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A CONTRIBUIÇÃO DA AFETIVIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL

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Flor de Liz Marques Cantanhêde1


___________________________________________________________________________
lizcantanhede@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com a intenção de que se reflita sobre a importância da
afetividade no Ensino Fundamental, visto que, a afetividade é um estado psicológico do ser humano
que pode ou não ser modificado a partir das situações, e lhe acompanha durante toda a vida
desempenhando um importante papel no seu desenvolvimento e em suas relações sociais. Entende-se
também que a afetividade é o desígnio essencial para a construção das informações cognitivo-afetivo
nas crianças e consequentemente nas relações que devem ser estabelecidas entre professores e aluno.
O professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua situação privilegiada em sala de
aula não apenas para instruções formais, mas para despertar os alunos para a curiosidade; ensiná-los a
pensar, a ser persistentes, a ter empatia e ser autores, e não somente expectadores da sua
aprendizagem. Objetiva-se compreender a importância do papel da afetividade na relação professor-
aluno, e sua contribuição no processo de ensino aprendizagem, enfatizando a relação entre diversos
setores como o social, intelectual, corporal, e, é claro aos sentimentos e as emoções. Constatamos
então, que a afetividade é imprescindível para o desempenho educacional e representa um aspecto
importante no processo de aprendizagem, que tem como base o respeito mútuo, o diálogo e,
principalmente o carinho recíproco. Adquirimos assim, entendimento, informações e comprovações
sobre o assunto abordado, que foi de grande valia para se obter um bom aprendizado e com certeza
para o desenvolvimento de uma prática pedagógica mais condizente com as expectativas e realidades
dos alunos.

Palavras chave: Afetividade. Aprendizagem. Desenvolvimento

1 INTRODUÇÃO

Busca-se, como ponto de partida neste trabalho, refletir sobre a afetividade no processo
ensino aprendizagem no ensino fundamental, enfatizando através de pesquisas bibliográficas, e
vivências, a importância do afeto para o desenvolvimento do educando.

1Graduada em História pela Universidade Estadual do Maranhão; Pós-graduada em


Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação: Ensino de Ciências Humanas; e, Gestão,
Supervisão e Planejamento, pelo IESF – Instituto de Ensino Superior Franciscano; Graduada
em Pedagogia Licenciatura Plena, pela FATHEN – Faculdade de Teologia Hokemãn;
Docente no Centro de Ensino Raimundo João Saldanha e na Unidade Escolar Manoel Silva
Cantanhêde.
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contato@conedu.com.br
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A afetividade é o desígnio essencial para a construção das informações cognitivo-afetivo
nas crianças e consequentemente nas relações que devem ser estabelecidas entre professores e aluno.
Diante desse fato, o referido estudo é de fundamental importância, tendo em vista que o mesmo busca
entender a relação entre discente e docente no ambiente escolar, enfatizando a relação entre diversos
setores como o social, intelectual, corporal e é claro aos sentimentos e as emoções.
Visando um conhecimento mais profundo do tema em destaque, recorreu-se a algumas
obras que enfatizam a importância da afetividade nas relações humanas, dentre elas: Freire
(1981,1993,1996); Galvão (2011); Rossini (2012); Chalita (2001 ); Junqueira (2010), entre outros.
No presente artigo trabalha-se sobre a questão afetiva no processo de ensino
aprendizagem do ensino fundamental, bem como os conceitos e a importância da afetividade na vida
humana, retratando um pouco do contexto histórico, e como acontece no âmbito escolar com alunos
do nível de ensino trabalhado; de que forma interfere nos aspectos psicológicos e cognitivos da
aprendizagem. Analisa-se também a prática pedagógica dentro desse processo, para que o ensino
aconteça de forma significativa e com qualidade.

