O documento discute os principais aspectos da contestação no processo do trabalho, incluindo: 1) A contestação é a peça defensiva onde o réu impugna a pretensão do autor e aduz sua defesa; 2) Deve seguir os princípios da eventualidade e da impugnação específica; 3) Pode conter defesas preliminares ou de mérito.
O documento discute os principais aspectos da contestação no processo do trabalho, incluindo: 1) A contestação é a peça defensiva onde o réu impugna a pretensão do autor e aduz sua defesa; 2) Deve seguir os princípios da eventualidade e da impugnação específica; 3) Pode conter defesas preliminares ou de mérito.
O documento discute os principais aspectos da contestação no processo do trabalho, incluindo: 1) A contestação é a peça defensiva onde o réu impugna a pretensão do autor e aduz sua defesa; 2) Deve seguir os princípios da eventualidade e da impugnação específica; 3) Pode conter defesas preliminares ou de mérito.
O documento discute os principais aspectos da contestação no processo do trabalho, incluindo: 1) A contestação é a peça defensiva onde o réu impugna a pretensão do autor e aduz sua defesa; 2) Deve seguir os princípios da eventualidade e da impugnação específica; 3) Pode conter defesas preliminares ou de mérito.
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Direito Processual do Trabalho
Prof. Gerson Treml
A CLT prevê duas modalidades de respostas: a) contestação (art. 847) e b) exceção (art. 799). A reconvenção prevista no CPC é compatível com o Processo do Trabalho.
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Na lição de J.J. Calmon de Passos: “A contestação está para a defesa, assim como a inicial está para a ação. Ela é peça mediante a qual se formaliza o exercício de direito de defesa do réu, vale dizer, exercita este sua pretensão à prestação da atividade jurisdicional”.
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No Processo do Trabalho o momento para a apresentação da resposta é a audiência, no prazo de 20 minutos, de forma oral, após a leitura da reclamação trabalhista, ou no mesmo prazo quando esta for dispensada (arts. 846 e 847 da CLT). Inobstante a previsão legal, a praxe trabalhista consagrou a resposta escrita, a qual foi incorporada no parágrafo único do art. 847: “A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência”.
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Para Schiavi “A contestação é a peça defensiva por excelência, onde o reclamado terá a oportunidade de impugnar a pretensão aduzida na inicial e também aduzir toda a matéria de defesa que entende pertinente”. Conforme a previsão celetista, o prazo é de 20 minutos para sua interposição oral. Havendo litisconsórcio passivo, haverá 20 minutos para cada reclamado, conforme Wagner Giglio.
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Em sentido oposto, Christóvão Piragibe Tostes Malta aduz que o prazo de 20 minutos deverá ser dividido entre os reclamados. Na realidade a defesa oral é rara, vez que consagrada a forma de interposição de defesa escrita com documentos.
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A contestação segue dois princípios fundamentais previstos no CPC com aplicação analógica ao Processo do Trabalho. São eles: a) Princípio da eventualidade da defesa (art. 336 do NCPC); b) Princípio da impugnação específica (art. 341 do NCPC).
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O princípio da eventualidade está consagrado no art. 336 do CPC com a seguinte redação: “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
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Para Schiavi: “O princípio da eventualidade consiste no ônus do réu em aduzir todas as defesas tiver contra o processo (atacar diretamente a relação jurídica processual) e contra o pedido do autor, a fim de que, na eventualidade do Juiz não acolher a primeira alegação, acolha a segunda”. As defesas processuais, a serem argüidas como preliminar, estão elencadas no art. 337 do CPC.
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A contestação, na lição de Carlos Henrique Bezerra Leite, “pode ser dirigida: a) contra o processo ou contra a ação, por nós chamada de contestação contra o processo; b) contra o mérito, a qual nós apelidamos de contestação do mérito”. A defesa processual normalmente é argüida como matéria preliminar, com a previsão do art. 337 do CPC.
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Quanto a matéria de mérito, esta pode ser direta ou indireta. Será direta, nos termos de CHBL: “quando o réu ataca o fato constitutivo do direito alegado pelo autor, seja pela negativa de sua existência, seja pela negativa de seus efeitos jurídicos”. Será indireta, para Mauro Schiavi “quando não consistir em negar aos fundamentos do autor. Também será indireta quando o reclamado, sem negar a existência do fato constitutivo do direito do autor, aduzir fatos modificativos, empeditivos ou extintivos do direito do autor”.
