31(mês de março) +24(mês de abril, dia
enque se faz a consulta) =94\7=13,4. Quer dizer que o feto tem 13
semanas e 4 dias.
• Para calcular a data provável do parto, devemos também ter em conta a
data da última menstruação.
• O cálculo nos permitirá ter uma probabilidade do dia, mês e ano que a
mulher poderá dar à luz.
• Para calcularmos o dia provável do parto, somamos o dia da última
menstruação com 10(para primigestas e 7 para multíparas. Ex.: Data da
última menstruação: 20\01\20201. Fazemos 20+10=30. Ou 20+7=27.
• Para se saber o mês, tendo em conta o mês da última menstruação,
podemos contar 9 meses pra frente, ou retroceder 3 meses.
• Ex.: A última menstruação foi no mês de janeiro. Contamos a partir de
fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro (9
meses). Quer dizer que ela poderá dar à luz no mês de setembro. Ou
podemos retroceder 3 meses, e o resultado será o mesmo. Ex.: Se o
mês da última menstruação foi janeiro, contamos os 3 meses que o
antecedem: dezembro, novembro e outubro.
• Neste caso, o ano mantém. Quer dizer que ela poderá dar à luz, no dia
30\10\20201
• Para saber a altura uterina, necessitamos do auxílio de uma fita métrica,
que consoante o tempo gestacional, nos indicará quantos cm tem a
gestação, para sabermos o quanto este feto cresce em cada semana ou
mês.

Vale salientar que a cada mês, a barriga da gestante cresce 4cm. A contagem
começa no 1º mês, mas a mensuração é feita à partir do 3ºmês (porque nos 1º
e 2º mês o abdómen não é notável).

Ex.: 3 meses-12cm 4 meses-16cm 5 meses-20cm 6 meses-24cm

7 meses-28cm 8 meses- 32cm 9 meses- 36cm.

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Etapas de desenvolvimento da gestação

O desenvolvimento da vida intrauterina é um período especial e único. Inicia-se


com uma célula que passará por vários processos de transformação, que vai
se transformar num embrião e posteriormente num feto.

• A vida intrauterina, divide- se em dois grandes períodos que são:


• Período embrionário: o período ou etapa embrionária, é também
denominado por organogénese, que vai desde o início da gestação, até
a 12ª semana de gestação. É um período extremamente importante,
pois é durante este tempo que se formam todos os tecidos. É o período
de maior sensibilidade e vulnerabilidade, pois é neste período onde
podem ocorrer as malformações congénitas.
• Período fetal: ocorre no final das 12 semanas, até este tempo, já temos
um feto formado e aqui começa a fase fetal, que vai até ao nascimento
do bebê, é também considerado um período de amadurecimento, pois
os órgãos já formados acabam por adquirir uma estrutura já definitiva
essencial para a vida autónoma fora do organismo materno.

Etapas de desenvolvimento:

Precisamos de saber que a gestação está divida em 3 trimestres e em cada


trimestre acontecem certas alterações ligadas ao desenvolvimento embrionário
e ou fetal.

Do 1º ao 3º mês corresponde ao 1º trimestre. 4º ao 6º mês- 2ºtrimestre. 7º


ao 9º mês- 3º trimestre.

• Nas primeiras 4 semanas, ocorre a implantação do embrião no útero. Na


5ª semana de gestação inicia-se o desenvolvimento Céfalo-caudal,
começa a se formar o sistema nervoso, bem como as paredes do
coração, e no final desta semana, já se podem ouvir os batimentos
cardíacos. E outros órgãos internos e externos também começam já a
se desenvolver. Na 6ª semana, a região cefálica desenvolve-se
consideravelmente, e o embrião assemelha-se a um girino. O coração
bate por si mesmo fazendo circular o sangue por todo o corpo. Aqui os
sintomas de gravidez tornam-se mais intensos. Na ecografia observa-se

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uma pequena placa embrionária com batimentos cardíacos. Na 7ª
semana, aumenta o desenvolvimento do embrião, a face é formada e já
é possível distinguir o nariz, os olhos em cada lado da face são vistos
como dois pontos escuros. O corpo embrionário ganha uma estrutura
em forma de C.

• Da 8ª a 9ª semana (final do 2ºmês), na ecografia já é possível observar


um esboço dos membros inferiores e superiores, começam os
movimentos embrionários, visualiza-se bem o cordão umbilical. 10ª a 12ª
semanas, nesta fase deixamos de ver um embrião e passamos a ver um
feto, começam a crescer os pelos das sobrancelhas, os olhos passam
de uma posição lateral para uma região central da face. No final deste
período, alguns sintomas de gestação reduzem. Nesta fase ele está
formado da cabeça aos pés, e já se houverem malformações
congénitas, é neste período onde se detetam tais anomalias. Neste
período, o risco de aborto diminui.
• 13ª a 18ª semanas, crescem alguns fios de cabelo, o sistema urinário
começa a funcionar, o feto começa a excretar urina que contribui para o
aumento do líquido amniótico. Neste período de tempo, a mãe já
consegue sentir os movimentos fetais. É normal sentir uma ligeira dor
abdominal devido ao crescimento fetal. 19ª a 24ª semanas, no final do 5º
mês, o lenugo cobre o feto e no final deste período as glândulas
sebáceas são ativadas, os movimentos fetais tornam-se mais intensos.
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24ª a 28ª semanas a face do feto ganha a aparência de uma criança,
definem-se as sobrancelhas e as pestanas.

28ª a 32ª semanas, neste período, o feto já está capacitado para viver fora do corpo
da mãe, mas ainda é prematuro, no final do 7º mês, a pele deixa de estar enrugada.
Nas 36 semanas (8 meses), o feto aumenta de tamanho até a 40ª semana (9meses)
dá-se o final da gestação, o bebê está pronto para sair e começar uma vida nova fora
do organismo da mãe.

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Placenta e riscos placentares

A placenta é um órgão formado durante a gestação (1º trimestre), que tem


como função principal promover a comunicação entre a mãe e o bebê, bem
como garantir as condições ideais para o desenvolvimento do feto.

Principais funções:
• Fornecer nutrientes e oxigênio para o bebê
• Estimular a produção de hormonas essenciais para a gestação
• Fornecer proteção imunológica ao bebê
• Proteger o bebê contra impactos exteriores
• Eliminar resíduos fornecidos pelo bebê (urina).

Conforme o desenvolvimento fetal, a placenta também vai se tornando cada


vez mais larga.

Riscos placentares:

O ideal é a placenta permanecer íntegra durante a gestação, mais alguns


problemas podem alterar o quadro, trazendo consequências para a mãe como
para o bebê. Dentre as alterações ou anomalias placentárias destacam-se:

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• Placenta prévia: também chamada de placenta baixa, é quando a
placenta se desenvolve na região inferior do útero, é uma situação que
com o passar do tempo pode resolver-se, com alguns cuidados de
saúde, a placenta pode voltar a posição normal, mas se persistir até ao
3º trimestre, pode comprometer o desenvolvimento do feto.
• Deslocamento da placenta: é uma condição enque a placenta separa-se
da parede do útero, causando sangramento vaginal e cólicas
abdominais muito fortes, levando a diminuição de nutrientes e oxigénio
enviados para o bebê interferindo no seu desenvolvimento.
• Placenta acreta: é uma situação enque a placenta possui fixação
anormal ao útero, resistindo para sair na hora do parto (placenta retida).
Este tipo de situação, pode causar hemorragia com necessidade de
transfusão sanguínea, e nos casos mais graves, é necessário a remoção
uterina. É uma anomalia placentária mais grave, há alto risco de morte
materna.
• Placenta calcificada ou envelhecida: é uma condição normal que está
ligada a forma de desenvolvimento da placenta, esta alteração só se
torna um problema grave quando ocorre antes das 34 semanas, pois
pode causar diminuição do ritmo de crescimento do feto, em geral a
mulher não apresenta sintomas, identifica-se o problema durante a
ecografia de rotina.
• Infarto da placenta ou trombose placentária: ocorre quando há
entupimento de um vaso sanguíneo da placenta.
Prevenção

• Para se prevenir estes e outros problemas ao longo da gestação, é


necessário que a gestante faça sempre as consultas de rotina, assim
como os exames de ecografia necessários a cada etapa da gestação.
• Ter cuidado com a alimentação bem como o estilo de vida, é
fundamental que a gestante evite realizar actividades que requerem
muito esforço físico.

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Aborto

• Consiste na interrupção da gravidez antes de se tornar um feto.


• Existem dois tipos de aborto:
• Aborto espontâneo: que ocorre de forma espontânea, não intencional,
pode ser causado por patologias, esforço físico excessivo,
traumas…
• Induzido: que ocorre de forma voluntária e o mesmo pode também ser
usado como alternativa terapêutica (nos casos de gravidez ectópica).

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Tanto o aborto espontâneo quanto induzido podem ser: prematuro- que ocorre
antes das 12 semanas e tardio, que ocorre depois das 12 semanas.

Sinais e sintomas de aborto (são estes os sinais de alerta durante a


gestação: sangramento vaginal que tende a se intensificar com o tempo,
cefaleia, dores fortes na região lombar e pélvica e sensação de abertura
vaginal.

Factores de risco e consequências:

Idade avançada, consumo de drogas lícitas e ilícitas, infecções, alterações


uterinas, factores imunológicas (doença do RH) e endócrinos (quando há
pouca produção de determinadas hormonas), uso de determinados
medicamentos (AINES, analgésicos, certos antibióticos...).