2 CONCEITUANDO A AFETIVIDADE

A afetividade é um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado
a partir das situações, ou seja, das vivências com outras pessoas; é o desígnio essencial para a
construção das informações cognitivo-afetivo nas crianças e consequentemente nas relações que
devem ser estabelecidas entre professor e aluno.
Segundo Piaget (1992) tal estado psicológico é de grande influência no comportamento e
no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Observa-se que a
afetividade está presente emsentimentos, desejos, interesses, valores e emoções, ou seja, em todos
os campos da vida do ser humano.
“Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se
sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva” (GALVÃO, p. 43, 2011).
Entende-se que o indivíduo vai construindo-se gradativamente, passando por
transformações, por fases de desenvolvimento, e consequentemente, se faz necessário que haja a
predominância da afetividade e da cognição nesse contexto.
FREIRE, (1996 p.33), sobre o professor que envolve afetivamente seus alunos afirma
que: “o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do
movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus
alunos cansam, não dormem, cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento,
surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”

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Observa-se a necessidade que há dessa relação afetiva entre professor e aluno, para
que haja um ensinar e aprender, prazeroso, viabilizando aos envolvidos nesse processo a realização
de seus objetivos.

2.1 A Afetividade e Sua Importância na Vida Humana

O ser humano pensa, sente, age. Porém se o seu sentir estiver comprometido ou
bloqueado, a sua ação não será energizante, forte, eficaz, produtiva. Nesse contexto, percebe-se o
quanto a afetividade é de suma importância para a vida e o desenvolvimento do indivíduo, assim
como, para o cotidiano de suas relações.
Entende-se que cada indivíduo é diferente do outro e apresenta característica diferente,
sendo que o mesmo acontece com o seu desenvolvimento, que se dá de acordo com o
desenvolvimento dos sistemas biológicos e de acordo com o meio em que está inserido, levando em
consideração a afetividade estabelecida entre ele e os familiares, colegas e professores, enfim, entre
todos que fazem parte da sua vida.
Para a Psicopedagogia os modos de afetividade e de relação social, são brincadeira
essencial para o desenvolvimento da criança desde o início de sua vida. A mãe, desde o momento de
alojar o bebê em seu ventre, irá transmitindo seus estados de ânimo, movimentos e sentimentos. As
experiências viscerais, entre o bebê e sua mãe, são então a primeira forma de socialização, e deve ser
estruturada de forma sólida.
Observa-se o quanto é importante que a mãe mostre o amor que sente pelo filho desde os
primeiros momentos de sua vida, recebendo-o com grande alegria, satisfação, deixando transparecer
essa alegria, esse amor, e o desejo de recebê-lo.
Durante os três primeiros meses de vida o desenvolvimento afetivo do bebê é baseado na
passividade, ou seja, será demostrado através da calma, do sossego e posteriormente, do sono relaxado
depois de ser alimentado.
Entre os seis e doze meses o afetivo da criança pode ser atingido pela necessidade do
desmame. É uma crise necessária e inadiável, mas, se anteriormente houve entre mãe e filho uma boa
relação afetiva, com certeza ele não sofrerá tanto nessa fase.
A criança de dois anos está imersa em um mundo de relações objetais fantásticas. Sendo
assim, se faz importante a relação das vivências infantis. É importante também, que o adulto possa
conectar-se com suas próprias vivências da infância para de tal forma fortalecer os laços afetivos, além
de poder brincar com a criança, construindo assim, os aprendizados.

Além da grande incidência da evolução psicoafetiva, a personalidade da criança de três e


