0% acharam este documento útil (0 voto)
0 visualizações36 páginas

BO_05-09-2005_36

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 36

Segunda-feira, 5 de Setembro de 2005

1 S érie
Número 36

BOLETIM OFICIAL

SUMÁRIO

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: Lei no 80/VI/2005:

Republicação: Estabelece a organização do Supremo Tribunal de Justiça.


Do Decreto-Presidêncial n° 8/2005.
Resolução n° 143/V112005:
ASSEMBLEIA NACIONAL:
Aprova, para ratificação, o Acordo Bilateral de Transporte Aéreo
Lei n° 791V112005:
entre o Governo da República de Cabo Verde e o Governo da
Aprova o novo regime das finanças locais. República Federal da Nigéria.
1054 1 SÉRIE -N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Usando da competência conferida pelo artigo 13° da Lei


no 54/11185, de 10 de Janeiro, e considerando o disposto
nos artigos 2° e 3° da Lei no 19/111/87, de 15 de Agosto, na
redacção dada pela Lei n° 18/V/96, de 30 de Dezembro;
Republicação
O Presidente da República decreta o seguinte:
Novo texto do Decreto-Presidencial n°8/2005, de 11 de Artigo 1°
Julho, publicado no Boletim Oficial no 28, 1 Série, por
acrescentar nomes de alguns cidadãos nacionais, que por São condecorados com o primeiro grau da Ordem Amilcar
lapso não constaram do texto inicial: Cabral os cidadãos a seguir indicados:

Decreto-Presidêncial n°8/2005 Fernando Ferreira Fortes, a título póstumo

de 11 de Julho Jorge Ferreira Querido

O sonho acalentado, de geração em geração, de um dia José André Leitão da Graça


ver Cabo Verde livre e independente só foi tornado possível
quando homens e mulheres destas ilhas acreditaram que, Onésimo Silveira
com esforço, determinação e sacrificios seus, a utopia podia
se converter em realidade. Pedro Lopes, a título póstumo

Artigo 2°
A luta que conduziu à Independência de Cabo Verde
exigiu sacrificios de toda a ordem. Para a maioria dos São condecorados com o segundo grau da Ordem Amílc
Combatentes da Liberdade representou a renúncia ao Cabral os cidadãos a seguir indicados:
aconchego da família e de perspectivas profissionais, na
altura da vida em que os agregados familiares se Adriano da Cruz Brito
constituem e as carreiras profissionais se decidem. Os que
estiveram na clandestinidade sentiam os seus passos, a Alcides da Cruz Brito Évora
todo o momento, ameaçados. Dezenas, entre eles, pagaram
Alexandre Ramos de Pina
nas masmorras da ditadura a ousadia de terem desafiado
a prepotência do regime colonial. Na frente da luta armada, Ana Maria Voss de Sá Cabral
na Guiné-Bissau, enfrentaram a morte, verteram o seu
sangue e alguns deixaram a própria vida. Outros ainda, António Espírito Santo Fonseca
na distância da diáspora, não deixaram de fazer ecoar a
sua revolta e de reiterar o seu compromisso indefectível António Manuel Neves
com a causa da liberdade e da dignidade para o Povo de
Cabo Verde. António Pedro Monteiro Lima

António Pereira Neves


Graças ao génio de Amilcar Cabral, as fraquezas,
congregadas num só esforço, fizeram-se força. Cada um Antonio Rodrigues Pires
deu o que estava ao seu alcance, mas todos procurando
dar o máximo das suas energias, da sua inteligência e das Arlindo Vicente Silva
,suas capacidades. Tal como os pequenos riachos,
multiplicando-se e avolumando de caudal em cada metro Augusto António Costa Júnior
de percurso, acabam por formar grandes rios e chegar ao
mar, assim, a Luta de Libertação de Cabo Verde, Bobo Keita
alimentada por pequenas e grandes contribuições de um
Cândido Desidério Gomes Santana
importante número de patriotas, se transformou num
movimento imparável que venceu todos os obstáculos Carlos António Dantas Tavares
criados para impedir o desfecho vitorioso do nosso processo
emancipador. Carlos Jerónimo Gonçalves

Trinta anos após a proclamação da Independência, é de Carlos Vitorino Dantas Moniz, a título póstumo
justiça recordar e homenagear aqueles que, dando o melhor
de si, contribuíram para que a utopia, longamente Daniel Henrique Cardoso Mendes
alimentada, se tornasse realidade, fazendojus ao preito
Daniel Pires Neves
de reconhecimento da Nação Cabo-Verdiana.
Érico Veríssimo Santos de Oliveira Ramos
Assim,
Eurico Correia Monteiro
Em reconhecimento pelo elevado mérito da sua
participação no processo emancipador que conduziu à Fernando dos Reis Tavares
Independência de Cabo Verde, em defesa dos valores da
Liberdade, da Justiça e da Dignidade humana; Francisco Moreira Correia
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE -5 DE SETEMBRO DE 2005 1055

Humberto Bettencourt Santos Arlindo Gomes dos Reis Borges

Humberto de Freitas Damiana Filomena Duarte de Oliveira

Isaura Tavares Gomes Eugênio Borges Furtado

Ivo Augusto Pimenta Lima, a título póstumo Filinto Vaz Rodrigues

Jaime Ben Hare Soifer Schofleld Francisco de Sales Alves

Jorge Carlos Fonseca Gil Querido Varela

José Andrade, a título póstumo Homero Vieira Lopes, a título póstumo

Júlio Antão de Oliveira Almeida, a título póstumo João Augusto Divo Macedo

Júlio Smith Vera-Cruz, a título póstumo Joaquim Mendes Correia

Lineu Miranda, a título póstumo José Eduardo Gama Rodrigues Tavares

Josefina Almeida Chantre Fortes


Lucette de Andrade Diawara
Juvêncio da Veiga
Luís de Matos Monteiro da Fonseca
Luís Furtado Mendonça
Luís de Oliveira Tolentino
Luzia Alves
Luis Silva
Manuel Nascimento da Cruz
Manuel Rodrigues Boal
Maria de Fátima Spencer
Manuel de Jesus Costa Delgado
Martinho Gomes Furtado, a título póstumo
Manuel da Paixão Santos Faustino
Oscar Vicente Martins Duarte
Manuel Rodrigues
Sérgio dos Reis Furtado, a título póstumo
Maria das Dores Silveira
Artigo 40
Nicolau de Oliveira Tolentino
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente
Osvaldo Alcântara Medina Custódio em vigor.

Paula Maria Fortes Publique-se.

Pedro Rolando dos Reis Martins Palácio da Presidência da República, na Praia, 4 de


Julho de 2005. O Presidente da República, PEDRO
-

Ray Almeida VERONA RODRIGUES PIRES


Saiah Mateus Presidência da República, aos 26 de Agosto de 2005. O
Sérgio Augusto Cardoso Centeio Director de Gabinete, Antero Veiga.

Tito Lívio Santos de Oliveira Ramos


Artigo 3° ASSEMBLEIA NACIONAL
São condecorados com o terceiro grau da Ordem Amilcar
Cabral os cidadãos a seguir indicados:
Lei n° 79/V112005
Adélcia Maria da Luz Lima Barreto Pires
de 5 de Setembro
Aires Leitão da Graça, a título póstumo
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
Alberto Sanches Semedo nos termos da alínea b) do artigo 174° da Constituição, o
seguinte:
Alberto Sebastião Marcelino
CAPÍTULO 1
Alcides Eurico Lopes Barros, a título póstumo
Disposições Gerais
Ananias Gomes Cabral
Artigo 1
António Pedro da Rosa
(Objecto)
Arcelinda Margarida da Rocha Lima Barrete
A presente lei estabelece o regime financeiro das
Arlinda Santos autarquias locais.
1056 1 SÉRIE -N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

Artigo 2° Ao estabelecimento pelo Governo, ouvida a


(Autonomia patrimonial e financeira)
ANMCV, dos mecanismos de transferência
efectiva, regular e atempada dos recursos da
1. Os Municípios têm finanças e património próprios, verba prevista na alínea b) para os Municípios;
cuja gestão compete aos respectivos órgãos autárquicos
no âmbito da autonomia administrativa, financeira e À celebração entre o Governo e a ANMCV de um
patrimonial. contrato-programa de formação de pessoal dos
Municípios necessário ao exercício das novas
2. O regime da autonomia financeira e patrimonial das atribuições e competências;
Autarquias Locais assenta, designadamente, no exercício
autónomo, nos termos da lei, dos poderes de: À celebração entre o Governo e a ANMCV de um
contrato-programa de mobilidade de pessoal
Elaborar, aprovar, alterar e executar os qualificado do Estado para os Municípios,
respectivos plano de actividades e orçamento preliminar, complementar ou alternativo do
próprios; programa referido na alínea d);

Elaborar e aprovar os respectivos balanços e contas t À celebração entre o Governo e a ANMCV de um


de gerência; contrato-programa de apoio técnico na
organização, adaptação ou instalação dos
Lançar, liquidar e cobrar as respectivas receitas serviços municipais necessários ao exercício das
próprias e arrecadar as demais receitas, que novas atribuições e competências;
por lei, para eles devam reverter;
g) Ao estabelecimento pelo Governo, ouvida a
Recorrer ao crédito, nos termos da lei; ANMCV, de uma administração de missão par
o acompanhamento e a supervisão do processo
Ordenar, processar e liquidar as suas despesas
de operacionalização do exercício das novas
próprias orçamentadas;
atribuições ou competências.
/ Realizar investimentos públicos municipais;
4. A dotação de recursos financeiros aos Municípios em
g) Ter, gerir e dispor de património próprio. virtude de novas atribuições e competências inclui sempre
a municipalização das taxas, tarifas e preços
3. São nulas as deliberações de qualquer órgão das correspondentes aos actos e actividades inerentes aos novos
Autarquias Locais que criem impostos ou determinem o poderes funcionais e dos impostos consignados por lei ao
lançamento de taxas, derramas ou mais valias não seu exercício e pode ainda consistir em:
previstas na lei.
Financiamento temporário, por período não
4. São também nulas as deliberações de qualquer Órgão excedente a cinco anos, da totalidade ou parte
das Autarquias Locais que determinem ou autorizem a das despesas inerentes ou recorrentes;
realização de despesas não permitidas por lei.
Aumento das receitas fiscais dos Municípios.
Artigo 3°
Artigo 4°
(Novas atribuições e competências)
(Contratos-programa)
1. Os projectos ou propostas de lei que confiram ou
transfiram novas atribuições ou competências aos O Governo poderá celebrar com os Municípios
Municípios não poderão ser discutidos sem consulta prévia, contratos-programa, designadamente para a execução
por escrito, da Associação Nacional dos Municípios Cabo- descentralizada do Programa Plurianual de Investimentos
Verdianos (ANMCV). Públicos.

2. A lei que confira ou transfira novas atribuições ou O Governo regulamentará as condições e critérios
competências aos Municípios deve também dotá-los dos para a celebração dos contratos-programa.
recursos necessários ao seu exercício e ao suporte das
CAPÍTULO II
despesas inerentes e recorrentes.
Receitas Municipais
3. A entrada em vigor da lei que confira ou transfira
novas atribuições ou competências aos Municípios é sempre Artigo 5°
reportada ao início do ano económico seguinte e
(Receitas municipais)
condicionada:
Constituem receitas do Município:
A um período de vacatio legis não inferior a seis
meses; O produto da cobrança do Imposto Único sobre o
Património (IUP), liquidado no respectivo
À inscrição no Orçamento de Estado para o ano território,-
económico de entrada em vigor da lei de verba
necessária ao suporte das despesas inerentes e O produto da cobrança do Imposto Municipal
recorrentes, nos termos do n°4; sobre os Veículos Automóveis;
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1057

e) A comparticipação de 49% no produto da venda Secção 1


de terrenos estaduais incluídos nas Zonas
Artigo 60
Turísticas Especiais (ZTE) que se situem no
respectivo território, depois de deduzidas as (Taxas dos Municípios)
percentagens estabelecidas na lei;
1. Os Municípios podem cobrar taxas por:
Uma comparticipação no produto da renda paga
Concessão de licenças de loteamento, de execução
pela entidade concessionária das Zonas de
de obras de particulares, da utilização da via
Desenvolvimento Industrial ou de Parques
pública por motivo de obras e de utilização de
Industriais que se situem no respectivo
ediflcios;
território;
Construção, manutenção ou reforço de infra-
O produto das derramas lançadas, nos termos do
estruturas urbanísticas e de saneamento;
artigo 7° da presente lei;
Ocupação do domínio público e aproveitamento
/9 A participação do Fundo de Financiamento dos dos bens de utilização;
Municípios, nos termos da presente lei;
Ocupação e utilização de locais reservados nos
O produto da cobrança das taxas e das tarifas ou mercados e feiras;
preços por serviços municipais;
Aferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
A participação no lucro das empresas municipais;
/9 Estacionamento de veículos em parques ou outros
O rendimento dos serviços municipais locais a esse fim destinado;
administrados directamente e a renda dos dados
em concessão; Licenciamento sanitários das instalações;

Extinção de incêndios;
O rendimento dos bens do domínio público ou
privado municipal; Í) Autorização para o emprego de meios publicitários
com fim comercial;
O produto de heranças, legados, doações e outras
liberalidades; Autorização de venda ambulante nas vias e
recintos públicos;
1) Os subsídios e as comparticipações do Estado e
de outras entidades públicas, e bem assim os Enterramento, concessão de terrenos e uso de
obtidos no âmbito de programas e projectos da jazigos, de ossários e de outras instalações em
cooperação internacional descentralizada; cemitérios municipais;

O produto da alienação de bens do património 1) Registos e licença de cães;


municipal;
Utilização de matadouros e talhos municipais;
O produto de empréstimos contraídos, incluindo
o lançamento de obrigações municipais; Utilização de quaisquer instalações destinadas ao
conforto, comodidade ou recreio público;
O produto da cobrança de encargos de mais-valias
Comparticipação dos proprietários de solos
destinadas por lei aos municípios;
urbanos nos custos da urbanização, nos termos
das leis de ordenamento do território e de
O produto das coimas aplicadas pelos seus órgãos
planeamento urbanístico;
ou que por lei ou regulamento para ele revertam;
Comparticipação dos proprietários de imóveis
A uma participação, a determinar pelo Governo,
situados em áreas urbanizadas nos custos de
na renda pela concessão da exploração de
conservação de espaços públicos, nos termos das
recursos naturais do domínio público do Estado
leis de ordenamento do território e de
situados no território municipal;
planeamento urbanístico;
A comparticipação de 50% na renda pela utilização Extracção de materiais inertes, em explorações
de áreas aeroportuárias paga ao Estado pela particulares autorizadas a céu aberto;
Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança
Aérea (ASA) aos Municípios que possuam Concessão de licenças de obras no solo e subsolo
aeroportos ou aeródromos, nos termos a do domínio público municipal;
regulamentar;
Ocupação ou utilização do solo e subsolo do
Quaisquer outras que, por lei, regulamento ou domínio público municipal e do espaço aéreo do
contrato, lhe sejam destinadas. território municipal;
1058 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

Aproveitamento dos bens de utilidade pública A deliberação sobre o lançamento de derrama é da


situados no solo e subsolo do domínio público competência da Assembleia Municipal, aprovada por
municipal e no espaço aéreo do território maioria de dois terços, sob proposta da Câmara Municipal,
municipal, designadamente por empresas e ouvidos o Governo e as associações empresariais com
entidades das comunicações e distribuição de actividade no território do Município ou grupos de
água e energia; empresários locais, na ausência daquelas, e deve ser
tomada até 15 de Setembro do ano económico anterior ao
Instalação de antenas parabólicas; da sua aplicação.

Instalação de antenas de operadores de A deliberação de lançamento da derrama e o


telecomunicações móveis; respectivo processo devem ser comunicados, até 30 de
Setembro, ao membro do Governo responsável pela área
Prestação de serviços ao público por unidades das Finanças.
orgânicas, funcionários ou agentes municipais,
quando não realizadas no âmbito do artigo 14°; A deliberação de lançamento da derrama deve ser
comunicada pela Câmara Municipal ao serviço central de
Conservação e tratamento de esgotos, quando não contribuições e impostos e ao serviço central de tutela sobre
realizadas no âmbito do artigo 14°; os municípios, até 31 de Outubro do ano anterior ao da
sua aplicação, para efeitos de divulgação, cobrança e
Emissão de qualquer outra licença não prevista transferência da respectiva receita por parte dos serviços
nas alíneas precedentes, da competência dos competentes da administração fiscal do Estado, sob pena
municípios; de a derrama não poder ser liquidada nem cobrada.