Consequências ou complicações do aborto:

• Rotura uterina (decorrente da raspagem), risco de esterilidade (poucas


chances de ocorrer, mas pode ocorrer também quando o aborto é mal
feiro), risco de infecções, risco de morte materna, trauma físico e
psicológico.

Prevenção

Para se prevenir de abortos espontâneos, é necessário que tão logo que a


mulher saiba que está gestante, comece logo com acompanhamento médico,
para que seja examinada e receba as informações necessárias para a garantia
do seu bem-estar e do bebê. Caso ela note alguma irregularidade, deve
procurar ajuda médica imediatamente para que se inicie o devido tratamento e
o quadro seja revertido. Cumprir com as recomendações médicas é essencial,
evitar o uso de medicamentos sem a recomendação médica.

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Tratamento

• O tratamento consiste na intervenção medicamentosa que proporcione a


estabilidade do embrião dentro do útero.
• Repouso absoluto também será necessário, bem como uma alimentação
saudável e reforçada e o uso de alguns suplementos como ferro e ácido
fólico para prevenir a anemia.

Gravidez ectópica

• Consiste na nidação do ovo fora da cavidade intrauterina.

Tipos de gravidez ectópica:

• Tubária- quando o embrião se implanta nas trompas uterinas


• Ovariana- quando o embrião se implanta nos ovários
• Abdominal- quando o embrião se implanta na cavidade abdominal
• Cervical- Quando o embrião se implanta na região cervical ou canal
vaginal.

Factores de risco: lesões uterinas por procedimentos médicos( raspagem),


parto(parto com fórceps e ventosa), infecções e anomalias uterinas como a
endometriose, quistos ( de tamanho anormal).

Sinais e sintomas
Alguns casos, inicialmente podem ser assintomáticos, podendo aparecer
mais tarde.
Entre os principais sinais e sintomas destacam-se: hemorragia vaginal
irregular, dor abdominal intensa, sudorese, síncope, hipotensão
arterial…

Tratamento: O tratamento consiste na realização de procedimento cirúrgico


que consistirá na remoção do órgão danificado e do embrião.

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Influência da hereditariedade e do meio no desenvolvimento do indivíduo

• É importante observarmos que a genética tem uma forte influência para


o desenvolvimento humano, porém, não é determinante para
caracterizar o comportamento do indivíduo. Pois não podemos ignorar o
factor ambiente que muitas das vezes acaba muito intenso na influência
psicológica do indivíduo.
• Ex.: Uma criança que cresce em um ambiente hostil, tende a
desenvolver futuramente este tipo de comportamento, como pode ser o
inverso. Por perceber tanta hostilidade acaba por se comportar da forma
inversa por não se identificar com aquele tipo de acção.
• Os geneticistas do comportamento, demonstram que a hereditariedade
afeta uma gama notavelmente ampla de comportamentos. Segundo
eles, além das características físicas, como acor da pele, dos olhos,
tamanho do corpo…são claramente herdadas. Mas alguns aspectos
relacionados a saúde, a inteligência e a personalidade, podem ser tanto
hereditárias, como adquiridas em função do meio.
• Mesmo que um traço seja fortemente influenciado pela hereditariedade,
o ambiente pode muitas vezes ter um impacto substancial, uma vez que
as influências genéticas normalmente são imutáveis.
É importante observarmos que a genética ou a hereditariedade, tem uma forte
contribuição e influência para o desenvolvimento humano, porém não é
determinante para caracterizar o comportamento do indivíduo, porém, não

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podemos ignorar o factor ambiental que exerce uma influência muito forte no
que diz respeito a psique do indivíduo.

Aspectos psicológicos na gravidez

Ansiedade e depressão

As variações de humor na gravidez são normais, pois resultam das alterações


hormonais que a mulher sofre nesta fase. Porém, se estas variações se
manterem por semanas ou meses, a mulher deve conversar com seu obstetra
ou psicólogo para avaliar a situação e verificar se pode estar ou não com
depressão.

A ansiedade é entendida como um distúrbio psicológico que causa


nervosismo, medo opressão e preocupação.

Sintomas de ansiedade: Falta de ar, insônia, batimentos cardíacos acelerados,


desequilíbrio emocional, formigamento nos membros superiores e inferiores,
sensação de medo, preocupação excessiva, pesadelos, ganho ou perda de
peso e stresse.

Causas e tratamento da ansiedade

• A ansiedade normalmente ocorre devido as preocupações que a mãe


tem durante a gestação quanto ao estado do seu filho (como ele está,
como ele será? …), devido a factores socioeconómicos (falta de
condições financeiras para sustentar a criança, nível social baixo…), a
forma como as pessoas a sua volta lidam com a gestação, medo do
parto (como será o meu parto, o que pode acontecer durante o parto,
será que vai ou não correr tudo bem?).

Tratamento: A ansiedade extrema e prolongada pode trazer diversos


problemas a saúde mental e física da mãe. Isto porque o transtorno da
ansiedade na gestação pode evoluir para uma depressão pós-parto e stresse.
Para se evitar esta situação, é necessário fazer a terapia psicológica para que
entenda a raiz deste problema, a paciente necessitará de realizar terapias com

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um psicólogo para que mude a sua forma de pensar. Por isso, procurar ajuda
psicológica e alia-la ao estilo de vida são essenciais.

Depressão

É um transtorno de humor que afeta negativamente a pessoa, mudando a sua


forma de pensar e de ser, causando sentimentos de tristeza.

• A depressão atinge 10 a20% das mulheres grávidas, e algumas delas


podem necessitar de medicação como forma de tratamento. Segundo
Alexandre Pupo (ginecologista), não existe um antidepressivo que possa
ser indicado para a gestante com 100% de segurança para o bebê, em
casos graves, é fundamental avaliar o risco da medicação.
• Na gravidez, o uso de certos medicamentos requer muito cuidado. Para
alguns estudiosos, o melhor tratamento para a depressão consiste no
relaxamento, terapia psicológica e na fitoterapia.
• As principais causas de depressão são as alterações hormonais, as
expectativas quanto a gestação, possíveis problemas familiares e
gravidez indesejada.

Sinais e sintomas

• Crises de choro, sensibilidade, diminuição da libido sexual, insônia,


perda de prazer pelas actividades quotidianas, sentimentos de pânico,
até mesmo pensamentos suicidas e anorexia.

Prevenção da ansiedade e depressão

Para se prevenir da ansiedade e depressão, é necessário que as gestantes,


tenham acompanhamento psicológico, para que estejam preparadas
emocionalmente afim de saberem lidar com a situação; é fundamental o apoio
da família pois o amor de quem se ama ajuda muito a mudar a forma como
vemos certas coisas e a supera-las; a prática de exercícios físicos é
fundamental para aliviar o stresse; a gestante deve procurar fazer as
actividades deque goste para que distraia; deve relaxar o máximo que poder;
evitar se preocupar e ser stressada…

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IIª Unidade- Parto

• O parto é o nome dado ao momento em que o bebê deixa o útero da


mãe, finalizando o momento da gestação.

Tipos de parto:

• Parto normal: é o parto mais convencional, uma vez que a mulher entra
em trabalho de parto espontaneamente. É também conhecido como
parto vaginal.

Benefícios: a recuperação é mais rápida. Desvantagens: há risco de


laceração, dor no períneo, para o bebê há risco de traumatismo durante a
saída pelo canal vaginal.

• Parto natural: também é vaginal, mas a diferença é que não se faz o uso
de fármacos, pode ser feito em casa e as medidas de alívio da dor são
naturais.

Benefícios: não há exposição a fármacos. Desvantagens: são as mesmas


que as do parto normal, além disso, nem sempre as medidas naturais aliviam
dor rapidamente.

• Cesariana: consiste numa cirurgia feita no abdómen para a retirada do


feto.

Benefícios: não há risco de laceração do canal vaginal, não se sente dor, as


chances de trauma para o bebê são pouquíssimas ou nenhumas.

Desvantagens: a recuperação da mãe é mais lenta, há maior risco de infecção


e hemorragia e risco de rotura uterina.

• Parto instrumentado: consiste no uso de certos instrumentos(fórceps),


para auxiliar o trabalho de parto.

Assistência ao parto normal:

A assistência de enfermagem no trabalho de parto, refere-se a todos os


cuidados prestados a gestante desde o princípio ao final do parto, como a
recepção da gestante, acomodação, avaliação geral (anamnese e exame
físico: manobras de Leopold e exame vaginal), dar apoio emocional, avaliar os
sinais vitais e vigia-la constantemente até a realização do parto. Após a

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realização do parto, a paciente deve ser mantida na Unidade Hospitalar sob
observação por pelo menos 24 horas.

Períodos do trabalho do parto:

O trabalho de parto, divide-se em 3 períodos distintos que são:

Dilatação: caracteriza- se pela dilatação do colo do útero. Este período


tem 3 fases:
• fase latente: é a fase inicial, lenta e termina quando a mulher
apresenta dilatação de 4cm.
• Fase ativa: inicia-se quando a mulher apresenta dilatação do colo
do útero de 6cm e termina com a dilatação completa (10cm).
• Transição: caracteriza-se por ser um período curto e muito
intenso. Neste momento, as mulheres têm contrações muito
dolorosas, no final deste período, o colo uterino encontra-se
completamente aberto, neste caso, a saída do bebê já não
demora.
Expulsão: durante este período, a mulher apresenta movimentos involuntários
expulsivos, neste período ocorre a saída do bebê.