quatro anos recebe a influência determinante das primeiras
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experiências de socialização, no ambiente
da educação infantil. Ela realiza movimentos decisivos na estruturação de seu psiquismo, e as mudanç
as e progressos acontecem a partir do brincar de maneira inconsciente.
Nessa fase é imprescindível o contato com outras pessoas, e se faz necessário que a
afetividade esteja presente nesse contexto, para que assim a criança possa sentir-se bem, feliz e
desenvolver-se de forma normal.
A criança de cinco e seis anos em seus traços principais, o desenvolvimento afetivo vem
marcado por um plano estritamente psicológico; pelo período de latência do desenvolvimento
psicossexual estendendo-se até a puberdade.
Portanto, as crianças de sete e oito anos, nessa idade, suas relações com os pais se
estabilizam e, ao menos em parte, diminui os beijos e abraços dados
espontaneamente. Se faz necessário observar que essa ausência, não significa que os sentimentos
dessas crianças não sejam os mesmos, e nesse contexto, vale relembrar da importância da afetividade
em todos os momentos da vida delas.
Segundo Rossini (2012, p.9) “as crianças que possuem uma boa relação afetiva são
seguras, têm interesse pelo mundo que os cerca, compreendem melhor a realidade e apresentam
melhor desenvolvimento intelectual. ”
Realmente, observa-se o quanto uma boa relação afetiva entre adultos e crianças, faz com
que as últimas se tornem pessoas mais extrovertidas, inteligentes, participativas, dinâmicas, e
consequentemente, podem apresentar-se mais seguras. Em meio a qualquer situação, utilizam
estratégias diversificadas para alcançarem o objetivo desejado, mostrando assim, o seu
desenvolvimento intelectual.
Aos nove e dez anos, a criança possui um bom domínio de si, é capaz de pensar e
raciocinar por si mesma, sendo também, em consequência, mais autossuficiente. O processo de
amadurecimento da consciência está estreitamente ligado ao desenvolvimento cognitivo do indivíduo.
Tem grande importância nesse processo de maturação a presença do afeto que a criança recebe dos
pais.
Já, os adolescentes (11, 12, 13 e 14 anos), encontram-se em uma etapa na qual costumam
buscar alguém de fora do ambiente familiar e que goste deles e os faça se sentirem importantes e
únicos, uma pessoa com quem possam entender-se e compartilhar seu mundo privado. Uma relação da
qual possam falar com seus companheiros, e sentir-se iguais a eles.
Portanto, cabe aos adultos, pais e professores, não ridicularizar, nem relativizar a opinião
e gosto, do adolescente. É necessário que, acima de tudo, os responsáveis pela educação dos jovens
saibam propiciar-lhes um clima de confiança mútua e liberdade sadia.
Aos quinze, dezesseis, ou dezessete anos no máximo, o nível de amadurecimento
alcançado pelo adolescente já é quase de adulto, pois o mesmo, de acordo com o seu desenvolvimento,
poderá posicionar-se diante dos fatos e acontecimentos, o que
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não os tira o direito, de continuar sendo tratado com amor e respeito.
Na fase adulta, a pessoa vai ter uma grande relação com a forma de como se deu suas
relações afetivas desde a infância, ou seja, de como foi a sua passagem pelos vários estágios do
desenvolvimento humano.
Se no decorrer do seu desenvolvimento, o indivíduo ultrapassou cada fase de sua vida, de
forma coerente, completa, com uma boa relação diante do meio no qual estava inserido, com certeza,
terá mais possibilidades de ter uma vida adulta e profissional estruturada.
Segundo Wallon 1979 (apud Almeida e Mahoney 2007, p.18 e 19)

A dimensão temporal do desenvolvimento está distribuída, conforme


Wallon(1979), em estágios que expressam características da espécie e cujo
conteúdo é determinado histórica e culturalmente. O desenvolvimento do
bebê ao adulto de sua espécie, do ponto de vista afetivo, pode ser assim
caracterizado: estágio impulsivo-emocional (0 a 1 ano); estágio sensório-
motor e projetivo (1 a 3 anos); estágio personalismo (3 a 6 anos); estágio
categorial (6 a 11 anos); estágio puberdade e adolescência (11 anos em
diante); idade adulta.

Observa-se então, que a passagem desses estágios de desenvolvimento é importantíssima,


pois a cada etapa, a criança vai se apropriando de saberes, e de acordo com a relação afetiva vivida
nesses períodos, ela tornar-se-á, uma pessoa mais segura futuramente. Vale lembrar que esse
desenvolvimento não se dá de forma linear, diretamente, mas sim, gradativamente, e pode ser
incomodado por crises que afetam a conduta da criança.
Portanto, faz-se necessário que os laços afetivos se façam presente no decorrer de todo o
desenvolvimento humano, para que assim, seja-lhe oportunizado uma relação sadia com todos ao seu
redor, e consigo mesmo.