Outros registos não previstos nas alíneas Para efeitos de aplicação do disposto no n° 1,
anteriores, da competência dos municípios. considera-se que o rendimento é gerado no município onde
se situa a sede ou a direcção efectiva do sujeito passivo ou,
Compete à Assembleia Municipal, sob proposta da tratando-se de sujeitos passivos considerados para fins
Câmara Municipal, estabelecer as taxas e o regime de fiscais como não residentes em território nacional, no
concessão de isenções ou reduções a entidades que Município em que se situa o estabelecimento estável onde
apresentem projectos de investimento de especial interesse esteja centralizada a respectiva contabilidade.
para o desenvolvimento do Município e aprovar os
respectivos quantitativos. Nos casos não abrangidos pelo número anterior,
sempre que os sujeitos passivos tenham estabelecimentos
Compete, também, à Assembleia Municipal, sob estáveis ou representações em mais de um município, a
proposta da Câmara Municipal, deliberar a concessão de colecta do IUR relativa ao rendimento gerado no território
isenção ou redução de taxas às entidades referidas no de cada município é determinada pela proporção da massa
número anterior. salarial correspondente ao estabelecimento ou
representação que o sujeito passivo nele possua na massa
A Câmara Municipal poderá acordar com serviços salarial global, correspondente à totalidade dos seus
da administração central ou de empresas concessionárias estabelecimentos ou representações no território nacional.
de serviços públicos instalados no território municipal a
cobrança das taxas a que tenha direito e a transferência Entende-se por massa salarial, para efeitos do
do respectivo produto, deduzido da comissão contratada, presente artigo, o valor das despesas efectuadas com o
até 15 dias do mês seguinte ao da cobrança. pessoal e escrituradas no exercício a título de
remunerações, ordenados ou salários.
Secção II
O apuramento da derrama devida será efectuado pelo
Artigo 7° próprio contribuinte, se optar pela autoliquidação nos
termos das leis do IUR, ou pelos serviços competentes da
(Derrama) administração fiscal do Estado, nos demais casos,
observando-se sempre os prazos e procedimentos definidos
Os Municípios podem lançar, anualmente, uma
na lei do IUR.
derrama até o máximo de 10% da colecta do Imposto único
sobre os Rendimentos (IUR) das pessoas colectivas que No caso de comunicação aos contribuintes dos
proporcionalmente corresponda ao rendimento gerado no valores postos à cobrança, por força do presente artigo, a
respectivo território por sujeitos passivos que nele exerçam mesma deverá conter a menção de que se trata de derrama
uma actividade de natureza comercial ou industrial. municipal.

A derrama só pode ser lançada para ocorrer ao O produto das derramas é transferido aos municípios
financiamento de investimentos importantes para o respectivos pelos serviços competentes da administração
desenvolvimento do Município ou da recuperação ou fiscal do Estado, até ao fim do mês seguinte ao da respectiva
reconstrução de infra-estruturas sociais e económicas cobrança.
fundamentais danificados ou destruídos em situações de
calamidade pública ou, ainda, no quadro de contratos de O serviço central de contribuições e impostos
reequilíbrio financeiro. fornecerá aos municípios e ao serviço central de tutela
1 SÉRIE - No 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE— 5 DE SETEMBRO DE 2005 1059

sobre os municípios informação periódica actualizada e 9. A proposta da Câmara Municipal, quando se refira
discriminada da derrama liquidada, cobrada e transferida a crédito que não seja de curto prazo, é obrigatoriamente
pelos serviços da administração fiscal do Estado. acompanhada de informações que incluam,
necessariamente:
Secção III
a) A demonstração, de forma inequívoca e verificável
Artigo 8° por entidade externa, da relevância do
investimento e a capacidade de reembolso por
(Recurso ao crédito)
parte do Município;
1. Os Municípios podem contrair empréstimos, sob
b) Um mapa demonstrativo da capacidade de
qualquer forma, junto de qualquer instituição autorizada
endividamento do Município, nomeadamente os
por lei a conceder crédito, bem como emitir obrigações e
encargos com juros e amortização do capital de
celebrar contratos de locação financeira para financiar
cada um dos empréstimos não reembolsados e
investimentos municipais, nos termos da lei.
sua incidência anual num horizonte de cinco
2. Os Municípios podem contrair empréstimos no anos.
exterior nas seguintes condições cumulativas: 10. Os encargos anuais com amortizações e juros de
Junto de instituições financeiras internacionais crédito de médio e longo prazos, incluindo os dos
ou de instituições de cooperação internacional empréstimos obrigacionistas, não podem exceder o maior
descentralizada, vocacionadas para financiar o de um dos seguintes limites:
desenvolvimento regional ou local; 15% do valor das receitas correntes, incluindo as
transferências a que o município tem direito
Para financiar projectos de investimento de médio
nos termos dos artigos 10° a 13° da presente lei;
ou longo prazos;
25% do valor dos investimentos realizados pelo
As condições de juro e reembolso forem melhores Município no ano anterior.
do que as praticadas no mercado interno;
11. Dos limites estabelecido no n°10, ficam excluídos os
Mediante autorização do Governo, por despacho juros e amortizações de empréstimos com o fim exclusivo
do membro do Governo responsável pela área de ocorrer a despesas extraordinárias resultantes de
das Finanças. calamidades públicas ou para aquisição, construção ou
recuperação de habitação social.
3. Os empréstimos de curto prazo só podem ser
contraídos para ocorrer a dificuldades de tesouraria, não 12. Os empréstimos municipais podem beneficiar de
podendo o seu montante exceder, em momento algum, 10% bonificação de juros, dentro dos limites fixados no
das receitas efectivamente cobradas no ano económico Orçamento de Estado e nos termos do decreto
anterior, excluídas as contas de ordem. regulamentar a que se refere o n.° 17 do presente artigo.
4. Os empréstimos para saneamento financeiro 13. Apenas podem constituir garantias dos empréstimos
destinam-se à consolidação de passivos financeiros ou outros, contraídos pelo Município:
designadamente nos casos de desequilíbrio financeiro grave,
estão sujeitos ao limite de endividamento e não podem ter As respectivas receitas municipais, com excepção
um prazo de vencimento superior a dez anos. dos subsídios, comparticipações e receitas
consignadas;
5. Os empréstimos para reequilibro financeiro
destinam-se à resolução de situações de desequilíbrio A hipoteca de imóveis do domínio privado
financeiro estrutural ou de ruptura financeira, desde que disponível, quando os empréstimos se destinem
se mostre esgotada a capacidade de endividamento e não a habitação social;
podem ter um prazo de vencimento superior a dez anos.
A consignação de rendimentos esperados dos
6. Os empréstimos contraídos para aplicação em investimentos que possam auto-financiar-se.
investimentos não podem, em caso algum, exceder a vida útil
do respectivo investimento e o limite máximo de vinte anos. 14. Os empréstimos municipais podem também ser
garantidos por aval do Estado quando seja demonstrada
7. Compete à Assembleia Municipal, sob proposta da cabalmente a viabilidade dos projectos de investimento a
Câmara Municipal, autorizar o recurso pelo Município ao que se destinam e o Município requerente demonstre uma
crédito. situação financeira e de tesouraria saudáveis.

8. A possibilidade de recurso ao crédito a curto prazo 15. Para efeitos do disposto no número anterior, o
nos termos do n.'3 carece apenas de deliberação da Câmara Município requerente do aval deve apresentar ao membro
Municipal e não pode exceder o final do ano económico em do Governo responsável pela área das Finanças um estudo
curso, ficando esta na obrigação de informar a Assembleia técnico-económico e financeiro do projecto de investimento
Municipal na sessão seguinte. e da sua situação financeira relativamente aos três últimos
1060 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

exercícios, bem como um orçamento previsional para os Artigo 12°


três anos subsequentes.
(Fundo de Solidariedade Municipal)
É proibido aos Municípios o aceite e saque de letras
de câmbio, a concessão de avales cambiários, bem como a O FSM visa reforçar a coesão municipal, promovendo
a correcção de assimetrias em benefício dos Municípios
subscrição de livranças e a concessão de garantias pessoais.
mais pobres.
O regime do crédito municipal é estabelecido por
decreto regulamentar. No FSM só participam os Municípios que tenham
um nível de capitação média dos impostos municipais
Secção IV inferior à média nacional e que tenham uma proporção de
população de pobres distantes da linha de pobreza superior
Artigo 9°
ou igual à média nacional, à luz dos critérios estabelecidos
(Alienação de bens) pelo Instituto Nacional de Estatística.

A alienação de bens patrimoniais do Município faz-se por A repartição do FSM faz-se com base nos índices de
concurso público ou em hasta pública, nos termos da lei. insuficiência fiscal e de pobreza referidos no n° 2 e nas
fórmulas indicadas nos números seguintes.
Secção V
A distribuição da verba do FSM pelos Municípios
Artigo 10°
com direito a nele participar efectua-se de conformidade
(Fundo de Financiamento dos Municípios) com a fórmula:

Os Municípios participam, por direito próprio, nas CF = Pm*(CniCmi)


receitas provenientes dos impostos directos e indirectos do
Estado, nomeadamente o Imposto único sobre os Na fórmula prevista no número anterior, CF é o
Rendimentos (IIJR), o Imposto sobre o Valor Acrescentado valor da correcção fiscal do Município, Pm é a população
(NA), o Imposto sobre Consumos Especiais (ICE), o Imposto residente no Município, Cni é a capitação nacional de
de Selo e os Direitos Aduaneiros. impostos municipais e Cmi é a capitação em impostos
municipais do Município.
Para efeitos do disposto no número 1, é criado o
Fundo de Financiamento dos Municípios (FFM). O montante do FSM remanescente depois da
repartição referida no n° 4 é repartido em conformidade
O FFM é anualmente dotado no Orçamento de Estado com a fórmula:
pela transferência não consignada de 10% do valor dos vi
P=
impostos directos e indirectos efectivamente cobrados no
penúltimo ano anterior àquele a que o Orçamento se refere,
excluindo os impostos consignados por lei, bem como as Na fórmula prevista no número anterior, Pé o índice,
derramas e outros impostos municipais eventualmente ou o peso atribuído a cada município na distribuição do
cobrados pela administração fiscal do Estado. FSM e>: v, corresponde à soma dos v,de todos os
Municipios que têm direito a FSM.
O FFM é repartido da seguinte forma:
Para efeitos do disposto no n°6:
75% Para o Fundo Municipal Comum (FMC);
Vi = pop i * *Z
25% Para o Fundo de Solidariedade Municipal
Na fórmula prevista no número anterior,P0P, é a
(FSM). população em cada Município com direito a FSMP é a
Artigo 11° Profundidade da Pobreza em cada Município que tem
direito a FSM e z corresponde ao Limiar da Pobreza
(Fundo Municipal Comum) calculado pelo Instituto Nacional de Estatística.
O FMC é uma verba na qual todos os Municípios Artigo 13°
participam nos seguintes termos:
(Garantia de crescimento mínimo e máximo
20 % Repartidos igualmente por todos os da transferência para os Municípios)
Municípios;
Quando da aplicação dos critérios estabelecidos nos
50 % Repartidos na razão directa da população
artigos 110 e 12° resultar valor do FFM inferior ao do ano
residente de cada Município;
anterior, este é corrigido para igual montante.
e) 15% Repartidos na razão directa da população
infanto-juvenil residente, dos zero aos dezassete A diferença apurada entre o valor total obtido pela
anos, de cada Município; aplicação do número anterior e o total do FFM previsto é
deduzida proporcionalmente pelo FFM de cada Município
d) 15% Repartidos na razão directa da superficie do que tenha um aumento em relação ao ano anterior superior
território de cada Município. à média geral de crescimento.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1061

3. O disposto nos números anteriores não é aplicável A cooperação técnica e financeira prevista na presente
quando haja alteração significativa e cumulativa dos lei está sujeita, nomeadamente, aos princípios da igualdade,
indicadores referidos nas alíneas b), e) e d) do artigo 11.0 da imparcialidade, da justiça e da transparência.
Artigo 14°
Não são permitidas quaisquer formas de subsídios
(Tarifas e preços de serviços) ou comparticipações financeiras aos Municípios por parte
do Estado, dos serviços e fundos autónomos, das empresas
1. As tarifas e preços de serviços a que se refere a alínea públicas, das empresas mistas ou das empresas
g) do artigo 5° respeitam às seguintes actividades concessionárias de serviços públicos, salvo o disposto na
realizadas directamente por serviços municipais ou em presente lei.
regime de concessão:
Poderão ser excepcionalmente inscritas no
Abastecimento de água e energia;
Orçamento do Estado verbas para o financiamento de
Recolha, depósito e tratamento de lixos e resíduos projectos dos Municípios de grande relevância para o
sólidos; desenvolvimento regional ou local quando se verifique a
sua urgência e a manifesta e comprovada incapacidade
Ligação, conservação e tratamento de esgotos e financeira dos Municípios interessados em os realizar.
outros sistemas de drenagem de águas
residuais; O Governo pode ainda tomar providências
orçamentais para conceder auxílios financeiros aos
Transportes urbanos colectivos de passageiros e Municípios, nos seguintes casos:
transporte de mercadorias,-
Transporte escolar; Calamidade publica;

j) Produção e distribuição de inertes em locais Instalação de novas autarquias locais;


autorizados;
Recuperação de áreas degradadas ou renovação
Quaisquer outros serviços prestados em regime urbana, quando o peso do investimento
de concessão; ultrapasse a capacidade de financiamento
municipal;
Quaisquer outras actividades cuja prestação
incumba a serviços autónomos municipais ou Desencravamento de povoações;
a empresas municipais;
Resolução de bloqueamentos graves que afectem
Í) Outras actividades que, por deliberação da de modo relevante o funcionamento dos serviços
Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara municipais, nomeadamente os de saneamento
Municipal, devam ser prestadas em regime básico, de protecção civil, de transporte colectivo
empresarial por serviços municipais. de passageiros, de produção e distribuição de
2. Salvo tratando-se de serviços de interesse vital para energia eléctrica e de abastecimento de água;
as populações, a determinar pela Assembleia Municipal,
sob proposta da Câmara Municipal, as tarifas e preços a 1) Verificação de circunstâncias anormais que
praticar devem assegurar uma exploração equilibrada do comprometam o equilíbrio das finanças
serviço, permitindo cobrir os encargos da exploração e municipais, não imputáveis aos órgãos
administração e a reintegração dos equipamentos. municipais;

Artigo 15° Construção, reconstrução, recuperação ou


reparação de edifícios sede dos Municípios
(Cooperação técnica e financeira)
negativamente afectados na respectiva
1. O Governo e os Municípios poderão, mediante acordos funcionalidade;
específicos e dentro dos limites e condições estabelecidos
no presente artigo, cooperar técnica e financeiramente na Transferência de novas atribuições ou
realização das respectivas atribuições, designadamente: competências;

Na modernização administrativa dos Municípios; Bonificação de juros nos termos do decreto


regulamentar a que se refere o n° 12 do artigo
No processo de transferência de novas atribuições 8° da presente lei.
e competências para os Municípios;
6. As providências orçamentais a que se referem os nos
Na execução descentralizada do Programa
4 e 5 deverão ser discriminadas por sectores, Municípios e
Plurianual de Investimentos Públicos; programas.
Na execução de projectos municipais relevantes
paraodesenvolv-imentoregionaloulocal; 7. A cooperação técnica e financeira deve ser
formalizada através de instrumentos contratuais entre o
Na liquidação e cobrança de impostos, taxas e Estado e os Municípios, obrigatoriamente publicados no
outras receitas municipais. Boletim Oficial.
1062 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

8. O Governo estabelece, por decreto regulamentar, a social ou cultural, nos termos e formas previstas no Código
cooperação técnica e financeira prevista no presente artigo. Geral Tributário (CGT), com as necessárias adaptações
quanto ao processo administrativo.
Artigo 16°
6. À reclamação graciosa ou impugnação judicial da
(Coimas)
liquidação de impostos municipais, bem como das taxas,
1. O Município pode estabelecer coimas por contra- encargos de mais-valias e demais receitas municipais de
ordenação municipal, nos termos da lei. natureza fiscal, e às infracções às respectivas normas
reguladoras aplicam-se as normas do CGT e do Código de
2. Considera-se contra-ordenação municipal a violação Processo Tributário (CPT), salvo disposição expressa em
às posturas ou regulamentos policiais de natureza genérica contrário.
e execução permanente.
Artigo 18°
3. Salvo disposição legal em contrário, o Município não (Liquidação e cobrança dos impostos municipais)
pode estabelecer coimas de montante inferior a 3.000$00
(três mil escudos) nem superior a 300.000$00 (trezentos A liquidação e cobrança dos impostos municipais
mil escudos) para pessoas singulares, ou 4.000.000$00 incumbe aos serviços municipais, salvo o disposto no
(quatro milhões de escudos) para pessoas colectivas. presente artigo.
4. Salvo disposição legal em contrário, as coimas são A Câmara Municipal pode, por acordo com o Estado,
estabelecidas pela Assembleia Municipal, sob proposta da delegar nos serviços fiscais da administração central a
Câmara Municipal. liquidação e cobrança dos respectivos impostos municipais,
mediante uma comissão que não poderá exceder 5% dos
5. A aplicação das coimas estabelecidas nas posturas e montantes liquidados ou cobrados, respectivamente.
regulamentos policiais do Município compete aos
respectivos órgãos executivos, às suas delegações Nos casos referidos no número anterior, a receita
municipais e aos seus serviços municipais organizados a dos impostos municipais cobrados é transferida para os
nível dos bairros e povoados, dentro dos limites máximos respectivos municípios até ao fim do mês seguinte ao da
estabelecidos pela Assembleia Municipal para cada uma cobrança, deduzida da comissão.
das entidades aplicadoras.
Artigo 19°
6. Às contra-ordenações municipais e ao seu (Compensação por benefícios fiscais)
processamento é aplicável o regime geral das contra-
ordenações estabelecido por lei. Os Municípios têm direito a ser compensados, através
de verba a inscrever no Orçamento de Estado, pelo
7. Pertence também ao Município o produto da cobrança montante de receita perdida em virtude de isenções ou
das coimas que, por lei ou regulamento, para ele reverta, reduções de impostos municipais concedidas pelo Estado
total ou parcialmente. no ano anterior.
Artigo 17° Artigo 20°
(Regime geral dos impostos municipais) (Execução fiscal municipal)