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A compensação ou a retenção só podem ser alegadas como matéria de defesa. Aduz CHBL: “No processo do trabalho, a compensação e a retenção também são consideradas contestação (defesa) indireta do mérito, uma vez que constituem fatos modificativos do direito alegado pelo autor”. Caso o reclamado não alegue a compensação ou a retenção na contestação, não poderá fazê-lo em outro momento em face da preclusão.
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Conforme a Súmula 48 do TST: “A compensação só poderá ser argüida com a contestação”; já a Súmula 18 do TST prevê: “A compensação na Justiça do Trabalho está restrita à dívidas de natureza trabalhista”. Comentando as referidas Súmulas, aduz Francisco Antonio de Oliveira: “Em não se configurando a compensação matéria de ordem pública, poderá ser objeto de renúncia. Assim, não sendo invocada em defesa, preclusa estará a oportunidade de argüição”.
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O princípio da contestação específica está expresso no art. 341 do CPC que assim está redigido: “ Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas,”. Para Calmon de Passos: “manifestar-se especificamente é manifestar-se indicando com exatidão, particularizando, mencionando especialmente, etc”.
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Pelo princípio em comento, não é permitida a contestação genérica ou por negação geral, vez que cabe ao réu impugnar um a um os fatos narrados pelo autor. Segundo Schiavi: “Não pode, por exemplo, simplesmente dizer, o reclamante nunca foi empregado ou que nunca realizou horas extras. Deve declinar se o autor prestou serviços ou não e se prestou qual era a modalidade de trabalho. Quanto à jornada, deve decliná-la em defesa, ou fazer menção à jornada dos cartões ponto, sobre a existência ou não de horas extras pagas, etc”.
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Não se aplica a regra da impugnação especifica nas exceções do art. 341 do CPC: ◦ I – se não for admissível a seu respeito a confissão (art. 341, I, do CPC); ◦ II – se a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público que a lei considerar da substância do ato (art. 341, II, do CPC); ◦ III – Se estiverem em contradição com a defesa em seu conjunto (art. 341, III, do CPC). A regra da impugnação específica não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
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A CLT não trata da matéria, razão pela qual aplica-se o art. 337 do CPC, no que couber: “Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça”.
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Inexistência ou nulidade de citação: No processo do trabalho, denomina-se notificação e, em regra, é realizada pelo correio. Segundo Sérgio Pinto Martins: “A notificação pode ser depositada na caixa do correio ou simplesmente entregue na portaria do prédio do demandado, não havendo necessidade de ser pessoal”. Entre a notificação e a audiência deve haver um prazo mínimo de 5 dias (art. 841), exceto entes de direito público – 20 dias (Dec-Lei 769/69)
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Segundo a Súmula nº 16 do TST: “Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua regular expedição. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constituem ônus de prova do destinatário”. Segundo Francisco Antonio de Oliveira: “A prova é documental e poderá ser obtida nos correios”.
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Litispendência: Ocorre quando se reproduz ação que está em curso, com as mesmas partes, pedido e causa de pedir. Aduz Schiavi: “São requisitos da litispendência além da presença das mesmas partes, pedido e causa de pedir, que a demanda já esteja em curso, não havendo o trânsito em julgado da decisão”.
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Coisa julgada: Ocorre quando se repete ação já decidida por sentença da qual não caiba mais recurso. Ensina Bezerra Leite: “Entendemos inexistir litispendência (ou coisa julgada) entre ação individual e ação coletiva, seja pela ausência de identidade de partes, seja pela diversidade de pedidos. Ademais, a coisa julgada na ação individual produz efeitos inter partes, não beneficiando, nem prejudicando terceiros (CPC, art. 506); na ação coletiva, a coisa julgada produzirá efeitos erga omnes, quando se tratar de tutela de interesses difusos ou individuais homogêneos, ou ultra partes, na hipótese de tutela de interesses coletivos strictu sensu (CDC, arts. 103 e 104).