Dequitadura: é o período final do trabalho de parto, após o corte do cordão


umbilical, segue-se a remoção placentária, verifica-se se o útero está
completamente limpo (é importante que o útero esteja completamente limpo
para que não ocorra hemorragia, infecções, febre puerperal).

Obs. O período de dilatação é o mais longo pode durar mais ou menos 12


horas, e o de transição é o mais curto, dura apenas alguns minutos.

O trabalho de parto começa logo que a mãe começa a assentir contrações e


termina com a saída da placenta.

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Exame do abdómen em trabalho de parto

• Para examinar o abdómen, usam-se as manobras de Leopold, que


consiste numa série de manobras que indicam a forma como o bebê se
apresenta, isto é, para sabermos se o bebê é cefálico, pélvico ou
cósmico.
• São no total 4 manobras, sendo:

1- Consiste na apalpação do fundo do útero para determinar que está ocupado


pelo feto. 2-Consiste na apalpação de cada lado do abdómen para determinar
que lado corresponde a coluna fetal. 3- Consiste na apalpação da sínfise
púbica para determinar o encaixe do feto pela pelve. 4- Consiste na palpação
da parte em apresentação para confirmar a apresentação e o encaixe.

Exame vaginal
Se o trabalho de parto estiver activo, o profissional de saúde deverá
realizar o exame ou toque vaginal para avaliar a progressão do trabalho
de parto (o mesmo deve ser feito inicialmente de 4\4horas).
Se houver sangramento pode se desconfiar de uma placenta prévia e
não é aconselhável realizar o mesmo exame porque pode aumentar a
hemorragia.
O exame vaginal em trabalho de parto, faz parte da avaliação da
evolução da dilatação durante o trabalho de parto. No trabalho de parto
prolongado (distocia ou parto distócico), podem o correr problemas para
a mãe (perda de líquidos que pode causar desidratação ou hipotensão;

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risco de infecção e stresse) como para o bebê (sofrimento fetal que pode
levar a asfixia e a morte) e este exame indicará aos profissionais se o
trabalho de parto está ou não a evoluir. Para a realização deste exame,
é necessário que se faça primeiro a preparação psicológica da mãe, pois
é um procedimento desconfortável.
Em seguida, é necessário garantir as medidas de segurança, só depois
realizamos o processo.
A posição da paciente deve ser de decúbito dorsal, com pernas
completamente abertas de forma a permitir o profissional realizar com
eficácia o devido exame, que consiste na introdução dos dedos médio e
indicador até ao colo do útero para avaliar a dilatação.

partograma

É uma representação gráfica de valores ou eventos relacionados com o


trabalho de parto. As medidas podem incluir estatísticas como: a dilatação
cervical, frequência cardíaca fetal, duração do trabalho de parto, bem como a
avaliação dos sinais vitais da mulher. Deve ser preenchido a partir do momento
enque a mulher começa com o trabalho de parto. Deve ser preenchido de hora
em hora, ou a todo instante enque a mulher for avaliada e reavaliada.

• O partograma compreende a 4 partes:

1-Identificação da paciente;

2- Acompanhamento da dilatação e altura do feto: depois da realização do


exame vaginal, é que saberemos qual é a dilatação.

3-registo dos batimentos fetais: deve ser marcado um ponto na frequência que
o feto apresenta no momento do exame.

4-Registo das contrações: para cada contração efetiva, preenche-se todo o


quadrado, se não forem efetivas, pinta-se metade do quadrado traçando uma
linha diagonal. O nº de quadrados que pintar, representará a quantidade de
contrações.

Em cada registo deve se apontar sempre a hora, e depois de ser preenchido, o


profissional deve assinar.

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Realização da episiotomia

• A episiotomia é uma incisão cirúrgica realizada na vagina através de um


bisturi ou tesoura para aumentar a abertura da vagina e facilitar a saída
do bebê no momento do parto.
• A episiorrafia consiste na sua sutura (fechamento da incisão),
geralmente é feita com fio de sutura absorvível (não é necessário retirar
os pontos, o organismo absorve).
• Este procedimento foi desaconselhado, devido alguns problemas para a
mulher, decorrentes da sua prática, em alguns estados é considerado
como violência obstétrica por ser traumático e por ser feito sem o
consentimento da mãe. Logo, é importante que no pré-natal também
sejam dadas estas informações para que a mulher entenda sobre o
procedimento e saiba negar ou aceitar quando necessário.

Complicações da episiotomia

Hemorragia, risco de infecção, lacerações de 3º e 4º grau, incontinência


urinária e fecal, dor perineal, dispareunia, e trauma psicológico.

Cuidados de enfermagem:

Dar apoio psicológico a mãe; dar educação pra saúde a mãe incentivando o
autocuidado que consistirá em ter bons hábitos higiénicos, bons hábitos
alimentares; ensinar medidas de alívio da dor e que actividades a mesma não
poderá exercer antes da cicatrização complecta do ferimento…

A episiotomia é feita na vagina

A sua sutura chama-se episiorrafia

Perineorrafia- é a sutura de uma rotura perineal.

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Reparação das lacerações de 1º, 2ºgrau e do colo do útero

• As lacerações do colo do útero, podem ocorrer durante a gravidez ou


parto. Consiste no rompimento da musculatura uterina ou do colo do
útero, podendo causar parto prematuro ou até mesmo morte materna ou
fetal. É uma complicação rara, que se trata com intervenção cirúrgica.
• Os seus sintomas são: dor intensa, sangramento vaginal, e diminuição
dos batimentos cardíacos fetais.
• Laceração perineal: consiste no rompimento das estruturas ou tecidos
que separam a vagina do ânus (períneo). Tais lacerações, ocorrem no
parto vaginal, onde há alargamento do períneo, causando fissuras, estes
ferimentos podem ser graves ou superficiais, no caso de serem
superficiais, geralmente não requerem tratamento, mas nos casos
graves enque há o rompimento de algumas ou várias estruturas
internas, requer intervenção imediata.

Uma laceração do períneo, é diferente de uma episiotomia, pois a episiotomia é


um tipo de laceração intencional, já as lacerações de 1º,2º…grau, são
involuntárias.
Classificação das lacerações perineais

• As lacerações perineais(perineotomia) podem ser classificadas em 4


categorias que são:

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• Lacerações de Iº: é limitada a pele superficial do períneo, podendo
atingir os pequenos lábios.
• Lacerações de IIº grau: além dos pequenos lábios, se estende para os
músculos perineais (que ajudam na continência fecal e apoio das
estruturas pélvicas).
• Lacerações de IIIº grau: ocorre o rompimento de várias estruturas tais
como: pequenos lábios, pele perineal, mucosa vaginal, músculos e
esfíncter anal.
• Lacerações de IVº grau: vai além do IIIº grau, ou seja, ocorre o
rompimento de todas as estruturas citadas no IIIº grau, bem como da
mucosa retal.

Causas: cabeça do bebê maior que o canal vaginal, Iº parto vaginal, 2º parto
vaginal onde já teve lacerações de III ou IVº grau, parto com fórceps,
episiotomia anterior, curta distância entre o ânus e à vagina.

• Existe também outro tipo de laceração, que é a laceração peri uretral:


consiste no rompimento da parte superior da vagina próximo a uretra.
São ferimentos ligeiros, corrigem-se com alguns pontos e não causam
problemas de saúde a mulher.

As lacerações de II e IIº grau não, não são graves, já as de III e IVº grau, são
graves e podem causar uma série de consequências a mulher, tais como:
Incontinência urinária e fecal, dispareunia e dor perineal cronica.

Tratamento: para reparar as lacerações perineais (de todos os graus), é


necessário que se faça sutura dos ferimentos (com fio de sutura absorvível),
devido a dor, é necessário o uso da anestesia local durante o procedimento.
Será também necessário o uso de alguns fármacos para alívio da dor e
prevenção de infecções (conforme a prescrição médica).

A sutura perineal chama-se perineorrafia.

Cuidados de enfermagem:

Como este tipo de situações não são previstas, logo não há uma forma exata
de se prevenir. Antes da realização do procedimento, deve optar pelo
cumprimento das medidas de biossegurança; preparar psicologicamente a
paciente; após a realização do procedimento, deve se fazer o alívio da dor, dar

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educação pra saúde a paciente, ensinando-a como cuidar do ferimento, como
realizar a higiene de modos a não se magoar, como ter uma boa alimentação,
oque ela deve e não deve praticar enquanto estiver nesta condição, ou seja
incentivar o autocuidado, vigia-la constantemente e em caso de alterações,
chamar o médico em serviço…

Alívio da dor em trabalho de parto

• A dor decorrente do trabalho de parto, pode ser aliviada com o auxílio de


métodos farmacológicos: que consiste no use de fármacos com
objectivo de aliviar a dor, tal como os anestésicos e outros analgésicos.
• Métodos não farmacológicos: consiste em medidas de conforto, que
ajudam no alívio da dor, além de melhorar o estado psicológico e
emocional da mãe. Tais medidas envolvem: incentivar exercícios
respiratórios, o apoio do acompanhante é de suma importância (pode
ser o esposo ou alguém com quem ela se sinta bem), ouvir uma música
de sua preferência, fazer alguns movimentos como a mudança de
decúbito, deambulação, realizar exercícios de fisioterapia, massagens
(na pelve, região lombar e abdómen), aplicação de compressas frias ou
mornas no local da dor, aromaterapia (consiste no uso de plantas
aromáticas para chás ou inalação, hipnose, ioga (é uma técnica de
relaxamento e banho de imersão( consiste na imersão em água morna,
cobrindo até o abdómen da mulher).

