Sisreg_Cardiologia

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PROTOCOLO DE

REGULAÇÃO AMBULATORIAL

CARDIOLOGIA
ATUALIZADO EM MARÇO DE 2024
Rio de Janeiro/RJ
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons — Atri-
buição Não Comercial 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou
total desta obra, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.

© 2024 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro

Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro // Subsecretaria Geral


Rua Afonso Cavalcanti, 455, 7º andar, Cidade Nova, Rio de Janeiro/RJ — CEP: 202011-110
http://saude.prefeitura.rio/

Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro Colaboração


Eduardo Paes Rafael Aron Abitbo
Thiago Roselet
Secretário Municipal de Saúde
Daniel Soranz Revisão Técnica e Final
Fernanda Adães Britto
Subsecretário Executivo
Rodrigo Prado Assessoria de Comunicação Social
da SMS-Rio
Subsecretária Geral Paula Fiorito
Fernanda Adães Britto Cláudia Ferrari
Coordenador Geral de Contratualização, Supervisão Editorial
Controle e Auditoria Aluisio Bispo
Andre Luis Paes Ramos
Capa
Coordenador Geral do Complexo Regulador Aluisio Bispo
David Tebaldi Marques
Projeto Gráfico e Diagramação
Coordenadora da Regulação Ambulatorial Sandra Araujo
Eliana Bittencourt da Silva
Coordenação Técnica
Fernanda Adães Britto
Lucas Galhardo de Araújo

Rio de Janeiro (RJ). Secretaria Municipal de Saúde. Subsecretaria Geral


Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro;
coordenação Lucas Galhardo de Araújo, Fernanda Adães Britto — Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal de Saúde, 2024. -- (Série Especialidades)
Vários autores.
Vários colaboradores.
Bibliografia
20p.
1. Atenção Primária à Saúde (APS) 2. Ambulatórios 3. Saúde Pública — Rio de Janeiro (RJ) 5.
Sistema Único de Saúde (Brasil) I. Araújo, Lucas Galhardo de. II. Britto, Fernanda Adães de III.
Título IV. Série.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 4

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE CARDIOLOGIA..................................... 5

PROTOCOLO DE REGULAÇÃO........................................................................... 5
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)...........................................................6
Doença Arterial Coronariana (DAC)................................................................6
Insuficiência Cardíaca (IC)..................................................................................7
Arritmias....................................................................................................................8
Valvopatias.............................................................................................................11
Síncope....................................................................................................................11
Avaliação pré-operatória..................................................................................11
Cardiopatias congênitas.................................................................................. 12
Outros...................................................................................................................... 12

SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE NÃO NECESSITAM DE


ENCAMINHAMENTO............................................................................................13

COMO SOLICITAR CARDIOLOGIA NO SISREG...........................................14

ENCAMINHAMENTO IMEDIATO PARA UNIDADE DE EMERGÊNCIA.....14

PRIORIZAÇÃO PARA ATENDIMENTO.............................................................15

UNIDADES EXECUTANTES................................................................................16

SAIBA MAIS SOBRE REGULAÇÃO AMBULATORIAL..................................17

REFERÊNCIAS.......................................................................................................18
4

INTRODUÇÃO

A Atenção Primária à Saúde (APS) se organiza como serviço de primeiro contato


do paciente com todo o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo responsável pelo
cuidado integral e longitudinal das pessoas.

A APS, quando organizada e estruturada, consegue atender cerca de 80% a 90%


das demandas que lhe são trazidas pelas pessoas, demonstrando seu alto poder
de resolutividade junto à população. Os demais 10% a 20% das demandas não
inteiramente resolvidas na APS devem ser encaminhados para os diversos pontos
da rede de Atenção Especializada (AE).

A Atenção Especializada figura como serviço para dar resolutividade aos demais
problemas da população, geralmente casos mais complexos, ou que exijam alta
densidade tecnológica ou técnica, ou, ainda, que demandem o uso de equipamen-
tos especializados e intervenções que utilizem tecnologias duras, como cirurgias,
quimioterapia, radioterapia e procedimentos endoscópicos e oftalmológicos, e os
guiados por imagem.