1. São impostos municipais: A cobrança coerciva de créditos do Município é feita


mediante processo de execução fiscal municipal e mediante
O Imposto Único sobre o Património (IUP); reclamação de créditos em processo de execução que não
seja fiscal.
O Imposto Municipal sobre Veículos Automóveis,-
O processo de execução fiscal municipal destina-se à
Outros que venham a ser criados como tais. cobrança coerciva dos créditos do Município por:
2. Os impostos municipais são criados pela Assembleia Impostos e taxas municipais e respectivos juros e
Nacional nos termos previstos na Constituição e na lei. demais encargos legais;
3. Na criação de impostos municipais são tidos em conta Encargos de mais valias;
os princípios gerais do sistema fiscal e do regime de finanças
locais estabelecidos na Constituição e no Código Geral Reembolsos e reposições;
Tributário (CGT).
Coimas fixadas em decisões, sentenças ou
4. As taxas dos impostos municipais podem ser acórdãos relativos a contra-ordenações fiscais,
alteradas pela lei do Orçamento do Estado ou por lei salvo quando aplicadas pelos tribunais comuns,-
específica.
Outras dívidas, que não provenham de contrato,
5. Podem ser concedidas isenções, reduções de taxas cuja obrigação de pagamento tenha sido
ou outros benefícios fiscais relativamente aos impostos reconhecida por deliberação da Câmara
municipais em casos de reconhecido interesse económico, Municipal.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1063

3. O processo de execução fiscal municipal segue os 6. O Município poderá, ainda, em alternativa aos
termos do processo de execução fiscal regulado no CPT, regimes previstos nos n°s 3 e 4, optar por, mediante
com as seguintes adaptações: contrato, delegar a execução fiscal municipal nos serviços
desconcentrados de execução fiscal do Estado no respectivo
A execução fiscal corre pela secretaria municipal, Concelho.
salvo o disposto no n.° 5;
CAPÍTULO III
Tem legitimidade para promovera execução fiscal
Presidente da Câmara Municipal ou vereador Princípios e Regras Orçamentais
em quem tenha delegado tal competência, salvo
Artigo 21°
disposto no n.° 5;
(Autonomia orçamenta!)
As competências atribuídas ao membro do
Governo responsável pela área das finanças, à O orçamento do Município é independente na sua
Direcção Geral das Contribuições e Impostos ou elaboração, aprovação e execução, sem prejuízo do disposto
ao seu Director Geral, são exercidas pelo na presente lei e, quanto à consolidação orçamental do
Presidente da Câmara Municipal ou por Sector Publico Administrativo, na Lei de Enquadramento
Vereador em quem tenha delegado; do Orçamento de Estado.
As competências atribuídas ao chefe da repartição Artigo 22°
de finanças e à repartição de finanças são
(Anualidade)
exercidas pelo secretário municipal e pela
secretaria municipal, salvo o disposto no n.'5; O orçamento do Município é anual, sem prejuízo de
possibilidade de nele serem integrados programas e
As competências atribuídas ao representante da projectos que implicam encargos plurianuais.
Fazenda Pública e à Fazenda Pública são
exercidas pelo tesoureiro municipal; O ano económico coincide com o ano civil.

/9 As funções de escrivão do processo e de oficial de Artigo 23°


diligências são exercidas por funcionários ou
(Unidade e universalidade)
agentes municipais designados como tais pela
Câmara Municipal, salvo o disposto no n.'5. O orçamento é unitário e compreende todas as
receitas e despesas do Município.
4. Poderá o Município, em alternativa ao regime
estabelecido no número anterior, criar um serviço As receitas e despesas dos serviços autónomos
autónomo encarregado da cobrança coerciva dos créditos municipais deverão ser indicadas, em termos globais, no
municipais. orçamento do Município, em contas de ordem.
5. Nos casos em que se tenha criado o serviço referido Em anexo ao orçamento do Município devem constar
no número precedente: os orçamentos discriminados dos serviços autónomos e
empresas municipais.
Correrão por ele os processos de execução fiscal
municipal; Artigo 24°

Competirá ao respectivo chefe, habilitado com (Equilíbrio)


curso superior que confira o grau de licenciatura,
a legitimidade para promover a execução fiscal O orçamento deverá prever os recursos necessários
municipal, bem como a representação do para cobrir as despesas nele inscritas.
Município em processos executivos comuns para As receitas correntes serão, pelo menos, iguais às
cobrança de créditos municipais ou em despesas correntes.
negociações para cobrança extra-judicial de tais
créditos; Artigo 25°

e) Competirá a um quadro do serviço com formação (Especificação)


jurídica, designado pelo respectivo chefe ou a
O orçamento especificará suficientemente as receitas
um licenciado em direito exterior ao serviço,
e as despesas nele previstas.
contratado em regime de prestação de serviços,
exercício da competência atribuída pelo Código São nulos os créditos que possibilitem a existência
do Processo Tributário ao chefe da repartição de dotações para utilização confidencial ou para fundos
de finanças ou à repartição de finanças; secretos.
d) As funções de escrivão do processo ede oficial de 3. Na rubrica de exercícios findos só podem ser
diligências serão exercidas por funcionários ou inscritas despesas que nos anos anteriores tenham sido
agentes do serviço, designados como tais pelo realizadas em conformidade com os princípios e normas
respectivo chefe. da presente lei.
1064 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

4. Os recursos disponibilizados por outras entidades Artigo 29°


públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou
internacionais, para suportar actividades realizadas pelo (Princípio geral)
Município só poderão ser considerados como fundos extra-
O orçamento municipal é aprovado em prazo que
orçamentais quando respeitem a actividades
permita respeitar a exigência de consolidação orçamental
extraordinárias fora do âmbito normal das atribuições
requerida pela Constituição e pelo artigo 5° da Lei de
municipais, devendo, em todos os demais casos, ser
Enquadramento do Orçamento de Estado.
especificados como receita municipal, mesmo que
consignada.
Para efeitos do disposto no número precedente, até
Artigo 26° 30 de Junho do ano anterior ao que o orçamento respeita,
departamento governamental responsável pela área das
(Proibição da consignação)
Finanças comunicará, por escrito, à ANMCV, a repartição,
1. No orçamento municipal não pode afectar-se o por cada Município, do montante global das transferências
produto de quaisquer receitas à cobertura de determinadas previstas no artigo 10°, com base nos critérios estabelecidos
despesas, salvo tratando-se de: nos artigos 110 a 13° da presente lei.

Recursos disponibilizados ao Município no âmbito CAPÍTULO IV


da cooperação internacional descentralizada ou
da cooperação técnica e financeira com o Estado Procedimentos para a elaboração e organização
ligados a actividades ou finalidades do Orçamento do Município
determinadas;
Secção 1
Recursos provenientes de crédito de médio ou longo
prazos; Artigo 30°

Recursos disponibilizados por outras entidades (Elaboração da proposta de orçamento)


públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras
ou internacionais, para suportar actividades ou A proposta de orçamento municipal para o ano
finalidades determinadas e que não devam ser económico seguinte é elaborada pelo Presidente da Câmara
considerados como fundos extra-orçamentais; Municipal e submetida à apreciação da Câmara Municipal
até 31 de Julho do ano em curso.
Outras receitas consignadas por lei.
O orçamento pode ser apresentado sob a forma de
2. As receitas consignadas só poderão ser utilizadas para orçamento programa, englobando as receitas e as despesas,
liquidação e pagamento de despesas, na medida das qual deverá reflectir as políticas, os objectivos, as metas
disponibilidades existentes e proporcionadas pela cobrança e as actividades a serem desenvolvidas de acordo com o
efectiva das receitas, confirmada pela sua entrada nos plano de actividades.
cofres da tesouraria municipal.
3. Sem prejuízo do disposto no n° 1 do artigo 22° da
3. As receitas consignadas deverão constar de um mapa
presente lei, o orçamento programa pode ser apresentado
informativo, anexo ao orçamento, com a indicação das
sob a forma de orçamento plurianual.
respectivas contrapartidas em despesas, sejam elas de
funcionamento ou de investimento. Artigo 31°
Artigo 27°
(Despesas obrigatórias)
(Não compensação)
As despesas obrigatórias derivadas da satisfação de
Todas as receitas serão inscritas no orçamento pela compromissos assumidos contratualmente pelo Município,
importância integral em que forem avaliadas, sem dedução impostas por lei ou por consignação de receitas, devem ser
alguma para encargos de cobrança ou de qualquer outra integralmente dotadas e ter primazia face a outras
natureza. despesas.
Todas as despesas serão inscritas no orçamento pela Consideram-se despesas obrigatórias,
importância integral, sem dedução de qualquer espécie. nomeadamente, os encargos fixos e permanentes com o
Artigo 28° pessoal que mantém vínculo contratual com o Município,
subsídio de reintegração dos eleitos locais que deixem de
(Classificação das receitas e despesas) ser, os encargos decorrentes de contratos de empreitada
A classificação das receitas e despesas orçamentais ou de fornecimento em curso, o reembolso de empréstimos
obedece ao Plano Nacional de Contabilidade Pública. contraídos, as transferências correntes e de capital
impostas por lei ou assumidas legalmente pelo Município
Por decreto-lei, poderão ser feitos ajustamentos à e as despesas permanentes objecto de contratos, como sejam
classificação referida no número anterior, tendo em vista as rendas de casa, os prémios de seguros, a segurança e
a sua melhor adequação ao normal funcionamento dos higiene de instalações e outras obrigações resultantes de
Municípios. contratos de prestação de serviços.
I SÉRIE N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1065

3. Na preparação do orçamento as despesas obrigatórias 3. O orçamento de investimentos deve apresentar fichas


deverão ser devidamente identificadas e quantificadas, de programa, sub-programa e projectos que deverão conter
servindo como o primeiro elemento para a determinação de forma resumida e clara os seguintes elementos:
do equilíbrio orçamental e para o apuramento das
necessidades de financiamento. Descrição sumária, objectivos, metas, principais
políticas e medidas e a estrutura de gestão de
Artigo 32°
cada programa e o respectivo orçamento;
(Despesas com o pessoal)
Objectivos, metas, principais políticas e medidas
1. As despesas com o pessoal deverão ter uma de indicadores de resultados de cada sub-
relevância especial no processo de elaboração do orçamento, programa e respectivo orçamento;
nomeadamente através da observância dos seguintes
princípios: Projectos enquadrados nos programas e sub-
programas contendo todos os elementos que
A elaboração do orçamento de despesas com o permitam a sua validação para financiamento
pessoal que representem remunerações certas e avaliação da sua execução, nomeadamente a
e permanentes e encargos com a segurança coerência com as políticas, objectivos e metas
social deve ser feita partindo das listas nominais dos programas e sub-programas em que se
dos efectivos existentes, indicando a situação integram, os custos directos e correntes, a
funcional e o tipo de vínculo dos funcionários e programação física financeira das actividades
agentes do Município; a desenvolver e os indicadores de resultados.
Do orçamento de despesas com o pessoal deverão 4. Cada projecto deve indicar, obrigatoriamente, as
constar mapas dos efectivos existentes e mapas fontes de financiamento e todas as informações relevantes
de previsão de acréscimos de despesas com o para um adequado enquadramento, classificação e
pessoal resultantes de nomeações, execução orçamental das despesas correspondentes.
recrutamentos, progressões, promoções,
reclassificações, abonos, subsídios e quaisquer Secção II
outras situações previsíveis que possam ocorrer
durante o exercício económico a que se refere o Artigo 35°
orçamento, susceptíveis de alterar os montantes
dos encargos resultantes da previsão inicial (Conteúdo da proposta de orçamento)
efectuada com base no quadro dos efectivos
existentes. A proposta do orçamento a submeter à aprovação da
Assembleia Municipal deve conter o articulado da
2. A dotação orçamental para a cobertura de despesas respectiva proposta de deliberação, os mapas orçamentais
resultantes das previsões de acréscimos de despesas com e ser acompanhada de anexos informativos.
o pessoal nas situações previstas na alínea b) do número
anterior será inscrita no orçamento como encargos Artigo 36°
provisionais com o pessoal através de uma rubrica própria. (Conteúdo do articulado da proposta de deliberação)
3. As despesas com o pessoal, incluindo os encargos
provisionais com o pessoal, não podem exceder 50% das O articulado da po>stt de deliberação (leve conter:
receitas correntes previstas no orçamento.
As condições de aprovação dos mapas orçamentais
Artigo 33° e as normas necessárias para orientar a
execução orçamental;
(Dotação provisional)
A indicação das fontes de financiamento que
Poderá ser inscrita uma dotação provisional para servir
acresçam as receitas efectivas municipais,
exclusivamente de contrapartida de reforços ou de
inscrições de verbas determinadas pala necessidade de nomeadamente no que se refere a
acorrer a despesas inadiáveis insuficientemente dotadas financiamentos previstos através de acordos de
geminação e outros, bem como a indicação do
ou não previstas.
destino a dar a esses fundos;
Artigo 34°
O montante, as condições gerais e a aplicação
(Estruturas e organização do orçamento de prevista de financiamentos a obter junto de
investimento)
instituições de crédito, nos termos do artigo 80
1. O orçamento de investimentos é apresentado sob a da presente lei;
forma de programas, sub-programas e projectos, podendo
ser plurianual. Todas as outras medidas que se revelem
indispensáveis à correcta gestão orçamental do
2. O orçamento de investimentos é elaborado de acordo Município para o ano económico a que o
com o plano de actividades do Município. orçamento se destina.
1066 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

Artigo 37° Municípios, ouvida a ANMCV, tendo em vista a sua melhor


adequação possível ao normal funcionamento dos
(Estrutura dos mapas orçamentais) Municípios e à eficiência do controlo da execução
350 orçamental.
1. Os mapas orçamentais a que se refere o artigo
da presente lei são os seguintes: Artigo 38°

Mapa 1 Receitas correntes e de capital do


-
(Anexos informativos)
Município, especificadas segundo urna
classificação económica e orgânica; 1. Com a proposta de orçamento, o Presidente da
Câmara Municipal apresentará à Assembleia Municipal
Mapa II Despesas de funcionamento e de
-
os elementos necessários à justificação da política
investimento do Município, especificadas orçamental municipal para o período da vigência do
segundo uma classificação económica e orçamento apresentado e, designadamente, os seguintes
orgânica; relatórios e elementos:
Mapa III- Despesas de funcionamento e de As prioridades e as metas para a política fiscal e
investimento do Município, especificadas para as políticas de despesas e da dívida pública
segundo uma classificação funcional; municipais;
Mapa IV Receitas dos serviços autónomos
-
Política de gestão dos recursos humanos,
municipais, segundo uma classificação orgânica nomeadamente no que se refere à formação e
e económica; ao recrutamento de pessoal;
Mapa V Despesas dos serviços autónomos
-
Evolução, nos últimos três anos, da situação da
e)
municipais, especificadas segundo urna dívida pública municipal e a sua estrutura e
classificação económica e orgânica; composição, indicando a sua variação líquida e
as previsões para o exercício económico a que
j9 Mapa VI Despesas dos serviços autónomos
-

respeita o Orçamento do Município;


municipais, especificadas segundo uma
classificação funcional; Operações de tesouraria e contas bancárias do
Município, com o apuramento dos respectivos
g Mapa VII - Orçamento consolidado das receitas
correntes e de capital e das despesas de saldos;
funcionamento do Município e dos serviços
Mapas de evolução da execução das receitas e
autónomos municipais, segundo uma
despesas do Município nos últimos três anos,
classificação económica;
de acordo com a estruturação prevista no n.° 1
Mapa VIII Orçamento consolidado das receitas
-
do artigo 36° da presente lei, e análise
correntes e de capital e das despesas de comparativa relativamente às previsões para o
funcionamento do Município e dos serviços exercício económico a que respeita o Orçamento
autónomos municipais, segundo uma do Município;
classificação orgânica;
)9 Receitas consignadas, com a indicação das
Mapa IX Orçamento consolidado das despesas
-
respectivas contrapartidas em despesas de
do Município e dos serviços autónomos funcionamento e de investimentos;
municipais, segundo urna classificação
funcional; g) Mapas dos efectivos, das previsões de acréscimo
de despesas com o pessoal e orçamento de
Mapa X Programas de Investimentos Públicos
-
encargos provisionais com o pessoal, previstos
Municipais, estruturado por programas, sub- na alínea b) do n.° 1 do artigo 32° da presente
programas e projectos; lei;

Mapa XI Resumo das operações fiscais do


-
Ii) Situação financeira de todos os serviços autónomos
Município especificando os saldos e a natureza municipais.
do seu financiamento.
2. Além disso, devem também ser remetidos os
2. A estrutura dos mapas a que se refere o número seguintes relatórios:
anterior é a dos correspondentes mapas do Orçamento de
Estado, salvo disposição em contrário. Formas de financiamento do eventual déficit
orçamental efectivo e das amortizações;
3. Sem prejuízo da tendencial uniformização com os
mapas orçamentais do Orçamento de Estado, a estrutura Justificação das previsões das receitas fiscais com
dos mapas pode ser alterada por portaria dos membros do discriminação da situação dos principais
Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e dos impostos e taxas.
I SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1067

Secção III No caso previsto na segunda parte do número


anterior, a regularização e actualização de tais elementos
Artigo 39°
serão feitas por via de orçamento rectificativo a aprovar
(Discussão e aprovação)
até 31 de Março do ano em curso.