IIIª Unidade-Complicações do parto

Geralmente, o trabalho de parto pode ocorrer sem nenhum problema.


Problemas graves são relativamente raros e a maior parte podem ser
previstos (durante as consultas pré-natais) e tratados com eficácia.
No entanto, as complicações podem surgir de forma repentina e
inesperada acometendo o bem-estar da mãe e do bebê.

26
As principais complicações durante o parto são:

• Embolia por líquido amniótico: o líquido amniótico por algum motivo


entra na corrente sanguínea da mãe.
• Eclampsia: convulsões causadas pelo aumento da pressão arterial
• Distocia do ombro: o ombro do feto fica encaixado no osso púbico da
mãe, e o feto fica preso no canal vaginal.
• Parto distócico: trabalho de parto prolongado
• Prolapso do cordão umbilical: o cordão umbilical sai do canal vaginal
antes do bebê
• Cordão nucal: o cordão umbilical enrola-se em torno do pescoço do
bebê;
• Desproporção feto-pélvica: quando o feto é muito grande para passar
através do canal vaginal
• Sofrimento fetal (por asfixia)
• Infecções
• Placenta acreta ou retida
• Lacerações de III e IVº graus
• Útero invertido
• Rotura uterina

Quando ocorre o desenvolvimento de complicações durante o parto, deve-se


agir imediatamente para salvar a vida da mãe e do bebé, pode ser necessário
induzir o parto usando fórceps e ventosa (chama-se a este tipo de parto, parto
vaginal operatório). E cesariana, caso as complicações ocorram antes da saída
do feto. Caso ocorram depois, a intervenção dependerá do tipo de caso.

Sinais e sintomas\diagnóstico e tratamento

• Os sinais e sintomas que geralmente indicam complicações em


trabalho de parto são: hemorragia excessiva, alteações nos sinais vitais,
perda de líquido amniótico…
• O diagnóstico pode ser clínico, laboratorial (como por ex. retirar sangue
para avaliar a hemoglobina, glicémia…) e diferencial- pode se fazer o
exame abdominal (manobras de Leopold, ou exame vaginal se for

27
conveniente), pode também se recorrer a ecografia para melhor
observação do interior da cavidade uterina.
• O tratamento varia de caso para caso, sendo na maioria dos casos
necessário fazer a indução do parto.
• Cuidados de enfermagem: quando se nota alguma anomalia durante o
trabalho de parto, os cuidados de enfermagem são essenciais para a
garantia do bem estar da mãe e do bebê, de uma forma geral, os
principais cuidados são: recepção e acomodação da paciente, dar apoio
emocional, fazer avaliação dos sinais vitais, acompanhar e registar
sempre a dinâmica do parto (dilatação…), estar sempre atenta aos
sinais de alerta( alterações nos sinais vitais, hemorragia, dor…), cumprir
com a terapêutica prescrita, se houver necessidade de uma intervenção
cirúrgica, preparar o paciente para a cirurgia, vigia-la constantemente, e
cumprir sempre com as normas de biossegurança.

28
29
IVª Unidade-Recém-nascido

Asfixia, hipoxia e ressuscitação

• A Asfixia consiste numa condição enque o feto ou recém-nascido sofre


devido a má oxigenação(hipoxia) e ou má perfusão (isquemia). É
considerada uma das causas mais graves de lesões neurológicas e
mortes em recém-nascidos.

30
• Quando este problema não é, ou é mal resolvido, o recém-nascido sofre
algumas sequelas ou consequências tais como: paralisia cerebral,
retardo mental, epilepsia.
• Causas: as causas são decorrentes de algumas complicações durante
o parto tais como: aspiração de líquido amniótico, deslocamento
prematuro da placenta, prolapso do cordão umbilical (quando o cordão
umbilical sai pela vagina antes do bebê), cordão nucal (quando o cordão
umbilical se enrola em volta do pescoço do bebé), placenta prévia,
deslocamento da placenta.
• O diagnóstico consiste no uso da escala de Apegar nos primeiros
minutos de vida, bem como na avaliação dos sinais vitais do recém-
nascido. A escala de Apegar é uma escala numérica que vai de 0 a 10,
ela indica aos profissionais o estado de vitalidade do Recém-nascido e
se há ou não a necessidade de reanimação. Um Apegar de 7-10, é
satisfatório, pois indica boa vitalidade, já abaixo de 7, é sinal de
preocupação.
Escala de Apegar

A escala de Apegar avalia os seguintes parâmetros:

• Frequência cardíaca (avaliamos se está presente ou não. Se estiver


presente e normal, dá-se 2, se estiver baixa-1, se não tiver-0);
• Respiração (ausente-0, fraca- 1, normal-2)
• Irritabilidade reflexa (ausente-0, alguns movimentos-1, espirros ou
choro- 2)
• Tónus muscular (flácido-0, flexão de pernas ebraços-1, movimento
activo\boa flexão-2)
• Coloração da pele (cianótico\pálido-0, cianose de extremidades-1,
rosado-2).

Depois desta avaliação é que saberemos se o bebê necessita ou não de


reanimação (no final somam-se os valores atribuídos acada parâmetro, se for a
baixo de 7- intervenção, de 7 a 10 - não é necessário- este é o considerado
momento de ouro do trabalho de part

31
Reanimação

A reanimação neonatal, deve seguir as recomendações dadas pela American


Academy of Pediatrics e a American heart Association.

• A preparação profissional e do material necessário é essencial assim


como a identificação de riscos.
• Equipamentos: seringa bolbo (para desobstrução das vias aéreas em
RN), monitor cardíaco (para controlar a frequência cardíaca), oxímetro
(para avaliar a saturação de oxigénio), ambú (para ventilação). Caso
seja necessário a administração de oxigénio, deve se ter a bala
contendo oxigénio e a máscara com tamanho apropriado para RN.
• Para a realização do procedimento, o bebê deve estar de decúbito
dorsal, com pescoço em ligeira extensão. Aspire as secreções pela boca
e ou pelas narinas (com a seringa bolbo), depois faz-se a reavaliação,
se reagir, então colocamo-lo na posição de segurança. Caso contrário,
começa-se a ventilação, coloca-se o ambú bem ajustado a boca do bebê

32
e faz-se duas insuflações e 15 compressões com dois dedos apenas,
faz-se o procedimento pelo menos durante 5 ciclos.

33
Avaliação da idade gestacional e peso ao nascer

Classificar o recém-nascido quanto ao seu peso ao nascer, idade gestacional e


estado nutricional, é bastante importante para a identificação de problemas
comuns nos recém-nascidos.

As alterações no crescimento do feto e estado nutricional, devem-se a alguns


factores como idade materna, estilo de vida, estado nutricional da mãe,
condições ambientais, hábitos assistenciais pré-natais e algumas doenças
maternas.

O RN pode ser classificado quanto ao peso, sendo: RN de extremo baixo peso


(1.000g); RN de baixo peso (1.500 a 2.500g); e peso normal (acima de 2.500 a
4.000g).

Quanto a idade gestacional pode ser: RN pré-termo (antes das 36 semanas);


RN atermo (36 a 41 semanas) e RN pós-termo (acima de 41 semanas).

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O RN pode ainda ser classificado quanto ao tamanho, tendo em conta o peso e
a idade gestacional, como: pequeno para idade gestacional (PIG-abaixo de
2.500g); apropriado para idade gestacional (AIG-2.500 a 4.000g) e grande para
idade gestacional (GIG- acima de 4.000g).

Cuidados de enfermagem ao RN normal

• Tão logo que o bebê nasça e é separado da mãe, deve ser envolvido
em lençol ou campo estéril para ser secado( faz-se a limpeza das
secreções, isto é, remover o múcuo e sangue do corpo, na boca e nariz,
deve se fazer a remoção com gaze estéril) e aquecido, deve se manter
aquecido o local onde será colocado, coloca-lo na posição de
Trendlemburg (para facilitar a respiração), avaliar a vitalidade ( escala de
Apegar e sinais vitais), identificar o RN( colocar na braçadeira o nome da
mãe, sexo do bebê, data e hora do parto), clampear o cordão umbilical(
2cm do anel umbilical) usando álcool etílico a 70%, das as primeiras
vacinas (vitamina K, BCG, Pólio zero e a pomada oftálmica- Nitrato de
prata).

Controle da temperatura e hipotermia no RN.

A hipotermia é definida pela OMS como a diminuição da temperatura central,


abaixo dos 36,5ºc.

Em RN prematuros, a hipotermia pode aumentar a morbimortalidade.


A hipotermia pode ser ambienta, ou representativo de doença (ex. sepse
ou hemorragia). A manutenção de uma temperatura ambiente na sala de
parto ou de cirurgia, é fundamental para a prevenção de hipotermia
neonatal.
Quando RN apresenta hipotermia, deve ser reaquecido e diagnosticar
há distúrbios decorrentes da hipotermia. A temperatura normal é de
36,5ºc a 37ºc. Os neonatos são propensos a rápidas perdas de calor e
consequente hipotermia.
Os factores que lavam a perda de calor são:
• Perda de calor por irradiação (quando a pele está descoberta e exposta
a um ambiente frio).