A APS realiza, também, a coordenação do cuidado, que inclui a organização do


acesso às consultas especializadas e exames complementares, quando neces-
sário, devendo, então, garantir que o usuário trace um itinerário terapêutico que
corresponda às suas necessidades, no menor tempo possível e sem prejuízo ao
mesmo e ao sistema, evitando o desperdício de vagas com um consumo desne-
cessário das mesmas.

Para atingir este objetivo, a regulação deve atuar na garantia de que os pacientes
acessem as vagas quando suas situações clínicas estejam embasadas nas evidên-
cias mais atuais que justifiquem o seu uso, bem como os encaminhando no tempo
adequado, respeitando sua prioridade clínica, e para um determinado prestador
que atenda à demanda, de forma a corresponder ao que se pediu na solicitação.

Ao profissional cabe a tarefa de solicitar a consulta, exame ou cirurgia de forma


correta, fazendo-as quando possui clareza técnica baseada em evidências para
tal, realizando as solicitações em campo adequado e com justificativa detalhada.
Assim, o presente protocolo visa subsidiar profissionais de saúde da rede assis-
tencial do município do Rio de Janeiro (MRJ) nas suas funções enquanto solicitan-
tes, reguladores e executantes sobre o fluxo regulatório desta especialidade, bus-
cando qualificar as solicitações, garantir transparência e segurança técnica para a
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regulação das vagas e facilitar a jornada do paciente. O presente protocolo deverá


ser visto e atualizado permanentemente, buscando adequação e compatibilidade
com a linha de cuidado de cardiologia na cidade.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
SOBRE CARDIOLOGIA

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e as doenças cardíacas têm grande im-


portância no contexto de saúde pública, seja pela sua alta prevalência, seja por
sua alta morbimortalidade, ou, ainda, por ser uma importante causa de morte e
alteração da qualidade de vida dos sujeitos. As condições cardiovasculares são
a principal causa de morte no Brasil, e estima-se que 36% dos adultos brasileiros
possuem HAS, porém apenas 50% sabem do diagnóstico, estando metade não
diagnosticada, por vezes descobrindo-a na ocasião de evento cardiovascular.

Desta forma, os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) precisam estar aptos
a fazer o diagnóstico precoce, a avaliação do risco cardiovascular e manejar inicial-
mente os casos, tendo ao seu dispor uma série de exames via SISREG, cuja indica-
ção pode ser consultada no “Protocolo de Regulação Ambulatorial — Exames em
Cardiologia”. Cabe à APS encaminhar os pacientes, quando necessário, para ava-
liação especializada, seja pela gravidade do quadro clínico, pela evolução desfavo-
rável (a despeito do tratamento instituído), ou em casos de dúvidas ou incertezas.

Este protocolo serve como documento norteador das boas práticas de regulação
para as consultas de cardiologia no SISREG.

PROTOCOLO DE REGULAÇÃO

As indicações clínicas foram separadas segundo o tipo mais comum de acometi-


mento cardiológico ou diagnóstico, seguindo a seguinte distribuição:
1. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS);
2. Doença Arterial Coronariana (DAC);
3. Insuficiência Cardíaca (IC);
4. Arritmias;
6

5. Valvopatias;
6. Síncope;
7. Avaliação pré-operatória;
8. Cardiopatias congênitas;
9. Outros.

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)


V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Pacientes com HAS não controlada (fora do alvo), em uso de três ou mais me-
dicações anti-hipertensivas, com boa adesão ao tratamento. Deve-se reduzir
a PA para valores menores que 140/90mmHg e não inferiores a 120/70mmHg.
No caso de jovens e sem fatores de risco, considerar a meta valores inferiores
a 130/80mmHg.

ATENÇÃO!
Pacientes em uso de quatro drogas ou mais, em dose máxima, podem ser
encaminhados via SER para “Ambulatório de 1ª Vez em Cardiologia Hiper-
tensão Arterial Resistente (Adulto)”.