Artigo 41°
A Câmara Municipal, através do seu Presidente,
apresenta à Assembleia Municipal, até 25 de Agosto de
(Publicidade)
cada ano, a proposta de orçamento municipal para o ano
económico seguinte. A deliberação da Assembleia Municipal que aprova o
orçamento, bem como as suas alterações e os respectivos
A proposta de orçamento municipal é exposta nos mapas deverão ser publicados no Boletim Oficial.
Paços do Concelho, para consulta pública, durante pelo
menos dez dias, a contar da sua apresentação nos termos CAPÍTULO V
do número anterior.
Execução do Orçamento
A Assembleia Municipal aprova o orçamento
municipal para o ano económico seguinte até 20 de Secção 1
Setembro de cada ano.
Artigo 42°
Para efeitos informativos e de consolidação
orçamental do Sector Público Administrativo, até 1 de (Execução orçamental)
utubro de cada ano, o presidente da Assembleia
Municipal deve enviar ao membro do Governo responsável A Câmara Municipal deve tomar as providências
pela área das Finanças o orçamento municipal aprovado necessárias para que o orçamento municipal possa
para o ano económico seguinte ou comunicar-lhe a sua começar a ser executado no início do ano económico a que
não aprovação, indicando as razões justificativas. se destina, devendo, no exercício do poder de execução
orçamental, adoptar as deliberações necessárias que
O Presidente da Assembleia Municipal deve adoptar garantam o princípio da mais racional utilização possível
as medidas necessárias para a publicação do orçamento das dotações orçamentais e o princípio da melhor gestão
municipal até 31 de Dezembro do ano anterior àquele a da tesouraria.
que corresponde.
Artigo 43°
Artigo 40°
(Efeitos do orçamento das receitas)
(Atraso na aprovação do projecto de orçamento)
Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada,
Se, por qualquer razão, o orçamento municipal não mesmo que seja legal, se não tiver sido objecto de inscrição
for aprovado pela Assembleia Municipal antes do início do orçamental.
ano económico a que se refere, mantém-se transitoriamente
em vigor o orçamento do ano anterior, incluindo o A cobrança pode, todavia, ser efectuada mesmo para
irticulado e os mapas orçamentais, com as alterações que além dos valores inicialmente previstos no orçamento.
iele hajam sido formalmente introduzidos ao longo da sua
execução, até aprovação do novo orçamento. Os actos administrativos que directamente envolvem
perda de receita fiscal devem ser fundamentados e
A manutenção transitória da vigência do orçamento publicados.
do ano anterior abrange a autorização para a cobrança de
todas as receitas nele previstas, bem corno a prorrogação As receitas liquidadas e não cobradas até 31 de
da autorização de cobrança das que se destinavam a Dezembro deverão ser contabilizadas pelas correspondentes
vigorar apenas até o final do referido ano. rubricas do orçamento de ano em que a cobrança se
efectuar.
Durante o período transitório referido no n° 1, só
podem ser autorizadas, processadas e liquidadas, Artigo 44°
mensalmente, despesas até ao limite de um duodécimo
das despesas fixadas nos mapas do exercício precedente. (Realização de despesas)

Durante o período transitório referido nos números Nenhuma despesa pode ser assumida, autorizada e
anteriores são aplicáveis os princípios sobre alterações paga sem que, para além de ser legal, se encontre
orçamentais estabelecidos no artigo 460 . suficientemente discriminada no orçamento, tenha
cabimento no correspondente crédito orçamental e obedeça
O orçamento municipal referente ao ano económico ao princípio da utilização por duodécimo, salvas, nesta
em curso deve ser obrigatoriamente aprovado até 31 de última matéria, as excepções previstas na lei.
Janeiro desse ano, mesmo que a totalidade dos elementos
necessários, designadamente quanto a receitas, não esteja Excluem-se do regime duodecimal as despesas de
disponível. investimentos.
1068 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

As dotações orçamentais constituem o limite máximo transferências do Estado que, à data da


a utilizar na realização das despesas, tendo em conta as aprovação do orçamento, não estavam
alterações orçamentais que forem efectuadas ao abrigo do definitivamente fixadas;
artigo W.
/) As alterações nos orçamentos dos serviços e fundos
As despesas a realizar com compensação em receitas autónomos municipais que não envolvam
legalmente consignadas poderão ser autorizadas até à recurso ao crédito para além dos limites,
concorrência das importâncias cobradas. condições e aplicação estabelecidos pela
Assembleia Municipal na deliberação de
A utilização da rubrica exercícios findos só pode ser aprovação do orçamento.
feita para registar despesas que nos anos anteriores
tenham sido realizadas com respeito pelos princípios As alterações referidas no n.° 2 devem ser
estabelecidos no presente artigo. publicitadas e publicadas nos termos da lei, no prazo
máximo de sessenta dias a contar da sua aprovação.
Artigo 45°
As alterações referidas nas alíneas c), cl) e e) do n'2
(Administração orçamental e contabilidade pública) são comunicadas à Assembleia Municipal no prazo de
quinze dias, a contar da data da sua aprovação.
A aplicação das dotações orçamentais e o
funcionamento da administração orçamental obedecem às Quaisquer outras alterações ao orçamento do
normas de contabilidade pública. Município não previstas no n'2 só podem ser efectuadas
através de orçamento rectificativo proposto pela Câmara
A vigência e a execução do orçamento obedecem ao Municipal e aprovado pela Assembleia Municipal.
regime do ano económico.
O orçamento rectificativo deve, no que respeita às
Secção II modificações introduzidas, conter a mesma estrutura de
apresentação dos mapas e anexos informativos aprovados
Artigo 46° com o orçamento inicial.
(Alterações orçament ais) CAPÍTULO VI

No decurso da sua execução os órgãos municipais Fiscalização e responsabilidades orçamental


podem alterar o orçamento municipal através da inscrição
Secção 1
ou de transferências de verba, nos termos dos números
seguintes. Artigo 47°

São da competência da Câmara Municipal as (Fiscalização orçamenta!)


seguintes alterações orçamentais:
A fiscalização administrativa e financeira da
As transferências de dotações inscritas a favor de execução orçamental compete, além da própria Câmara
serviços que, no decorrer do ano económico, Municipal, à Assembleia Municipal e aos órgãos de
transitem de um departamento para outro; inspecção e de controlo administrativo do Estado com
competências na matéria, estabelecidas por lei, devend.
O reforço de verbas, por inscrição ou ser efectuada nos termos de legislação aplicável.
transferência, que tenham por contrapartida as A Câmara Municipal deve estabelecer e executar
dotações provisionais previstas nos artigos 32° dispositivos permanentes de acompanhamento, avaliação
n° 2 e 33° da presente lei; e fiscalização orçamental e financeira pelo menos
trimestralmente.
A inscrição de dotações orçamentais relativas a
donativos, internos ou externos, não previstos Para efeitos do disposto no número anterior, poderá
no orçamento; a Câmara Municipal recorrer a serviços externos
especializados através de contrato.
A inscrição ou reforço de dotações orçamentais
por contrapartida de empréstimos que venham A Assembleia Municipal poderá deliberar o
a ser disponibilizados ou utilizados durante o estabelecimento de dispositivos, pontuais e permanentes
período de execução orçamental e que à data da de fiscalização, que permitam o exercício adequado da sua
aprovação do orçamento não estavam competência, devendo a Câmara Municipal facultar os
efectivamente concedidos, desde que não meios e informações necessários aos objectivos a atingir,
ultrapassem dos limites, condições e aplicação de acordo com o que for definido pela Assembleia Municipal.
estabelecidos pela Assembleia Municipal na
deliberação de aprovação do orçamento; A Assembleia Municipal e a Câmara Municipal
deverão estabelecer dispositivos pontuais ou permanentes
A inscrição ou reforço de dotações orçamentais de acompanhamento das actividades dos serviços
por contrapartida em acréscimos de municipais autónomos.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1069

6. A fiscalização jurisdicional da execução orçamental execução orçamental nos termos do artigo 239° da
compete ao Tribunal de Contas e é efectuada nos termos Constituição e da legislação aplicável.
de legislação aplicável.
Artigo 51°
Artigo 48°
(Utilizações indevidas das dotações)
(Tutela inspectiva)
A utilização indevida das dotações, por parte dos
1. A tutela inspectiva do Governo sobre os Municípios, titulares dos órgãos municipais, quando não possa ser
em tudo o que se refere à gestão patrimonial e financeira, revelada em virtude das circunstâncias especiais em que
tem por objecto a verificação do cumprimento da lei no tenha ocorrido, é punida com coima até 100.000$00 (cem
que se refere às seguintes matérias: mil escudos) graduada segundo a gravidade da falta,
podendo os responsáveis ser obrigados a restituição das
Plano de actividades; importâncias indevidamente despendidas.
Orçamento e sua execução; Os titulares referidos no número anterior são apenas
Contabilidade; responsáveis pela utilização indevida das dotações se
tiverem excedido os limites das suas funções ou se, no
Criação, liquidação e cobrança de receitas; desempenho destas, tiverem procedido com dolo ou
negligência grosseira.
Endividamento;
A violação do disposto nono 1 do artigo 44° não poderá
)9 Gestão patrimonial; ser relevada, salvo em circunstâncias excepcionais, que
deverão ser invocadas pelos responsáveis e constar
g) Obrigações fiscais. detalhadamente do acórdão do Tribunal de Contas.
2. O Governo exercerá a tutela referida no número A efectivação das responsabilidades a que se refere
anterior através da Inspecção Geral das Finanças e em
-
n.° 1 do presente artigo compete ao Tribunal de Contas.
articulação com os serviços competentes do departamento
governamental que tutela os Municípios. Artigo 52.°

3. A inspecção a que se refere o número precedente será (Reintegração coerciva)


realizada ordinariamente uma vez por ano e
extraordinariamente sempre que se justificar. O Ministério Público promoverá, pelas vias judiciais
próprias, oficiosamente ou a pedido do Município interessado
Secção II ou do Tribunal de Contas, as necessárias diligências para
fazer entrar no cofre do Município as quantias pelas quais
Artigo 49°
os titulares dos órgãos municipais e seus funcionários ou
(Responsabilidade dos titulares dos órgãos municipais agentes tenham sido julgados responsáveis.
pela execução orçamental)
Secção III
Os titulares dos órgãos municipais a quem, por dever
do seu cargo, incumba dar cumprimento às normas de Artigo 53°
xecução orçamental e coincidentemente, dolosamente ou (Resultado da eert3ção orçamental
por negligência grosseira, as violem, designadamente
contraindo encargos não permitidos por lei, autorizando O resultado da execução orçamental consta de
pagamentos sem visto do Tribunal de Contas legalmente balancetes trimestrais e da conta de gerência.
exigido, autorizando ou promovendo operações de tesouraria
ou alterações orçamentais proibidas por lei ou violando Se no decorrer do ano financeiro se verificar a
reiteradamente o dever de informar relativamente ao substituição total da Câmara Municipal, deverão ser
orçamento e plano de actividades, balancetes trimestrais, organizadas separadamente contas de gerência relativas
conta de gerência, relatório de actividades e relatório sobre ao período decorrido até a sua substituição sem prejuízo
estado da administração municipal, incorrem em anual, e devendo o encerramento das contas reportar-se
ilegalidade grave para efeitos de perda de mandato e podem nesta hipótese, à data em que se processa a substituição.
ser responsabilizados civilmente pelos prejuízos sofridos
pelo município, constituídos na obrigação de repor dinheiros O Presidente da Câmara Municipal deve enviar
públicos ou condenados por crime de responsabilidade, nos regularmente à Assembleia Municipal os balancetes
termos da lei. trimestrais relativos à execução orçamental elaborados
pelos serviços competentes.
Artigo 50°
Artigo 54°
(Responsabilidade dos funcionários e agentes municipais
pela execução orçamental) (Âmbito da conta de gerência)

Os funcionários e agentes municipais são responsáveis A conta de gerência abrange as contas de todos os
financeira, civil, criminal e disciplinarmente pelas suas serviços municipais que não tenham natureza, forma e
acções e omissões de que resulte violação das normas de designação de empresa municipal.
1070 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE - 5 DE SETEMBRO DE 2005

Artigo 55° Municipal, ajulgamento do Tribunal de Contas até ao final


de Junho do ano seguinte àquele a que respeitarem.
(Princípios fundamentais)
5. No caso previsto no n° 2 ao artigo 53°, a respectiva
A conta de gerência deve ter uma estrutura idêntica
conta de gerência será enviada ao Tribunal de Contas
à do orçamento municipal, sendo elaborado pela Câmara
conjuntamente com a conta de gerência anual.
Municipal com clareza, exactidão e simplicidade, de modo
a possibilitar a sua análise económica e financeira. Artigo 59°

A conta de gerência deve ser apresentada também (Julgamento das contas)


sob forma consolidada.
O Tribunal de Contas julgará a conta de gerência dentro
Artigo 56° do prazo estipulado na lei e remetê-la-á, com o seu acórdão,
(Estrutura da conta de gerência) à Assembleia Municipal, bem como uma cópia ao
departamento governamental que tutela os municípios.
A conta de gerência compreende:
CAPÍTULO VII
O relatório do Presidente da Câmara Municipal
sobre os resultados da execução orçamental; Operações de tesouraria

Os mapas referentes à execução orçamental das Artigo 60°


receitas e despesas; (Operações de tesouraria)
e) Os mapas relativos à situação de tesouraria; 1. São operações de tesouraria os movimentos
Os mapas relativos à situação patrimonial; excepcionais de fundos efectuados nos cofres de tesouraria
municipal que não se encontrem sujeitos a disciplina do
A aplicação do produto de empréstimos; orçamento municipal, bem como as restantes operações
escriturais com eles relacionados.
19 A situação da dívida pública municipal;
2. As operações de tesouraria são passivas e activas,
g) Os mapas de origem e de ph çao de fundos correspondendo as activas à entrada de fundos nos cofres
originais das receitas consignadas por lei e O da tesouraria municipal e as passivas à saída de fundos
destino dado a eventuais saldos; daquele cofre.
h) Os mapas de contabilização dos subsídios e Artigo 61°
comparticipações recebidos do Estado para os
(Finalidades)
fins previstos no artigo 15° da presente lei e as
respectivas aplicações de fundos.
As operações de tesouraria têm por finalidades:
Artigo 57°
Antecipar receitas orçamentais cuja cobrança está
(Anexos informativos) prevista para o ano económico;
A Câmara Municipal deve remeter à Assembleia Colocar junto de instituições, designadamente do
Municipal, com o relatório e os mapas a que se refere o sistema bancário ou afins, eventuais
artigo anterior, todos os elementos necessários à disponibilidade de tesouraria;
justificação da conta apresentada.
e) Assegurar a gestão de fundos a cargo da tesouraria
Artigo 58° municipal.
(Elaboração, apresentação, apreciação e aprovação)
Artigo 62°
1. A conta de gerência é elaborada pelo competente (Proibição)
serviço municipal sob a responsabilidade do Presidente da
Câmara, que a submeterá a Câmara Municipal para É proibido realizar despesas orçamentais por operações
aprovação até o dia 1 de Março do ano seguinte a que de tesouraria.
respeitar.
Artigo 63°
A Câmara Municipal aprovará e apresentará a conta
de gerência até final do mês de Março do ano seguinte (Regularização orçamental)
àquele a se respeitar.
1. As operações de tesouraria referidas na alínea a) do
A Assembleia Municipal apreciará a conta de artigo 6l° deverão ser regularizadas no ano económico em
gerência na secção ordinária de Abril. que tiverem lugar, por via orçamental.

A conta de gerência será submetida, 2. A regularização, no caso de operações activas, far-


independentemente da sua apreciação pela Assembleia se-á por conta das dotações orçamentais.
i SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1071

3. Exceptuam-se do disposto no n° 1 do presente artigo: do Governo responsável pela área das Finanças, bem como
ao membro do Governo que exerce a tutela sobre as
O produto de empréstimo que não tenha sido Autarquias Locais, sobre o orçamento e o plano de
utilizado para cobertura das necessidades de actividades, balancetes trimestrais, conta de gerência,
financiamento decorrentes da execução relatório de actividades e relatório sobre o estado da
orçamental; administração municipal, nos termos e prazos do Decreto
Regulamentar n° 7/98, de 7 de Dezembro.
Outras situações devidamente justificadas que
tenham consagração na lei. 2. Para o mesmo efeito, deve o Presidente da Câmara
4. Os saldos das contas de operações de tesouraria Municipal remeter:
referidos nas alíneas b) e e) do artigo 61° podem transitar Ao serviço central das contribuições e impostos,
para os anos seguintes, não devendo ser ultrapassados, os mapas de contabilização das receitas fiscais
caso houver saldos activos, o limite a fixar anualmente, na liquidadas e cobradas pelo município em sede
deliberação que aprovar o orçamento pela Assembleia de JUP, até ao dia 10 do mês seguinte ao da
Municipal. liquidação e cobrança, de conformidade com
Artigo 64° modelo a indicar pelo referido serviço central;
(Competência) Ao Instituto Nacional de Estatística, a conta de
Compete exclusivamente ao Presidente da Câmara gerência e os respectivos mapas e anexos
Municipal autorizar e ordenar a realização de operações informativos previstos nos artigos 56° e 57° da
de tesouraria nos termos do artigo 61°. presente lei, até 31 de Maio do ano seguinte
àquele a que a conta respeita,
Artigo 65° independentemente da sua aprovação pela
(Fiscalização) Assembleia Municipal.
Artigo 69°
As operações de tesouraria estão sujeitas à fiscalização
do Tribunal de Contas, dos órgãos de inspecção e de controlo (Isenções)
administrativo do Estado.
O Estado e qualquer dos seus serviços e fundos
CAPÍTULO XIII autónomos, ainda que personalizados, estão isentos do
Relações entre a Administração Central e os pagamento de todos os impostos, taxas e encargos devidos aos
Municípios Municípios, nos termos da presente lei, com excepção do
Imposto único sobre o Património incidente em imóveis do
Artigo 66° domínio privado do Estado não afectos a actividades de interesse
(Transmissão mútua de informações) público e das tarifas e preços referidos no artigo 14°.

