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Halloween é uma festa perigosa?

Falam os exorcistas: “Não é uma brincadeira inocente, mas um projeto contra o


cristianismo”

Mons. Dr. Rubens Miraglia Zani

“A nossa sociedade é particularmente sensível à novidade e às emoções,


enquanto evita o empenho da reflexão. Por isto qualquer tema de discussão atrai
imediatamente a atenção, mas se a reflexão deve se tonar muito articulada e séria, é
abandonada rapidamente. A atenção dos meios de comunicação social sobre o
Halloween se mantém apenas se falamos dela como uma festa divertida para as crianças
que permite também aos grandes de brincar de serem crianças. Ou se se assustam as
pessoas, acentuando o fato que símbolos e imagens que evocam violência e o
demoníaco, constituem uma realidade perigosa, pode-se encontrar uma certa atenção.
Combater Halloween porque através dos seus ritos, poderia evocar o demônio,
seguramente conquista alguma página de jornal. Mas o discurso mais sério e mais
complexo, e a este ponto a disponibilidade da atenção mediática cai. O discurso sobre
Halloween diz respeito, de fato, sobre o complexo tema da educação: não se educa
apenas com as palavras de uma lição, mas sobretudo com as imagens, os gestos
repetidos densos de valor simbólico, a evocação de tradições que fazem parte daquele
sistema de significados e de valores sobre os quais se funda a nossa civilização cristã e
europeia.”
Esta afirmação do bispo de Macerata (Itália), Dom Nazzareno Marconi, deve
fazer com que reflitamos sobre os valores que dão forma à educação que queremos para
nossas crianças, jovens e mesmo para os adultos.
A simbologia é um dos instrumentos de comunicação mais fortes para transmitir
um conceito, tanto que é constantemente utilizada pela publicidade. Aparece
insignificante, mas se insinua de maneira desonesta (porque camuflada) na psique,
sobretudo dos sujeitos mais fracos como as crianças. E é mais perigosa justamente
quando é inserida sem um contexto, porque estimula à curiosidade e à busca e, sem um
guia, arrisca de corromper irremediavelmente a inocência dos jovens.
A festa, toda festa, é uma realidade humana muito importante, lê-la como pura
diversão, como afastamento inócuo da vida e dos seus fundamentos, não permite de
viver todo o seu valor.
Através duma celebração cheia de significado das festas se constrói o senso de
comunidade, se transmite uma visão da vida e dos valores fundamentais que a fazem
crescer, se diz ao homem desde pequeno: quem você é, de qual realidade humana você
faz parte, como pode viver no bem. Por isto a sabedoria da Igreja, assim como a
sabedoria da nossa tradição popular, sempre tiveram muito cuidado pelas festas, pelo
seu modo de serem celebradas, pela sua potência evocativa.
Relata Dom Marconi: “Vi uma série de documentários sobre a ascensão do
nazismo na Alemanha depois da primeira guerra mundial, pondo em particular
evidência como para condicionar o pensamento do povo os nazistas tivessem
gradualmente e atentamente substituído as festas e as liturgias religiosas e populares da
Alemanha com as novas festas e liturgias do nazismo. Através destas grandes
celebrações, se transmitiam ideias e se nutria um ódio no coração do povo, que quando
chegou à maturidade e explodiu maravilhou todo o mundo. De onde vinha tudo isto?
Quem tinha transformado assim profundamente a Alemanha? Quem havia mudado a
índole social e serena do seu povo? Um projeto perverso que hoje sem temor também os
leigos definem demoníaco. Aquele projeto havia utilizado as festas populares de uma
maneira pérfida e irresponsável.”
Há alguns anos atrás, Halloween só poderia ser conhecido entre nós através de
alguns filmes ou quadrinhos norte-americanos. Mas hoje o mundo mudou. O advento da
Internet e a proliferação dos meios de comunicação contribuem facilmente para a
disseminação de modas.
Por que permitir às crianças de festejar Halloween pode ser arriscado?
Respondemos citando Sto. Antônio Maria Claret; como para tantos outros
Santos, uma das suas ocupações preferidas era ensinar o catecismo às crianças. Escrevia
sobre isso: «Sendo o catecismo a base da instrução moral e religiosa das crianças,
sempre pensei que fosse o mais importante dos meios de apostolado. Porque a mente
das crianças é mais maleável do que aquela dos adultos, podem aprendê-lo facilmente e
conservá-lo, por assim dizer, impresso na sua mente.»
Portanto, nestas mentes mais maleáveis do que aquelas dos adultos o que
imprime de fato Halloween? Creio que seja inegável que imprime ao menos a feiura. E
imprimindo nas crianças a feiura, o gosto pelo horroroso, pelo deformado, pelo
monstruoso posto no mesmo nível do belo, os orienta de algum modo ao mal.
No Céu, onde reina somente o bem, tudo é belo. No Inferno, onde se respira
apenas ódio, tudo é feio. As crianças necessitam da beleza, não da feiura, porque