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• Perda de calor por evaporação (dentro da barriga da mãe, ele é
aquecido pelo líquido amniótico, depois do parto ele tem que se adaptar
a vida externa, e se não for rapidamente aquecido, ele perde energia)
• Perda de calor por condução (ocorre quando o neonato é colocado em
contacto com uma superfície fria).

Quando a hipotermia é persistente, pode ser resultado de uma hipoglicémia ( a


falta de glicose leva a perda de energia).

Tratamento

• Reaquecimento em uma incubadora ou sob aquecedor, tratar a


hipoglicémia, hipoxemia e apneia (porque tudo isto causa perda de
energia).
Prevenção: manutenção de uma temperatura ambiental adequada na sala de parto, e
no quarto onde será levado o RN. A O.M.S recomenda que a temperatura ambiental
na sala de parto, seja de pelo menos 25 a 28ºc. Tão logo que o RN é recebido, deve
ser secado imediatamente e colocado em contacto pele a pele com a mãe, deve ser
coberto.

OBS. Neonatos prematuros com hipotermia, devem ser internados na UTI


neonatal para melhor acompanhamento e rápida recuperação.

Controle da glicémia e hipoglicémia

A hipoglicémia é um evento frequente no período neonatal, incidindo em até


15% dos recém-nascidos de risco, podendo aumentar a morbimortalidade
neonatal e estar associada a sequelas a longo prazo.

• A hipoglicémia consiste na baixa quantidade de glicose no sangue. Nas


primeiras 24 a 48horas de vida do RN, os níveis de glicémia são baixos,
isto é normal, pois estas perdas de glicose, devem se ao trabalho de
parto e o tempo que ele fica sem ser amamentado depois do parto.
• No RN os níveis de glicémia normais variam entre 40 a 150mg\dl.
• transitória- que se observa nas primeiras horas de vida bebê e depois
passa. E pode ser também.
• persistente- que pode durar de 48 a 72 horas e é considerada
patológica.
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• Sinais e sintomas de hipoglicémia no RN: sucção débil, tremores,
letargia, taquipneia, cianose e hipotermia.
• Causas: diminuição do suprimento de glicose, aumento da utilização de
glicose (nos casos de hipoxia, hipotermia), estado nutricional da mãe
debilitado, consumo de drogas lícitas e ilícitas por parte da mãe.
• Indicações: a avaliação da glicose é indicada em RN com mães
diabéticas, neonatos prematuros, neonatos grandes para a idade
gestacional e neonatos com hipotermia e hipoxia.
• O diagnóstico pode ser clínico, laboratorial- baseia-se na avaliação da
quantidade de glicémia existente na circulação, e diferencial. O exame
faz-se na 2ªhora de vida, após observação dos sinais e sintomas, ou 30
minutos depois da 1ª refeição.
• Para a realização do exame da glicémia, necessita-se: de uma cuba
rim (para a colocação do material), luvas de procedimento, bolas de
algodão embebida com álcool etílico a 70% (para desinfecção) e bola de
algodão seca (para estancar o sangue), glicómetro com as suas
lancetas, agulha e caneta (para inserção da agulha), caneta e folha para
anotar o resultado.
• Local para a realização do exame: no RN a colega de sangue para o
mesmo exame, deve ser feita na região do calcâneo.
• Cuidados de enfermagem:

Cumprir com as normas de biossegurança necessárias antes, durante e após a


realização do procedimento, preparação do material, realização do
procedimento, apontar o resultado após a realização do exame, certificar-se de
que o procedimento foi bem realizado, recolher o material, conversar com a
mãe, explicando lhe a situação, bem como as medidas de resolução (que
consistem no incentivo do aleitamento materno, optar por bons hábitos
alimentares) para a garantia da saúde e bem estar do recém- nascido, vigia-los
constantemente , reavaliar a glicémia 30 minutos depois do tratamento..

37
Tratamento da hipoglicémia

• Para aumentar a glicose no RN deve se estimular o aleitamento


materno, evitar deixar o RN longe da mãe por muito tempo (para que
não fique muito tempo sem ser amamentado), ou então caso seja
persistente, pode se dar também soro glicosado a 10% (na boca).

Icterícia e fototerapia

A icterícia consiste na coloração amarelada da pele e dos olhos.

É causada por um aumento da bilirrubina na circulação sanguínea. A bilirrubina


é uma substância amarela formada quando a hemoglobina é descomposta
como parte do processo normal de reciclagem dos glóbulos vermelhos e

38
envelhecidos. Quando isto ocorre, a bilirrubina é transportada pela corrente
sanguínea para o fígado onde é processada de modo a ser excretada como
parte da bile.

Quando o fígado não consegue eliminar a bilirrubina rápido, ela se acumula no


sangue causando hiperbilirrinémia, que origina a icterícia.

• Causas: amamentação ( quanto menos o bebê mamar, menos ele vai


defecar, é necessário que ele mame, para que defeque e pelas fezes
elimine a bilirrubina), hemólise(quando há decomposição excessiva de
glóbulos vermelhos, também há maior concentração de bilirrubina na
circulação) incapacidade do fígado para decompor a bilirrubina(isto
deve- se ao facto da própria anatomia e fisiologia dos órgãos do RN,
seus órgãos não estão plenamente desenvolvidos, isto faz conque
certas actividades não sejam realizadas com eficácia).
Quase todos os bebês têm icterícia fisiológica nas primeiras 24 horas de
vida, e dentro de uma semana, resolve-se, considera-se patológica
quando dura mais de 2 semana.
As causas menos comuns incluem: doenças hereditárias (fibrose
cística), obstrução do fluxo de bile do fígado e infecções graves.
O diagnóstico pode ser: clínico, laboratorial (hematócrito, tipo de
sangue) e diferencial.
Complicações: a principal complicação é o querníctero- lesão cerebral,
causada pelo acúmulo de bilirrubina no cérebro. O risco é maior em RN
prematuros e portadores de outras patologias.
Tratamento e prevenção

• A icterícia fisiológica não exige tratamento, desde que o bebê seja


devidamente amamentado e tome alguns banhos de sol pela manhã.
Quando persistir por um tempo acima do normal, então necessário a
realização da fototerapia- procedimento médico que consiste no uso de
luz forte, para que a bilirrubina que não foi processada pelo fígado, seja
destruída e eliminada pela urina. Durante a realização do procedimento,
o RN deve ser colocado nú, a exposição da luz, para que receba o
máximo de luz possível, os olhos devem estar vendados para não serem
atingidos. O tratamento pode durar de 2 dias a 1 semana.

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• Prevenção: A icterícia pode ser prevenida se a mãe optar por um estilo
de vida saudável (realizar as consultas pré-natais, prevenir e tratar
patologias devidamente, ter bons hábitos alimentares, evitar o consumo
de drogas lícitas e ilícitas, evitar realizar actividades físicas muito
esforçadas).

Alterações respiratórias e apneia

• Apneia é uma das alterações respiratórias que consiste na ausência de


respiração, é uma pausa na respiração dura 20 segundos ou mais.
Episódios de apneia podem ocorrer em RN prematuros como em bebês
a termo.
A apneia pode diminuir a quantidade de oxigénio no sangue, resultando
na diminuição da frequência respiratória e cianose.
Causas: Incapacidade dos centros respiratórios para controlar
devidamente a respiração (próprio da idade); obstrução a nível da

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faringe (devido a um baixo tônus muscular ou posição incorrecta),
infecções (pulmonares), hipoxia…
• O diagnóstico pode ser: clínico.
• Existem 3 tipos de apneia: apneia central, obstrutiva e mista.
• A apneia por vezes pode ser indicativa de sepse, hipoglicémia,
hipotermia e hipoxia. A medida que os centros respiratórios forem se
desenvolvendo, os episódios de apneia também vão desaparecendo.
Esta situação quando é bem acompanhada, raramente causa morte.
• Tratamento: tratar a causa, fazer terapia farmacológica que ajude na
respiração conforme a prescrição médica, nos casos mais graves, pode
ser necessária a administração de oxigénio.
Cuidados de enfermagem

• Colocar o bebê a dormir de decúbito dorsal ou lateral para facilitar a


respiração e garantir que durma de forma segura, dar educação pra
saúde aos pais, ensina-los também o suporte básico de vida, cumprir
com a terapia prescrita e vigia-lo constantemente.

Oxigeno terapia

Consiste na administração de oxigénio para tratar problemas respiratórios, com


objectivo de garantir a oxigenação dos tecidos do corpo.

Algumas condições de saúde podem reduzir a oferta de oxigénio para os


pulmões e tecidos como ocorre na hipoxia, doença obstrutiva cronica, asma,
apneia, pneumonia, parada cardiorrespiratória e insuficiência respiratória
cronica. Nestes casos, pode ser necessário recorrer a oxigeno terapia. Faz-se
a oxigeno terapia, depois de ser confirmada a carência de oxigénio pelo exame
da gasometria arterial (exame sanguíneo, que consiste na retirada do sangue
de uma das artérias para observar a quantidade de oxigénio), pelos sinais e
sintomas que o paciente vai apresentar, ou também pela oximetria de pulso.

• Para administrar oxigénio, deve se ter em conta a condição clínica da


pessoa, a idade e a necessidade da pessoa. O valor normal de oxigénio
no sangue é de 95% (crianças) e 90% (adultos). É importante lembrar
que o ar deve ser sempre humedecido com água.