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Incompetência absoluta: São as competências em razão da matéria e funcional. Aduz Mauro Schiavi: “Ao contrário da competência em razão do lugar que deve ser invocada por meio de exceção (arts. 799 e seguintes do CPC), a competência absoluta deve ser invocada em preliminar de contestação”. O art. 800 com a redação da Reforma Trabalhista, traz o procedimento da exceção territorial. Prof. Gerson Treml 22 Da perempção: A perempção no Processo do Trabalho está prevista no art. 732 da CLT que prevê: “Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844”. A pena do artigo anterior (art. 731 da CLT) é a perda do direito de apresentar reclamatória trabalhista pelo prazo de seis meses.
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Inépcia da inicial: Prevista no art. 330, § 1º do CPC: “Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si”.
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Carência da ação: Configura-se na ausência das condições da ação, a saber: Interesse de agir e Legitimidade processual. A carência de ação pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
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Conexão: Segundo o art. 55 do CPC, reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhe for comum o pedido ou a causa de pedir. Aduz Sérgio Pinto Martins que “Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento da qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas separadamente, com a finalidade de serem decididas simultaneamente”.
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Após as preliminares e antes do mérito, devem ser argüidas as questões prejudiciais ao mérito. Segundo Sérgio Pinto Martins: “Antes de se discutir o mérito do feito, podem ser discutidas prejudiciais do próprio mérito, que vêm após as preliminares do art. 337 do CPC”. São prejudiciais as alegações de prescrição ou de decadência, que caso acolhidas, dispensam o exame das questões de fundo, prejudicando a análise do mérito.
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Segundo o art. 342 do CPC: “Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição”.
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Segundo Schiavi: “o fato que embasa o direito superveniente pode pré-existir à contestação, mas o reclamado somente deve ter tido ciência após a apresentação da defesa”. As matérias que o juiz pode conhecer de ofício são as matérias de ordem pública. Havia intensa polêmica sobre a aplicação do art. 219 § 5º do CPC/73 na seara laboral, ou seja, se o juiz trabalhista pode conhecer de ofício a prescrição.
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Embora a reforma trabalhista não tenha tratado especificamente sobre a prescrição geral, contém disposição específica sobre a possibilidade de reconhecimento de ofício da prescrição intercorrente, no art. 11-A, § 2º, in verbis: “A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição”.
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A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu (art. 343 do CPC). Pode ser escrita ou verbal, mas deve observar os requisitos da inicial trabalhista (art. 840 da CLT). Segundo Bezerra Leite: “a reconvenção é uma ação que o réu propõe, em face do autor, dentro do mesmo processo em que o primeiro é demandado, buscando a tutela jurisdicional em que se resguarde um direito seu que alega ter sido lesado ou ameaçado de lesão pelo autor”.
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Na lição de Fredie Didier Júnior: “reconvenção é a demanda do réu contra o autor no mesmo processo em que está sendo demando. É o contra-ataque que enseja o processamento simultâneo da ação principal e da ação reconvencional, a fim de que o juiz resolva as duas lides na mesma sentença”. Há uma cumulação objetiva de ações (principal e reconvencional) no mesmo processo. Não é cabível na execução e nas cautelares.
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Segundo Bezerra Leite: “Há quem sustente o descabimento da reconvenção no processo do trabalho. O principal argumento repousa na previsão expressa da compensação e da retenção como matérias típicas de defesa, e não de reconvenção, razão pela qual não haveria omissão da CLT a respeito, impedindo, assim, a aplicação subsidiária do CPC”. Manoel Antonio Teixeira Filho defende que o silêncio da CLT sobre a reconvenção foi proposital, não sendo possível aplicá-la no processo do trabalho”.
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Por outro lado ensina Schiavi: “A reconvenção disciplinada no Código de Processo Civil (art. 343) é compatível com o Processo do Trabalho, por omissão da CLT e compatibilidade com os princípios que regem o Direito Processual do Trabalho (art. 769, da CLT). (...) a doutrina majoritária e a jurisprudência consagraram a possibilidade de reconvenção no Processo do Trabalho, uma vez que esta possibilita a máxima eficiência da jurisdição trabalhista, e atende aos princípios da economia processual e acesso à Justiça do Trabalho”.