2. Todas as crianças com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC)


V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Pacientes com alto risco cardiovascular apresentando:
a. Alterações no ECG (ondas Q patológicas ou zona inativa; alterações primárias
ou mistas da repolarização ventricular; isquemia subepicárdica);
b. Componente anginoso (dispneia ou diaforese que piora com esforço e alívio
no repouso);
c. Alterações que comprovem isquemia em demais exames complementares;
d. Infarto agudo do miocárdio prévio;
Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia | 7

e. Internação prévia por síndrome coronariana aguda há menos de seis meses —


após o período, manter acompanhamento na APS.
2. Pacientes com cardiopatia isquêmica que apresentem sintomas apesar do trata-
mento otimizado ou que não possam fazer uso da medicação por efeito adverso
prévio ou contraindicação médica;
3. Pacientes com cardiopatia isquêmica e provável indicação de cateterismo cardía-
co — no caso de dúvida de indicação pelo médico da APS.

ATENÇÃO!
Pacientes candidatos ao cateterismo cardíaco devem ser inseridos, via
Sistema Estadual de Regulação, na aba de exames, em “Cateterismo Car-
díaco (Ambulatorial)”.
Pacientes candidatos à angioplastia ou revascularização do miocárdio de-
vem ser inseridos, via Sistema Estadual de Regulação, em “Ambulatório de
1ª vez em Cardiologia — Pré-Angioplastia Coronariana” ou “Ambulatório
de 1ª vez em Cardiologia — Cirurgia de Revascularização do Miocárdio”.

AMBULATÓRIO DE 1ª VEZ EM CARDIOLOGIA — PRÉ-ANGIOPLASTIA CORO-


NARIANA
A angioplastia visa melhorar o fluxo de sangue nas artérias coronárias em pacien-
tes portadores de Doença Arterial Coronariana (DAC) que tenham feito cineangio-
coronariografia (cateterismo cardíaco) e cujo resultado mostre lesão moderada a
grave nas artérias coronárias. Sempre inserir o resultado do cateterismo com data
inferior a 12 meses.

AMBULATÓRIO DE 1ª VEZ EM CARDIOLOGIA — CIRURGIA DE REVASCULARI-


ZAÇÃO DO MIOCÁRDIO
Recurso destinado aos pacientes cujo cateterismo cardíaco aponte para lesões
coronárias de três vasos (trivascular) ou acometimento do tronco da coronária es-
querda. Indicado também nos casos de doença coronária associada à disfunção
grave de ventrículo esquerdo. Sempre inserir resultado do cateterismo com data
inferior a 12 meses, ECG e Ecocardiografia.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC)


V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.
8

Indicações clínicas:
1. Pacientes com IC com Fração de Ejeção (FE) < 40% e que persistem na Classifica-
ção Nyha III ou IV apesar do tratamento clínico otimizado na APS;
2. Pacientes com IC com piora do quadro clínico, mesmo com tratamento clínico
otimizado na APS;
3. Pacientes com IC e fibrilação atrial;
4. Pacientes com IC que desenvolveram outras cardiopatias;
5. Pacientes com IC após alta hospitalar ou internação prévia no último ano por doen-
ça descompensada (edema agudo de pulmão e insuficiência cardíaca digestiva);
6. Todas as crianças com IC;

ARRITMIAS
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Pacientes com palpitações recorrentes de origem indeterminada, desde que
descartada causas psicogênicas ou exógenas pelo uso de medicamentos ou
estimulantes — iniciar após investigação na APS com eletrocardiograma, hemo-
grama, TSH e eletrólitos (Na e K);

2. Pacientes com bradicardia sinusal ou arritmias de baixa frequência (FC < 40bpm)
após descartada hipotireoidismo ou bradicardia sinusal sintomática — solicitar
Vaga Zero se paciente sintomático e não previamente acompanhado;

3. Taquicardia supraventricular sintomática ou recorrente, a despeito do tratamento


clínico instituído na APS;

4. Taquicardia supraventricular paroxística (TSVP) — solicitar Ecocardiografia Trans-


torácica (ECOTT), caso o paciente não tenha.