A transmissão de informações entre a Administração O Município e qualquer dos seus serviços e fundos
Central e os Municípios e vice-versa, nas áreas de finanças autónomos, ainda que personalizados, estão isentos de
e conexas, deve fazer-se utilizando a rede informática do quaisquer impostos, taxas e encargos devidos ao Estado,
Estado, salvo não havendo conexão entre as partes através excepto quando exerçam actividades de natureza
dessa rede. empresarial, designadamente comercial, industrial,
agrícola, piscatória ou de prestação de serviços.
Para efeitos do disposto na primeira parte do número
anterior, o Governo instalará em todos os Municípios os Artigo 70°
equipamentos e software necessários e prestar-lhes-á (Dívidas dos Municípios)
assistência técnica adequada à sua manutenção e
operacionalização. Quando o Município tenha, para com o Estado, dívida
Artigo 67° certa e líquida, pode o respectivo montante de capital e de
juros moratórios ser deduzido nas transferências
(Acompanhamento das finanças locais) financeiras não consignadas, que o Município tenha de
Para efeitos de uma adequada definição das políticas receber do Estado, até ao limite de 15% do montante global
globais da natureza económica e financeira, compete aos da transferência devida.
departamentos governamentais responsáveis pela tutela CAPÍTULO IX
dos Municípios e pelas Finanças acompanhar a evolução
da situação económica e financeira dos Municípios, em Regime financeiro dos serviços
termos a definir por lei.
Artigo 71°
Artigo 68°
(Concessão de Autonomia Financeira)
(Informações de natureza estatística,
orçamental e financeira)
1. Por deliberação da Assembleia Municipal poderá ser
1. Para efeitos do disposto no artigo 67°, o Presidente atribuída aos serviços municipais autonomia financeira
da Câmara Municipal tem o dever de informar ao membro para actos de gestão corrente.
1072 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

Os serviços dotados de autonomia financeira das despesas efectuadas, abrangendo ainda a análise da
possuem orçamento e contabilidade privativos, com sua eficiência e eficácia.
afectação de receitas próprias às despesas próprias, quer
os respectivos movimentos se façam pelos seus cofres, quer O controlo referido no número anterior será feito
se façam transitando pelos cofres municipais, competindo com base nos mapas justificativos e na documentação de
aos seus dirigentes autorizar a realização de despesas e o despesas remetidos e poderá envolver uma verificação
seu pagamento, podendo, nesse âmbito, realizar actos directa da contabilidade dos próprios serviços.
definitivos e executórios.
Será ainda assegurado ojulgamento das contas pelo
A competência da Câmara Municipal ou a do Tribunal de Contas.
Presidente da Câmara Municipal inclui sempre os
necessários poderes de direcção, supervisão e inspecção, CAPÍTULO X
bem como a prática dos actos que excedam a gestão Contabilidade Municipal
corrente.
Artigo 75°
Para efeito deste diploma, actos de gestão corrente
são todos aqueles que integra a actividade que os serviços (Contabilidade municipal)
desenvolvem para a prossecução das suas atribuições, com
A contabilidade municipal baseia-se no Plano
excepção dos que envolvam opções fundamentais de
Nacional de Contabilidade Pública e rege-se pelos princípios
enquadramento da actividade dos serviços e
e regras da contabilidade pública definidos por lei.
designadamente, que se traduzem na aprovação dos planos
de actividade e respectivos relatórios de execução ou na Tendo em conta a necessidade de assegurar a plena
autorização para a realização de despesas cujo montante harmonização das regras e procedimentos contabilísticos,
ou natureza ultrapassem a normal execução dos planos bem como a integração orçamental do Sector Público
aprovados. Administrativo, as Câmaras Municipais tomam as medidas
necessárias para que a adaptação dos planos de contas
Artigo 72°
municipais e as regras e procedimentos contabilísticos se
(Conservação de autonomia financeira) conformem ao disposto no número anterior.

A autonomia financeira dos serviços municipais só Para o efeito, o Governo e a Associação Nacional dos
poderá ser conservada se as suas receitas próprias Municípios Cabo-Verdianos criam uma equipa de
atingirem um mínimo de dois terços das suas despesas acompanhamento, com a finalidade de implementar todas
totais. as fases necessárias ao processo de adaptação da
contabilidade municipal às exigências do Plano Nacional
Para efeitos do número anterior, não são de Contabilidade Pública.
considerados como receitas próprias as resultantes de
transferências correntes e de capital do orçamento do Cabe ao Governo realizar os investimentos
município ou do orçamento do Estado ou de quaisquer necessários em equipamentos e sistemas informáticos
pessoas colectivas públicas. necessários à integração dos Municípios na rede
informática do Estado, bem como assegurar a formação
Artigo 73° de pessoal dos municípios nas aplicações informáticas de
gestão contabilística e orçamental, por forma a assegurar
(Cessação de autonomia financeira) que a transição para o sistema contabilístico da
A não verificação dos requisitos previstos no n° 1 do Administração Pública se faça, nos Municípios,
artigo anterior durante dois anos consecutivos determinará directamente por processos informáticos.
a cessação do respectivo regime financeiro e a aplicação do Por decreto-lei podem ser feitos ajustamentos ao
regime geral da autonomia administrativa. Plano Nacional de Contabilidade Pública tendo em vista a
A constatação da situação prevista no número sua melhor adaptação ao normal funcionamento dos
anterior será feita com base no exercício dos anos anteriores Municípios e à eficiência do controlo da execução
e a cessação do regime de autonomia administrativa e orçamental. Poderá, também, ser estabelecido um sistema
financeira será efectivada mediante deliberação da simplificado de contabilidade para os Municípios com
Assembleia Municipal, produzindo os seus efeitos a partir movimento de receita anual inferior ao montante nele
do início do ano económico seguinte ao da publicação. fixado.

Artigo 74° CAPÍTULO XI

(Controlo de gestão orçamental dos serviços dotados Disposições transitórias e finais


de autonomia financeira)
Artigo 76°
1. Sobre os serviços municipais dotados de autonomia Revogações
financeira, será efectuado um controlo sistemático
sucessivo da gestão orçamental, o qual incluirá a São revogados a lei n°76N/98, de 7 de Dezembro, e todas
fiscalização da conformidade legal e regularidade financeira as disposições que contrariem a presente lei.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1073

Artigo 77° correntes e as despesas de capital necessárias ao exercício


das suas competências.
Disposições transitórias
O orçamento do STJ é financiado por receitas
As alíneas b), o), p), q), s), t), u), w), v), y) ez) do n°1 do próprias, por verbas do orçamento do Estado e do Cofre
artigo 6° e os artigos 100, 11°, 12° e 13° produzem os seus Geral da Justiça
efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2006.
Constituem receitas próprias do STJ o produto de
Artigo 78°
multas processuais, o produto da venda de publicações
Entrada em vigor editadas e ainda quaisquer outras que lhe sejam atribuídas
por lei, contrato ou outro título.
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
publicação. O produto das receitas próprias referidas no número
anterior pode ser aplicado na realização de despesas
Aprovada em 27 de Julho de 2005. correntes e de capital que, em cada ano, não possam ser
suportadas pelas verbas inscritas no orçamento do Estado,
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides designadamente despesas de edição de publicações ou de
Raimundo Lima realização de estudos, análises ou outros trabalhos
extraordinários.
Promulgada em 18 de Agosto de 2005.
Artigo 4°
Publique-se.
(Orçamento)
O Presidente da República, PEDRO VERONA O STJ aprova a proposta do seu orçamento e
RODRIGUES PIRES apresenta-o ao Governo nos prazos determinados para a
elaboração da proposta de lei do Orçamento do Estado.
Assinada em 19 de Agosto de 2005.
O STJ aprova a proposta de orçamento das suas
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides receitas próprias previstas no artigo anterior e das
Raimundo Lima correspondentes despesas inscritas segundo o regime de
compensação em receitas.
Artigo 5°
Lei n° 801V1/2005
(Requisição de fundos)
de 5 de Setembro
O STJ requisita mensalmente à Direcção Geral do
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, Orçamento e ao Cofre Geral da Justiça as importâncias
nos termos da alínea b) do artigo 174° da Constituição, o que lhe forem necessárias por conta da dotação global que
seguinte: lhe é atribuída.
CAPITULO 1 O Presidente do STJ pode aprovar as despesas
inerentes ao regime duodecimal de qualquer das dotações
Disposições Gerais orçamentais e, bem assim, solicitar a antecipação, total
ou parcial, dos respectivos duodécimos.
Artigo 1°
CAPITULO II
(Objecto)

A presente lei tem por objecto o estabelecimento da Organização dos serviços do STJ
autonomia administrativa, a determinação do regime Secção 1
financeiro e a organização dos serviços do Supremo
Tribunal de Justiça (STJ). Estrutura orgânica

Artigo 6°
Artigo 2°
(Órgãos e serviços)
(Autonomia administrativa)
1. O STJ compreende os seguintes órgãos:
O STJ goza de autonomia administrativa e dispõe de
orçamento privativo nos termos da lei. O Presidente;
Artigo 3° O Conselho Administrativo.
(Regime financeiro)
2. São serviços do STJ:
1. O STJ dispõe de orçamento próprio destinado a O Gabinete do Presidente;
suportar as despesas com o quadro de magistrados e
funcionários que lhe estão afectos, as demais despesas A Secretaria Judicial;
1074 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

c) A Direcção Administrativa, Patrimonial e Aprovar as contas de gerência e promover o seu


Financeira; envio ao Tribunal de Contas;

d) O Núcleo de Apoio, Documentação e Informação Pronunciar-se sobre qualquer assunto de gestão


Jurídica. financeira e patrimonial que lhe seja submetido;
Secção II Exercer as demais funções previstas na lei.
Órgãos
3. O Conselho Administrativo reúne, ordinariamente,
Artigo 7° uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que
(Presidente)
convocado pelo Presidente, por sua iniciativa ou a pedido
dos dois outros membros.
1. Cabe ao Presidente do STJ exercer os poderes
Secção III
administrativos e financeiros idênticos aos que integram
a competência ministerial, nomeadamente: Serviços

Superintender e orientar os serviços de apoio e Artigo 9°


gestão financeira;
(Gabinete do Presidente)
Orientar a elaboração da proposta de orçamento
e das suas alterações; 1. Junto do Presidente do STJ funciona o respectivo
Gabinete encarregado de o assistir, directa e pessoalmente,
e) Dar aos serviços as ordens e instruções que se no desempenho das suas funções.
revelarem necessárias ao melhor desempenho
das suas atribuições. 2. Ao Gabinete incumbe tratar do expediente pessoal
do Presidente, bem como desempenhar as funções de
2. O Presidente do STJ pode recrutar o pessoal para os informação e documentação, cabendo-lhe:
serviços do Supremo Tribunal, nos termos do regime geral
em vigor para a Administração Pública. Receber, registar, expedir e arquivar toda a
correspondência do Presidente;
3. O Presidente do STJ pode delegar competências em
matéria de gestão dos recursos humanos e financeiros até Organizar a agenda e as relações públicas do
ao limite das competências de Director Geral. Presidente;
Artigo 8°
Coordenar os elementos de estudo ou de
(Conselho Administrativo) informação solicitados pelo Presidente;
1. O STJ dispõe de um Conselho Administrativo Gerir os recursos humanos e materiais afectos
constituído pelo Presidente, pelo juiz conselheiro mais ao Gabinete;
antigo na carreira da magistratura judicial e pelo secretário
desse órgão. O mais que lhe for cometido.
2. Compete ao Conselho Administrativo: 3. O Gabinete é composto por pessoas de livre escolha
do Presidente integrado por um director, urna secretária,
Elaborar os planos anuais de actividade e apreciar
um condutor, recrutados nos termos da estatuto do pessoal
o relatório da sua execução;
do quadro especial.
Elaborar a proposta de orçamento do tribunal e Artigo 100
pronunciar-se, quando para tal solicitado, sobre
propostas de alteração do orçamento que se (Secretaria Judicial)
mostrem necessárias;
A organização, composição e competência da Secretaria
Aprovar a proposta do orçamento anual e as suas Judicial constarão de decreto regulamentar a aprovar pelo
alterações e apresentá-la ao Governo nos prazos Governo.
determinados para a elaboração da proposta do
orçamento do Estado, a submeter à Assembleia Artigo 11°
Nacional, devendo ainda fornecer os elementos
(Direcção Administrativa, Patrimonial e Financeira)
que esta solicite sobre a matéria;
Zelar pela cobrança das receitas e verificar 1. À Direcção Administrativa, Patrimonial e Financeira
(DAPF) compete:
regularmente os fundos em cofre e em depósito;
Autorizar as despesas que não devam ser Elaborar a proposta dos orçamentos de
autorizadas pelo Presidente; funcionamento e investimento;

Fiscalizara execução da contabilidade e zelar pela Acompanhar a execução orçamental e propor as


t)
sua execução; alterações necessárias;
i SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1075

Processar as requisições de fundos de contas das Artigo 12°


dotações consignadas ao Tribunal; (Núcleo de Apoio, Documentação e Informação Jurídica)

Elaborara conta de gerência e preparar o projecto 1. Ao Núcleo de Apoio, Documentação e Informação


do respectivo relatório; Jurídica (NADI), compete:
Organizar e assegurar a gestão da biblioteca do
Instruir os procedimentos relativos à aquisição
STJ, designadamente inventariando e tratando
de bens e serviços e à realização de empreitadas
as publicações recebidas e adquiridas;
de obras públicas;
Manter actualizadas as respectivas bases de
Assegurar a escrituração e os registos dados;
contabilísticos obrigatórios;
e) Assegurar a divulgação dos serviços prestados
Assegurar o processamento das remunerações e pela biblioteca e da documentação disponível;
outros abonos, bem como proceder à liquidação
Organizar e manter actualizada uma base de
dos respectivos descontos;
dados de decisões do STJ;
Verificar e processar os documentos de despesas; Promover a publicação no Boletim Oficial dos
acórdãos do STJ, quando a mesma deva ter
Executar as tarefas inerentes à recepção, lugar;
distribuição, expedição e arquivo da
correspondência e outros documentos; /) Preparar e promover a edição de outras publicações
de interesse para o STJ ou relacionadas com a
Recolher, organizar e manter actualizada a sua actividade;
informação relativa aos recursos humanos do
Supremo Tribunal; Preparar colecções temáticas de estudos, relatórios
e estatísticas que facilitem o exercício da
Proceder ao registo de assiduidade e de actividade jornalística relativa àjustiça e, em
antiguidade do pessoal; especial, ao STJ;
Realizar pesquisas informáticas ou manuais,
1) Promover o aperfeiçoamento profissional do nomeadamente junto de outras bibliotecas, à
pessoal; solicitação dos serviços do STJ ou dos
magistrados que neste desempenhem funções;
rn) Elaborar estudos necessários à correcta afectação
do pessoal aos diversos serviços do STJ; Colaborar na organização e conservação do
arquivo histórico do STJ;
ii) Informar sobre as questões relativas à aplicação
do regime da função pública que lhe sejam Proceder ao tratamento sistemático e ao arquivo
submetidas; da legislação, assegurando um serviço de
informação legislativa;
Assegurar a vigilância, segurança, conservação, Proceder à tradução e retroversão de textos;
limpeza e arrumação das instalações,
equipamentos e viaturas; 1) Organizar conferências e seminários da iniciativa
do STJ;
Manter actualizado o cadastro e o inventário dos
bens imóveis e o inventário e cadastro relativo rn) Cooperar com instituições nacionais, estrangeiras
ao parque automóvel; e internacionais em matéria de documentação
e informação;
Promover o armazenamento, conservação e
Tornar acessíveis aos magistrados em serviço no
distribuição de bens de consumo correntes e
STJ as principais bases de dados jurídicas de
assegurar a gestão de estoques.
legislação, jurisprudências e doutrina, nacionais
e estrangeiras, suportando o STJ os respectivos
A DAPF é dirigida por um administrador, nomeado
encargos em termos a definir pelo Presidente,
pelo Presidente de entre licenciados em direito, gestão ou
ouvido o Conselho Administrativo;
administração, com perfil e experiência profissional
adequados ao exercício das respectivas funções. Proceder à conservação e actualização das bases
de dados do STJ em coordenação com os serviços
A nomeação, precedida de audição dos juízes produtores ou responsáveis pelo tratamento da
conselheiros, é em comissão de serviço pelo período de três correspondente informação.
anos, que pode ser renovada por iguais períodos.
2. Para além das competências, especificadas no
O Administrador aufere a remuneração base do cargo número anterior, cabe ao NADI apoiar os juízes
de Director Geral. conselheiros em tudo que se mostrar necessário ao exercício
1076 1 SÉRIE -N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

das suas funções, nomeadamente na recolha de legislação Resolução n° 143/V112005


e jurisprudência e na preparação das decisões.
de 5 de Setembro
O NADI é composto por um bibliotecário e um número
de assessores igual ao dos juizes conselheiros. A Assembleia Nacional vota, nos termos da alínea a) do
artigo 178° da Constituição, a seguinte Resolução:
Os assessores do NADI são nomeados em comissão
de serviço pelo Presidente do STJ, mediante prévia audição Artigo l
dos juizes conselheiros, aplicando-se, com as necessárias
adaptações, o estatuto do pessoal do quadro especial. É aprovado, para ratificação, o Acordo Bilateral de
Transportes Aéreos entre o Governo da República de Cabo
Os assessores do NADI consideram-se, para todos Verde e o Governo da República Federal da Nigéria,
os efeitos, em exercício de funções a partir da data do assinado na Cidade da Praia, aos 23 de Junho de 2004,
despacho que os tiver nomeado, com dispensa de fiscalização cujos textos, em língua inglesa e a respectiva tradução
prévia do Tribunal de Contas e independentemente de em língua portuguesa, fazem parte integrante da presente
publicação no Boletim Oficial. Resolução.
CAPÍTULO III Artigo 2°
Pessoal
A presente Resolução entra em vigor no dia imediato ao
Artigo 13° da sua publicação e o referido Acordo Bilateral de
Transportes Aéreos produz efeitos em conformidade com o
(Regime)
que nele se estipula.
O pessoal ao serviço do STJ rege-se pelo disposto no
presente diploma, pelos diplomas próprios e, em tudo o Aprovada em 27 de Julho de 2005.
que não for com eles incompatíveis, pelo regime geral da
Função Pública. Publique-se.

