2.4. Cultivo Continuo

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 41

CULTIVO CONTÍNUO

O cultivo contínuo caracteriza-se por


possuir uma alimentação contínua de
meio de cultura a uma determinada
vazão constante, sendo o volume de
reação mantido constante através da
retirada contínua de caldo cultivado.
Manutenção de
volume constante

Estado
Estacionário

X, S e P
permanecem
constantes ao longo
do tempo de
operação
Vantagens e Desvantagens do Processo
Contínuo em Relação ao Descontínuo

Vantagens

• Aumento da produtividade do processo, devido


redução dos tempos não produtivos;

• Obtenção de caldo cultivado uniforme, o que facilita


as operações de recuperação do produto;
• Manutenção das células em mesmo estado
fisiológico;
• Possibilidade de associação com outras operações
contínuas na linha de produção;

• Maior facilidade no emprego de controles


avançados;

• Menor necessidade de mão-de-obra.


Desvantagens
• Maior investimento inicial na planta;
• Possibilidade de ocorrência de mutações genéticas
espontâneas;
• Maior possibilidade de contaminação;
• Dificuldade de manutenção de homogeneidade do
reator;
• Dificuldade de operação em estado estacionário em
determinadas situações ( formação de espuma,
crescimento nas paredes do reator e nos sistemas de
entrada e saída de líquido.
O processo contínuo tem início em um processo
descontínuo (batelada), ou seja, carrega-se
inicialmente o reator com meio de cultura, procede-
se à inoculação com o microrganismos responsável
pela conversão sendo que, após algum período de
operação descontínua, inicia-se a alimentação de
meio de cultura e retirada de meio cultivado, dando-
se inicio ao processo contínuo.
Dependendo do instante em que se inicia o processo
contínuo propriamente dito, bem como da vazão de
alimentação empregada, o sistema irá convergir para
o estado estacionário com maior ou menor rapidez.

Assim, deve-se, normalmente, iniciar a alimentação


com o cultivo em fase exponencial, e contendo a
mais alta concentração celular.
Formas de operação do sistema contínuo
 Contínuo em um único estágio (reator único)
• Sem reciclo de células
• Com reciclo de células

 Contínuo em múltiplos estágios (n reatores em série)


• Com alimentação única (com ou sem reciclo de
células)
• Com múltiplas alimentações (com ou sem reciclo
de células)
EQUACIONAMENTO PARA O REATOR
CONTÍNUO IDEAL SEM RECICLO DE
CÉLULAS
Sistema contínuo em único estágio sem
reciclo de células.
Onde:
F vazão volumétrica de alimentação de meio [L/h]
V volume de meio no biorreator (L)
X concentração de células no biorreator [g/L]
X0 concentração de células no meio de
alimentação [g/L]
S concentração do substrato limitante no biorreator
[g/L]
S0 concentração do substrato limitante no meio de
alimentação [g/L]
P concentração do produto P no biorreator [g/L]
P0 concentração do produto P no meio de alimentação
[g/L]
Admitindo agitação perfeita, assim, cada
porção de meio alimentada no reator é
instantaneamente misturada no volume de
reação, de forma que o líquido efluente
possuirá as mesmas concentrações de X,
S e P que aquela existentes no meio de
reação.
Balanço de massa para o microrganismo:

Considerando o volume do biorreator constante:


𝑑𝑋
𝑉 = 𝐹𝑋0 − 𝐹𝑋 + 𝑉𝑟𝑥
𝑑𝑡
onde

𝑑𝑋
𝑟𝑋 = = 𝜇𝑋
𝑑𝑡
𝑑𝑋 𝐹 𝐹
= 𝑋0 − 𝑋 + 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑉 𝑉
Define-se a vazão específica de alimentação D (taxa
de diluição), como sendo a relação entre a vazão
volumétrica de alimentação e o volume de meio no
reator.
Assim,
𝐹
𝐷=
𝑉

1/D é definido como o tempo de residência


hidráulico no reator.
Substituindo-se,

𝑑𝑋
= 𝐷(𝑋0 − 𝑋) + 𝜇𝑋
𝑑𝑡
Como geralmente se procede à alimentação de meio
de cultura esterilizado, tem-se normalmente X0 = 0.
Assim,

𝑑𝑋
= 𝜇𝑋 − 𝐷𝑋
𝑑𝑡
Considerando o reator no estado estacionário (dX/dt
= 0), tem-se
𝜇𝑋 = 𝐷𝑋
𝜇=𝐷
Na condição de regime permanente, a concentração
celular se mantém constante graças a um equilíbrio
entre a velocidade de crescimento celular e a
velocidade de retirada de células no reator.

A velocidade específica de crescimento (μ) é igual a


vazão específica de alimentação D.
Balanço de massa para o substrato:
𝑑𝑆
𝑉 = 𝐹𝑆0 − 𝐹𝑆 − 𝑉𝑟𝑆
𝑑𝑡
𝑑𝑆
𝑟𝑆 = −
𝑑𝑡
Sendo

𝑑𝑋 ൗ
𝑑𝑡 e 𝑑𝑋
𝑌𝑋/𝑆 = −𝑑𝑆ൗ = 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑑𝑡

1
𝑟𝑆 = 𝜇𝑋
𝑌𝑋ൗ
𝑆
𝑑𝑆 1
𝑉 = 𝐹𝑆0 − 𝐹𝑆 − 𝜇𝑋𝑉
𝑑𝑡 𝑌𝑋ൗ
𝑆

Dividindo por V:

𝑑𝑆 𝐹 𝐹 1
= 𝑆0 − 𝑆 − 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑉 𝑉 𝑌𝑋ൗ
𝑆