2.2 Contexto Histórico da Afetividade

A sociedade está em constante mutação, porquanto o indivíduo também acompanha essas


mudanças, desenvolvendo assim, novas maneiras de pensar e de encontrar a felicidade, sentimento que
passou a ser a necessidade e o objetivo principal do sujeito.
Das primeiras comunidades às sociedades civilizadas, as relações entre os membros das
diferentes sociedades sofreram grandes transformações. Nas primeiras comunidades, as relações
sociais baseavam-se principalmente nos laços de parentesco, nos usos e costumes comuns, nas formas
de cooperação entre os membros do grupo.
Para melhor garantir a sobrevivência, as diversas sociedades de caçadores-coletores aos
poucos estabeleceram alguns modos de cooperação entre os membros de cada grupo, conseguindo
construir abrigos em menos tempo ou desenvolver táticas de caça em conjunto.

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Aos poucos as sociedades humanas tornaram-se mais complexas, com o
surgimento de especializações entre os indivíduos. Desse modo, os esforços conjuntos para superar as
dificuldades comuns causaram o surgimento de aglomerações urbanas.
Para Barbosa (2006, pag.26), “Aprender é lançar-se ao mar! É permitir-se experimentar
aproveitando a própria história, sem medo de enriquecê-la”.
Entende-se que esse aprender está em conexão com a afetividade, que faz com que o
indivíduo se sinta mais seguro para desenvolver suas ações, sem medo, e realmente buscar meios que
contribuam na construção da sua história.
Levando-se em consideração a busca pelo novo, e a necessidade, é que, com o passar dos
tempos e a evolução da sociedade, deu-se origem a novos costumes, assim como novos valores e,
consequentemente, tais mudanças requereram e influenciaram novas interpretações e transformações
sociais e educacionais, tais como a influência da afetividade no processo ensino aprendizagem.

3 A AFETIVIDADE E O AMBITO ESCOLAR

Na atualidade, várias são as exigências e as expectativas relacionadas à educação e à


escola. Em uma sociedade cada vez mais submetida à violência, com graves problemas sociais e
familiares, a escola tenta sobreviver, tendo que abarcar uma gama enorme de funções. Há uma grande
responsabilidade da escola em contribuir para o desenvolvimento do ser humano em vários aspectos,
principalmente, a formação dele para o mundo.
Para Freire (1981, p.35),
O processo de orientação dos seres humanos no mundo envolve não apenas a
associação de imagens sensoriais, como entre os animais, mas, sobretudo,
pensamento-linguagem; envolve desejo, trabalho, ação transformadora sobre
o mundo, de que resulta o conhecimento do mundo transformado. Este
processo de orientação dos seres humanos no mundo não pode ser
compreendido, de um lado, de um ponto de vista puramente subjetivista; de
outro, de um ângulo objetivista mecanicista. Na verdade, esta orientação no
mundo só pode ser realmente compreendida na unidade dialética entre
subjetividade e objetividade. Assim entendida, a orientação no mundo põe a
questão das finalidades da ação ao nível da percepção crítica da realidade.

Todas as mudanças requisitadas à escola pela sociedade e pela família a têm


sobrecarregado em seus afazeres, pois, para cumprir todas as funções que lhe são exigidas, a escola
tem de si reinventar com o que tem.
A ideia de que o ser humano se constrói na interação social, no confronto com o outro,
traz importantes consequências para a compreensão, na escola, dos sujeitos em formação e de seus
processos. Sujeitos concretos e contextualizados, os alunos têm na escola e na família, entre outros
ambientes com os quais interagem, meios nos quais se constituem. Dentro desse contexto de interação
deve está de forma clara e ampla, a afetividade.

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Segundo Pecotche (apud Padua 2010, p. 57)

O afeto é o princípio fixador das relações humanas. Sem o afeto, nada se


constrói, porque tudo desmoronaria. É como se a mente fosse o tijolo e o
afeto o cimento que os une. O afeto aqui não significa carinho, afago, mas a
manifestação sincera para ajudar o outro ser.

Em todas as relações a afetividade é imprescindível, é através dela que se pode criar e


fortalecer os vínculos de amizade, principalmente no âmbito escolar. Entende-se que o educando, no
ensino fundamental, seja das séries iniciais ou finais, precisa sentir-se desejado naquele ambiente, pois
esse sentimento de ser desejado, lhe transmite amor, consciência de que não é rejeitado, de que ali, há
alguém que se importa com ele e que pode contribuir para o seu desenvolvimento.
Para Arantes (2003, pag. 85), “componentes indissociáveis da ação humana, as
manifestações emocionais, têm importante impacto nas dinâmicas de interação que se criam nas
situações escolares”.
Entende-se que educadores do ambiente escolar, devem ter a consciência que as mensagens
são transmitidas com palavras ou por atos. Portanto, precisa-se tomar muito cuidado com a forma de
agir para com as crianças, com os jovens, visto que nem todos são iguais, o que, mediante determinado
tratamento, pode ou não, afetar no aprendizado dos mesmos.