Artigo 14° O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides


Raimundo Lima
(Quadro de pessoal)

O quadro de pessoal do STJ é aprovado por portaria conjunta Bilateral Air Services Agreement Between the
Government of the Republic of Cape Verde and the
dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Government of the Federal Republie of Nigeria
Finanças e da Justiça, sob proposta do Presidente do STJ.
The Government of the Republic of Cape Verde and the
CAPÍTULO IV Government of the Federal Republic ofNigeria (hereinafter
Disposições transitórias e finais referred to as the Contracting Parties):

Artigo 15° Desiring to co-operate and facilitate the expansion of


(Disposição transitória)
international air transport opportunities between the two
countries;
O presente diploma é aplicável à elaboração do orçamento
do STJ para o ano de 2006. Desiring to make it possible for their Airlines to co-
operate and offer the traveling public a variety of service
Artigo 16° options;
(Entrada em vigor)
Desiring to ensure the highest degrees of safety and
O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Outubro security in international air transports; and
de 2005.
Being parities to:
Aprovada em 25 de Julho de 2005.
The Convention on International Civil Aviation opened for
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides
signature at Chicago on the Seventh Day ofDecember, 1944;
Raimundo Lima
Promulgada em 18 de Agosto de 2005. The Yamoussoukro Declaration on a New African air
Transport Policy adopted on 7th October, 1988;
Publique-se.
The Resolution adopted by the African Ministers
O Presidente da República, PEDRO VERONA responsible for Civil Aviation in Mauritius on the 9± of
RODRIGUES PIRES August, 1994;
Assinada em 19 de Agosto de 2005. The Ministerial Decision relating to the implementation
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides of the Yamoussoukro Declaration concerning the
Raimundo Lima. Liberalization ofAccess to air transport Market in Africa
i SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1077

0f14th November, 1999 as endorsed by the OAU Heads of ARTICLE 2


State in July, 2000; and
Rights and privileges of designated airlines
Desiring to conclude an Agreement, supplementary to
the above, for the purpose of establishing air services 1. Each Contracting Party shall grant to the other
between and beyond their respective territories. Contracting Party in respect of scheduled international
air services, the foliowing:
ARTICLE 1
The right to fly across its territory without
Interpretation landing;

For the purpose of the present Agreement and any annex The right to make stops in its territory for non-
attached thereto, unless the context otherwise requires traffic purposes;
the term:-
(e) The right to make stops in its territory for the
The "Convention" means the Convention on purpose of taking on board and discharging
International Civil Aviation opened for signature passengers and cargo including mail (i.e. un-
at Chicago on the seventh day of December, restricted third and fourth freedom traffic
1994 and includes any Annexes adopted under rights); and
Article 90 and 94 thereofso far those Annexes
and Amendments have been adopted by both (d) The right to take on board and discharge
Contracting Parties; passengers, mails and cargo coming from and
destined for any other Contracting State (i.e un-
"aeronautical authorities" means, in the case of restricted fifth freedom traffic rights).
the Republic of Cape Verde, the Minister of
Transports and Infrastructure and any person
or body authorized to perform any functions at ARTICLE 3
present performed by the said Minister or any
functions similar to that being performed by Designation of Airlines
the said Minister; and, in the case of the Federal
Republic of Nigeria, the Minister of Aviation Each Contracting Party shall have the right to
and any person or body authorized to perform designate in writing to the other Contracting Party one
any functions at present performed by the said or more airlines for the purpose of operating the agreed
Minister or similar functions; services on the specified routes.

(e) "designated airline" means an airline which has On receipt of the notice of such designation, the other
been designated and authorized in accordance Contracting Party shall, subject to the provisions of
with Article 3 ofthis Agreement; paragraphs (3) and (4) ofthis Article, without delay grant
to the airline designated the appropriate operating
"territory" has the sarne meaning as ascribed to authorization.
it in Article 2 of the Convention;
The aeronautical authorities ofone Contracting Party
"air services", "international air services", "airline" may require an airline designated by the other Contracting
and "stop for non-traffic purposes" have the Party to satisfy them that it is qualified to fulfihi the
meanings respectively assigned to them in conditions prescribed under the laws and regulations
Article 96 of the Convention; which are applicable to the operation ofinternational air
services by such authorities in conformity with the
"regular equipment", "aircraft stores" and "spare provisions of the Convention.
parts" have the meanings respectively assigned
to them in Annex 9 of the Convention; and Each Contracting Party shall have the right to refuse
to grant the operating authorizations referred to in
"tarifF' means the prices to be paid for the carriage paragraph (2) ofthis Article, or to impose such conditions
of passengers, baggage, and cargo and the as it may deern necessary on the exercise by a designated
conditions under which those prices apply, airline of the rights specified in Article 2 ofthis Agreement,
including prices and conditions for agency and in any case where the said Contracting Party is not
other auxiliarv services but exc!uding satisfied that the designated airline conforms with the
remuneration and conditions for the carriage eligibility criteria as defined in Article 6.9 of the Decision.
of rn ai!.
5. When an airline has been so designated and
(Ii) "decision" means the text ofthe Yamoussoukro authorized, it may begin at any time to operate the agreed
Ministerial Decision of 14th November, 1999 services provided that the conditions ofoperation of those
as endorsed by the OAI.J Heads of States services and the tariffs to be applied thereon have been
includingthe Appendices and Amendrnents; approved under Articles 8 and 12 ofthis Agreement.
1078 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

ARTICLE 4 authorities of the said Contracting Party, and


Validity of Certificates
for use on board outbound aircraft engaged in
an international service by the designated
Certificates of airworthiness, certificates of airline of the other Contracting Party;
competency and licences issues or validated by either
Contracting Party which have not expired, shall be Spare parts and regular equipment imported into
recognized as valid by the other Contracting Party for the the territory ofeither Contracting Party for the
purpose of operating the routes specified in the Annex. maintenance or repair of aircraft used on
international services by the designated airline
Each Contracting Party reserves the right to refuse of the other Contracting Party;
to recognize as valid for the purpose of operating the said
specified routes over its own territory, certificates of Fuel and lubricants for the supply ofoutbound
competency and licences issued to its own nationais by aircraft operated on international services by
the other Contracting Party. the designated airline of the other Contracting
Party even when these suppliers are to be used
ARTICLE 5
on the part of the journey performed over the
Revocation and suspension of rights territory of the Contracting Party in which they
are taken on board.
1. Each Contracting Party shall have the right to revoke
an operating authorization, or to suspend the exercise of Materiais referred to in sub-paragraphs (a), (b) and
the rights specified in Article 2 of this Agreernent by the (c)above may be required to be kept under customs
airline designated by the other Contracting Party or to supervision ofcontrol.
impose such conditions as it may deem necessary on the
exercise of this rights in any of the foliowing cases:~ ARTICLE 7

Ifthe designated airline ceases to conform with Treatment of regular airborne equipment retained
the eligibility criteria as defined in Article 6.9 on board
of the Decision;
The regular airborne equipment as well as the materiais
Failure by the airline to comply with the laws or and supplies retained on board the aircraft operated by
regulations of the Contracting Party granting the designated airline ofeither Contracting Party may be
these rights; or unloaded in the territory of the other Contracting Party
only with the approval of the Customs authorities of the
Ifthe airline otherwise fails to operate the agreed Contracting Party. In such cases, they may be placed under
services in accordance with the conditions the supervision of the said Customs authorities up to such
prescribed under this Agreement and the Annex time as they are re-exported or otherwise disposed of in
attached hereto. accordance with Customs regulations.
2. Uniess immediate revocation, suspension or ARTICLE 8
imposition of the conditions mentioned in paragraph (1) of
this Article is essential to prevent further infringement of Application of national laws and regulations
laws or regulations, such right shall be exercised only
after consultation with the other Contracting Party. The laws and regulations ofeach Contracting Party
governing the entry into, remaining in and departure from
ARTICLE 6 its territory of aircraft engaged in international air services
Exemption from customs duties and the operation and navigation of aircraft while within
the limits of its territory, shall also be applicable to the aircraft
Aircraft operated on international services by the of the designated airline of the other Contracting Party.
designated airline ofeither Contracting Party, as weli as
their regular equipment, supplies offuel and lubricants, The laws and regulations ofeach Contracting Party
and aircraft stores (including food, beverages and tobacco) governing the entry into, remaining in and departure from
on board such aircraft shall be exernpted from ali customs its territory of passengers, crews, mail and cargo
duties, inspection fees and other similar charges on transported on board the aircraft and in particular those
arriving in the territory of the other Contracting Party, regarding passports, customs and sanitary control shall
provided such equipment, supplies and aircraft stores be applied to passengers, crew, rnail and cargo taken on
remaín on board the aircraft up to such time as they are board the aircraft of the designated airline of the other
re-.exported or are used on the part ofthejourney performed Contracting Party.
over the territory.
ARTICLE 9
There shall also be exemption from the sarne duties,
fees and charges with the exception of charges Aviation Safety
corresponding to the services performed for:
1. The Contracting Parties may request consultation
(a) Aircraft stores taken on board in the territory of concerning the Safety Standards maintained by any other
a Contracting Party, within limits fixed by the Contracting Party relating to aeronautical facilities and
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1079

services, air crew, aircraft and operation ofits designated (e) Each Contracting Party agrees that such operators
airlines. If, foliowing such consultations, the Contracting of aircraft may be required to observe the
Party finds that the other Party does not effectively aviation security by the other Contracting Party
maintain and administer safety standards and while entering into, departing from, or while
requirements in these areas that at least equal the within the territory of that other Contracting
minimum standards that may be established pursuant to Party. Consequently, each Contracting Party
the Convention, the other Party shall be notified of such shall ensure that adequate measures are
findings and the steps considered necessary to conform effectively applied within its territory to protect
with these minimum standards, and the other party shall the aircraft and to inspect passengers, crew,
take appropriate corrective action. carry-on items, baggage, cargo and aircraft stores
prior to and during boarding or loading. Each
2. Each Party reserves the right to withhold, revoke, Contracting Party further agrees to give
or limit the operating authorization of the airline sympathetic consideration to any request from
designated by the other Party in the event the other Party the other Contracting Party for reasonable
does not take such appropriate corrective action within a special security measures to meet a particular
reasonable time. threat; and
ARTICLE io In the event that an incident or threat of an
incident ofunlawful seizure of civil aircraft or
Aviation Security other unlawful act against the safety of such
aircraft, their passengers and crew, airports or
Consistent with their rights and obligations under air navigation facilities occurs, the Contracting
international law, the contracting parties reaffirm that Parties shall assist each other by facilitating
their obligation to each other to protect the security of communications and other appropriate
civil aviation against acts ofunlawful interference form measures intended to terminate rapidly and
an integral part ofthis Agreement. Without limiting the safely such incident or threat thereof.
generality of their rights and obligations under
international law, the Contracting Parties shall in When a Contracting Party has reasonable ground
particular act in conformity with the provisions of the to believe that there is a departure from the
convention on Offences and Certain other Acts committed provision ofthis article, the Party may request
on Board aircraft, signed at Tokyo on 14 September 1963, immediate consultations with the other Party.
the Convention for the suppression ofunlawful seizure of Failure to reach a satisfactory agreement within
aircraft, signed at the Hague on 16 December 1970 and 30 days from the date of such request shall
the Convention for the Suppression of Unlawful Act constitute grounds to withhold, revoke, limit
Against the Safety of Civil Aviation, signed at Montreal or impose conditions on the operating
on 23 September 1971, and the Protocol for the Suppression authorizations and technical permissions of an
of Unlawful Acts of Violence at Airports Serving airline or airlines of that Contracting Party.
International Civil Aviation done at Montreal on February When required by an emergency, a Contracting
24, 1988. Party may take interim action prior to the
expiry of 30 days.
Additionally:-
ARTICLE 11
The Contracting Parties shall provide upon Representation
request ali necessary assistance to each other
to prevent acts of unlawful seizure of Civil The designated airline ofeither Contracting Party shall
Aircraft and other uniawful act against the be allowed to establish ia the territory of the other
safety of such aircraft, their passenger and Contracting Party offices for the promotion of air
crew, airports and air navigation facilities, and transportation and sale of air tickets as weil as other
any other threat to the security of civil aviation. facilities required for the provision of air transportation.
The airline shall also be allowed to bring ia and maintain
The Contracting Parties shall, also in their ia the territory of the other Contracting Party, in
mutual relations, act in conformity with the accordance with the laws and regulations of that other
aviation security provisions established by the Contracting Party relating on entry, residence and
International Civil Aviation Organization and employment, managerial, saies, technical operational and
designated as Annexes to the Convention on other specialist staff required for the provision of air
International Civil Aviation to the extent that transportation.
such security provisions are applicable to the
Parties, they shall require that operators of ARTICLE 12
aircraft who have their principal place of
Mode of Operation
business or permanent residence in their
territory and the operators of airports ia their 1. There shall be fair and equal opportunity for the
territory act in conformity with such aviation designated airline of each Contracting Party to operate
security provisions; the agrced services on the specified routes.
1080 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

2. In operating the authorized services on the agreed issue. Ifthe Contracting Parties reach agreement with
route, a designated airline of one Party may enter into respect to a tariff for which a notice ofdissatisfaction has
cooperative marketing arrangements such as blocked been given, each Contracting Party shall use its best efforts
space, code sharing, franchising or leasing arrangements, to put that Agreement into effect. Without such mutual
with an airline or airlines of the other Party. Agreement, the previously existing tariff shall continue
in effect.
ARTICLE 13
ARTICLE 15
Approval of Conditions of Operation
Statements of statistics
The time-tables of the agreed services and in general
the conditions of operation, shall be submitted by the The aeronautical authorities ofeither Contracting
designated airline ofone Contracting Party for the approval Party shall supply to the aeronautical authorities of the
of the aeronautical authorities of the other Contracting other Contracting Party at the latter's request: such
Party at least thirty (30) days before the intended date of periodic or other statements of statistics as may be
their introduction. reasonably required for the purpose of reviewing the
capacity provided on the agreed services by the designated
In special cases this time-limit may be reduced, subject airline ofeither Contracting Party.
to the agreement of the said authorities.
Such statement shall include the information
Any modifications to such time-tables and conditions required to determine the amount of traffic carried by the
shall also be submitted to the aeronautical authorities for designated airline on the agreed services and the origins
approval and destinations of such traffic.
ARTICLE 14
ARTICLE 16

Tariffs
Transfer of excess of receipts

1. The Contracting Parties shall allow tariffs for air


Each Contracting Party shall grant to the designated
transportation to be established by each designated airline
airline of the other Contracting Party the right to transfer
based upon commercial considerations in the market place.
inconvertible currencies at the official rate of exchange
Intervention by the Parties shall be limited to:
the excess ofreceipt over expenditure earned by the airline
Prevention ofdiscriminatory tariffs or practices; in its territory in connection with the carriage of
passengers, baggage, mail and cargo, subject to the
Protection of consumers from tariffs that are prevailing foreign exchange regulations in the territory of
unreasonably high or restrictive due to the each Contracting Party.
abuse of a dominant position; and
Whenever the payment system between the
Protection of airlines from tariffs that are Contracting Parties is governed by a special agreement
artificially low. that agreement shall apply in place of the provisions of
this Article.
2. Each Contracting Party may require notification to,
or filing with, its aeronautical authorities of tariffs to be ARTICLE 17

charged to or from its territory by airlines of the other


Consultations
Contracting Parties. Notification or filing by the airlines
of the other Contracting Parties may be required no more Each Contracting Party can at any time, ask for
than 30 days before the proposed date ofeffectiveness. consultation between the competent authorities of the two
Notification for filing may be permitted on shorter notice Contracting Parties for the interpretation, application or
than normally required. If a Contracting Party permits the modification of the present Agreement and its
an airline to file a tariff on short notice, the tariff shall appendices.
become effective on the proposed date for traffic originating
in the territory of that Contracting Party. This consultation should begin at the latest sixty
(60) days from the date ofreceipt of the request.
3. If a Contracting Party believes that a tariff proposed
to be charged by an airline of the other Contracting Party The possible changes that may be made in this
for international air transportation between the territories Agreement will come into effect after confirmation by
of the Contracting Parties is inconsistent with exchange ofletters, through diplomatic representations.
considerations set forth in paragraph 1 of this, Article, it
shall notify the other Contracting Party of the reasons for ARTICLE 18
its dissatisfaction as soon as possible and request
consultations. These consultations shall be held not later Settlement of Disputes
than 30 days after receipt of the request, and the
Contracting Parties shall co-operate in securing 1. Ifany dispute arises between the Contracting Parties
information necessary for reasonable resolution of the relating to the interpretation or implementation of this
I SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE— 5 DE SETEMBRO DE 2005 1081