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42
Infecção neonatal (sepse neonatal)

• A sepse neonatal, consiste na invasão de micro-organismo durante o


período neonatal. Ou seja, consiste a entrada de bactérias, vírus e
fungos no organismo do feto.
• A infecção neonatal, pode ser adquirida das seguintes formas:
• Intrauterina: quando a transmissão ocorre da mãe para o bebê por via
transplacentária.
• No canal vaginal: quando o bebê é contaminado durante a passagem
pela vagina no momento do parto (pode ser que a mãe tenha uma
vaginose, ou outra DTS).

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• De fontes externas: a infecção ocorre após o nascimento (infecção pós-
parto ou infecçãao nosocomial).
• Os sinais e sintomas incluem: diminuição da actividade espontânea,
ausência de sucção vigorosa, bradicardia, instabilidade térmica,
disfunção respiratória, vómitos, diarreia, distensão abdominal,
nervosismo.
• Complicações: convulsões, micro ou macrocefalia, surdez ou cegueira
(sífilis), raquitismo, hepatoesplenomigália (causado por hepatite b),
anormalidades neurológicas (epilepsia, atraso mental).
• Causas: bacteriana, viral e fúngica.
• Factores de risco:
• Idade gestacional (prematuridade)
• Parto prolongado
• Mães portadoras de determinadas patologias (sífilis, candidíase, hiv…)
• Incumprimento das normas de biossegurança (infecção nosocomial).

O diagnóstico pode ser clínico, laboratorial e diferencial.

Tratamento: o tratamento é baseado na antibioterapia, e deve-se também


incentivar o aleitamento materno, por este facto, as mães devem se alimentar
devidamente.

Prevenção: para prevenir as infecções intrauterinas e do canal vagina, a mãe


fazer sempre as consultas pré-natais, para que se faça a identifição precoce de
possíveis patologias e se faça o devido tratamento para não contaminar o feto
antes ou durante o parto, outra medida consiste na manutenção de uma dieta
saudável. Para se evitar a infecção nosocomial, deve velar pelo cumprimento
das normas de biossegurança (usar os equipamentos de proteção individual e
colectiva, executar medidas de assepsia, manter o ambiente sempre limpo),
neste caso, a responsabilidade recai mais ao profissional de saúde.

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Cuidados de enfermagem:
• Cumprir com as normas de biossegurança e assepsia antes, durante e
após o parto; dar educação pra saúde aos pais; dar suporte emocional;
cumprir com a terapia prescrita, avaliar os sinais vitais sempre que
possível (de 30 em 30 minutos, ou de 1\1hora) e vigiar o paciente
constantemente.
Trauma e hemorragia

O trauma consiste em toda lesão física sofrida por um determinado indivíduo.

Em neonatos, as principais causas de trauma são: primiparidade, oligoamnio,


macrossómico, uso de determinados instrumentos, até mesmo a apresentação
do feto (cósmico ou pélvico), trabalho de parto prolongado ou trabalho de parto
muito rápido.

Tipos de traumas ou lesões:

Lesões das partes moles: petéquias, equimose, escoriações, bolsa


serossanguínea, cefalo-hematoma; Lesões ósseas: fratura craniana, fratura
da clavícula, úmero e fémur, Lesões viscerais: ruptura do baço,

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hematoma sub capsular hepático, glândulas suprarrenais; Lesões anivel do
sistema nervoso: anível central (hemorragia subdural, hemorragia
subaracnoide, hemorragia intraventricular, hemorragia parenquimatosa
cerebral) e periférico (lesões da medula espinal, paralisia facial e dos
membros).

Para diagnosticar as lesões cerebrais, é necessário que se façam alguns


exames como a tomografia computorizada e ou ressonância magnética. Faz-se
o diagnóstico, tendo em conta o exame físico e os sinais e sintomas que o
paciente for a apresentar após o parto, ou depois de algum tempo, tais como:
paralisia cerebral, epilepsia, incapacidade para reagir a determinados
estímulos, atraso mental, micro ou macrocefalia…

Nestes casos, o tratamento pode consistir em uma intervenção cirúrgica, e


requer acompanhamento especializado de um neurologista.

Nos outros casos (lesões das partes moles e ósseas), podem ser feitas
secções de fisioterapia, bem como a imobilização do membro lesado. Nas
lesões viscerais, pode ser necessário o tratamento farmacológico, ou também
intervenção cirúrgica a depender do caso (rotura do baço).

Prevenção: as mães devem ter o máximo cuidado durante a gestação (não


podem sofrer agressões…), durante a realização do parto, os profissionais
devem ser pacientes e cautelosos.

Doença hemorrágica em Recém-nascidos

• A doença hemorrágica, é causada pelo défice de vitamina K no


organismo.
• Ela apresenta-se como sangramento inesperado, incluindo hematomas,
hemorragia gastrointestinal e até mesmo hemorragia intracraniana
(estes são os sinais e sintomas).
• A vitamina K, desempenha um papel muito importante na coagulação
sanguínea, pois é um elemento fundamental para a função de várias
proteínas (proteínas C e S). A deficiência de vitamina k, inibe a
coagulação sanguínea e predispõe o paciente a sangramentos.
• Os RN tanto pré-termo quanto a termo, têm risco elevado de deficiência
de vitamina k (de desenvolver a doença hemorrágica), pelas seguintes

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razões: o leite materno tem pouca concentração de vitamina K, devido a
fisiologia de determinados órgãos (intestino), por estarem em fase de
desenvolvimento, as bactérias benéficas que produzem vitamina k, não
conseguem colonizar os intestinos. Razão pela qual, logo nas primeiras
horas de vida, ele deve apanhar a vitamina K para se prevenir da
mesma patologia.
• O sangramento por défice de vitamina k, pode ser:
• Precoce: ocorre entre o 1º e o 7º dia após o nascimento.
• Tardio: ocorre de 2 a 12 semanas após o nascimento.

As crianças com maior chance de desenvolver esta enfermidade, são aquelas


cujas mães durante a gestação, fizeram muito uso de medicamentos que
alteram o metabolismo de vitamina k (anticonvulsivantes, AINES,
antituberculóticos e antibióticos) e após o parto não recebem vitamina k para
profilaxia.

O diagnóstico pode ser clínico, laboratorial (consiste na avaliação da taxa de


vitamina k existente no organismo) e diferencial.

Prevenção: Consiste na administração de vita k nas primeiras horas de vida (a


dose depende do peso do recém-nascido, sendo: baixo peso e prematuros-
0,5mg, a termo e peso acima de 2.500g- 1mg), vale salientar que é importante
que as mães durante o pré-natal, recebam todas as informações necessárias,
para que saiba quais os cuidados que deve tomar, principalmente no que diz
respeito a automedicação.

• Tratamento: Administração de vitamina k (via IM) ou plasma fresco


congelado, IV 10ml\kg de 8 ou 12\12horas.
• Cuidados de enfermagem: após o parto, nas primeiras horas de vida
(durante a prestação da assistência imediata ao recém- nascido), o
profissional de saúde deve administrar a vitamina k ao recém- nascido,
prestar atenção aos sinais de doença hemorrágica (sangramento…),
incentivar aos pais o autocuidado, ensina-los sobre a patologia e as
intervenções afim de estarem alertas e procurarem ajuda médica caso
seja necessário, dar apoio emocional, se a criança já manifestar sinais e
sintomas, deve se cumprir com a terapia prescrita e vigiar o paciente
constantemente.
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Anomalias congénitas

As anomalias congénitas, são definidas como todas as alterações funcionais ou


estruturais do desenvolvimento fetal, cuja origem ocorre antes do nascimento.

• Elas podem ser de origem genética, ambiental ou desconhecida.


Causas: as causas são os transtornos congénitos associados a agentes
infecciosos (vírus e bactérias), o uso de drogas licitas e ilícitas (agentes
químicos), traumas que a mãe pode ter vivenciado durante gestação;
endocrinopatias maternas ou paternas (factor genético); exposição a
radiação, ruído (factores físicos), poluição atmosférica… (factores
ambientais).
• Classificação:
• Maiores: consistem em graves alterações anatómicas, estéticas e
funcionais, podendo se necessária intervenção cirúrgica, e muitas
destas anomalias podem levar a morte.
• Menores: são alterações leves, com facilidade de reparação e não
levam a morte.

Principais anomalias congénitas: Síndrome de Dawn (trissomia 21), lábios


laporinos, cardio e encefalopatias congénitas (podem ser graves), defeitos nos
membros (membros ausentes, tamanho de membros reduzidos ou membros
amais), microcefalia, hidrocefalia (macrocefalia)…

• Obs.: as anomalias congénitas são consideradas estruturais ou


morfológicas quando estão relacionadas a problemas a nível da

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estrutura anatómica. Já as funcionais, estão relacionadas a alterações
na função de determinados órgãos levando a deficiência no
desenvolvimento (encefalopatias, cardiopatias congénitas,
Trissomia21…).
• Sinais e sintomas: distúrbios metabólicos, comprometimento
intelectual, comportamental, sensorial ou imunológico.
• Diagnóstico: pode ser feita a identificação precoce durante o pré-natal
pela realização de exames de ecografia. Após o nascimento, pode ser
feito o diagnóstico clínico, diferencial (faz-se o teste do pezinho,
ressonância magnética, tomografia computarizada, e faz-se também o
exame laboratorial (teste serológico, exame de DNA).
• Tratamento: o tratamento é feito com base a complicação, em alguns
casos, pode ser necessário uma intervenção cirúrgica, assistência ou
acompanhamento especializado afim de melhor a qualidade de vida do
indivíduo. Pois muitas delas não têm cura.
Prevenção: As mulheres gestantes devem realizar sempre as consultas
pré-natais para identificação precoce de tais alterações, afim de se tratar tão
logo que possível, é fundamental que as gestantes tenham uma alimentação
saudável, evitem a exposição a agentes biológicos (bactérias, vírus e fungos),
físicos (radiação e ruído), químicos (drogas lícitas e ilícitas, e certos fármacos.