3.1 Ensino Fundamental:


3.1.1 Séries Iniciais

O início da fase escolar pode ser particularmente difícil, tanto para as crianças quanto
para os pais, mas também muito importante para o desenvolvimento da criança. Quando ela ingressa
pela primeira vez é importante que os pais confiem na escola e possam transmitir tranquilidade ao
filho, porque se isso não acontece podem prejudicá-lo.
Esse laço afetivo entre pais e alunos, deve manter-se sempre, pois ajuda demais e
contribui para o desenvolvimento da criança, em todas as fases. O professor deve também está
preparado para receber essa criança, para que a mesma se sinta em um ambiente acolhedor.
No 1º ano do ensino fundamental, a afetividade é primordial na vida da criança,
principalmente nesse novo momento escolar. É um período em que deve ser despertado na criança a
ideia de criar, inovar, oportunizando-a a raciocinar, resolver questões com autonomia, além de
interagir com o meio em que vive.
No 2º ano, observa-se que se faz necessário, que o professor seja bastante afetivo e utilize
estratégias que viabilize a integração da criança à rotina escolar, para que adquira autonomia e aprenda
sobre a conservação do material utilizado na escola.

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Portanto, no 3º ano, é uma fase em que deve ser explorado nas crianças as possibilidades
de estudo, pois as mesmas já familiarizadas com o ambiente escolar e com o nível de ensino,
apresentam um ritmo melhor de trabalho, o que contribui para um melhor aprendizado. É papel do
professor nesse contexto, mediar o conhecimento dessa criança enfatizando sempre a questão da
afetividade e o respeito mútuo, além de incentivá-la a dedicar mais atenção ao processo de
aprendizagem.
No 4º ano, a afetividade é de grande importância, assim como nas demais, pois o aluno
precisa compreender e ser compreendido em suas dificuldades.
No 5º ano, deve ser visto e trabalhado na criança, a questão autonomia e compromisso,
para que ela possa desenvolver sua percepção sobre o seu processo de aprendizagem. Partindo dessa
premissa, ele se sentirá participante e construtor do seu aprendizado.

3.1.2 Séries Finais

Ser jovem, portanto, é uma fase da vida que se constitui em referência a um estado
próprio e diferenciado da infância e da fase adulta. Não é possível encontrar “a juventude” em estado
puro. Não há uma juventude em si e que apenas possa ser nomeada conceitualmente, sem referência a
um conjunto situacional de fenômenos que a concretizem.
Portanto, nesta etapa de 6º ao 9º ano, os valores, a busca da autonomia, os conhecimentos,
adquirem novas formas de manifestação na vida prática desse jovem. Neste sentido, no dia a dia
escolar deve-se buscar com a equipe de professores assegurar a sistematização dos conteúdos; o
sucesso do processo ensino aprendizagem; e a participação ativa desse jovem na construção do seu
conhecimento.
Entende-se que professores, pais e os demais envolvidos nesse processo, interajam entre
si, contribuindo significamente na formação desses educandos, ensinando-os para a ética, a
solidariedade, a dedicação, e principalmente, que o fator afetividade esteja inserido nesse contexto,
nessas relações pessoais e interpessoais.

3.2 A Afetividade no Processo Ensino Aprendizagem

A escola é um lugar onde professores e alunos experimentam diferentes tipos de afeto e


alegria ao realizar descobertas, tristezas nas dificuldades do ensinar e aprender, raiva e/ou desconforto.
O conjunto dessas experiências pode influenciar o desenvolvimento cognitivo de forma negativa ou
positiva.
De acordo com Arantes (2003, p.163)
A escola que surge preocupada com uma educação integral, considera e
integra em seu cotidiano o papel dos afetos, dos sentimentos,
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das emoções e dos valores, e precisa reorganizar seus conteúdos e espaços,
os tempos e as relações interpessoais.