5. Extrassístoles ventriculares ou supraventriculares frequentes (mais de dois epi-


sódios no D2 longo ou mais de 3% no Holter 24 horas):

6. Fibrilação Atrial (FA) ou Flutter Artrial associado à alteração estrutural na Ecocar-


diografia Transtorácica ou para avaliação de indicação de cardioversão;
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7. Ectopias intensas (> 10%) no Holter 24 horas, desde que descartadas causas
psicogênicas, farmacológicas, distúrbios metabólicos, intoxicações, uso de es-
timulantes ou drogas;

8. Doença do nó sinusal (síndrome de Bradi-taqui);

9. Bloqueio Atrioventricular (BAV) avançado — Mobitz 2, BAV 2:1 e BAVT — solicitar


Vaga Zero se paciente com sintomas recentes, agudos ou frequência cardíaca
(FC) inferior a 40bpm;

10. Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE);

11. Bloqueio bifascicular sintomático ou com suspeita de doença cardíaca estrutural


(bloqueio completo de ramo direito associado a hemibloqueio anterior esquer-
do ou associado a hemibloqueio posterior esquerdo) — nestes casos, solicitar
ECOTT.

12. Síndrome do QT longo congênito;

13. Síndrome de Brugada;

14. Síndrome de Wolf-Parkinson-White — Solicitar Ecocardiografia Transtorácica


(ECOTT), Holter 24 horas e Teste Ergométrico, caso o paciente não tenha;

15. Crianças com diagnóstico de arritmia, excetuando-se a arritmia sinusal.

ATENÇÃO!
Pacientes candidatos à cardioversão ou implante de marca-passo devem
ser inseridos via Sistema Estadual de Regulação (SER) em “Ambulatório de
1ª vez em Cardiologia — Implante de Cardiodesfibrilador (CDI)”, “Ambulató-
rio de 1ª vez em Cardiologia — Implante de Marcapasso”, “Ambulatório de
1ª vez em Cardiologia — Implante de Ressincronizador Cardíaco” ou “Am-
bularório de 1 vez em Cardiologia — Estudo Eletrofisiologico / Ablação”.

AMBULATÓRIO DE 1ª VEZ EM CARDIOLOGIA — IMPLANTE DE CARDIODESFI-


BRILADOR (CDI)
Tem como objetivo primário evitar morte súbita decorrente de arritmias graves,
como Fibrilação Ventricular Sustentada e Taquicardia Ventricular Sustentada, Mio-
cardiopatia Hipertrófica com risco aumentado, disfunção ventricular grave, bem
como em pacientes com história de parada cardíaca súbita ou morte súbita abor-
tada. Inserir sempre os resultados do Holter 24 horas, ECG e Ecocardiografia e/ou
Teste Ergométrico recente.
10

AMBULATÓRIO DE 1ª VEZ EM CARDIOLOGIA — IMPLANTE DE MARCAPASSO


As principais indicações para avaliação de implantação de marcapasso definitivo
são os casos de bradiarritmia, como bloqueio atrioventricular de segundo ou ter-
ceiro grau, ou algum outro comprometimento na condução elétrica que possa ser
indicado o uso do marcapasso. Inserir sempre os resultados do Holter 24 horas,
ECG e Ecocardiografia e/ou Teste Ergométrico recente.

AMBULATÓRIO DE 1ª VEZ EM CARDIOLOGIA — IMPLANTE DE RESSINCRONI-


ZADOR CARDIACO
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Im-
plantáveis (DCEI) da Sociedade Brasileira de Cardiologia, as recomendações para
este implante são:
• Pacientes com FE ≤ 35%, ritmo sinusal, IC com CF III ou IV, apesar de tratamento
farmacológico otimizado e com QRS > 150ms;
• Pacientes com FE ≤ 35%, ritmo sinusal, IC com CF III ou IV, apesar de tratamento
farmacológico otimizado, com QRS de 120 a 150ms e comprovação de dissincro-
nismo por método de imagem;
• Pacientes com IC em CF III ou IV, sob tratamento medicamentoso otimizado, com
FE ≤ 35%, dependentes de marcapasso convencional, quando a duração do QRS
for superior a 150ms ou quando houver dissincronismo documentado por método
de imagem;
• Pacientes com FE ≤ 35%, com FA permanente, IC com CF III ou IV, apesar de trata-
mento farmacológico otimizado e com QRS > 150ms;
• Pacientes com FE ≤ 35%, FA permanente, IC com CF III ou IV apesar de tratamento
farmacológico otimizado e com QRS de 120 a 150ms com comprovação de dis-
sincronismo por método de imagem.