necessitam da bondade, não da maldade. E é a beleza que as ajuda a distinguir entre o
que é bom e o que é mau.
Tenho em mente quando a pastorinha Lúcia, nos inícios das aparições de Fátima,
manifestou aos primos Jacinta e Francisco sobre a dúvida de que tivesse aparecido para
eles não algo celeste, mas o demônio, para enganá-los. Mas a pequena Jacinta lhe
respondeu: «Não é o demônio, não! O demônio dizem que é muito feio e que está
embaixo da terra, no inferno; ao contrário, aquela Senhora é tão bela, e nós a vimos
subir para o Céu!»
Pensem nestas coisas as mães, os pais, os educadores e, sobretudo, quem
continua não só a afirmar que Halloween é uma brincadeira inocente, mas acusa até
mesmo de obscurantismo quem chama a atenção para a sua forte valência negativa.
Perguntem-se, diante do modo come de fato a festa de Halloween é proposta e
vivida, quem são os verdadeiros obscurantistas. Aqueles que põem em comunhão as
crianças e as novas gerações com a beleza, a bondade e a verdade de Deus, que se
contempla nos Santos, ou aqueles que ensinam a eles que o feio, o horrível, o disforme,
o monstruoso são divertidos e satisfazem como ou mais do que o belo? São
obscurantistas aqueles que fazem conhecer às novas gerações os grandes benfeitores da
humanidade, que são os Santos, em cujo olhar se reflete a beleza do Céu, ou aqueles que
adestram as novas gerações à cultura da morte, profanam os símbolos da fé cristã e
exaltam o macabro e o demoníaco?
Devemos nos perguntar como Halloween em parte, ofuscou, ao menos no
imaginário coletivo, a festa de Finados e aquela de Todos os Santos?
Halloween faz parte de um projeto mais vasto, fortemente apoiado pelos meios
de comunicação que é não tanto aquele comercial quanto aquele de induzir a opinião
pública, em particular as crianças, os adolescentes e os jovens, a se familiarizar com
mentalidades ocultas e mágicas, estranhas e hostis à fé e à cultura cristã. Querem o
desaparecimento da visão cristã da vida e que se retorne àquela pagã. Baste-nos olhar
para o que se faz, hoje, de produtos dedicados às crianças (desenhos e filmes,
principalmente – muitas vezes em série) para vermos como o mundo mágico e a
mentalidade ocultista se está introduzindo subliminarmente e as crianças estão
acostumadas a essa linguagem e simbologia. E isso tudo entra no mundo infantil como
diversão, brincadeira, atividade lúdica. É certo que o comércio “tira a sua casquinha”,
mas mais que isso, está em jogo o modo de pensar, a gama de valores que são
inculcados sorrateiramente.
Ademais, a experiência de muitos exorcistas mostra como a recorrência de
Halloween, incluindo o período de tempo que a prepara, seja de fato para alguns jovens,
um momento privilegiado de contato com realidades sectárias ou de algum modo
ligadas ao mundo do ocultismo, com consequências mesmo graves não só no plano
espiritual, mas também naquele da integridade psicofísica.
Já é bem conhecido que Halloween é no calendário dos ocultistas, dos magos,
dos operadores do oculto e dos cultores de satanás, uma das “festividades” mais
importantes pelo que é para esses motivo de grandíssimo prazer que a mente e os
corações de tantas crianças, adolescentes, jovens e de não poucos adultos, mesmo que
por brincadeira e divertimento, estejam voltados ao macabro, ao demoníaco, aos
vampiros, aos fantasmas, à bruxaria, aos caixões de defunto, aos crânios, aos esqueletos
e à irrisão zombeteira e sinistra do momento mais importante e decisivo da existência de
um ser humano que é aquele da sua morte.
Poucos sabem, ademais, que os amantes de Satanás, naquela noite, nos perversos
ritos por eles realizados em sua honra, lhe oferecem as brincadeiras e as ‘energias’ de
todos aqueles que, seja mesmo como diversão, sempre no entender dos satanistas, estão
evocando implicitamente com aquela festa o mundo das trevas.
Tudo isso não significa que aqueles que festejam o Halloween terão experiências
negativas, mas para os seguidores do maligno certamente é motivo de grande satisfação
que tantas crianças, adolescentes, jovens e adultos, naquela noite estejam orientados não
à maravilhosa luz e beleza de Deus, mas de algum modo ao mundo do mal. Eles estão
convencidos que de tal modo se reforça o poder do maligno na sociedade e neles
mesmos.
Existe o calendário que todos conhecemos. Mas existe também um outro, aquele
demoníaco e da neo-bruxaria. Na prática, um escorrer do tempo paralelo que “imita” as
festas cristãs. Os adoradores de Satanás têm encontros precisos, durante os quais as
várias seitas, apesar das suas diferenças, realizam mais ou menos os mesmos ritos 1 . As
datas são bem conhecidas, embora muitas vezes subestimadas.
Também no mundo cristão se tende a considerar inocentes ocorrências de
diversão algumas manifestações em determinados períodos do. O dia 31 de outubro é o
Ano Novo de Satanás, noite de Sabbá e de início do novo ano. Nesta ocasião acontecem