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Comunicação com o Recém-nascido

• A 1ª comunicação entre a mãe e o Recém-nascido, acontece bem antes


do nascimento. Mesmo no útero, os sentidos dele estão desenvolvidos
para que sinta o carinho dos pais, ouça suas vozes e sinta a presença.
Quando ele nasce, usa todos os recursos que tem para estabelecer
contacto com os pais. Entre eles: o olhar, o toque, o chorro, sons e o
sorriso.
É importante que os pais tenham tempo para assistir, ouvir e procurar
entender seus bebês. Como eles não conseguem falar, podem usar os
recursos acima citados para se poder comunicar ou transmitir
determinadas informações aos pais ou aquém esteja a cuidar deles. É
importante que os pais transmitam confiança aos seus bebês para que
eles se sintam seguros ao seu lado e esta confiança pode ser
transmitida pela forma como os pais falam, olham pra eles, até mesmo a
forma como lhes seguram. É bom que os pais mostrem atitudes
positivas porque para crescer bem e evoluir, o bebê precisa que os pais
fiquem emocionados com o seu progresso, por menor que pareça, os
pais devem dar incentivo para aumentar sua autoconfiança.
Ao comemorar as conquistas do bebê, você pode ajuda-lo a esquecer e
superar qualquer dificuldade que ele tenha.

Teste do pezinho

• O teste do pezinho ou teste de Guthrie, é um exame que é realizado


através de uma pequena amostra de sangue retirada do calcanhar do
RN. Serve para identificar distúrbios e doenças que possam afectar a
saúde do bebê antes mesmo do aparecimento de sintomas.
• O teste é realizado após as primeiras 48 horas de vida ou até o 7º
dia após o nascimento. Ele promove o diagnóstico precoce de diversas

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doenças congénitas hereditárias. Para realizar o exame, retira-se uma
amostra de sangue no calcanhar do recém-nascido (faz-se uma
pequena picada), coloca-se numa lâmina e envia para o laboratório afim
de ser analisado. Este exame permite detectar as seguintes patologias:
hipotireoidismo, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal
congénita.
• Importância: este exame é de suma importância porque permite o
diagnóstico precoce de certas doenças congénitas, ajudando na busca
pelo tratamento, afim de se evitar possíveis agravos e melhorar a
qualidade de vida do bebê.
• Cuidados de enfermagem: para realização deste exame, é necessário
que se cumpram com as normas de biossegurança, preparar o material
necessário (lanceta para picar, duas bolas de algodão, uma seca e uma
embebida com álcool a 70%), realizar o procedimento, estancar o
sangue, descartar os resíduos e vigia-lo constantemente.

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Determinação antropométricas

Consiste na avaliação dos seguintes parâmetros: perímetro cefálico, peso,


altura e circunferência torácica, afim de saber se o desenvolvimento do bebê,
está dentro dos parâmetros normais e se detetem possíveis anomalias. Ou
seja, são medidas estatísticas do recém-nascido. Não é necessário fazer a
determinação do abdómen, a menos que se observe uma distensão abdominal
(que é sinal de problemas gastrointestinais).

Altura (comprimento): o comprimento médio é de 45 a55cm. Peso: o peso


médio para o recém-nascido varia entre 2.700g a 4.000g. Perímetro cefálico:
o valor normal é de 33 a 35cm. Circunferência torácica: valor médio é de 30
a 33cm.

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Vª Unidade- pós-parto\ Aspectos psicológicos no pós-
parto.

O puerpério ou pós-parto, corresponde ao período que se inicia após a


dequitadura e termina com o aparecimento da 1ª ovulação (pode levar
45 dias ou mais).
Neste período, ocorrem várias mudanças (biológicas, psicológica,
sociais e econômicas) que deixam a mulher altamente vulnerável, isto
deve-se as alterações hormonais e a nova fase de sua vida. As
principais doenças psiquiátricas ou alterações psicológicas do pós-parto
são: blues do pós-parto, depressão pós-parto, psicose pós-parto e
perturbações da ansiedade.
• Blues pós-parto: uma forma mais ligeira dos quadros psiquiátricos do
puerpério e pode ser identificada em 50 a 85% das mulheres. Sinais e
sintomas: geralmente têm início nos primeiros dias após o parto e pode
ir até o 4º ou 5º dia e desaparecem de forma espontânea, casos há que
pode levar no máximo 2 semanas. Estes sintomas e sinais incluem:
choro fácil, irritabilidade, comportamento hostil para com as pessoas a
seu redor. Para tratar, não é necessário a intervenção farmacológica,
mas sim o acompanhamento com psicólogo, suporte emocional, auxílio
nos cuidados com o latente e compreensão.
• Depressão pós-parto: corresponde a episódios relacionados a
alterações de humor após o parto. É causada pelos seguintes factores:
gravidez indesejada, pouca idade materna, problemas culturais,
familiares e económicos, falta de preparação psicológica para a
maternidade. A pessoa com depressão manifesta os seguintes sinais e
sintomas: tristeza, perda de interesse pelas actividades quotidianas,
anorexia, insónia, agitação ou lentidão, baixa autoestima, rejeição da
criança e pensamentos suicida.

Para tratar esta patologia, pode ser necessária intervenção farmacológica, e é


fundamental o acompanhamento com psiquiatra.

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• Psicose pós-parto: é um conjunto de alterações psíquicas, considerada
a doença psiquiátrica mais grave que pode ocorrer no puerpério (a
mulher apresenta um certo estado de loucura). Tem geralmente início
rápido (no 1ºdia) e pode durar mais ou menos duas semanas. Os seus
sinais e sintomas são: euforia, humor irritável, discurso acelerado,
agitação e insónia, posteriormente, surgem delírios, alucinações,
desorientação e confusão mental. Quanto ao tratamento, é necessário
que a mulher seja internada devido a gravidade para melhor
acompanhamento e serão também usados recursos farmacológicos. Os
factores de risco incluem: primiparidade, antecedentes familiares ou
pessoais de psicose e complicações obstétricas.
• Perturbações de ansiedade no pós-parto: o pós-parto, pode ser um
período de precipitação ou exacerbação das perturbações da ansiedade,
que são: fobia social, perturbação obsessiva-compulsiva, stress, ataque
de pânico, e ansiedade generalizada (corresponde a uma série de
preocupações que a mulher cria em sua mente quanto ao bebê e a si
mesma).

Para se prevenir de todas as alterações psicológicas que podem surgir durante


o puerpério, é necessário ter boas relações conjugais e familiares, suporte
emocional adequado, preparação psicológica para a maternidade e elevada
uto-estima.

Consequência: todas as alterações psicológicas têm as seguintes


consequências: podem interferir negativamente na relação mãe-filho, podem
interferir na qualidade de vida da mulher, bem como na relação com os
familiares e outras pessoas. Em alguns casos pode ocorrer o infanticídio (no
caso de psicose).

Os cuidados gerais de enfermagem consistem basicamente em: dar


suporte psicológico e emocional a mãe, garantir segurança ao recém-nascido
(por vezes, é necessário afasta-lo da mãe, não por muito tempo), vigia-los
constantemente, cumprir com a terapia prescrita.

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VI ª Unidade-Puerpério

O puerpério ou pós-parto, corresponde ao período que se inicia após a


dequitadura e termina com o aparecimento da 1ª ovulação (pode levar
45 dias ou mais).
• Quanto ao tempo de duração, o puerpério divide-se em 3 etapas que
são:
• Puerpério imediato: que vai do 1º ao 10º dia após o parto.
• Puerpério tardio: que vai do 11º ao 42º dia após o parto.
• Puerpério remoto: que começa a partir do 43º dia em diante.

Durante esta fase, a mulher passa por alterações físicas, hormonais e


emocionais.

Quanto ao estado de saúde da mulher, o puerpério pode classificar-se em:

• Fisiológico ou normal: é um período que ocorre logo após o parto.


Ocorre uma série de manifestações evolutivas e de recuperação,
normalmente a mulher não apresenta nenhuma patologia, além de

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passar por manifestações próprias do puerpério (ligeiras cólicas uterinas
e dor lombar, elevada produção de leite, dor nos seios, cansaço,
aparecimento do lóquio). Corresponde ao puerpério imediato.

Cuidados de enfermagem: incentivar a alimentação saudável a mãe, incentivar


a amamentação e explicar a sua importância para o recém-nascido, prestar
atenção aos sinais de infeção (odor, rubor, inflamação…), ensinar medidas
apropriadas de higiene, avaliar os sinais vitais, incentivar o planeamento
familiar e dar suporte emocional

• Puerpério patológico: é aquele caracterizado pelo surgimento de


determinadas patologias tais como: infecções e transtornos psicológicos,
após o parto, retardando a recuperação da mulher. Normalmente estas
infecções surgem devido a falta de assepsia e antissepsia por parte dos
profissionais, ou por maus hábitos higiénicos por parte da mãe. Os
sinais e sintomas em caso de infecções são: sangramento ou corrimento
com coloração anormal e mal cheiro, febre, taquicardia, dor intensa no
útero. Se for um transtorno psicológico, os sinais e sintomas são:
alterações no humor, ataque de pânico, fobia social, irritabilidade,
anorexia, fragilidade emocional, falta de afeto e pensamentos suicidas…
(este leva ao puerpério tardio e ou remoto).

