afetividade 1
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RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido com a intenção de que se reflita sobre a importância da
afetividade no Ensino Fundamental, visto que, a afetividade é um estado psicológico do ser humano
que pode ou não ser modificado a partir das situações, e lhe acompanha durante toda a vida
desempenhando um importante papel no seu desenvolvimento e em suas relações sociais. Entende-se
também que a afetividade é o desígnio essencial para a construção das informações cognitivo-afetivo
nas crianças e consequentemente nas relações que devem ser estabelecidas entre professores e aluno.
O professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua situação privilegiada em sala de
aula não apenas para instruções formais, mas para despertar os alunos para a curiosidade; ensiná-los a
pensar, a ser persistentes, a ter empatia e ser autores, e não somente expectadores da sua
aprendizagem. Objetiva-se compreender a importância do papel da afetividade na relação professor-
aluno, e sua contribuição no processo de ensino aprendizagem, enfatizando a relação entre diversos
setores como o social, intelectual, corporal, e, é claro aos sentimentos e as emoções. Constatamos
então, que a afetividade é imprescindível para o desempenho educacional e representa um aspecto
importante no processo de aprendizagem, que tem como base o respeito mútuo, o diálogo e,
principalmente o carinho recíproco. Adquirimos assim, entendimento, informações e comprovações
sobre o assunto abordado, que foi de grande valia para se obter um bom aprendizado e com certeza
para o desenvolvimento de uma prática pedagógica mais condizente com as expectativas e realidades
dos alunos.
1 INTRODUÇÃO
Busca-se, como ponto de partida neste trabalho, refletir sobre a afetividade no processo
ensino aprendizagem no ensino fundamental, enfatizando através de pesquisas bibliográficas, e
vivências, a importância do afeto para o desenvolvimento do educando.
2 CONCEITUANDO A AFETIVIDADE
A afetividade é um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado
a partir das situações, ou seja, das vivências com outras pessoas; é o desígnio essencial para a
construção das informações cognitivo-afetivo nas crianças e consequentemente nas relações que
devem ser estabelecidas entre professor e aluno.
Segundo Piaget (1992) tal estado psicológico é de grande influência no comportamento e
no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Observa-se que a
afetividade está presente emsentimentos, desejos, interesses, valores e emoções, ou seja, em todos
os campos da vida do ser humano.
“Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se
sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva” (GALVÃO, p. 43, 2011).
Entende-se que o indivíduo vai construindo-se gradativamente, passando por
transformações, por fases de desenvolvimento, e consequentemente, se faz necessário que haja a
predominância da afetividade e da cognição nesse contexto.
FREIRE, (1996 p.33), sobre o professor que envolve afetivamente seus alunos afirma
que: “o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do
movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus
alunos cansam, não dormem, cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento,
surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas”
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Observa-se a necessidade que há dessa relação afetiva entre professor e aluno, para
que haja um ensinar e aprender, prazeroso, viabilizando aos envolvidos nesse processo a realização
de seus objetivos.
O ser humano pensa, sente, age. Porém se o seu sentir estiver comprometido ou
bloqueado, a sua ação não será energizante, forte, eficaz, produtiva. Nesse contexto, percebe-se o
quanto a afetividade é de suma importância para a vida e o desenvolvimento do indivíduo, assim
como, para o cotidiano de suas relações.
Entende-se que cada indivíduo é diferente do outro e apresenta característica diferente,
sendo que o mesmo acontece com o seu desenvolvimento, que se dá de acordo com o
desenvolvimento dos sistemas biológicos e de acordo com o meio em que está inserido, levando em
consideração a afetividade estabelecida entre ele e os familiares, colegas e professores, enfim, entre
todos que fazem parte da sua vida.
Para a Psicopedagogia os modos de afetividade e de relação social, são brincadeira
essencial para o desenvolvimento da criança desde o início de sua vida. A mãe, desde o momento de
alojar o bebê em seu ventre, irá transmitindo seus estados de ânimo, movimentos e sentimentos. As
experiências viscerais, entre o bebê e sua mãe, são então a primeira forma de socialização, e deve ser
estruturada de forma sólida.
Observa-se o quanto é importante que a mãe mostre o amor que sente pelo filho desde os
primeiros momentos de sua vida, recebendo-o com grande alegria, satisfação, deixando transparecer
essa alegria, esse amor, e o desejo de recebê-lo.