1
31 de outubro: Ano Novo de Satanás chamado Samhain ou , vulgarmente, Halloween, noite de Sabbá. 21
de dezembro: primeira noite de Tregenda, dita Yule, durante a qual os ritos demoníaco se mesclam com
aquele pagãos pré-cristãos (solstício de inverno no hemisfério Norte, noite mais longa do ano). 2 de
fevereiro: chamado Imbolc, é a noite da Apresentação do Senhor e purificação de Nossa Senhora, com
um Sabbá dedicado à consagração das velas e luzes que serão usados nos ritos dos meses sucessivos e
também noite se faz a iniciação dos aprendizes de feiticeiro. 21 de março: dito Ostara equinócio de
primavera, que se festeja com a segunda noite de Tregenda. 30 de abril: dito Beltane, é o início do verão
esotérico, com Sabbá dedicado aos ritos propiciatórios para o acúmulo de dinheiro e de sucesso. 21 de
junho, dito Litha, é o solstício de verão, dia mais longo do ano. 24 de junho: terceira noite de Tregenda,
com ritos de proteção para os aderentes à seita e de lançamento de anátemas e malefícios contra os
inimigos. 31 de julho: dito Lughnasadh ou, vulgarmente, Lammas, acontece um dos Sabbás mais
importantes, com o qual de repeles os influxos maléficos externos. 21 de setembro, dito Mabon ,
equinócio de outono. 29 de setembro: quarta e ultima noite de Tregenda, por ocasião do equinócio de
outono. É a recorrência mais culta, aquela na qual se canta o conhecimento demoníaco. 21 de dezembro:
dita Yule, é a noite do solstício de inverno no hemisfério Norte, a mais longa do ano, aquela na qual a
obscuridade triunfa, celebrada com o fogo. Para as seitas adoradoras do demônio é o momento de deixar
andar o passado e de caminhar para a luz; algumas bruxas acendem uma vela.
muitas cerimônias de propiciação, porque se considera que esta seja a noite na qual todo
pedido será escutado (Halloween, Samhain).
Samhaim (em irlandês Samhain, gaélico escocês Samhuinn, manês Sauin e em
gaulês Samonios, e que significa fim de verão e deriva de duas palavras "samh",verão, e
"fuin", fim) era o festival em que se comemora a passagem do ano dos celtas. Marca o
fim do ano velho e o começo do ano novo. O Samhain inicia o inverno, uma das duas
estações do ano dos celtas. O início da outra estação, o verão, é celebrado no festival de
Beltane. Este festival, Samhain, é chamado de Samonios na Gália.
O Samhaim era a época em que se acreditava que as almas dos mortos
retornavam às suas casas para visitar os familiares, para buscar alimento e se aquecerem
no fogo da lareira.
Segundo o relato das antigas sagas, o Samhain era a época em que as tribos
pagavam tributo se tivessem sido conquistadas por outro povo. Não raras vezes esses
tributos eram constituídos por escravos que eram sacrificados como vítimas
propiciatórias – coisa que até hoje fazem alguns grupos satanistas em Halloween.
Era também a época em que o Sídhe deixava antever o outro mundo. O fé-fiada,
o nevoeiro mágico que deixava as pessoas invisíveis, dispersava no Samhain e os elfos
podiam ser vistos pelos humanos. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo real
desaparecia.
Uma das datas do calendário lunar celta de Coligny pode ser associada ao
Samhain. No 17º dia do mês lunar Samon, a referência trinox Samoni sindiu é
interpretada como a data da celebração do Samhain ou do solstício de Verão entre os
Gauleses.
Assim, as raízes de Halloween remontam à festividade céltica de Samhain