AMBULARÓRIO DE 1 VEZ EM CARDIOLOGIA — ESTUDO ELETROFISIOLOGI-


CO / ABLAÇÃO
Pacientes com arritmias complexas com indicação de avaliação de ablação por
radiofrequência, como Taquicardia Supraventricular Paroxística, Síndrome de
Wolff-Parkinson-White, Flutter Atrial, arritmias resistentes a medicamentos, entre
outros. Inserir sempre os resultados do Holter 24 horas, ECG e Ecocardiografia e/
ou Teste Ergométrico recente.
Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia | 11

VALVOPATIAS
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Pacientes com valvopatias leves com piora dos sintomas;
2. Pacientes com valvopatias moderadas a graves, em caso de dúvida sobre a indi-
cação do tratamento cirúrgico;
3. Crianças com febre reumática e provável lesão valvar para avaliação.

ATENÇÃO!
Pacientes com indicação de tratamento cirúrgico para valvopatias devem
ser inseridos via Sistema Estadual de Regulação (SER) em “Ambulatório de
1ª vez em Cirurgia Cardiovascular — Cirurgia Orovalvar”. Nem todas as al-
terações são cirúrgicas, deve-se atentar para estenoses e insuficiências
valvares moderadas a graves e se pacientes sintomáticos. Inserir sempre
ECG e Ecocardiografia.

SÍNCOPE
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Síncope em pacientes portadores de cardiopatas (isquemia, arritmias, disfunção
cardíaca ou outra) ou com história familiar de mal súbito;
2. Síncope em pacientes cuja origem é provavelmente cardíaca — alterações no
ECG, na vigência de atividade física ou associada à dispneia, dor torácica, hipo-
tensão ou sopro.

AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.
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Indicações clínicas:
1. Avaliação pré-operatória de pacientes de alto risco (síndrome coronariana aguda,
história recente de edema agudo de pulmão ou choque cardiogênico, aneurisma
de aorta, arritmias de alto risco, hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca HYVA
III e IV, hipertensos não controlados em uso de três ou mais medicamentos em
dose máxima, com pressão arterial igual ou superior a 180x100mmHg, doença re-
nal crônica descompensada, assim como outras condições de gravidade clínica);
2. Avaliação pré-operatória de pacientes de risco intermediário para cirurgias de ris-
co intermediário ou alto risco, a exemplo da cirurgia cardíaca, transplante, cirurgias
em cabeça e pescoço, neurocirurgia e cirurgias ortopédicas complexas.

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Pacientes adultos ou pediátricos com cardiopatias congênitas não corrigidas ou
ainda apresentando sintomas;
2. Pacientes com cardiopatias congênitas leves e sem instabilidade hemodinâmica
(CIA; CIV pequena e PCA);
3. Crianças com história familiar de cardiopatias congênitas.

OUTROS
V Nomenclatura no SISREG: CONSULTA EM CARDIOLOGIA e CONSULTA EM
CARDIOLOGIA — PEDIATRIA.

Indicações clínicas:
1. Miocardites;
2. Pacientes com indicação ou em uso de drogas cardiotóxicas para avaliação;
3. Pacientes com síncope de provável origem cardíaca, tendo sido excluídas outras
causas;
4. Miocardiopatias dilatada, hipertrófica ou restritiva — informar resultado da ecocar-
diografia transtorácica;
5. Pacientes com amiloidose cardíaca.
Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia | 13

DOENÇA DE CHAGAS

A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi,


transmitida principalmente pelo inseto conhecido como ‘barbeiro’. Cer-
ca de 30% dos pacientes crônicos com doença de Chagas podem evoluir
para complicações cardíacas. O comprometimento valvar é uma compli-
cação importante devido à miocardiopatia dilatada que observamos já na
fase crônica da doença. Por conta dessa condição, o paciente pode apre-
sentar sintomas como dispneia, fadiga, edema de MMII e palpitações. Em
casos graves, pode ser indicada a troca valvar cirúrgica. Nos outros casos,
deve-se avaliar as indicações de início de medicações sintomáticas, como
diuréticos, beta bloqueadores etc.