Agreement and its Annex, the Contracting Parties shall Annex hereto, such modification, if agreed upon by the
in the first place endeavour to settle it by negotiation. Contracting Parties and if necessary after consultation in
accordance with Article 17 of this Agreement, shall come
Ifthe Contracting Parties fail to reach a settlement into effect when confirmed by Exchange of Notes through
by negotiation, they may refer the dispute for discussion diplomatic channels.
to some person or body; ifthey are unable to do so, the
dispute shall at the request of either Contracting Party ARTICLE 21
be submitted for decision to a tribunal of three arbitrators, Registration of Agreement
one to be nominated by each Contracting Party and the
third te be appointed by the two so nominated. Each of the This Agreement, its Annex, any amendments to either
Contracting Parties shall nominate an arbitrator within the Agreement or Annex and any Exchange of Notes
a period of sixty (60) days from the date of receipt of a relation to either the Agreement or its Annex shall be
notice by either Contracting Party from the other through registered with the African Union (AU) and the
diplomatic channels requesting arbitration of the dispute International Civil Aviation Organization (ICAO).
by such a tribunal and the third arbitrator shall be
ARTICLE 22
appointed within a further period of sixty (60) days. If
either of the Contracting Parties fails to nominate an Entry Into Force
arbitrator within the period specified or if the third
arbitrator is not appointed within the period specified, the This Agreement and its Annex shall enter into force
Secretary-General and the President of the Council of the on the date of the Exchange oflnstruments ofRatification
International Civil Aviation Organization may be requested thereof or when there has been an Exchange of Notes
by either Contracting Party to appoint an arbitrator or between the Contracting Parties through diplomatic
arbitrators as the case requires. In such a case, the third channels, confirmingthat the constitutional requirements
arbitrator shall be a national of a third State and shall in their respective countries have been complied with.
act as President of the arbitral tribunal.
This Agreement and its Annex shall be subject to
The Arbitral Tribunal shall first endeavour to ratification by the Contracting Parties and Instruments
reconcile the two Contracting Parties, failing which it shall of Ratification shall be exchanged through diplomatic
consider the dispute and give its decision by majonty vote. channels.
Unless otherwise agreed between the Contracting Parties, ARTICLE 23
the said tribunal shall itself draw up its rules ofprocedures,
choose its own venue and give its decision within ninety Duration and termination
(90) days following its constitution.
This Agreement shall remain in force for an
indefinite period of time, subject to the provisions of
The Contracting Parties shall comply with any
paragraph (2) below.
decision given under paragraph (3) of this Article.
Either Contracting Parties may at any time give
Each Contracting Party shall be responsible for the
notice to the other Contracting Party of its decision to
cost of its designated arbitrator and subsidiary staff
terminate the Agreement, such notice shall be
provided, and both Contracting Parties shall share equally
simultaneously communicated to the African Union (AU)
all such further expenses involved in the activities of the
and the International Civil Aviation Organization (ICAO).
tribunal including those of the President.
In such a case, the Agreement shall terminate twelve (12)
ff, and so long as either Contracting Party fails to months after the date of receipt of the notice by the other
Contracting Party unless the notice to terminate is
comply with a decision given under this Article, the other
withdrawn by agreement before the expiry of this period.
Contracting Party may limit, withhold or revoke any
rights or privileges which it has granted by virtue of this In the absence ofacknowledgement of receipt by the other
Agreement to the Contracting Party in default or to its Contracting Party, notice shall be deemed to have been
designated airline. received fourteen (14) days after the receipt of the notice
by the African Union (AU) and the International Civil
ARTICLE 19 Aviation Organization (ICAO).

Effect of multilateral agreement In witness Whereof the undersigned, being duly


authorized by their respective Governments, have signed
This Agreement and its Annex shall be deemed amended this Agreement on the date herein specified.
so as to conforrn with any multilateral air transport
agreement which may become binding on both Contracting Done at this 23rd day ofJune, 2004, in two (2) originais
Parties. in the English language.

ARTICLE 20 For the Government of the Republic of Cape Verde,


Minister of State and Infrastructure and Transport,
Ame ndments Manuel Inocêncio Sonsa.
Ifeither of the Contracting Parties considers it desirable For The Government of the Federal Republic ofNigena,
te modiQy any provision of this Agreement, including the Honourable Minister of Aviation, Maliam isa Yuguda.
1082 1 SÉRIE -N° 36, «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

ANNEX em África de 14 de Novembro de 1999 nos termos aprovados


pelos Chefes de Estado da OUA de Julho de 2000; e
ROUTE SHEDULE OF THE DESIGNATED
AIRLINE OF CAPE VERDE
Desejando concluir um Acordo, em suplemento ao que
Point of Departure Intermediate Points in Points Beyond ficou acima referido, para fins de estabelecer os serviços
Point(s) Nigeria aéreos entre e para além dos seus respectivos territórios.

Any Point in Any Point in Lagos Any Point in ARTIGO 1


Cape Verde Africa Africa
Interpretação
Aircraft Type: Any Type.
Para os fins do presente Acordo e de qualquer anexo a
Frequency: Unlimited. ele junto, a não ser que o contexto determine de outra
forma, o termo:
Traffic Rights: 5th Freedom Traffic Rights in Africa.
A "Convenção" significa a Convenção sobre Aviação
ROUTE SHEDULE OF THE DESIGNATED
Civil Internacional aberta para assinatura no
AIRLINE OF NIGERIA
sétimo dia de Dezembro de 1944 e inclui
Point of Departure Intermediate Point(s) in Points Beyon quaisquer Anexos adoptados nos termos dos
Points Cape Verd e seus Artigos 90 e 94 na medida em que estes
Anexos e Emendas tenham sido adoptados por
Any Point Any Point Sal Any Point
in Africa
ambas as Partes;
in Nigeria in Africa

Aircraft Type: Any Type. "Autoridades aeronáuticas" significa, no caso da


República de Cabo Verde, o Ministro dos
Frequency: Unlimited. Transportes e Infra-estruturas e qualquer
pessoa ou órgão autorizado para exercer
Traffic Rights: 5th Freedom Traffic Rights in Africa. quaisquer funções neste momento exercidas pelo
mencionado Ministro ou quaisquer funções
ACORDO BILATERAL DE TRANSPORTES AÉREOS similares àquelas que vêm sendo exercidas pelo
ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA DE CABO VERDE E dito Ministro; e, no caso da República Federal
O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA NIGÉRIA
da Nigéria, o Ministro da Aviação e qualquer
pessoa ou órgão com autorização para exercer
O Governo da República de Cabo Verde e o Governo da
quaisquer funções actualmente exercidas pelo
República Federal da Nigéria (a seguir denominadas Partes
mencionado Ministro ou funções similares;
Contratantes):
"Companhia aérea designada" significa uma
Desejando cooperar e facilitar o alargamento das
companhia aérea que tenha sido designada e
oportunidades de transportes aéreos entre os dois países;
autorizada nos termos do Artigo 3 deste Acordo;
Desejando tornar possível às suas companhias aéreas
"Território" tem o mesmo sentido que lhe é atribuído
cooperarem e oferecerem ao público que viaja uma
no Artigo 2 da Convenção;
variedade de opções de serviços;
"Serviços aéreos" "serviços aéreos internacionais"
Desejando assegurar os mais elevados graus de
"companhia aérea" e "paragem não para fins de
protecção e segurança nos transportes aéreos
tráfego" têm os sentidos que lhes são
internacionais; e
respectivamente atribuídos no Artigo 96 da
Sendo partes da: Convenção;

Convenção sobre a Aviação Civil Internacional aberta /9 "Equipamento regular" "lojas de aviões" e "peças
para assinatura em Chicago no Sétimo dia de Dezembro sobressalentes" têm os sentidos que lhes são
de 1944; atribuídos no Anexo 9 da Convenção;

Declaração de Yamoussoukro sobre uma Nova Política "Tarifa" significa os preços a pagar pelo transporte
Africana de Transporte Aéreo adoptada a 7 de Outubro de passageiros, bagagem, e carga e as condições
de 1988; sob as quais estes preços se aplicam, incluindo
preços e condições para agenciamento e outros
Resolução adoptada pelos Ministros Africanos serviços auxiliares mas excluindo remuneração
responsáveis pela Aviação Civil nas Mauricias a 9 de e condições para transporte de correio.
Agosto de 1994;
"Decisão" significa o texto da Decisão Ministerial
Decisão Ministerial sobre a implementação da de Yamoussoukro de 14 de Novembro de 1999,
Declaração de Yamoussoukro relativamente à aprovados pelos Chefes de Estado da OUA
Liberalização de Acesso ao mercado de transportes aéreos incluindo os Anexos e Emendas.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1083

ARTIGO 2 ARTIGO 4

Direitos e Privilégios de Companhias Aéreas Designadas Validade de Certificados

1. Cada Parte Contratante deve garantir à outra Parte Certificados de navegabilidade, certificados de
Contratante relativamente a serviços aéreos internacionais competência e licenças emitidas ou validadas por uma ou
programados, o seguinte: outra Parte Contratante que não tenham expirado, serão
reconhecidos como válidos pela outra Parte Contratante
O direito de sobrevoar o seu território sem aterrar; para fins de operação nas rotas especificadas no Anexo.

O direito de fazer escalas no seu território para Cada Parte Contratante reserva-se o direito de
fins que não sejam de tráfego; recusar a reconhecer como válidos, para fins de operar
nas ditas rotas específicas no seu próprio território, os
O direito de fazer escalas no seu território a fim certificados de competência e licenças emitidos aos seus
de embarcar ou desembarcar passageiros e próprios nacionais pela outra Parte Contratante.
carga, incluindo correio (i.e. terceira e quarta
liberdades de direitos de tráfego sem restrição); ARTIGO 5

O direito de embarcar e desembarcar passageiros, Revogação e Suspensão de Direitos

correio e carga provenientes de e com destino a


qualquer Parte Contratante (i.e. quinta 1. Cada Parte Contratante temo direito de revogar uma
liberdade de tráfego sem restrições). autorização de operações, ou de suspender o exercício dos
direitos especificados no Artigo 2 deste Acordo pela
ARTIGO 3 companhia aérea designada pela outra Parte Contratante
ou impor as condições que considerar necessárias no
Designação de Companhias Aéreas exercício destes direitos em qualquer dos seguintes casos:

Cada Parte Contratante terá o direito a designar por Se a companhia aérea designada deixar de estar
escrito à outra Parte Contratante uma ou mais em conformidade com os critérios de
companhias aéreas, para operarem os serviços acordados elegibilidade nos termos definidos no Artigo 6.9
em rotas específicas. da Decisão;

Com a recepção da notificação desta designação, a Falta de cumprimento pela companhia aérea das
outra Parte Contratante deve, de acordo com as disposições leis ou regulamentos da Parte Contratante que
dos parágrafos (3) e (4) deste Artigo, sem demora, conceder concede estes direitos;
à companhia aérea designada, a adequada autorização para
operar. Se a companhia aérea de outra forma deixar de
operar os serviços acordados de acordo com as
As autoridades aeronáuticas de uma Parte condições estabelecidas neste Acordo e dos
Contratante podem exigir a uma companhia aérea Anexos a ele ligados.
designada pela outra Parte Contratante que lhes convença
que está qualificada para preencher as condições estipuladas 2. A não ser que a imediata revogação, suspensão ou
nas leis e regulamentos que são aplicáveis à operação de imposição das condições mencionadas no parágrafo 1 deste
serviços aéreos internacionais por tais autoridades em Artigo seja essencial para prevenir mais infracções das
conformidade com as disposições da Convenção. leis e regulamentos, este direito deve ser exercido somente
após consultas com a outra Parte Contratante.
Cada Parte Contratante terá o direito de recusar a
concessão de autorizações para operações a que se refere o ARTIGO 6
parágrafo 2 deste artigo ou de impor as condições que ela
possa considerar necessárias para que uma companhia Isenção de Direitos Aduaneiros
aérea designada exerça os direitos especificados no artigo
2 do Acordo, em qualquer caso em que a dita Parte 1. As aeronaves operadas em serviços internacionais
Contratante não esteja convencida de que a companhia pela companhia aérea designada de uma ou outra Parte
aérea designada se encontre em conformidade com os Contratante, assim como os seus equipamentos regulares,
critérios de elegibilidade nos termos em que estão definidos os abastecimentos de combustíveis e lubrificantes, e as
no Artigo 6.9 da Decisão. provisões das aeronaves (incluindo alimentos, bebidas e
tabaco) a bordo dessas aeronaves serão isentos de todos os
Quando uma companhia aérea tenha sido assim impostos aduaneiros, taxas de inspecção e outros encargos
designada e autorizada, ela pode começar em qualquer similares ao chegar ao território da outra Parte
momento a operar os serviços acordados desde que as Contratante, desde que tais equipamentos, abastecimentos
condições de operação desses serviços e as tarifas a serem e provisões sejam mantidos a bordo da aeronave até o
aplicadas tenham sido aprovadas nos termos do Artigo 8 e momento de serem reexportados ou utilizados na parte da
12 deste Acordo. viagem sobre o território.
1084 1 SÉRIE -N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

2. Haverá também isenções dos mesmos impostos, taxas e controlo sanitário serão aplicados a passageiros,
e encargos, com excepção dos encargos que correspondam tripulação, correio e carga levados a bordo da aeronave da
a serviços prestados para: companhia aérea designada da outra Parte Contratante.

ARTIGO 9
As provisões da aeronave embarcadas no território
de uma Parte Contratante, dentro dos limites Protecção da aviação
fixados pelas autoridades da mencionada Parte
Contratante e, para uso a bordo da aeronave As Partes Contratantes podem pedir informações
que vai partir e que esteja engajada num serviço sobre as Normas de Protecção mantidas por qualquer outra
internacional pela companhia aérea designada Parte Contratante relativas às instalações aeronáuticas e
da outra Parte contratante; serviços, tripulações de ar, aeronaves e operação das suas
companhias aéreas designadas. Se, na sequência dessas
As partes sobresselentes e o equipamento regular consultas, a Parte Contratante achar que a outra Parte
importados para o território de uma ou outra não mantém e não administra com eficiência as normas
Parte Contratante para manutenção ou de segurança e as exigências nestas áreas que pelo menos
reparação da aeronave utilizada em serviços sejam iguais aos padrões mínimos que podem ser
internacionais pela companhia aérea designada estabelecidos nos termos da Convenção, a outra Parte deve
da outra Parte Contratante; ser notificada acerca dessas constatações e as medidas
consideradas necessárias para chegar à conformidade com
Combustíveis e lubrificantes para abastecimento estes padrões mínimos, e a outra Parte deve promover as
de aeronaves que são operadas em serviços acções correctivas apropriadas.
internacionais pela companhia aérea designada
da outra Parte Contratante mesmo quando Cada Parte reserva-se o direito de reter, revogar, ou
estes abastecimentos são para ser utilizados na limitar a autorização de operar da companhia aérea
parte da viagem efectuada sobre o território da designada pela outra Parte no caso de a outra Parte não
Parte Contratante na qual eles são embarcados. promover as acções correctivas apropriadas dentro de um
prazo razoável.
3. Os materiais referidos nas alíneas a), b) e e) supra, ARTIGO 10
podem ser obrigados a ser mantidos sob a supervisão do
controlo das alfândegas. Segurança da aviação

ARTIGO 7 Consistente com os seus direitos e obrigações nos termos


do direito internacional, as partes contratantes reafirmam
Tratamento de Equipamento Regular de Voo Mantido a que a sua obrigação recíproca de proteger a segurança da
Bordo aviação civil contra actos de interferência ilícita constitui
uma parte integrante deste Acordo. Sem limitar a
O equipamento regular de voo assim como os materiais generalidade dos seus direitos e obrigações em
e abastecimentos mantidos a bordo da aeronave operada conformidade com o direito internacional, as Partes
pela companhia aérea designada de uma ou outra Parte Contratantes agirão particularmente em conformidade
Contratante podem ser descarregados no território da outra com as disposições da convenção sobre Ofensas e Certos
Parte Contratante somente com aprovação das autoridades outros Actos praticados a Bordo de aeronaves, assinada
aduaneiras da Parte Contratante. Nesses casos, podem em Tóquio a 14 de Setembro de 1963, a Convenção para a
ser colocados sob supervisão das mencionadas autoridades supressão da apreensão ilícita de aeronaves, assinada em
até o momento em que sejam reexportados ou despachados Haia em 16 de Dezembro de 1970 e a Convenção para a
de outra forma de acordo com os regulamentos aduaneiros. Supressão de Actos Ilícitos Contra a Segurança da Aviação
Civil, assinada em Montreal a 23 de Setembro de 1971, e
ARTIGO 8 o Protocolo para a Supressão de Actos Ilícitos de Violência
nos Aeroportos Servindo a Aviação Civil Internacional feito
Aplicação das leis e regulamentos nacionais
em Montreal a 24 de Fevereiro de 1988.