durante a qual eram realizados verdadeiros e próprios ritos que compreendiam também
sacrifícios humanos e que deviam servir para propiciar os espíritos malignos. Para a
execução destes macabros rituais, eram usadas máscaras e eram feitas invocações.
Elementos que se reapresentam também hoje na convicção que se trate apenas de uma
brincadeira inocente. Infelizmente não é nada disso.
Hoje o “lado escuro” de Halloween é mantido oculto para não quebrar o
“brinquedo” comercial que se criou: O dever dos pais, dos educadores, dos meios de
comunicação e de nós sacerdotes é aquele de empenharmo-nos intensamente nas
paróquias e nas escolas para que emerja a componente anticristã deste fenômeno, sem o
temor de ser etiquetados como beatos, mas tendo sempre como bússola do próprio agir
quotidiano o estarmos radicados na Verdade.
Às crianças, em contraposição ao perigoso e vácuo divertimento proposto com
Halloween, vai apresentada com convicção e credibilidade a beleza da mensagem cristã
e, portanto, os valores da caridade, da solidariedade e da Santidade. Em alternativa a
tudo isso, é consolante ver o fato que na tarde e na noite entre 31 de outubro e 1° de
novembro sempre mais párocos organizam várias iniciativas como representações
teatrais da vida de santos, apresentações de filmes e de crianças que discorrem sobre o
Santo do qual levam o nome, vigílias de oração nas igrejas, procissões de santos e tantas
outras propostas orientadas à sensibilização cristã da celebração da festa de Todos os
Santos, em particular entre as crianças e jovens, reparando e substituindo a aberrante
exaltação e celebração do ocultismo e do demoníaco proposto por Halloween.
Diz ainda o bispo de Macerta: “Não creio que fantasiar-se de diabo ou de bruxa,
vestindo uma fantasia comprada num supermercado, possa evocar o demoníaco ou
encorajar a superstição. Mas creio que banalizar estes temas, estes símbolos, e estes
nomes, pondo-os num contexto de brincadeira inócua, possa contribuir para anestesiar
os nossos sentidos espirituais. Quem brinca demais com estas coisas, não se dá conta
que uma mentalidade supersticiosa impede o crescimento de uma fé madura e
responsável. Quem pensa que a ação do demônio seja uma fábula para crianças, ou para
adultos retardados, contribui para tornar-nos ulteriormente frágeis diante daquela
experiência que todos muitas vezes fazemos e que se chama: tentação ao mal.”
Em todo caso, os pais católicos deveriam estar atentos e controlar se seus filhos
compram velas, incenso e livros de conteúdo espiritual ou esotérico. Outro indício é o
uso de ervas e a posse de tarôs espadas, toalha preta com o pentagrama desenhado
(estrela de cinco pontas dentro de um círculo); mas o indício principal costuma ser o
interesse por bruxaria e a leitura de livros sobre mitologia, principalmente céltica.
Os pais também deveriam se preocupar se seus filhos desaparecem perto da lua
nova e da lua cheia, ou por ocasião das oito maiores festas Wicca 2 ou nos fins de
semana próximos. A inocência presumida de certos ritos pode ser um modo para se
aproximar do ocultismo. Passada aquela porta, a “magia” desaparece. Ou melhor, se
manifesta...

2
São os quatro sabbás maiores (Samhain, Imbolc, Lammas, Beltane) e os quatro menores (Yule, Mabon,
Ostara, Litha), citados na nota nº 1.

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