Durante os três primeiros meses de vida o desenvolvimento afetivo do bebê é baseado na
passividade, ou seja, será demostrado através da calma, do sossego e posteriormente, do sono relaxado
depois de ser alimentado.
Entre os seis e doze meses o afetivo da criança pode ser atingido pela necessidade do
desmame. É uma crise necessária e inadiável, mas, se anteriormente houve entre mãe e filho uma boa
relação afetiva, com certeza ele não sofrerá tanto nessa fase.
A criança de dois anos está imersa em um mundo de relações objetais fantásticas. Sendo
assim, se faz importante a relação das vivências infantis. É importante também, que o adulto possa
conectar-se com suas próprias vivências da infância para de tal forma fortalecer os laços afetivos, além
de poder brincar com a criança, construindo assim, os aprendizados.
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Aos poucos as sociedades humanas tornaram-se mais complexas, com o
surgimento de especializações entre os indivíduos. Desse modo, os esforços conjuntos para superar as
dificuldades comuns causaram o surgimento de aglomerações urbanas.
Para Barbosa (2006, pag.26), “Aprender é lançar-se ao mar! É permitir-se experimentar
aproveitando a própria história, sem medo de enriquecê-la”.
Entende-se que esse aprender está em conexão com a afetividade, que faz com que o
indivíduo se sinta mais seguro para desenvolver suas ações, sem medo, e realmente buscar meios que
contribuam na construção da sua história.
Levando-se em consideração a busca pelo novo, e a necessidade, é que, com o passar dos
tempos e a evolução da sociedade, deu-se origem a novos costumes, assim como novos valores e,
consequentemente, tais mudanças requereram e influenciaram novas interpretações e transformações
sociais e educacionais, tais como a influência da afetividade no processo ensino aprendizagem.
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Segundo Pecotche (apud Padua 2010, p. 57)
O início da fase escolar pode ser particularmente difícil, tanto para as crianças quanto
para os pais, mas também muito importante para o desenvolvimento da criança. Quando ela ingressa
pela primeira vez é importante que os pais confiem na escola e possam transmitir tranquilidade ao
filho, porque se isso não acontece podem prejudicá-lo.
Esse laço afetivo entre pais e alunos, deve manter-se sempre, pois ajuda demais e
contribui para o desenvolvimento da criança, em todas as fases. O professor deve também está
preparado para receber essa criança, para que a mesma se sinta em um ambiente acolhedor.
No 1º ano do ensino fundamental, a afetividade é primordial na vida da criança,
principalmente nesse novo momento escolar. É um período em que deve ser despertado na criança a
ideia de criar, inovar, oportunizando-a a raciocinar, resolver questões com autonomia, além de
interagir com o meio em que vive.
No 2º ano, observa-se que se faz necessário, que o professor seja bastante afetivo e utilize
estratégias que viabilize a integração da criança à rotina escolar, para que adquira autonomia e aprenda
sobre a conservação do material utilizado na escola.
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Portanto, no 3º ano, é uma fase em que deve ser explorado nas crianças as possibilidades
de estudo, pois as mesmas já familiarizadas com o ambiente escolar e com o nível de ensino,
apresentam um ritmo melhor de trabalho, o que contribui para um melhor aprendizado. É papel do
professor nesse contexto, mediar o conhecimento dessa criança enfatizando sempre a questão da
afetividade e o respeito mútuo, além de incentivá-la a dedicar mais atenção ao processo de
aprendizagem.
No 4º ano, a afetividade é de grande importância, assim como nas demais, pois o aluno
precisa compreender e ser compreendido em suas dificuldades.
No 5º ano, deve ser visto e trabalhado na criança, a questão autonomia e compromisso,
para que ela possa desenvolver sua percepção sobre o seu processo de aprendizagem. Partindo dessa
premissa, ele se sentirá participante e construtor do seu aprendizado.
Ser jovem, portanto, é uma fase da vida que se constitui em referência a um estado
próprio e diferenciado da infância e da fase adulta. Não é possível encontrar “a juventude” em estado
puro. Não há uma juventude em si e que apenas possa ser nomeada conceitualmente, sem referência a
um conjunto situacional de fenômenos que a concretizem.
Portanto, nesta etapa de 6º ao 9º ano, os valores, a busca da autonomia, os conhecimentos,
adquirem novas formas de manifestação na vida prática desse jovem. Neste sentido, no dia a dia
escolar deve-se buscar com a equipe de professores assegurar a sistematização dos conteúdos; o
sucesso do processo ensino aprendizagem; e a participação ativa desse jovem na construção do seu
conhecimento.