Diante desse contexto, entende-se que os profissionais da educação devem dar maior
importância ao fator afetividade nas relações com alunos, pois as relações afetivas positivas são a base
essencial na construção do conhecimento significativo.
A aprendizagem é um termo complexo e se refere de forma geral, à aquisição de uma
conduta, ao domínio de um procedimento em relação a um conteúdo qualquer. Envolve variáveis que
se combinam de diversos modos. Portanto, entende-se que a aprendizagem acontece quando através
dela ocorre mudanças no comportamento do aprendiz, de forma espontânea e prazerosa.
De acordo com Pádua (2010, p.35), ”se há algo que o tempo não consegue apagar é o que
a sensibilidade captou nos diversos momentos da vida e que se tornaram eternos para quem os viveu. ”
É perceptível, que o desenvolvimento da inteligência, do conhecimento e da percepção
está diretamente ligado ao mundo da afetividade, da paixão, da curiosidade, sendo estas verdadeiras
alavancas para redimensionar a educação, tornando-a mais significativa para o aluno.
Diante desse contexto, observa-se a importância de se trabalhar uma educação para a
liberdade, levando o educando sentir-se participante, construtor do seu conhecimento, de forma
prazerosa, espontânea e livre, no processo de ensino aprendizagem
Para Freire (1981, p. 80)

A educação ou a ação cultural para a libertação, em lugar de ser aquela


alienante transferência de conhecimento, é o autêntico ato de conhecer, em
que os educandos – também educadores – como consciências
“intencionadas” ao mundo ou como corpos conscientes, se inserem com os
educadores – educandos também – na busca de novos conhecimentos, como
consequência do ato de reconhecer o conhecimento existente.

Nesse contexto, cabe ao educador apoiar emocionalmente as crianças, compreendendo,


observando e respeitando as particularidades de cada uma. O educador afetivo deve garantir, em sua
sala de aula, um ambiente acolhedor e seguro à criança. Cabe ao educador conscientizar-se das
emoções e dos sentimentos, facilitando o desenvolvimento infantil tanto nos aspectos afetivos como
nos cognitivos.

4. O EDUCADOR E A AFETIVIDADE

A aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal.


Portanto, faz-se necessário que haja uma boa interação entre o

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educador e o educando, visto que a afetividade é fundamental para que o processo de ensino
aprendizagem se dê de forma significativa, e harmoniosa.
De acordo com a teoria histórico-cultural de Vygotsky, o papel da educação é garantir a
criação de aptidões que são inicialmente externas aos indivíduos e que estão dadas como
possibilidades nos objetos materiais e intelectuais da cultura.
Para garantir a criação de aptidões nas novas gerações, é necessário que as condições de
vida e educação possibilitem o acesso dos indivíduos das novas gerações à cultura historicamente
acumulada. Nesse sentido é que o educador é o mediador da relação do educando com o mundo que
ele irá conhecer.

Para o autor Paulo Freire (1993 p,71),


" O professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua
situação privilegiada em sala de aula não apenas para instruções formais,
mas para despertar os alunos para a curiosidade; ensiná-los a pensar, a ser
persistentes a ter empatia e ser autores e não expectadores no palco da
existência. O aluno tem que ter interesse em voltar à escola no dia seguinte
reconhecendo que aquele momento é mágico para sua vida. ”

Observa-se a necessidade que há em o professor rever sua prática pedagógica. É preciso


que ele saia daquele pedestal, do centro das atenções para oportunizar o educando a ser um agente
construtor da sua própria aprendizagem. Pois, à medida que ele interage de forma positiva com o
aluno, seus resultados, serão indicadores fundamentais de como está desempenhando seu papel
mediador, promotor ou orientador entre a aprendizagem de seus alunos e os fatores que o estimulam.
Segundo Freire (1996, p.21), “Educar não é transferir conhecimento. ”
Entende-se que o professor precisa estar aberto para a curiosidade do aluno, e ensinar a
buscar o aprendizado, instigá-lo a querer saber mais, aprender juntos, é um desafio para que se forme
cidadãos críticos, autônomos, conhecedores dos seus direitos e deveres, e preparados para
contribuírem na transformação da sociedade.