Factores de risco para infecção puerperal: cesariana, parto prolongado,


episiotomia e parto instrumentado.

O diagnóstico é clínico, laboratorial e diferencial.

O tratamento consiste na antibioterapia, geralmente a mulher necessita de


internamento, deve se fazer um exame físico geral para observar a existência
de possíveis resíduos na cavidade uterina e vaginal e fazer a devida limpeza,
no caso de episiotomia, deve se avaliar o ferimento, e se necessário fazer
curativo com soro fisiológico.

• No caso das psicoses, requer acompanhamento com psiquiatra ou


psicólogo.
• Puerpério cirúrgico: diz respeito ao pós-parto em que a mulher
tenha passado por uma intervenção cirúrgica durante o parto
(cesariana). A recuperação normalmente é mais lenta e a mulher

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precisa de ficar alguns dias internada. Sinais e sintomas: dor no
local da ferida, cansaço, incapacidade para realizar certas
actividades. Enquadra-se no puerpério tardio. Obs.: a mulher pode
não apresentar nenhuma patologia.
• Cuidados de enfermagem (puerpério patológico e cirúrgico): como
nestes casos requer internamento, o enfermeiro deve: a puérpera deve
acolher a puérpera e o bebê no alojamento conjunto, avaliar a condição
física e emocional da mãe, avaliar os sinais vitais de 6\6horas, avaliar
sangramento vaginal e a ferida( no caso da cirurgia), fazer o balanço
hídrico, auxiliar no aleitamento materno, acompanhar a higienização,
cumprir com a terapia prescrita, dar educação pra saúde a mãe e
incentivar a alimentação saudável pra mãe.

Obs.: na 1ª semana após o parto, é importante que as mães e os bebês, vão a


consulta para serem avaliados.

Prevenção: para se prevenir as patologias puerperais, a mulher deve receber


acompanhamento pré-natal adequado, tratar possíveis patologias ao longo da
gestação, ao realizar o parto, os profissionais devem cumprir com as normas
de biossegurança, e utilizar material estéril durante o parto.

Aconselhamento contraceptivo

Muitas mulheres apresentam o sonho de ter filhos, outras nem por isso,
o facto deve-se a falta de preparação física, psicologia, emocional e

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económica. No primeiro caso, é aconselhável a mulher usar
contraceptivos como forma de planeamento familiar, afim de estabelecer
intervalos apropriados entre as gestações (evitar escadinha). Já no
segundo caso, a mulher deverá usar os contraceptivos como forma de
prevenir a gravidez indesejada.
• Existem vários tipos de contraceptivos, só que nem todos se adaptam a
certos organismos femininos devido ao estado de saúde, estilo de vida e
a idade.
• Por isso é que se antes de se fazer o uso de certo contraceptivo, é
necessário que a mulher realize uma consulta para receber as devidas
informações e fazer os devidos exames (avaliação da pressão arterial,
IMC, glicémia…). Antes de se fazer o uso, deve também se ter em
conta: a acessibilidade, o conforto (que o método oferece) e os riscos
que oferece a saúde. A eficácia dependerá do tipo de método e do uso
correcto.

Existem 5 tipos de contraceptivos que são:


• Métodos comportamentais (naturais): dizem respeito ao
comportamento sexual da mulher (abstinência sexual no período fértil,
uso da tabelinha e coito interrompido).

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• Métodos hormonais: consistem na administração de medicamentos que
contêm hormonas afim de impedir a ovulação, eles são compostos por
progesterona e estrogénio (pilulas orais: pilula do dia seguinte,
microginol, microlute- apropriado para mulheres que amamentam, e
podem também ser injetáveis, dispositivos cutâneos- chip, adesivo).

• Métodos de barreira: são aqueles que impedem fisicamente o encontro


entre o espermatozoide e o ovulo, funcionando como uma barreira
(preservativos masculino e feminino, diafragma, espermicidas e o anel
vaginal).

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• Dispositivos intrauterinos: são estruturas metálicas, colocadas no
interior da cavidade uterina, impedindo a chegada dos espermatozoides
as trompas uterinas (DIU-mola).

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• Métodos definitivos: são aqueles que consistem em cirurgias para
retirada e estruturas ou órgãos reprodutivos (vasectomia e laqueadura
das trompas).

Reacções colaterais: geralmente os contraceptivos que causam reacções


colaterais, são os hormonais. Mais isto varia de mulher pra mulher. Em
algumas pode originar: ganho de peso, dores nos seios, alterações do humor,
diminuição do desejo sexual, e náuseas. Tudo devido a função hormonal
(progesterona e estrogénio).

Contraindicações: os contraceptivos hormonais, são contraindicados a


mulheres que tenham problemas de saúde como: obesidade, híper e
hipotensão arterial e diabetes…
Vantagens dos métodos hormonais: reduzem o risco de câncer do endométrio
e dos ovários, diminuem o fluxo menstrual e reduzem as cólicas menstruais.
Vantagens e desvantagens dos outros contraceptivos:
Barreira: protegem contra as DTS, além de impedirem que a gravidez ocorra e
não causam danos a saúde. As únicas desvantagens são a possibilidade do
rompimento do preservativo, e a chance de ir além da vagina (preservativo
feminino).
Comportamentais: impedem que a gravidez ocorra (quando bem observados) e
não causam danos a saúde.

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A desvantagem é que chegam a ser pouco eficazes, aumentando o risco de
gravidez e não protegem contra as DTS.
Dispositivo intrauterino e métodos definitivos: impedem que a gravidez ocorra,
são bastante eficazes e não causam problemas de saúde. A desvantagem é
que os métodos definitivos são irreversíveis e não protegem contra as DTS. Já
os dispositivos intrauterinos, não são indicados para todas as mulheres,
apenas em mulheres com idades acima dos 35 anos (dura muito tempo), e
pode ocorrer trauma durante a sua colocação e não protegem contra as DTS.
O princípio de acção ou finalidade dos contraceptivos, é impedir a
concepção.

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Fisiologia da lactação

• É sabido que a amamentação é de extrema importância desde. Desde o


início da gestação, as mamas passam por diversas modificações que
visam oferecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento do
bebê.
• A lactação apresenta 3 fases:
• Mamogenese: corresponde início do crescimento e desenvolvimento
das glândulas mamárias, afim da mulher ser capaz de produzir leite
(começa na puberdade). Este processo ocorre devido a acção das
hormonas progesterona e estrogénio (responsáveis pelo crescimento
das mamas) e prolactina (responsável pela produção de leite, aparece
durante a gestação e continua enquanto a mulher amamentar). A
produção de leite começa na 16ª semana de gestação.
• Lactogenese e lactopoese: primeiro ocorre a lactogenese que
corresponde a síntese do leite e depois a lactopoese que corresponde a
manutenção do leite. Depois do parto, há queda da progesterona e
estrogenio, permanecendo apenas a prolactina que fará com que o leite
seja produzido. Primeiro forma-se o colostro (substância amarelada que
contem todos os componentes do leite: vitaminas, proteínas,
imunoglobulinas IgG, e gorduras, ou seja, é o 1º leite), posteriormente
(48 horas ou 3 dias após o parto), vai se transformando até formar o leite
que conhecemos (composto pelos nutrientes acima citados, água,
minerais e lactose, essenciais para o desenvolvimento do bebê).
• Ejeção do leite: consiste no processo d liberação do leite pelos
mamilos, sob acção da hormona ocitocina (responsável pela expulsão
do leite).

Nos primeiros dias a mulher produz 100ml de leite, com o passar do tempo, a
produção aumenta para 600ml (tendo também em conta o seu estado
nutricional).

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Promoção do desenvolvimento do exercício das competências parentais.

Tem como objectivo, apoiar os pais no exercício da sua função, levando acabo
as suas responsabilidades como pais e velando pelos direitos da criança.
Procura promover o sucesso de mudanças cognitivas, afetivas e
comportamentais nos pais, para que se tenha uma parentalidade positiva,
contribuindo assim para o desenvolvimento dos filhos.

O apoio parental, é uma preocupação importante, pois nem todos encontram-


se preparados para a paternidade, fazendo com que reajam de formas
diferentes, isto pode muitas das vezes interferir na criação dos filhos, logo, é
fundamental que se faça a preparação para a paternidade e maternidade.

• Para que os pais sejam capazes de gerar um bom ambiente familiar e


sejam vistos pelos filhos como modelos de referência. Tal promoção é
da responsabilidade dos profissionais de saúde (enfermeiros, médicos
gerais ou de famílias, psicólogos e psiquiatras). Pois oque se pretende é
que os filhos cresçam num ambiente saudável, cheio de harmonia,
carinho, paz e amor, recebendo a devida educação, pois os pais são os
nossos primeiros professores.

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BIBLIOGRAFIA

www.escolasaudavelmente.pt
www.minhavida.com
www.biologianet.or
www.pt.slideshare.net
www.Wikipédia.or
www.Portaleduca.com."http://www.portaleduca.com.br/"br
www.tuasaúde.com.br
www.msdsaúde.com

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