luos_relatorio_tecnico
luos_relatorio_tecnico
luos_relatorio_tecnico
Introdução
No fim do século XIX, os desafios de Santos foram materializados com o Plano de
Saneamento que viabilizou a expansão da cidade em direção à orla da praia. Este se
constituiu num importante referencial urbano, em função de sua abrangência e
inovações técnicas introduzidas, porque trouxe excelente padrão sanitário para as
novas áreas urbanizadas, com reflexos diretos na qualidade de vida da população.
Acrescenta-se ainda que a cidade de Santos, por ser o portal do Brasil, recebeu parte
dos imigrantes que aqui chegaram deixando um legado diversificado marcante na sua
comunidade. Assim, a cidade cresceu com a valorização dos espaços para se conviver
em coletividade, com rede social baseada na proximidade e nas relações interpessoais.
A dinâmica da expansão urbana mencionada acima, associada às características
específicas de sua comunidade, trouxeram novos desafios que exigem soluções
inovadoras, que podem ser catalisadas por meio de instrumentos de planejamento
urbano.
Um dos mais importantes instrumentos, o Plano Diretor, define os critérios e as
diretrizes que conduzem aos padrões de bem estar de uma cidade sustentável e
inclusiva. Este foi readequado e está tramitando na Egrégia Câmara Municipal.
Nesse momento, no entanto, faz-se necessária a revisão da legislação relativa ao uso e
ocupação do solo na área insular, para que venha a ser compatibilizada com o
desenvolvimento urbano e os padrões de conforto e dignidade humana.
Releva destacar que entre 1968 e 1998, a legislação urbanística municipal não
apresentou mudanças significativas referentes à temática de uso e ocupação do solo e
a cidade passou a assistir um processo gradual de esvaziamento da região central.
Porém, com a sanção da Lei Complementar n.º 312/98, houve uma ruptura no modelo
de ocupação com a liberação de gabarito e o aumento do potencial construtivo, o que
gerou uma mudança no cenário da paisagem urbana e consolidou o processo de
verticalização.
Mais recentemente, em função da situação econômica nacional, potencializada pelas
questões relativas ao pré-sal, Santos passou por um forte crescimento do mercado
imobiliário associado ao desenvolvimento econômico na cadeia da construção civil.
Para tanto, a Lei Complementar 730/2011, passou a estabelecer ajustes de forma a
enfrentar os desafios da expansão imobiliária mencionada.
Contudo, a cidade ainda permanece com bloqueios que requerem um olhar
estratégico, um olhar de coalização para superação das questões associadas à
moradia, à preservação do patrimônio, a relação porto-cidade, dentre outros aspectos.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Metodologia
Justificativa técnica
Assim, em apertada síntese, este item demonstra que a propositura visa incentivar a
produção de habitações de interesse social e de mercado popular, HIS e HMP, a
renovação urbana estimulando o adensamento sustentável junto aos eixos de
transporte de média capacidade de carregamento e junto às áreas centrais
degradadas, dinamizando a economia setorial e fomentando a multiplicidade de usos.
As figuras abaixo demonstram os cenários que se pretende alcançar com a propositura
em análise.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Por sua vez, o abairramento, também apresentado na figura abaixo, foi mantido
conforme legislação vigente.
3. Do zoneamento
Releva destacar que, para garantir uma melhor relação entre o porto e a cidade, além
de manter a Zona Portuária com ajustes no geométrico, estabelece as zonas Industrial
e Retroportuária I e II, conforme ilustrado nas figuras apresentadas a seguir.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Por sua vez, em relação às zonas de uso especial, é importante destacar a criação das
zonas de Renovação Urbana, Áreas de Adensamento Sustentável, Zona Especial de
Praia e Área de Pedreira, como estratégia para fomentar o adensamento, a
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Por sua vez, as Áreas de Proteção Cultural I e II, incluindo os Corredores de Proteção
Cultural – CPC, têm como objetivo principal a proteção do patrimônio, ampliando os
incentivos, a recuperação e preservação do conjunto existente, por meio de
instrumentos como a Transferência do Direito de Construir - TDC.
Por sua vez, foram criadas as Zonas de Renovação Urbana - ZERU como porções do
território, públicas ou privadas, sem destinação específica, com incentivos fiscais e
normas próprias de parcelamento, uso e ocupação do solo, capazes de criar condições
para o desenvolvimento social, econômico e ambiental de forma estratégica, onde se
pretende a requalificação do espaço urbano, incorporando o desenho urbano ao
processo de planejamento.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
As Áreas de Adensamento Sustentável – AAS são Zonas Especiais criadas em 2013 por
meio do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do município (Lei
Complementar nº 821, de 27 de dezembro de 2013). Esta lei está em processo de
revisão mas, de qualquer forma, tal Zona será mantida.
Nas Áreas de Adensamento Sustentável objetiva-se (artigo 49):
I – promover maior aproveitamento do solo urbano nas proximidades dos sistemas de
transporte coletivo público, com aumento na densidade construtiva, demográfica,
habitacional e de atividades urbanas articuladas com oferta de serviços, equipamentos
e infraestruturas urbanas, adequada ao adensamento previsto;
II – incrementar a oferta de comércios, serviços e espaços produtivos nos bairros mais
distantes da região central, aumentando as oportunidades de trabalho, emprego e
geração de renda.
III – ampliar a oferta de Habitações de Interesse Social – HIS e de Habitação de
Mercado Popular – HMP para a população de baixa e média rendas, em áreas em que
há oferta de emprego e de atividades econômicas e serviços públicos em níveis
adequados ao adensamento previsto;
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
4. Da hierarquia viária
5. Dos usos
6. Da ocupação do solo
Por outro lado, os recuos laterais e de fundo estão abaixo representados conforme
legislação vigente.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
A figura a seguir demonstra as distorções que podem ocorrer de acordo com as alturas
adotadas nos pavimentos.
Por sua vez, a presente proposta encontra-se ilustrada na figura apresentada a seguir,
demonstrando que se pretende adotar os recuos por altura, para de fato, ter os recuos
laterais e de fundo proporcionais ao volume da edificação, e não sofrendo variáveis
como ocorre nos projetos aprovados atualmente.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Deve-se destacar ainda a Áreas Livres de Uso Público – ALUP e Áreas Cobertas de Uso
Público – ACUP, como áreas livres, externas ou internas das edificações, niveladas com
o passeio público, sem fechamentos, que visem melhorar a oferta de espaços
qualificados para o uso público ou destinadas à circulação de pedestres. Trata-se de
iniciativa que estabelece mais áreas de convivência, potencializando as relações
interpessoais na zona urbana.
Deve-se destacar que a implantação das ALUPs e ACUPs será incentivada mediante
concessão não onerosa de adicional de coeficiente de aproveitamento, acima do
coeficiente básico ou máximo, em área equivalente à duas vezes à própria ALUP ou
ACUP.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
2. Das outorgas
3. Das conclusões
Este documento, com a minuta de lei complementar que disciplina o uso e ocupação
do solo na área insular de Santos, foi elaborado, para facilitar as discussões nas
audiências públicas e possibilitar a apresentação de novas contribuições por meio de
formulário disponível no site da Prefeitura
(http://www.santos.sp.gov.br/?q=webform/participe-da-nova-luos),, ampliando a
participação da comunidade como uma forma de pactuar desejos, interesses e
necessidades no processo de construção de uma cidade mais justa.