Freire (1996, p. 52), afirma que:

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso


obviamente é permitir que minha afetividade interfira no cumprimento ético
de meu dever de professor (...) não posso condicionar a avaliação do trabalho
escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.

O professor precisa ter noção de toda essa sua implicação como elemento mediador das
relações do aluno com o objeto do conhecimento e de toda a rede de relacionamentos constituída na
sala de aula. É de suma importância que essa relação professor x aluno, se dê de forma alegre,
primando pelo amor e afeto entre ambos, sem que isso interfira em sua prática pedagógica de forma
negativa.
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Para Chalita (2001, p.13) A tarefa de todo educador, não apenas do professor, é a de
formar seres humanos felizes e equilibrados. É interessante e de grande importância que a formação do
individuo aconteça de forma que ele sinta felicidade e equilíbrio naquilo que aprendeu.
Para isso faz-se necessário que o professor conheça o universo do educando, que tenha
prazer em ver o sucesso do mesmo, enfim, que contribua de forma significativa para a formação de
uma educação cidadã, contribuindo assim, com o desenvolvimento integral do aluno.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho tem por objetivo geral compreender a importância do papel da afetividade
na relação professor-aluno no ensino fundamental, e sua contribuição no processo de ensino-
aprendizagem.
Objetiva-se também, entender o que é afetividade e compreender a influência da relação
afetiva entre professor e aluno nos anos iniciais e finais do Ensino fundamental.
Após diversas leituras e pesquisas, pensa-se que não se pode desenvolver um bom
trabalho educativo, e muito menos oportunizar ao aluno uma aprendizagem significativa e de
qualidade sem que a afetividade esteja inserida nesse contexto, pois através da afetividade a
sensibilidade é aflorada.
É de suma importância, que toda comunidade escolar esteja aberta, preparada para
contribuir com o aprendizado da criança, do jovem, de forma espontânea, alegre, exercendo com amor
o seu trabalho, a sua função. Precisa-se investir em formações continuadas sobre valores,
principalmente sobre a afetividade no âmbito escolar. É preciso o desenvolvimento de estratégias que
gere, tanto na sala de aula como na escola, um clima de segurança, confiança e respeito à
individualidade de cada ser, ali inserido.

REFERÊNCIA

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Afetividade e aprendizagem:


contribuições de Henri Wallon. 4ª edição São Paulo: Edições Loyola, 2007

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ARANTES, Valéria Amorim. Afetividade na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas. Editora
Summus, 2003. São Paulo.

CASTRO, Edileide. Afetividade e Limites uma parceria entre a família e a escola. 4ª edição Ed.
Wak, Rio de Janeiro 2012

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do amor: a contribuição das histórias universais para a formação
de valores das novas gerações. Editora Gente, 2003. São Paulo

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral - 1, 2ª edição. Ed. Saraiva, São Paulo – 2013

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5ª ed., Rio de Janeiro, Paz e Terra.
1981.
_____________.Professora SIM tia NÃO – Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, ed. Olho d'
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_____________. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à prática educativa. 15ª edição


ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1996.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 20º ed.
Petrópolis-RJ: Editora Vozes 2011.
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i-1%C2%BA-ao-5%C2%BA-ano/ Visualizado em 02/08/2015.

MORA, Estela. Psicopedagogia Infanto-Adolescente: O Bebê; A infância; Puberdade e


adolescência. Editora Cultural. 2012. São Paulo – SP.

MORENO, Jean; VIEIRA, Sandro. História: cultura e sociedade – 1, 1ª edição. Ed. Positivo,
Curitiba – 2010

PÁDUA, Ivone. Pedagogia do Afeto: a pedagogia logosófica na sala de aula Editora Wak, Rio de
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PSICOLOGANDO. A importância da Afetividade na aprendizagem escolar: O Afeto na Relação


Aluno-Professor. Fonte: https://psicologado.com/atuacao/ escolar-o-afeto-na-relacao-aluno-professor.
Psicologado.com acessado em 20/07/2015.

ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva – 13 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,
2012.

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