As leis e regulamentos de cada Parte Contratante Além disso:


que regulam a entrada, a permanência e a saída do seu
território da aeronave envolvida em serviços aéreos As Partes Contratantes devem fornecer, uma à
internacionais e a operação e navegação da aeronave outra, quando solicitadas, toda a assistência
enquanto dentro dos limites do seu território, serão necessária para prevenir actos de apreensão
aplicáveis à aeronave da companhia aérea designada da ilícita de Aeronave Civil e outros actos ilícitos
outra Parte Contratante. contra a segurança de tal aeronave, os seus
passageiros e tripulação, aeroportos e instalações
As leis e regulamentos de cada Parte Contratante de navegação aérea, e qualquer outra ameaça à
que regulam a entrada, permanência e saída do seu segurança da aviação civil.
território de passageiros, tripulações, correio e carga
transportados a bordo da aeronave e, em particular, as As Partes Contratantes devem, nas suas relações
leis e os regulamentos relativos a passaportes, alfândegas mútuas, agir em conformidade com as
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1085

disposições de segurança da aviação da outra Parte Contratante, escritórios para a promoção


estabelecidas pela Organização Internacional da de transporte aéreo e venda de bilhetes de passagens, assim
Aviação Civil e designadas como Anexos à como outras instalações necessárias para a prestação do
Convenção sobre Aviação Civil Internacional, transporte aéreo. A companhia aérea deve também ser
na medida em que tais disposições de segurança permitida trazer para e manter no território da outra Parte
sejam aplicáveis às Partes e devem exigir que Contratante de acordo com as leis e regulamentos relativos
os operadores de aeronaves que tenham o seu à entrada, residência e emprego, pessoal de gestão, de
principal local de negócios ou domicílio vendas, técnico, operacional e outro pessoal especializado
permanente no seu território e os operadores para a prestação do transporte aéreo.
dos aeroportos no seu território operem em
conformidade com as disposições de segurança ARTIGO 12
de aviação.
Modo de Operação

Cada Parte Contratante concorda que a tais Haverá uma justa e equitativa oportunidade para a
operadores de aeronave possa ser exigido pela companhia aérea designada de cada Parte Contratante
outra Parte Contratante observar a segurança operar os serviços acordados nas rotas especificadas.
da aviação para entrada, saída ou enquanto
dentro do território da outra Parte Contratante. Ao operar os serviços autorizados na rota
Consequentemente, cada Parte Contratante especificada, a companhia aérea designada de urna Parte
deve assegurar que medidas adequadas sejam pode entrar em arranjos de cooporação de mercado tais
efectivamente aplicadas dentro do seu território como reserva de espaço, partilha de código,
para proteger a aeronave e para inspeccionar "franchising'(concessão) ou arranjos de aluguer com uma
passageiros, tripulação, bagagens de mão, companhia aérea ou companhias aéreas da outra Parte.
bagagens, carga e provisões de aeronave antes
de e durante o embarque ou carregamento. Cada ARTIGO 13
Parte Contratante aceita dar uma consideração
complacente a qualquer pedido da outra Parte Aprovação de condições de operação
Contratante de medidas especiais de segurança
razoáveis para dar resposta a uma ameaça Os horário dos serviços acordados e em geral as
particular; e condições das operações devem ser submetidos pela
companhia aérea designada de uma Parte Contratante
No caso de ocorrer um incidente ou ameaça de para aprovação das autoridades aeronáuticas da outra
um incidente de apreensão ilícita de uma Parte Contratante pelo menos trinta (30) dias antes da
aeronave civil ou outro acto ilícito contra a data em que se pretende a sua introdução. Em casos
segurança de tal aeronave, seus passageiros, especiais este limite de tempo pode ser reduzido,
tripulação, aeroportos ou instalações de dependendo da concordância das ditas autoridades.
navegação aérea, as Partes Contratantes devem
prestar assistência uma à outra facilitando Quaisquer modificações a este horário e às condições
comunicações e outras medidas apropriadas devem também ser submetidas às autoridades
visando terminar rapidamente e com segurança aeronáuticas para aprovação.
tal incidente ou ameaça;
ARTIGO 14

Quando uma Parte Contratante tenha Tarifas


fundamentos razoáveis para acreditar que existe
um desvio às disposições deste Artigo a Parte 1. As Partes Contratantes deverão permitir que as
pode pedir que haja consultas imediatas com a tarifas para transporte aéreo sejam estabelecidas por cada
outra Parte. A falha de alcançar um acordo companhia aérea designada com base em considerações
satisfatório dentro de 30 dias a partir da data comerciais do mercado. A intervenção das Partes deverá
deste pedido deve constituir fundamento para limitar-se a:
reter, revogar, limitar ou impor condições nas
autorizações operacionais e nas licenças Prevenção de tarifas ou práticas discriminatórias;
técnicas de urna companhia aérea ou
companhias aéreas daquela Parte Contratante. Protecção dos consumidores contra tarifas que
Quando exigido por uma emergência, a Parte sejam irracionalmente altas ou restritivas
Contratante pode tomar medidas provisórias devido a abuso de uma posição dominante;
antes do termo de30 dias.
e) Protecção das companhias aéreas de tarifas que
ARTIGO 11 sejam artificialmente baixas.

Representação 2. Cada Parte Contratante pode exigir notificação às,


ou registo com, as suas autoridades aeronáuticas das
À companhia aérea designada de uma ou outra Parte tarifas a serem cobradas para ou do seu território pelas
Contratante deve ser permitida estabelecer no território companhias aéreas das outras Partes Contratantes.
1086 1 SÉRIE -N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005

Notificação ou registo pelas companhias aéreas das outras ARTIGO 17


Partes Contratantes podem ser exigidos não mais que
trinta (30) dias antes da data proposta para a sua entrada Consultas
em vigor. Se uma Parte Contratante permitir a uma
companhia aérea registar uma tarifa com curto período Cada Parte Contratante pode em qualquer altura
de notificação, a tarifa torna-se efectiva na data proposta pedir que haja consultas entre as autoridades competentes
para o tráfego originário no território daquela Parte das duas Partes Contratantes para interpretação, aplicação
Contratante. ou modificação do presente Acordo e seus apêndices.

3. Se uma Parte Contratante acredita que a tarifa Esta consulta deve começar o mais tardar sessenta
proposta para ser cobrada por uma companhia aérea da (60) dias a partir da data da recepção do pedido.
outra Parte Contratante para transporte aéreo
internacional entre os territórios das Partes Contratantes
As possíveis mudanças que possam ser feitas neste
é inconsistente com as considerações referidas no parágrafo
Acordo entrarão em vigor depois de confirmação por troca
1 deste Artigo, ela notificará a outra Parte Contratante
de notas, pelas representações diplomáticas.
sobre as razões da sua insatisfação logo que possível e pedirá
que se proceda a consultas. Estas consultas devem ter lugar
no máximo de 30 dias após a recepção do pedido, e as ARTIGO 18

Partes Contratantes devem cooperar para assegurar a


informação necessária para a resolução razoável da Resolução de conflitos
questão. Se as Partes Contratantes chegarem a um acordo
a respeito de uma tarifa para a qual uma notificação de Se qualquer disputa emergir entre as Partes
insatisfação tinha sido feita, cada Parte Contratante deve Contratantes em relação à interpretação ou aplicação deste
fazer o seu melhor esforço para que este Acordo entre em Acordo e do seu Anexo, as Partes Contratantes devem em
vigor. Sem este Acordo mútuo, a tarifa previamente primeiro lugar fazer esforços para a resolver por negociação.
existente continuará em vigor.
Se as Partes Contratantes não forem capazes de
ARTIGO 15 chegar a uma solução por negociação, elas podem submeter
a disputa a alguma pessoa ou organismo; se não forem
Declaração de Estatísticas capazes de fazer isso, a disputa será a pedido de uma ou
outra Parte Contratante submetida à decisão de um
As autoridades aeronáuticas de uma das Partes tribunal de três árbitros, um a ser nomeado por cada Parte
Contratantes fornecerão às autoridades aeronáuticas da Contratante e o terceiro a ser indicado pelos dois assim
outra Parte Contratante a pedido desta, informações nomeados. Cada uma das Partes Contratantes deverá
estatísticas periódicas e outras que possam ser nomear um árbitro dentro de um período de sessenta (60)
razoavelmente exigidas com a finalidade de analisar a dias a partir da data de recepção de uma notificação de
capacidade de fornecer os serviços acordados pelas uma à outra Parte Contratante através dos canais
companhias aéreas designadas da outra Parte Contratante. diplomáticos pedindo arbitragem da disputa por tal
tribunal e o terceiro árbitro deve ser nomeado dentro de
um período adicional de sessenta (60) dias. Se uma ou outra
Estes documentos incluirão a informação necessária Parte Contratante não conseguir nomear um árbitro
para determinar a quantidade de tráfego transportado pela dentro do período indicado ou se o terceiro árbitro não for
companhia aérea designada nos serviços acordados e as nomeado dentro do período indicado, o Secretário Geral e o
origens e destinos desse tráfego. Presidente do Conselho da Organização da Aviação Civil
Internacional podem ser solicitados por uma ou outra Parte
ARTIGO 16 Contratante a nomear um árbitro ou árbitros conforme o
caso exigir. Neste caso, o terceiro árbitro, deve ser um
Transferência de excesso de receitas nacional de um terceiro Estado e deve actuar como
Presidente do tribunal arbitral.
1. Cada Parte Contratante garantirá à companhia
aérea designada da outra Parte Contratante o direito de O Tribunal Arbitral deve primeiramente esforçar-
transferirem moedas conversíveis à taxa oficial de câmbio se por reconciliar as duas Partes Contratantes, e em caso
excesso das receitas sobre as despesas ganho pela de fracasso deve considerar a disputa e pronunciar a sua
companhia aérea no seu território em relação com o decisão por maioria de votos. A não ser que haja acordo de
transporte de passageiros, bagagens, correio e carga, de outro modo entre as Partes Contratantes, o mencionado
acordo com os regulamentos em vigor sobre moeda tribunal deve ele próprio elaborar o seu regimento, escolher
estrangeira no território de cada Parte Contratante. seu próprio foro e tomar a sua decisão dentro de noventa
(90) dias após a sua constituição.
2. Sempre que o sistema de pagamentos entre as Partes
Contratantes é regulado por um Acordo especial, este 4. As Partes Contratantes devem cumprir qualquer
acordo aplicar-se-á em vez das disposições deste Artigo. decisão proferida nos termos do parágrafo (3) deste Artigo.
1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE —5 DE SETEMBRO DE 2005 1087

Cada Parte Contratante será responsável pelo custo ARTIGO 23


do árbitro que designou e o pessoal subsidiário que Duração e extinção
forneceu, e as duas Partes Contratantes devem partilhar
igualmente todas as despesas adicionais envolvidas com Este Acordo estará em vigor em vigor por um período
as actividades do tribunal incluindo as do Presidente. de tempo indefinido, de acordo com as disposições do
parágrafo (2) a seguir.
Se, e na medida em que uma ou outra Parte
Uma ou outra Parte Contratante pode em qualquer
contratante não cumprir a decisão emitida nos termos deste
momento notificar à outra Parte Contratante acerca da
Artigo, a outra Parte Contratante pode limitar, reter ou sua decisão de terminar o Acordo, e esta notificação deve
revogar quaisquer direitos ou privilégios que ela tenha
ser simultaneamente comunicada à União Africana (AU)
concedido em virtude deste Acordo à outra Parte
e à Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO).
Contratante em incumprimento ou à sua companhia aérea
Neste caso, o Acordo termina doze (12) meses após a data
designada. de recepção da notificação pela outra Parte Contratante, a
não ser que a notificação para terminar seja retirada antes
ARTIGO 19 da expiração do prazo. Na falta de dar conhecimento da
recepção pela outra Parte Contratante, a notificação deve
Efeito de acordo multilateral ser considerada ter sido recebida catorze (14) dias depois
da recepção da notificação pela União Africana (UM pela
Este Acordo e o seu Anexo consideram-se emendados Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO).
por forma a conformar-se com qualquer acordo multilateral
Em testemunho do qual os signatários, tendo sido
de transporte aéreo que possa tornar-se obrigatório para
devidamente autorizados pelos seus respectivos Governos,
ambas as Partes Contratantes.
assinaram este Acordo na data aqui especificada.

ARTIGO 20 Feito no vigésimo terceiro dia de Junho de 2004, em


dois originais na língua inglesa.
Emendas
Pelo Governo da Republica de Cabo Verde, Ministro de
Estado e de Infraestruturas e Transportes, Manuel
Se uma ou outra Parte Contratante considerar desejável Inocêncio Sousa.
modificar qualquer disposição deste Acordo, incluindo o
Anexo junto, tal modificação, se tiver a concordância das Pelo Governo da República Federal da Nigéria, Ministro
Partes Contratantes e, se necessário após consultas, nos de Aviação, Maliam Isa Yuguda.
termos do Artigo 17 deste Acordo, entrarão em vigor quando
confirmada por Troca de Notas através dos canais ANEXO

diplomáticos.
A. PLANO DE ROTA DA COPANHIA AÉREA DESIGNADA
POR CABO VERDE
ARTIGO 21
Ponto de Partida Pontos Ponto(s) Pontos
Intermédios em Nigéria para Além
Registo do acordo
Qualquer Ponto Qualquer Ponto Lagos Qualquer ponto
em Cabo Verde em África em África
Este Acordo, o seu Anexo, quaisquer emendas seja ao
Acordo seja ao Anexo e qualquer Troca de Notas relativa
tanto ao Acordo com ao Anexo, serão registados na União Tipo de Aeronave: Qualquer Tipo.
Africana (UA) e na Organização Internacional da Aviação
Frequência: Ilimitada.
Civil (ICAO).
Direitos de Tráfego: Direitos de 5' Liberdade de Tráfego
ARTIGO 22 em África

Entrada em vigor B. PLANO DE ROTA DA COMPANHIA AÉREA DESIGNADA


POR NIGÉRIA

1.Este Acordo e o seu Anexo entrarão em vigor na data Ponto de Partida Pontos Ponto(s) em Pontos
de Troca dos Instrumentos de Ratificação ou quando se Intermédios Cabo Verde para Além

verificar uma Troca de notas entre as Partes Contratantes Qualquer Ponto Sal Qualquer Ponto
Qualquer Ponto
através dos canais diplomáticos, confirmando que as em Nigéria em África em África
exigências constitucionais nos seus respectivos países
foram cumpridas. Tipo de Aeronave: Qualquer Tipo.

Frequência: Ilimitada
2. Este Acordo e o seu Anexo estão sujeitos à ratificação
pelas Partes Contratantes e os Instrumentos de Ratificação Direitos de Tráfego: Direitos de 5' Liberdade de Tráfego
devem ser trocados através dos canais diplomáticos. em África.
1088 1 SÉRIE - N° 36 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE -5 DE SETEMBRO DE 2005

FAÇA OS SEUS TRABALHOS GRAFICOS NA INCV


-

NOVOS EQUIPAMENTOS
NOVOS SERVIÇOS
DESIGNER GRÁFICO
AO SEU DISPOR

LIIoLETIM OFICIAL
Ai: Amiler,r Cabral/calçada Diogo Gomes.ridadt' da Praia. República Cabo Verde.
Registo legal. n» 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001 C.P 113 • Te!. (238)612145. 4150 • F,r 614209
Emai!: in,v4(cvieh'rom.ci
A VISO
ASSINA TURAS
Por ordem superior e para constar, co,nunica-se que não verão Para o país: Para países de expressão portuguesa:
aceites quaisquer originais destinados ao Boletim Qfi(-ial desde que
não tragam aposta a competente ordem de publicação, assinada e Ano Semestre Ano Semestre
autenticada ('om selo branco. 1 Série ...................... 5 000$00 3 700$00 1 Série ......................6 700$00 5 200$00

Sendo possível, a Administração da Imprensa Nacional agrade- II Série .....................3 500$00 2 200$00 H Série ....................4 800$00 3 800$00
ce o envio dos originais sob a forma de suporte e1ectróuco (Disquete, III Série ....................3 000$00 2 000$00 III Série ...................4 000$00 3 000$00
CD. Zip, ou email).
AVULSO por cada página 10$00 Para outros países:
Os prazos de reclamação de falias do Boletim Oficial para o
Concelho da Praia, de,nais concelhos e estrangeiro são. respectiva- Os períodos de assinaturas contam-se por anos 1 Série ......................7 200$00 6 200$00
civis e seus semestres. Os números publicados
mente, 10, 30 e 60 dias contados da rua publicação. II Série .................... 5 800$00 4 800$00
antes de ser tomada a assinatura. são considerados
Toda a correspondência quer oficial, quer relativa a anúncios- e à senda avulsa. III Série ................... 5 000$00 4 000$00
assinatura do Boletim Oficial deve ser enviada à Administração da
AVULSO por cada página. ................................... 10$00
Imprensa Nacional.

A inserção nos Boletins Oficiais depende da ordem de publica- PREÇO DOS AVISOS E ANÚNCIOS
ção neles aporta. conipelentemente assinada e autenticada co,,? O 1 Página ......................................................................................................................... 5 000$00
velo branco, ou, na falta deste. (o??? o (ar ,,nbo a óleo do.s serviços 1/2 Página ......................................................................................................................2 500$00
donde proveu/iam.
1/4 Página ......................................................................................................................1 000$00
Não serão publicados anúncios que não venham acompanhados Quando o anúncio.for eve/usivamenie de tabelas intercaladas no texto, será o respectivo (5O(
da importância precisa para garantir o seu custo. acrescentado de 50'S.

Você também pode gostar