Alguns estados, como Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Goiás, Mato Grosso
e Pará, têm uma alta prevalência da doença, então devemos sempre nos
atentar para a localidade onde o paciente morou anteriormente ou ficou
por algum período de tempo.

Para avaliação do grau de comprometimento cardíaco na doença de Cha-


gas, sugere-se a realização do ecocardiograma, para avaliar a morfologia
e o funcionamento das valvas cardíacas, além da possibilidade de miocar-
diopatia dilatada.

SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE NÃO


NECESSITAM DE ENCAMINHAMENTO

• Emissão de risco cirúrgico para pacientes de baixo risco e/ou cirurgias média a
baixa complexidade;

• Pacientes hipertensos controlados ou com descontrole pressórico sem dose ple-


na das medicações ou não aderidos ao tratamento;

• Pacientes com arritmias simples, sem gravidade ou repercussão clínica;

• Pacientes com insuficiência cardíaca Nyha I e II sem piora clínica e sem associação
com outras cardiopatias.
14

COMO SOLICITAR
CARDIOLOGIA NO SISREG

Ao solicitante, sugere-se descrever, para melhor compreensão da situação clínica


do paciente e das razões pelas quais o mesmo necessita de consulta especializa-
da, exame e/ou procedimento, as seguintes informações:

• Condições clínicas apresentadas e suas complicações;

• Exame físico — ausculta cardíaca, FC e PA;

• História familiar de doenças cardíacas;

• Hipóteses diagnósticas ou diagnóstico concluído;

• Risco cardiovascular;

• Medicamentos em uso e sua posologia;

• Tratamentos prévios e suas repercussões;

• Exames realizados e seus resultados, com data;

• Exames solicitados e que aguardam realização.

A ausência de completude nas informações prejudica o seu paciente. Busque


atender integralmente ao que foi solicitado pelo regulador. Em casos de dúvidas,
acione o RT de sua unidade, CAP ou Central de Regulação Ambulatorial.

ENCAMINHAMENTO IMEDIATO
PARA UNIDADE DE EMERGÊNCIA

O encaminhamento imediato deve ser realizado via Vaga Zero nas situações a seguir.

• Dor precordial ou infarto agudo do miocárdio;

• Insuficiência cardíaca descompensada;

• Bradicardia sintomática não acompanhada;


Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia | 15

• Pacientes com Bloqueio Atrioventricular (BAV) avançado — Mobitz 2, BAV 2:1 e


BAVT com sintomas recentes, agudos ou frequência cardíaca inferior a 40bpm;

• Arritmias com sinais de frequência cardíaca com sinais de instabilidade hemodinâ-


mica, dispneia, hipoperfusão, IC descompensada, síncope, síndrome coronariana
aguda.

PRIORIZAÇÃO PARA ATENDIMENTO

VERMELHO  Doença do nó sinusal; Bloqueio Atrioventricular (BAV) avan-


çado; síndrome de Brugada; síndrome do QT longo congênito; taquicardia
supraventricular sintomática ou recorrente; taquicardia supraventricular
paroxística; extrassístoles ventriculares ou supraventriculares frequen-
tes; pacientes com IC após alta hospitalar ou internação recente por doen-
ça descompensada; pacientes após alta recente por IAM ou doença arte-
rial aguda; valvopatias graves sintomáticas.

AMARELO  Fibrilação atrial; Flutter Atrial; síndrome de Wolff-Parkinson-


-White; bloqueio de ramo esquerdo; pacientes com IC com Fração de Eje-
ção (FE) < 40%; valvopatias graves assintomáticas.