Entende-se que professores, pais e os demais envolvidos nesse processo, interajam entre
si, contribuindo significamente na formação desses educandos, ensinando-os para a ética, a
solidariedade, a dedicação, e principalmente, que o fator afetividade esteja inserido nesse contexto,
nessas relações pessoais e interpessoais.
Diante desse contexto, entende-se que os profissionais da educação devem dar maior
importância ao fator afetividade nas relações com alunos, pois as relações afetivas positivas são a base
essencial na construção do conhecimento significativo.
A aprendizagem é um termo complexo e se refere de forma geral, à aquisição de uma
conduta, ao domínio de um procedimento em relação a um conteúdo qualquer. Envolve variáveis que
se combinam de diversos modos. Portanto, entende-se que a aprendizagem acontece quando através
dela ocorre mudanças no comportamento do aprendiz, de forma espontânea e prazerosa.
De acordo com Pádua (2010, p.35), ”se há algo que o tempo não consegue apagar é o que
a sensibilidade captou nos diversos momentos da vida e que se tornaram eternos para quem os viveu. ”
É perceptível, que o desenvolvimento da inteligência, do conhecimento e da percepção
está diretamente ligado ao mundo da afetividade, da paixão, da curiosidade, sendo estas verdadeiras
alavancas para redimensionar a educação, tornando-a mais significativa para o aluno.
Diante desse contexto, observa-se a importância de se trabalhar uma educação para a
liberdade, levando o educando sentir-se participante, construtor do seu conhecimento, de forma
prazerosa, espontânea e livre, no processo de ensino aprendizagem
Para Freire (1981, p. 80)
4. O EDUCADOR E A AFETIVIDADE
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educador e o educando, visto que a afetividade é fundamental para que o processo de ensino
aprendizagem se dê de forma significativa, e harmoniosa.
De acordo com a teoria histórico-cultural de Vygotsky, o papel da educação é garantir a
criação de aptidões que são inicialmente externas aos indivíduos e que estão dadas como
possibilidades nos objetos materiais e intelectuais da cultura.
Para garantir a criação de aptidões nas novas gerações, é necessário que as condições de
vida e educação possibilitem o acesso dos indivíduos das novas gerações à cultura historicamente
acumulada. Nesse sentido é que o educador é o mediador da relação do educando com o mundo que
ele irá conhecer.
O professor precisa ter noção de toda essa sua implicação como elemento mediador das
relações do aluno com o objeto do conhecimento e de toda a rede de relacionamentos constituída na
sala de aula. É de suma importância que essa relação professor x aluno, se dê de forma alegre,
primando pelo amor e afeto entre ambos, sem que isso interfira em sua prática pedagógica de forma
negativa.
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Para Chalita (2001, p.13) A tarefa de todo educador, não apenas do professor, é a de
formar seres humanos felizes e equilibrados. É interessante e de grande importância que a formação do
individuo aconteça de forma que ele sinta felicidade e equilíbrio naquilo que aprendeu.
Para isso faz-se necessário que o professor conheça o universo do educando, que tenha
prazer em ver o sucesso do mesmo, enfim, que contribua de forma significativa para a formação de
uma educação cidadã, contribuindo assim, com o desenvolvimento integral do aluno.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho tem por objetivo geral compreender a importância do papel da afetividade
na relação professor-aluno no ensino fundamental, e sua contribuição no processo de ensino-
aprendizagem.
Objetiva-se também, entender o que é afetividade e compreender a influência da relação
afetiva entre professor e aluno nos anos iniciais e finais do Ensino fundamental.
Após diversas leituras e pesquisas, pensa-se que não se pode desenvolver um bom
trabalho educativo, e muito menos oportunizar ao aluno uma aprendizagem significativa e de
qualidade sem que a afetividade esteja inserida nesse contexto, pois através da afetividade a
sensibilidade é aflorada.
É de suma importância, que toda comunidade escolar esteja aberta, preparada para
contribuir com o aprendizado da criança, do jovem, de forma espontânea, alegre, exercendo com amor
o seu trabalho, a sua função. Precisa-se investir em formações continuadas sobre valores,
principalmente sobre a afetividade no âmbito escolar. É preciso o desenvolvimento de estratégias que
gere, tanto na sala de aula como na escola, um clima de segurança, confiança e respeito à
individualidade de cada ser, ali inserido.
REFERÊNCIA
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