O uso de animais em teste de cosméticos

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

O USO DE ANIMAIS EM TESTES DE COSMÉTICOS

Vitoria Maria Bezerra da Silva Guerra Leite

O relacionamento entre humanos e animais é algo difícil de compreender, pois


enquanto alguns bichinhos são considerados da família, outros são aptos a servir como
cobaia sem nenhum tipo de zelo sobre a vida deles. Voltaire, há séculos atrás, já
apresentava que os animais são capazes de sentir dor (VOLTAIRE, 1764), e mesmo
com todas as evoluções das técnicas, o mercado de cosméticos brasileiro ainda insiste
no uso da crueldade animal.
Os cosméticos vêm acompanhando a humanidade ao decorrer de toda história, é
uma indústria que cada vez mais vem trazendo inovações, e claro isso implica em testes
mais refinados, até porque o produto deve chegar seguro ao consumidor. Por isso o uso
de animais nos experimentos, pois em tese garantem essa segurança, porém existem
tanto falhas nessa prática quanto em alguns modelos alternativos ao uso dos bichinhos.
O conceito dos três “R” de Russell e Burch propõe a redução do numero de
animais em experimentos, o refinamento das técnicas e finalmente a substituição desses
seres vivos (TONDO; FORNASIER, 2017). Até porque os testes em animais não são
totalmente eficazes devido aos falsos negativos, como é o caso do método que utiliza
camundongos que mesmo respeitando os dois primeiros “R” ainda é falho, pois existem
substâncias que são sensibilizadoras na pele humana e não são nos pequenos roedores,
expondo o usuário do cosmético a possíveis alergias (MARIGLIANI, 2017).
Outras técnicas como a in vitro, que cultivam células humanas em laboratório,
atendem aos três “R”, porém ainda utiliza da crueldade animal ao fazer uso do soro
bovino fetal nesse cultivo, esse que deriva do sangue de filhotes de vaca. Logo não
basta os três “R”, mas também um abandono dessa exploração sobre os animais. A
partir disso, a pesquisadora Carolina Catarino desenvolveu uma pele artificial feita em
impressora 3D que se assemelha a pele humana, essa que além de trazer mais
confiabilidade nos testes ainda não agride nenhum ser vivo (BERNARDES, 2018).
O uso de animais além de ser desumano também é perigoso, por isso alguns
países europeus proibiram o uso de animais em testes e aderiram aos métodos
alternativos (CRUZ; ANGELIS, 2012). O Brasil deve se adequar a essa visão mais ética
e aderir a perspectivas como a da Carolina Catarino e assim garantir o direito a vida dos
animais
REFERÊNCIAS

BERNARDES, Júlio. Pele impressa em 3D substitui animais em teste de cosméticos.


Jornal da USP, São Paulo, jan. 2018. Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/pele-impressa-em-3d-substitui-animais-em-teste-de-
cosmeticos/ . Acesso em: 12 set. 2019

CRUZ, Sara Marques; ANGELIS, Lúcia Helena. ALTERNATIVAS AOS TESTES DE


SEGURANÇA DE COSMÉTICOS EM ANIMAIS. PÓS EM REVISTA DO
CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA, Edição 5, p. 195-196, jan. 2012.
Disponível em: http://blog.newtonpaiva.br/pos/wp-content/uploads/2013/04/PDF-E5-
S31.pdf. Acesso em: 12 set. 2019

MARIGLIANI, Bianca. Em busca do fim do uso de animais em testes cosméticos,


2017. Publicado pelo canal: TEDx Talks. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=qZHqIKo9mXQ. Acesso em: 12 set. 2019

TONDO, Ana Lara; FORNASIER, Mateus de Oliveira. Experimentação animal na


indústria de cosméticos e teoria do direito: uma análise sistêmica dos “direitos humanos
dos animais”. RBDA, Salvador, V.12, N.02, p. 53-54, Mai - Ago 2017. Disponível em:
https://www.politicasculturaisemrevista.ufba.br/index.php/RBDA/article/viewFile/
22943/14610. Acesso em: 12 set. 2019

Voltaire. Dicionário Filosófico (1764). Edição Online, Livros Grátis, 2001, p. 127-128.
E-book. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000022.pdf. Acesso em:
12 set. 2019

Você também pode gostar