VERDE  Pacientes com bradicardia sinusal; ectopias intensas; doença


arterial aguda classe II; Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle;
pacientes com IC com classificação que persistem em Nyha classes III ou
IV apesar do tratamento clínico adequado na APS; pacientes com IC com
piora do quadro clínico, mesmo com tratamento clínico otimizado na APS;
valvopatias leves e sintomáticas.

AZUL  Pacientes com palpitações recorrentes de origem indeterminada,


desde que descartada causas psicogênicas ou exógenas pelo uso de me-
dicações ou estimulantes; doença arterial aguda classe I.
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UNIDADES EXECUTANTES

Como forma de facilitar o processo regulatório, nas páginas a seguir estão listados
os procedimentos e as unidades executantes que os ofertam. Atentar para o pre-
paro do paciente para cada tipo de consulta especializada, exame e/ou procedi-
mento, que pode variar entre as unidades executantes. As informações do preparo
por procedimento e unidade executante estão no portal smsrio.org.

CONSULTA EM CARDIOLOGIA

• Ambulatório Iaserj Maracanã

• Hospital Adventista Silvestre

• Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG/UNIRIO)

• Hospital dos Servidores do Estado (HSE)

• Policlínica de Botafogo

• Policlínica Piquet Carneiro

• Policlínica Ronaldo Gazolla

• Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Jornalista Susana Naspolini

• Hospital Estadual Eduardo Rabello

• Hospital Estadual Santa Maria (HESM)

• Centro Carioca de Especialidades

• CMS Carmela Dutra

• CMS Dom Helder Câmara

• Hospital Municipal Miguel Couto

• Hospital Municipal Ronaldo Gazolla

• Policlínica Antônio Ribeiro Netto

• Policlínica Hélio Pellegrino

• Policlínica José Paranhos Fontenelle

• Policlínica Lincoln de Freitas Filho


Protocolo de Regulação Ambulatorial — Cardiologia | 17

• Policlínica Newton Alves Cardozo

• Policlínica Rodolpho Rocco

• Hospital Escola São Francisco de Assis

• Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ)

CONSULTA EM CARDIOLOGIA — PEDIATRIA

• Hospital Geral de Bonsucesso (HGB)

• Hospital dos Servidores do Estado (HSE)

• Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto

• Policlínica Manoel Guilherme (PAM Bangu)

• Policlínica Rodolpho Rocco

• Hospital Municipal Jesus

• Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ)

• Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ)

Em caso de dúvidas ou para casos muito particulares, o profissional


solicitante deve acionar o RT médico da unidade, NIR da CAP, RT médico
da CAP ou a Central de Regulação Ambulatorial, para definição da conduta
mais adequada. Sugere-se, também, que acione o Telessaúde vinculado
ao Ministério da Saúde, caso necessário, pelo telefone 0800-644-6543
(das 8h às 17h30) — linha de atendimento para acesso em todo o Brasil.

SAIBA MAIS SOBRE


REGULAÇÃO AMBULATORIAL

No site smsrio.org, você pode consultar o “Manual de Regulação


Ambulatorial — Diretrizes para Coordenação do Cuidado” e os cri-
térios de acesso aos prestadores.
18

REFERÊNCIAS

ALLAN, V. III Diretriz de Arritmias Cardíacas em Crianças e Cardiopatias. Am Fam


Physic. v. 71, n. 4, 2005.

BAZAN, S.G. Cardiomiopatia Hipertrófica — Revisão. Arq Bras Cardiol. v. 115, n. 5, p.


927-935, 2020.

CESAR, L.A., FERREIRA J.F., ARMAGANIJAN, D., GOWDAK, L.H., MANSUR, A.P.,
BODANESE, L.C. et al. Diretriz de Doença Coronária Estável. Arq Bras Cardiol. 2014;
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CRAWFORD, M. H., BERNSTEIN, S. J., DEEDWANIA, P. C. ACC/AHA Guidelines for


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FLETCHER, G. F. et al. Exercise Standards for Testing and Training a Scientific


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GREENLAND, P., ALPERT, J.S., BELLER, G.A., BENJAMIN, E.J, BUDOFF, M.J.,
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American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. v.
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ORTOPEDIA

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