𝑑𝑆 1
= 𝐷(𝑆0 − 𝑆) − 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑌𝑋ൗ
𝑆
𝑑𝑆 1
= 𝐷(𝑆0 − 𝑆) − 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑌𝑋ൗ
𝑆
Considerando estado estacionário,

𝜇𝑋 = 𝑌𝑋ൗ𝐷(𝑆0 − 𝑆)
𝑆

Fazendo μ = D,
(1)
𝑋 = 𝑌𝑋ൗ(𝑆0 − 𝑆)
𝑆
Balanço de massa para o produto:

𝑑𝑃
𝑉 = 𝐹𝑃0 − 𝐹𝑃+ 𝑟𝑃 𝑉
𝑑𝑡

𝑑𝑃 , 1 𝑑𝑃 𝑑𝑃
𝑟𝑃 = 𝜇𝑃 = ֜ = 𝜇𝑃 𝑋
𝑑𝑡 𝑋 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Considerando volume constante,

𝑑𝑃
= 𝐷 ሺ𝑃0 − 𝑃ሻ+ 𝜇𝑃 𝑋
𝑑𝑡
𝑑𝑃
= 𝐷ሺ𝑃0 − 𝑃ሻ+ 𝜇𝑃 𝑋
𝑑𝑡
Considerando estado estacionário e sem
entrada de produto,

𝜇𝑃 𝑋
𝑃=
𝐷
Produtividade em células
no processo contínuo
Na operação do biorreator em regime contínuo,
é importante conhecer o comportamento das
variáveis de estado X, S e P em estado
estacionário, em função da vazão específica de
alimentação D, a fim de que se possa
estabelecer faixas ideais de operação do
sistema, tendo em vista a obtenção de alta
produtividade do processo.
Considerando válido o modelo de Monod:

𝜇𝑚 𝑆
𝜇=
𝐾𝑆 + 𝑆
Fazendo-se μ=D e isolando-se S

𝜇𝑚 𝑆
𝐷=
𝐾𝑆 + 𝑆
𝐷(𝐾𝑆 + 𝑆) = 𝜇𝑚 𝑆
𝐾𝑆 𝐷 + 𝑆𝐷 = 𝜇𝑚 𝑆
𝐾𝑆 𝐷 = (𝜇𝑚 − 𝐷)𝑆
𝐾𝑆 𝐷
𝑆=
𝜇𝑚 − 𝐷
Substituindo na equação (1)
(1)
𝑋 = 𝑌𝑋ൗ(𝑆0 − 𝑆)
𝑆
𝐾𝑆 𝐷 (2)
𝑋 = 𝑌𝑋ൗ(𝑆0 − )
𝑆 𝜇 𝑚 −𝐷
A produtividade em células, no sistema
contínuo sem reciclo de células é dada por:

𝐾𝑆 𝐷 (3)
𝑃𝑋 = 𝐷𝑋 = 𝐷𝑌𝑋ൗቀ𝑆0 − ቁ
𝑆 𝜇 𝑚 −𝐷

A partir das equações (1), (2) e (3) pode-se


prever o comportamento de X, S e Px, em
função da vazão específica D.
Supondo sistema contínuo, em um único
estágio, sem reciclo de células e com μ =

0,5 h-1; S0 = 10 g/L; KS = 0,1 g/L e YX/S =


0,5 g/g, variando D=(0; 0,1; 0,2; 0,3;
0,4; 0,5).
D X Px S
0 5 0 0
0,1 4,98 0,499 0,025
0,2 4,96 0,99 0,067
0,4 4,8 1,92 0,4
0,49 2,55 1,25 4,9
Figura – Sistema contínuo em um único estágio, sem
reciclo de células
D ≈ μm S ≈ S0 X=0

Tal condição de operação é conhecida


como “ESTADO ESTACIONÁRIO DE
LAVAGEM”, ou simplesmente “LAVAGEM”
O valor da vazão específica de
alimentação no qual se tem a
máxima velocidade específica de
crescimento é denominado “D
CRÍTICO” Dc.
A condição de lavagem do
reator permite estabelecer
a faixa de operação do
reator contínuo, que, no
caso do reator ideal, sem
reciclo de células, está
entre zero e µm,
obedecendo-se à condição
D ˂ Dc.
Entretanto, verifica-se que, os mais
altos valores de produtividade em
células são obtidos quando D está
muito próximo a µm, ou seja, numa
região de grande instabilidade de
operação do reator, pois uma
flutuação da vazão específica de
alimentação, poderá ocasionar a
lavagem do reator.
Por esta razão, caso o objetivo do
processo seja a produção de
células, recomenda-se a operação
do reator em valores um pouco
menores de D (10 -15% menor).
Convém definir:

Quimiostato - reator contínuo


operando na região de valore de D
para os quais X varia pouco e,
portanto, é um processo cuja
composição química é mantida
constante (X e S), através da
introdução de substrato pela
alimentação.
Tubidiostato – Processo contínuo
operando na região de grande
variação de X, isto é, na região de
D próximo a μm.
EXERCÍCIO

Considere um CSTR operando em estado


estacionário para produzir biomassa. Admita
que o valor da taxa específica de
crescimento celular é 1,0 h-1 e que a
constante de Monod é de 520 mg/L. A
alimentação é estéril e contém 10 g/L da
fonte de carbono, sendo a vazão de 300 L/h.
O volume de meio no biorreator é de 1000
litros e Yx/s = 0,5 g/g. Calcule as
concentrações da fonte de carbono e de
biomassa na corrente de saída.
FIM!

Você também pode gostar