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A Justiça do Trabalho admite a reconvenção no processo trabalhista. Nesse sentido: “RECONVENÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. É competente a Justiça do Trabalho para apreciar e julgar a reconvenção, cuja matéria nela versada decorre da relação de emprego”. (TRT 12ª Região. Processo nº 05043- 2009-016-12-00-8, Rel. Juíza Águeda Maria L. Pereira - Publicado no TRTSC/DOE em 16-04-2012)
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São requisitos para admissibilidade da reconvenção: ◦ a) que o juiz da causa principal não seja absolutamente incompetente para a reconvenção; ◦ b) haver compatibilidade dos ritos procedimentais; ◦ c) haver processo pendente: litispendência; ◦ d) haver conexão entre a reconvenção e a ação principal ou com o fundamento de defesa.
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Na esfera processual civil a reconvenção deve ser proposta no mesmo prazo da defesa. Desta forma, no processo do trabalho, deverá ser apresentada em audiência, de preferência em peça apartada da contestação. Recebendo-a, o juiz deverá adiar a audiência, para oportunizar ao reclamante (reconvindo) defesa. Pode o reclamante renunciar ao prazo de defesa e oferecer resposta oral na própria audiência.
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Se o reclamante (reconvindo) não apresentar resposta, aplica-se a confissão ficta. Segundo Schiavi: “A compensação, na esfera processual trabalhista, conforme o art. 767, da CLT, deve ser arguida em contestação, mas se o crédito do reclamado superar o do reclamante, este poderá propor a reconvenção”.
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Importante a lição de Sérgio Pinto Martins: “Se, por acaso, fosse indeferida liminarmente a reconvenção, qual seria o recurso cabível? Para nós nenhum. A decisão que indefere a reconvenção é, no caso, uma decisão interlocutória, dela não cabendo qualquer recurso (§ 1º do art. 893, da CLT). A parte prejudicada poderia ingressar com ação própria, ou aguardar o momento adequado para fazer suas observações no recurso da decisão definitiva, incluindo, então, como preliminar, a discussão do indeferimento da reconvenção”.
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Mauro Schiavi diz que a “a ação e a reconvenção devem ser julgadas na mesma sentença (...) na parte dispositiva da sentença trabalhista, deve o juiz abrir um parágrafo dizendo sobre a procedência, improcedência, ou procedência em parte do pedido ou dos pedidos formulados na reconvenção, bem como as condições para o cumprimento”. Bezerra Leite aduz que “tendo em vista o caráter imperativo da norma em questão, é nula a sentença que julga apenas a ação principal, deixando de julgar a reconvenção”.
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Leciona Mauro Schiavi: “Nos ritos sumário (Lei 5.584/70) e sumaríssimo (Lei 9.057/00) a reconvenção não se mostra cabível em razão dos princípios da celeridade que envolve os ritos processuais destes procedimentos. Não obstante, por aplicação analógica do art. 31 da Lei 9.099/95, admite-se o pedido contraposto, que é articulado no próprio bojo da contestação desde que se fundamente nos mesmos fatos objeto da controvérsia”.
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A CLT prevê a possibilidade de manejo de exceções, ao dispor expressamente em seu artigo 799: “Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. § 1º As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa”. Das decisões sobre exceções não caberá recurso, salvo se terminativas do feito.
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O art. 800 da CLT, com a redação dada pela Reforma Trabalhista, demonstra que a exceção continua sendo o caminho para a impugnação da incompetência territorial, de forma diversa do que ocorre no Processo Civil, no qual tal impugnação ocorre em preliminar de contestação. Dispõe referido artigo: “Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo”.
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§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. § 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
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§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente. § 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo competente.
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Mauro Schiavi ao comentar o novel dispositivo aponta: “O art. 800, da CLT altera a sistemática da exceção de incompetência territorial na Justiça do Trabalho, rompendo os princípios da unicidade e concentração do processo do trabalho, visando a facilitar o acesso à justiça pelo reclamado, mas, por outro lado, pode provocar a demora significativa na tramitação do feito”.
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CLT. Art. 801: “O juiz, presidente ou juiz classista, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusada, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; d) interesse particular na causa”.
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Art. 801. Parágrafo único. “Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou”.
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CLT. Art. 802: “Apresentada a execução de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção”.
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CLT. Art. 802. “§ 1º Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito. § 2º Se tratar de suspeição de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização judiciária local”.