Wundt -Temas em Psicologia
Wundt -Temas em Psicologia
Wundt -Temas em Psicologia
ARTIGOS
RESUMO
ABSTRACT
The setting up of the Laboratory for Experimental Psychology at the University of
Leipzig in 1879 is often described, in the secondary literature, as the starting point
for scientific psychology. However, such accounts are seldom followed by a careful
explanation of the significance of the Laboratory 's foundation for the historical
development of psychology. This essay will indicate some historical-cultural factors
related to its foundation, and will emphasize the influence of Wilhelm Wundt on the
training of a whole generation of young psychologists. In this way, it 's possible to
comprehend that the importance of the Laboratory does not rest on the fact that it
was the first of its kind, but that it became the first international training center for
psychologists.
Ainda nesse cenário das reformas educacionais, há, contudo, um segundo fator
fundamental na dinâmica institucional das universidades alemãs, que nos leva à
segunda institucionalização da psicologia - desta vez, o surgimento e o
estabelecimento de investigações experimentais da vida psíquica. Retomando
aquela orientação primária da educação superior para a pesquisa científica, não é
de se estranhar que em todas as áreas surgisse um impulso para ampliar cada vez
mais os limites do conhecimento humano. Mais especificamente, é preciso levar em
consideração a criação dos Institutos de Pesquisa (Forschungsinstitute) com seus
respectivos laboratórios, que introduziram a pesquisa básica experimental na
universidade alemã e obtiveram enorme sucesso tanto na Faculdade de Medicina
quanto na de Filosofia (na área das ciências naturais). Entre os diversos centros de
pesquisa criados no século XIX, dois merecem destaque, devido à sua contribuição
para o desenvolvimento da psicologia: o de Johannes Muller (1801-1858), na
Universidade de Berlim, e o de Hermann von Helmholtz (1821-1894), na
Universidade de Heidelberg. Ambos tornaram-se não só modelos da nova fisiologia
que começava a surgir, mas também um dos principais estímulos para a expansão
das pesquisas sobre a percepção sensorial, atraindo um enorme número de
pesquisadores de várias partes da Alemanha e do mundo, e culminando na
formação de uma "psicologia experimental" como área de investigação própria
(Dobson & Bruce, 1972; Bringmann, Bringmann, & Ungerer, 1980).
Além de estudantes alemães, Wundt atraiu para Leipzig uma enorme quantidade de
estrangeiros, que vinham das mais variadas partes da Europa e do mundo. É isso
que confere a seu laboratório o título de "primeiro centro internacional de formação
de psicólogos". De fato, ele orientou e treinou toda uma geração de psicólogos
experimentais, que, de volta aos seus países de origem, fundaram novos
laboratórios de psicologia, disseminando, de certa forma, o modelo wundtiano.
Entre seus mais ilustres estudantes, estão figuras como Oswald Külpe (1862-1915),
Emil Kraepelin (1856-1926), Hugo Münsterberg (1863-1916), Edward Titchener
(1867-1927), James McKeen Cattell (1860-1944), Vladimir Bekhterev (1857-1927),
James Rowland Angell (1869-1949) e Charles Spearman (1863-1945), muitos dos
quais relataram posteriormente seu respeito e admiração em relação ao mestre
(Baldwin, 1921; Titchener, 1921; Sokal, 1980).
A partir do que foi dito acima, podemos apresentar ao menos uma resposta parcial
para a questão anteriormente formulada. A psicologia do século XX não foi
wundtiana em suas feições gerais simplesmente porque o projeto psicológico de
Wundt não foi levado adiante e tomado como base para futuras investigações, mas
sim mutilado e adaptado a interesses específicos bem diversos de cada um dos
seus estudantes. Ele não deixou discípulos e nem chegou a fundar uma escola de
psicologia propriamente dita. Em outras palavras, o sistema de Wundt como um
todo não foi nem discutido nem refutado pelos psicólogos do século XX, mas
simplesmente abandonado e esquecido.
Referências
Benetka, G. (2002). Denkstile der Psychologie. Das 19. Jahrhundert. Wien: WUV-
Univ.-Verl. [ Links ]
Blecher, J., & Wiemers, G. (2004). Die Universität Leipzig 1409-1943. Erfurt: Stutton
Verlag. [ Links ]
Bringmann, W., Bringmann, N., & Ungerer, G. (1980). The establishment of Wundt's
laboratory: An archival and documentary study. In W. Bringmann, & R. Tweney
(Orgs.), Wundt Studies: A centennial collection (pp. 123-157). Toronto: C.J. Hogrefe.
[ Links ]
Bringmann, W., & Ungerer, G. (1980) The foundation of the Institute for
Experimental Psychology at Leipzig University. Psychological Research, 42, 5-18.
[ Links ]
Brozek, J. (1980). The echoes of Wundt's work in the United States, 1887-1977: A
quantitative citation analysis. Psychological Research, 42, 103-107. [ Links ]
Danziger, K. (1979). The positivist repudiation of Wundt. Journal of the History of the
Behavioral Sciences, 15, 205-230. [ Links ]
Dobson, V., & Bruce, D. (1972). The German university and the development of
experimental psychology. Journal of the History of the Behavioural Science, 8, 204-
207. [ Links ]
Miyakawa, T. (1980). Wilhelm Wundt in Japan - Was ermöglicht uns, das Progressive
in seinem Erbe zu finden? In Meischner, W., & Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt -
Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und Gegenwart. Wissenschaftliche
Beiträge der Karl-Marx-Universität, (pp. 223-226). Leipzig: Karl-Marx-Universität.
[ Links ]
Piryov, D. (1980). Wilhelm Wundt and Bulgarian psychology. In Meischner, W., &
Metge, A. (Ed.), Wilhelm Wundt - Progressives Erbe, Wissenschaftsentwicklung und
Gegenwart. Wissenschaftliche Beiträge der Karl-Marx-Universität, (S. 203-209).
Leipzig: Karl-Marx-Universität. [ Links ]
Popplestone, J., & McPherson, M. (1980). The vitality of the Leipzig Model of 1880-
1910 in the United States in 1950-1980. In W. Bringmann, & R. Tweney
(Orgs.), Wundt Studies: A centennial collection (pp. 226-257) Toronto: C. J. Hogrefe.
[ Links ]